Você está na página 1de 4

Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes

Vinicius de Moraes, nascido Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes (Rio de Janeiro, 19 de


outubro de 1913 – Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980), foi
um poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro.
Poeta essencialmente lírico, o que lhe renderia o apelido "Poetinha", que lhe teria atribuído Tom
Jobim,[5] notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e
apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. [6] O Poetinha
casou-se por nove vezes ao longo de sua vida e suas esposas foram, respectivamente: Beatriz
Azevedo de Melo (mais conhecida como Tati de Moraes), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria
Lúcia Proença, Nelita de Abreu, Cristina Gurjão, Gessy Gesse, Marta Rodrigues Santamaria (a
Martita) e Gilda de Queirós Mattoso.[6]
Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. Ainda assim, sempre
considerou que a poesia foi sua primeira e maior vocação, e que toda sua atividade artística deriva
do fato de ser poeta.[7] No campo musical, o Poetinha teve como principais parceiros Tom
Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Biografia
Juventude
Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo
Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lydia Cruz de
Moraes, pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e
Helius (1918).[6] Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os seus
estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto. Desde então, já demonstrava interesse em escrever
poesias.[9] Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do
Governador, ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso
primário.[10]
Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a
cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se
amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras
composições e a se apresentar em festas de amigos. [11] Em 1929, concluiu o ginásio e no ano
seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje Faculdade Nacional de Direito (UFRJ).
[12]
 Na chamada "Faculdade do Catete", conheceu e tornou-se amigo do romancista Otávio de
Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências
Jurídicas e Sociais em 1933.[6]
Através de Otávio de Faria, começou a frequentar as reuniões da Ação Integralista Brasileira,
movimento brasileiro de cunho nacionalista, na Livraria do Schmidt, chegando a se filiar a ele. [13]
[14]
 Participou inclusive de algumas instruções das Milícias Integralistas no Arsenal de Guerra do
Caju. Em maio de 1937, publicou seu Soneto de Katherine Mansfield inédito na revista "Anauê!"
n.º 15.[15] Foi assinante de vários documentários Shell sobre o Integralismo.[14]
Início de carreira

Em 1936, obteve o emprego de censor cinematográfico

ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas


na Universidade de Oxford.

941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã".[16] Tornou-


se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos Bancários.

Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles

CARRERA MUSICAL

Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", em 25


de setembro de 1956. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical
começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu o
maestro Tom Jobim (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições
foram gravadas por inúmeros artistas.[16] Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um
período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria.
Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime.
Na década de 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, Vinicius
seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.
Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do
álbum "Arca de Noé", Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na
madrugada do dia seguinte Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na
banheira de casa, com dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e
tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo
e Vinicius de Moraes morreu pela manhã.

 Garota de Ipanema (música: Tom Jobim)


 Samba Em Preludio (música: Baden Powell)
 Canto a Lucía de Yoan (música: Tom Jobim)
 A felicidade (música: Tom Jobim)
 Água de beber (música: Tom Jobim)
 Insensatez (música: Tom Jobim)
 Eu sei que vou te amar (música: Tom Jobim)
 Chega de saudade (música: Tom Jobim)
 O que tinha de ser (música: Tom Jobim)
 Tarde em Itapoã (música: Toquinho)
 A tonga da mironga do kabuletê (música: Toquinho)
 Samba de bênção (música: Baden Powell)
 Berimbau (música: Baden Powell)
 Você e eu (música: Carlos Lyra)
 Canto de Ossanha

SONETO DE FIDELIDADE
são Paulo , 1946
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
 
Estoril, outubro de 1939

Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto


Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

Você também pode gostar