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Patologia das

FUNDAÇÕES Fundações
DEFINIÇÃO

PATOLOGIA
Do grego: pathos (doença) + logos (ciência, estudo)

“Ciência que estuda a origem, os sintomas e o mecanismo de ação


das doenças.’’
DEFINIÇÃO
De acordo com Helene (1992):

Patologia é parte da Engenharia que estuda os sintomas,


os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das
construções civis, ou seja, é o estudo das partes que
compõem o diagnóstico do problema.
ETAPAS IMPORTANTES
 Determinar o número de furos de sondagem, bem como a sua localização;
 Analisar um perfil de sondagem;
 Saber escolher a fundação ideal para uma determinada edificação;
 Especificar corretamente o tipo de impermeabilização a ser utilizada em alicerce;
 Especificar o tipo de dreno e a sua localização.
EXECUÇÃO
Sucesso das fundações:
 Caracterização do subsolo.
 Cálculo e projeto adequados.
 Especificações precisas e detalhadas.
 Processos construtivos apropriados:
 Pessoal qualificado;
 Equipamento adequado;
 Supervisão e controle construtivo rigoroso.
EXECUÇÃO
 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
 Problemas envolvendo o solo.
 Problemas envolvendo os elementos estruturais.
EXECUÇÃO
PROBLEMAS ENVOLVENDO O SOLO:
 Fundações sobre solos de diferentes comportamentos.
 Amolgamento do solo (recalques incompatíveis).
 Escavação preliminar e reaterros mal executados.
 Substituição de solo com uso de material não apropriado.
 Sapatas executadas em cotas diferentes com desmoronamento ou alívio da
fundação apoiada no nível superior.
 Sapatas executadas próximas a canalizações.
EXECUÇÃO
PROBLEMAS ENVOLVENDO ELEMENTOS ESTRUTURAIS:
 Qualidade inadequada do concreto.
 Ausência da regularização com concreto magro do fundo da cava de fundação.
 Execução de elemento de fundação com dimensão e geometria incorreta.
 Presença de água na cava durante a concretagem, prejudicando a qualidade e
integridade da peça em execução.
 Adensamento deficiente e vibração inadequada do concreto.
 Armaduras mal posicionadas ou insuficientes.
EXECUÇÃO
 FUNDAÇÕES PROFUNDAS
 Pode não vir a ser executada conforme os requisitos definidos no projeto.
 Depende da variabilidade das condições de campo.
 Limitações quanto a capacidade e geometria.
 Muitas vezes obrigam mudanças no projeto original.
 Comunicação entre projetista e executante.
 Adequar o projeto à realidade.
 Um pequeno detalhe esquecido, ou ainda, mal executado, pode resultar em fracasso total.
 Efeito da fundação no solo e nas fundações vizinhas.
EXECUÇÃO
PROBLEMAS GENÉRICOS
 Erros de locação
 Erros ou desvios de execução
 Erro no diâmetro
 Substituição no canteiro da estaca projetada por elementos equivalentes
 Ausência de ferramenta ou de material
 Profissional não qualificado
 Inclinação final executada em desacordo com o projeto
EXECUÇÃO
 Ausência ou posição incorreta de armadura de fretagem no projeto do bloco ou
topo de elemento de fundação
 Falta de limpeza adequada da cabeça da estaca para vinculação ao bloco
 Características do concreto inadequadas
EXECUÇÃO
Quanto à estacas cravadas:
 Falta de energia de cravação.
Obstruções ou horizontes intermediários resistentes;
Elementos cravados aquém das necessidades.
 Excesso de energia de cravação.
Provoca danos estruturais;
Se não detectados, resultam em mau desempenho das fundações.
EXECUÇÃO
 Compactação do solo.
Especialmente em solos granulares.
Pode induzir em comprimentos diferenciados em blocos com grande número de
estacas.
Pode impossibilitar a execução com o espaçamento inicial de projeto.
 Levantamento de elementos já cravados.
Típico de blocos com várias estacas.
Pode haver prejuízo no desempenho das fundações.
EXECUÇÃO
 Estacas metálicas
 Problemas de soldagem entre os elementos.
 Emendas com problema de dimensionamento.
 Elementos muito esbeltos.
 Problema de flambagem.
EXECUÇÃO
 Estacas pré-moldadas de concreto
 Concreto de baixa resistência, cura não adequada ou dosagem pobre.
 Danos no manuseio.
 Falta de proteção na cabeça da estaca durante a cravação.
PÓS-CONCLUSÃO DAS FUNDAÇÕES
 Carregamento
Alteração do uso da estrutura
Ampliações e modificações não previstas no projeto original
PÓS-CONCLUSÃO DAS FUNDAÇÕES
 Movimento de massa
 Alteração do uso de terrenos vizinhos
 Grandes escavações próximas
 Instabilidade de taludes
 Efeitos da presença de água
 Variação do nível de água
 Erosão ou solapamento
 Ação de animais ou do homem
PÓS-CONCLUSÃO DAS FUNDAÇÕES
 Vibrações ou choques
 Equipamentos industriais
 Cravação de estacas
 Compactação vibratória e dinâmica
 Explosões
 Choques
PÓS-CONCLUSÃO DAS FUNDAÇÕES
 Degradação dos materiais
Concreto
 Ataque químico
 Meios ácidos
Aço
 Corrosão
Madeira
 Mudanças físicas e químicas
ESTUDO DE CASO
Torre de Pisa: campanário da catedral da cidade italiana de Pisa.
 A altura do solo ao topo da torre é de 55,86 metros no lado
mais baixo e de 56,70 metros na parte mais alta.
 A espessura das paredes na base é de 4,09 metros e 2,48
metros no topo.
 Tem em 296 ou 294 degraus: o sétimo andar da face norte das
escadas tem dois degraus a menos.
 Antes do trabalho de restauração realizado entre 1990 e
2001 a torre estava inclinada com um ângulo de 5,5 graus,
estando agora a torre inclinada em cerca de 4 graus.
ESTUDO DE CASO
A inclinação deve-se ao solo argiloso que existe no
local onde ela foi construída. O terreno era muito
frágil e instável para abrigar uma grande
construção.
Projetada para abrigar o sino da catedral, a torre
foi iniciada em 1173: seus três primeiros andares
mal tinham acabado de ser erguidos quando foi
notada uma ligeira inclinação, devido ao
afundamento do terreno e ao assentamento
irregular das fundações.
ESTUDO DE CASO
O engenheiro encarregado do projeto, Bonnano Pisano,
tentou compensar a inclinação construindo os demais
cinco andares ligeiramente mais altos do lado em que a
estrutura pendia para baixo, mas o excesso de peso só
fez a torre recalcar mais.
A construção só terminou na segunda metade do século
XIV e, ao longo dos séculos, foram feitas várias
tentativas de aprumar a estrutura de oito andares, mas
sem sucesso.
ESTUDO DE CASO
No século XX, a torre passou a se inclinar cerca
de 1,2 milímetro por ano.
Quando essa pendência em relação ao eixo
chegou a 4,5 metros, em 1990, ela foi fechada
ao público, sob risco de desmoronar.
Desde então, várias propostas foram feitas para
salvar a torre, até que uma delas, formulada
por uma comissão de 14 especialistas, foi
finalmente escolhida.
ESTUDO DE CASO
Proposta: tirar, aos poucos, terra do lado inclinado e reforçar a fundação com placas
de chumbo para evitar qualquer perigo de desmoronamento enquanto o trabalho era
realizado.
A obra consumiu 25 milhões de dólares e só terminou em junho de 2001, reduzindo
em 40 centímetros a inclinação da torre, que foi reaberta ao público em 15 de
dezembro do mesmo ano.
ESTUDO DE CASO
Em 1992, os trabalhadores executaram reforços estruturais no primeiro pavimento
com cintas de aço a fim de prevenir fraturas na edificação.
Além disto, foram colocados blocos de chumbo no lado norte da torre para conter o
movimento de tombamento.
Em nove meses, o topo da edificação retornou 2,5cm para o lado norte.
No ano de 1995, iniciou-se a instalação de outro anel de concreto em torno do
monumento, este anel foi ancorado em uma camada de areia situada a 50m abaixo
da superfície, assim os cabos de aço tracionariam a torre para o lado norte.
ESTUDO DE CASO
Este segundo anel teve como objetivo substituir os
blocos de chumbo e ocasionaram um efeito
estabilizante ainda maior.
Em 1998, foram realizadas escavações do subsolo
da base norte da torre, que extraíram cerca de
42 m³ de solo. Após esse processo, a Torre de pisa
retornou para a mesma posição em que estava no
século XVII.

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