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ste trabalho de investigação tem como objetivo, analisar a dependência petrolífera de Angola e as

implicações que tal facto pode ter para o seu desenvolvimento económico, bem como estudar a estratégia
que tem vindo a ser adotada pelo país, por intermédio da Sonangol, com vista ao desenvolvimento
económico e social, perspetivando qual o modelo de desenvolvimento expectável para o país, nesta
vertente. A metodologia utilizada foi sobretudo a análise documental, consubstanciada na análise de
diversos relatórios económicos e financeiros publicados por diversas agências internacionais, bem como
na análise de diversos artigos especializados nestas matérias. Foram ainda realizadas várias entrevistas
a altos responsáveis pela tomada de decisão e política de desenvolvimento relacionadas com esta
temática, no país. O setor petrolifero representa atualmente 57% do PIB angolano, 80% das receitas, e
97% das exportações. Angola produz hoje cerca de 1.7 milhões de barris de petróleo por dia, sendo o
número 2 em África, no que concerne à produção de petróleo.1 Não admira, por isso, que o setor
petrolífero continue a ser uma das áreas que mais tem impulsionado o crescimento económico em
Angola. De acordo com o Orçamento de Estado dos últimos cinco anos, a indústria petrolífera é o ramo
que mais contribui para o desenvolvimento económico de Angola. A Sonangol, empresa concessionária,
tem o dominio e controlo das jazidas de petróleo existentes no país (Revista o Petróleo, Sonangol,
Janeiro de 2010, pág.5). No contrato de concessão, o Estado chama a si os seus direitos de pesquisa e
de exploração. Na Lei 13–76 de 26 de Agosto de 1976 que rege a atividade petrolífera – foram atribuídos
poderes à Sonangol que representava o estado na concessão. Assim, esta empresa, no caso de Angola,
é quem assume os direitos de concessão para o desenvolvimento de uma determinada área petrolífera
(denominada “Campo de desenvolvimento”). De açodo com as regras estatuídas, caberá à
concessionária a definição da estratégia, a propriedade das instalações, o financiamento da área de
pesquisa, a decisão sobre o desenvolvimento e exploração de descobertas, a propriedade da produção, o
pagamento de impostos ao estado, entre outros. Fruto do significativo desenvolvimento das descobertas e
consequente exploração do petróleo, em Angola, este país tem vindo a assumir uma posição cada vez
mais ativa na organização dos países exportadores de petróleo (OPEP), da qual é membro de pleno
direito desde janeiro de 2007. Contudo, e não obstante os aspetos positivos que o petróleo pode
representar (e representa) para Angola, a forte dependência do País de uma única commodity, faz com
que este se apresente geralmente muito vulnerável às oscilações dos preços do petróleo nos mercados
internacionais. Se uma subida no preço do petróleo faz com que a Sonangol e o Estado angolano
consigam arrecadar mais receitas, já as frequentes quedas de preços originam um impacto negativo no
Orçamento do Estado (excessivamente dependente das receitas do petróleo) que, consequentemente,
originará uma necessidade de reajuste nas estratégias de desenvolvimento do país. É com base nestes
pressupostos que se irá desenvolver o presente tema de investigação, onde se procurará demonstrar,
através da metodologia escolhida, que a estratégia de desenvolvimento de Angola não só está fortemente
dependente do desempenho da Sonangol como também esta dependência pode ter efeitos negativos no
futuro desenvolvimento do país, pelo que poderá ser necessário, a prazo, assistir-se a uma diversificação
do risco, consubstanciado numa diversificação das fontes de receita onde assenta o desenvolvimento
económico nacional.

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