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CPI DA COVID

Otto Alencar para Nise


Yamaguchi: 'A senhora
não sabe nada de
infectologia'
A médica, defensora da cloroquina, não
soube responder a maioria das perguntas
feitas pelo senador, que também é médico

AM Ana Mendonça*

01/06/2021 14:34 - atualizado 01/06/2021 15:03

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Otto Alencar questiona a médica Nise


Yamaguchi na sessão da CPI da COVID, nesta
terça
(foto: Jefferson Rudy/Agência Senado )

Durante depoimento da médica oncologista


Nise Yamaguchi na Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da COVID do Senado,
realizado nesta terça-feira (1/6), o senador
Otto Alencar (PSD-BA) fez uma série de
questionamentos sobre o coronavírus
coronavírus. A
médica não soube responder a maioria das
perguntas feitas pelo parlamentar, que
também é médico.

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Leia: Acompanhe, ao vivo, o depoimento


de Nise Yamaguchi na CPI da COVID

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Otto começou dizendo que a médica não tem


mais um contrato com o Hospital Albert
Einstein. Depois, questionou Nise sobre a
diferença entre um protozoário e um vírus.

Então, Nise respondeu que o primeiro tem um


organismo celular e os vírus têm DNA ou
RNA
RNA. Otto rebate: “Não é isso. Não é isso, não.
A senhora não soube nem explicar o que é um
vírus”.

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Otto Alencar segue pressionando Nise


Yamaguchi e pergunta sobre exames
necessários antes de receitar cloroquina
cloroquina. Ela
disse que tratou mais de 300 pessoas com o
medicamento. O senador diz que receitar o
remédio sem exames é “antiético e errado”.

"A senhora não sabe nada de infectologia.


Percebi logo no início. A senhora não podia
estar de jeito nenhum debatendo um assunto
que a senhora não tem nenhum domínio”,
pontuou.

Otto também questiona a médica sobre a


primeira aparição da COVID no mundo. Nise
remexe papéis. "Pode buscar nos livros que a
senhora tem aí porque a senhora não sabe.
Não estudou. De médicos audiovisuais este
plenário está cheio.”

O dialogo continua. Otto questiona se Nise tem


uma data, e ela responde que iria fazer
algumas considerações. "A senhora não tem.
Uma arca de noé conduzindo a ciência no
Brasil", afirma Otto.

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De acordo com o senador, Nise brinca com a


saúde no Brasil recomendando remédios sem
eficácia comprovada, participando de um
gabinete paralelo do Ministério da Saúde e
mentindo na CPI da COVID.

"A senhora brincou com a saúde do povo


brasileiro, falando em imunidade de rebanho,
hidroxicloroquina, tratamento precoce",
pontuou.

Leia: CPI da COVID: Nise nega tentativa de


mudar bula de cloroquina

Nise continua dizendo que tratou pacientes


com COVID e Otto questiona: "Cadê os CPFs?
Os endereços?”.

Depois da fala do senador, o presidente da


CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) suspendeu
a sessão por 20 minutos.

Otto Roberto Mendonça de Alencar é médico e


ex-professor. Foi o 48º governador da Bahia,
foi vice-governador e atualmente é senador
pelo Partido Social Democrático (PSD).

Entenda
Médica oncologista e imunologista, Nise
Yamaguchi depõe nesta terça-feira (1º/6)
à Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI
CPI) da COVID
COVID, instalada
pelo Senado
Senado.

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Defensora da cloroquina, medicamento com


ineficácia comprovada contra o coronavírus
coronavírus,
ela é a 11ª depoente na CPI da COVID e,
diferentemente dos demais, fala na condição
de convidada
convidada.

Yamaguchi é suspeita de integrar um suposto


'gabinete
gabinete paralelo
paralelo' do governo federal, com
aconselhamentos a respeito do combate
à pandemia de COVID-19
COVID-19. Ela também é
favorável ao 'tratamento precoce' ao
coronavírus, defendido ppelo presidente Jair
Bolsonaro (sem partido), a partir de
medicamentos pré-selecionados, método
também sem eficácia atestada pela
comunidade científica.

O que é uma CPI?


As comissões parlamentares de inquérito
(CPIs) são instrumentos usados por
integrantes do Poder Legislativo (vereadores,
deputados estaduais, deputados federais e
senadores) para investigar fato determinado
de grande relevância ligado à vida econômica,
social ou legal do país, de um estado ou de um
município. Embora tenham poderes de Justiça
e uma série de prerrogativas, comitês do tipo
não podem estabelecer condenações a pessoas.

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Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI


precisa do aval de, ao menos, 27 senadores;
um terço dos 81 parlamentares. Na Câmara
dos Deputados, também é preciso aval de ao
menos uma terceira parte dos componentes
(171 deputados).

Há a possibilidade de criar comissões


parlamentares mistas de inquérito (CPMIs),
compostas por senadores e deputados. Nesses
casos, é preciso obter assinaturas de um terço
dos integrantes das duas casas legislativas que
compõem o Congresso Nacional.

O que a CPI da COVID


investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril
de 2021, após determinação do Supremo
Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID
trabalha para apurar possíveis falhas e
omissões na atuação do governo federal no
combate à pandemia do novo coronavírus. O
repasse de recursos a estados e municípios
também foi incluído na CPI e está na mira dos
parlamentares.

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O presidente do colegiado é Omar Aziz (PSD-


AM). O alagoano Renan Calheiros (MDB) é o
relator. O prazo inicial de trabalho são 90 dias,
podendo esse período ser prorrogado por mais
90 dias.

Saiba como funciona


uma CPI
Após a coleta de assinaturas, o pedido de CPI é
apresentado ao presidente da respectiva casa
Legislativa. O grupo é oficialmente criado após
a leitura em sessão plenária do requerimento
que justifica a abertura de inquérito. Os
integrantes da comissão são definidos levando
em consideração a proporcionalidade
partidária — as legendas ou blocos
parlamentares com mais representantes
arrebatam mais assentos. As lideranças de
cada agremiação são responsáveis por indicar
os componentes.

Na primeira reunião do colegiado, os


componentes elegem presidente e vice. Cabe
ao presidente a tarefa de escolher o relator da
CPI. O ocupante do posto é responsável por
conduzir as investigações e apresentar o
cronograma de trabalho. Ele precisa escrever o
relatório final do inquérito, contendo as
conclusões obtidas ao longo dos trabalhos.

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Em determinados casos, o texto pode ter


recomendações para evitar que as ilicitudes
apuradas não voltem a ocorrer, como projetos
de lei. O documento deve ser encaminhado a
órgãos como o Ministério Público e a
Advocacia-Geral da União (AGE), na esfera
federal.

Conforme as investigações avançam, o relator


começa a aprimorar a linha de investigação a
ser seguida. No Congresso, sub-relatores
podem ser designados para agilizar o
processo.

As CPIs precisam terminar em prazo pré-


fixado, embora possam ser prorrogadas por
mais um período, se houver aval de parte dos
parlamentares

O que a CPI pode fazer?


chamar testemunhas para oitivas, com o
compromisso de dizer a verdade
convocar suspeitos para prestar depoimentos
(há direito ao silêncio)
executar prisões em caso de flagrante
solicitar documentos e informações a órgãos
ligados à administração pública
convocar autoridades, como ministros de
Estado — ou secretários, no caso de CPIs
estaduais — para depor
ir a qualquer ponto do país — ou do estado, no
caso de CPIs criadas por assembleias
legislativas — para audiências e diligências
quebrar sigilos fiscais, bancários e de dados se
houver fundamentação
solicitar a colaboração de servidores de outros
poderes
elaborar relatório final contendo conclusões
obtidas pela investigação e recomendações
para evitar novas ocorrências como a apurada
pedir buscas e apreensões (exceto a
domicílios)
solicitar o indiciamento de envolvidos nos
casos apurados

O que a CPI não pode


fazer?
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Embora tenham poderes de


Justiça, as CPIs não podem:
julgar ou punir investigados
autorizar grampos telefônicos
solicitar prisões preventivas ou outras
medidas cautelares
declarar a indisponibilidade de bens
autorizar buscas e apreensões em domicílios
impedir que advogados de depoentes
compareçam às oitivas e acessem
documentos relativos à CPI
determinar a apreensão de passaportes

A história das CPIs no


Brasil
A primeira Constituição Federal a prever a
possibilidade de CPI foi editada em 1934, mas
dava tal prerrogativa apenas à Câmara dos
Deputados. Treze anos depois, o Senado
também passou a poder instaurar
investigações. Em 1967, as CPMIs passaram a
ser previstas.

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Segundo a Câmara dos Deputados, a primeira


CPI instalada pelo Legislativo federal
brasileiro começou a funcionar em 1935, para
investigar as condições de vida dos
trabalhadores do campo e das cidades. No
Senado, comitê similar foi criado em 1952,
quando a preocupação era a situação da
indústria de comércio e cimento.

As CPIs ganharam estofo e passaram a ser


recorrentes a partir de 1988, quando nova
Constituição foi redigida. O texto máximo da
nação passou a atribuir poderes de Justiça a
grupos investigativos formados por
parlamentares.

CPIs famosas no Brasil


1975: CPI do Mobral (Senado) - investigar
a atuação do sistema de alfabetização adotado
pelo governo militar

1992: CPMI do Esquema PC Farias -


culminou no impeachment de Fernando Collor

1993: CPI dos Anões do Orçamento


(Câmara) - apurou desvios do Orçamento da
União

2000: CPIs do Futebol - (Senado e Câmara,


separadamente) - relações entre CBF, clubes e
patrocinadores

2001: CPI do Preço do Leite (Assembleia de


MG e outros Legislativos estaduais,
separadamente) - apurar os valores cobrados
pelo produto e as diretrizes para a formulação
dos valores

2005: CPMI dos Correios - investigar


denúncias de corrupção na empresa estatal

2005: CPMI do Mensalão - apurar possíveis


vantagens recebidas por parlamentares para
votar a favor de projetos do governo

2006: CPI dos Bingos (Câmara) - apurar o


uso de casas de jogo do bicho para crimes
como lavagem de dinheiro

2006: CPI dos Sanguessugas (Câmara) -


apurou possível desvio de verbas destinadas à
Saúde

2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar


possível corrupção na estatal de petróleo

2015: Nova CPI do Futebol (Senado) -


Investigar a CBF e o comitê organizador da
Copa do Mundo de 2014

2019: CPMI das Fake News - disseminação


de notícias falsas na disputa eleitoral de 2018

2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de


MG) - apurar as responsabilidades pelo
rompimento da barragem do Córrego do Feijão

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