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Bombordo- O Musical

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BOMBORDO – O MUSICAL

CENA 1
Sons sobem ligeiramente como se entrássemos no cenário de uma praia projetada no ecrã de vídeo.
Aos sons da praia misturam-se ao longe vozes, desconexas, imperceptíveis nos seus dizeres, ruído de
gente que se aglutina para ver partir as Naus. Na praia, como um quadro estático, vemos Naus
carregadas de homens, enquanto outros tantos se despedem destes no areal...a imagem desse
quadro movimenta-se da esquerda para a direita, até que a certa altura, de costas se deslumbra um
homem.

VELHO DO RESTELO:

“—"Ó glória de mandar! Ó vã cobiça


Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!”

CENA 2

No momento final do texto, tambores explodem na banda sonora que se inicia. Entram em cena 4
marinheiros, 4 bailarinos que tocam os tambores enquanto dançam. Pelo meio da plateia um
Sacerdote caminha em direção ao palco. Traz consigo o famoso cálice de incenso que espalha pela
sala como benzendo ou purificando o público.

SACERDOTE (como que falando com Deus):

“- Não deis vós Senhor ouvidos aos que duvidam das tuas razões…que os nossos corações se encham
de bravura e bondade para te servir! Nas velas brancas desfraldadas ao vento pintai de vermelho a
Cruz de Cristo! Povoai as terras com as Quinas da Coroa, e aos Homens que encontrardes mostrai a
nossa fé para que também eles se convertam a um só Deus, a uma só religião...o Cristianismo.”

MÚSICA 1: IÇAR VELAS (Carolina, Ana, Tatá, Tiago)

IÇAR VELAS,
LARGAR!
AO MAR,
2
IR E VOLTAR.

POBRES VÃO AS NOSSAS NAUS,


QUE DE RIQUEZAS SE HÃO-DE ENCHER.
PIMENTA, CANELA,
NOZ MOSCADA PARA VENDER.

IÇAR VELAS,
LARGAR!
AO MAR,
IR E VOLTAR.

LEVANTAI O CRUCIFIXO,
ESPALHAI A FE CRISTÃ!
A QUEM NÃO SE CONVERTER,
UM TRISTE FADO DITARÁ...

IÇAR VELAS,
LARGAR!
AO MAR,
IR E VOLTAR.

QUER MAIS TÍTULOS O NOBRE,


MAIS COMERCIO PARA O BURGUÊS.
OURO E FAMA PARA A COROA,
VIVA O POVO PORTUGUÊS!

IÇAR VELAS,
LARGAR!
AO MAR,
IR E VOLTAR.

POBRES VÃO AS NOSSAS NAUS,


QUE DE RIQUEZAS SE HÃO-DE ENCHER.
ESCRAVOS, PORCELANAS,
SEDA E OURO PARA VENDER.

CENA 3

VELHO DO RESTELO:

“- Nesse pequeno reino de portas abertas para o mar, habitava um povo corajoso e audaz. Há muito
tempo que o horizonte longínquo lhes despertava a curiosidade. Era no entanto preciso mais do
que coragem para se entregarem ao total desconhecido na imensidão desse mar. O destino estava
porém traçado...e em breve começaria a grande epopeia dos Descobrimentos e da Expansão
Marítima! Estávamos no Verão de 1415...”

MÚSICA 2: CONQUISTA DE CEUTA (Márcio, Carolina, Ana, Tatá, Tiago)

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O cenário (sempre digital) acompanha a canção. O ecrã de vídeo mostra também um mapa com o
percurso dos Navios descendo a costa Portuguesa até ao norte de África.

DE LISBOA PARTEM OS NAVIOS,


MAIS DE DUZENTOS SE PODEM CONTAR!
JOVENS INFANTES, PRINCIPES DO REINO,
CAVALEIROS SE QUEREM ARMAR!

VÃO AS NAUS E AS GALES,


COM AS VELAS A ENFUNAR.
UNEM MARES POR UM ESTREITO,
PARA CEUTA CONQUISTAR!

DO ATLÂNTICO AO MEDITERRÂNEO,
ESSA PEROLA VALE OURO!
SABE D.JOÃO I,
COMO CONVERTER O MOURO.

CADA UM DOS 3 IRMÃOS,


SE ARMOU ASSIM CAVALEIRO.
SENDO HENRIQUE, O INFANTE,
DOS NAVEGADORES...O PRIMEIRO!

Quando a música repentinamente termina, entra em cena o Sacerdote, e com ele fica apenas o
Infante D. Henrique.

CENA 4

SACERDOTE: “- Deus todo poderoso abençoe o nosso Infante que o povo e o reino aclamam de –
HENRIQUE O NAVEGADOR!”

Inicia-se um diálogo enérgico entre os dois...

INFANTE D. HENRIQUE: “- Rogai a Deus pelos nossos marinheiros para que possam redescobrir as
Ilhas do Atlântico...”

SACERDOTE:“ - E o que pretendeis fazer com elas?”

INFANTE D. HENRIQUE: “- Tratarei de as explorar...e povoar...”

SACERDOTE:“ - Não vos assusta o infortúnio dos que perderam a vida nessas águas
amaldiçoadas?!””

INFANTE D. HENRIQUE: “- Haveremos de honrar os que lá ficaram…”

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SACERDOTE: “- Duvidais então dos que asseguram que ali mesmo se acaba o mundo...no abismo do
Bojador?!”

INFANTE D. HENRIQUE: “- Não só duvido como mandarei o meu melhor escudeiro para o provar...”

SACERDOTE: “- E como tencionais fazê-lo?!”

INFANTE D. HENRIQUE: “- Com a experiência dos nossos navegadores! Mas não só! Outros tantos
virão...Maiorquinos, Genoveses, Venezianos...não há tempo a perder...”

SACERDOTE: “- Quem mais senão vós poderia merecer a honra de governar a “Ordem de Cristo”?!
Ide...e que o Senhor vos acompanhe na vossa grande ambição!”

Uma nova música rompe a sala…os tambores e as trovoadas misturam-se num jogo de suspense e
emoção. Barcos a ranger, ondas e ventos furiosos juntam-se aos acordes, e a uma só voz o coro
canta…

MÚSICA 3: CABO BOJADOR (Carolina, Ana, Tatá, Tiago)

QUEM ÉS TU,
CABO DO MEDO,
ONDE O MUNDO SE ACABA?!

QUEM ÉS TU,
DESCONHECIDO,
MAR DO ABISMO OU CHÃO DE ÁGUA?!

QUEM ÉS TU, Ó NEVOEIRO,


DE RECIFES E BAIXIOS?
QUEM ÉS TU “MONSTRO MARINHO”,
QUE ATORMENTAS ESTAS ÁGUAS?!

NA COSTA OCIDENTAL DE ÁFRICA,


CHAMAM-TE O CABO BOJADOR.
QUANTOS NAVIOS SE PERDERAM,
NESSE CABO DO TERROR?!

UM SÓ HOMEM TE DOMINA,
UM SÓ POVO TE DESEJA.
GIL EANES TE CONQUISTA,
E AO MUNDO FAZ INVEJA!

No final da música volta o Velho do Restelo, enquanto um indígena se esconde e tenta escapar da
sorte que se avizinha…

CENA 5

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VELHO DO RESTELO: “-Vencido o Cabo Bojador estava aberta a porta para os descobrimentos.
Todos os mitos e medos da idade média se afundavam nas águas imensas e profundas do Oceano
Atlântico. Nos anos seguintes esse povo aventureiro e sedento de riqueza mapeava toda a costa
ocidental Africana. Em cada terra que pisavam descobriam um mundo totalmente novo…mas a
sorte, não era igual para todos…”

CENA NOVA!!!

MÚSICA 4: AFRICA
Neste momento dá-se uma cena de “caçada”…uma música que é uma dança entre 2 marinheiros
brancos e 1 indígena negro. O indígena luta pela sua liberdade, mas o destino está-lhe traçado e
acaba como escravo.

VELHO DO RESTELO(em vozoff):


"[...] começaram os marinheiros a tirar os escravos que tinham trazido para os levarem como
lhes fora mandado [...].
Uns tinham as caras baixas e os rostos lavados em lágrimas, outros estavam gemendo
dolorosamente, [...] outros faziam as suas lamentações em maneira de canto [...]. Mas, para a
sua dor ser mais acrescentada, chegaram os que estavam encarregados da partilha e
começaram a separá-los uns dos outros, a fim de fazerem lotes iguais. Por isso havia
necessidade de se separarem os filhos dos pais, as mulheres dos maridos e os irmãos uns dos
outros [...]. As mães apertavam os filhos nos braços para não lhes serem tirados [...]."

MÚSICA 5: ESCRAVO (Ana, Tiago)

NÃO ÉS HOMEM,
NÃO ÉS GENTE.
QUE LINGUA É ESSA QUE FALAS?!
APROXIMA-TE,
NÃO FUJAS,
RENDE-TE À MINHA ESPADA.

SERVIRÁS NOS NOSSOS NAVIOS,


E SE AO MAR NÃO TE LANÇAR,
NUM MERCADO TE HEI-DE VENDER.

PELE NEGRA, SOU TEU AMO,


E TU MEU ESCRAVO HÁS-DE SER!

Entra em cena o Sacerdote e um navegador…

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CENA 6

SACERDOTE: “- Nenhum Homem poderá negar a Cruz de Cristo. Todos, de Mouros a Indígenas se
converterão ao Cristianismo!”

Entra Diogo Cão…

DIOGO CÃO: “- El Rei D. João II deu-me a honra de comandar uma expedição pelo sudoeste
Africano…(para o Sacerdote) tereis já ouvido falar dos “padrões”…as cruzes de pedra que mando
erguer a cada terra conquistada?!”

SACERDOTE: “- Deus te louvará por o servirdes tão fielmente…!”

DIOGO CÃO: “- O Reino cresce a cada légua conquistada…”

SACERDOTE: “- Graças também a ti Diogo Cão, Cavaleiro da Casa do Infante…na verdade os cereais
que nos chegam matam a fome ao nosso povo…a madeira é cada vez mais importante para a
construção dos nossos navios…e o ouro…o precioso metal enriquece a nossa coroa!”

DIOGO CÃO: “- Temos de continuar a descer o Bojador…cada vez mais longe…cada vez mais a
sul…temos de encontrar essa passagem para leste…”

SACERDOTE: “- Outro mar esperavas aí encontrar…?!”

DIOGO CÃO: “- Na verdade, julguei tê-lo encontrado quando rumei a leste por aquele imenso canal
de água…”

SACERDOTE: “- Referes-te ao rio Congo?!”

DIOGO CÃO (como saudosista): “- Sim…levamos dias nessas águas… até chegarmos à porta das
“Cataratas de Lelala”…deixei também uma cruz de pedra para assinalar que ali chegamos…e outra
ainda mais a sul no Cabo de Santa Maria…”

SACERDOTE: “- O Senhor te recompensará…como aliás também el Rei D. João II te recompensou


com o Brasão de Armas…”

DIOGO CÃO: “- …na verdade equivocado…era a minha segunda viagem…alcançamos o Cabo Cruz…el
Rei julgou que estivera-mos na ponta sul da costa de África…lá mandei também erguer mais uma
Cruz de Pedra…”

SACERDOTE: “- Que o Senhor te proteja…rezo por ti Diogo Cão e por todos os que expandem o
nosso Reino…!”

Nesse momento sai Diogo Cão e um outro navegador entra em cena…

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CENA 7

BARTOLOMEU DIAS: “- Incumbiu-me El Rei D. João II de saber notícias do Preste João. Levo a meu
cargo duas Caravelas e uma Naveta com mantimentos…”

SACERDOTE: “- Recebei a benção de Cristo antes de partirdes para essa temível viagem…”

Bartolomeu Dias aproxima-se e ajoelha-se perante o Sacerdote.

SACERDOTE: “- Que o Senhor vos dê ventos e correntes a favor…que finalmente encontres o tão
desejado mar a Oriente que vos levará às tão valiosas especiarias da Índia…”

Naquele momento Bartolomeu levanta-se como que preocupado…

BARTOLOMEU DIAS: “- Shhhhhh! Falai baixo…ninguém nos poderá ouvir…nem sequer sonhar que
buscamos a todo o custo um caminho marítimo para a Índia…”

SACERDOTE: “-Perdoai-me! Compreendo o vosso secretismo…não faltarão por aí espiões, sedentos


do mesmo propósito…!”

Uma vez mais surpreendendo o público sentado algures na plateia…ouve-se o Velho…

VELHO DO RESTELO (quase num aparte sussurrado ao público): “- Por esta altura…está realmente
Colombo, um Navegador Genovês a tentar convencer D. João II a patrociná-lo para a mesma viagem,
mas…pelo lado inverso…navegando para Ocidente para também ele chegar ao…Oriente…”

BARTOLOMEU DIAS: “- Está na hora de largar amarras…façam embarcar dois homens e quatro
mulheres escravos negros…dai-lhes de comer e vistam-nos com as melhores roupas…serão largados
do outro lado da costa a oriente para que as gentes de lá saibam da bondade e grandeza dos
portugueses…(solta grandes gargalhadas…)

BARTOLOMEU DIAS: “- Cubram o mastro…Ergam o pano…Encham as velas…CARAVELAS!!!”

MÚSICA 6: CARAVELA (Tiago)

CARAVELA,
BARCO À VELA.
TÃO FÁCIL DE GOVERNAR.

NO TEU MASTRO,
TUAS VELAS,
SÃO DE FORMA TRIANGULAR.

CARAVELA,
DO ATLÂNTICO,
QUANTAS LÉGUAS NAVEGASTE?!
A NORTE E A SUL DO BOJADOR,
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QUANTOS SUSTOS NOS PREGASTE?

CARAVELA,
BARCO À VELA.
SABES TÃO BEM BOLINAR.

QUANDO O VENTO,
TE DÁ TRÉGUAS,
PÕES OS HOMENS A REMAR!

Bartolomeu terá à sua frente à boca de cena apenas um leme que segura de pé e tenta governar
durante toda a travessia…

CENA 8

BARTOLOMEU DIAS: “- Depois de passar o “Cabo da Cruz” o ponto mais a sul onde Diogo Cão tinha
chegado, tudo para a frente voltava a ser desconhecido…para infortúnio dos nossos homens uma
tempestade assolou-se diante de nós por 13 dias…os ventos severos e as correntes fortes
empurravam-nos mar a dentro…perdidos e sem esperanças lutávamos pelas nossas vidas…a esse
cabo desconhecido e intransponível chamei-lhe o Cabo das Tormentas! (a tempestade vai-se
amainando)
Quando finalmente as ondas e o vento deram tréguas tentamos voltar para a costa…mas só
encontramos mar! O tão desejado mar!!! Sem que o soubéssemos navegávamos já no Oceano
Índico! Dois oceanos estavam finalmente ligados permitindo contornar Africa descendo o Atlântico
e seguindo o Índico rumo ao oriente…nos dias seguintes continuamos o mais que
pudemos…cartografando a costa descoberta…erguendo cruzes de pedra para marcar a nossa
presença…
(“terra à vista”…em OFF)
Até que os meus homens, vencidos pela fome, pelo cansaço e pela doença, me obrigaram a
regressar. Uma vez regressados a Lisboa, ao Cabo que chamei das Tormentas quis el Rei D. João II
dar outro nome…chamou-lhe então o Cabo da Boa Esperança!”

CENA 9

VELHO DO RESTELO: “- O tal navegador Colombo, ao serviço da coroa espanhola, tentava a todo o
custo chegar às Índias primeiro do que os portugueses. Baseado no facto de que a terra é redonda,
navegava no sentido oposto dos portugueses…e rumando a oeste alcançou as Américas. As tensões
entre o reino de Portugal e o Reino de Castela na disputa por esse novo mundo tornavam-se cada
vez mais reais, até que de ambos os lados se chegou a um histórico acordo…o Tratado de
Tordesilhas…

Entram em cena os bailarinos (2+2) representando cada um dos países. Trazem uma enorme corda,
um cabo náutico que seguram e disputam. De um lado os portugueses e do outro os espanhóis. A
cena será uma coreografia como que puxando e disputando o mundo enquanto um mapa no ecrã
mostra a divisão com a linha da latitude. O Sacerdote resume o tratado durante a coreografia. No

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final da cena, o Sacerdote corta pelo meio o cabo, caem os bailarinos em cada um dos lados e rasga-
se no vídeo o mapa.

MÚSICA 7: TORDESILHAS (instrumental)

SACERDOTE: “-INTER COETERA…a Bula Papal de sua santidade o Papa Alexandre VI é mais vantajosa
ao reino de Castela…assim, exige EL Rei D. João II, o Príncipe perfeito que seja retificada…Que o
mundo se divida numa linha imaginária a 370 léguas a oeste de Cabo Verde…

Bailarinos que seguram a corda do lado de Portugal (são os mediadores do tratado):

Bailarino 1: Pela independência de Portugal…

Bailarino 2: Para garantir as terras de África…

Bailarinos 1 e 2: Para chegar à India pela rota do Oriente…

SACERDOTE: “- A leste deste meridiano (usam a corda como exemplo) caberão a Portugal todas as
terras conquistadas e todas as outras por conquistar…a oeste serão de Espanha…que se evitem os
conflitos entre estas duas grandes nações e que o mar pertença a quem o conquistar!!!
Mare Clausum…Sob o teu testemunho Senhor…O reino de Portugal e o reino de Castela assinam o
Tratado de Tordesilhas…”

O Sacerdote corta a corda pelo meio…

CENA 10

Um pequeno trecho instrumental épico ouve-se em cena, Atores vão entrar na pele de piratas…

MÚSICA 8: PIRATAS (Márcio, Ana, Tatá, Tiago)

SOMOS PIRATAS,
SAQUEADORES,
ESPALHAMOS O MEDO,
E OUTROS HORRORES.

QUEREMOS FORTUNA,
MOEDAS DE OURO.
QUE VENHA A NÓS,
O VOSSO TESOURO!

AHAHAHAHAH!!!!

FOMOS ESCRAVOS,
HOMENS SEM NOME.
PASSAMOS SEDE,
PASSAMOS FOME.

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MARINHEIROS,
NAUFRAGADOS.
NUMA TÁBUA,
NOS SALVAMOS.

AHAHAHAHAH!!!!

SOMOS PIRATAS,
SAQUEADORES,
ESPALHAMOS O MEDO,
E OUTROS HORRORES.

QUEREMOS FORTUNA,
MOEDAS DE OURO.
QUE VENHA A NÓS,
O VOSSO TESOURO!

AHAHAHAHAH!!!!

TIVEMOS CÓLERA,
ESCORBUTO.
FEBRE E DIARREIA.

AGUENTA-TE ESQUELETO,
COM DOIS OSSOS,
E UMA CAVEIRA!

AHAHAHAHAH!!!!

SOMOS PIRATAS,
SAQUEADORES,
ESPALHAMOS O MEDO,
E OUTROS HORRORES.

QUEREMOS FORTUNA,
MOEDAS DE OURO.
QUE VENHA A NÓS,
O VOSSO TESOURO!

SOMOS PIRATAS,
SOMOS PIRATAS,
SOMOS PIRATAS!!!

No final da música volta o Velho do Restelo…

CENA 11

VELHO DO RESTELO: “- Não obstante todos os perigos que já se conheciam…e os que ainda estavam
por descobrir, o projeto de D. João II estava cada vez mais lançado…e mesmo contra a vontade das

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“altas classes” D. Manuel I, seu sucessor, estava também ele decidido a chegar à India por
mar…assim…mandou preparar as Naus e nomeou um seu Cavaleiro para capitão da armada…170
homens divididos em 3 Naus e um Navio com mantimentos enfrentavam novamente o mar numa
viagem que duraria mais de 10 meses…apesar de tão longe…nunca o ouro do oriente estivera tão
perto…

Dá-se uma trovoada…um dos momentos altos do espetáculo está prestes para acontecer…
…poderemos repetir a cena cénica do Bartolomeu Dias agarrado ao leme desta vez com Vasco da
Gama e o Adamastor no ecrã. A imagem é como o gigante a falar nas costas do navegador…

ADAMASTOR: “- Ó gente ousadas mais que quantas no mundo cometeram grandes cousas…e
navegar meus longos mares ousas…sabe que quantas naus esta viagem que tu fazes fizerem, de
atrevidas, inimiga terão esta paragem, com ventos e tormentas desmedidas…”

VASCO DA GAMA: “- Quem és tu? que esse estupendo corpo certo me tem maravilhado?”

ADAMASTOR: “- Eu sou aquele oculto e grande cabo a quem chamais vós outros
tormentório…chamei-me Adamastor!”

MÚSICA 9: ADAMASTOR (Márcio)

TU Ó MONSTRO QUE PROFECIAS,


MAUS AGOIROS PARA A GENTE.
TU QUE A TI TE DESILUDES,
POR AMAR DE AMOR SOFRESTE.

SERÃO TUAS ESTAS ÁGUAS,


TURBULENTAS E AGITADAS?
TANTO MAR E OCEANO,
SÃO TUAS LÁGRIMAS SALGADAS!

QUAL NOITE SOMBRIA,


QUAL NUVEM AMALDIÇOADA?!
TOMAREMOS A OUSADIA,
DE TE AFRONTAR COM A NOSSA ARMADA!

ROGO A DEUS QUE TE CASTIGUE,


E QUE TE AFUNDE NESTAS ÁGUAS.
QUE DEUS GUIE O NOSSO LEME,
E REPARE AS NOSSA MÁGOAS!

No final desta cena, o Adamastor esfuma-se no ecrã…o ecrã revela um horizonte de bonança…o
Sol…o céu…a praia de Melinde…Vasco da Gama continua “preso ao leme”…

CENA 12

VASCO DA GAMA: “- 23 dias se passaram no mar desde que deixamos a última paragem em
Melinde…Com a ajuda de marinheiros locais navegamos até onde nos encontramos…a nós chegam
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cada vez mais embarcações curiosos de nos ver e conhecer…mandei então a terra um dos meus
homens, o qual foi recebido por 2 muçulmanos do Magreb. À pergunta do que ali vínhamos fazer
respondeu-lhes assim:”

VOZ OFF: “- Vimos buscar Cristãos e especiaria…!” (voz off)

…pela plateia vão entrar mercadores indianos, que são muçulmanos, e entre outros produtos nos
seus cestos e bandejas trazem incensos que perfumam de especiarias imediatamente a sala. Uma
música instrumental a lembrar o oriente acompanha a ação. No Palco bailarinos fazem o mesmo
numa coreografia.

MÚSICA 11: ORIENTE/CALECUTE (Márcio, Carolina, Tatá, Inês, Ana)

SAÍMOS DE BELÉM,
COM AS VELAS ENFUNADAS.
3 NAUS E UM OUTRO NAVIO
COMPLETAVAM A NOSSA ARMADA.

VASCO DA GAMA O COMANDANTE,


PARA SUL MANDOU RUMAR.
TOMANDO OS VENTOS DE FEIÇÃO,
PARA MAIS RÁPIDO CHEGAR.

O CABO DA BOA ESPERANÇA,


DOBRAMOS COM SACRIFÍCIO.
VENCENDO O MONSTRO ADAMASTOR,
E RESISTINDO AO SEU SUPLÍCIO!

JÁ NA COSTA OESTE DE ÁFRICA,


COM O ÍNDICO A MAREAR.
QUIS UM PILOTO ÁRABE,
AJUDAR-NOS A CÁ CHEGAR!

CALECUTE, PORTO DA ÍNDIA,


TERRA DO SOL POENTE.
PARTILHAI DA VOSSA RIQUEZA,
ACATAI A NOSSA GENTE!

No final da canção acontece um diálogo entre Vasco da Gama e um dos seus homens a propósito
das difíceis negociações…

VASCO DA GAMA: “- Não vejo fácil estabelecermos como desejávamos uma feitoria em Calecute…”

MARINHEIRO 1: “- Não julgais obter do Samorim esse acordo?!”

VASCO DA GAMA: “- Não lhe agradaram sequer os nossos presentes…chacotearam-nos…não temos


moeda de troca…”
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MARINHEIRO 2: “- A nossa presença é também indesejada pelos mercadores Muçulmanos…”

VASCO DA GAMA: “- De facto…temem a concorrência que lhes faremos brevemente…Génova e


Veneza deixarão de ter o monopólio comercial das Índias…!”

MARINHEIRO 3: “- E o que cuidais de embarcar nas nossas Naus para desembarcar-mos em


Lisboa?!”

VASCO DA GAMA: “- Faremos uma última tentativa…ofereceremos os tecidos, as mantilhas e o


estanho…”

MARINHEIRO 4: “- E o que lhes pedimos em troca?!”

VASCO DA GAMA: “- Ouro, e algumas especiarias…embarcadas que estejam nas nossa naus
partiremos sem aviso prévio…”

MARINHEIRO 1: “- Dizeis…sem sequer nos despedirmos do Samorim…”

VASCO DA GAMA: “- Ninguém saberá da nossa partida…haveremos de voltar…com uma nova e


reforçada armada, com poder bélico e diplomacia capaz de os convencer…”

Terminada que está a cena das Índias…volta o instrumental oriental para na mesma coreografia e
no ambiente festivo e aromático do mercado, as Naus, que são agora só 3, desembarcarem
anonimamente…inicia a viagem de regresso…

CENA 13

MÚSICA 14: A VIDA A BORDO (Carolina, Ana, Tatá, Inês)

QUANTOS DIAS JÁ PASSARAM,


DESDE QUE VOLTAMOS AO MAR?!
SÓ DEUS SABE QUANTOS MESES,
E QUANTOS DE NÓS HÃO-DE CHEGAR!

NA LATITUDE DO SUL,
AMARGAMOS AO INVERNO.
E AO PASSAR O EQUADOR,
PADECEMOS NO INFERNO!

HÁ DE NÓS OS QUE ENJOAM,


SÓ COM AS NAUS A BAILAR.
E VÃO DE GOA A LISBOA,
COM A GARGANTA A BALDEAR!

JÁ NÃO HÁ SEQUER BISCOITO,


NEM BARATAS PARA COMER.

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NEM DA CHUVA TEMOS ÁGUA,
SÓ A DO MAR PARA BEBER!

AOS QUE AINDA À MORTE RESISTEM,


ROGAM PARA DEPRESSA MORRER.
NEM A FEBRE LHES DÁ TRÉGUAS,
NEM NINGUÉM OS PODE VALER!

ASSIM VÃO AS NOSSAS NAUS,


ORA AVANTE, ORA À RÉ.
VELA AO VENTO CONTRA A CORRENTE,
GOVERNADAS SÓ PELA FÉ!

Dom Manuel I aparece no ecrã…festeja-se o regresso da armada de Vasco da Gama…

CENA 14

SACERDOTE: “- Eis que o céu e Deus todo poderoso nos concede o milagre de ver regressar a casa
a armada de Vasco da Gama…dois anos depois de deixarem Lisboa, realizando a mais longa e mais
arriscada viagem marítima alguma vez realizada.
148 homens partiram, apenas 55 homens regressaram. O céu se encarregará de recompensar os
que se perderam no mar…”

O Velho do Restelo toma a palavra…algures na sala…numa cadeira, num corredor…qual narrador


misterioso e imprevisível…terá quase uma espécie de diálogo com o Sacerdote que por sua vez fala
no palco…

VELHO DO RESTELO: “- El Rei D. Manuel I não perderá tempo a preparar a 2ª expedição à India…”

SACERDOTE: “- Que seja rezada de véspera uma missa em despedimento e homenagem da nova
armada…muito nos honrará a presença de el Rei D. Manuel I e da sua corte,,,”

VELHO DO RESTELO: “- Desta vez um contigente significativamente maior rumará ao sul e ao


oriente…”

SACERDOTE: “- Para comandar a frota, sua majestade el Rei nomeou o nobre Cavaleiro da Ordem
de Cristo Pedro Álvares Cabral…”

Pedro Álvares Cabral entra em cena e agarra-se ao leme…

VELHO DO RESTELO: “- Pedro Álvares Cabral partiu rumo à Gran Canária e de seguida a Cabo
Verde…por esses dias misteriosamente uma das Naus com 150 homens desapareceu sem deixar
rasto…as outras seguiram para cruzar a linha do Equador e usando da experiência das viagens
anteriores afastaram-se o mais que puderam da costa Africana, navegando em mar alto para
seguirem as correntes e os ventos que os empurravam para sul…até que a certa altura os marujos
aperceberam-se que algo mudava na paisagem…”

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MARINHEIRO 1: “- Vede comandante…quantos botelhos no mar…”

MARINHEIRO 2: “- Comandante…Comandante…há rabos de asno à deriva…”

O vídeo ajuda a compor a cena…não há música apenas os sons naturais e o suspense dos homens…
…avistadas as algas anoitece…só a lua no mar e um céu estrelado…
…amanhece e os marujos percebem que estão próximos de costa…

MARINHEIRO 1: “- Meu comandante…andam Fura Buxos a sobrevoar-nos…”

MARINHEIRO 2: “- Não há dúvida meu senhor…estamos perto de terra…vede…ao longe…uma


montanha…”

PEDRO ÁLVARES CABRAL: “- Será por certo mão divina…se estamos em época da Páscoa
chamemos-lhe o Monte Pascoal! Rumaremos a norte…procuraremos um Porto Seguro…!”

Poucos segundos depois…

MARINHEIRO 1: “- Terra à vista…um porto natural a menos de 50 léguas…”

MARINHEIRO 2: “- Folguem as velas…”

PEDRO ÁLVARES CABRAL: “- Lancem o prumo ao mar…”

MARINHEIRO 1: “- 25 Braças meu comandante…”

MARINHEIRO 2: “- Lançar ferro ao mar…”

PEDRO ÁLVARES CABRAL: “-…que porção de terra é esta que se apresenta diante dos meus
olhos…de tão bela que é mais me parece uma ilha…chamo-lhe a Ilha de Vera Cruz…e porque é
Domingo de Páscoa celebremos em terra uma Missa!”

TODOS: AMEN!!!

Já o som de cuícas e pandeiros ecoam na sala…Porto Seguro…O Brasil estava assim descoberto…

MÚSICA 15: VERA CRUZ (Tiago)


Ó VENTOS E CORRENTES AMBÍGUAS,
QUE AO PARAÍSO NOS EMPURRAS.
BOM GOVERNO DÁS TU ÀS NAUS,
CEDENDO POR BOMBORDO AS AMURAS.

QUE ÁGUAS TÃO CALMAS,


QUE AREIAS TÃO FINAS.
QUE SE ERGA A JUSANTE UM PADRÃO,
UMA CRUZ DE MADEIRA COM AS 5 QUINAS.

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QUE GENTE É ESTA DESNUDA?
QUE ESTRANHAS SÃO SUAS MANEIRAS!

QUE AO REI SE FAÇA SABER,


PELA MÃO DE PERO VAZ DE CAMINHA.
QUE DA TERRA QUE SE ESTÁ VER,
MUI FORTUNA SE ADIVINHA!

No final da música Pedro Álvares Cabral manda um homem a terra…logo de seguida prepara-se o
cenário com tochas e uma alcatifa como descreve a carta de Pero Vaz de Caminha.

CENA 15

PEDRO ÁLVARES CABRAL: “- Que se apresse um dos nossos pilotos a ir a terra num batel buscar
nativos…

Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez
sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.

Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente
deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto.
Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas
vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas,
miúdas, que querem parecer de aljaveira(…)

MARINHEIRO 1
O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem vestido, com um colar de ouro
mui grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa por estrado. Sancho de Tovar, Simão de Miranda,
Nicolau Coelho, Aires Correia, e nós outros que aqui na nau com ele vamos, sentados no chão, pela
alcatifa. Acenderam-se tochas. Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão
nem a ninguém. Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão
para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também olhou para
um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal como se lá
também houvesse prata.

MARINHEIRO 3

Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e
acenaram para a terra, como quem diz que os havia ali. Mostraram-lhes um carneiro: não fizeram
caso. Mostraram-lhes uma galinha, quase tiveram medo dela: não lhe queriam pôr a mão; e depois
a tomaram como que espantados.

MARINHEIRO 2

17
Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel e figos passados. Não quiseram
comer quase nada daquilo; e, se alguma coisa provaram, logo a lançaram fora.
Trouxeram-lhes vinho numa taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram nada, nem quiseram mais.
Trouxeram-lhes a água em uma albarrada. Não beberam. Mal a tomaram na boca, que lavaram, e
logo a lançaram fora.

MARINHEIRO 5

Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e
lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para
as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo.

MARINHEIRO 4

Isto tomávamos nós assim por assim o desejarmos. Mas se ele queria dizer que levaria as contas e
mais o colar, isto não o queríamos nós entender, porque não lho havíamos de dar. E depois tornou
as contas a quem lhas dera.
Então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir, sem buscarem maneira de cobrirem suas
vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas. O
Capitão lhes mandou pôr por baixo das cabeças seus coxins; e o da cabeleira esforçava-se por não
a quebrar. E lançaram-lhes um manto por cima; e eles consentiram, quedaram-se e dormiram.

No final desta cena, anoitece num breve black-out e amanhece com o mesmo cenário das tochas e
mais um altar…o Sacerdote vai entrar e a tal missa de Páscoa vai ser celebrada. Mais em jeito
conclusivo da cena do que propriamente de uma eucaristia, mas com celebração…os índios assistem
e participam…

SACERDOTE: “- Deus anuncia o evangelho nesta nova terra descoberta. Que todos se convertam a
cristo, por cristo, com cristo…”

TODOS: “- Amen!”

SACERDOTE: “- Salvas estarão as almas destes nativos que clérigos mais virão por demanda Del Rei
para os batizar…”

TODOS: “- Amen!”

SACERDOTE: “- Antes de partir…pedir a vós Senhor, que guardeis as nossas Naus na viagem que
ainda nos falta. Que a paz de cristo fique com esta terra que a ela haveremos de voltar!”

No final da cena, os índios que estiveram presentes dançam e cantam numa cerimónia ritual das
suas tribos em tom de despedida dos Portugueses.

MÚSICA 16: TRIBO (instrumental)

No final da dança a partida…


18
PEDRO ÁLVARES CABRAL: “- Amarrem os bateis à popa das naus…ao mar alto voltamos…ao Cabo
da Boa Esperança aproamos para rumarmos a Calecute…!”

Inicia-se uma coreografia com uma dança e tambores muito semelhante ao inicio do
espetáculo…volta a música que abriu o musical…

CENA 16

MÚSICA 1: IÇAR VELAS

IÇAR VELAS,
LARGAR!
AO MAR,
IR E VOLTAR.

POBRES VÃO AS NOSSAS NAUS,


QUE DE RIQUEZAS SE HÃO-DE ENCHER.
PIMENTA, CANELA,
NOZ MOSCADA PARA VENDER.

IÇAR VELAS,
LARGAR!
AO MAR,
IR E VOLTAR.

LEVANTAI O CRUCIFIXO,
ESPALHAI A FE CRISTÃ!
A QUEM NÃO SE CONVERTER,
UM TRISTE FADO DITARÁ...

IÇAR VELAS,
LARGAR!
AO MAR,
IR E VOLTAR.

QUER MAIS TÍTULOS O NOBRE,


MAIS COMERCIO PARA O BURGUÊS.
OURO E FAMA PARA A COROA,
VIVA O POVO PORTUGUÊS!

IÇAR VELAS,
LARGAR!
AO MAR,
IR E VOLTAR.

POBRES VÃO AS NOSSAS NAUS,


QUE DE RIQUEZAS SE HÃO-DE ENCHER.
ESCRAVOS, PORCELANAS,

19
SEDA E OURO PARA VENDER.

VELHO DO RESTELO: “- Ao mar estavam lançados todos os planos da coroa portuguesa. As desejadas
riquezas buscadas no Oriente fariam desse pequeno pais um grande império…mas a maior de todas
as riquezas, foi mostrar ao mundo…o mundo, as porções de terra e do mar tal como hoje as
conhecemos…

TODOS:
Mas eu que falo, humilde, baixo e rude
de vós não conhecido nem sonhado?
Da boca dos pequenos sei, contudo,
que o louvor sai às vezes acabado

FIM

20

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