Você está na página 1de 12

Camila Lima Carneiro Gontijo

Dheiff Lorrany Ribeiro Gomes


Elisângela de Figueiredo Lima
Jennifer Karoline Oliveira
Jéssica Oliveira Félix
Karen Karoline Santos
Maisa Moreira de Melo
Nayane Cristina Araújo Alves

PROJETO INTEGRADOR III: BEM-ESTAR NO TRABALHO DE


PROFISSIONAIS APÓS DOIS ANOS DE PANDEMIA

Patos de Minas
2022
Camila Lima Carneiro Gontijo
Dheiff Lorrany Ribeiro Gomes
Elisângela de Figueiredo Lima
Jennifer Karoline Oliveira
Jéssica Oliveira Félix
Karen Karoline Santos
Maisa Moreira de Melo
Nayane Cristina Araújo Alves

PROJETO INTEGRADOR III: BEM-ESTAR NO TRABALHO DE


PROFISSIONAIS APÓS DOIS ANOS DE PANDEMIA

Pesquisa apresentada como exigência


parcial da disciplina Projeto Integrador III
do 3º Período do Curso de Psicologia pelo
Centro Universitário de Patos de Minas, sob
orientação da professora Patrícia de Fátima
Pantaleão.

Patos de Minas
2022
3

Resumo: O presente estudo faz parte de atividade prática da disciplina do projeto


integrador III do Curso de Psicologia do Centro Universitário de Patos de Minas,
destinado a entender o funcionamento da pesquisa científica quantitativa em Psicologia.
O desenvolvimento da pesquisa foi de caráter quantitativo com amostra de conveniência
e não probabilística. Foram incluídos trabalhadores, de qualquer idade, que aceitaram
participar da pesquisa após leitura do TCLE (Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido) e que finalizam o questionário online. Os dados foram coletados pelos
alunos utilizando-se os instrumentos: Questionário sociodemográficas e funcional e
Escala de Bem-estar no Trabalho (EBET). Os dados coletados foram analisados por meio
de estatística descritiva apresentando os demográficos e funcionais, (média, desvio
padrão e correlação), dos afetos positivos e negativos em porcentagem, e inferencial,
(teste t), comparativo de realização pessoal e profissional com salário. O objetivo foi
medir o nível de bem-estar no trabalho de profissionais atuantes no mercado de trabalho
após a vivência de mais de dois anos de pandemia.

Palavras-chave: Projeto Integrador. Pesquisa Quantitativa. Bem-estar no trabalho.

1. INTRODUÇÃO

Pesquisadores de diversos países estão empenhados em descobrir o quanto as


pessoas se consideram felizes ou em que medida são capazes de realizar plenamente suas
potencialidades (BASÍLIO, 2005; WARR, 2007). No campo do bem-estar tem-se o
estudo científico da felicidade em duas grandes correntes: a do bem-estar subjetivo
(hedônico) e psicológico (eudaimônico). Enquanto a hedonista volta-se ao prazer ou
felicidade, a eudaimonista apoia-se no pleno funcionamento das potencialidades de uma
pessoa. Uma terceira corrente posteriormente acrescentada é a do bem-estar no trabalho
(BET), a qual se dedica ao estudo de vínculos positivos com o contexto de trabalho
(SIQUEIRA; PADOVAM, 2008).
A gradual expansão de conceitos como BET reforça a emergência de um novo
paradigma para abordagem das questões humanas no trabalho que vai além de uma visão
mecanicista, visando transformá-lo em uns lócus de desenvolvimento de potencialidades
humanas (SANTOS; CEBALLOS 2013). Entretanto, o mundo vem passando por uma
série de transformações que se refletem não apenas na sociedade em geral, mas também
nos indivíduos e nas organizações.
Vários estudos têm mostrado que a pandemia impactou gravemente o âmbito
socioeconômico. De acordo com Hupfer (2020) o isolamento social transformou as
relações digitais nos mais diversos setores. O trabalho remoto e o uso das mídias digitais
já fazem parte dos novos hábitos sociais, principalmente no contexto de trabalho. É
inegável que a necessidade de distanciamento social causado pela pandemia do vírus da
4

COVID 19 afetou diretamente as empresas, mas é preciso também voltar o olhar para os
profissionais.
De acordo com Brooks et al., (2020) os autônomos e assalariados foram os
que mais sofreram com os efeitos da pandemia, pois os programas de suporte financeiro
desenvolvidos pelo governo não foram suficientes para conter o impacto econômico
negativo. Os trabalhadores tiveram então que lidar com prejuízos financeiros, mas
também físicos e psicológicos, uma vez que a insegurança do trabalhado está relacionada
com sintomas como raiva e ansiedade, que forram agravados pela ruptura dos vínculos
sociais e a perda das atividades de lazer (SILVA, 2020).
Portanto, é importante avaliar o quanto os trabalhadores percebem seu nível
de bem-estar no trabalho após a vivência de dois anos de mudanças impostas pela
pandemia. Alguns autores apregoam que avaliar o bem-estar em contextos particulares
como o trabalho é mais vantajoso do que avaliá-lo de uma maneira geral, (DANIELS,
2000; PASCHOAL, 2008; WARR, 2007). Mas não há consenso sobre a definição de
bem-estar no trabalho, há uma crescente convergência na direção de elementos comuns
que se afastam de um modelo centrado na patologia e se aproxima de abordagens sobre o
funcionamento positivo do indivíduo a partir de fatores que lhe propiciam vivências
prazerosas considerando tanto os aspectos cognitivos como afetivos do trabalhador
(PASCHOAL et al., 2013; SANTOS; CEBALLOS 2013).
Nesse sentido, a definição adota no presente estudo é baseada na visão de
Paschoal e Tamayo (2008) que trabalham com uma concepção de BET calcada na
Psicologia Positiva, abrangendo as concepções hedônicas e eudaimônicas. As autoras
propõem que o construto seja composto por duas dimensões: afetiva (emoções e humores
no trabalho) e cognitiva (percepção de expressividade e realização pessoal no trabalho).
Assim, em termos operacionais está organizado em torno de três fatores: afeto positivo,
afeto negativo e realização pessoal, seguindo a linha de alguns autores da literatura
internacional (WARR, 2007; WATERMAN; SCHWARTZ; CONTI, 2008).

2. METODOLOGIA

A presente pesquisa pode ser classificada como não experimental, descritiva,


quantitativa e de corte transversal. A amostra do presente estudo é de conveniência (não
probabilística) e acidental. Serão incluídos trabalhadores atuantes no mercado de
trabalho, de qualquer idade, que aceitem participar da pesquisa após leitura do TCLE
5

(Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) e que finalizam o questionário online.


Não haverá ressarcimento de despesas com transporte e/ou alimentação, pois os
participantes poderão participar de forma que não comprometa sua rotina, online.
Os participantes que após a aplicação da pesquisa desejarem desistir da
participação, poderão contatar a equipe executora para realizar o descarte do questionário,
ainda que tenham realizado o aceite do TCLE. Outro critério de exclusão do estudo é o
não preenchimento adequado do questionário que possa comprometer a qualidade dos
dados levantados e alcance dos objetivos da investigação. Nesse sentido, os instrumentos
com mais de 10% de respostas em branco serão excluídos. O instrumento aplicado será
composto por duas partes:
1. Questionário sociodemográficas: composto por perguntas sobre cidade, profissão,
sexo/gênero, formação, tipo de vínculo empregatício, salário e se trabalhou durante a
pandemia. Destaca-se que serão incluídas apenas informações que não possibilitem a
identificação do participante da pesquisa.
2. Escala de Bem-Estar no Trabalho - EBET (PASCHOAL; TAMAYO, 2008): composta
por duas partes, um referente à dimensão afetiva do bem-estar no trabalho e outro
referente à realização no trabalho. São 30 itens divididos em três fatores: afetos positivos,
com 9 itens (α=0,93); afetos negativos, com 12 itens (α=0,91); e realização pessoal e
profissional, com 9 itens (α=0,93). A escala de resposta possui modelo Likert, de cinco
pontos, variando de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente). Os itens de afeto
no trabalho como animado, entusiasmado, frustrado e deprimido, devem ser respondidos
de acordo com a seguinte instrução: nos últimos seis meses, o meu trabalho tem me
deixado.

Tabela 1: Escala de Bem-Estar no Trabalho -


Fatores Confiabilidade Número de Itens
Afetos positivos 0,93 9
Afetos negativos 0,91 12
Realização pessoal e profissional 0,88 9
Fonte: EBET (PASCHOAL; TAMAYO, 2008).

2.1 Coleta e Análise de Dados e Questões éticas

Os alunos serão divididos em oito grupos, de forma que cada grupo deverá
convidar, de forma direta ou virtual, conforme critérios de inclusão e exclusão da amostra,
6

no mínimo 30 (trinta) participantes. Ao aceitarem participar da pesquisa, os alunos


solicitaram o e-mail ou número de WhatsApp para enviar o link de acesso à pesquisa, que
será realizada pela ferramenta online de questionários Google Docs. Assim que o
profissional acessar o referido link, abrirá a página contendo o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE), que permitirá marcar a opção “aceito” ou “não aceito”.
Dessa forma, o participante só continuará a responder o instrumento se clicar na opção
“aceito”. A coleta de dados terá entre 20 a 30 minutos de duração. Observado o
recrutamento supracitado, não haverá ressarcimento de despesas com transporte e/ou
alimentação, pois os participantes poderão participar de forma que não comprometa sua
rotina.
As respostas aos questionários formarão um arquivo de dados, sem registrar
o IP do computador ou número de telefone a partir do qual o instrumento foi respondido.
As análises estatísticas que se pretende utilizar são: técnicas estatísticas descritivas
(frequência, média, moda, mediana e desvio padrão) e técnicas estatísticas inferenciais
(teste t e correlação).
Há um risco mínimo de identificação dos participantes da pesquisa. Para
diminuir o risco relativo à investigação, a equipe executora não solicitará no instrumento
dados pessoais que impliquem na identificação dos participantes (nome, endereço, e-
mail) e colherá apenas dados que caracterizem a amostra de forma generalista. Ressalta-
se ainda que esses dados serão utilizados para a descrição da amostra, ou seja, os mesmos
comporão uma descrição coletiva. Desfecho primário A pesquisa oportuniza que os
alunos conheçam e trabalhem com pesquisa científica quantitativa em Psicologia e que
avaliem o grau de BET de profissionais do mercado de trabalho após a vivência de mais
de dois anos de pandemia. A pesquisa oportuniza que os alunos conheçam e trabalhem
com pesquisa científica quantitativa em Psicologia e que avaliem o grau de BET de
profissionais do mercado de trabalho após a vivência de mais de dois anos de pandemia.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo apresenta-se a Análise Exploratória e Descritiva (frequência,


média, moda, mediana e desvio padrão) e inferenciais (test t e correlação) dos dados. O
intuito foi de alcançar o objetivo desta pesquisa: testar um modelo no qual Bem-estar no
Trabalho é explicado pelas Condições Favoráveis e Desfavoráveis Para a Criatividade no
Ambiente de Trabalho. As discussões serão apresentadas em seção posterior.
7

3.1. Análise Exploratória dos Dados e Dados Omissos e Valores Extremos

Acessaram os questionários 30 participantes, porém foram enviados o link


via whatsApp para 48 pessoas, portanto, 18 pessoas não acessaram o link, de forma que
a amostra final ficou constituída por 30 participantes. A Tabela 1 apresenta os dados
demográficas e funcionais da amostra:

Tabela 02 - Dados demográficos e funcionais


Frequência
Variáveis Categoria Percentual
Absoluta
Alto Paranaíba – MG 25 83.3 %
Outros Estados 3 10.0 %
Região que trabalha
Região Metropolitana - MG 1 3.3 %
Zona da Mata –MG 1 3.3 %
Gênero Feminino 21 70.0 %
Masculino 9 30.0 %
18 a 25 anos 10 33.3 %
Idade
41 a 60 anos 12 40.0 %
Ensino Fundamental 3 10.0 %
Ensino Médio 8 26.7 %
Formação completa
Graduação 13 43.3 %
Pós-graduação 6 20.0 %
Autônomo 4 13.3 %
Tipo de CLT 15 50.0 %
vínculo
empregatício Privada 1 3.3 %
Servidor Público 10 33.3 %
Acima de 3 salários 9 30.0 %
Salário Até 1 salário mínimo 12 40.0 %
De 1 a 3 salários 9 30.0 %
Trabalhou durante a Não 2 6.9 %
pandemia: Sim 27 93.1 %
Fonte: Dados da pesquisa, 2022

A maioria dos participantes é do gênero feminino (70%), com graduação


(43.3%), com o tipo de vínculo empregatício pela CLT (50%) e média de até 1 salário
mínimo (40%). A idade média dos participantes é de 41 a 60 anos (40%), que trabalharam
durante a pandemia (93,1%), estando com maior percentual na região do Alto Paranaíba
(83,3%).
8

Realizadas as análises preliminares descritas, os dados foram submetidos às


análises estatísticas. Analisou-se a população através de análises descritivas (Frequência,
Percentual Média e Desvio Padrão). As correlações das variáveis foram verificadas
através do r de Pearson e correlação. Os resultados encontrados serão apresentados em
Tabelas e, no capítulo Discussão, serão comparados com a literatura referente aos temas.
Não houve dados omissos, pois, a ferramenta online de questionários Google Docs foi
programada para permitir o avanço apenas quando todas as respostas fossem preenchidas,
não sendo, então, necessária a eliminação de sujeitos. Em relação à precisão dos dados,
constatou-se por meio dos valores máximos e mínimos das escalas utilizadas, que houve
correta digitação.

3.2. Normalidade dos Dados e Fidedignidade dos Instrumentos para Amostra

A análise da normalidade foi realizada através da visualização dos


histogramas com superposição da curva normal e dos índices de skewness (assimetria).
De acordo com Miles e Schevlin (2001), se o número estatístico de skewness for menor
que 1.0 deve haver pouco problema, sendo considerada boa entre 1.0 e 2.0 e ótima até
1.0. A grande maioria dos valores de assimetria permaneceu dentro dos valores aceitáveis,
constatando-se assim se aproximam da normalidade.
Para cada um dos instrumentos foi calculada a fidedignidade usando o Alfa
de Cronbach. De acordo com Hair, Tatham, Anderson e Black (2005) valores de Alfa
iguais ou superiores a 0.70 indicam confiabilidade aceitável. No caso da amostra em
questão, todos os valores foram superiores a 0.76, conforme Tabela 8, o que é satisfatório.
Destaca-se que muitos fatores apresentaram fidedignidade superior a 0.90, valor
considerado excelente. Ademais, a confiabilidade obtida nesse estudo, foi semelhante ao
estudo original de evidência de validação empírica da medida.

3.5 Dados descritivos da pesquisa

Baseando-se na aplicação da pesquisa nos entrevistados, compreende-se que


no cálculo relacionado ao Afetos Positivos são de Média=3,00, Desvio Padrão= 0,9 e
mediana =3.
9

No caso dos Afetos Negativos, obtém-se média 2,2 e desvio padrão 1,0. No
comparativo de Realização Pessoal e Profissional, os resultados apresentam média 3,7 e
desvio padrão de 1,0. Observa-se ainda, que os resultados relacionados aos afetos
positivos, sobressaem aos afetos negativos.

Tabela 03: Dados descritivos da pesquisa

Variáveis Média Desvio Padrão


Afetos Positivos 3,0 0,9
Afetos Negativos 2,2 0,6
Realização Pessoal 3,7 1,0
e Profissional

3.6 Testes de Diferença de Médias (t de Student)

O teste t (t de Student) avalia as diferenças significativas entre valores (médias)


em duas condições ou grupos (Dancey & Reidy, 2013). Sendo assim, foi realizado um
teste t de Student para amostras independentes com o objetivo de investigar em que
medidas o vínculo empregatício era diferente entre os afetos positivos.
Os resultados demonstraram que o efeito da diferença foi médio (d de Cohen= -
0,49) nos níveis de afetos positivos entre quem pertence ao setor privado e quem pertence
ao setor público. Entretanto, o vínculo empregatício público obteve escore
estatisticamente maior (M= 3,30; DP= 0,084) do privado (M= 2,88; DP= 0,835) (r (28) =
-1,26, p < 0,217).
Portanto, ao relacionar os valores obtidos no teste t e somando ao fato de que a
escala BET é composta pelas dimensões de satisfação no trabalho, envolvimento com o
trabalho e comprometimento organizacional afetivo os resultados inferem que os
trabalhadores do setor público possuem um sentimento de bem-estar maior em relação os
trabalhadores do setor privado. Ademais, os autores Breno Braga, Sergio Firpo e Gustavo
Gonzaga realizaram um estudo comparando a escolaridade e o diferencial de rendimento
público-privado brasileiro, chegando as evidencias de que o capital humano no setor
privado tende a ser maior para se ter premiação salarial alta, enquanto que no público a
escolaridade é menor e premiação salaria alta.

Tabela 04: Estatísticas Test t


10

Escores Estatística do teste t

Afetos M DP T Gl d Valor-p
Positivos
Privado 2,88 0,835
Público 3,3 0,884
-1,26 28 -0,49 0,217

3.7 Correlação entre as Variáveis do Estudo

Para analisar a magnitude das correlações, considera-se neste estudo o


proposto
Salário Realizações por Miles
Salário Pearson's r — e
Schevlin
p-value —
(2001),
que
Realizações Pearson's r — classifica
0.248
p-value 0.187 — como
baixo os
Note. * p < .05, ** p < .01, *** p < .001
intervalos
de

correlação entre 0.10 a 0.29, como moderado entre 0.30 a 0.49 e como elevado os valores
superiores a 0.50.
A correlação significativa obtida foi fraca entre as variáveis de Realização
Pessoal e Profissional e Salário (r=0.248, p<.05), portanto, não se pode relacionar que as
pessoas com maior realização pessoal e profissional são pessoas que possuem salários
altos. Dessa forma, o resultado encontrado corrobora com os autores Diener, Oishi e
Lucas (2003) o dinheiro parece se relacionar positivamente com o bem-estar até um certo
ponto, quando ele oferece recursos que são importantes para a felicidade e realização.
Ainda de acordo com os autores anteriormente mencionados não basta ter os
recursos físicos e financeiros, apesar destes serem importantes na sua condição básica,
mas o bem-estar pressupõe mais que isso. Pressupõe o alcance de metas intrínsecas ao
indivíduo, e a realização profissional surge dentro desse contexto.

Tabela 05: Correlação entre às variáveis salário e realização pessoal e profissional


11

4. CONCLUSÃO

Este estudo teve como objetivo identificar o bem-estar no período de


pandemia, tendo em vista os diversos estudos que mostraram importantes impactos no
ambiente de trabalho. Medir o nível de bem-estar no trabalho de 30 participantes sendo
70% do gênero feminino com graduação (43.3%) e idade de 41 a 60 anos (40%). Dos
participantes 93,1%, trabalharam durante a pandemia sendo que 50% dos entrevistados
possui vínculo empregatício pela CLT. Afetos positivos (3,0) superam afetos negativos
(2,0), o que significa que mesmo no período pandêmico, os entrevistados se mantiveram
entusiasmados, tranquilos, empolgados, entre outros. Avaliando as diferenças referentes
ao test t, demonstram-se que o vínculo empregatício público obteve escore maior (3,3)
comparado ao privado (2,88). O tamanho do efeito da diferença foi médio (d de Cohen=
-0,49), resultados do teste de diferença nos níveis de afetos positivos entre quem pertence
ao setor privado e quem pertence ao setor público. Correlacionando Realização pessoal e
profissional com salário obteve-se (r=0,248, p<05), um intervalo baixo, ou seja, a
realização pessoal não está diretamente relacionada a remuneração.

REFERÊNCIAS

BASÍLIO, M. A. As relações entre bem-estar no trabalho e participação em programas


organizacionais de promoção de saúde. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-
Graduação em Psicologia da Saúde, Universidade Metodista de São Paulo, São
Bernardo do Campo, SP, 2005.

BRAGA, Breno; FIRPO, Sergio; GONZAGA, Gustavo. Escolaridade e o Diferencial


de Rendimentos entre o Setor Privado e o Setor Público no Brasil. Texto para
discussão, 2008.

BROOKS, S.K. et al. The psychological impact of quarantine and how to reduce it: rapid
review of the evidence. The Lancet, v. 395, n. 10227, p. 912-920, 2020.Disponível em:
<https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS01406736(20)30460-8/fulltext>.

DANIELS, K. Measures of five aspects of affective well-being at work. Human


Relations, 53(2), 275-294, 2000.

Edição Especial Revista UNIFAMMA. I Congresso de Direitos Humanos, Organizações


e Mundo do Trabalho 28, 29 e 30 de julho de 2021.
12

FERREIRA, A. C. M. T.; WATANABE, M. M. M.; SABATINE, F. P. Psicologia


organizacional: reflexões acerca do impacto da pandemia na subjetividade do trabalhador

GUIMARÃES, Flavia Arantes Lopes et al. Realização profissional, prazer e sofrimento


no trabalho e valores: um estudo com profissionais de nível superior. 2005.

HUPFER, C. A influência da Pandemia para o Mercado de Trabalho em 2021, Diário do


Comércio, Belo Horizonte. Disponível em: <https://diariodocomercio.com.br/opiniao/a-
influencia-da-pandemia-para-o-mercado-de-trabalho-em-2021/>.

PASCHOAL, T.; DEMO, G.; FOGAÇA, N.; PONTE, V.; EDREI, L.;
FRANCISCHETO, L.; ALBUQUERQUE, G. Bem-estar no trabalho: cenário dos estudos
brasileiros publicados na primeira década do novo milênio. In Conference 2012: Human
Resources, Business Ethics & Governance, Special Issue, Vol. 2 Proceedings TMS Int,
2013.

PASCHOAL, T.; TAMAYO, A. Construção e validação da escala de bem-estar no


trabalho. Avaliação Psicológica, 7(1), 11-22, 2008.

PASQUALI, L. Técnicas do Exame Psicológico – TEP: manual (Fundamentos das


Técnicas Psicológicas, v. 1. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.

SANTOS, G. B.; CEBALLOS, A. G. da C. Bem-estar no trabalho: estudo de revisão.


Psicologia em Estudo, 18(2), 247-255, 2013.

SILVA, V. Mais Trabalho, Mais sacrifícios: Os efeitos da pandemia no trabalhador. In:


Eu Estudante Trabalho e Formação, 2020. Disponível em:
<https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/trabalho-e-
formacao/2020/08/4872125-mais-trabalho--mais-sacrificios--os-efeitos-da-pandemia-
no-trabalhador.html>

SIQUEIRA, M. M. M.; PADOVAM, V. A. R. Bases teóricas de bem-estar subjetivo,


bem-estar psicológico e bem-estar no trabalho. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 24(2),
201- 209, 2008

WARR, P. Work, Happiness and Unhappiness. New Jersey: Lawrence Erlbaum


Associates, 2007.

WATERMAN, S.; SCHWARTZ, J.; CONTI, R. The Implications of two Conceptions of


Happiness (hedonic enjoyment and eudaimonia) for the Understanding of Intrinsic
Motivation. Journal of Happiness Studies, 9(1), 41-79, 2008.

Você também pode gostar