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PRINCIPAIS DIFICULDADES DO TRABALHO DOCENTE

Alison Josué Messias1, Bruno Afinovicz2, Yves Neias Arruda3, Sandra Mara de Andrade4 e
Marcio Luiz Bernardim5

Área Temática:
RESUMO: O tema possuí correlação direta com fatores Extrínsecos e Intrínsecos pessoais e
subjetivos de cada pessoa. O mesmo deriva da área da Psicologia e em específico do
Comportamento Organizacional, o qual recebe grande atenção das Empresas e Organizações
em diversos âmbitos e esferas ao redor do mundo. Em contrapartida da satisfação, a insatisfação
surge por meio de variáveis internas ou externas do ambiente de trabalho, as mesmas podem
causar o desgaste pessoal e qualitativo no emprego da profissão. O presente artigo baseou-se
numa coleta de dados primária, com o objetivo de identificar as principais causas da insatisfação
docente, em específico no ensino superior das universidades.

PALAVRAS-CHAVE: Insatisfação; Universidade; Trabalho docente; Ensino;


Comportamento.

1 INTRODUÇÃO
O tema definido para a presente pesquisa é a insatisfação no trabalho dos professores e
suas principais causas, a partir de estudos sobre o bem-estar e o comprometimento de pessoas
com as organizações. Julga-se há muito tempo que a insatisfação no trabalho é uma questão de
extrema relevância, pois no caso do trabalho docente, percebe-se uma relação direta com o
comportamento do docente e, por conseguinte, com desempenho deste em sala de aula, tendo
em vista a responsabilidade que tais profissionais educadores têm diante do emprego e da
necessidade permanente de qualificação acadêmica.
De acordo com Staw e Ross (1985), apud Traldi e Fiuza (2012), a satisfação no trabalho
é uma das variáveis mais comumente estudadas no âmbito da Psicologia Organizacional.
Defendiam estes que os resultados obtidos em pesquisas sobre o tema poderiam ser bastante
úteis para a tomada de decisões no âmbito da gestão, independentemente do nível
organizacional. A satisfação teria ligação direta com o comportamento nas organizações, não
sendo diferente em um ambiente educacional de ensino superior.

Como a teoria dos dois fatores ou bifatorial de Herzberg se faz muito presente no
trabalho, é importante uma breve conceituação de ambos fatores, Fatores Higiênicos e
Motivacionais. Segundo Johann (2013, p. 48) fatores Higiênicos estão presentes no ambiente
de trabalho no qual influenciam diretamente o funcionário e seu rendimento, como a satisfação
e insatisfação, salários e benefícios; já os Fatores motivacionais estão ligados a expectativa que
o trabalho gera, a motivação é reconhecida como algo que inspira uma ação, como um plano
de carreira, reconhecimento e autorrealização profissional.

1
Acadêmico do 3° ano do curso de Administração da Unicentro, campus Santa Cruz.
2
Acadêmico do 3° ano do curso de Administração da Unicentro, campus Santa Cruz.
3
Acadêmico do 3° ano do curso de Administração da Unicentro, campus Santa Cruz.
4
Professora do curso de Administração da Unicentro, campus Santa Cruz.
5
Professor orientador do curso de Administração da Unicentro, campus Santa Cruz.
1
Os autores Hitt, Miller e Collela (2006, p. 169) comentam sobre os fatores
higiênicos, os quais são relacionados ao trabalho e podem acarretar insatisfação, mas não
satisfação, por exemplo: salário, condições de trabalho, supervisão, regras e etc. Para os
mesmos, fatores motivacionais são fatores que estão relacionados ao trabalho e podem
aumentar a satisfação, mas não a insatisfação no trabalho, sendo eles reconhecimento,
oportunidades de progressão, realização e etc. O presente trabalho, buscou principalmente
identificar e medir como os fatores Higiênicos presentes na área de atuação dos Docentes da
Universidade do Centro Oeste.
Professores de Universidades públicas têm sido cada vez mais cobrados por dedicação
exclusiva, ou seja, dedicação integral à instituição a que estão vinculados, de modo que tal
satisfação com o trabalho seria essencial para tal empenho e foco, conforme esclarecem itam
Traldi e Fiuza (2012):
No século XX, o construto satisfação era relacionado ao processo motivacional,
tendo, portanto, certa ligação com as teorias relacionadas ao comportamento no
trabalho, como a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow, de 1970, a
teoria X e Y elaborada por McGregor em 1960 e a teoria dos dois fatores de
Herzberg, Mausner e Snyderman, de 1959. (MARTINEZ, 2002).

Em outro estudo, Siqueira (1995) advoga que os administradores começaram a


considerar a satisfação como causa de comportamentos dos seus colaboradores no trabalho,
refletindo assim, no desempenho, produtividade, rotatividade e absenteísmo, ainda conforme
os mesmos autores já citados (Traldi e Fiuza, 2012). A satisfação no trabalho seria um dos
fatores que compunham o bem-estar da pessoa “... como um resultado (output) do ambiente
organizacional sobre a saúde do trabalhador e é apontada como um dos três componentes
psicossociais do conceito de bem-estar no trabalho, ao lado de envolvimento com o trabalho e
comprometimento organizacional afetivo” (SIQUEIRA e outros, 2008, p. 266).
Assim, estudar a satisfação no ambiente de trabalho é uma necessidade para qualquer
organização que pretenda tirar o melhor proveito do trabalho das pessoas que compõem a sua
equipe. Além disso, pesquisa o nível de satisfação de trabalhadores que exercem a docência
torna-se ainda mais importante, tendo em vista os impactos que o trabalho desses profissionais
tem sobre a sua performance propriamente dita e sobre aqueles que estão sob os seus cuidados,
a saber: os estudantes e os demais trabalhadores da equipe.

2 MÉTODO
Precisam primeiro explicar que a pesquisa é bibliográfica e exploratória (busquei
fundamentação para uma delas e expliquem a classificação da pesquisa de vocês em relação a
isso).
Como instrumento de pesquisa, foi utilizado um questionário já validado, utilizado em
outro estudo realizado por Simone Gobi Marcolan e Thalisson Carpeggiani Juliani (não tem
uma fonte onde a pesquisa deles tenha sido publicada? Se sim, tem que aparecer aqui), depois
de validado por uma pesquisa doutora em Administração, a qual recomendou ajustes para a sua
utilização neste estudo. Houve a necessidade de tais adaptações para que o questionário inteiro
descritivo se tornasse quantitativo, sendo respondido por uma amostra de no mínimo 100 (cem)
pessoas, e não individualmente, como o trabalho inicial dos autores. Foi realizada uma pesquisa
de natureza básica com coleta de dados de forma primária, o trabalho se deu à luz do princípio
quantitativo, com objetivo descritivo. (essas últimas informações precisam ser referendadas por
uma ou mais referências – o que é uma pesquisa quantitativa com objetivo descritivo?)
2
Foi criado um questionário via formulário do google (google forms), composto por
questões discursivas e objetivas, tratando primeiramente da identificação/perfil do respondente
e depois de questões gerais relacionadas ao tema da satisfação/insatisfação no trabalho. Já
elencadas as questões, o questionário foi enviado via e-mail e aplicativo de mensagens para
docentes dos três campi da Universidade Estadual do Centro Oeste.
O estudo pretendeu encontrar resultados que expressem a satisfação/insatisfação dos
docentes no trabalho, com base na amostra respondente. Além disso, identificar os principais
fatores que levam a algum tipo de insatisfação no trabalho docente e também demonstrar os
níveis de tais sentimentos e percepções.
Em relação à análise de dados, foram obtidas cento e dezessete (117) respostas e se
utilizou de gráficos para melhor compreensão. As perguntas de escala Linear foram elencadas
em um ranking, de forma que seu resultado permitisse uma análise qualificada em relação às
variáveis descritas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação aos resultados obtidos, foram separadas as variáveis que tiveram maior
significância e pontos que se destacassem em relação à % da resposta obtida sobre a amostra
docente.
As perguntas foram elencadas num top 5, que será apresentado em ordem decrescente
seguindo o critério já comentado acima. Serão apresentados quadros e gráficos para cada
resultado, todos elaboração pelos próprios autores durante a análise dos resultados.
Em 5° lugar a pergunta na qual a maior parte do quadro docente se mostra neutro perante
o assunto em relação a tomar decisões, conforme os quadros a seguir:

Quadro 1 - Em Relação À Tomada De Decisão Na Organização

Fonte: Os Autores

Em seu total esta é uma questão que divide opiniões entre os docentes, e sua maior parte
mantêm-se neutra no assunto. Também está ligada de certa forma a Trâmites Burocráticos, nos
quais pode-se aferir que são regras, que segundo Herzberg se enquadram como um fator
Higiênico, podendo gerar a insatisfação.

3
Quadro 2 – Em Relação Ao Descomprometimento

Fonte: Os Autores

O descomprometimento nessa questão foi de forma geral, tanto na questão acadêmica


quanto ao compromisso de outros colegas com o trabalho. Os percentuais mostram que de certa
forma isso gera a Insatisfação nos docentes. Como está presente diretamente no ambiente de
trabalho, pode-se dizer que é realmente um fator Higiênico diante da perspectiva de Herzberg,
onde não gera satisfação, mas pode ocasionar na insatisfação segundo Hitt, Miller e Collela.

Quadro 3 - Em Relação Ao Salário da Profissão

Fonte: Os Autores

Nota-se que a maioria optou por elencar como um dos fatores que mais gera insatisfação
na carreira. É importante destacar que o salário não motiva o indivíduo, apenas o satisfaz,
segundo a Teoria de Herzberg é um fator Higiênico.

Quadro 4 - Em Relação À Estrutura da Universidade

4
Fonte: Os Autores

A estrutura da UNICENTRO, segundo seus docentes gera Insatisfação, possivelmente


não só na parte física e tecnológica, mas também em questão de apoio. Neste caso o fator
Higiênico está causando a insatisfação dos mesmos, no qual aproximadamente 47% diz que é
um fator que gera insatisfação.

Quadro 5 - Em Relação Ao Comprometimento Dos Acadêmicos

Fonte: Os Autores

O comprometimento acadêmico foi focado especificadamente nos alunos, no qual


metade dos docentes respondentes dizem ser um fator que gera a insatisfação. Este fator
Higiênico foi o que obteve percentual de concordância em um item mais elevado, e por isso foi
colocado em 1º lugar na lista, sendo um dos elementos que se relaciona também aos fatores
motivacionais, levando em conta que pode gerar a autorrealização profissional docente.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A satisfação docente é de suma importância não só para os profissionais em si, mas para
toda a comunidade acadêmica. Apesar das limitações referentes ao número de respostas obtidas,
a amostra analisada permite reflexões sobre os estigmas da sociedade acadêmica e outros
aspectos socioculturais que afetam diretamente o dia a dia dos docentes. A compilação e
compreensão das respostas corroboram com o principal objetivo do trabalho: identificar as
causas de insatisfação dos docentes da Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO.
Em relação aos resultados encontrados, pode-se observar que a tomada de decisão na
organização é um aspecto que gera certa neutralidade dentre os docentes. A estrutura oferecida
5
pela universidade foi um ponto crítico apontado como gerador de insatisfação. Esse dado
destaca a importância de investimentos em infraestrutura e recursos para garantir um ambiente
de trabalho adequado, que favoreça o desenvolvimento das atividades acadêmicas. Por fim, o
fator mais alarmante identificado foi a falta de comprometimento por parte dos acadêmicos.
A complexidade do assunto estende-se e se ramifica por diversos setores da sociedade
contemporânea. Apesar disso, por se tratar de um breve estudo com uma pequena margem de
respostas, este se restringiu às conclusões básicas referentes aos temas propostos. Deve-se
ressaltar que pesquisas futuras e aprofundadas sobre o assunto são de grande relevância para o
ambiente acadêmico como um todo.

REFERÊNCIAS
HITT, Michael A.; MILLER, C. Chet; COLLELA, Adrienne – Comportamento
Organizacional, uma Abordagem Estratégica – 2006

JOHAAN, Sílvio – Comportamento Organizacional teoria e prática - 2013

MARCOLAN, Simone G. - Fatores condicionantes da (in)satisfação docente no curso de


educação física da faculdade La Salle Lucas do Rio Verde - 2020.

TRALDI, Maria T. F.; FIUZA, Gisela D. – Comprometimento, bem-estar e satisfação dos


Professores de Administração de uma Universidade Federal – 2012.

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