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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AMBIENTAL

SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO

CURSO: ENGENHARIA SANITARIA E AMBIENTAL

Prof. Pâmela Becalli Vilela

Belo Horizonte
2022
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES

ÓRGÃOS COMPLEMENTARES:
São instalações destinadas a transferir os esgotos
de um ponto a outro. As alternativas para
transposição de obstáculos podem ser: Utilizadas em trechos em que, por motivos
1) Por gravidade (aprofundamento da tubulação);
técnicos e econômicos, o esgotamento por
2) Por recalque (Estações elevatórias); gravidade não seja mais possível e/ou viável.
3) Por gravidade (travessia área);
4) Por gravidade (Sifão invertido).
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES

ÓRGÃOS COMPLEMENTARES:
Utilizadas quando os obstáculos a se transpor são do
São instalações destinadas a transferir os esgotos tipo:
de um ponto a outro. As alternativas para - Córregos/Rios;
transposição de obstáculos podem ser: - Galerias de águas pluviais;
1) Por gravidade (aprofundamento da tubulação); - Adutoras;
2) Por recalque (Estações elevatórias); - Linhas de metrô;
3) Por gravidade (travessia área); - Galeria de cabos elétricos e/ou de comunicação.
4) Por gravidade (Sifão invertido).
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ESTUDO DE CONCEPÇÃO
Sifão Invertido: Canalizações rebaixadas, Corte esquemático (perfil) de um sifão invertido
sob pressão, destinadas a travessia sob
obstáculos que impeçam a passagem da
canalização em linha reta.

• Obra com custo relativamente elevado;


• Dificuldade de limpeza e desobstrução;
• Exige cuidados especiais na operação.

→ Sifão invertido só deve ser utilizado após


estudo comparativo de alternativas

Sua principal vantagem sobre instalações elevatórias é que


os mesmos não requerem equipamentos eletromecânicos, o
que implicaria em consumo contínuo de energia mecânica.
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
O escoamento do esgoto através do sifão invertido é proporcionado, como na maioria das
canalizações de esgotamento, por força da energia gravitacional, porém ao longo do trecho
rebaixado o escoamento é forçado, sob pressão maior que a atmosférica local, exigindo
projeto cuidadoso para que sejam reduzidas ao mínimo as possibilidades de sedimentações
e obstruções nas seções mais baixas do sifão.
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
Um sifão invertido deve ser projetado com duas câmaras visitáveis, servindo como
poços de visita da canalização e como plataformas subterrâneas de manobras para o
encaminhamento das vazões, além de evitar refluxos nos diversos ramos do
escoamento, através de um sistema composto de vertedouros e comportas.
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Encaminha o fluxo para ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
o sifão

Orienta o fluxo efluente


para a canalização de
jusante
→Deve evitar refluxos para
tubulações do sifão que não
estiverem sendo utilizadas

Escoamento por gravidade em conduto


forçado.
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES

Deve ter no mínimo duas tubulações a fim


de possibilitar o isolamento de uma delas
Quando a previsão for de grandes variações para reparos ou desobstrução.
de vazão ao longo do plano de projeto
(Qmáx/Qmín > 5) o sifão deverá ser projetado
com três ou mais condutos para
funcionamento simultâneo no fim do plano,
nos períodos de vazão máxima.
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÂMARA DE MONTANTE: Vertedor lateral (Controle de Vazões)

Dispensa a entrada
frequente de pessoas
na câmara, porém
ocasiona maior perda
de carga
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÂMARA DE MONTANTE: Stop logs (Controle de Vazões)
Distribui melhor as vazões de modo a manter
sempre velocidade de auto limpeza, mas requer
entrada na câmara para operação dos stop logs
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÂMARA DE JUSANTE: Stop logs (Controle de Vazões)
Distribui melhor as vazões de modo a manter
sempre velocidade de auto limpeza, mas requer
entrada na câmara para operação dos stop logs
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Odor desagradável
PROBLEMAS: Acúmulo de ar e gases
Morte de trabalhadores
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
TIPOS DE PERFIS DE SIFÕES INVERTIDOS
O tipo de perfil será definidos com
base na limpeza e nas perdas de
carga

→ Ângulos suaves permitem a


utilização de equipamentos de
limpeza mais simples
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
LIMPEZA

Bucket Machine
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
HIDRÁULICA DO SIFÃO INVERTIDO
Dimensionamento criterioso no que diz respeito a determinação das perdas de carga, tanto
localizadas (entradas, junções, curvas e saídas) como ao longo dos condutos.

❖ Cálculo da perda de carga localizada

Perdas de carga localizadas


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
HIDRÁULICA DO SIFÃO INVERTIDO
Dimensionamento criterioso no que diz respeito a determinação das perdas de carga, tanto
localizadas (entradas, junções, curvas e saídas) como ao longo dos condutos.

Cálculo da perda de carga distribuída


– Fórmula Universal: K = 2 mm
– Fórmula de Hazen-Williams: C = 100
– Fórmula de Manning: n = 0,015
Perdas de carga
distribuídas
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
HIDRÁULICA DO SIFÃO INVERTIDO
Dimensionamento criterioso no que diz respeito a determinação das perdas de carga, tanto
localizadas (entradas, junções, curvas e saídas) como ao longo dos condutos.
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
DIMENSIONAMENTO DO SIFÃO INVERTIDO
❖Velocidade:
❖Garantir auto limpeza das tubulações, pelo menos
uma vez por dia
❖Velocidade mínima:
❖V > 0,6 m/s, para vazão média
❖V > 0,9 m/s, para vazão máxima de um dia qualquer
❖Velocidade máxima: 3,0 a 4,0 m/s
❖Diâmetro mínimo: Ø 150 mm
❖Número de tubulações:
❖mínimo = 2 tubos
❖grandes variações de vazões > 2 tubos
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
DIMENSIONAMENTO DO SIFÃO INVERTIDO: Exemplo de cálculo

1. Elaborar um sifão invertido com os seguintes dados:


- Vazões de projeto

*verificação da autolimpeza, sem k1


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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
DIMENSIONAMENTO DO SIFÃO INVERTIDO: Exemplo de cálculo

1. Elaborar um sifão invertido com os seguintes dados:


- Comprimento do sifão: 40m

- Características do coletor que aflui ao sifão


Diâmetro: 800 mm,
I = 0,0036 m/m
Cota da soleira do coletor afluente: 384,00 m
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
DIMENSIONAMENTO DO SIFÃO INVERTIDO: Exemplo de cálculo

1. Elaborar um sifão invertido - SOLUÇÃO

❖Admitindo-se que o sifão invertido será


constituído de 3 tubulações (1, 2 e 3)
❖a tubulação 1 atenderá a etapa imediata
❖a tubulação 2 mais a tubulação 1 atenderão a 1ª etapa
❖a tubulação 3 e as demais atenderão a 2ª etapa

3
1
2
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
DIMENSIONAMENTO DO SIFÃO INVERTIDO: Exemplo de cálculo

1. Elaborar um sifão invertido - SOLUÇÃO


❖ Determinação dos diâmetros, Determinação do diâmetro da tubulação 1 para atender o início da
considerando: operação:
❖ vazão média
𝑸𝟏 = 80 l/s Q máx horária de um dia qualquer= 111 l/s
V > 0,6 m/s
❖ vazão máxima horária
de um dia qualquer 𝑸 = 𝑨. 𝑽
V > 0,9 m/s
Se A=S1
𝟒𝑺𝟏 400mm
𝑺𝟏 =
𝑸𝟏
=
𝟎,𝟎𝟖𝟎
= 𝟎, 𝟏𝟑𝟑𝒎𝟐 𝑫𝟏 = = 𝟎, 𝟒𝟏𝟐𝒎
𝑽 𝟎,𝟔𝟎 𝝅
𝑸𝟏 𝝅𝑫𝟐 DN mais próximo
= 𝑺𝟏 =
𝑸′𝟏 𝟎,𝟏𝟏𝟏 𝑽 𝟒 𝟒𝑺′𝟏
𝑺′𝟏 = = = 𝟎, 𝟏𝟐𝟑𝒎𝟐 𝑫′𝟏 = = 𝟎, 𝟑𝟗𝟔𝒎
𝑽 𝟎,𝟗𝟎
𝝅 400mm
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
DIMENSIONAMENTO DO SIFÃO INVERTIDO: Exemplo de cálculo

1. Elaborar um sifão invertido - SOLUÇÃO


❖ Determinação dos diâmetros, Determinação do diâmetro da tubulação 2 para atender à
considerando: primeira etapa em primeira aproximação, uma vez que a
❖ vazão média distribuição das vazões deve igualar a perda de carga, não as
V > 0,6 m/s velocidades!
❖ vazão máxima horária
de um dia qualquer ഥ = 200 l/s 𝑸𝟐 = 𝟐𝟎𝟎 − 𝟖𝟎 = 𝟏𝟐𝟎 𝒍/𝒔
𝑸 Q 2 máx = 283 -111= 172 l/s
V > 0,9 m/s
500mm
𝟒𝑺𝟐
𝑫𝟐 = = 𝟎, 𝟓𝟎𝟓 𝒎
𝑺𝟐 =
𝑸𝟐
=
𝟎,𝟏𝟐𝟎
= 𝟎, 𝟐𝟎𝟎𝒎𝟐 𝝅
𝑽 𝟎,𝟔𝟎 𝑸𝟐 𝝅𝑫𝟐 DN mais próximo
= 𝑺𝟐 =
𝑸′𝟐 𝟎,𝟐𝟖𝟑 𝑽 𝟒
𝑺′𝟐 = = = 𝟎, 𝟏𝟗𝟏𝒎𝟐 𝟒𝑺′𝟐
𝑽 𝟎,𝟗𝟎 𝑫′𝟐 = = 𝟎, 𝟒𝟗𝟑𝒎
𝝅 500mm
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DIMENSIONAMENTO DO SIFÃO INVERTIDO: Exemplo de cálculo

1. Elaborar um sifão invertido - SOLUÇÃO


❖ Determinação dos diâmetros, Determinação do diâmetro da tubulação 3 para atender à
considerando: primeira etapa em primeira aproximação, uma vez que a
❖ vazão média distribuição das vazões deve igualar a perda de carga, não as
V > 0,6 m/s velocidades!
❖ vazão máxima horária
𝑸𝟐 = 𝟑𝟐𝟖 − 𝟐𝟎𝟎 = 𝟏𝟐𝟖 𝒍/𝒔 Q 2 máx = 446 - 283= 163 l/s
de um dia qualquer
V > 0,9 m/s
500mm
𝟒𝑺𝟑
𝑫𝟑 = = 𝟎, 𝟓𝟐𝟏 𝒎
𝑺𝟑 =
𝑸𝟑
=
𝟎,𝟏𝟐𝟖
= 𝟎, 𝟐𝟏𝟑𝒎𝟐 𝝅
𝑽 𝟎,𝟔𝟎 𝑸𝟑 𝝅𝑫𝟐 DN mais próximo
= 𝑺𝟑 =
𝑸′𝟑 𝟎,𝟏𝟔𝟑 𝑽 𝟒
𝑺′𝟑 = = = 𝟎, 𝟏𝟖𝟏𝒎𝟐 𝟒𝑺′𝟑
𝑽 𝟎,𝟗𝟎 𝑫′𝟑 = = 𝟎, 𝟒𝟖𝟎𝒎
𝝅 500mm
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO
CALCULAR AS PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS E DISTRIBUÍDAS

Perda de carga localizada:

𝑽𝟐
Perda de carga localizada = 𝟏, 𝟗𝟎.
𝟐𝒈

Perda de carga distribuída:


- Tubulação em ferro dúctil classe k-7 (k = 0,002 m; L = 40 m)
- Fórmula Universal
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO
CALCULAR AS PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS E DISTRIBUÍDAS

Perda de carga localizada:

𝑽𝟐
Perda de carga localizada = 𝟏, 𝟗𝟎.
𝟐𝒈

Perda de carga distribuída:


- Tubulação em ferro dúctil classe k-7 (k = 0,002 m; L = 40 m)
- Fórmula Universal
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO
Variação das velocidades e perdas de carga nas tubulações do sifão, em
função do intervalo de vazões
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO
Variação das velocidades e perdas de carga nas tubulações do sifão, em
função do intervalo de vazões

A condição crítica de operação do sifão situa-se na fase


inicial, onde a velocidade para a vazão média é de 0,64
m/s. Para a vazão máxima horária de um dia qualquer
de 111 L/s, no início da operação a velocidade será de
0,88 m/s. Para essa velocidade, pode-se admitir que
haverá auto-limpeza nas tubulações do sifão, por estar
próximo de 0,9m/s.
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO

Pela distribuição das vazões no período de projeto e


considerando as velocidades de auto-limpeza nas
diversas tubulações do sifão, pode-se admitir uma
perda de carga máxima de 0,35 m.
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO
Período de operação das tubulações do sifão
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO
Níveis de água na câmara de montante
Considerar vazões que ocasionam as perdas
de cargas máximas (ΔH=0,35 m):
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO
Níveis de água na câmara de jusante
Considerar vazões que ocasionam as perdas
de cargas máximas (ΔH=0,35 m):
Cota de fundo definida de modo a
não afogar a tubulação de saída:
= 384 - 0,35 = 383,65
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ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
CÁLCULO DA CURVA CARACTERÍSTICA E A FORMA DE SE OPERAR O SIFÃO
Ventilação do sifão
Admite-se que os gases expulsos da câmara de
montante não afetarão as condições ambientais

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