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SENADO IMPERIAL

CPI do Abuso de Autoridade

Relatório Para Análise


SENADO IMPERIAL

Comissão Parlamentar de Inquérito do Abuso de Autoridade


(Instituída por votação no dia 5 de março de 2024)

Relatório Para Análise da Comissão


SENADO IMPERIAL

Mesa Diretora do Senado Imperial


Gestão Fevereiro-Março/2024

Senador Rodolfo Torres


PRESIDENTE

Senador Alcidez
VICE-PRESIDENTE

CPI do Abuso de Autoridade


Instituída pelo Senado Imperial por votação no dia 5 de março de
2024, com a finalidade de apurar as ações ocorridas durante as
eleições do grupo União Pelo Brasil, em especial para a Presidência do
Senado, e se possível encontrar irregularidades nas relações dos
poderes em outros períodos.

Bloco Parlamentar
Senador Victor Marabeli
PRESIDENTE

Senadora Julia Mendes


VICE-PRESIDENTE

Senador Vitor Rosse


RELATOR

Senador Rodolfo Torres


MEMBRO
I – INTRODUÇÃO
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é criada para investigar fatos determinados
e funcionar por prazo certo, no exercício pelo Poder Legislativo, de sua função típica de
fiscalizar os atos praticados pela Administração Pública.

É instrumento das minorias parlamentares, que pode ter como objeto todas as matérias
da competência legislativa do Parlamento. Conforme o art. 58, § 3º, da Constituição
Federal, as CPIs têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Podem
ouvir indiciados, inquirir testemunhas, requisitar documentos e determinar a quebra de
sigilo de conversas, prints e registros. Esses são instrumentos que tornam sua atuação
mais eficiente e, portanto, podem ser utilizados sempre que necessário.

Os trabalhos de uma CPI frequentemente envolvem questões polêmicas e de elevada


gravidade, que são noticiadas com destaque pela imprensa e acompanhadas de perto
pela população. Tais questões devem ser tratadas com seriedade e parcimônia, em
respeito às pessoas que suportam as consequências dos fatos em investigação,
sobretudo em situações como a da presente CPI do Abuso de Autoridade.

O foco de quem atua em uma CPI deve ser o de apurar com imparcialidade os fatos
motivadores da sua instauração, mas, encontrando elementos suficientes para eventual
responsabilização criminal, civil ou administrativa, deve encaminhar as respectivas
conclusões às autoridades competentes para as providências cabíveis. A par disso, e
acima de tudo, uma CPI presta-se a identificar falhas ou lacunas na legislação vigente
que facilitem a prática das condutas em investigação para, ao final dos trabalhos,
apresentar proposições que possam prevenir a ocorrência de fatos semelhantes.

Tendo isso em vista, apresentamos, nesta oportunidade, o relatório da CPI do Abuso de


Autoridade, criada por votação legítima, do Senador Vitor Rosse.

II – ANÁLISE INICIAL
As provas produzidas por esta Comissão Parlamentar de Inquérito, em especial as oitivas
coletadas e os documentos recebidos, permitem que se conclua a participação e
responsabilização de agentes públicos e políticos que ocupavam cargos estratégicos
durante a última eleição, bem como de outros indivíduos não ligados formalmente à
Administração Pública.

Conforme procuraremos demonstrar, foram identificadas condutas comissivas e


omissivas graves e em desacordo com a lei. A individualização das condutas levará em
conta, quando for o caso, a competência de cada uma das autoridades implicadas e as
ações praticadas por cada uma delas na busca pelo atendimento ao interesse público,
quando se verificará se atuaram em conformidade com ou se omitiram do seu dever legal
de agir.

Em nossa linha de apuração também buscaremos descartar de antemão eventuais


responsabilizações quando não for possível mostrar que houve a criação de um risco
proibido ou o incremento de um risco relevante previamente existente. Ainda
procuraremos demonstrar, com apoio do acervo colhido, se os ilícitos foram cometidos
com a intenção ou a aceitação de se lesar ou colocar em perigo determinado bem jurídico
ou se decorreram de imprudência, negligência ou imperícia.

Ademais, serão sugeridas medidas propositivas para aperfeiçoar a legislação, a fim de


diminuir a possibilidade de os mesmos erros políticos e administrativos sejam cometidos
no futuro, bem como promover justiça social em relação as vítimas que foram afetadas
pelas irregularidades cometidas.

A CPI, assim que criada e coordenada pelo Presidente dela, o Senhor Senador Victor
Marabeli criou um grupo separado à fim de preservar os depoentes e separá-los de
possíveis intimidações dos possíveis investigados. No primeiro momento foram
levantados e apresentados prints relacionados à denúncia inicial que serão
disponibilizados aqui:
Após um certo choque por parte dos Senadores membros da Comissão, houve a seguinte
primeira conclusão: “Ele fez isso enquanto qualidade de membro fundador do PN, o que
seria "normal" ou nada ilegal exigir que se vote com a decisão administrativa do partido.
Porém se repararem, no final ele diz que vai vetar usando seu cargo de moderador por
isso, ou seja, seu cargo de príncipe”
III – DEPOIMENTOS
Tendo os dados iniciais já constatados, houve prosseguimento nas investigações,
fazendo-se o levantamento uma lista de depoentes a serem intimados para prestarem
esclarecimentos, bem como relatar o que testemunhou. Uma lista foi então levantada, e
após algumas modificações ficaram na seguinte configuração:

1º - Daniel Oliveira
2º - Leila Cairone
3º - Junior Cortez
4º - Luís Eduardo
5º - Arthur Castro
6º - Rodolfo Torres

Assim sendo elaborada a lista, foi dado prosseguimento e a primeira testemunha foi
contatada e intimada para depor.

ְDepoimento do Senador Daniel Oliveira

Durante seu depoimento à CPI, o Senador Daniel Oliveira, na condição de denunciante,


adiantou seus relatos, oferecendo uma visão esclarecedora sobre as dificuldades
enfrentadas no Partido Nacionalista devido ao autoritarismo demonstrado pela diretoria.

Ele destacou que os eventos mencionados ocorreram durante a eleição para presidente
da casa legislativa, onde o moderador da União Pelo Brasil, Arthur, tentou coagir os
membros do Partido Nacionalista a votarem em um candidato específico, ameaçando-os
com a expulsão do partido. Além disso, o Senador Oliveira ressaltou que Arthur chegou ao
ponto de ameaçar a Primeira-Ministra.

Após ser questionado pelos membros da CPI, o Senador Oliveira relatou sua relação com
Arthur desde que ingressou na União, evidenciando que esse movimento coercitivo foi
coordenado pelo próprio Arthur em conjunto com Júnior Cortez. Mesmo diante da licença
da Primeira-Ministra Cairone, atribuída a problemas de saúde e pessoais, ela foi
pressionada a persuadir os membros do Partido Nacionalista a apoiarem Júnior, sob
ameaça de serem banidos do partido. O senador também ressaltou a ameaça de
bloqueio de projetos caso não cooperassem com as demandas impostas pela diretoria.

ְDepoimento da Primeira-Ministra Leila Cairone

Após análise desta CPI, constatou-se que os prints eram de propriedade original da
Primeira-Ministra Leila Cairone, que devido a sua proximidade com o acontecimento foi
chamada para depor. Ela foi muito citada e cobrada pelo Arthur de Castro nas evidências
do acontecimento, por isso seu testemunho é de extrema importância para com esta CPI.

Durante o depoimento, a Primeira-Ministra Leila Cairone relatou que os acontecimentos


em questão ocorreram nos dias da votação para a presidência do senado. Ela mencionou
que o Júnior Cortez já havia entrado em contato com ela, instruindo-a a influenciar os
membros do partido a mudarem de opinião. No entanto, Leila respondeu que não poderia
tomar nenhuma ação naquele momento para evitar complicações futuras. Insatisfeito
com a resposta, Júnior abordou Arthur, que posteriormente mandou mensagens a ela em
um grupo da diretoria do partido nacionalista. Nesse grupo, Arthur questionou Leila sobre
sua falta de apoio a Júnior e sua não interferência na decisão dos membros em apoiá-lo.

No print apresentado durante o depoimento, a Primeira-Ministra Leila Cairone mencionou


ter enviado uma mensagem no privado de Júnior no dia em questão, quando percebeu
que ele estava tentando fazer com que Arthur a chamasse atenção por algo que não era
de sua responsabilidade.

Em seguida, a Primeira-Ministra acrescentou mais alguns prints do Júnior Cortez


afirmando que os Senadores que ocupam as cadeiras da União Monárquica (grupo parte
do protetorado da UPB) cumprem todas as designações ordenadas pelo Partido
Nacionalista. Pediu também, na mesma oportunidade, para “controlar” a dupla, então
chapa eleitoral, Rodolfo e Alcides. Segundo Júnior Cortez, “eles tem que aprender que a
decisão que a diretoria toma não ‘é eles que vão ter que ficar’ indo contra”.
Ainda em seu depoimento, a Primeira-Ministra Leila Cairone expressou sua perplexidade
em relação aos eventos, mencionando sua antiga amizade com ambos os envolvidos. Ela
destacou a falta de noção demonstrada por Arthur e Júnior, ressaltando a sede de poder
imaginário que Arthur parecia possuir, a ponto de ignorar até mesmo a saúde alheia. Leila
Cairone também comentou sobre a importunação contínua por parte de Júnior, indicando
que ele provavelmente não se manifestou novamente em seu privado por instrução de
Arthur.

Ao ser perguntada sobre a relação do então Príncipe com o Partido Nacionalista, a CPI foi
respondida com as informações de que o fundador e atual proprietário do Partido
Nacionalista, o Senhor Arthur de Castro, solicitou a saída de Dudu do partido em seu
favor. Ela também mencionou que Júnior foi designado como presidente interino e que
Arthur recebeu o título de presidente de honra na diretoria do PN. Evidenciou também que
quem comanda o partido desde sempre é o Arthur.

Ainda segundo Leila, quando o Dudu estava à frente do partido era fácil para o Arthur
equilibrar sua posição de Príncipe e de figura principal do Partido Nacionalista, afinal o
grupo não era mais dele. E desde que o Dudu começou a falar de abdicar, o Arthur
apresentou mudanças de comportamento. Estaria ainda “um pouco ausente no grupo
principal pra evitar se expor”. Mas que ainda sim ele queria muito estar no poder de tudo.

O objetivo, de acordo com Cairone, era ter o Júnior na Presidência do Senado, ele sendo
Príncipe e diretor principal do PN, e a própria Leila como Primeira-Ministra. Dessa forma
poderia então comandar tudo indiretamente. No final de seu depoimento ela destacou:
“Enfim, não há neutralidade”

Depoimento do Senador Júnior Cortez

O Senador, mencionado com frequência no depoimento anterior, é reconhecido na União


pelos seus feitos. No entanto, sua postura foi descrita pelos membros da Comissão como
sendo "difícil de lidar" devido ao seu temperamento e suas atitudes. Incluir aqui no
relatório o que foi acrescentado pelo Senhor Júnior é crucial para compreendermos a
dinâmica de poder entre o Partido Nacionalista e a União Pelo Brasil.
Inicialmente, foram abordadas as evidências iniciais, com apresentação de prints que
mostravam a conversa no grupo da diretoria do Partido Nacionalista. O Senador foi
solicitado a fornecer sua visão sobre como participou ou observou os eventos descritos
nessas evidências.

Durante seu depoimento, o Senador Júnior Cortez descreveu um desentendimento


ocorrido na noite mencionada no print entre a diretoria do Partido Nacionalista. Ele
relatou que, antes das eleições, a diretoria decidiu as candidaturas, com Luís Eduardo e
Caironita para o executivo como Primeiro-Ministro e Vice Primeiro-Ministro,
respectivamente, e ele mesmo como Presidente do Senado. No entanto, durante a
eleição interna para o senado, houve um desentendimento quando a Caironita permitiu
que Rodolfo se candidatasse sem avisar que já havia um candidato do PN. O Senador
Cristian de Castela, indicado pela União Monárquica, votou contra o Senador Júnior
Cortez, alegando que Rodolfo havia sido informado de que era o candidato do PN e que a
"Banca do PN" o apoiava, mencionando também que Caironita concordou com Rodolfo.

Diante da situação crítica com o presidente do PN afastado, o Senador Júnior Cortez


chamou o fundador do PN, Arthur de Castro, para resolver a questão. No entanto, Arthur
deixou claro suas intenções para o PN, mas suas instruções não foram seguidas. Ele
argumentou que, como Fundador e Presidente de Honra do PN, tinha o direito de chamar
a atenção e relembrar os princípios do partido.

Na visão do Senador Júnior Cortez, os prints não indicam abuso de poder, mas sim um
líder irritado com a diretoria por permitir que membros tomassem conta do partido,
enfatizando a necessidade de mais firmeza para que o partido pudesse fluir
adequadamente.

Durante o depoimento, o Senador Júnior Cortez foi questionado sobre o motivo pelo qual
não queriam que Rodolfo ganhasse a eleição para presidente do Senado, a ponto de
oferecerem cargos políticos a outros membros. Ele explicou que o motivo era simples:
Rodolfo não era o candidato escolhido pelo Partido Nacionalista (PN), que
tradicionalmente lança candidatos de confiança. Quanto ao oferecimento de cargos,
Júnior ressaltou que Arthur não estava envolvido nisso. Ele mencionou ter oferecido a
vice-presidência a sua concorrente, caracterizando isso como parte do jogo político.

O relator esclareceu o objetivo da investigação, destacando que não se tratava de uma


investigação relacionada ao crime mencionado no nome da CPI. Foi enfatizado que a
finalidade era esclarecer os fatos dos prints vazados e determinar se havia alguma
irregularidade. O Senador Júnior Cortez discordou, afirmando que não foi um vazamento,
pois vazamento implica em algo acidental, enquanto ele via a situação como algo
intencional, sugerindo que era evidente quem havia tirado os prints. O relator argumentou
que vazamentos também podem ser intencionais e mencionou a possibilidade de
descontrole no repasse dos prints entre pessoas da União. Júnior Cortez respondeu com
agressividade, defendendo que todos no grupo sabiam exatamente o que estavam
fazendo, insinuando que o responsável pelo vazamento tinha pleno controle da situação.
Rodolfo Torres interveio pedindo para Júnior se conter e se concentrar em responder às
perguntas sem apelar para atitudes agressivas. Ele lembrou que nenhum dos outros
depoentes tinha adotado tal postura e que a CPI se baseava em perguntas e respostas
diretas.

Posteriormente a esses acontecimentos, o Senador foi questionado se o então Presidente


de Honra, Arthur de Castro, já havia demonstrado algum descontrole e/ou mencionado o
uso de veto do Moderador de forma partidária antes, Cortez enfatizou que a declaração
"Vou barrar o projeto de geral" foi uma metáfora utilizada em seu contexto de trabalho
político com o depoente há muito tempo. Ele explicou que isso era uma forma de falar e
que seu colega sempre deixou claro que não usaria o poder moderador para interferir nos
poderes. Júnior citou casos anteriores em que seu colega poderia ter ajudado o Partido
Nacionalista, mas optou por não interferir, reiterando que o pedido para que o pessoal
votasse na pessoa da base do PN era um direito legítimo dele como fundador.

Quando questionado sobre a imparcialidade de Arthur, o Senador Júnior Cortez afirmou


que sim, que Arthur é imparcial. Ele destacou que houve várias ocasiões em que Arthur
agiu de forma imparcial, tanto em votações quando ocupava o cargo de presidente do
Senado, quanto em outros contextos. Na fala seguinte, tentou acrescentar no que disse,
dizendo que em discussões sim, ele favorecia os seus [aliados] em discussões, mas que
nas votações seguia a lógica da argumentação.

Durante o depoimento, foi apresentado ao Senador Júnior Cortez um print em que Arthur
mencionava que sem votarem conforme o esperado, os membros não conseguiriam
trabalhar devido ao veto certo do Moderador e do Executivo. Em seguida, questionaram se
essa prática era comum na União, considerando o objetivo de avançar a política na
organização.
Júnior respondeu que essa prática não era comum, pois seria recorrente se fosse. Ele
destacou que o foco estava em uma fala sem poder efetivo e questionou se houve
intervenção prática ou algo foi barrado sem justificativa por parte de Arthur.
Quando perguntado sobre por que ele usou o termo "fala sem poder", Júnior explicou que
após muito tempo trabalhando com Arthur, era capaz de discernir quando ele estava
realmente ameaçando. Ele caracterizou a fala como uma imposição de medo, um susto,
pois nunca houve registro de Arthur interferindo de tal modo. Júnior reforçou que as
palavras não possuem poder em um grupo de diretoria de partido onde o estatuto não
proíbe tais declarações.
Ao ser questionado sobre o motivo que levaria Arthur a querer instilar medo, Júnior
mencionou que era um medo simbólico, uma forma de mostrar que a diretoria era
responsável pelas decisões executivas, não os membros.

Mencionou também o episódio ter sido pontual e não recorrente, mas que o PN atua
diretamente na Política da União. O Arthur estaria, na data do depoimento, como
Presidente de Honra do Partido, e que é a diretoria partidária que toma as decisões pelo
partido. Enfatizou que a palavra final no partido é dele, do presidente partidário e não do
Arthur.
Depoimento do Luís Eduardo, ex-Primeiro-Ministro

Luis Eduardo, também conhecido como Dudu, é um ex-Primeiro-Ministro pelo Partido


Nacionalista e ex-presidente do partido. Apesar de não ocupar mais esses cargos, ele
mantém laços de amizade estreitos com os membros da diretoria do PN. Sua presença
como testemunha é significativa para a CPI, pois permite que a comissão ouça uma
perspectiva interna do partido, mesmo considerando sua ausência nos cargos
mencionados.

A primeira pergunta foi sobre como era o comportamento do Presidente de Honra do PN,
e Príncipe pela UPB, o Senhor Arthur. Prontamente ele respondeu como o mencionado
sendo responsável, ordeiro e que nunca observou ele ultrapassar os limites. Juntamente
do Arthur, disse ter fundado o PN e que na própria visão o comportamento dele sempre foi
normal. Na situação apresentada nos prints iniciais, não pôde estar muito presente, mas
tentou acompanhar o máximo, e percebeu que ele possa ter ultrapassado os limites.
Ressaltou novamente que nunca o achou “muito tóxico”, e que eles são amigos na vida
real.

Perguntado sobre a atitude de como o Arthur se comportou, respondeu reconhecendo


novamente que houve exagero, mas que isso é o normal dele, pois o Dudu o conhece bem
e sabe como ele é. Mencionou que sempre achou o Castro muito respeitoso, pois aceita o
tempo das pessoas e os defeitos delas. E que essa atitude nos prints da denúncia é
normal pois ele é um líder.

Após algumas perguntas e respostas desencontradas, disse não se recordar muito pois
andava ocupado. Disse também que pelas conversas divulgadas pareciam estar bem
nervosos com a situação. Acrescentou que como ex-presidente e fundador deveria
procurado saber mais dos fatos nos bastidores, mas que acreditava que tinha mais a ver
com discordância de ideias entre uma figura muito reconhecida e forte e uma política
forte e ganhando muita moral.

Ao ser questionado sobre como procedeu o preenchimento do cargo que o Dudu deixara
vazio, ele respondeu que o Arthur já tinha a intenção de voltar, então apenas deixou.
Afinal, ele seria literalmente o dono. Acrescentou logo em seguida: “Nesse dia eu
praticamente sumi” “Não quis opinar, não queria me estressar, além que ele foi bem
melhor que eu em literalmente tudo”.

As perguntas seguintes foram relacionadas à autoridade dentro do Partido, se era o Arthur


detentor da palavra final. Houve a resposta dizendo que impreterivelmente era do Arthur,
mas que ele também pede opinião a ele, “Mas quando ele [o Arthur] diz que é, ponto final
então está feito”, finalizou.

Após o final de seu depoimento o Dudu fez alguns questionamentos sobre o caso. Após
os esclarecimentos foi sugerido que caso ele tivesse mais algo para acrescentar, que
chamasse algum membro da CPI para que retornasse e pudesse depor novamente. Então
sua última solicitação foi:

“Posso ter um tempo para pensar?” “E assim que ter uma resposta mais natural e
não emocional”
Depoimento do Príncipe Arthur de Castro

Como sendo a pessoa mais mencionada nos depoimentos e principal figura nos prints
anexados nas evidências, o Senhor Arthur de Castro torna-se o principal foco nos
depoimentos. Evidencia-se a necessidade de buscarmos esclarecer ao público a
associação de um Príncipe, membro da Família Imperial, com a liderança de um partido
político ativamente atuante na política da União Pelo Brasil.

O primeiro ponto esclarecido ao depoente pelo Presidente da CPI era que ele não estava
sendo acusado de nada naquele momento. Sua presença ali era de um depoente, que de
livre e espontânea vontade poderia trazer às claras suas intenções, atos e prerrogativas.

O primeiro questionamento foi sobre os motivos que o fizeram agir da forma que agiu nos
prints. O depoente explicou que sua fala ocorreu devido ao estado de extremo estresse
causado pelo motim dos novos senadores indo contra a diretoria do Partido Nacionalista,
algo considerado inadmissível dentro das tradições do PN. Ele esclareceu que expressou
sua frustração devido a esse cenário, ressaltando que essa não é sua forma natural de
comunicação.

Em seguida, foi perguntado e ele acredita que tenha usado da autoridade e influência
para tentar manipular a votação da presidência do Senado. Ele admitiu que utilizou sua
autoridade como Presidente de Honra para ordenar a quem deveriam votar, mas negou ter
manipulado a votação. Ele destacou que agiu dentro de suas prerrogativas como
Presidente de Honra e pai Fundador do PN.

Foi solicitado que o Príncipe Arthur criasse uma lista de hierarquia dentro do PN, e a lista
fornecida foi a seguinte:

1° Pai Fundador – Arthur D. Castro


2° Presidente Interino – Júnior Cortez
3° Presidente de Honra – Arthur D. Castro
4° Vice-presidente – Caironita
5° Secretário-Geral – vago
6° Conselheiro Partidário – vago”

Perguntado se ele sabia os motivos de quem vazou essa conversa da cúpula do PN, ele
disse que preferiu não ir muito atrás. Em seguida, indagado se ele já havia saído da
liderança do PN alguma vez, respondeu positivamente, confirmou que saiu da liderança
do PN em várias ocasiões ao longo da história do partido.

Ao ser questionado sobre a influência do PN mesmo estando "fora" da União, o depoente


reconheceu que há uma certa influência devido a uma parceria estabelecida com
Ronaldo.

Em seguida foi trazido novamente um print que o depoente exclama: “Carnívora, pode
dizer que eu mandei este recado para eles, se não votarem conosco, simplesmente não
vão conseguir trabalhar, pois o veto do [Poder] Moderador e do [Poder] Executivo é
certeiro!” e então foi perguntado se ele acreditava que uma fala como essa descredibiliza
o Poder Moderador. O depoente perguntou “De que forma?” e lhe foi respondido:
“Insinuando usar o veto pra impedir o progresso de uma pessoa que você
não queria no poder, neste caso em específico, na presidência do Senado Imperial”.
Arthur então trouxe que a frase não implicava em ações diretas, mas sim em possíveis
influências indiretas. Ele enfatizou a importância da influência na política, porém
ressaltou que isso não implicava em agir diretamente.

Questionado novamente sobre o descrédito do Poder Moderador e a neutralidade


esperada dos membros da Família Real, Arthur respondeu que, embora isso seja
esperado, ele estava falando como Pai Fundador, não como Príncipe da família Imperial.

Diante da observação sobre sua menção à influência como príncipe na regência,


mencionada também sua influência sobre o poder executivo, Arthur esclareceu que
estava se referindo à bancada que, segundo ele, votaria contra, algo que já não era mais
de seu interesse nem benéfico para a União.

Quando questionado sobre se essa bancada votaria contra sob suas ordens, Arthur
respondeu que “Talvez, não há como ter certeza disso”, acrescentou em seguida que a
frase em si não significa algo direto ou indireto, ela fica aberta a interpretação

Arthur explicou que não se manteve na Regência por escolha própria e que poderia ter
permanecido para vetar algo se assim desejasse. Quando questionado sobre se ele
escolhe se manter ou não na regência, ou se apenas cumpriu o tempo devido a alguma
regra, Arthur reforçou que já havia respondido a pergunta, mas que decidiu sair da
Regência por conta do exército.

O Presidente da CPI, então, perguntou aos demais membros do Moderador se a


informação de que o Arthur havia da regência por conta própria procede. Ficando então
constatado que a regência do Arthur tinha tempo determinado, entretanto ele pediu para
entregar a regência 2 dias antes de seu término.

A pedido de um dos membros da comissão, foi solicitado que o depoente esclarecesse


melhor as falas: “[...] se não votarem conosco, simplesmente não vão conseguir
trabalhar, pois o veto do [Poder] Moderador e do [Poder] Executivo é certeiro!”. Entretanto,
o Arthur disse novamente que a frase depende da interpretação do leitor e ainda
acrescentou: “por isso só se investiga fato consumado, não possibilidades”

Depoimento do Presidente do Senado Rodolfo Torres

Por ter estado no Partido Nacionalista e estar diretamente conectado com todos os
acontecimentos, é de suma importância o depoimento do Senhor Rodolfo. Este que hoje
está como Senador e foi o principal alvo das coordenações que esta CPI investiga. O
Senhor Torres esteve presente durante todos os depoimentos, por isso, estava ciente da
versão dos fatos das pessoas envolvidas. Foi colocado também, no início do depoimento,
que ele deveria ter sido a segunda pessoa a ser convocada, ficando atrás somente do
denunciante, o Senador Daniel Oliveira.

A primeira pergunta foi como ele enxergava a relação entre a cúpula do PN e os demais
membros do partido. Respondeu admitindo que havia tempo que não participava
ativamente do grupo desde o rompimento de relações com outro grupo e por outros
motivos. Mas mencionou que o grupo do PN é um grupo parado, com pouquíssima
atividade, sendo a última comunicação sendo o comunicado da nomeação do Arthur
como Presidente de Honra, feita pelo Júnior Cortez. Finalizou sua resposta que a relação
que ele tem presenciado, ao menos no último mês antecedente ao depoimento, como
sendo sadias e apaziguadas.

Perguntado sobre como ele se tornou candidato à presidência do Senado, respondeu que
emergiu com uma vontade particular de se tornar Senador. E que em decorrência disso,
não havia um representante para se candidatar à Presidência. E em conversas com a
Primeira-Ministra ele se propôs a se tornar candidato à cadeira de presidente. E que se
deu também porque não estavam satisfeitos com alguns acontecimentos na UPB.
Admitiu ter sido uma eleição acirrada, ainda que fosse entre candidatos do mesmo
partido. Disse ter percebido também um descontentamento por parte de seu adversário à
época da eleição, o Senador Júnior Cortez.

Então, questionado quando foi que soube que a diretoria não estava feliz com sua
candidatura, e ele disse que foi quando houve contato por parte do Júnior Cortez com a
Então Primeira-Ministra, Leila Cairone, com o Senador Cristian de Castela e com o
Príncipe Arthur.

Em consonância a isso, houve uma abordagem do Júnior à vice-presidente da CPI,


sugerindo trocas de favores, sugerindo também a outras pessoas posições que por ele
não viriam, ficando pendente de barganhar futuramente, segundo Rodolfo, com a
Primeira-Ministra.

Ainda segundo Rodolfo, a Primeira-Ministra então, o contactou e a outros Senadores


também, que ficaram “estarrecidos” com as palavras proferidas pelo Moderador Arthur de
Castro, da mesma forma por outras proferidas pelo Senador Júnior.

Sendo questionado se havia mais alguma evidência ou fato relevante que não estava no
conhecimento desta comissão, Rodolfo, o último depoente, após afirmar ter
acompanhado e verificado, afirmou que tudo que poderia ser exposto foi devidamente
colocado. Assim sendo a finalização do último depoimento prestado a esta Comissão
Parlamentar de Inquérito.

IV – ANÁLISE E COLETA DE DADOS DOS DEPOIMENTOS


A análise dos depoimentos colhidos durante esta CPI é fundamentada em princípios
jurídicos essenciais que regem o processo investigativo e a busca pela verdade. A
Constituição Federal estabelece o direito e o dever do Estado em promover a investigação
de fatos que possam configurar irregularidades, abusos de poder ou violações legais.
Nesse sentido, a presente Comissão Parlamentar de Inquérito tem o respaldo legal para
reunir informações e testemunhos que permitam esclarecer os eventos que motivaram
sua instauração.

Além disso, as normas legais que regem o funcionamento das CPIs conferem autoridade
e legitimidade aos depoimentos prestados pelos envolvidos, garantindo-lhes a proteção
necessária para relatar informações relevantes sem receio de represálias. A análise dos
depoimentos à luz dessas disposições legais visa não apenas identificar eventuais
irregularidades, mas também contribuir para a transparência, a responsabilização e o
fortalecimento das instituições democráticas.
Com base nos depoimentos colhidos até o momento, é evidente a complexidade dos
temas abordados e a importância de uma análise cuidadosa e imparcial. A partir deste
ponto, a CPI dará início às análises dos depoimentos, buscando identificar padrões,
contradições e evidências que possam corroborar ou refutar as alegações apresentadas.
A análise será conduzida com rigor técnico e ético, respeitando os direitos dos depoentes
e seguindo os princípios legais que regem o processo investigativo. O objetivo final é
chegar a conclusões embasadas que contribuam para a tomada de decisões futuras:

V – ASPECTOS LEGAIS E JURÍDICOS


Conforme registrado no item 2 deste Relatório, o fato determinado que ensejou a
instauração da presente Comissão Parlamentar de inquérito foram as ações que
levantaram questionamentos sobre a postura do Príncipe Arthur de Castro em relação
aos princípios de neutralidade e imparcialidade esperados de um membro da Família
Real em assuntos políticos.

É importante ressaltar que, enquanto representante cerimonial e simbólico da unidade


nacional, espera-se que um príncipe não tome partido nem manifeste publicamente
preferências políticas, garantindo assim a integridade das instituições e a confiança da
população na imparcialidade das decisões governamentais. Os dados levantados
durante a CPI serão fundamentais para avaliar se houve violação desses princípios e
subsidiar as medidas necessárias para garantir a continuidade da ordem institucional e a
preservação dos valores democráticos.

Alguns Senadores aproveitaram a ocasião para relatar propostas feitas pelo Senhor
Senador Junior Cortez durante as eleições para angariar votos dos já eleitos Senadores
para garantir sua chegada ao posto de Presidente do Senado. Essa prática, apesar de ser
considerada por alguns como antiética e até mesmo imoral, não foi constatada a prática
de crime pela CPI.

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