O documento discute a psicologia comunitária e seu papel em defender comunidades locais contra despejos e perda de meios de subsistência. Apresenta exemplos de comunidades de pescadores e catadores em Maceió que tiveram suas moradias destruídas pela prefeitura sob a justificativa de "revitalização", ignorando os direitos e cultura dessas pessoas. Defende que a psicologia comunitária deve lutar contra a invisibilização de comunidades e pela preservação de laços culturais e meios de vida.
O documento discute a psicologia comunitária e seu papel em defender comunidades locais contra despejos e perda de meios de subsistência. Apresenta exemplos de comunidades de pescadores e catadores em Maceió que tiveram suas moradias destruídas pela prefeitura sob a justificativa de "revitalização", ignorando os direitos e cultura dessas pessoas. Defende que a psicologia comunitária deve lutar contra a invisibilização de comunidades e pela preservação de laços culturais e meios de vida.
O documento discute a psicologia comunitária e seu papel em defender comunidades locais contra despejos e perda de meios de subsistência. Apresenta exemplos de comunidades de pescadores e catadores em Maceió que tiveram suas moradias destruídas pela prefeitura sob a justificativa de "revitalização", ignorando os direitos e cultura dessas pessoas. Defende que a psicologia comunitária deve lutar contra a invisibilização de comunidades e pela preservação de laços culturais e meios de vida.
DISCIPLINA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA Prof. Renata Guerda A. Santos
Dissertação sobre espaço urbano e as relações com a psicologia comunitária.
Devido a influência experimental e clínica ocorre o surgimento da psicologia,
mas foi nos anos 70 que acontece o movimento a partir da problemática dos trabalhos envolvendo grupos sociais amplos e sendo levado em consideração os fenômenos psicológicos. Sendo assim, a comunidade tem voltado à tona e sido rediscutida, o que vem revelando a dificuldade de chegar a um entendimento único sobre como é pensada hoje. Seu conceito foi hostilizado por intelectuais iluministas por se aproximarem de estruturas do feudalismo. Sucedeu-se em uma reação de conservadorismo da época, para o intuito de positivar e resgatar um ideal de comunidade em um modelo paradisíaco. De acordo com Sawaia, foi no século XX que comunidade passou estabelecer sociedade e comunidade e Tonnes diferenciou como Gemenschaft (membro auto gratificante) e Gesellschart (fins de divisão). Ainda neste período, as formulações teóricas preparam administração pelo Estado em espaços populares pós guerra, concretização das propostas populistas de modernização e progresso observado no Brasil na década de 50. De acordo com Sawaia a psicologia se encontrava presa a uma visão de comunidade uno e homogenia. A noção de identidade é o eixo de sustentação e compreensão de psicologia comunitária como instancia de coletividade e consciência da realidade, no qual os indivíduos tem assegurado sua posição. Seu conceito para a psicologia é construída pela sociologia original que classifica comunidade por uma regulação social e disciplinar compartimentada. As relações que são mediadas pelo dispositivo, que nasceu no biopoder e adquiriu variações para o controle. O próprio espaço aberto e territorial foi assumido como instituição social, onde a delimitação de produção social é implodida, o território humano permanece definido, a comunidade hoje é um território de forças micropolíticas. A psicologia quer repensar comunidade como produção de diferenças, no qual pode inventar modos próprios de relacionamentos e consigo mesmo, embora seja preservada a opressão sofrida e não garanta a integração de fortalecimento englobada nos aspectos de signos linguísticos, crenças, valores, objetivos em comum e identificação. O comum e a comunidade não se fundem entre si, pois propõe modos de aproximação de coletividade presentes em discussões cotidianas, que definem modo de inclusão e exclusão da suposta identidade e unificação de fronteiras. A constituição do comum tenta escapar das máquinas de estratificação e hierarquização social defendendo a democracia, mas a biopotencia forma redes autônomas, solidarias e cooperativas produzindo e gerenciando o comum e criando novas invenções. Assim, o princípio de identidade tem sido diminuído em virtude de outras maneiras de pensar daquilo que se perdeu como a uma comunhão. A multidão por ser um termo pejorativo historicamente, hoje com o surgimento de novas classes sociais é encontrada cada vez mais indefinida. Essa massa opõe-se por não constituir-se como homogenia, mas pode firmar acordos e regras a partir de questionamentos e reavaliações e sua potência em sua heterogeneidade e singularidades que se cruzam em esquemas de cooperação e redes autônomas que resistam ao capitalismo que inventa racionalidades. Negri acredita em atos de solidariedade que não são indenitários. Para que possamos falar de território é preciso entender um pouco de Globalização e Geografia, pois são assuntos que se correlacionam e nos permite entender melhor sobre o território e espaço urbano, e consequentemente compreender o funcionamento da comunidade que ali se encontra. Umas das maiores preocupações do século XXI é com as condições da existência humana. A ciência se ocupa cada vez amis com esse tema, devido ao aquecimento global, as epidemias e pandemias. Por isso se faz necessário conhecer a globalização da natureza juntamente com a globalização dos problemas ambientais, mesmo que haja desigualdade entre diversas regiões do mundo, como coloca FARIA E BORTOLOZZI (2009) “...essas questões começam a preocupar os países desenvolvidos, já que a natureza não conhece as fronteiras territoriais.” Umas das consequências da globalização é o rápido fluxo de vírus e bactérias que podem se espalhar em diversas regiões do globo em pouco tempo, transformando uma doença local em uma epidemia. Por esse motivo a geografia é essencial, pois é a ciência que estuda a relação entre as sociedades e a natureza. E foi por meio de estudos elaborados pela geografia médica que se chegou ao conceito de espaço trabalhado, tendo como ferramenta de análise da manifestação coletiva de enfermidade, com a ajuda da epidemiologia. É por volta da década de 70 com o desenvolvimento da sociedade que o conceito de espaço e território se fortalece nas pesquisas de saúde pública. Essa nova geografia crítica proporcionou muitos debates com uma vertente de epidemiologia social crítica. Foi com a junção de todas essas ciências citas anteriormente que conseguimos chegar ao conceito de território, mas dependendo da abordagem, que pode ser econômica, dimensão geopolítica do território, dinâmicas políticas e culturais, e sustentabilidade ambiental. Segundo RAFESTIN (1993) “o conceito de território esteve quase sempre relacionado com as relações de poder que se estabelecem entre os grupos sociais e deste com a natureza. “ Que seria a dominação de uma área por um determinado grupo social, comunidade. Assim se o território for pensado na abordagem política limita-se ao Estado-Nação. Na abordagem econômica será focado na produção, consumo e atuação de grandes empresas. Já a abordagem cultural preocupa-se com os aspectos simbólicos e idearias. Quando se trata da abordagem dos aspectos físicos evidenciará os recursos ambientais e sua utilização. De acordo com o material apresentado em sala de aula tanto nos textos quanto nos filmes exibidos, vimos claramente na prática, e não da maneira mais adequada, mas sim com uma dura e fria realidade, do que nos é imposto e de como o poder governamental não opera perante a busca de conservação em nenhuma das áreas apresentadas aqui. O espaço geográfico apenas existe como apresentação de mapas onde o que importa é beneficiar a elite. De forma clara a psicologia comunitária nasceu para unir essas lacunas, primeiramente de forma tímida sem meio que saber onde era sua parte, mas com o tempo ficou claro que deveria ser investido mais nessa área da psicologia que tem tendência em derrubar as barreiras e ao lado da sociedade encontrar forças e soluções para que as comunidades se sintam pertencentes aos locais de origem, que seus vínculos criem raízes capazes de resistir a impunidade e injustiças. A conscientização da sociedade é um grande passo para a construção de uma sociedade mais justa. Em junho de 2015, ocorria em Maceió a demolição da vila dos pescadores no bairro do Jaraguá, tradicional pelas obras arquitetônicas antigas e a cultura da pesca. Mas se este bairro é conhecido pela cultura da pesca, quais são os porquês da demolição das vilas dos pescadores? A resposta é bastante fácil de entender, mas difícil de digerir. A prefeitura queria fazer uma limpeza na orla e passou a desconsiderar que ali era uma comunidade, então o que antes era um espaço de famílias e meio de sustento dessas, ficou sendo visto como favela. Pessoas que por décadas ocuparam aquele local agora teriam que simplesmente pegar suas coisas e sair, sem nenhuma perspectiva de melhoras ou ao menos condições de conseguirem seu sustento que outrora ficava no quintal de suas casas. Foram muito anos de lutas em busca de investimento no local de moradia e trabalho que viabilizasse a permanecia daquelas famílias ali, a associação da vila que a mais de quinze anos vinha reivindicando na justiça esses direitos a serem prestados a eles pela prefeitura municipal de Maceió. Mas eles já estavam cansados de tantas injustiças e para completar a falência de sua luta a prefeitura consegue através da mesma justiça a ordem de desocupação da vila, amparada pela revitalização e limpeza da orla, então as escavadeiras adentraram na vila, não só destruindo aqueles barracos, mas com eles as vidas, o sustento e os sonhos daquela comunidade. Naquele momento a história dos moradores que tinham como quintal o mar, que sobrevivia da pesca artesanal, produzindo cultura e luta, ficaram ali juntos com os destroços de suas moradias. Para a prefeitura mais uma operação bem sucedida, onde o que importava naquele momento era fazer valer o seu querer, sem se importar com quem o que estavam destruindo. Eles tem coragem em dizer que ali com aquela operação foi reduzido a “violência” do local, mas foi também a apagada a parte da cidade que agora possui, fora do alcance das luzes, novos moradores de rua e dezenas de famílias privadas do seu meio de trabalho e renda. Tampouco se iluminam as inúmeras situações de abandono e violações de direitos sofridas pela comunidade, naquela região escura, ao longo dos anos e durante o despejo, em decorrência da própria ação ou inação do Estado. E a vila que virou favela, agora vive apenas a sobra do passado, empurrada para debaixo dos tapetes sociais, onde não se repara o erro, apenas o esconde para que fique longe das luzes que clareiam os poderosos. Outro caso não tão diferente é o da vila emater, também conhecida como favela do lixão, que durante décadas foi meio de sustento de famílias inteiras, e que por sua localização entre outros transtornos se tornou um calo no pé da prefeitura que sempre foi cobrada tanto pelo meio ambiente pela falta de cuidados como os desejos da cidade, sem planejamento e estrutura o lixo era apenas depositado lá para que famílias os consumissem feito “urubus”, quanto pela alta sociedade que não admitia uma área tão nobre povoada por uma favela que fedia e muito. Famílias inteiras migradas de todos os lugares do estado e até mesmo de outros estados se alojavam naquela região em busca da algum tipo de abrigo e justamente pelo descaso do governo se tornava maior a cada dia que passava, tanto quanto as cobranças e pressão que esse governo sofria. Então das mesma maneira que fizeram com a vila dos pescadores, resolveram tirar dali aquelas famílias, sem lhes dar nenhuma opção de esperança e sustento, fecharam o lixão, foi desativado no ano de 2010 e todas aquelas pessoas que tiravam seu sustento dali ficaram sem saber o que fazer. Mas até hoje como na vila dos pescadores há a resistência, e é essa resistência que faz com que a comunidade não se dissolva e que haja a vontade de lutar por seu espaço nesses territórios arrancados dos cidadãos como se eles fossem animais irracionais e incapazes de escolher e opinar pela direção de suas vidas e por seus direitos. Infelizmente, apesar de tanta luta e sofrimento o Estado continua ganhando essa luta injusta onde o mais fraco não tem nem armas para lutar, mas vem crescendo com apoio de frentes como a psicologia comunitária que vem tentar entender todo contexto histórico dessas comunidades, conscientizando-os de que todos nós temos direitos e deveres iguais, que estamos construindo novas barreiras na luta pela destruição da desumanidade e da desigualdade que sempre nos foi apresentado como algo tão natural.