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Adriano Barbosa Gonçalves


Eficiência Energética: Aplicação de inversores
de frequência para redução do consumo de
Energia Elétrica em Torres de Resfriamento
Evaporativas
Prof. Mestre Regis Eugênio dos Santos

A escolha de torres de resfriamento é uma das aplicações


mais recorrentes em processos troca térmica industriais
Resumo – O objetivo deste trabalho e analisar as formas de quando o valor de saída necessário é compatível com a
acionamento para motores que exercem trabalho de força motriz temperatura do meio externo. O princípio básico de
em ventiladores industriais, precisamente os presentes em torres
de resfriamento evaporativas. Os acionamentos abordados terão
funcionamento de uma torre é a troca térmica entre o fluído
como base sempre o inversor de frequência, para que seja circulante com o processo ao qual deseja-se refrigerar. Após
possível criar relações entre potência, rotação e economia de isto, este fluído e enviado para o equipamento em estudo, a
energia. O trabalho terá como foco apresentar as vantagens que torre de resfriamento, para que o calor obtido no processo seja
as melhorias no controle de torres de resfriamento podem trazer, desprendido para o meio externo, fazendo assim o fluído
em específico as financeiras e ambientais retornar a temperatura ambiente. (OIKAWA, 2012)
O objetivo deste trabalho será realizar o estudo das
Palavras chave – Torres de resfriamento, inversores de possibilidades de economia de energia elétrica através da
frequência, métodos de controle
análise dos tipos de acionamentos do motor elétrico que é
Abstract – The objective of this work is to analyze the forms of utilizado como força motriz do ventilador presente na torre de
drive for motors that perform work of driving force in industrial resfriamento. A escolha deste tipo de carga para estudo se
fans, precisely those present in evaporative cooling towers. The baseia no fato de ventiladores possuírem característica de
drives will always be based on the frequency inverter, so that it is torque constante e este fato possibilitar economia de energia
possible to create relationships between power, rotation and com variações de rotação.
energy saving. The work will focus on presenting the advantages
that improvement in the control of cooling towers can bring, in
particular the financial and environmental
2.DEFINIÇÕES
1.INTRODUÇÃO
2.1 TORRES DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVAS
A utilização da energia elétrica de forma eficiente é um Torres de resfriamento podem ser projetadas de diversas
assunto muito importante dentro da área da engenharia formas de acordo com a necessidade da aplicação, segundo a
elétrica, principalmente para países em desenvolvimento como definição de Facão (1999) elas podem ser classificadas quanto
o Brasil, pois o necessário crescimento de uma economia gera a forma com que o ar circula internamente, natural, forçada ou
aumentos de consumo. Uma maior produção depende de induzida e quanto a forma com que o fluído a ser arrefecido
maior utilização de energia em seus processos e o aumento da circula internamente, podendo ser direta ou indireta. As
renda per capita de seus habitantes possibilita o acesso a um figuras abaixo exemplificam de forma sucinta estas
maior número de pessoas a equipamentos e serviços movidos classificações:
a eletricidade. (MAGINADOR, 2017)
Para minimizar os impactos ambientais que o aumento na Figura 1: Classificação de Torres de Resfriamento quanto
demanda por eletricidade causa existem duas alternativas, a ao tipo de tiragem.
geração por métodos que não agridam o meio ambiente e a
otimização no consumo de equipamentos, buscando o maior
aproveitamento possível para cada Kilo Watt gerado. Neste
artigo abordaremos a possibilidade de economia através da
escolha do tipo de acionamento para torres de resfriamento
industriais, o caso a ser estudado será uma torre que é utilizada
em um processo de esterilização de produtos alimentícios por
temperatura.
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pelo ventilador. Este processo possibilita a troca térmica do


fluído que adquiriu calor com o ar ambiente, e como
posteriormente este ar será retirado da torre pelo ventilador, a
energia térmica indesejada é expelida para a atmosfera.
(CORTINOVIS & SONG, 2005)

2.2 INVERSORES DE FREQUÊNCIA

Inversores de frequência são equipamentos eletrônicos


utilizados para o acionamento e controle de motores elétricos
de indução, tendo como principal característica a possibilidade
de variar a frequência em sua saída e assim conseguir
controlar a velocidade deste tipo de motor. Anteriormente este
Fonte: (FACÃO, 1999) controle somente era possível através de motores de corrente
continua, fato que trazia várias limitações e alta necessidade
Figura 2: Classificação de Torres de Resfriamento quanto de manutenção. (FRANCHI, Acionamentos Elétricos, 2008)
ao tipo de contato entre fluídos. Seu princípio de funcionamento pode ser descrito da
seguinte forma a tensão de entrada é recebida com a
frequência de acordo com os padrões de fornecimento,
geralmente 60HZ no Brasil, e é retificada para um nível de
tensão contínua, criando o chamado barramento DC
internamente ao inversor. Está tensão retificada é enviada aos
módulos de disparos, compostos por semicondutores na maior
parte das vezes constituídos por IGBT, estes são acionados de
acordo com os pulsos que a unidade central de processamento
envia. Ou seja, a tensão DC presente no barramento será
disparada por pulsos da CPU com o intuito de recriar a tensão
alternada, porém agora com a frequência desejada.
(FRANCHI, Inversores de Frequência Teoria e Aplicações,
2013) A figura abaixo descreve este comportamento:

Figura 3: Forma de onda de tensão e corrente na saída de


um inversor de frequência.
Fonte: (FACÃO, 1999)

O equipamento que será estudado neste artigo se refere a


uma torre de resfriamento de tiragem induzida e com contato
direto entre fluído a ser arrefecido e ar, fabricante Alpha
therm, modelo xxx. Este tipo de torre é o mais utilizado em
aplicações industriais “ por apresentarem melhor rendimento e
distribuição mais uniforme do ar circulante”. (OIKAWA,
2012)
Torres de resfriamento evaporativas de tiragem induzida são
constituídas pelos seguintes partes: estrutura, bomba de
circulação, utilizada para circular a água entre a torre e o meio
a ser arrefecido, ventilador, responsável por forçar o fluxo
induzido de ar contra o sentido da água para melhorar a
eficiência da troca térmica, entradas de ar onde o ar com Fonte: (FRANCHI, Inversores de Frequência Teoria e
temperatura ambiente entra repondo o ar que foi retirado pelo Aplicações, 2013)
ventilador, tanque que tem a função de acumular a água para
que a mesma seja recirculada e material de enchimento, que Uma classificação importante quando analisamos de
diminui a velocidade que o fluído desce pela torre para inversores de frequência é como se comporta os níveis de
aumentar o tempo de absorção de calor pelo ar. (FACÃO, tensão com a variação da frequência, de acordo com este
1999) parâmetro o inversor pode ser classificado de duas formas,
Seu funcionamento ocorre da seguinte forma, o fluído é escalar ou vetorial. Inversores escalares possuem relação V/F
coletado na parte inferior pela bomba centrifuga e enviado ao constantes e torque pré-determinado o que dificulta quando há
processo ao qual se deseja refrigerar, o retorno deste líquido é necessidade de torques especiais e respostas rápidas de
injetado na parte superior da torre e espalhado por bicos aceleração. Já o inversor vetorial possui controles eletrônicos
aspersores. Em sequência este fluído desce pelo material de
enchimento em contra fluxo com o ar que está sendo retirado
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que buscam garantir essa necessidade de torque através do O método de controle de uma variável de processo através
controle de tensão ou fluxo eletromagnético no motor. dos parâmetros conhecidos como PID, proporcional, integral e
(DAMIAN, 2012) define da seguinte forma esta derivativo é uma das técnicas mais utilizadas em aplicações
diferença “A principal diferença entre os inversores escalares industriais devido a sua vasta gama de funcionamento e
e os vetoriais deve-se à capacidade dos inversores vetoriais de simplicidade funcional. Ou seja, resumidamente controle PID
impor o torque necessário ao motor, de forma precisa e rápida, significa a forma com que o item chamado variável
permitindo uma elevada velocidade de resposta dinâmica a manipulada (MV) e tratada para que o valor de processo (PV)
variações bruscas de carga. ” atinja o setpoint (SP) desejado.
De maneira breve podemos definir estas três variáveis da
Figura 4: Comportamento do torque em função do RPM seguinte forma: Proporcional é parte que trata a diferença
para inversores escalares e vetoriais. entre o setpoint e o valor de processo, esta diferença é
denominada erro. Este controle determina a taxa de resposta
de saída para o sinal de erro, ou seja, a correção a ser aplicada
ao sistema aumenta em função do aumento do valor do erro. O
controle integral altera o valor do sinal de saída se baseando
na soma na amplitude e período que o erro ocorre, o valor
desta variável vai aumentando ao decorrer do tempo até que o
erro seja igual a zero. O derivativo por sua vez atua no sinal de
saída em função da velocidade que a variação do erro
apresenta, enquanto o proporcional e integral usam os valores
de erro que já aconteceram para calcular suas ações, o
derivativo tenta fornecer uma ação antecipada ao erro.
(NATIONAL INSTRUMENTS, 2017)
Em nosso projeto o controle PID será executado pelo
inversor de frequência utilizado, pois este já possui
internamente esta função. A variável de processo será a
temperatura da água no tubo de saída para o processo e esta
será medida através de um sensor de temperatura do tipo
PT100 que enviará seu sinal a um conversor de sinais para que
o valor seja transformado em uma entrada válida para o
inversor, no caso um sinal de 4 a 20ma. O setpoint será o
ponto ideal da temperatura da variável de processo e a ação do
PID será sobre a velocidade do motor do ventilador da torre.
Teremos, portanto, um circuito em malha fechada de controle.

3. METODOLOGIA

3.1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA

Tendo todos os principais itens que serão trabalhados


neste artigo explicados no capítulo anterior, este terá como
objetivo descrever as técnicas utilizadas para a solução da
situação problema analisada neste trabalho, verificar de forma
experimental a real economia na aplicação de inversores de
frequência no controle de ventiladores em torres de
resfriamento.
O sistema que será estudado é composto por uma torre de
resfriamento que está interligada a um compressor alternativo
de amônia. A função da água de torre neste processo é retirar o
Fonte: (DAMIAN, 2012) calor da amônia que foi comprimida pelo compressor e
desprende-la a atmosfera na torre. O fluxo de agua é gerado
O inversor que será utilizado para o acionamento do motor através de uma bomba centrífuga que coleta água no
estudado neste artigo se trata de um equipamento da fabricante reservatório da torre e circula em um trocador de claro a
Danfoss, modelo FC102, que possui controle vetorial e escalar placas no processo. A temperatura da água da torre é
configuráveis e possibilidade de ajustes de todos os controlada por um PT100 que envia seu sinal ao inversor de
parâmetros do motor necessários para um bom funcionamento frequência que controla o motor da torre.
do modo vetorial através de auto-tuning.
3.2 COLETA DE DADOS
2.3 CONTROLE PID
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A primeira parte deste trabalho consistiu em velocidade do ventilador. A análise destas curvas é de
levantamento de dados técnicos do motor a ser analisado. O fundamental importância ao trabalho pois o maior potencial de
método utilizado para coleta dos parâmetros foi através do ganho em máquinas de fluxo está relacionada com o
software disponibilizado pelo fabricante do inversor para comportamento da potência em função da rotação.
coleta, analise e alteração de dados, o MCT Set-Up Software,
fabricante Danfoss. Este programa se apresentou muito útil Figura 5: Variação da potência em função da rotação de um
para este tipo de estudo uma vez que todas as variáveis ventilador centrífugo.
elétricas controladas pelo inversor podem ser extraídas no
formato de tabela ou gráfico.
Estes dados serão apresentados através das tabelas abaixo,
separadas por tipo de equipamento

Tabela 1: Dados do Inversor

Inversor de Frequência
Parâmetro Valor Unidade
Modelo FC-102 -
Potência 11 kW
3 X 380-
Tensão V AC
480VAC
Versão do Software 03.92 -

Fonte: (MCT 10 Set Up Software V3.26, 2017)


Fonte: (MCT 10 Set Up Software V3.26, 2017)
Tabela 2: Dados do Motor Elétrico
Figura 6: Variação do torque em função da rotação de um
Motor Elétrico ventilador centrífugo.
Parâmetro Valor Unidade
Trifásico
Construção do Motor -
Assíncrono
Potência [kW] 7,5 KW
Potência [HP] 10,06 HP
Tensão 380 V
Frequência 60 Hz
Corrente 18,8 A
Velocidade Nominal 720 RPM
Torque Máximo
5 Nm
Medido
Resistência do
0,6619 Ohm
Estator (Rs)
Resistência do Rotor
0,3986 Ohm
(Rr)
Reatância Principal Fonte: (MCT 10 Set Up Software V3.26, 2017)
21,6607 Ohm
(Xh)
Resistência de Perda Ao analisarmos a primeira imagem, verificamos uma
688,086 Ohm curva que obedece uma função linear de aceleração,
do Ferro (Rfe)
determinada para que a rotação máxima seja atingida em 60
Número de Polos 10 -
segundos, a potência, por sua vez, desenvolve um
comportamento comparável a uma função quadrática. O
Fonte: (MCT 10 Set Up Software V3.26, 2017) ponteiro de leitura do software foi fixado exatamente em um
ponto muito interessante destas curvas, quando a rotação
3.3 DETERMINAÇÃO EMPIRICA DAS CURVAS DO assume um valor de 537 RPM, 76,17% da rotação nominal, a
VENTILADOR potência medida está em 2.09 kW, valor este que representa
50,36% de 4.15 kW, potência que o equipamento consome
Como este trabalho tem por objetivo reduzir o consumo quando acelerado ao máximo de sua rotação.
de energia através de variações da rotação do equipamento, No gráfico que representa a variação do torque em função
foram determinadas as curvas abaixo para verificar o da rotação podemos observar que o comportamento que é
comportamento da potência e torque em função da variação de
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visto na curva da potência não se repete para a curva de Pode se verificar neste tipo de acionamento que a potência
torque. se torna constante com o motor trabalhando com sua potência
máxima, uma vez que a carga mecânica também é constante.
3.3 MÈTODOS DE CONTROLE
4.2 ACIONAMENTO VIA PID
Sempre que estudado a eficiência energética de
equipamentos, o método de controle é sempre uma Neste experimento o controle de velocidade do motor será
característica a ser avaliada pois na maior parte das vezes a realizado através de um controlador PID presente
simples maneira de mudar o acionamento de um equipamento internamento ao inversor de frequência. O set point
pode reduzir o consumo de energia. Neste trabalho, três determinado ao controlador foi de 28°C e os valores de PID
formas de controle serão avaliadas: foram ajustados de acordo com a figura a seguir.

• Controle Manual Figura 8: Parâmetros de ajuste de PID


• Controle via PID
• Controle através de velocidades predefinidas

A observação das curvas representadas acima mostra


valores abaixo de 564 RPM apresentam uma relação entre,
potência, torque e rotação muito interessante pois nesta faixa o
trabalho exercido pelo equipamento continua próximo de seu
máximo, porém o consumo de energia próximo a 50%.
Considerando esta análise podemos concluir que quanto mais
um método de controle conseguir trabalhar nesta faixa de
potência, melhor será seu desempenho quanto a redução do
consumo de energia.

4. RESULTADOS

4.1 CONTROLE MANUAL

Neste primeiro método o motor não será controlado em


função da PV, simplesmente será acionado ao se ligar o
equipamento e não haverá mudanças de velocidade em função
da PV. O gráfico abaixo exemplifica o consumo registrado
para este tipo de acionamento.

Figura 7: Potência e rotação durante o método de


acionamento manual.

Fonte: (MCT 10 Set Up Software V3.26, 2017)

Com estes valores aplicados ao controlador foi possível


observar uma redução satisfatória no consumo de energia
elétrica em função do experimento anterior onde o motor não
possui modo de controle. Neste caso o controlador PID do
inversor trabalha para manter o valor SP próximo ao de PV
através da aceleração do motor do ventilador da torre, este fato
possibilita a economia de energia.

Figura 9: Potência e rotação durante o acionamento via PID

Fonte: (MCT 10 Set Up Software V3.26, 2017)


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Fonte: (MCT 10 Set Up Software V3.26, 2017)


Fonte: (MCT 10 Set Up Software V3.26, 2017)
Tendo aplicado estas configurações pode se observar o
Neste gráfico podemos observar que o ajuste dos valores de seguinte comportamento das curvas de potência e rotação do
PID escolhidos fazem com que o motor trabalhe com valores motor.
próximos a 80% de sua rotação nominal o que se mostra muito
vantajoso pois para esta rotação a potência elétrica assume um Figura 11: Potência e rotação durante acionamento por
valor próximo a 50% em relação ao acionamento sem nenhum velocidades predefinidas.
tipo de controle e 25% em relação a potência nominal do
motor.

4.3 ACIONAMENTO MULTIVELOCIDADES

O método de controle através de velocidades predefinidas


consiste em estabelecer velocidades para serem acionadas de
acordo com os níveis que assume a PV. Para este método foi
utilizado um controlador de temperatura do fabricante Novus
N1100 com três saída configuráveis.
Foi ajustado para que o inversor assumisse três valores
predefinidos de rotação de acordo com a temperatura de
acordo com a tabela abaixo.

Tabela 3: Configuração das saídas do controlador de acordo


com a temperatura
Fonte: (MCT 10 Set Up Software V3.26, 2017)
Estados Saídas
Para este tipo de controle observa-se que a potência
Saída Saída trabalha na mesma faixa de valores que o acionamento via
Temperatura RPM
1 2 PID o que possibilita também grande ganho energético visto
Menor que 24°C 0 0 360 que há uma considerável redução de potência consumida.
Entre 24°C e 27°C 0 1 576
4.4 CÁLCULO DA ECONOMINA ESTIMADA
Maior que 27°C 1 1 720
O maior obstáculo na instalação de um acionamento de
malha fechada com inversor de frequência é o alto custo
Fonte: Dados do Autor quando comparado a partidas convencionais. Contatoras e
softstartes são componentes mais baratos e de maior
A forma de referência do inversor foi alterada para facilidade de instalação.
referencias predefinidas e as saídas do controlador foram Porém, se analisarmos o retorno que a diminuição do
ligadas as entradas do inversor para que a lógica binária acima consumo de energia pode trazer o projeto se mostra viável.
fosse executada. No inversor as referências predefinidas Este retorno é conhecido como Payback, termo inglês
foram ajustadas para executar os níveis de rotação de acordo comumente usado que significa quanto tempo um
com o definido na tabela anterior. investimento leva para se pagar de acordo com o retorno
que o mesmo trás. (BRUNI, FAMÁ, & SIQUEIRA, 98)
Figura 10: Configuração das velocidades predefinidas no
inversor.
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O retorno financeiro presente neste projeto se dá pelo


fato da economia de custos com energia elétrica. Para calcular Fonte: (AccuWeather, 2017)
a economia obtida da maneira mais precisa possível, foram
feitos experimentos para medir o consumo diário de cada O cálculo do Payback será realizado utilizando valores
método. Para coletar os dados de consumo do equipamento foi conservadores como fator de segurança, o fato de avaliar a
utilizado um software disponibilizado pelo fabricante, o VLT economia em dias de alta temperatura também traz segurança
Energy Box. A figura a seguir demonstra os resultados obtidos aos cálculos, visto que este pode ser considerado como um dos
e a tabela em sequência o custo em reais de um dia de piores cenários. A economia estimada por dia será calculada
operação do equipamento. da seguinte forma, o valor do método sem controle menos a
média dos dias que os controles foram empregados.
Figura 12: Potência consumida por dia.
Economia / Dia = Custo Manual – Custo PID + Custo Predef.
2
Economia / Dia = 29,64 – 18,33 + 15,21
2
Economia / Dia = 12,87 (Reais)

Considerando que o custo de instalação do sistema foi de R$


3.243,00 podemos calcular o tempo de retorno do
investimento:

Payback (meses) = Investimento


Economia Dia *30

Payback (meses) = 3.243,00


12,87*30
Fonte: (VLT Energy Box, 2017)
Payback (meses) = 8,39
Tabela 4: Custo por dia de operação.
Portanto, o investimento inicial é recuperado após 8,39
meses de operação e após este tempo a energia economizada
Custo Custo
Consumo pode ser considerada como lucro do projeto.
Data Acionamento kWh Dia
(KWh)
(R$) (R$)
14/11/2017 PID 76 0,39 29,64 5. CONCLUSÂO
Velocidade
15/11/2017 47 0,39 18,33
Predefinida A análise da aplicação de inversores de frequência no
16/11/2017 Manual 39 0,39 15,21 controle de ventiladores centrífugos em torres de resfriamento
se mostrou muito eficaz quanto a economia de energia. Em
ambos os métodos testados, pode se observar uma economia
Fonte: Dados do autor.
considerável de energia elétrica em comparação a inexistência
de controle.
Para os dois primeiros dias, onde o sistema possuía controle
Ao optarmos pelo controle via PID o resultado é uma PV
de temperatura, o valor médio de temperaturas durante o dia
mais estável, porém uma curva de potência com maiores
foi o mesmo, para que as bases de cálculo fossem o mais
oscilações e exigência de variação da rotação do motor o que
próximo possível.
pode ser um problema em cargas de maior inércia.
O controle por multivelocidades por sua vez possibilita um
Figura 13: Temperaturas médias dias 14 e 15 de 2017
regime de trabalho mais estável ao motor e inversor, porem o
controle da PV não possui a precisão do método PID.
Para a aplicação que foi estudada, uma pequena variação da
PV não interfere diretamente no processo o método de
acionamento por multivelocidades se mostrou mais adequado
visto que possibilita uma economia de energia similar ao
método de PID e poupa o conjunto motor inversor de
constantes variações.
Portanto, conclui-se que a aplicação de inversores de
frequência em malha fechada para torres de resfriamento é um
ponto de grandes oportunidades de ganhos. O prazo de retorno
curto do investimento, aproximadamente nove meses, também
é um atrativo a este investimento. Se considerarmos que para
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um motor de pequenas proporções como o estudado neste REFERÊNCIAS


trabalho, após nove meses se tem um ganho estimado de R$
387,10 por mês a aplicação em torres de maior capacidade,
como as utilizadas em usinas por exemplo, pode trazer ótimos
retornos financeiros.
A eficiência energética será um item diferencial e cada vez
mais importante na viabilidade de operações industriais, pois a
cada dia que se passa vemos um aumento dos níveis de
consumo e diminuição dos recursos ambientais do planeta.
Ganha-se duas vezes em ser eficiente, ao utilizar energia
elétrica, o primeiro é o ganho financeiro que a economia
proporciona e o segundo a preservação de nosso planeta.

(2017). Acesso em 2017, disponível em MCT 10 Set Up Software V3.26: http://drives.danfoss.com/downloads/pc-tools/#/


AccuWeather. (17 de 11 de 2017). Fonte: https://www.accuweather.com/pt/br/herculandia/2308389/november-weather/2308389
BRUNI, A. L., FAMÁ, R., & SIQUEIRA, J. d. (98). Análise do risco na avaliação de projetos de investimento: uma aplicação
do método de Monte Carlo.
CORTINOVIS, G. F., & SONG, T. W. (2005). Funcionamento de uma torre de resfriamento de água. Revista de Graduação da
Engenharia Química, 6, pp. 5-10.
DAMIAN, J. (2012). Técnicas de Controle Soft Starters e inversores de Frequência. Porto Alegre: SENAI Rio Grande do Sul.
FACÃO, J. M. (Outubro de 1999). Comportamento Térmico de Torres de Arrefecimento Indirectas para Aplicação a Sistemas
de Arrefecimento Ambiente. p. 78.
FRANCHI, C. M. (2008). Acionamentos Elétricos. São Paulo: Érica LMTA.
FRANCHI, C. M. (2013). Inversores de Frequência Teoria e Aplicações. São Paulo: Èrica.
MAGINADOR, J. A. (2017). Análise dos impactos dos programas de eficiência enrgética e proposições de melhorias dos
programas nacionais. p. 92.
NATIONAL INSTRUMENTS. (15 de 11 de 2017). Fonte: http://www.ni.com/white-paper/3782/pt/
OIKAWA, E. H. (Maio de 2012). AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA INDUSTRIAL DE RESFRIAMENTO DE ÁGUA.
VLT Energy Box. (2017). Fonte: http://drives.danfoss.com/downloads/pc-tools/#/

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