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Dr. Marcelino Matamba /// Economia Angolana //// mgmsello@outlook.

com

Aula nº 7,8 Luanda aos___de________ de 2017

Sumário: Dependência de Angola de Um Recurso – O Sector Petrolífero

Angola pode ser um típico exemplo de que um país rico em recursos não é
automaticamente, traduzido em prosperidade para a maioria do seu povo.

É logo no início da independência que o sector petrolífero se torna na principal prioridade


do governo nacional para a obtenção de receitas, mediante a criação em 1976 da “sociedade
Nacional de Combustíveis” actual SONANGOL, para gerir toda exploração, produção e
distribuição petrolífera. O principal operador petrolífero antes da independência era GULF OIL.
Em 1978, o governo autorizou a Sonangol a adquirir 51% de participação das concepções de
Cabinda, embora a gestão operacional se tenha mantido sob o controlo dos operadores. (Sócios
Estrangeiro).

Com essas acções o estado tornou-se no único dono dos recursos petrolíferos do País e
transformou a SONANGOL, na concessionária única e exclusiva para a pesquisa e exploração do
petróleo, permitindo à empresa associar-se a parceiros estrangeiros com vistas a obter os recursos
necessários para pesquisa, desenvolvimento e produção. Tais acções elevaram a Sonangol,
chegando a crescer em capacidade e prestígios, para responder às necessidades das empresas
petrolíferas. Tornando-se na maior fonte de geração de receitas do então governo angolano
recentemente independente. Hoje existem mais de 30 empresas multinacionais a investirem e a
actuarem neste sector.

O sector petrolífero tornou-se uma indústria de enclave em relação ao resto do país, uma
vez que mais de 97% do petróleo de Angola é explorado em Offshore. Razão que explica a sua
não afectação durante todo período de guerra civil. A demarcada interacção entre os operadores
petrolíferos, as comunidades locais e outros sectores económicos, serviram para criar duas
realidades distintas uma de:

1ª) Crescimento em volume de exportações, pesquisa, avanços tecnológicos e grandes


investimentos no sector petrolífero;

2ª) Estagnação e limitado ou nenhum investimento para o resto dos sectores produtivos.

Estando no auge de sua exploração e comercialização, as recitas geradas por este sector,
cobriram despesas do estado em áreas como: Os custos militares, a administração pública,
importação dos alimentos básicos etc, está dependência deixou e continua a deixar o país
vulnerável às quedas dos preços do petróleo nos mercados internacionais.

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Entre 1995 e 2001 as receitas dos impostos do petróleo correspondiam de 70% à 90% das
receitas do estado e mais de 60% do PIB. Vamos verificar isso na tabela abaixo.

O PESO DO PETRÓLEO NA ECONOMIA ANGOLANA

ANOS 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
% PIB 67,61 65,65 73,14 60,33 47,96 73,75 77,67 65,12 66,81
% Export 96,19 94,60 93,82 92,47 87,08 87,08 89,89 88,80 91,77
%Rec. 87,20 62,18 89,68 84,05 70,23 87,77 86,62 81,20 78,44
Fis

A dependência do sector petrolífero teve um profundo efeito no estilo de governação bem


como na gestão macroeconómica do país.

INDICADORES ECONÓMICOS CHAVES (2003-2007)

• O Crescimento real do PIB de Angola variou de 3,3% em 2003 para 23,4 em 2007;
• O PIB do sector não petrolífero também cresceu de 10,3% em 2003 para 22,3% em
2007;
• O preço do petróleo de variou de 28,2 USD para 61,4 em 2006 e atingiu mais de 130
usd em 2008;
• As taxas de inflação variaram de mais de 100% antes de 2003 para menos de 12% em
2007 e;
• O crescimento do sector não petrolífero foi calculado em aproximadamente 17% ano.

Com este crescimento acima dos 15% de output anual, no período acima mencionando
Angola foi então logo considerado como uma das economias com mais rápido crescimento no
mundo, com considerável excedente em moedas estrangeiras, isto repercutiu para se considerar
Angola um país com rendimento médio para país que estava a ressurgir do pós-conflito,
demonstrando uma oportunidade única de crescimento da economia angolana em toda sua história
após a independência.

FACTORES NOTAVÉIS NA MUDANÇA MACROECONOMICA

Esta notável mudança na realidade macroeconómica é outorgada aos seguintes factores:

1º Aumento na produção e no preço do petróleo resultando em inesperadas receitas


elevadas para o governo;

2º Políticas macroeconómicas mais eficazes e melhor implementação de medidas nas


políticas;

3º Redução significativa da dívida externa e aumento nas reservas em moeda estrangeiras


possíveis através das receitas petrolíferas;

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4º Grandes investimentos públicos em estradas e infra-estruturas apoiadas pelo crédito da


China e outras linhas de créditos bilaterais;

5º Recuperação do sector não petrolífero, pois cessação do conflito no país, particularmente


no sector agrícola;

6º Aumento em investimento estrangeiro nos sectores não petrolíferos como o da


agricultura, manufactura e construção;

7º Foco do governo na diversificação da economia e investimento em sectores não


petrolíferos permitindo que receitas de sectores petrolíferos tenham impacto em toda economia
nacional desde 2002-2015.

Frase da Semana: “O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflecte... O teu comportamento te
identificará” (Aristóteles)

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