Você está na página 1de 9

Escola Estadual Alice Salerno Gomes de Lima

João Lucas Mendonça da Silva

Vinícius de Moraes

Manaus
2022
João Lucas Mendonça da Silva

Vinicius de Moraes

Trabalho apresentado
como parte dos
requisitos para obtenção
de nota na disciplina de
Língua Portuguesa
ministrada pela
orientadora Rosa Maria

Manaus
2022
Introdução
Neste trabalho irei apresentar a biografia e principais obras do renomado autor
brasileiro Vinicius de Moraes que tem uma obra extensa, cujo eixo temático é
principalmente o lírico-amoroso, em que as relações afetivas são protagonistas, o que
lhe rendeu o epíteto de “poetinha”.
Biografia de Vinícius de Moraes

Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 09 de outubro de 1913 no Rio de


Janeiro.

Filho de Lydia Cruz de Moraes e Clodoaldo Pereira de Moraes, somente aos nove
anos foi registrado como Vinicius de Moraes.

Foi batizado na Maçonaria em 1920 e, aos dez anos, fez a Primeira Comunhão na
Igreja da Matriz, no bairro carioca de Botafogo.

Ainda adolescente, iniciou parcerias ao lado dos irmãos Paulo, Haroldo e Oswaldo
Tapajós. Com os amigos do colégio Santo Inácio formou, em 1927, um conjunto
musical para tocar em festas.

O grupo era composto por Paulo e Haroldo Tapajós, Maurício Joppert e Moacir Veloso
Cardoso de Oliveira.

E foi com Haroldo Tapajós que compôs as primeiras canções, “Loura ou Morena” e
“Canção da Noite”. Essa última, tendo a participação de Paulo Tapajós.

Em 1929, tornou-se bacharel em Letras pelo Colégio Santo Inácio; e no ano seguinte,
ingressa na Faculdade de Direito da Rua do Catete.

O primeiro poema publicado de Vinicius de Moraes, “A Transfiguração da Montanha”,


foi editado na revista A Ordem, em 1932.

Somente em 1933, no mesmo ano em que se forma em Direito, é publicado o primeiro


livro do poeta: “O Caminho para a Distância”, pela Schmidt Editora.

Já sua segunda publicação, “Forma e Exegese”, publicada pela editora Irmãos


Pongetti em 1935, recebe o prêmio Felipe de Oliveira. Também foi reconhecido pela
crítica e obteve comentários elogiosos de Manuel Bandeira.

Estava em Lisboa acompanhado da primeira mulher e de Oswald de Andrade quando


compõe “Soneto de Fidelidade”, em 1939. O soneto é um dos mais reconhecidos no
legado de Vinicius de Moraes.

Em 1941, começa a atuar no jornal A Manhã como crítico cinematográfico. O trabalho


é conciliado com os estudos para o concurso de ingresso na carreira diplomática,
tendo êxito em 1942.

Consegue conciliar a carreira diplomática e os trabalhos no suplemento literário de O


Jornal até 1946. Naquele ano, assumiu o posto de vice-cônsul em Los Angeles, para
onde viaja com Fernando Sabino.

Nos Estados Unidos, onde permaneceu cinco anos sem regressar ao Brasil, faz
contato com músicos brasileiros, como Carmem Miranda e o crítico cinematográfico
Alex Vianny.

Em um curso de cinema que decide fazer em 1947, torna-se amigo pessoal de Orson
Welles. Vinícius teve uma vida amorosa agitada, casando-se nove vezes.

O artista morre em 9 de julho de 1980, vítima de edema pulmonar.


Obra

Frequentemente, os críticos dividem a produção poética de Vinicius de Moraes em


duas fases, intitulando-as fase mística e social. Fazem parte da chamada “primeira
fase” as seguintes obras: O caminho para a distância (1933), Forma e exegese
(1935), Ariana, a mulher (1936), Novos poemas (1938) e Cinco elegias (1943).

A “segunda fase” é composta principalmente pelos seguintes livros: Poemas,


sonetos e baladas (1946), Pátria minha (1949), Antologia poética (1954), Livro de
sonetos (1957) e Novos poemas (II) (1959). Alguns estudiosos, como Renata
Pallotini e Otto Lara Resende, consideram a produção inicial de Vinicius, voltada
para questões metafísicas, como um experimentalismo estético, logo abandonada
para dar lugar ao verdadeiro poeta que se apresentaria em um segundo momento,
dedicado à lírica de tendência social e amorosa.

Outros críticos, como Antonio Candido e David Mourão Ferreira, contrariando tal
posicionamento, defendem a idéia de uma reelaboração destes princípios para
uma espécie de “humanização do sentimento religioso”.

Partindo desses posicionamentos, este trabalho dedica-se ao estudo da poesia


inicial de Vinicius, destacando as suas principais características e influências, e
ainda à apresentação de alguns poemas da sua produção final e de algumas
criações musicais, como forma de lançar luz sobre o percurso dos fundamentos e
do simbolismo religiosos na produção artística do poeta.

Inicialmente, foi feita uma revisão da fortuna crítica de Vinicius e, em seguida,


realizou-se a análise das composições poéticas e musicais, tomando por base o
texto bíblico e os fundamentos teóricos da lírica, da metafísica e do imaginário.

A pesquisa permitiu caracterizar a poesia inaugural, no que tange à questão da


religiosidade e, a partir disso, dar visibilidade à permanência destes elementos de
caráter metafísico, tanto na poesia final quanto na canção, o que contraria a tese
do artificialismo de sua produção inicial.

Vinícius e a música

Depois da década de 1950, a produção editorial de Vinicius de Moraes tornou-se


mais esparsa: nesse período, o autor passou a dedicar mais de seu tempo e de
seu trabalho literário em composições de canções, cuja popularidade atravessou
seu próprio tempo.

Fez parcerias com grandes compositores da época como Toquinho (Onde Anda
Você), Tom Jobim (Garota de Ipanema, uma das suas obras mais famosas), Edu
Lobos (Arrastão) e o grande Chico Buarque (com Valsinha e Samba de Orly).
Soneto do Amor Total, de Vinicius de Moraes

Escrito em 1951 para a então companheira Lila Bôscoli, Soneto do Amor Total é uma
das composições mais celebradas do poeta Vinicius de Moraes. A criação trata das
complexidades desse sentimento tão poderoso, o amor. Os versos discorrem sobre a
entrega e as contradições inerentes à paixão.

Amo-te tanto, meu amor... não cante


O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te enfim, de um calmo amor prestante,


E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,


De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,


É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Estrutura do Poema

A criação de Vinicius de Moraes é composta a partir de uma estrutura clássica, o


soneto, uma das mais tradicionais modalidades de forma fixa.

A estrutura é composta por dois quartetos e os dois tercetos totalizando 14 versos


decassilábicos regulares.

O formato soneto começou a ser relembrado pelos poetas modernistas especialmente


durante a segunda fase do movimento. Além de Vinicius de Moraes outros autores
consagrados como Manuel Bandeira também optaram por criar seus versos a partir
dessa forma fixa.

Reflexão

O poema Soneto do Amor Total está voltado para temática do amor romântico. Nele o


eu-lírico promete uma entrega total e absoluta apesar de demonstrar estar ciente da
finitude do sentimento.
Conclusão

Vinícius foi um dos precursores da Bossa Nova brasileira. A música “Chega de


saudade”, por exemplo, com a batida de violão marcante, ficou mundialmente famosa
e tornou-se outra das canções símbolos da Bossa Nova.
Bibliografia

1.  Jr, Arnaldo Nogueira. "Vinícius de Moraes -


Biografia". www.releituras.com.
2. ^ "Vinicius de Moraes: Biography and Poems | Brazilian Poetry".
Retrieved 28 May 2021.
3. ^ "Vinicius de Moraes". viniciusdemoraes.com.br. Archived from the
original on 17 February 2009.
4. ^ "Abril.com -". www.abril.com.br. Archived from the original on 21
October 2009.
5. ^ "Vinicius de Moraes - parteI". educaterra.terra.com.br.
6. ^ "Academia Brasileira de Letras". Academia Brasileira de Letras.
7. ^ Cf. Jose Castello, Vinicius de Moraes - O Poeta da Paixao, São
Paulo: Cia. das Letras, 1994, ISBN 85-7164-355-5
8. ^ "Both available at". Archived from the original on 23 October 2012.
Retrieved 17 September 2017.
9. ^ "Culture: A poem by Vinicius de Moraes". Perseu Abramo
Foundation. 31 December 2001. Archived from the original on 28
October 2007.
10. ^ Cf. Alfredo Bosi,Historia Concisa da Literatura Brasileira, São Paulo:
Cultrix,1997, p. 464, ISBN 85-316-0189-4 , partially available
at www.books.google.com
11. ^ Cf. Bosi, Historia Concisa, 458/459
12. ^ Bosi, Historia Concisa, 459
13. ^ "Vinicius de Moraes". www.tirodeletra.com.br. Retrieved 2
September 2018.
14. ^ Cf. official website, "Life" section
15. ^ "Vinícius: vida boêmia vigiada de perto", O Globo, 28 June 2009
16. ^ João Carlos Pecci (1994), Vinicius sem ponto final, Rio de Janeiro:
Saraiva, page 40, ISBN 85-02-01391-2
17. ^ "Brazil - BRAZZIL - Vinicius de Moraes Poet Emmeritus - Brazilian
Culture - Cover May 1999". www.brazzil.com.
18. ^ "Câmara aprova promoção de Vinicius de Moraes, morto em 1980, a
ministro de primeira classe". 10 February 2010.
19. ^ "Rio 2016 Olympic and Paralympic mascots named Vinicius and Tom
by public vote". Rio 2016. 14 December 2014. Archived from the
original on 8 August 2016. Retrieved 8 August 2016.
20. ^ Johnston, Abby (30 July 2016). "What Does Vinicius Mean? The Rio
Olympics Mascot Pays Tribute To A Famous Brazilian". Bustle.
Retrieved 8 August 2016.
Anexos

v
Capa do Livro “Amor Total” de Vinicius De Moraes. (1951)

Você também pode gostar