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RESUMO DE LIVROS - HOFFMAN, Jussara.

Avaliação Mediadora: Um
HOFFMAN, Jussara. Avaliação Mediadora; Uma Pratica da Construção da Pré-escola a
Universidade. 17.ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2000.

POR UMA ESCOLA DE QUALIDADE


São vários os fatores que dificultam a superação da prática tradicional, como: a crença
que a manutenção da avaliação classificatória garante ensino de qualidade, resistência
das escolas em mudar por causa da possibilidade de cancelar matriculas, a crença que
escolas tradicionais são mais exigentes.
Sobre a avaliação tradicional, ela legitima uma escola elitista, alicerçada no capitalismo
e que mantém uma concepção elitista do aluno.
Entretanto, uma escola de qualidade se da conta de que todas as crianças devem ser
concebidas sua realidade concreta considerando toda a pluralidade de seu jeito de viver.
pag 17
Deve se preocupar com o acesso de todos, promovendo-os como cidadãos participantes
nessa sociedade.
O desenvolvimento máximo possível do ser humano depende de muitas coisas além das
da escola tradicional como memorizar, notas altas, obediência e passividade, depende da
aprendizagem, da compreensão, dos questionamentos, da participação. Pag 30
O sentido da avaliação na escola, seja ela qual for a proposta pedagógica, como a de não
aprovação não pode ser entendida como uma proposta de não avaliação, de aprovação
automática. Ela tem que ser analisada num processo amplo, na observação do professor
em entender suas falas, argumentos, perguntas debates, nos desafios em busca de
alternativas e conquistas de autonomia.
A ação mediadora é uma postura construtivista em educação, onde a relação dialógica,
de troca discussões, provocações dos alunos, possibilita entendimento progressivo entre
professor/aluno.
O conhecimento dos alunos é adquirido com a interação com o meio em que vive e as
condições deste meio, vivências, objetos e situações ultrapassam os estágios de
desenvolvimento e estabelecem relações mais complexas e abstratas, de forma evolutiva
a partir de uma maturação. O meio pode acelerar ou retardar esse processo.
Compreender essa evolução é assumir compromisso diante as diferenças individuais dos
alunos.
Quanto ao erro, na concepção mediadora da avaliação, a correção de tarefas é um
elemento positivo a se trabalhar numa continuidade de ações desenvolvidas. O momento
da correção passa a existir como momento de reflexão sobre as hipóteses construídas
pelo aluno, não por serem certas ou erradas, problematizando o dialogo, trocando idéias.
Os erros construtivos caracterizam-se por sua perspectiva lógico-matemática.
A avaliação mediadora possibilita investigar, mediar, aproximar hipóteses aos alunos e
provocá-los em seguida; perceber pontos de vistas para construir um caminho comum
para o conhecimento científico aprofundamento teórico e domínio do professor.
Pressupõe uma análise qualitativa, uma avaliação não de produto, mas do processo, se
dá constantemente através de cadernos, observações do dia a dia, é teórica usa-se
registros.
A avaliação mediadora passa por três princípios: a de investigação precoce (o professor
faz provocações intelectuais significativas), a de provisoriedade (sem fazer juízos do
aluno), e o da complementaridade (complementa respostas velhas a um novo
entendimento). Cabe ao pesquisador descobrir o mundo, mas cabe ao avaliador torná-lo
melhor.
A mediação se dá relacionando experiências passadas às futuras, relacionado propostas
de aprendizagens a estruturas cognitivas do educando, organizando experiências,
refletivo sobre o estudo, com participação ativa na solução de problemas com a
apreciação de valores e diferenças individuais. O educador toma consciência do
estudante no alcance de metas individuais, promovendo interações a partir da
curiosidade intelectual, originalidade, criatividade, confrontações.

http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/3476530

AVALIAÇÃO MEDIADORA: UMA PRÁTICA EM CONSTRUÇÃO DA PRÉ-


ESCOLA À UNIVERSIDADE. de Jussara Hoffmann
CREDENCIAIS DO AUTOR

Jussara Hoffmann é Graduada em Letras pela UFRGS em 1974; Mestre em Avaliação


Educacional pela UFRJ em 1981; Professora e Coordenadora Pedagógica de Escolas
Particulares e de Escolas Estaduais de 1968 a 1980; Assessora de Delegacia de
Educação do RS de 1981 a 1986; Curso de Extensão em Supervisão Educacional pela
UFRGS em 1984. Professora da PUC-RS - Curso de Metodologia do Ensino Superior -
de 1982 a 1986.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola


à universidade – Porto Alegre: Editora Mediação, 1993. 20ª Edição revista, 2003.

RESUMO: O texto de Jussara Hoffmann, “Avaliação Mediadora: Uma prática em


construção da pré-escola à universidade”, toma por base a avaliação como uma
atividade que faz com que o aluno seja instigado a desenvolver seu processo cognitivo,
mas o que a maioria das escolas, juntamente com seus professores perpassam é, o
processo avaliativo como um sistema “classificatório de ensino de qualidade”,
( HOFFMANN, p. 12.)

O texto de Jussara Hoffmann, “Avaliação Mediadora: Uma prática em construção da


pré-escola à universidade”, toma por base a avaliação como uma atividade que faz com
que o aluno seja instigado a desenvolver seu processo cognitivo, mas o que a maioria
das escolas, juntamente com seus professores perpassam é, o processo avaliativo como
um sistema “classificatório de ensino de qualidade”, ( HOFFMANN, p. 12.), ou seja, a
avaliação neste caso vai dizer se determinada escola é uma instituição que tem melhor
índice de desenvolvimento por parte dos alunos. A autora argumenta que este tipo de
prática acaba dificultando o alunado, por quê tal metodologia torna-se um fator
excludente que qualifica e desqualifica o aluno.
 A sociedade argumenta, muita das vezes, que a avaliação como processo não
classificatória desqualifica o ensino, por isso ainda é visível a busca de muitas famílias a
escolas conservadoras, como se este fator revelasse a competência dos alunos, ao
contrário a esta idéia, segundo a autora, “observamos, com freqüência, historias
contrárias de maus alunos que se tornam excelentes profissionais. Ou o inverso, alunos
nota 10 em cursos superiores que realizam estágios profissionais medíocres.”
(HOFFMANN, p. 23). Ai se percebe que não é a avaliação como um processo
classificatório que vai dizer se o aluno tem ou não tem capacidade de se desenvolver no
meio profissional.
A autora também aborda em seu livro a questão do professor, sujeito  mediador do
processo avaliativo, e mostra que muita das vezes o professor não está preparado, como
fora dito antes. Ainda, é claro, entende a avaliação na sua forma de qualificar e não de
avaliar a aprendizagem do alunado. Ter notas altas não quer dizer que o aluno aprendeu
o assunto. A autora diz que o aluno entende a escola fora do seu meio social e não
veiculado a ele. “Escola é escola, para ele a vida é diferente.” (HOFFMANN, p. 26).
Isso mostra que a pesquisa feita pela autora mostra a escola não como a mediadora do
conhecimento, mas sim cumpridora da fusão de passar o conhecimento,
desconsiderando a aprendizagem do estudante. A escola toma por base a ensinar, mas
sem se preocupar com a realidade social do aluno. “ O que revela a concepção de escola
para a memorização de fatos que não adquirem significado algum ao longo de sua vida,
fatos transmitidos, memorizados, esquecidos.” Hoffmann diz ainda que a avaliação deve
ser passada visando a realidade do aluno. Deve-se haver uma preocupação entre a escola
no ser psíquico do estudante.
Hoffmann no livro destaca uma fala dita por uma aluna: “ Quanto mais eu vou a escola,
mais eu estudo, quanto mais eu estudo, mais eu aprendo, quanto mais eu aprendo, mais
eu esqueço.” (HOFFMANN, p. 26). Portanto, fica claro que a metodologia usada na
educação desfavorece os alunos no sentido de produzir o conhecimento, visando a idéia
de arrancar o conhecimento do aluno custe o que custar . O que mais poderia, como
exemplifica bem a autora, era haver um dialogo entre  escola e família sobre o adquire
conhecimento e não introduzi-lo no aluno.
Em uma parte do livro a autora destaca o seguinte título: “ As charadas da avaliação”, e
discerne que as atividades avaliativas são passadas em sala de aula de uma forma que
não condiz com a realidade social dos estudantes, formando-se assim, na cabeça dos
alunos, verdadeiras charadas. Destaca-se aqui um exemplo relevante da autora:
“Uma pessoa mora no 18º andar de um prédio de apartamento. Todos os dias desce pelo
elevador para ir ao seu local de trabalho. Ao final do expediente, retornando para casa,
vai pelo elevador até o 13º andar e sobe os demais andares pela escada. Isso se repete
todos os dias. Você saberia dizer por quê?” ( HOFFMANN, p. 29)
A resposta da autora a questão apresentada é que “a pessoa é tão baixinha que só
alcança o 13º andar dentre os painel do elevador” (HOFFMANN, p. 29). Os professores
pesquisados deram varias respostas, isso se evidencia pelo o fato de em um processo
avaliativo as questões introduzidas ao sujeito que vai ser avaliado está submetida a
varias interpretações e inferências. No aluno isso ainda é mais visível porque ele
relaciona as questões escolares com seu meio de convivência. Como tais questões, e
isso se argumentou aqui antes, não condizem com a realidade, há um certo confronto na
pessoa do estudante em relação a escola e a aprendizagem.
Aqui se faz a mesma pergunta prefaciada pela autora, “por que o aluno não aprende?”
(HOFFMANN, p. 31). Não seria pelo o motivo de que não há uma preocupação da
escola em relação ao sujeito do aluno, ou seja, a escola quer formar o estudante para a
sociedade, mas esquece que este ser já dispõe de uma formação. Como esclarece bem a
autora: “ O aluno constrói o seu conhecimento na interação com o meio em que vive.
Portanto, depende das condições desse meio, da vivência de objetos e
situações.”(HOFFMANN, p. 41). Hoffmann disserta que os professores, mais ainda a
escola, deveria preocupar-se mais com o ser do aluno. Como este aluno está
desenvolvendo sua aprendizagem entre escola e família? As avaliações deveriam frisar
mais a realidade social do aluno, e o professor  deveria voltar sua atenção para uma
avaliação que valorizasse o ser social do aluno, fato que na escolas tradicionalista se
introduz como avaliação classificatória, esquecendo totalmente das percepções
empíricas e cognitivas do estudante.
Jussara Hoffmann apresenta um livro elaborado sobre a ótica da teoria e da prática.
Mesmo que pareça uma utopia perguntar-se como fazer com que os alunos aprendam
em um pais igual ao Brasil onde há tantos contrastes sociais, se deve acima de tudo,
preocupar-se em mudar tal realidade. Como? A resposta é dada pela autora que
descrevendo o significado da avaliação mediadora diz: “ Presta muita atenção na
criança, no jovem, no eu. Eu diria “pegar no pé” desse aluno mesmo, instituindo em
conhecê-lo melhor, em entender suas falas, seus argumentos, teimando em conversar
com ele em todos os momentos, ouvindo todas as suas perguntas, fazendo novas e
desafiadoras questões, (...). Neste sentido, então, teremos perseguido uma escola de
qualidade para todas as crianças e jovens deste país.” (HOFFMANN, p. 28).
A autora aborda a questão da escola como um agente social e a avaliação com uma parte
integrante na formação do ser social. Para isso é necessário que a sociedade compreenda
que os processos avaliativos tende a serem mediadores e não classificatórios, por que é
de responsabilidade social o desenvolvimento da educação. O filosofo Anísio Teixeira
afirma em seu livro “Introdução a Filosofia da Educação” que: “Se há crise do
"espírito", como hoje se diz, se os valores humanos, na sua perpétua transformação,
conquistam novas formas e velhas ilusões se vão desfazendo em troca de valores
realistas e ásperos, - é que as escolas estão a falhar na sua finalidade espiritual…e urge
reformá-las.” (TEIXEIRA, p. 01).
Muitas vezes, o professor investe suficientemente na dimensão cognitiva do
desenvolvimento e não dedica atenção à dimensão afetiva. Outras vezes, faz o inverso:
cuida da criança com carinho e atenção, mas sem planejar adequadamente como vai
ajudá-la a progredir na aprendizagem para alcançar as metas que devem ser atingidas do
ponto de vista cognitivo. Assim, é proposto que cada professor, ao planejar as situações
didáticas, reflita sobre os estudantes, considerando o desenvolvimento integral,
contemplando as características culturais dos grupos a que pertencem e as
características individuais, tanto no que se refere aos modos como interagem na escola,
quanto às bagagens de saberes de que dispõem. É nessa linha de pensamento que Silva
(2003, p.10) aponta “que o espaço educativo se transforma em ambiente de superação
de desafios pedagógicos que dinamiza e dá significado a aprendizagem, que passa a ser
compreendida como construção de conhecimentos e desenvolvimento de competências
da formação cidadã.” É preciso que os professores reconheçam a necessidade de avaliar
com diferentes finalidades: conhecer e acompanhar o seu desenvolvimento; conhecer as
dificuldades e planejar atividades que os ajudem a superá-las; saber se as estratégias de
ensino estão sendo eficientes e modificá-las quando necessário. Diferentemente do que
muitos professores vivenciaram como estudantes ou em seu processo de formação
docente, é preciso que, em suas práticas de ensino, elaborem diferentes estratégias e
oportunidades de aprendizagem e avaliem se estão sendo adequadas. Assim, não apenas
o estudante é avaliado, mas o trabalho do professor e a escola. A concepção de
avaliação perpassa a lógica de um processo de organização de ensino, relacionado com
a aprendizagem do aluno e com a sociedade. A partir disso, é possível realizar os
questionamentos: para que avaliar? O que avaliar? Considera-se que, ao avaliar o aluno,
o professor avalia sua própria prática. Para o grupo de estudos, a avaliação serve para
reorientar a prática pedagógica, ou seja, como Luckesi (1995) propõe, “verificar as
falhas, compreender as causas e propor soluções, para mudar a situação que dificulta o
êxito da ação educativa.” Quanto à forma de avaliar, avalia-se o todo e as mudanças de
comportamentos gerados no aluno, pois se avalia para concretizar o processo de
educação, como ato humano, intelectual, cientifico e sistemático. Não se pode pretender
que o aluno esteja pronto ao final de cada bimestre ou ano letivo, pois como ser em
construção há muito que desenvolver no processo ensino-aprendizagem. Por isso, é
preciso estabelecer um diálogo constante com os estudantes. Assim, a avaliação deve
constituir prática contínua e não apenas do final de um período. Como tal, exige muitas
tarefas, pelas quais o aluno possa se expressar de várias formas, facilitando o ato de
avaliação. Nesta direção, avaliar significa identificar as necessidades dos alunos e ir à
busca de soluções para sanar essas necessidades. Neste contexto, a avaliação passa a ser
diagnóstica e inclusiva, porque concebe o aluno como ser em desenvolvimento
contínuo. Deve-se ressaltar a relevância da viabilização do projeto politico-pedagógico,
pois é ele que vai subsidiar um processo de avaliação comprometido com o
desenvolvimento. Destaca-se também como fator indispensável, a metodologia aplicada
pelo docente, que deve instigar o aluno a fazer uso do conhecimento adquirido.  
Portanto, faz-se necessário definir um perfil de saída de cada etapa de ensino e
assegurar esforços para compreender os processos de construção de conhecimentos das
crianças e adolescentes. Essa complexa tarefa pressupõe uma atitude permanente de
observação e registro. Se o estudante e sua família sabem aonde a escola quer chegar, se
estão envolvidos no dia a dia de que são os principais beneficiários, poderão participar
com mais investimento e autonomia na busca do sucesso nessa empreitada que é o
aprender.
As escolas devem, e já se vê no horizonte, repensar seus valores como transformadoras
de conhecimentos, por já o aluno dispor de uma relevada experiência, assim martela
Hoffmann. A escola não deve só querer formar cidadãos porque o cidadão ali já está,
mesmo fora da escola, em processo de formação. Buscar adaptar-se a realidade do aluno
e remetê-lo a sociedade, no momento não é a tarefa desafiadora da escola, mas sim
compreender que se deve mudar seu processo avaliativo para melhor instigar e
desenvolver os seus alunos para uma sociedade culturalmente rica e produtiva.

INDICAÇÃO DA OBRA

O texto é simples e bastante informativo, sendo indicado para estudantes a cursos


correspondente as áreas de  licenciaturas, pedagogia.

http://pedagogiaunicidiesdeguaianas.spaceblog.com.br/623673/JUSSARA-
HOFFMANN-AVALIACAO-MEDIADORA/

JUSSARA HOFFMANN – AVALIAÇÃO MEDIADORA 

Avaliação Mediadora 

·         Objetivo da autora: problematizar a prática de avaliação na escola, refletindo


sobre o cotidiano escolar

Concepção de avaliação para Hoffmann:

A avaliação está ligada à concepção de conhecimento e a Avaliação Mediadora exige


observação individual de cada aluno, atenta ao seu momento no processo de construção
do conhecimento. Professor e aluno têm papéis diferentes, senão poderíamos falar da
relação entre dois alunos. O professor como parceiro mais experiente tem como papel
facilitar o acesso do aluno a este conhecimento. Para a autora, da mesma forma que o
professor faz a mediação entre o conhecimento e o aluno, a avaliação deveria mediar
todo esse processo. Assim como o médico, através de exames laboratoriais e de sua
avaliação clínica prescreve medicamentos e outras medidas conforme o estado de saúde
de seu paciente, o professor deveria utilizar a avaliação durante todo o processo de
ensino-aprendizagem, observando como o aluno está apreendendo o conhecimento, que
dificuldades enfrenta, que reformulações em seu método de ensino devem ser feitas, etc.
Ou seja, a avaliação passa a ser um instrumento de regulação da aprendizagem. 

"Se o aluno é considerado um receptor passivo dos conteúdos que o docente


sistematiza, suas falhas, seus argumentos incompletos e inconsistentes não são
considerados senão algo indesejável e digno de um dado de reprovação.
Contrariamente, se introduzirmos a problemática do erro numa perspectiva dialógica e
construtivista, então o erro é fecundo e positivo, um elemento fundamental à produção
de conhecimento pelo ser humano. A opção epistemológica está em corrigir ou refletir
sobre a tarefa do aluno. Corrigir para ver se aprendeu reflete o paradigma positivista
de avaliação. Refletir a respeito da produção de conhecimento do aluno para
encaminhá-lo à superação, ao enriquecimento do saber significa desenvolver uma
ação avaliativa mediadora."

"Ou seja, o acompanhamento do processo de construção de conhecimento implica


favorecer o desenvolvimento do aluno, orientá-lo nas tarefas, oferecer-lhe novas
leituras ou explicações, sugerir-lhe investigações, proporcionar-lhe vivências
enriquecedoras e favorecedoras à sua ampliação do saber."

"As exigências avaliativas, desprovidas muitas vezes de significado quanto ao


desenvolvimento efetivo das crianças e dos jovens, favorecem a manutenção de uma
Escola elitista e autoritária"
Publicação: Série Idéias n. 22. São Paulo: FDE, 1994
Páginas: 51-59
 
Proposta de Mediação 

Por uma escola de Qualidade 

·         Crítica ao sistema tradicional de avaliação que enfatiza a testagem


·         Problemática do Acesso e Permanência
·        Qual é o papel da Escola nesse processo? Escola que percebe a educação como
um direito da criança e um compromisso da escola em torná-la capaz de reivindicar.
·         Defesa de uma proposta pedagógica coerente. Não pode ser vista como uma
proposta de não-avaliação.
·         Questão: Como os professores vêm interpretando as propostas de promoção
automática?
·         Sucesso na escola tradicional: memorização, notas altas, obediência e
passividade.
·         Desenvolvimento Máximo Possível: aprendizagem, compreensão,
questionamento e participação. 

As charadas da Avaliação 

Por que um aluno não aprende? 

● Crítica ao modelo behaviorista


● Ênfase nas técnicas de motivação
● Sugere que o aluno não aprende porque não faz as tarefas previstas, não presta
atenção nas explicações

Quem são os responsáveis pelo fracasso?

● Professor, Aluno ou Sociedade 



Uma visão construtivista do erro 

n       Pista: Cotidiano do Professor


n       A questão da subjetividade na elaboração das atividades escritas ou orais
n       A subjetividade e objetividade na correção do professor
n       A importância das tarefas: observação das hipóteses construídas pelos alunos 

Por que corrigir, professor?  

n       Qual o significado da ação corretiva para o aluno, para o professor e para os pais?
n       Como proceder o registro do que se observou nas tarefas dos alunos sem incorrer
na prática tradicional e autoritária?
n       Como partir dessas observações para uma ação mediadora, de fato, que provoque
o aluno a refletir e descobrir gradativamente melhores soluções sem a imposição de
nossas respostas?
n       Avaliação Classificatória: corrigir tarefas e provas dos alunos para verificar as
respostas certas e erradas e, com base nessa verificação periódica, tomar decisões
quanto ao seu aproveitamento escolar, sua aprovação ou reprovação em cada série ou
grau de ensino
n       Avaliação Mediadora: Analisar teoricamente as várias manifestações dos alunos
em situação de aprendizagem (verbais ou escritas, outras produções), para acompanhar
as hipóteses que vêm formulando a respeito de determinados assunto, em diferentes
áreas de conhecimento, de forma a exercer uma ação educativa que lhes favoreça a
descoberta de melhores soluções ou a formulação de hipóteses preliminarmente
formuladas.
 
Avaliação Mediadora:

Uma postura de vida  

n      Como romper com uma prática que se constitui fortemente pela estória de vida dos
professores, reveladora, sem dúvida, de posturas pedagógicas que parecem condizentes
a suas posturas de vida?
n       A autora não acredita em mudanças por meio de decretos e regimentos.
n       Defesa de uma avaliação que promova a aprendizagem do aluno

http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o-mito-avaliacao-aprendizagem.htm

O Mito da avaliação da aprendizagem

“A avaliação é a reflexão transformada em ação, não podendo ser estática nem ter
caráter sensitivo e classificatório”. Jussara Hoffmann
A Lei de diretrizes e Bases nº. 9.394/96, nos proporciona os dois mais importantes
princípios da afetividade e amor no domínio escolar, o respeito à liberdade e a
consideração à tolerância, que são inspirados nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana. Ambos têm por fim último o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para as
ocupações no trabalho. A Lei 9.394/96, das diretrizes e bases para a educação nacional,
faz menção à avaliação da aprendizagem. Ao longo dos seus artigos, o termo avaliação
(e suas variações) aparece 24 vezes, e o termo verificação (do rendimento ou da
aprendizagem), duas. São, assim, pelo menos vinte e seis alusões à idéia de avaliar, seja
relacionando-a a instituições, a alunos, aos docentes, ou aos processos educacionais
como um todo. A diferença fundamental entre verificação e avaliação, é que a primeira
é uma ação estática e a segunda é um processo dinâmico e encaminha a ação.
Avaliar envolve valor, e valor envolve pessoa. Avaliação é, fundamentalmente,
acompanhamento do desenvolvimento do aluno no processo de construção do
conhecimento. O professor precisa caminhar junto com o educando, passo a passo,
durante todo o caminho da aprendizagem.
Hoffmann propõe para a realização da avaliação, na perspectiva de construção, duas
premissas fundamentais: confiança na possibilidade do aluno construir as suas próprias
verdades; valorização de suas manifestações e interesses. Para Hoffmann, o
aparecimento de erros e dúvidas dos alunos, numa extensão educativa é um componente
altamente significativo ao desenvolvimento da ação educacional, pois permitirá ao
docente a observação e investigação de como o aluno se coloca diante da realidade ao
construir suas verdades. Ela distingue o diálogo entre professor e aluno como indicador
de aprendizagem, necessário, à reformulação de alternativas de solução para que a
construção do saber aconteça. A reflexão do professor sobre seus próprios
posicionamentos metodológicos, na elaboração de questões e na análise de respostas dos
alunos deve ter sempre um caráter dinâmico.
Na avaliação mediadora o professor deve interpretar a prova não para saber o que o
aluno não sabe, mas para pensar nas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para
interagir com esse discente. Para que isso aconteça, o desenvolvimento dessa prática
avaliativa deverá decodificar a trajetória de vida do aluno durante a qual ocorrem
mudanças em múltiplas dimensões, e isso é muito mais que conhecer o educando.
Em um processo de aprendizagem toda resposta do aluno é ponto de partida para novas
interrogações ou desafios do professor. Devem-se ofertar aos alunos muitas
oportunidades de emitir idéias sobre um assunto, para ressaltar as hipóteses em
construção, ou as que já foram elaboradas Sem tais atitudes, não se idealiza, de fato, um
processo de avaliação contínua e mediadora.
Avaliar significa ação provocativa do professor desafiando o educando a refletir sobre
as situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-o a um saber
enriquecido, acompanhando o “vir a ser”, favorecendo ações educativas para novas
descobertas. A avaliação apresenta uma importância social e política fundamental no
fazer educativo vinculando-a a idéia de qualidade. Não há como evitar a necessidade de
avaliação de conhecimentos, muito embora se possa torná-la eficaz naquilo que se
propõe: a melhora de todo o processo educativo. Avaliar qualitativamente significa um
julgamento mais global e intenso, no qual o aluno é observado como um ser integral,
colocado em determinada situação relacionada às expectativas do professor e também
deles mesmos. Nesse momento, o professor deixa de ser um simples colecionador de
elementos quantificáveis e utiliza sua experiência e competência analisando os fatos
dentro de um contexto de valores, que legitimam sua atitude como educador.
 Ref: HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré-
Escola à Universidade

http://lubarrach.blogspot.com.br/2010/10/tema-de-concurso-avaliacao-
mediadora.html

TEMA DE CONCURSO: Avaliação Mediadora ( Jussara Hoffmann )

Avaliação Mediadora, trás uma abordagem referete a questão de como avaliar um aluno,
quais os meios, maneiras, enfim, será que avaliar baseia-se em apenas um único
momento?
Para Jussara Hoffmann, existem duas premissas fundamentais: o aluno constrói suas
verdades e valoriza suas manifestações e interesses. Contudo devemos considerar seus
pensamentos e suas ideias.
Ela valoriza: erros e dúvidas dos alunos, no qual se abre uma oportunidade do docente
observar e investigar o aluno.
Trata o diálogo entre Professor e Aluno, como um indicador de aprendizagem, onde
ocorre troca de informações.
Nesse processo, sempre haverá uma oportunidade para reformular uma alternativa de
solução para que a construção do saber aconteça.

Professor deve: Refletir sobre seus métodos na elaboração de questões e analisar as


respostas dos alunos, isso ela chama de caráter dinâmico.

Na Avaliação Mediadora o Professor não deve interpretar a prova para saber o que o
aluno não sabe, mas para pensar nas estratégias pedagógicas para interagir com seu
aluno.

Ela afirma que, no processo de aprendizagem, resposta é = Ponto de partida para novas
interrogações ou desafios do professor.
É oferecer muitas oportunidades de emitir idéias ou as que já foram elaboradas. (Sem
isso não é possível obter uma avaliação contínua e mediadora.

Avaliar = Provocar = Desafiar = Refletir = Formular = Reformular Hipóteses.

Avaliar qualitativamente significa olhar global, o aluno ser visto, observado como um
ser integral

http://www.professorefetivo.com.br/resumos/Avaliacao-Mediadora-Uma-Pratica-da-
Pre-Escola-a-Universidade.html

Avaliação Mediadora - Uma Prática da Pré-Escola à Universidade


Jussara Hoffmann
 
Esta obra discute a avaliação numa perspectiva construtivista que se contraponha à
prática de avaliação tradicional, buscando o sentido em direção a uma escola igualitária
e libertadora desde a educação infantil, o ensino fundamental, médio, até a universidade.
O livro inicia com a discussão da escola de qualidade e sobre o compromisso de manter
na escola o aluno favorecendo lhe de fato o acesso ao saber (não simplesmente por
promovê-lo), a outros graus de ensino, de permanência e continuidade nos estudos. Pg.
15
Melhoria da qualidade do ensino requer: escolaridade para todas as crianças e escolas
que compreendam essas crianças a ponto de auxiliá-las a usufruir seu direito ao ensino
fundamental no sentido de sua promoção como cidadãos participantes nesta sociedade;
que perceba a educação como direito da criança consciente desse direito.
Numa perspectiva construtivista da avaliação, a questão da qualidade do ensino deve ser
analisada em termos dos objetivos efetivamente perseguidos no sentido do
desenvolvimento máximo possível dos alunos, à aprendizagem, no seu sentido amplo,
alcançada pela criança a partir das oportunidades que o meio lhe oferece.
A qualidade do ensino na concepção classificatória, a qualidade se refere a padrões
preestabelecidos, em bases comparativas: critérios de promoção, gabaritos de respostas,
padrões de comportamento ideal. Uma qualidade que se confunde com quantidade.
Qualidade, na perspectiva mediadora da avaliação, significa desenvolvimento máximo
possível, um permanente “vir a ser”, sem limites preestabelecidos, embora com
objetivos delineados e aceitação das pré-condições socioculturais do educando. Pg. 32
A avaliação apresenta uma importância social e política fundamental no fazer educativo
vinculando-a a idéia de qualidade. Avaliar qualitativamente significa um julgamento
mais global e intenso, no qual o aluno é observado como um ser integral, colocado em
determinada situação relacionada às expectativas do professor e também deles mesmos.
A autora pesquisou as causas do fracasso escolar junto aos professores (30) de escolas
estaduais de educação infantil, ensino fundamental e médio, os quais responderam:
1. o aluno não se interessa pelo conteúdo da escola. (10)
2. o aluno apresenta problemas de relacionamento com professores e colegas. (10)
3. o aluno não apresenta maturidade. (06)
4. o aluno não tem oportunidade de expressar suas idéias ao professor. (03)
5. o professor apresenta falta de conhecimento quanto a questões de aprendizagem. (1)
Percebe-se que alguns professores atribuem a responsabilidade a si próprios, porém a
maioria atribui a culpa aos alunos, os quais passam a ser um misto de réu e vítima.
Quem são os responsáveis pelo fracasso escolar: professores, alunos ou sociedade? O
compromisso do professor diante da criança e do jovem deve proceder diante das
diferenças individuais dos alunos em relação a todos os níveis
socioculturais. Um dos princípios da teoria construtivista é fundamental para avaliação:
o indivíduo se dá por estágios evolutivos do pensamento a partir de sua maturação e
suas vivências.
Neste sentido, deve-se ter uma visão construtivista do erro em termos da correção das
tarefas feitas pelos alunos em todas as situações de aprendizagem. Os erros e as dúvidas
dos alunos são componentes significativos ao desenvolvimento da ação educacional,
pois permitirá ao docente a observação e investigação de como o aluno se coloca diante
da realidade ao construir seu conhecimento.
A autora distingue o diálogo entre professor e aluno como indicador de aprendizagem,
necessário, à reformulação de alternativas de solução para que a construção do saber
aconteça. A reflexão do professor sobre seus próprios posicionamentos metodológicos,
na elaboração de questões e na análise de respostas dos alunos deve ter sempre um
caráter dinâmico.
Na avaliação mediadora o professor deve interpretar a prova não para saber o que o
aluno não sabe, mas para pensar nas estratégias pedagógicas que ele deverá utilizar para
interagir com esse aluno. Para que isso aconteça, o desenvolvimento dessa prática
avaliativa deverá desvelar a trajetória de vida do aluno durante a qual ocorrem
mudanças em múltiplas dimensões.
Em relação ao processo de aprendizagem toda resposta do aluno é ponto de partida para
novas interrogações ou desafios do professor. Devem-se oportunizar aos discentes
emitir idéias sobre um assunto, para ressaltar as hipóteses em construção, ou as que já
foram elaboradas. São estas atitudes que idealizam, de fato, um processo de avaliação
contínua e mediadora.
A objetividade e a subjetividade em geral refere-se a forma de elaboração das questões,
mas é pela correção que as questões se caracterizam em “objetivas” ou “subjetivas”.
A partir das considerações, apontamos alguns princípios coerentes à ação avaliativa
mediadora:
- oportunizar aos alunos muitos momentos de expressar suas idéias – as tarefas são
elementos essenciais para a observação das hipóteses construída pelos alunos ao longo
do processo;
- oportunizar discussões entre os alunos a partir de situações desencadeadoras - os
trabalhos em grupo são “gatilhos” para a reflexão de cada aluno, para o
desenvolvimento do conhecimento em sua perspectiva de compreensão;
- realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas, investigando teoricamente,
procurando entender razões para as respostas apresentadas pelos estudantes – a
avaliação mediadora exige a observação individual, ou seja uma relação direta com o
aluno a partir de muitas tarefas (orais ou escritas), interpretando-as (respeito a
subjetividade), refletindo e investigando teoricamente razões para soluções apresentadas
de acordo com os estágios
e as experiências do aluno;
- em vez do certo/errado e da atribuição de pontos, fazer comentários sobre as tarefas
dos alunos, auxiliando-os a localizar as dificuldades, oferecendo-lhes oportunidades de
descobrirem melhores soluções – é preciso ultrapassar a sistemática tradicional de
buscar certos e errados em relação às respostas do aluno e atribuir significado ao que se
observa em sua tarefa, valorizando idéia e dando importância a suas dificuldades. O
respeito e a valorização de cada tarefa favorecem a expressão de crenças
verdadeiramente espontâneas.
- transformar os registros de avaliação em anotações significativas sobre o
acompanhamento dos alunos em seu processo de construção de conhecimento – os
registros do professor devem responder às questões: O aluno aprendeu? Ainda não
aprendeu? Por que não aprendeu? Quais os encaminhamentos feitos ou por fazer nesse
sentido?
Em relação à correção há duas posturas que se opõem naturalmente:

Avaliação Classificatória
Corrigir tarefas e provas do aluno para
verificar respostas certas e erradas e, com
base nesta verificação periódica, tomar
decisões quanto ao seu aproveitamento
escolar, sua aprovação em cada série ou grau
de ensino (prática Avaliativa).

Avaliação Mediadora
Analisar Teoricamente as várias
manifestações dos alunos em situações de
aprendizagem (verbais ou escritas, outra
produções), para acompanhar as hipóteses
que vem formulando a respeito de
determinados assuntos, em diferentes áreas
de conhecimento, de forma a exercer uma
ação educativa que lhes favoreça a
descoberta de melhores soluções ou
reformulação de hipóteses preliminarmente
formuladas. Acompanhamento esse que visa
ao acesso gradativo do aluno a um saber
competente na escola e, portanto, sua
promoção a outras séries e graus de ensino

As diferentes posturas também se revelam nas expectativas dos alunos (pedindo para
professor dar nota em toda atividade; não aceitando que sua tarefa tenha erro), dos pais (
não aceitando que não se corrija o caderno de seu filho), dos professores (corrijo tudo,
não corrijo, o que fazer?).
Na concepção mediadora a correção se faz presente pensando na evolução do
conhecimento de forma dinâmica, de descoberta por ensaio e erro, de tomada de
consciência sobre o fazer, muito mais que a preocupação com resultados imediatos ou
fórmulas definitivas de solução apresentadas pelo professor.
Não significa aceitar tudo o que a criança faz. Considerar, valorizar, não significa
observar e deixar como está. Ao contrário exige do professor a reflexão teórica
necessária para o planejamento de situações provocativas ao aluno que favoreçam a sua
descoberta. As tarefas de aprendizagem são pontos de partida do professor no sentido de
gerar conflitos entre as crianças pela confrontação entre elas a respeito de diferentes
soluções pensadas em evolução.
A ação mediadora do professor, a sua intervenção pedagógica, desafiadora, não pode ser
uniforme em todas as situações de tarefas dos alunos. Os erros que a criança apresenta
podem ser de natureza diversa. Nenhum extremo é válido: considerar que sempre
devemos dizer a resposta certa ou no outro extremo, considerar que todo e qualquer erro
que o aluno cometa tenha o caráter construtivo e que ele poderá descobrir todas as
respostas.
A tarefa do aluno está presente entre uma tarefa do aluno e a posterior. A tarefa do
professor consiste em favorecer a este aluno o alcance de um saber competente e a
aproximação com a verdade científica.
O tema correção envolve essencialmente o respeito à criança em suas etapas de
desenvolvimento e, por isso é urgente incluir o termo “ainda” no seu vocabulário. Ao
invés de analisar os exercícios dos alunos para responder quem errou ou quem acertou,
analisá-los para observar quem aprendeu e quem “ainda” não aprendeu.
Os registros de avaliação refletem a concepção de educação do professor. Relatórios de
avaliação devem expressar avanços, conquistas, descobertas, bem como relatar o
processo vivido em sua evolução, em seu desenvolvimento, dirigindose aos
encaminhamentos, às sugestões de cooperação entre todos que participam do processo.
Ao relatarmos um processo efetivamente vivido, encontraremos as representações que
lhes dêem verdadeiro sentido.
Há muitas crenças que a avaliação mediadora é restrita aos professores das séries
iniciais do ensino fundamental, mas a autora revela o desenvolvimento desta perspectiva
no ensino médio e no ensino universitário através de pesquisas realizadas.
O modelo que se instala em cursos de formação, é um modelo reprodutivista sendo
muito mais forte que qualquer teoria que o aluno possa adquirir, pois é vivida em seu
cotidiano.
Em sua pesquisa no curso universitário a autora aponta algumas concepções
apresentadas pelos professores resistentes à avaliação mediadora e assinala caminhos
para reflexão :
1. alunos desinteressados e desatentos – observa-se , nesta visão, um compromisso do
educador alienado de uma relação de aproximação com o pensar do aluno: o professor
“dá” a aula e o aluno “pega” as explicações. Na avaliação mediadora despertaria, então,
o educador para a relação dialógica da avaliação, buscando alternativas para estabelecer
sua aproximação e descoberta dos diferentes modos de pensar.
2. tempos e disponibilidade: entraves do processo – a avaliação mediadora opõe-se ao
modelo “transmitir-verificar-registrar” e evolui no sentido de uma ação reflexiva e
desafiadora do educador em termos de contribuir, elucidar, favorecer a troca de idéias
entre e com seus alunos.
3. o diálogo professor/aluno – o diálogo entendido a partir da relação epistemológica,
não se processa obrigatoriamente através da conversa, enquanto comunicação verbal
com o estudante.
Refletir em conjunto com o aluno sobre o objeto do conhecimento, para encaminhar-se
à superação, significa desenvolver uma relação dialógica, princípio fundamental da
avaliação mediadora.
4. acompanhamento individualizado – o diálogo, compreendido como leitura curiosa e
investigativa do professor das tarefas de aprendizagem, poderá se estabelecer mesmo se
o educador trabalhar com muitos alunos, no sentido de permitir lhe, senão a
proximidade corpo a corpo com o estudante, o debruçar-se sobre suas idéias e as do
grupo para acompanhar seus argumentos e vir a discuti-los ou enriquecê-los.
Portanto, o maior desafio é favorecer a descoberta pelos professores do significado da
avaliação mediadora para a formação de um profissional competente.
Confirmando a hipótese da autora que experiências em avaliação mediadora possam
provocar espontaneamente um reestudo do currículo, realizou um trabalho junto a uma
universidade e constatou que a prática avaliativa foi sendo reformulada e explicitada em
seu desenvolvimento através de reflexões constantes e ajustes necessários.
Os professores participantes do projeto no Ensino Médio relataram algumas conclusões:
- o processo de transformação inicia de forma lenta com muitas resistências dos alunos.
Uma vez compreendido, o processo alcança bons resultados; · a proposta exige a
reflexão permanente do grupo e ajustes freqüentes;
- a cooperação entre os alunos e destes com a professora é um dos resultados
alcançados. Os alunos passam a mostrar-se mais interessados em vencer suas
dificuldades e a refazer seus trabalhos; · a não-atribuição de notas à tarefas e situações
não-declaradas de “prova” causam menor pressão e resultados mais favoráveis de
aprendizagem;
- o processo provoca naturalmente a revisão do currículo pelos professores e o repensar
de sua metodologia;
- percebe-se com maior clareza a dimensão das dificuldades dos alunos.
Nesta perspectiva, avaliação mediadora é uma postura de vida e os fundamentos de uma
ação avaliativa mediadora ultrapassam estudos sobre teorias de avaliação e exigem o
aprofundamento em teorias de conhecimento bem como estudos referentes a áreas
específicas de trabalho do professor.
A ação avaliativa mediadora se desenvolve em benefício ao educando e dá-se
fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado. Pela
curiosidade de conhecer a quem educa e conhecendo, a descoberta de si
próprio. Conhecimento das possibilidades dos educandos de contínuo vir a ser, desde
que lhe sejam oferecidas as oportunidades de viver muitas e desafiadoras situações de
vida.
Resumo elaborado por
Martha Sirlene da Silva

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