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EDUCAÇÃO DE IBIRITÉ
Adalberto Pimenta Da Mata, Adriana Raquel Neves, Edna Vaz De Andrade, Pauliane
Romano Cirilo
1 INTRODUÇÃO
Diante da crise sanitária instalada a partir de março de 2020 e das exigentes
transformações no mundo do trabalho, tornou-se essencial aprofundar o debate sobre a
relação entre trabalho e saúde/saúde mental, bem como sobre o reconhecimento dessa
relação, de modo a garantir amparo legal ao trabalhador e, principalmente, trazer
subsídios para a busca de mudanças nas situações de trabalho, enfatizando-se o período
da crise.
Diante disso, o objetivo central desta pesquisa consistiu em conhecer as práticas
de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) na Secretaria de Educação e nas escolas
municipais de Ibirité em detrimento ao momento pandêmico e a promessa de retorno às
aulas presenciais. Para isso, foi criado um formulário na plataforma Google forms
contendo quatorze perguntas de múltipla escolha, seguindo trajetória semelhante de
Limongi-França (2004).
Limongi-França e Arellano (2002, p. 297), definem a qualidade de vida no
trabalho como “algo além dos objetivos da legislação trabalhista, surgido no começo do
século XX com a regulamentação do trabalho de menores, da jornada de trabalho e
descanso semanal e das indenizações pró-acidentes de trabalho”. As autoras ainda
referenciam Walton (1976) para reafirmar que a qualidade de vida no trabalho deve ter
como meta a geração de uma organização mais humanizada, na qual o trabalho envolva
relativo grau de responsabilidade e de autonomia no que se refere ao cargo. Este autor
mapeia oito categorias que, segundo ele, corroboram para promoção da QVT. São elas:
remuneração justa e adequada; segurança e salubridade no trabalho; oportunidade de
utilizar e desenvolver habilidades; oportunidade de progresso e segurança no emprego;
integração social na organização; leis e normas sociais; trabalho e vida privada e
significado social da atividade do empregado.
Observa-se, assim, que a QVT se ampara nas noções de motivação, satisfação,
saúde, segurança no trabalho, envolvendo discussões mais recentes sobre novas formas
de organização, processos e condições de trabalho, como também a relação com novas
tecnologias (SATO,1999).
O tratamento dos dados foi retirado do mesmo formulário e analisados segundo
sua categoria. Para a revisão da literatura foram utilizados os artigos advindos dos
materiais disponibilizados na disciplina e outros pesquisados nas bases de dados da
Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Administração (Anpad), utilizando-se as palavras-chaves qualidade de vida
no trabalho e ações ou Programas de Qualidade de Vida no Trabalho executados em
organizações públicas.
2 DESCRIÇÃO DO CONTEXTO
Ibirité é um município do estado de Minas Gerais, Brasil. Sua população
estimada é de 182.153 habitantes, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) para 2020. Integra a Região Metropolitana de Belo
Horizonte e comparado com o PIB per capita nacional, o PIB do Município é baixo,
mas há crescimento nos últimos dez anos.
A taxa de escolarização do município, segundo o IBGE (2010) é de 97,5%, com
o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB - Anos Iniciais do Ensino
Fundamental/2019) 6,1. São 21.131 alunos matriculados no Ensino Fundamental (2020)
e 1.224 docentes (2020). O município conta com 52 escolas (2020) de Ensino
Fundamental.
Em março de 2020, diante da crise sanitária instalada pelo novo Coronavírus, a
prefeitura decretou a suspensão das aulas presenciais, com vistas a resguardar essa
população dos riscos provocados pela doença. Com isso, corpo discente, docente,
serviço pedagógico e demais funcionários exerceram, por mais de um ano e quatro
meses, as suas atividades na forma de home office.
Tratando-se do engajamento do servidor público, Linhart (2011, p. 156, citado
por JACKSON FILHO, 2015, p. 103) diz que
[...]. Na verdade, essas pesquisas descrevem servidores, com frequência,
muito engajados em seu trabalho, que se identificam com sua instituição, com
suas missões, que são capazes de se dedicar, isto é, capazes de se engajar de
forma desinteressada em sua atividade (LINHART, 2011, p. 156, citado por
JACKSON FILHO, 2015, p.103).
PINTO, L.B.; PAULA, A.V.; VILAS BOAS, A.A. Qualidade de Vida no Trabalho e o
Novo Serviço Público: proposta de um modelo compreensivo. Encontro Nacional de
Administração Pública e Governo – ANPAD. Salvador (Ba), 18 a 20 de nov. de 2012.
Disponível em: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2012_EnAPG353.pdf. Acesso em:
1º de set. de 2021.