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Nº 153

ano 13
abr 2016

Debates
estratégicos
são farol em
momento De
crise
Em contraste com a crise política e econômica do País,
ConstruBR 2016 põe em discussão assuntos sensíveis para a
cadeia da construção civil, como produtividade e competitividade,
sustentabilidade, construção industrializada e segurança jurídica

ENTREVISTA DO MÊS DESENVOLVIMENTO REGIONAL


Francisco Vasconcellos e Paulo Estudo inédito analisa a
Sanchez falam sobre produtividade atratividade das diversas
e o Prêmio BIM do SindusCon-SP regiões do interior paulista w w w. s i n d u s c o n s p . c o m . b r
editorial

A AgENDA DA CONSTrUçãO
PArA TIrAr O BrASIl DA CrISE
José Romeu FeRRaz Neto
Presidente do SindusCon-SP

H
á uma razoável conver- da recuperação da atividade e de bilidade financeira dos projetos da
gência de opiniões no geração massiva de emprego, tem iniciativa privada, com a participa-
mercado sobre o que fa- o potencial de protagonizar a saí- ção dos Estados e municípios. Fal-
zer para o Brasil sair da da da crise. Para tanto, necessi- ta equacionar medidas para a fa-
crise e os investidores privados e ta dos estímulos corretos, não se se 3 do programa deslanchar. Há
as famílias voltarem a investir. interrompendo os programas que que se pensar em uma nova forma
Dois fatores serão fundamen- estão em curso. de financiar o acesso das famílias
tais: um conjunto coerente de Na infraestrutura, será preciso de mais baixa renda à moradia, em
medidas que reequilibre as con- retomar e estender a mais empre- face da redução da capacidade da
tas públicas e possibilite a que- sas as concessões e as Parcerias União de subsidiá-las. E, no médio
da dos juros e da inflação; e uma Público-Privadas. Elas despertam prazo, transformar esse programa
equipe econômica respeitada, ca- em uma política de Estado, que
paz de levar essas ações adiante, ultrapasse a transitoriedade dos
vencendo os obstáculos que ainda DOIS FATORES SÃO mandatos dos governos.
advirão da crise política. Na área imobiliária, redução
Propostas de medidas não fal-
FUNDAMENTAIS: UM de juros e oferta de financiamento
tam: racionalização de gastos do CONJUNTO DE MEDIDAS são essenciais, além de um hori-
governo; revisão de programas so- zonte de previsibilidade. A boa no-
ciais, subsídios e benesses inefi-
QUE REEQUILIBRE AS tícia do final de abril foi a padroni-
cientes; renegociação das dívidas CONTAS PÚBLICAS zação das regras dos distratos de
dos Estados sem prejuízo para a aquisição de imóveis, que tanto
União; início da queda dos juros; E UMA EQUIPE têm prejudicado construtoras e os
reforma da Previdência, seguida da ECONÔMICA RESPEITADA próprios adquirentes de imóveis.
trabalhista, da tributária e da políti- Questões como essas preci-
ca, esta flagrantemente necessária. sam ser atacadas de forma rápi-
Bem calibrado e certeiro, um grande interesse de investidores da e eficiente. Isso leva a um pon-
programa de ajuste profundo po- nacionais e estrangeiros, desde to até agora pouco mencionado: a
derá ser levado adiante sem ne- que tenham taxas de retorno efe- necessidade de uma gestão públi-
cessidade de recriação da CPMF tivamente atrativas, segurança ju- ca moderna e produtiva.
ou aumento de outros tributos. rídica de respeito aos contratos e Tais fatores somados certa-
Se, porém, for preciso recorrer facilidades para o preenchimento mente contribuirão para a indús-
à via tributária, espera-se o bom de garantias e a obtenção de fi- tria da construção ajudar a tirar o
senso de não se encarecer a pro- nanciamentos. Brasil da crise. Mas sem eles, a
dução de bens e serviços básicos. O Programa Minha Casa, Mi- crescente paralisação deste setor
A indústria da construção, de- nha Vida ativará o segmento ha- só contribuirá para agravar ainda
vido às suas capacidades de rápi- bitacional, caso se assegure a via- mais a recessão.

www.sindusconsp.com.br 3
SinduScon-Sp digital deStaqueS do portal www.SinduSconSp.com.br
Por Enzo BErtolini Sumário // março 2016

10
CAPA
SinduSCon-SP lança PREFEITURA ESPECiAl mOSTRA OS DEBATES
PRESIDENTE
José Romeu Ferraz Neto
CRIA
Programa de ÉtiCa
VICE-PRESIDENTES
REAlizADOS NO CONSTRuBR 2016 Eduardo Carlos Rodrigues Nogueira, Eduardo May Zaidan,
DECLARAÇÃO Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa,

e ComPlianCe TRIBUTÁRIA FOTOS DA CAPA: JORGE ROSENBERG Jorge Batlouni, Luiz Antônio Messias, Luiz Claudio Minnitti Amoroso,
Maristela Alves Lima Honda, Maurício Linn Bianchi,
DE OBRA Odair Garcia Senra, Paulo Rogério Luongo Sanchez,
Roberto José Falcão Bauer, Ronaldo Cury de Capua
Na primeira quinzena de maio, o SindusCon-SP lançou seu Programa LICENCIADA
de Ética e Compliance. O principal objetivo do programa é fomentar con-
ceitos e fundamentos sobre a ética, valores e princípios, fortalecer o setor A Prefeitura de São Paulo insti-
03 EDITORIAL DIRETORES DAS REGIONAIS
Elias Stefan Junior (Sorocaba), Fernando Paoliello Junqueira
(Ribeirão Preto), Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto),
Márcio Benvenutti (Campinas), Mario Cézar de Barros (São José

04 SINDUSCON-SP DIGITAL
da construção e a qualidade dos relacionamentos com seus públicos de tuiu a Declaração Tributária de dos Campos), Mauro Rossi (Mogi das Cruzes), Paulo Edmundo
Perego (Presidente Prudente), Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru),
interesse, além estimular suas associadas e empresas do setor a criarem Obra licenciada – DTOl, para Ricardo Beschizza (Santos), Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)
um programa de integridade, importante instrumento da atuação respon- a comprovação da existência de REPRESENTANTES JUNTO À FIESP

06 ENTREVISTA DO MÊS
Eduardo Ribeiro Capobianco, Sérgio Porto, Cristiano Goldstein,
sável e da governança corporativa. obras paralisadas ou em anda- João Cláudio Robusti
O presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, destaca o mento devidamente licenciadas. ASSESSORIA DE IMPRENSA

orgulho da entidade de se pautar pela responsabilidade social, o estrito Francisco Vasconcellos e paulo Enzo Bertolini (11) 3334.5659, Andrea Ramos Bueno (11) 3334.5701

cumprimento da lei e uma cultura de integridade e comportamento ético. sanchez Falam sobre o prêmio bim
“isso implica colocar em ação uma diretriz que compromete todos os CONSTRUSER
funcionários com a atitude de fazer a coisa certa todos os dias.” 2016 REÚNE
MAIS DE 26 ARTIGO JURÍDICO CONSELHO EDITORIAL
26 MIL PESSOAS alexandre Tadeu naVarro Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan,
EM 10 CIDADES discorre sobre compliance
José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Biachi, Francisco Antunes
de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides,
REGRAS DA DECRETO DO ESTADO Sergio Porto, Ana Eliza Gaido e Rafael Marko.
NOVA LEI DE REGULAMENTA
27DESTAQUE
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO
Néctar Comunicação Corporativa (11) 5053.5110
zONEAMENTO HELIPONTOS mais de 26 mil pessoas, entre tra- EDITOR RESPONSÁVEL
PODEM SER EM SÃO PAULO balhadores e voluntários partici- o sucesso da Feicon baTimaT Paulo Silveira Lima (MTb 2.365-DF) paulo.lima@nectarc.com.br

CONHECIDAS param do Encontro Estadual da REDAÇÃO


Renata Justi (editora assistente), Bruno Loturco, Glauco
EM MAPA DIGITAL Prefeitura fixa os procedimen-
tos e exigências para instalação
Construção Civil em Família (Cons-
truSer 2016) realizado dia 30 de 28 FOTO DO MÊS Figueiredo, Andrea Ramos Bueno, Enzo Bertolini e Rafael Marko,
com colaboração das Regionais: Bruna Dias (Bauru); Ester
Mendonça (São José do Rio Preto); Geraldo Gomes e Maycon
A nova lei de Parcelamento, uso e funcionamento de helipontos e abril simultaneamente em 10 ci- Morano (Presidente Prudente); Tatiane Vitorelli (São José dos

e Ocupação do Solo está disponí-


vel para download na ferramenta
heliportos em São Paulo. Com a
nova legislação, será possível re-
dades paulistas (Osasco, Bauru,
Campinas, Presidente Prudente,
30 SINDUSCON-SP EM AÇÃO Campos e Mogi das Cruzes); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto);
Carla Acquaviva e Sandra Vergili (Sorocaba); Sueli Osório
(Santo André) e Vilma Gasques (Campinas).
ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Geosampa, que permite que to-
dos os cidadãos identifiquem com
gularizar equipamentos existentes
e também licenciar novos locais.
Sertãozinho, Santo André, Cuba-
tão, São José do Rio Preto, São 35 AGENDA Edison Diniz
REVISÃO
Littera Scripta
rapidez e facilidade a zona onde José dos Campos e Votorantim).

36 INOVAÇÃO
PUBLICIDADE
determinado lote está inserido. Comercial SindusCon-SP: Marcio C. Pieralini (11) 3334.5889
CENTRO DE Raízes Representações: Vando Barbosa (11) 99614.2513/2604.4589
vando.barbosa@raizesrepresentacoes.com.br
MEDIAÇÃO DO MCMV: NOVA a esTruTura do museu do amanhã
ENDEREÇO
SÃO PAULO SINDUSCON-SP INSTRUÇÃO Rua Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP

TEM NOVA
LEGISLAÇÃO
SERÁ LANÇADO
NO DIA 24
NORMATIVA
SOBRE CARTA
38 INDICADORES CENTRAL DE RELACIONAMENTO SINDUSCON-SP
(11) 3334.5600
IMPRESSÃO: Pancrom Indústria Gráfica
PARA O TRâNSITO DE CRéDITO
44 NOVIDADES DO MERCADO
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 6.000 exemplares

DE CAMINHõES Criado pelo Comitê de métodos INDIVIDUAL AUDITORIA DE TIRAGEM: Parker Randall

Extrajudiciais de Resolução de

45 VÃO LIVRE
Opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente
Está em vigor a nova legislação Conflitos do Conselho Jurídico, o ministério das Cidades regulamenta posições do SindusCon-SP
(Decreto 56.920 e Portaria 031/16) objetivo é que ele seja acessível, o Programa Carta de Crédito noticias@sindusconsp.com.br
que disciplina o trânsito de cami- desburocratizado e rápido para individual. isso possibilita o aces- baTe-papo com Fabio Villas bôas www.sindusconsp.com.br
facebook.com/sindusconsp
nhões no município de São Paulo, atender as demandas das empre- so à moradia, em áreas urbanas ou twitter.com/sindusconsp

46 OPINIÃO
youtube.com/sindusconspmkt
incluindo disposições relevantes sas do setor da construção de ma- rurais, por meio de financiamentos
Disponível na App Store e no Google Play
para a logística das operações neira a colaborar com a redução a pessoas físicas cuja renda fami-
das construtoras. de judicialização de conflitos. liar mensal seja de até R$ 6,5 mil. robson gonçalVes analisa a conjunTura
FSc
4 notícias da construção // abr 2016 www.sindusconsp.com.br
“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas 5
certificadas FSC e de outras fontes controladas.”
entrevista // FranCisCO vasCOnCeLLOs // pauLO sanChez

Com foCo no aumento a forma com a qual as entidades


públicas que liberam essas auto-
rizações estão estruturadas hoje.
A mídia, recorrentemente, faz a

da produtividade, o
comparação entre o tempo que
se leva para abrir uma empresa
no brasil com o que acontece em
outros países.

SinduSCon-Sp lança NC // mas as dificuldades do setor pú-


blico vão além da questão burocrática.
fv // sim, tem, por exemplo, a

o prêmio Bim para


questão tributária. A legislação
trabalhista e todas as dificulda-
des que são criadas para a ga-
rantia de determinados direitos.
e, aqui, não se trata de discutir

inCentivar a adoção da
esses direitos, mas a forma pela
qual as estruturas são montadas
para garantir esses direitos. Hoje,

fotos: jorge rosenberg


qualquer empresa de constru-

ferramenta no Setor
ção tem de manter uma estrutura
para cuidar somente de pagamen-
to de imposto, coisa que deveria
ser muito simples. Além de os im-
postos serem muito altos no País,
existe uma dificuldade na forma
de calculá-los e recolhê-los.
Para abordar o atual momento e a questão Notícias da Construção // estamos vi- temos que ultrapassar esta si- fv // essa tem sido a grande dis-
vendo um momento de crise econômi- tuação e a instituição tem a obri- cussão promovida por esta ges- NC – então não seria melhor deixar
do incremento da produtividade no setor da
ca, o pessimismo no empresariado é gação de ser uma voz ativa, de tão. o aumento de produtividade, essa batalha pela produtividade para
construção, a reportagem de Notícias da grande. num momento tão difícil como apontar caminhos, de se posicio- de uma forma que perenize os ga- depois que as reformas sejam realiza-
Construção entrevistou o vice-presidente do este, qual pode ser o papel de uma ins- nar contra a impunidade e a fa- nhos de tecnologia, de inovação, das e a crise, superada?
tituição como o SindusCon-Sp? vor da governabilidade e do diálo- é fundamental. na situação atual fv // A questão da produtividade,
SindusCon-SP Francisco Vasconcellos. Junto francisco vasconcellos // o papel go entre os mais variados setores muitas vezes esse debate acaba se apesar de agora estar em segun-
com o vice-presidente Paulo Sanchez, ele do sindusCon-sP é o de fortale- da sociedade. temos a esperan- perdendo em função de outros te- do plano, não pode ser abandona-
destacou o Prêmio BIM, que irá reconhecer cer a representação institucional. ça de que, agora, o novo governo mas mais nevrálgicos. Porém, não da em hipótese alguma. e nós no
ser proativo. Apresentar propos- possa fazer frente a esse mar re- abandonamos esse foco. se o bra- sindusCon-sP não estamos aban-
as empresas e os profissionais da construção tas e fazê-las acontecer. Isso faz volto que está diante de nós. sil quiser efetivamente sair da crise donando. A produtividade é afe-
civil que desenvolverem os melhores com que o sindicato tenha uma hoje, com mais velocidade, a ques- tada por fatores externos, mas há
atuação mais premente, necessá- NC // o aumento da produtividade se- tão da produtividade é peça chave. as questões internas da empre-
trabalhos. Sob esse aspecto, o SindusCon-SP, ria e importante. o que nós esta- torial é um dos principais desafios a Quanto aos fatores externos, a sa, que não podem ser deixadas
juntamente com parceiros nessa empreitada, mos vivendo hoje é a expectativa que a atual gestão do SindusCon-Sp se outros que afetam a produtivida- de lado. temos trabalhado mui-
está consolidando o seu papel de indutor da de reversão da crise de confian- propôs a enfrentar. os chamados fato- de das empresas. Por exemplo: a to a ideia de que a época de cri-
ça, que bate em cheio contra toda res externos da produtividade, deter- questão da burocracia, os prazos se é a mais importante para se
adoção do BIM no País. atividade econômica, principal- minados pelo ambiente macroeconô- de licenciamento dos projetos, a fazer o investimento em aumen-
mente numa área como da cons- mico, são negativos. Como uma em- obtenção de habite-se e de licen- to de produtividade porque, com
trução, na qual o investimento é presa da construção civil pode, neste ças específicas, como a ambien- o nível de atividade menor, po-
sempre de longo prazo. momento, avançar em eficiência? tal. É fundamental que se discuta dem-se preencher as lacunas de

6 notícias da construção // abr 2016 www.sindusconsp.com.br 7


entrevista // FranCisCO vasCOnCeLLOs // pauLO sanChez

tempo com treinamento de equi- abrange o brasil inteiro. o sindus- NC // Quem deveria assumir esse papel nacionais e internacionais. ou fv // Queremos unir todos para
pe, melhoria de processos, inves- Con-sP, juntamente com a CbIC, de indução à utilização do Bim? seja, entidades altamente repre- que patrocinem em conjunto a
timento em inovações – enfim,
“A QUESTÃO DA tem feito um esforço muito grande pS // nos países onde os órgãos sentativas do setor da constru- ferramenta bIM como um ob-
em ações que seriam mais difí- PRODUTIVIDADE para repassar informações ao País públicos estabeleceram a obriga- ção brasileira, que participam jetivo do setor, e não apenas do
ceis de realizar quando a empre-
sa está em plena operação. o pro-
NÃO PODE e estimular que as empresas real-
mente utilizem a ferramenta, pois
toriedade de se apresentar pro-
jetos em bIM, houve uma rápi-
julgando para premiar os melho-
res trabalhos em bIM.
sindusCon-sP. o prêmio irá re-
conhecer quem investe e acredi-
blema é que hoje a crise é tão for- SER ABANDONADA ela induz à produtividade, aperfei- da evolução desse processo. foi o ta no bIM como ferramenta fun-
te, tão profunda e se instalou de EM HIPÓTESE çoa o planejamento, o controle. o que aconteceu, por exemplo, nos nC // Como funciona o prêmio Bim? damental para o setor. Além dis-
uma forma tão rápida, que mui- Prêmio bIM vai incentivar a ca- estados Unidos. estivemos em pS // temos cinco categorias para so, aglutinar esforços para promo-
tas empresas estão deixando es- ALGUMA” deia como um todo, não somen- Cingapura e vimos que lá todos os premiar [Construtor, Contratan- ver o bIM como a ferramenta que
ses investimentos em segundo te as construtoras, mas também projetos são licenciados em bIM. te, Projetista, fornecedor e Aca- fará com que o setor mude de pa-
plano face às dificuldades finan- o meio acadêmico, os fabricantes Aqui no brasil, tem sido di- demia]. Queremos abranger o se- tamar de produtividade, de quali-
ceiras que enfrentam para man- de materiais, os fornecedores, os ferente. A iniciativa privada per- dade, de transparência.
ter a mão de obra, para manter os paulo Sanchez // esse é mais um projetistas. o prêmio é uma forma cebeu que o bIM era uma ferra-
negócios funcionando. passo para a consolidação e o in- de integrar toda a cadeia. essa foi menta que oferecia ganhos eco- NC // Quais são as outras característi-
centivo à utilização da ferramen- uma ideia muito interessante ge- nômicos. e foi por isso que as “O BIM FARÁ COM cas desse prêmio?
NC // É uma luta pela sobrevivência... ta bIM. Desde 2011, estamos im- rada dentro do sindusCon-sP. es- empresas começaram a implan- QUE O SETOR MUDE fv // o prêmio bIM analisa os tra-
fv // Um termo que ouvi outro dia plementando o bIM, começan- tou confiante de que será uma ala- tar, por esse aspecto financeiro. balhos naquilo que eles trazem de
e que achei muito interessante é do pelas empresas de são Pau- vanca muito forte para a consoli- A partir do momento em que o DE PATAMAR DE benefício para País. reconhece as
que as empresas estão em modo lo, e hoje já é um processo que dação do bIM no brasil. governo começar a exigir em to- PRODUTIVIDADE, empresas e profissionais que rea-
de sobrevivência. esta crise, além das as suas licitações o uso do lizaram trabalhos e beneficiaram
de ser muito grave, aconteceu de bIM, o grau de acréscimo de cus- DE QUALIDADE, DE a comunidade que cada um de-
forma muito rápida. A velocidade to nas obras públicas será bem TRANSPARÊNCIA” les representa. Haverá uma análi-
da deterioração foi muito grande. menor, quase nada. se técnica dos trabalhos nas cin-
co categorias, e será premiado o
NC // o Bim [Building information mo- fv // o governo tem de ser um in- melhor trabalho, do ponto de vis-
delling] tem sido colocado como um dutor. A partir do momento em tor como um todo, incentivando ta técnico, em cada uma.
dos mais poderosos fatores de indu- que a prefeitura exige que os pro- todos os elos da cadeia. A ques-
ção ao aumento de produtividade. o jetos comecem a ser apresenta- tão de incluir a academia foi mui- NC // Como se deu a escolha do corpo
SindusCon-Sp está lançando o prêmio dos em bIM, é criada toda um to importante. Hoje temos a tec- de jurados?
Bim. Qual é o objetivo? movimento na cadeia que muda nologia, mas há poucos profissio-
fv // nós entendemos que o bIM é a forma de o bIM ser introduzi- nais capacitados para sua utiliza- pS // Definimos que os jurados se-
a principal ferramenta para o ga- do. Há também as associações ção. Com a formação dos profis- rão indicados por entidades, que
nho de produtividade. significa dos projetistas, dos incorporado- sionais, teremos mão de obra para escolherão os profissionais mais
uma ruptura de paradigma. Com res. entendemos que o bIM é a a implementação da tecnologia. qualificados para fazer parte do
o bIM, a mudança de produtivida- grande ferramenta, na qual deve- no decorrer dos anos, o Prê- júri. Convidamos as entidades
de não será incremental, ela vai mos concentrar esforços. toda a mio bIM será um ícone de que representam de forma abran-
dar um salto. tanto a produtivi- cadeia da construção deve assu- reconhecimento. gente todo o nosso setor.
dade sobre a atividade de projeto mir que é a ferramenta a ser utili-
como a da construção em si. Mas zada num futuro próximo.
para isso se consolidar, existe um foi aí que surgiu a ideia do Para mais informações sobre o Prêmio bIM, acesse www.premiobim2016.com.br
longo caminho a ser percorrido. o Prêmio bIM. ele é feito e vai ser
sindusCon-sP tem a responsabi- administrado por vários segmen-
lidade grande de ser um indutor tos ligados à construção civil. te-
desse caminho, mas ele sozinho mos a participação da Associa-
não consegue fazer isso. É preci- ção brasileira dos escritórios de
so que vários outros atores apon- Arquitetura (AsbeA,), da CbIC,
tem para o mesmo lado, a mesma da fiesp, da Abramat, Abesc
solução, a mesma técnica. e três instituições acadêmicas

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CAPA
produtividade | industrialização | sustentabilidade | infraestrutura | habitação | desenvolvimento | jurídico

AgendA
positivA Com ampla pauta de
discussão, ConstruBR

pArA
se consolida, em
2016, como um dos
principais eventos do
setor da construção

o setor
civil no País. Debates
lançam luzes para Romeu Ferraz fala na abertura

JORgE ROSEnBERg
do ConstruBR: trabalhando
a superação da incessantemente para voltar ao
crise econômica caminho do desenvolvimento

O “ESTAMOS TRATANDO
s debates promovidos du- olhando para a frente, sempre com Con-SP em parceria com a FgV, ção por meio de projetos de con-
rante o ConstruBR 2016 foco positivo”, resume José Romeu o trabalho mostra os números da cessão e Parceria Público-Privadas
soaram como um oásis
de bom senso e pondera-
Ferraz neto, presidente do Sindus-
Con-SP. “Esperamos que logo es-
produtividade da construção para
o período de 2003 a 2013 do
(PPP’s) com os governos estadual e
municipal também foram expostas DOS ASSUNTOS ATUAIS
ção num momento em que a grave
crise econômica e política provo-
tejamos de volta ao caminho do
desenvolvimento e para isso temos
Brasil em comparação a um con-
junto de 17 países.
aos participantes do evento. O sin-
dicato tem insistido que as PPPs
DO NOSSO SETOR SEMPRE
ca uma onda de pessimismo. Co-
locando em destaque assuntos
trabalhado incessantemente.”
Trazendo como tema “A Cons-
Inédito, o estudo intitulado
“A Atratividade das Sub-regiões
são o modelo mais adequado ao
momento de escassez de recursos
COM FOCO POSITIVO”
sensíveis para a cadeia da cons- trução de uma Indústria Produti- do Estado de São Paulo”, reali- governamentais. no que se refere JOSÉ ROMEU FERRAZ NETO, presidente do SindusCon-SP
trução civil, como produtividade e va e Competitiva”, essa segunda zado em parceria com a Deloitte, especificamente em relação à ha-
competitividade, sustentabilidade, edição do ConstruBR – realizada avalia as oportunidade de investi- bitação popular, palestrantes es-
construção industrializada e segu- em paralelo à Feicon Batimat nos mentos nos dez municípios paulis- trangeiros trouxeram experiências
rança jurídica, e apresentando es- dias 14 e 15 de abril – visou à tas onde o sindicato mantém dele- similares às do Minha Casa, Minha de produtividade e competitivida- de, a insegurança jurídica dos con-
tudos inéditos, o SindusCon-SP inteligência, tecnologia e gestão gacias regionais. Tal estudo serve Vida, contribuindo para a formula- de para o setor. Foram discutidos tratos do setor e as ações de com-
reafirma, perante a seus associa- para o desenvolvimento de negó- como um guia para que as empre- ção de ajustes que tragam maior os entraves existentes, de ordem pliance que as empresas devem
dos e a sociedade como um todo, cios da construção. Logo na aber- sas possam desenvolver projetos eficiência ao programa federal. burocrática, tributária, legal e adotar para se proteger contra a
sua agenda positiva para a supera- tura do evento, foi apresentado adequados à realidade econômica O painel “Construção Indus- econômica, que precisam ser re- corrupção, foram outros temas ex-
ção da crise. o estudo “O Desafio de Elevar a e demográfica de cada localidade. trializada” mostrou como a indus- movidos para que a industrializa- tensamente debatidos durante os
“Estamos tratando de todos Produtividade da Construção Civil As oportunidades de investi- trialização da cadeia de produção ção da cadeia se efetive. dois dias de evento. Veja em deta-
os assuntos atuais do nosso setor no Brasil”. Realizado pelo Sindus- mentos em infraestrutura e habita- da construção civil gera ganhos Os desafios da sustentabilida- lhes nas páginas a seguir.

O SindusCon-SP agradece o apoio


dos patrocinadores do ConstruBR 2016

10 notícias da construção // abr 2016 www.sindusconsp.com.br 11


CAPA
produtividade | industrialização | sustentabilidade | infraestrutura | habitação | desenvolvimento regional | jurídico

Cultura de
Precisamos de um ciclo de cresci-
mento de 15 anos, mesmo que não

FACHADA RÁPIDA
a taxas espetaculares. Só se conse-
gue experiência quando há continui-
dade nos processos”, analisa. A busca por melhores índices de produtividade foi tema também do evento Cons-

produtividade
truindo melhor, promovido pela Dow. Na ocasião, foi apresentado o case da construção
Entretanto, ser produtivo é uma
do International broadcast Center (IbC) dos Jogos olímpicos e paralímpicos rio 2016,
necessidade independente do mo- edifício a partir de onde serão geradas as imagens das competições.
mento, acredita André Glogowski, o empreendimento, construído por meio de ppp ao custo de r$ 400 milhões, foi
membro do conselho de administra- considerada a obra mais complexa dentre todas as destinadas ao Jogos olímpicos pelo
ção da Hochtief. Até mesmo porque, prefeito da cidade do rio de Janeiro, eduardo paes. o exíguo prazo executivo imposto
e a necessidade de reutilização do prédio após as olimpíadas foram alguns dos desa-
revela, “falando como construto- fios enfrentados.
ra [Hochtief], a gente não se impres- para atender a ambas as solicitações, o projeto contemplou soluções industrializa-
siona mais com o crescimento e nem das, como o uso de painéis pré-fabricados para as fachadas, executadas pela método
com as quedas. Crescemos menos no engenharia. Denominado external Insulation Finishing System (eIFS), o sistema foi de-
Debate expõe a necessidade de mudar a cultura de projeto momento de euforia, mas não caímos
senvolvido pela Dow em parceria com a STo, tendo como finalidade a obtenção de ele-
vados índices de isolamento térmico e acústico.
e da construção para melhorar competitividade do setor muito nos momentos de crise”. De acordo com os dados apresentados, os painéis proporcionam fácil instalação,
De qualquer maneira, salien- manuseio e transporte, possibilitando a aplicação just-in-time, ou seja, sem necessidade
ta Glogowski, tratar a produtividade

C
de estoque em canteiro. Na obra do IbC, a tecnologia proporcionou redução de 40% no
tempo de instalação quando comparado a sistemas convencionais. Dessa maneira, a fa-
om o crescimento setorial deve ser prioridade tanto em momen-
chada foi executada em cerca de 50 dias úteis, conforme informa a empresa.
observado entre 2003 e tos de alta quanto de baixa deman-
2013, a produtividade da da. “Empresas com mais de 50 anos
construção civil brasilei- estão sempre investindo em produti-
ra cresceu 26%, conforme pontua vidade, pois a competitividade só au- tura e habitação. “o nosso trabalho é mos mais aceitar sucesso parcial
Eduardo Zaidan ao comentar, du- menta. Está claro que, no futuro, só de longo prazo e tem muitas iniciati- nas obras”, diz Glogowski, ao co-
rante o ConstruBR 2016, o estudo vão ficar os melhores”, aposta. vas bem-sucedidas, como na área de mentar sobre ganhos pontuais
“Produtividade na Construção”, rea- licenciamento junto à prefeitura de de produtividade relacionados à
lizado pela FGV por encomenda do AborDAgem AmplA São Paulo e ao Governo do Estado adoção de técnicas, tecnologias ou
SindusCon-SP. Tal evolução, con- Sob tais aspectos, o estudo apresenta de São Paulo”, pontua. sistemas construtivos específicos.
JoRGE RoSEnBERG

tínua, embora comparada a uma caminhos possíveis para que a cons- Glogowski concorda com a abor- opinião semelhante tem Antonio
base baixa, decorre da melhoria da trução civil brasileira melhore sua pro- dagem ampliada proposta por Zai- Carlos Zorzi, diretor de engenharia
tecnologia, da qualificação da mão dutividade. Zaidan afirma que o au- dan. “Ser produtivo é fazer mais com da Cyrela, que também participou
de obra nos canteiros e da gestão mento da produtividade é um objetivo menos, o que exige investir no can- do debate. Para ele, é preciso enten-
das empresas no período. Zaidan: Brasil tem pouco mais de 1⁄4 da produtividade de países desenvolvidos de longo prazo e que a abordagem ex- teiro, nos processos, na empresa, der que é fundamental investir tanto
Entretanto, segundo Zaidan, vi- trapola o canteiro de obras. “Gestão no setor. não adianta investir isola- na qualidade quanto no nível de de-
ce-presidente de Economia do sin- qualificada é a essência da produ- damente”, endossa. De acordo com talhamento dos projetos, em proces-
dicato, a crise econômica vivencia- tividade. Há uma série de medidas ele, é limitante, para as construtoras, sos construtivos e na trajetória de
da desde 2013 tem cortado inves- que precisam ser tomadas”, ressalta, pensar apenas em aquisição de siste- serviços das obras. “não se pode
timentos e colocado em xeque o PRInCIPAIs entRAves mACRoeConômICos lembrando que há restrições de diver- mas construtivos inovadores para in- pular ou inverter etapas construtivas,
incremento de produtividade, dei- PARA A PRoDutIvIDADe sas naturezas, incluindo questões lo- crementar a produtividade. “Há 30 deixando pendências para serem fi-
xando o País em situação ainda pior gísticas, tributárias e de infraestrutu- anos, quem tinha tecnologia tinha nalizadas depois. A independência
quando em comparação a outras • Custo do capital / juros básicos da economia ra, por exemplo. “Esses freios todos diferencial. Hoje ela está disponível. entre serviços é fundamental para a
economias. De acordo com dados • Corrupção fazem com que a gente gaste muita Então, o grande diferencial é ser ca- produtividade, assim como capacitar
apresentados por ele, o Brasil tem energia e produza pouco”, diz. paz de fazer o processo todo andar a mão de obra”, recomenda.
pouco mais de ¼ da produtividade • Burocracia É por esse motivo que o Sindus- de forma mais eficiente.” Com base nessa percepção,
média de países desenvolvidos, e a • Instabilidade e imprevisibilidade econômica Con-SP tem promovido cursos para Por esse motivo, ele acredita Glogowski acredita ser imperativo
construção civil tem produtividade capacitar empresas, investido na nor- que é preciso promover uma rup- integrar o setor e os elos da cadeia
bastante menor do que a economia • Instabilidade e imprevisibilidade regulatória matização e no diálogo com a cadeia tura radical com a forma de tra- produtiva. “Somente quando tra-
como um todo. “Como colher frutos produtiva e o governo, tentando levar balhar, aumentando o tempo dedi- balharmos de forma mais transpa-
• Tributação complexa e pouco transparente
do investimento em produtividade se a visão da indústria sobre produtivi- cado ao planejamento e reduzindo rente é que vamos dar o salto de
há uma recessão a cada seis anos? • Baixa qualidade da educação Fonte: eduardo Zaidan
dade para programas de infraestru- o tempo de execução. “não pode- produtividade”, acredita.

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CAPA
produtividade | industrialização | sustentabilidade | infraestrutura | habitação | desenvolvimento regional | jurídico

ConstruCao

fotos: Jorge rosenberg


industrializada
para maior
produtividade e
sustentabilidade Espinelli: industrialização vai além da pré-fabricação Cover ressalta os ganhos relativos à sustentabilidade

Futuro do setor aponta para sistemas construtivos industrializados, vimentação de materiais e adotar ICMs. Isso neutraliza as vantagens ser adotada antecedam o desenvol-
que contribuem com reduções de prazo e dos custos globais da obra providências para minimizar a ge- dos sistemas industrializados. vimento de projetos. “Com planeja-
ração de resíduos”, defende. A legislação também impõe di- mento mais efetivo e detalhado, os
A sustentabilidade também é ficuldades. Cover aponta os impe- benefícios da construção industriali-

A
industrialização da cadeia obra serão mais enxutos e eficien- dente da Associação brasileira da citada por Cover entre os benefícios dimentos legais para a contratação zada são potencializados.”
de produção da constru- tes; boa parte da produção dos sis- Indústria de Materiais de Constru- da industrialização. “Além da redu- de obras de Habitação de Interesse Por sua vez, a conhecida baixa
ção civil brasileira é um temas e componentes será trans- ção (Abramat), que proferiu pales- ção dos resíduos, diminuem as ope- social (HIs) – exigências quanto à ex- escolaridade da mão de obra nacio-
objetivo a ser perseguido, ferida para parceiros especialis- tra no painel “Construção Industria- rações de transporte de materiais. periência do construtor, restrições à nal não é um fator crítico para a in-
pois esse é um fator-chave para tas, com logística simplificada – os lizada”, no Construbr. Isso significa menor consumo de formação de consórcios, entre outros. dustrialização, segundo Cover. “na
o aumento da produtividade do parceiros é que serão responsáveis Quando se fala em industria- energia, menos poluição e menos A dificuldade burocrática de verdade, quando são utilizados as
setor. Assim como as empresas do pela instalação; haverá maior flexi- lização do setor, a primeira coisa ruído gerado”, afirma. acesso de materiais pesados, como mesmas tecnologias e os mesmos
setor automobilístico que, no de- bilidade para mudanças e adoção que se pensa é nos componentes Apesar de oferecer ganhos evi- determinados sistemas pré-fabri- processos, a produtividade do tra-
correr do século XX, de fabrican- de novas tecnologias; e processos pré-fabricados. “A industrializa- dentes, a construção industrializada cados, ao canteiro de obras impõe balhador brasileiro comparada à de
tes de automóveis se transforma- e responsabilidades serão com- ção vai muito além da pré-fabri- ainda não é uma realidade no País uma logística complicada e onerosa outros não é menor”, afirma Jorge
ram em montadoras, as constru- partilhados por todos os elos da cação: significa mais organização em função de uma série de entra- numa cidade como são Paulo, des- batlouni, vice-presidente de tecno-
toras deverão evoluir nas próximas cadeia produtiva. do trabalho e maior índice de me- ves. A primeira barreira a ser remo- taca João Carlos Leonardi, diretor logia do sindusCon-sP.
décadas, colhendo como resultado “os sistemas construtivos in- canização das atividades”, alerta vida é a falta de isonomia tributária comercial da Leonardi Pré-Molda- outro aspecto a destacar é que
a elevação da eficiência e a redu- dustrializados contribuem com re- Ubiraci espinelli Lemes de souza, entre o que é produzido na indús- dos. “A operação exige carretas es- o processo industrializado não se
ção dos custos. duções nos prazos de execução e professor da escola Politécnica tria e no canteiro. o que é monta- peciais, que requerem licenças es- constitui em barreira à criatividade
De forma análoga à indústria na quantidade de mão de obra em- da UsP. “A organização do traba- do pela construtora no local da obra peciais da prefeitura”, afirma. na elaboração dos projetos arquite-
automotiva, as construtoras passa- pregada no canteiro, propiciando a lho é o pilar básico da industriali- não recebe tributação, como acon- Leonardi defende que a adoção tônicos, conforme ressalta o arqui-
rão a trabalhar com foco no cliente diminuição dos custos globais da zação. É preciso cuidar dos locais tece com os sistemas prontos for- do processo industrializado requer teto roberto Candusso, que pales-
e em tecnologia; seus canteiros de obra”, explica Walter Cover, presi- de estocagem e dos locais de mo- necidos por terceiros, sujeitos ao que decisões sobre a tecnologia a trou no mesmo painel.

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CAPA
produtividade | industrialização | sustentabilidade | infraestrutura | habitação | desenvolvimento regional | jurídico

SuStentabilidade embaSada
SindusCon-SP investe no desenvolvimento de banco de dados relacionado
à construção sustentável para contribuir com a tomada de decisões por
parte das empresas e com o desenvolvimento de políticas públicas

T
endo evoluído, nas pala- Moderador do debate “Solu- ele acredita ser fundamental a
vras de seu vice-presiden- ções Sustentáveis para a Constru- existência de dados consistentes
te, Francisco Vasconcel- ção Civil”, o vereador e empresário que possam ser cruzados para a
los, para uma fase em que Ricardo Young afirma que o cami- tomada de decisões.
a prioridade é desenvolver uma nho para a construção sustentá- Apostando nisso, o Sindus-
base de dados volumosa e con- vel é tentar regenerar e reproduzir Con-SP lançará, durante a próxi-
sistente sobre construção susten- serviços ambientais nos edifícios, ma Semana do Meio Ambiente,
tável, o SindusCon-SP se mostra compreendendo seu impacto no em junho, o site Construção SP
“consciente quanto à forma como entorno ao qual pertence. “As ci- Sustentável. “A ideia é que seja
a entidade empresarial deve se dades destroem sistematicamente mais do que um simples portal
posicionar para ser indutora de os serviços ambientais, colocando de acesso a informações e expe-
mudanças na sociedade”. É ne- em risco até a sustentabilidade de riências. Queremos oferecer fer-
cessário, de acordo com esse po- sua própria existência. O desafio ramentas para ajudar as constru-
sicionamento, resolver lacunas de do planejamento urbano é recons- toras a desempenhar seu papel
desenvolvimento nas áreas de pro- truir e regenerar os serviços des- no que diz respeito à construção
jetos, gestão e operação. truídos”, acredita. sustentável”, revela Vasconcellos.

JORgE ROSENBERg
Nesse contexto, a geração de Em consonância a essa afir- De acordo com ele, o site conta-
resíduos extrapola a questão da mação, Vasconcellos acredita que rá com ferramentas para cálculo
sustentabilidade, revelando pro- surgirão oportunidades de ne- das emissões e desenvolvimento
blemas relacionados, inclusive, à gócio para as construtoras e in- de planos de gestão de resíduos.
competitividade, diz Vasconcel- corporadoras que apostarem em “Queremos simplificar ações que
los. “Se um material gera muito tecnologias de geração e trans- vão facilitar o dia a dia das cons- Vasconcellos, Young, Villas Bôas e Goldenberg (da esq. para a dir.) durante o debate sobre construção sustentável
resíduo, preciso trocar por outro missão de energia, por exemplo. trutoras e nos dar dados para aná-
mais competitivo”, afirma. Assim, Para isso acontecer, entretanto, lise de necessidades.”
surgem como tendências a busca APliCAção PrátiCA samento com base no uso misto, a Tecnisa, o Jardim das Perdizes
por projetos e materiais que pro- Apostando na máxima que prega incluindo a existência de Habita- conta com um sistema de drena-
movam a eficiência energética, o que um bairro é a porção ideal para ções de Interesse Social (HIS). “A gem urbana diferenciado que não
uso racional da água, que contri-
buam com a economia de baixo
“SINDUSCON-SP É CONSCIENTE começar a mudar uma cidade, a
Tecnisa, de acordo com seu dire-
maior parte das pessoas que com-
praram unidades no Jardim das
sobrecarrega o sistema público.
Para mitigar impactos decor-
carbono e que proporcionem bons QUANTO AO POSICIONAMENTO tor Fabio Villas Bôas, desenvolveu Perdizes levou em consideração o rentes da operação, o bairro conta

PARA SER UMA ENTIDADE


resultados na análise do ciclo de o Jardim das Perdizes, localizado fato de ser um bairro planejado”, com edificações certificadas pelo
vida dos empreendimentos. “Hoje na zona oeste de São Paulo. O em- afirma Villas Bôas. Procel. O resultado são unidades
já se pensa em edifícios capazes
de gerar energia não apenas para INDUTORA DE MUDANÇAS” preendimento, que conta com cer-
tificação Aqua, nasceu com foco
O bairro conta com um parque
público que tem 44 mil m² de
com nível máximo de eficiência
energética, resultando em econo-
si mesmos, mas para as edifica- voltado para a questão da mobi- área e que contribui para a infil- mia de até 40% no consumo de
ções do entorno”, exemplifica. FRANCISCO VASCONCELLOS, vice-presidente do SindusCon-SP lidade urbana e promove o aden- tração de água. De acordo com energia elétrica.

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CAPA
produtividade | industrialização | sustentabilidade | infraestrutura | habitação | desenvolvimento regional | jurídico

Governo do estado

FOTOS: JORgE ROSENBERg


e prefeitura tentam
superar crise com Pieroni destaca apoio da prefeitura aos investidores Messias: iniciativa privada tem maior competência

concessões e parcerias
realizado pelo vencedor da licitação, Anhembi está tão obsoleto que o tempos atuais, os agentes privados
é da ordem de R$ 300 milhões. O tradicional Salão do Automóvel não devem tomar a responsabilidade
parceiro privado ganhará contrato será realizado este ano lá”, lamen- de planejar, construir e operar es-
para exploração comercial da arena ta Pieroni. A PPP proposta pela truturas públicas, por deter maior
por um período de 30 anos. prefeitura, que será apresentada competência – e mais recursos –
Outro entrave para o desenvol- em detalhes em audiência pública para tal. “Está clara a necessidade
Devido à atual escassez de recursos públicos, tanto o governo estadual vimento do turismo de eventos na no mês de junho, irá prever inves- de estreitamento do diálogo entre
quanto o municipal de São Paulo apostam em programas de concessões cidade é a obsolescência do Parque timentos da ordem de R$ 1 bilhão. o poder público e a iniciativa pri-
Anhembi, uma estrutura implanta- As iniciativas de Estado e pre- vada para a melhoria de nossa in-
e em Parcerias Público-Privadas (PPPs) para tocar adiante seus projetos da cerca de meio século atrás. “O feitura demonstram que, nos fraestrutura”, afirma Pieroni.

A
crise econômica, que es- da João Octaviano Neto, secretá- andamento pela empresa de eco-
vaziou os cofres em todas rio executivo da PPP da Habita- nomia mista controlada pelo go-
as esferas de governo, ção do governo do Estado. verno municipal: a PPP da ilumina-
tem exigido, para a viabili- No painel “Habitação e In- ção pública, a concessão da Arena
zação de obras públicas, soluções fraestrutura” do ConstruBR, Octa- Anhembi e a PPP para a moder-
alternativas ao modelo tradicional viano Neto apresentou aos presen- nização, expansão e operação do
de financiamento via Tesouro. Em tes os pioneiros projetos de PPPs complexo do Parque Anhembi.
São Paulo, tanto o governo esta- na área de Habitação de Interes- Com prazo de 20 anos de du-
dual quanto o municipal apostam se Social (HIS) colocados ao mer- ração e investimentos previstos
em programas de concessões e em cado pelo Estado [e cujo detalha- da ordem de R$ 2 bilhões, a PPP
Parcerias Público-Privadas (PPPs) mento foi publicado na reportagem da iluminação pública já teve o
para tocar adiante seus projetos. de capa da edição nº 152 de No- edital lançado pela prefeitura, que
“Já é sabido que os governos tícias da Construção]. “Estamos espera a redução de 50% no con-
não têm condições de melhorar a oferecendo moradias dentro de um sumo de energia com a instalação
infraestrutura na velocidade que o modelo atrativo para os parceiros de lâmpadas com tecnologia LED
País precisa. Por sua vez, a ini- privados, realizando intervenções nos postes das ruas paulistanas.
ciativa privada tem maior compe- em áreas que precisam ser revita- A concessão da Arena Anhembi,
tência em gestão e capital para lizadas”, resume o executivo. que terá edital publicado durante o
realizar os projetos”, afirma Luiz Na prefeitura paulistana, o mês de maio, viabilizará a constru-
Antônio Messias, vice-presidente principal papel da SP Negócios é, ção de um espaço multiúso cober-
de Obras Públicas do SindusCon de acordo com seu diretor de Par- to e climatizado ao lado do sambó-
-SP. “Neste momento de dificul- cerias Público-Privadas e Conces- dromo. “São Paulo está fora do cir-
dades, está muito claro que, se sões, Fernando de Paiva Pieroni, o cuito de alguns eventos, tipo MMA
não houver uma integração entre de prestar “apoio aos investidores e NBA, por não ter hoje um espaço
Estado, prefeitura e setor privado, no aprimoramento dos negócios”. como esse”, justifica Pieroni. O in-
não vamos sair do lugar”, concor- Pieroni destaca três projetos em vestimento previsto no projeto, a ser

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CAPA
produtividade | industrialização | sustentabilidade | infraestrutura | habitação | desenvolvimento regional | jurídico

PPPs de
Iglesias: PPPs
viabilizam
moradias
populares
em Medellín

habitação

fOtOS: JORGE ROSENBERG


já são Gonzalez: não há como ter moradias sem privado Garcia: projeto só deu certo por causa de privados

realidade
ços para a população viver melhor moradias. No período 2008-2011, amenizar o déficit habitacional nos
e a iniciativa privada quis participar foram 48.831 unidades, número grandes centros, afirma o coor-
para melhorar Medellín”, relata. que subiu para 77.986 entre os denador da Câmara Mexicana da
Desde que resolveu se aliar à anos de 2012 e 2015. “As parce- Indústria da Construção, Pablo

na américa
iniciativa privada, em 2008, a pre- rias público-privadas são o grande Garcia Dell Valle y Bianco. “Reuti-
feitura viu a produção habitacio- motor da produção habitacional lizamos moradias abandonadas, e
nal na cidade crescer exponencial- em nossa cidade”, afirma Iglesias. esse projeto só deu certo porque o
mente. No quadriênio 2004-2007, No México, as PPPs também governo recorreu à iniciativa priva-
haviam sido construídas 7.438 foram a saída encontrada para da”, explica Garcia.

latina
Painel do ConstruBR conta com a participação de palestrantes de Chile,
Colômbia e México, que compartilharam experiências para ajudar a
aperfeiçoar o modelo brasileiro de produção de habitação popular

N
ovidade em território na- fazendo nessa área”, avalia Ronal- mentos em habitação continuam a
cional, as PPPs para a im- do Cury, vice-presidente de Habi- subir apesar da crise”.
plantação de Habitação tação Popular do SindusCon-SP. O diretor do Instituto Social de
de Interesse Social (HIS) “No Chile, não há outra forma Vivienda y Habitat de Medellín,
são realidade em outros países la- de financiar o grande número de Humberto Iglesias Gómez, destaca
tino-americanos. No ConstruBR, o moradias de que precisamos que que a cidade colombiana passou de
painel “Políticas Permanentes de não seja via parcerias com o setor uma situação de extrema violência
Habitação” contou com a partici- privado”, ressalta o presidente da para se tornar um local com melhor
pação de palestrantes do Chile, Co- Comissão de Habitação da Câmara infraestrutura, habitação popular e
lômbia e México. “Nossos países Chilena da Construção, Rogelio segurança, após o governo realizar
têm muitas semelhanças, pode- Gonzalez. Segundo o executivo, o parcerias que resultaram na cons-
mos compartilhar experiências Chile tem aplicado cerca de 1% trução de moradias para pessoas de
para melhorar o que cada um está do seu PIB no setor, “e os investi- menor renda. “O Estado criou espa-

20 notícias da construção // abr 2016


CAPA
Estudo é louvado
produtividade | industrialização | sustentabilidade | infraestrutura | habitação | desenvolvimento regional | jurídico

Bússola para
pElas REgionais
Diretores das delegacias regionais
do SindusCon-SP ouvidos por Notícias da

investimentos
Construção demonstraram entusiasmo ao
analisar o “Estudo de Atratividade das
Sub-Regiões do Estado de São Paulo”. Os
empresários ressaltam que o trabalho será
um importante instrumento para a supe-
ração da crise pelas empresas do setor.

no interior
“Toda iniciativa neste momento que
o setor está vivendo é muito bem-vinda.
Esse estudo norteará os empresários da
região e será fundamental para estimu-
lar o setor e novas contratações”, afirma
Mário Cezar de Barros, diretor da Regional
de São José dos Campos.
O diretor da Regional de São José do Rio
“Estudo de Atratividade das Sub-Regiões do Estado de São Preto, Germano Hernandes Filho, revela que
o estudo chamou a atenção dos empresá-
Paulo”, realizado pelo SindusCon-SP em parceria com a rios locais para dois aspectos. O primeiro

JORgE ROSENBERg
Senra, Amary, Porto,
Deloitte, oferece às empresas conhecimento fundamental Marie e Amoroso
foi a informação de que o município deverá
ter 521 galpões logísticos construídos, entre
para a tomada de decisão de investimento (da esq. para dir.)
debatem o estudo
2016 e 2020. “Serão novas oportunidades
de negócios, já que a cidade poderá atrair
grupos comerciais que terão aqui seus pon-

P
tos de distribuição de mercadorias”, afirma
residente Prudente e São volvidas nos últimos anos, o foco e fato de ter ocorrido, no passado re- ele, que destaca a constatação de que Rio
José do Rio Preto têm como as necessidades da construção civil a atRatividadE dE Cada REgiÃo Alguns dos detalhes do estudo cente, uma grande descentralização Preto está entre as cidades com economia
nicho específico os domicí- no curto e médio prazo”, afirma. econômica no Estado, com a insta- positiva, tendo o PIB em crescimento, de-
BAURU SANTO ANDRÉ semprego estável e vários empreendimen-
lios de maior renda, enquan- As dez cidades analisadas são lação de indústrias e universidades,
• Foco da região se concentra em imóveis • Há espaço para a construção de todos os tipos tos imobiliários voltados para as classes A
to Mogi das Cruzes e Bauru focam Bauru, Campinas, Mogi das Cruzes, por exemplo, em cidades distantes e B. “O estudo sinalizou aos empresários
residenciais da Classe D (renda entre 2 e 4 de domicílio no município; 510 empreendimentos
em moradias para famílias de baixa Presidente Prudente, Ribeirão Preto, salários mínimos), representando 42,4% das comerciais encontram-se em construção. da capital. “A pujança do interior é da construção algumas oportunidades de
renda. Campinas e Santo André ofe- Santo André, Santos, São José dos aquisições no período de 2010 a 2015. • Apresenta o segundo ciclo mais rápido para enorme”, diz Amary. negócios que são possíveis na nossa região
recem uma gama mais diversificada Campos, São José do Rio Preto e So- • Nos dois últimos anos, 2.439 unidades licenciamento e aprovação de novos empreendimentos. O estudo, que apresenta um eleva- e este tipo de informação é essencial para
habitacionais foram lançadas, com foco em quem quer investir”, finaliza.
de produtos imobiliários. Presiden- rocaba, as localidades que sediam as apartamentos econômicos (dois dormitórios). SANTOS do grau de profundidade [veja mais de-
“Sem dúvida, essa foi uma importante
te Prudente e Santos são as cida- delegacias regionais do SindusCon-SP. • Grande busca por imóveis populares em regiões talhes em www.sindusconsp.com.br],
CAMPINAS adjacentes ao Porto. iniciativa do SindusCon-SP na busca por
des com maior poder de compra da “Para que o investidor seja mais • Busca por imóveis residenciais acima da média revela que as cidades analisadas apre- potenciais oportunidades de investimen-
• Apresenta o menor ISS (2%) entre todas as
população. Essas são algumas das assertivo, é necessário que conhe- das demais cidades, devido ao fato de ser o cidades pesquisadas. sentam características bastante distin- tos nas diversas regiões do Estado. Essa
conclusões do “Estudo de Atrativi- ça o perfil demográfico e econômi- segundo maior polo econômico do Estado. tas entre si. “É por isso que eu defen- é uma importante ferramenta de tomada
• Possui o portfólio mais diversificado em relação SÃO JOSÉ DO RIO PRETO de decisão para o empresário da constru-
dade das Sub-Regiões do Estado de co de cada região”, analisa Marie. • Entre 2016 e 2020, está prevista a construção de do que as grandes empresas do setor
aos tipos de domicílio. ção civil”, ressalta Mauro Rossi, diretor da
São Paulo”, realizado pelo Sindus- “Temos pela frente um trabalho 521 galpões logísticos. trabalhem em parceria com empresas Regional de Mogi das Cruzes.
Con-SP em parceria com a Deloitte. enorme e, por isso, precisamos de PRESIDENTE PRUDENTE • Entre 2010 e 2014, apresentou aumento de 33% locais quando quiserem levar seus em- O diretor da Regional de Campinas,
• Entre 2016 e 2020, está prevista a construção de na construção de domicílios da Classe C (4 a 10
“O objetivo do estudo é o de evi- um diagnóstico cada vez mais pre- 2.228 unidades habitacionais para a faixa de média preendimentos para o interior. Só quem Márcio Benvenutti, destaca a informação,
salários mínimos).
denciar o potencial para desenvolvi- ciso da realidade”, afirma Luiz Cláu- renda e 1.600 habitações de interesse social. mora no local sabe das peculiarida- trazida pelo estudo, de que a região apre-
• Maior expectativa de crescimento em domicílios SÃO JOSÉ DOS CAMPOS senta o nicho de mercado mais diversifi-
mento da construção civil em dez ci- dio Amoroso, vice-presidente de In- des”, aconselha Odair Senra, vice-pre-
Classe C (4 a 10 salários mínimos) entre todas as • Entre 2010 e 2014, apresentou cado entre os tipos de domicílio ofertados,
dades das sub-regiões do Estado de terior do SindusCon-SP. cidades analisadas. aumento no número de obras públicas. sidente Imobiliário do SindusCon-SP. atendendo todas as classes sociais. “Essa
São Paulo”, explica Marie Menezes Na análise do presidente do Se- • Disponibilização de mais de 1.200 O estudo deverá ter desdobra- é uma vantagem para a construção civil
RIBEIRÃO PRETO empreendimentos comerciais no período.
Rodrigues, consultora empresarial covi-SP, Flavio Amary, existe uma mentos nos próximos anos. “É im- em todas as áreas porque pulveriza os
• Maior crescimento da população entre 2014 e
da Deloitte, que apresentou o traba- menor volatilidade no interior pau- portante que esse trabalho continue, investimentos e permite que estes não
2015 (1,4%) e expectativa de aumento de 7,8% SOROCABA
fiquem apenas na faixa que atua em um
lho em primeira mão durante o Cons- lista. “A atividade da construção até 2020. • Foco na construção de domicílios da Classe D, com abrangendo outras cidades como,
• Entre 2016 e 2020, está prevista a construção mais de 72 mil habitações construídas até 2010. determinado tipo de construção. Ou seja,
truBR. “Buscamos avaliar os aspec- cresceu menos que a média, du- por exemplo, guarulhos e Jundiaí”, dá oportunidades para todas as empresas
de 1.481 habitações de interesse social e há a • Taxa de vacância comercial é bem superior à taxa de
tos demográficos, as características rante o boom, mas agora também expectativa de 49 novas obras públicas até 2020. vacância residencial (20% e 10%, respectivamente). afirma Sérgio Porto, representante do de construção”, analisa Benvenutti.
das construções que foram desen- caiu menos”, afirma, e destaca o SindusCon-SP junto à Fiesp.

22 notícias da construção // abr 2016


CAPA
produtividade | industrialização | sustentabilidade | infraestrutura | habitação | desenvolvimento regional | jurídico

o
fechamento do Constru- volvidos, esse índice não passa de em outros países e que, inclusive,

Jorge rosenberg
br foi dedicado à análise 1% do PIb”, compara. as normas americana e britânica
dos impactos que a cor- serviram de inspiração à concep-
rupção causa à econo- CorruPção nas emPresas ção do texto brasileiro.
mia do País. De acordo com o di- Avanços no combate à corrupção gonçalves acredita ser impe-
retor do departamento de compe- foram pontuados por Alexandre rativo que as empresas invistam
titividade da Fiesp, José ricardo Tadeu navarro, coordenador do no desenvolvimento de progra-
roriz Coelho, há uma estrita cor- Conselho Jurídico do sindusCon- mas de compliance, estabelecen-
relação entre o nível de corrupção -sP. Para ele, a Lei Anticorrupção do normas internas para fiscaliza-
de um país e sua competitividade. – nº 12.846/2013 – obriga as em- ção. Isso, salienta, atenua o nível
“Todos os indicadores de desen- presas a assumirem uma postura de punição da lei. Para André glo-
volvimento econômico e social são de mudança efetiva, pois faz com gowski, membro do Conselho da
piores quanto mais corrupto é o que as responsabilidades sejam Hochtief e do Comitê de Tecnolo-
país”, afirmou Coelho. Para ele, a atribuídas de forma objetiva dire- gia e Qualidade (CTQ) do sindus-
produtividade da indústria é mais tamente aos gestores das corpo- Con-sP, transparência empresa-
efetiva quando o governo do país rações. Com isso, acredita ele, é rial é quando se pode contar para
é mais ativo e atuante, capaz de possível mudar a cultura de tole- todo mundo sobre as atividades da
estabelecer regras mais claras de rância com a corrupção existente empresa. “o ramo de construção é
atuação para o setor privado. na sociedade. “Temos que sair da o terceiro em corrupção, só perde
Conforme dados de 2010 apre-
sentados por Coelho, se os índices
de percepção de corrupção regis-
trados no brasil fossem seme-
“O CONSTRUTOR PRECISA
lhantes aos de países desenvolvi-
dos, o PIb (Produto Interno bruto)
APRENDER A FALAR NÃO
seria de r$ 138,4 bilhões anuais. E, ASSIM, DEIXAR DE
TOLERAR A CORRUPÇÃO”
ou seja, 2,5 vezes o PIb real. “o
custo da corrupção em 2010 foi
Glogowski, Navarro e Sanctis de r$ 80,1 bilhões”, revela, lem-
(da esq. para a dir.) em debate sobre brando que, caso não fosse es- ANDRÉ GLOGOWSKI, membro do Conselho da Hochtief
compliance e segurança jurídica coado por meios ilícitos, esses re-
cursos estariam disponíveis para

CorrupCao
serem investidos no setor produ- ética caolha que nos faz dizer que para armas e narcotráfico, mas
tivo. em termos práticos, ele ex- somos contra algo, mas nos leva quando questionada toda empre-
plica que o equivalente a 7,9% do a incoerências no dia a dia”, diz. sa se diz sustentável”, observa. “o
investimento em infraestrutura ou Para ele, a grande mudança im- construtor precisa aprender a falar
2,15% do que as famílias conso- posta pela lei é justamente o trata- não e a não tolerar mais a corrup-

na mira da lei
mem é perdido para a corrupção. mento objetivo das responsabilida- ção. A sensação é que a distância
“A corrupção no brasil é maior des. “A questão é que não há mais de nós para o resto do mundo está
do que tudo o que o País inves- onde esconder o dinheiro, tornando aumentando”, diz.
te em pesquisa e desenvolvimen- a corrupção uma atividade de mais nesse sentido, o desembarga-
to”, pondera. risco”, afirma. Com a regulamen- dor federal Fausto de sanctis afirma
Coelho observa, ainda, que o tação, conta, basta que haja com- que, por mais que seja combatida,
brasil escoa cerca de 3% do PIb provação do envolvimento da em- a corrupção volta. “existe em qual-
com o que ele chama de parafer- presa – ainda que indireto – para quer lugar do mundo, o problema é
Com regulamentação que atribui responsabilidade direta nália tributária, ou seja, com a es- que sejam tomadas a medidas ca- a escala”, diz, ao analisar a situa-
a empresas envolvidas em casos de corrupção, País busca trutura necessária para que as bíveis, com punições que podem ção do brasil. o papel do Judiciá-
empresas atendam às regras esta- chegar a 20% do faturamento da rio, em tal contexto, seria resgatar
equiparar competitividade à de países desenvolvidos belecidas e o governo fiscalize sua empresa. ele lembra, ainda, que a noção do que é certo e do que é
observância. “em países desen- esse tipo de normatização já existe errado, acredita sanctis.

24 notícias da construção // abr 2016 www.sindusconsp.com.br 25


artigo jurídico Destaque

Novos paradigmas e Feicon Batimat vence a crise


desafios para as empresas Organizador da maior feira do setor da construção do País,
realizada entre os dias 12 e 16 de abril, afirma que resultados

O
momento econômico é tua entre fisco e contribuinte. Afi- sobrevivência – pois sofrerão com foram satisfatórios num ano economicamente complicado
de grandes desafios para nal, há um constante surgimento responsabilizações, aumento de cus-
todo o País, porém as de novas modalidades de negócios tos e perda de competitividade. Os

a
empresas não podem e contratos, que têm de se adaptar sinais claros vêm de todos os lados, edição 2016 da Feicon Batimat contou com inovação, tivemos os eventos paralelos, que tam-
deixar de ficar atentas para outras às relações comerciais atuais, mais com a progressiva criação de normas a participação de 96.325 profissionais qua- bém são um ponto forte da Feicon Batimat. tivemos
enormes exigências que estão na eficientes operacionalmente, resul- e pactos de trocas de informações, lificados e 2 mil marcas nacionais e interna- mais uma vez a ilha de sustentabilidade da Água,
mesa, por decorrência de novos tando na busca do enquadramento nos planos nacional e internacional. cionais, conforme informa o diretor da feira, mostrando produtos para economia de água; a ilha
paradigmas no mundo jurídico. correto em nosso emaranhado de Bons exemplos são as normas na- alexandre Brown. ao afirmar que os resultados alcan- de eficiência energética, trazendo um tema novo e
Estamos diante de um novo nível normas – que ainda não possa ser cionais anticorrupção (Lei nº 12.846 çados nesta edição foram excelentes, Brown lembra que vem ao encontro da necessidade de economizar
de transparência nas relações e no legitimamente denominado de or- /2013, Decreto nº 8.420/2015 e que o encontro de negócios realizado no primeiro dia energia: energia solar fotovoltaica; a ilha do conhe-
fluxo de informações entre o públi- denamento jurídico. Portarias nº 909 e 910, da CGU), do evento gerou, em apenas duas horas, r$ 10,4 mi- cimento, com várias palestras para reciclagem de
co e o privado e entre particulares, o Outra área em que a trans- exigência de programas de conformi- lhões. “aconteceram, nesse dia, 107 reuniões de negó- profissionais, entre outros.
que exige que todos atentem para a parência deve ser compreendida dade/integridade a elas relacionados cios, com 39 empresas de compradores e 19 exposito-
necessidade de novas atitudes. e assimilada urgentemente é a (compliance, mesmo para empresas res do evento”, pontua. NC // E sob o ponto de vista do público, qual o balanço?
A tendência instintiva de sempre de práticas internas e externas de pequeno porte, conforme a Por- o sucesso é especialmente comemorado por ele AB // esta 22ª edição da Feicon Batimat foi marcada por
buscar enquadrar o novo em alguma taria CGU/SMPE nº 2.279/2015), a devido à indefinição econômica vivenciada pelo Pa- bons números: foram 96.325 visitantes durante os cin-
caixinha já conhecida e confortável MP nº 685 (declaração ao fisco de ís no momento. ele celebra a participação de grandes co dias do evento, conhecendo as grandes novidades e
em termos de controle já não é mais “COMPLIANCE É A operações de planejamento fiscal) e players do mercado mostrando seus lançamentos [ve- tendências da construção civil. Uma característica des-
prudente, pois passamos por uma COERÊNCIA ENTRE O QUE os pactos internacionais para troca ja na seção Novidades do Mercado, à pág. 44] e o que se público é a sua qualificação. De acordo com os nú-
revolução que transforma essa tática SE PREGA E AS REAIS automática de informações finan- considera um volume de negócios satisfatório para o meros levantados, 44% do público que visitou o evento
em cegueira seletiva. Em termos tribu- ceiras e fiscais, aqui já materializa- setor da construção civil. “o retorno que tivemos dos tem poder de decisão final na empresa em que atua e
tários, o grau de acesso direto e o cru-
ATITUDES DA EMPRESA” dos no Decreto nº 8.506/2015. expositores foi bastante positivo e muitos já garantiram estava interessado em fechar negócios: 20% do públi-
zamento de informações pelos fiscos Antes de se pensar em colocar espaço para ano que vem”, revela. co foi formado por sócios-proprietários, 13% por direto-
chegou a patamares quase absolutos. em relação aos entes públicos e em prática tais impactos dentro res e 11% por gerentes.
Além disso, os efeitos das terceiros. Usualmente chamada das empresas, com a criação dos Notícias da Construção // Na visão da organização, quais os pontos
constantes mudanças de inter- de compliance – adequação/ programas internos de integridade positivos da feira? NC // Para o ano que vem, quais as perspectivas?
pretação são devastadores para o atendimento integral das normas –, (manuais, monitoramentos, audito- Alexandre Brown // além da apresentação de produ- AB // estamos bastante confiantes no evento do ano que
setor imobiliário. É necessário lutar nada mais é do que o cuidado com ria e controle), é necessário verda- tos que são sinônimos de tendência, qualidade e vem. em anos ímpares, temos a participação garantida
para que os efeitos das mudanças a coerência entre o que se prega e deiramente repensar a mentalidade de mais expositores-âncoras e também o evento muda
sejam modulados, a fim de evitar as reais atitudes da empresa. e os costumes das empresas e de de lugar. em 2017 irá acontecer no são Paulo expo, na
que a surpresa injusta não destrua Auditorias, regimentos, manuais seus agentes, internos e externos. imigrantes, num espaço maior, com mais conforto e cli-
as empresas que planejaram suas etc. sempre existiram, em algum Organizar os programas com- matizado. tenho certeza que teremos bastante sucesso
atividades conforme o quadro da in- grau, ao menos para fins cosméticos, pliance certamente implicará alguns e atenderemos as necessidades do mercado e de nos-
terpretação vigente no momento em na maciça maioria das empresas. custos para as empresas, mas a falta sos expositores.
que iniciaram os empreendimentos. Mas chegou um momento em que deles poderá custar a sua sobrevivên-
Para tanto, é necessário ul- isso deve ser traduzido em reais cia. O SindusCon-SP, por intermédio
trapassar a relação retrógrada de ações. Caso contrário, as empresas do Conselho Jurídico, irá apoiar seus
agressividade e desconfiança mú- estarão fadadas à incapacidade de associados nessa travessia. Alexandre Brown:
Encontro de Negócios
gerou R$ 10,4 milhões
JORGE ROSENBERG

em duas horas

ALEXANDRE TADEU NAVARRO


Sócio da Navarro Advogados, especialista em tributação do setor
imobiliário e coordenador do Conselho Jurídico do SindusCon-SP

26 notícias da construção // abr 2016 www.sindusconsp.com.br 27


foto do mÊs // abril 2016

JORgE ROSEnBERg
RETROFIT: NOVA SEDE DA JOHNSON & JOHNSON
Um projeto de retrofit na região da avenida Brigadeiro Faria Lima transformou o
prédio que abrigava a loja de luxo Daslu em um novo espaço para escritórios e
espetáculos. Pouco sobrou da arquitetura neoclássica, rica em colunas. A antiga
estrutura deu lugar a um prédio em estilo moderno, repleto de vidros espelhados e
placas de metal brancas. O projeto arquitetônico, assinado por Washington Fiuza,
segue o design dos demais prédios do complexo WTorre JK – que inclui o pré-
dio que abriga o banco Santander, o edifício de escritórios sobre o Shopping JK
Iguatemi e o recém-inaugurado Teatro Santander (que fica num prédio anexo).
Os quatro andares da antiga loja foram transformados num estacionamento com
884 vagas. Acima deles, foram construídos sete novos pavimentos, que abriga-
rão a nova sede da Johnson & Johnson. Realizado pela BR Properties, o investi-
mento foi de R$ 140 milhões. As obras ficaram a cargo da WTorre Engenharia.

28 notícias da construção // abr 2016 www.sindusconsp.com.br 29


SINDUSCON-SP EM AÇÃO
Não adianta o imóvel
Estudo diagnostica
causas para
Não adianta o imóvel
ser bem localizado
320 mil exemplares

anúncio não for.


fazem da Folha o
jornal de maior circulação no Brasil.
se o 2

destacamento cerâmico ser bem localizado se o


Anuncie na Folha. Nossos leitores
querem adquirir imóveis.
Líder na internet entre os sites de jornais
Anunciar na Folha é garantia de bom investimento, porque você se comunica

anúncio não for.


com quem realmente está procurando um novo lugar para morar. Precisa
com 31,6 milhões de visitantes mensais
divulgar um imóvel ou empreendimento? Anuncie no maior jornal do país.
Patologia tem aumentado em

divulgação
empreendimentos já prontos,
únicos e 301 milhões de páginas vistas.3
principalmente em cerâmicas
produzidas por via seca,
68 mil leitores pretendem trocar de casa/
levando CTQ a firmar
Anuncie na Folha. Nossos leitores
apartamento nos próximos 12 meses.¹

compromisso com fabricantes

querem adquirir imóveis.


o
30 mil leitores querem trocar
expressivo aumento na incidência de pa- de imóvel no momento.1*
tologias relacionadas ao destacamento de
peças cerâmicas em empreendimentos já
entregues chamou a atenção do Comitê Anunciar na Folha é garantia de bom investimento, porque você se comunica
2 milhões de leitores de jornal
de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP (CTQ).
a partir da realização de mapeamento, o sindicato com quem realmente está procurando um novo lugar para morar. Precisa
impresso em todo o país. 1

constatou que o problema do destacamento dos re-


vestimentos cerâmicos atinge o setor como um to- PARA ANUNCIAR,
divulgar um imóvel ouACESSE
empreendimento? Anuncie no maior jornal do país.
do, sendo observado em todo o Estado de São Paulo.
Mais do que isso, patologias com características se- CTQ está atento ao problema do destacamento WWW.PUBLICIDADE.FOLHA.COM.BR
320 mil exemplares fazem da Folha o
jornal de maior circulação no Brasil. 2

melhantes foram observadas em outros Estados, como


Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Bahia, além do
distrito Federal. a constatação foi feita pela Comissão de tes da indústria da construção quanto os fabricantes
OU LIGUE (11)Líder
3224-3129
na internet entre os sites de jornais
com 31,6 milhões de visitantes mensais
Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade da Câ- de cerâmica e argamassa.
únicos e 301 milhões de páginas vistas.3
mara Brasileira da indústria da Construção (Comat/CBiC), Nesse sentido, a proposta do SindusCon-SP foi a as-
na qual o SindusCon-SP é representado por seu vice-pre- sinatura de um termo de compromisso com a participa-
sidente de Tecnologia e Qualidade, Paulo Sanchez. ção da anfacer, do Sindicato Nacional da indústria de
de acordo com ele, a conclusão foi de que o Produtos de Cimento (Sinaprocim) e do Sindicato da in-
problema atinge, primordialmente, cerâmicas pro- dústria de Produtos de Cimento do Estado de São Pau-
duzidas por meio do sistema via seca. dados da as-
sociação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para
lo (Sinprocim). a partir da vigência desse documento, as
entidades estariam legalmente comprometidas a dar an-
Siga quem dá mais68 mil leitores pretendem trocar de casa/
Revestimentos, louças Sanitárias e Congêneres (an- damento e finalizar o trabalho conjuntamente. visibilidade paraapartamento
PARA ANUNCIAR,
suasACESSE
ofertas.nos próximos 12 meses.¹
WWW.PUBLICIDADE.FOLHA.COM.BR
facer) indicam que 70% das cerâmicas do mercado “um estudo, realizado em São Paulo e no Brasil,
OU LIGUE (11) 3224-3129
são produzidas por esse sistema, o que permite ima- irá detectar se esse problema envolve outras empre-
ginar a extensão do problema. sas com a mesma característica, ou seja, se as ce-
Por esse motivo, o grupo de Trabalho do CTQ râmicas que estão caindo foram fabricadas por via
chegou à conclusão de que seria recomendável que seca”, explica Sanchez. “Esse trabalho é importante Siga quem dá mais
o problema fosse tratado de maneira integrada. ou para que possamos prestar uma orientação mais pre- visibilidade para suas ofertas.
Fonte: (1) Ipsos Connect: EGM Multimidia, Jan a Dez 2014, 19M, ambos sexos 10 e + anos leitura líquida todos os dias Folha de SP(universo 2.197,000,
amostra 1387). (*)amostra30abaixomil
de 30leitores
casos. (2) IVCquerem trocar– total circulação paga impressa + digital – Folha de S.Paulo: 320.254.
seja, reunindo na mesma mesa tanto os representan- cisa aos nossos associados”, afirma.
– outubro/2015

30 notícias da construção // abr 2016


(3) Adobe
Fonte: (1) Ipsos
deMultimidia,
Analytics/Omniture
Connect: EGM –
imóvel no momento.1* sexos 10 e + anos leitura líquida todos os dias Folha de SP(universo 2.197,000,
novembro/2015.
Jan a Dez 2014, 19M, ambos
amostra 1387). (*)amostra abaixo de 30 casos. (2) IVC – outubro/2015 – total circulação paga impressa + digital – Folha de S.Paulo: 320.254.
(3) Adobe Analytics/Omniture – novembro/2015.
SINDUSCON-SP EM AÇÃO

PoR MElhoRiaS No CoNCRETo, ctQ busca alinhamEnto


CTQ FiRMa PaRCERia CoM aBESC com EmprEsas dE ElEvador
Com criação de grupo técnico, objetivo é reunir
Entidades se comprometem a dialogar sobre problemas relacionados a fabricantes e construtores para padronizar
atrasos na entrega e a divergências entre especificação e produto final procedimentos e reduzir problemas relacionados a
prazos de entrega, instalação e assistência técnica

a
Atrasos prejudicam produtividade

JoRgE RoSENBERg
pós ter sido procurado pela associação Bra-

a
sileira de Empresas Prestadoras de Serviços fim de tratar de problemas desinformação das gerências dos dutividade nos canteiros de obra
de Concretagem (abesc), o Comitê de Tecnolo- recorrentes relacionados fornecedores em relação aos pro- devido ao não cumprimento de
gia e Qualidade do SindusCon-SP (CTQ), deci- ao fornecimento e à ins- blemas de montagem e demora prazo por parte das empresas for-
diu retomar as atividades do grupo de trabalho dedicado talação dos equipamen- no atendimento da assistência necedoras de elevadores”.
a desenvolver estudos relacionados ao concreto. “Nós tos de transporte vertical de pes- técnica dos pós-venda. Formado por uhlendorff, dire-
sempre tivemos um gT para cuidar desse assunto. Ele soas em empreendimentos imobi- de acordo com Rodrigo Fair- tor de operações da Plano&Plano,
ficou um tempo inativo, mas, como a própria abesc nos liários, os integrantes do Comitê de banks von uhlendorff, integran- Ewerton Bonetti, gerente técnico
procurou para trabalharmos juntos, achamos interes- Tecnologia e Qualidade do Sindus- te do gT, a iniciativa visa à “mon- da gafisa, além de representantes
sante reativá-lo”, comenta o vice-presidente de Tecnolo- Con-SP (CTQ) receberam, em reu- tagem de um procedimento-padrão das empresas de elevadores atlas
gia e Qualidade do sindicato, Jorge Batlouni. nião realizada em abril, represen- entre as construtoras e os fabrican- Schindler, otis, ThyssenKrupp,
a retomada do diálogo entre as entidades terá co- tantes de diversas empresas fabri- tes de forma a facilitar passos e con- Mitsubishi Eletric e hyundai, o gT
mo objetivo solucionar problemas recorrentes que têm cantes de elevadores. trole de materiais e prazos”. ou seja, é coordenado por Flavio Cantor
ocorrido no fornecimento de concreto, tanto no que o encontro teve como objetivo estabelecer regras para o relaciona- Kuperman, da Cyrela.
diz respeito ao papel das concreteiras quanto no que a formação de um grupo de traba- mento entre as empresas, alinhando Conforme explica Estefan, o gT
tange às construtoras. É por isso que a proposta apre- lho (gT) para tratar de situações responsabilidades e expectativas. terá atuação contínua, visando “criar
sentada pelo coordenador do CTQ, Yorki Estefan, ao Problemas com concreto são recorrentes comumente encontradas nos can- isso porque, conforme pontua um canal permanente de informação
presidente da abesc, Jairo abud, sugere a aferição teiros de obra. dentre elas, atrasos Yorki Estefan, coordenador do CTQ, entre as construtoras sobre o desem-
da resistência do concreto a partir de coleta feita nas nas entregas, falhas de planeja- o resultado mais evidente das falhas penho da indústria fornecedora e es-
concreteiras e nas construtoras, com posterior envio a melhoria dos serviços fornecidos pela concreteira, mento, falta de comprometimento de comunicação entre construtoras tabelecer com os fornecedores uma
laboratório credenciado pelo instituto Nacional de Me- mas também à reativação de um contrato padrão en- da mão de obra dos instaladores, e fornecedoras é a “perda de pro- relação justa e produtiva”.
trologia, Qualidade e Tecnologia (inmetro). além disso, tre o SindusCon-SP e a abesc. dessa maneira, acre-
é desejo dos membros do CTQ que todas as usinas de dita Batlouni, as empresas associadas contarão com
uma mesma empresa sejam certificadas, com contro- regras básicas préestabelecidas e acordadas.
le periódico a cada três meses. o empresário acredita que o ponto mais impor-
de acordo com Batlouni, “a qualidade do concreto tante da parceria é o comprometimento, por parte da
recebida na obra é fundamental para a qualidade das abesc, em garantir que o concreto contratado junto
estruturas, mas há um outro ponto importante, que é a aos seus associados atinja a resistência solicitada. “o
qualidade do serviço fornecido pelas concreteiras”, diz. transtorno de se verificar um concreto de resistência
Nesse sentido, ele destaca problemas relacionados à inferior ao projetado e adquirido em uma obra é imen-
pontualidade na entrega e à qualidade dos caminhões so, pois gera um grande prejuízo, podendo impactar
e das bombas de concreto, dentre outros. “o conjunto fortemente no prazo da obra”, alerta. além de Batlou-
qualidade do concreto mais a qualidade do serviço de ni, integram o gT andré gloglowski, luiz lucio e Re-
concretagem é que permite uma boa concretagem no nato Soffiatti. o encontro que determinou a retomada
canteiro”, assegura, lembrando que o grupo de traba- dos trabalhos do gT de concreto e, consequentemen-
lho tem a função de buscar a excelência nesse serviço. te, do relacionamento entre as entidades contou tam-
a expectativa é de que as entidades atuem con- bém com a participação do diretor da abesc, arcindo
juntamente para definir quais serão os pontos a se- vaquero, e do representante da associação Brasileira
rem trabalhados, sempre visando não apenas à de Normas Técnicas (aBNT), antonio Parente.

32 notícias da construção // abr 2016


agenda
eventos
MAIO
• PlAneJAmento FinAnceiro
• Seminário de AtuAlidAdeS JurídicAS nA conStrução civil
Dia 10, em São Paulo Dia 19, em Araraquara
• rodAdA tendênciAS • curSo Prince2®
Dia 18, em São Paulo nível FoundAtion -
• Seminário centro de mediAção gerenciAmento de ProJetoS -
Dia 24, em São Paulo nível báSico (método uSAdo
nAS olimPíAdAS de londreS)
junhO Dias 21 e 28, na sede do
• Seminário conStrução SP SuStentável SindusCon-SP, em São Paulo
Dia 2, em São Paulo • entendendo A conStrução
• 12º Seminário tecnologiA de civil no Âmbito Previdenciário
SiStemAS PrediAiS Dia 23, na Regional Bauru
Dia 8, em São Paulo • e-SociAl - como
gerenciAr A SAúde e
cursos SegurAnçA do trAbAlho
Dia 25, na Regional Mogi das Cruzes
MAIO
• geStão em SuStentAbilidAde nA junhO
conStrução civil • introdução Ao bim
Curso presencial e online De 2 a 4, em Campinas
• cAPAcitAção noS requiSitoS • incorPorAção de ediFícioS
dA normA de deSemPenho PArA com ProF. JAmil rAhme
ediFicAçõeS hAbitAcionAiS nbr 15.575 De 7 a 10 e de 13 a 16, em São Paulo
Dias 3 e 4, na Regional Ribeirão Preto De 18 a 21, na Regional Sorocaba
Dia 6, na Regional Campinas De 23 a 26, na Regional Ribeirão Preto
• ProgrAmA de FormAção • cAPAcitAção noS
multiPlicAdoreS leAn conStruction requiSitoS dA normA
Dias 6 e 7, na sede do SindusCon-SP, em de deSemPenho PArA
São Paulo ediFicAçõeS hAbitAcionAiS
• módulo ii - curSo coordenAção de nbr 15.575
ProJetoS em bim 3d Dia 8, na Regional Mogi das Cruzes
Dias 6 e 7, na sede do SindusCon-SP, em • e-SociAl – como gerenciAr
São Paulo A SAúde e SegurAnçA do trAbAlho
• SPed ecF (eScriturAção contábil Dia 16, na Regional Santo André
FiScAl - novA diPJ digitAl) e SPed Dia 17, na Regional Presidente Prudente
contábil (ecd) PArA o Setor dA • módulo iii – PlAneJAmento
conStrução civil e controle de obrAS em bim
Dia 13, na Regional São José do Rio Preto Dias 16 e 17, em Salvador-BA
Dia 24, na Regional Sorocaba • curSo Prince2®
• PlAneJAmento tributário nível PrActitioner -
nA conStrução civil gerenciAmento de ProJetoS
Dia 17, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo Dias 18 e 25, em São Paulo

Informações: www.sindusconsp.com.br
Inscrições: cursos@sindusconsp.com.br ou (11) 3334-5600

34 notícias da construção // abr 2016


inovação

Peças têm 20 Soldagem passou Estrutura foi pintada


1 metros e pesam 2 por diversas de branco para reduzir 3
até 100 toneladas etapas de controle a absorção de calor

Inovação
ver a estrutura mais padronizada e em si é composta por paredes de
seriada possível. Entretanto, devido DaDos gerais concreto armado. O desafio dessa
a exigências inerentes ao forma- etapa foi logístico, pois, com uma
Área total
to e ao comportamento estrutural, 33.000,77 m2 taxa de armadura de 250 kg/m³

à beira-mar
houve a necessidade de muitos de concreto, foram enfrentadas
enrijecimentos localizados, o que Área construída dificuldades para a montagem das
18.240,95 m2
dificultou o projeto e a fabricação fôrmas e da armação. Tais pare-
das peças. “São mais ou menos Funcionários des, assim como pilares e galeria
150 peças diferentes, número exa- 1.200 no pico das obras técnica, receberam concreto com
gerado, se não fosse uma obra tão (diurno e noturno) 50 MPa de resistência. Para lajes
Com balanços de até 70 metros e aletas móveis, cobertura metálica especial”, comenta.
Espelho d’água
e vigas, o concreto tem 30 MPa.
O procedimento de soldagem 9.200 m2 Visando à categoria Ouro da
do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, exigiu soluções inéditas de – especialmente nos pontos que certificação Leadership in Energy
projeto e de logística, além de ensaios completos em túnel de vento exigiram enrijecimento localizado Tamanho da estrutura
338,34 m de comprimento
and Environmental Design (Leed),
– passou por controle de execu- e 20,85 m de altura o Museu do Amanhã conta com
ção baseado em vistoria visual, sistemas para redução do con-

C
oncebido pelo arquite- ção ao conjunto. Assim, forma-se Localizado em um píer, expos- testes de líquido penetrante nas Peso da cobertura metálica sumo de água. Assim, a água da
to espanhol Santiago um monobloco treliçado com late- to à incidência de vento a partir soldas de filete e ultrassom nas 3.810 t chuva é utilizada para irrigação e
Calatrava, o Museu do rais inclinadas de altura variável. de diversas direções, a edificação soldas de penetração total. nos vasos sanitários. Com isso,
Placas fotovoltaicas
Amanhã, uma das prin- “Cada detalhe foi exaustiva- passou por ensaio de carregamento Os balanços de grandes di- 5.492 70% da água utilizada no edifício
cipais obras do programa Porto mente simulado e discutido, uma estático na cobertura e nas facha- mensões exigiram um detalhado é de reúso. Aproveitando sua lo-
Maravilha, conta com estrutura obra desta complexidade envolve o das para dimensionamento de es- procedimento de descimbramento calização, a água do mar é utiliza-
principal em concreto e uma co- trabalho e o conhecimento de vários quadrias. Os estudos foram realiza- da estrutura metálica que afetou, Demais estruturas da no sistema de ar-condicionado,
bertura metálica que apresenta profissionais”, conta o projetista dos no túnel de vento do Instituto inclusive, o desenvolvimento do Para suportar a carga da estrutura reduzindo o consumo de energia.
balanços de 65 m e 70 m. Com da estrutura, ao comentar sobre o de Pesquisas Tecnológicas (IPT). projeto. Como resultado, a cober- principal, da cobertura metálica e Como essa água é aquecida no
projeto de Flavio D’Alambert, da desenvolvimento de soluções ino- Com perfis do tipo caixa com di- tura foi fabricada com uma con- também as cargas de operação do equipamento, para ser devolvida
Projeto Alpha Engenharia de Es- vadoras e arrojadas relacionadas mensões de 1 x 1 metro até 1 x 1,5 traflecha que foi compensada pelo Museu do Amanhã, a edificação ao oceano em sua temperatura
truturas, a estrutura metálica é não apenas aos grandes balanços, metro, a estrutura metálica foi pin- carregamento de seu próprio peso conta com fundações indepen- original ela é conduzida a uma
ancorada em apenas dois pontos responsáveis por esforços elevadís- tada de branco para reduzir a absor- após a remoção dos escoramentos. dentes da estrutura do Píer Mauá. cascata na área do museu.
fixos. Os outros apoios da estru- simos, mas também à construção ção de calor. Soldadas em canteiro, O processo em si levou dois dias São, no total, 2.500 estacas para A grande quantidade de elemen-
tura, que tem cerca de 330 m de contínua, ao local da construção as peças foram fornecidas com 20 para cada um dos dois lados do vencer os 20 m até a camada de tos inovadores presentes no projeto
comprimento, permitem o deslo- próximo ao mar, o que dificultou a metros de comprimento, pesando balanço, com medição de topogra- rocha. Dessas, 1.500 são estacas exigiu intensa compatibilização entre
camento horizontal dos elementos logística de transporte e montagem até 100 toneladas. De acordo com fia, monitoramento do conjunto de metálicas e mil estacas-raiz. as disciplinas envolvidas, o que foi
a fim de evitar esforços de dilata- das peças, entre outros aspectos. D’Alambert, o objetivo era desenvol- soldas, dos pilares e das paredes. Já a estrutura da edificação alcançado com uso do BIM.

36 notícias da construção // abr 2016 www.sindusconsp.com.br 37


indicadores // análise indicadores

Expectativas melhoram, mas Emprego na construção paulista por Regional SindusCon-SP


Estoque de empregados, participação % e variações - mar/2016

empresários seguem pessimistas Regionais

Santo André
Estoque

42.796
Particip.
(%)
5,62
Mês*
-3,35
*Variação (%)
Ano
-6,20
12 meses
-7,60
Mês*
*Variação absoluta

-1.485
Ano
-2.890
12 meses
-3.519

O
Campinas 81.133 10,66 -1,19 -8,80 -9,36 -979 -7.908 -8.381
emprego com carteira na sugere um aumento da informalida- das expectativas dos empresários da Bauru 22.284 2,93 -2,43 -10,25 -11,23 -556 -2.592 -2.820
construção terminou o de na economia e no setor. construção. Mas o indicador perma- São José do Rio Preto 30.391 3,99 -1,70 -5,67 -7,36 -526 -1.850 -2.415
primeiro trimestre com Os reflexos da atividade declinan- nece muitos pontos abaixo do pata- Ribeirão Preto 50.312 6,61 -1,94 -9,79 -10,55 -997 -5.524 -5.931
queda de 14,1% na com- te da construção também podem mar otimista, o que não permite vis- Presidente Prudente 8.898 1,17 -0,27 -12,68 -10,14 -24 -1.284 -1.004
paração com o mesmo período do ser percebidos nos demais elos da lumbrar ainda uma retomada. A falta São Paulo 345.563 45,38 -0,54 -11,63 -11,87 -1.862 -45.765 -46.565
ano passado. Vale lembrar que, no cadeia setorial. A produção da indús- de demanda é atualmente a maior
São José dos Campos 65.717 8,63 -0,91 -10,51 -11,07 -601 -7.783 -8.178
primeiro trimestre de 2015, o em- tria e o volume de vendas do comér- dificuldade dos negócios para em-
Sorocaba 87.485 11,49 -0,59 -7,86 -7,96 -517 -7.517 -7.569
prego registrou queda de quase cio varejista de materiais de cons- presas do setor, seguida pela dificul-
Santos 26.861 3,53 -0,70 -14,70 -16,49 -190 -4.670 -5.304
6%. Assim, a queda na compara- trução fecharam os dois primeiros dade de acesso ao crédito.
Total 761.440 100,00 -1,01 -10,26 -10,75 -7.737 -87.782 -91.686
ção com a base já deprimida do ano meses do ano com taxas negativas De fato, a queda nas vendas e o
passado mostra que a atividade se- de 17,4% e 14,8% respectivamen- aumento dos distratos no mercado
Emprego na construção paulista por setores
torial segue contraindo. Em rela- te, na comparação com o ano pas- imobiliário mostram que o ciclo no
ção a março de 2015, a construção sado. A produção de cimento caiu segmento de edificações residen- Estoque de empregados, participação % e variações - mar/2016
perdeu 474 mil postos. ciais ainda não chegou ao fundo do Segmento Estoque Particip. *Variação (%) *Variação absoluta
A retração do mercado de tra- poço, um efeito da retração do cré- (%) Mês* Ano 12 meses Mês* Ano 12 meses
balho continua disseminada entre EM UM SETOR DE CICLOS dito, da renda e do aumento do de- Preparação de terreno 35.421 4,65 -0,61 -11,22 -11,47 -218 -4.504 -4.590
os segmentos do setor e por todas LONGOS, NÃO HÁ COMO semprego. A confiança das famílias Imobiliário 221.471 29,09 -1,19 -13,56 -14,08 -2.677 -35.149 -36.303
as regiões do País. As atividades ESPERAR UMA MUDANÇA está muito baixa e o comprometi- Infraestrutura 108.683 14,27 0,65 -4,78 -4,10 703 -5.426 -4.642
que representam os estágios ini- mento da renda com um financia- Obras de instalação 132.008 17,34 -2,44 -9,81 -11,23 -3.300 -14.590 -16.701
ciais do processo produtivo – Enge- DE SINAL EM 2016 mento de longo prazo exige um am- Obras de acabamento 70.356 9,24 -1,20 -9,58 -9,73 -853 -7.511 -7.581
nharia e Projetos e Preparação de biente mais favorável. Obras 567.939 74,59 -1,10 -10,50 -10,95 -6.345 -67.180 -69.817
Terrenos – mantiveram tendência 15%. Esses são os efeitos da retra- O Programa Minha Casa, Minha Incorporação de imóveis 66.947 8,79 -0,18 -6,63 -7,12 -120 -4.774 -5.134
de forte declínio, sinalizando que ção do investimento no País, que, de Vida pode ser um contraponto e Engenharia e arquitetura 72.769 9,56 -0,54 -11,85 -12,02 -394 -9.878 -9.938
não há retomada à vista. Ou seja, acordo com a FGV/IBRE, deve ser da contribuir para reduzir o impacto ne- Outros serviços 53.785 7,06 -1,61 -9,84 -11,22 -878 -5.950 -6.797
não há indicação de obras inician- ordem de 10% em 2016. gativo do encolhimento do mercado Serviços 193.501 25,41 -0,71 -9,55 -10,15 -1.392 -20.602 -21.869
do em volume para reverter o ciclo Enfim, em um setor de ciclos de média renda. No que diz respei- Total 761.440 100,00 -1,01 -10,26 -10,75 -7.737 -87.782 -91.686
de queda nos próximos meses. longos como o da construção, não to à área de infraestrutura, embora * Variação: Ano - Acumulado no ano contra o mesmo período do ano anterior; 12 meses - Variação do mês contra o mesmo mês do ano anterior
No entanto, a pesquisa de ocu- há como esperar uma mudança de tenha sido observada melhora mais
pação do IBGE (PNAD Contínua) sinal dos principais indicadores em forte nas expectativas da área, o
PARA CONSULTAR MAIS INDICADORES, ACESSE: www.sindusconsp.com.br
vem apontando um ritmo de declínio 2016, que irão refletir mais um ano quadro também se mantém pessi-
O portal do SindusCon-SP agora abriga o Construdata – maior banco de dados econômicos da construção brasileira.
menos acentuado: no trimestre findo de encolhimento da atividade. mista. Um quadro macroeconômi-
em fevereiro, na comparação com o A única melhora possível pode co mais favorável pode repercutir
mesmo período do ano anterior, o ocorrer na confiança, a depender do mais rapidamente no lançamento
total de ocupados na construção re- fim das incertezas políticas e eco- de novos projetos de concessões e
gistrou ligeira queda de 0,18%. A di- nômicas do atual cenário. A Sonda- PPPs. De todo modo, em qualquer
ferença entre os números da pesqui- gem da FGV realizada em abril apon- cenário, o efeito sobre a atividade
sa de emprego formal e de ocupação tou a segunda melhora consecutiva não será percebido em 2016.

ANA MARIA CASTELO


Mestre em Economia pela USP, professora no MBA da Construção e coordenadora de projetos na FGV,
coeditora da revista Conjuntura da Construção e consultora do SindusCon-SP

38 notícias da construção // abr 2016 www.sindusconsp.com.br 39


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NOVIDADES DO MERCADO vão livre // conversa coM FaBio villas BÔas

Especial Feicon Batimat 2016 “SuStentabilidade


Empresas aproveitaram a principal feira do setor da construção civil para
apresentar novidades em suas linhas de produtos. Economia no uso de é uma queStão de
recursos naturais, desempenho superior e praticidade de instalação e de
manutenção pautam as inovações das empresas
crençaS e valoreS”
No início de abril, o diretor técnico da Tecnisa, Fabio Villas Bôas,
1 Janelas e portas assumiu a coordenação do Comitê de Meio Ambiente do SindusCon-SP
termoacústicas e (Comasp), em substituição a André Aranha, diretor da InMAX
cHUVeiros econÔmicos Tecnologia de Construção. O engenheiro civil destaca que terá o desafio

JOrge rOSeNBerg
Com foco no consumo consciente e na economia de de dar “continuidade ao intenso e importante trabalho realizado por
água, a Deca levou à Feicon uma linha de chuvei- seu antecessor na divulgação e incentivo à construção sustentável”.
ros capaz de misturar ar à água. Com isso, afirma
a empresa, é possível reduzir o consumo entre 45% e 80% sem comprometer
o conforto do usuário no momento do banho. Um dos produtos apresentados é
o chuveiro Cubo nas versões teto e parede e que tem vazão de água de 12 litros Notícias da Construção // Na sua visão, como a questão da sus- vos desejados sejam alcançados. É importante ressal-
por minuto. A linha Balance, informa a Deca, utiliza a tecnologia dos restritores tentabilidade impacta o setor da construção civil? tar que ser sustentável não é fazer favor algum. Ao pro-
de vazão constante, responsável por economia de até 70% no consumo de água. Fabio Villas Bôas // O setor é totalmente afetado pelas ques- mover o uso racional dos recursos naturais, a empresa
tões relativas ao meio ambiente. emissão de carbono, obtém ganhos financeiros com a redução de custos, eli-
consumo de energia, consumo de água e de outros re- mina seus riscos e valoriza a marca.
2 porta FÁcil cursos naturais fazem parte da nossa atividade. Uma em-
A Pormade aproveitou a Feicon para lançar presa que tenha responsabilidade com a sociedade e que NC // Como as questões da sustentabilidade e da inovação se
a linha Porta Premium, que conta com ba- respeite o futuro do planeta tem que, obrigatoriamente, in- relacionam?
tentes brancos e portas com tonalidades dife- corporar práticas sustentáveis. esta é uma tendência irre- FVB // A inovação tecnológica favorece a sustentabilida-
rentes. Assim como as demais portas prontas versível, mas é importante que a sustentabilidade seja um de ao oferecer opção para a otimização dos resultados.
da Pormade, essa linha é fornecida em kits conceito incorporado à cultura da empresa, pois somente Quando, por exemplo, é desenvolvido um novo produ-
que contêm, além da própria porta, batentes, 3 reVestimento assim isso irá se refletir em suas ações no dia a dia. to que dá à fachada do edifício uma característica au-
guarnições para ambos os lados, fechadura, isolante tolimpante, se propicia economia de água e sequestro
dobradiças, borracha amortecedora e acaba- O estande da Sto na Feicon NC // O senhor é diretor da Tecnisa, uma empresa que tem um de carbono. A tecnologia do LeD diminui a exigência de
mento em verniz ou prime. No estande da em- apresentou as principais li- grande portfólio de produtos com diversas características de sus- carga e, com isso, os gastos de implantação e operação
presa também era possível conhecer o novo nhas de produtos e acaba- tentabilidade. Construir imóvel sustentável tem apelo de mercado? dos sistemas elétricos. esse tipo de inovação diminui o
rodapé composto em madeira e PVC que tem mentos da empresa, como os FVB // Sem dúvida, é um grande diferencial. Na Tecnisa custo de manutenção ao longo da vida útil do imóvel, e
15 cm de altura. revestimentos para fachadas costumamos dizer que “para ser verde é preciso estar este é um conceito que pouco a pouco vai sendo incor-
StoTherm Classic e StoTherm no azul”. Temos pesquisas que indicam que o consumi- porado pelo mercado imobiliário brasileiro.
NExT. De acordo com a fabri- dor valoriza, e muito, produtos que proporcionam um
4 aQUecimento De piscinas cante, os sistemas proporcio- baixo consumo de água e de energia elétrica, por exem- NC // Quais são as principais pautas do Comasp, hoje?
Os novos coletores solares para piscina HelioPP, da Heliotek, nam isolamento térmico com plo, assim como a existência de áreas verdes e todas as FVB // São várias: a gestão dos resíduos da construção,
proporcionam, conforme a empresa, uma instalação mais baixa manutenção às edifica- soluções social e ambientalmente corretas. Hoje, bus- com a implantação do Sigor, as pegadas de carbono e
econômica. Isso porque contam com módulos largos, que ções, resultando em controle camos produzir imóveis cada vez mais sustentáveis, hídrica, o uso de madeira legal, o reaproveitamento de
reduzem o uso de acessórios. Feito de polipropileno atóxico, eficiente da temperatura nos pois essa é uma exigência da sociedade. áreas contaminadas, a formação de profissionais espe-
o produto é resistente aos raios UV e aos produtos químicos ambientes internos. Além cialistas em questões ambientais. O Comasp também
utilizados na limpeza da piscina, como cloro e ozô- disso, afirma a Sto, os reves- NC // Que recomendação o senhor faz para uma empresa que está trabalhando a questão da emissão de ruídos na
nio. A empresa apresentou, ainda, sua nova gera- timentos, fabricados em pla- queira trabalhar essa pauta? cidade de São Paulo em conjunto com a Câmara Muni-
ção de bombas de calor, a Heliotemp Evolution. cas de poliestireno (EPS), são FVB // Sustentabilidade é uma questão de crenças e va- cipal, questões do verde e das áreas contaminadas com
Os benefícios, informa a Heliotek, são a economia fornecidos em cinco diferen- lores. Todos os colaboradores têm que se conscientizar a Secretaria estadual do Maio Ambiente. Por meio do
de energia elétrica com menor geração de ruído. O tes espessuras com texturas da responsabilidade da empresa e incorporar o concei- Comasp, o SindusCon-SP tem, efetivamente, se tornado
equipamento conta com painel eletrônico de con- em resina acrílica e silicone. to no dia a dia. É preciso ter um olhar para dentro de um importante parceiro do setor público na melhoria da
trole diferenciado e prático, assegura a fabricante. casa e criar programas estratégicos para que os objeti- qualidade de vida nas cidades paulistas.

44 notícias da construção // abr 2016 www.sindusconsp.com.br 45


opinião O Prêmio da Construção
De volta à estabilização: por uma Desde a sua fundação há mais de 52 anos,
estratégia de política econômica o Seconci-SP busca proporcionar saúde e segurança
ao trabalhador da construção.

E
ntre 1999 e 2011, a po- e coragem para montar a sequên- quanto os ingressos de capital. O Prêmio Seconci-SP de Saúde e Segurança do Trabalho
lítica econômica brasileira cia de ajustamento, como num jogo Como efeito secundário, também valoriza essas melhores práticas nos canteiros
contou com três pilares: com peças de dominó. Os eco- estabiliza os preços no atacado, de obras em todo Estado de São Paulo, e vai premiar
metas para a inflação; o nomistas ortodoxos recomendam dando maior previsibilidade à for- obras residenciais, comerciais, industriais, esportivas,
equilíbrio fiscal; e flutuação cam- começar pelo ajuste fiscal. Mas a mação de preços no varejo. portuárias, aeroportuárias, educacionais, hospitalares
bial administrada. Esse padrão experiência mostra que recessão e O passo seguinte é a restau- e obras de arte (pontes e viadutos).
atravessou o segundo mandato cortes de gastos podem ser contra- ração do regime de metas para a
Inscreva a sua obra.
do presidente FHC e toda a “era ditórios. A queda da atividade reduz inflação. Isso passa, como ocorreu
Lula”. A partir do segundo semes- as receitas do governo e os cortes no primeiro ano da gestão Lula,
tre da primeira gestão Dilma, tudo de gasto reduzem ainda mais a ati- pela adoção de uma trajetória de
mudou. Em agosto de 2011, com vidade, numa espiral negativa. longo prazo, isto é, metas críveis
a inflação acima do limite superior Ao mesmo tempo, ainda faze- para a inflação nos próximos três
da meta (6,5%), a Selic passou a mos uso amplo da indexação de anos. Mas o Bacen deve sinalizar
ser rapidamente reduzida. Na se- contratos, o que confere resistên- com clareza que a trajetória da in-
quência, a taxa de câmbio se tor- cia à inflação. E o efeito das taxas flação será declinante.
nou muito mais volátil. Por fim, as de juros sobre os índices de preço O efeito mais imediato dessa se-
“pedaladas” colocaram em xeque quência de estabilização deve ser a
o equilíbrio fiscal. recuperação da confiança do consu-
Avaliada por seus resultados, a reconquistar a midor e do empresário. Isso, por sua
“nova matriz” falhou. Inflação em credibilidade exige vez, resulta no que os economistas
alta e crescimento em baixa até a
tempo e atitudes chamam de “impulso autônomo de Vencedores da 3ª edição do Prêmio
recessão foram seu legado. A ques- demanda”, isto é, a recuperação do
tão que se coloca hoje é: Como de- consumo e do investimento devido
senhar uma nova estratégia de po- é lento. Se a inflação está caindo à melhora das expectativas quanto Categorias
lítica econômica, sem apelar para nos últimos meses, isso só vem ao futuro do ambiente econômico, Controle de Perigos e Riscos no Canteiro
“planos” ou medidas exóticas? acontecendo por conta da gravi- ainda que as condições presentes
Controle da Saúde no Canteiro
O marco zero se chama credibili- dade da recessão. não sejam as melhores.
dade. Até hoje, nada foi posto no lu- Tudo isso sugere que a sequên- A recuperação da atividade eco- Gerenciamento Ambiental do Entorno da Obra
gar da tal “nova matriz”, e, por isso, cia de estabilização deve começar nômica e da arrecadação torna mui-
a incerteza impera. Reconquistar a pela frente cambial. É necessário to mais viável o ajuste fiscal. Conter
Regionalização
credibilidade exige tempo e atitu- restabelecer o regime de flutuação despesas enquanto as receitas cres- 1
des, mais do que apenas boas in- administrada, deixando claro que o cem reduz o desequilíbrio das con- A divisão do Estado em 7 diferentes 2
tenções, além de pessoas nos pos- Banco Central estará pronto para tas públicas, reforçando a credibili- regiões tem o objetivo de incentivar 4
6
tos-chave, sobretudo no Ministério evitar volatilidade excessiva, mas dade da estratégia como um todo. a participação das pequenas
e médias construtoras de cada região.
3 7
da Fazenda e no Banco Central, que não tem nenhum alvo para o dólar. Em resumo: sequência, paciên- 5
saibam se comunicar com empre- A estabilização cambial, sem ten- cia e precisão se mostram essen-
sários, investidores e trabalhadores. tativas de valorização artificial do ciais para uma estratégia eficiente
Realização Parceria
A partir daí, é preciso paciência real, estimula tanto a exportação de estabilização.
JORgE ROSENBERg

Robson Gonçalves RobeRTo aRaGÃo Juntos para fortalecer a Construção


Economista, professor e Economista e mestre em Administração
coordenador de projetos da Pública e Governo pela Escola de Para mais informações fale com nossas Unidades Regionais:
Fundação Getulio Vargas Administração de Empresas da FGV
São Paulo (11) 3664-5844/ 5059, ABC (11) 4427-7820, Bauru (14) 3570-1033, Campinas (19) 3231-4291/4199,
Baixada Santista (13) 3278-0321/0320, Mogi das Cruzes (11) 4793-6452, Piracicaba (19) 3435-1968, Ribeirão Preto (16) 3604-0304/0305,
São José dos Campos (12) 3921-5108, Sorocaba (15) 3221-0017
46 notícias da construção // abr 2016 www.seconci-sp.org.br

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