Graça Azevedo
Jonas Oliveira
Outubro 2012
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não o indicado, sem au-
torização prévia e por escrito da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, entidade que detém os
direitos de autor.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Índice
Nota prévia 7
Siglas e Abreviaturas 9
Objetivos e metodologia da formação 11
1. Normalização contabilística – enquadramento 13
2. SNC – modelo geral, NCRF-PE, Norma Contabilística para Microentidades – semelhanças e diferenças. Contingências Fiscais 17
2.1 Demonstrações Financeiras 17
Anexo I - Modelos das demonstrações financeiras aplicáveis as entidades que adotem o SNC-modelo geral 19
ANEXO (modelo geral) 25
Anexo II - Modelos das demonstrações financeiras aplicáveis às entidades que adotem a NCRF-PE 26
ANEXO (modelo reduzido) 29
Anexo III - Modelos das demonstrações financeiras aplicáveis às microentidades 30
ANEXO (modelo para microentidades) 32
2.2 Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas e erros 33
2.2.1 SNC modelo geral: mensuração, reconhecimento e divulgação 34
2.2.1.1 Alterações nas Políticas Contabilísticas 35
2.2.1.2 Alterações nas Estimativas Contabilísticas 36
2.2.1.3 Correções de Erros 36
2.2.2 NCRF-PE e NC-ME: mensuração, reconhecimento e divulgação 36
2.2.2.1 Seleção e aplicação de políticas contabilísticas 37
2.2.2.2 Aplicação retrospetiva das alterações nas políticas contabilísticas e nas correções de erros de períodos anteriores 37
2.2.2.3 Divulgações 37
2.2.3 Aspetos fiscais 38
2.2.4 Exercícios de Aplicação 38
2.3 Ativos intangíveis 44
2.3.1 SNC modelo geral: mensuração, reconhecimento e divulgação 45
2.3.1.1 Reconhecimento e mensuração inicial 46
2.3.1.1.1 Ativos intangíveis adquiridos separadamente 46
2.3.1.1.2 Ativos intangíveis gerados internamente 46
2.3.1.1.3 Aquisição de ativos intangíveis numa concentração de atividades empresariais 47
2.3.1.1.4 Aquisição de ativos intangíveis com subsídios do Governo 48
2.3.1.1.5 Troca de ativos 48
2.3.1.1.6 Goodwill gerado internamente 48
2.3.1.2 Mensuração subsequente 48
2.3.1.2.1 Modelo do custo 48
2.3.1.2.2 Modelo de revalorização 49
2.3.1.2.3 Vida útil, método de amortização e imparidade 49
2.3.1.2.4 Retiradas e alienações 50
2.3.1.3 Divulgações 50
2.3.2 NCRF-PE e NC-ME: mensuração, reconhecimento e divulgação 52
2.3.2.1 Dispêndios de caráter ambiental 52
2.3.2.2 Mensuração subsequente 52
2.3.2.3 Divulgações 52
2.3.3 Aspetos fiscais 54
2.3.4 Exercícios de Aplicação 57
2.4 Ativos Fixos Tangíveis 63
2.4.1 SNC modelo geral: reconhecimento, mensuração e divulgação 64
2.4.1.1 Reconhecimento e mensuração inicial 65
2.4.1.1.1 Melhorias nas instalações e/ou processos (NCRF 7, §. 12) 66
2.4.1.1.2 Custos de assistência diária ao ativo (NCRF 7, §. 13) 66
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2.18.1.3.1 Reconhecimento de passivos por impostos correntes e de ativos por impostos correntes 276
2.18.1.3.2 Reconhecimento de passivos por impostos diferidos e de ativos por impostos diferidos 276
2.18.1.3.3 Reconhecimento de imposto corrente diferido 278
2.18.1.4 Divulgações 278
2.18.2 NCRF-PE e NC-ME: mensuração, reconhecimento e divulgação 281
2.18.3 Aspetos Fiscais 282
2.18.4 Exercícios de Aplicação 283
2.19 Instrumentos Financeiros 291
2.19.1 SNC modelo geral: mensuração, reconhecimento e divulgação 293
2.19.1.1 Reconhecimento 294
2.19.1.2 Mensuração 294
2.19.1.3 Imparidade 296
2.19.1.4 Desreconhecimento de ativos financeiros e passivos financeiros 297
2.19.1.5 Contabilização da cobertura 297
2.19.1.6 Divulgações 298
2.19.1.6.1 Desreconhecimento 298
2.19.1.6.2 Colateral 299
2.19.1.6.3 Incumprimentos em empréstimos obtidos 299
2.19.1.6.4 Demonstração de resultados e capital próprio – elementos de rendimentos, gastos, ganhos e perdas 299
2.19.1.6.5 Contabilidade de Cobertura 299
2.19.1.6.6 Instrumentos de capital próprio 300
2.19.1.6.7 Riscos relativos a instrumentos financeiros mensurados ao custo ou custo amortizado 300
2.19.2 NCRF-PE e NC-ME: mensuração, reconhecimento e divulgação 300
2.19.3 Aspetos Fiscais 301
2.19.4 Exercícios de Aplicação 304
2.20 Benefícios aos empregados 313
2.20.1 SNC modelo geral: mensuração, reconhecimento e divulgação 314
2.20.1.1 Benefícios a curto prazo dos empregados: reconhecimento e mensuração 315
2.20.1.1.1 Todos os benefícios a curto prazo de empregados 315
2.20.1.1.2 Ausências permitidas a curto prazo 316
2.20.1.1.3 Planos de participação nos lucros e bónus 317
2.20.1.2 Benefícios pós-emprego 317
2.20.1.2.1 Planos de contribuição definida 318
2.20.1.2.2 Planos de benefícios definidos 318
2.20.1.3 Outros benefícios de longo prazo dos empregados 319
2.20.1.4 Benefícios de cessação de emprego 320
2.20.1.5 Divulgações 321
2.20.1.5.1 Divulgação de benefícios a curto prazo de empregados 321
2.20.1.5.2 Divulgação de benefícios pós-emprego: planos de contribuição definida 321
2.20.1.5.3 Divulgação de outros benefícios a longo prazo de empregados 321
2.20.1.5.4 Divulgação de benefícios de cessação de emprego 321
2.20.2 NCRF-PE e NC-ME: mensuração, reconhecimento e divulgação 321
2.20.3 Aspetos Fiscais 323
2.20.4 Exercícios de Aplicação 325
3. Transição entre normativos contabilísticos 331
3.1 SNC – modelo geral 331
3.1.1 Critérios de transição 331
3.1.2 Apresentação e divulgação 333
3.1.2.1 Informação comparativa 333
3.1.2.2 Explicação sobre a transição para as NCRF 333
3.1.2.3 Reconciliações 334
3.2 NCRF-PE e NC-ME 334
3.3 Aspetos fiscais 335
4. Bibliografia 337
7
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Nota prévia
Este documento foi preparado para servir de apoio à ação de formação “PER0212” promovida pela
Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, sob o tema “Revisão das Normas Contabilísticas”.
Mais do que um texto acabado, o que aqui se plasma é um guião desenvolvido da respetiva for-
mação, sendo esse o seu único objetivo.
Não é permitida a utilização deste trabalho, para qualquer outro fim que não o indicado, sem au-
torização prévia e por escrito da OTOC, entidade que detém os direitos de autor.
Siglas e Abreviaturas
CIRC - Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoal Coletivas
DC - Diretrizes Contabilísticas
DL - Decreto-Lei
DR - Decreto Regulamentar
EC - Estrutura Conceptual
IAS - International Accounting Standards
IAS/IFRS - International Accounting Standards/International Financial Reporting Standards
IASB - International Accounting Standards Board
NC-ME - Norma Contabilística para Microentidades
NCRF-PE - Norma Contabilística de Relato Financeiro para Pequenas Entidades
NCRF - Norma Contabilística de Relato Financeiro
PE - Pequenas Entidades
POC - Plano Oficial de Contabilidade
RNC-ME - Regime de Normalização Contabilística para Microentidades
SIMA - Sistema de Informação de Mercados Agrícolas
SNC - Sistema de Normalização Contabilística
UGC - Unidade Geradora de Caixa
VRL - Valor Realizável Líquido
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NOTAS PERÍODOS
RENDIMENTOS E GASTOS
N N- 1
(1) - O euro , admitindo - se, em função da dimensão e exigências de relato , a po ssibilidade de expressão das quantias em milhares de euro s
(2) Esta info rmação apenas será fo rnecida no caso de co ntas co nso lidadas
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Entidade: .........................................
U N I D A D E M O N ET Á R I A (1)
BALANÇO (INDIVIDUAL ou CONSOLIDADO) EM XX DE YYYYYYY DE 200N
NOTAS DATAS
RUBRICAS 31 XXX N 31 XXX N- 1
ACTIVO
Activo corrente
Inventários
Activos biológicos
Clientes
Adiantam entos a fornecedores
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
O utras contas a receber
D iferim entos
Activos financeiros detidos para negociação
O utros activos financeiros
Activos não correntes detidos para venda
Caixa e depósitos bancários
Total do activo
Capital próprio
Capitalrealizado
Acções (quotas)próprias
O utros instrum entos de capitalpróprio
Prém ios de em issão
Reservas legais
O utras reservas
Resultados transitados
Ajustam entos em activos financeiros
Excedentes de revalorização
O utras variações no capitalpróprio
Interesses m inoritários
Passivo
Passivo corrente
Fornecedores
Adiantam entos de clientes
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
Financiam entos obtidos
O utras contas a pagar
D iferim entos
Passivos financeiros detidos para negociação
O utros passivos financeiros
Passivos não correntes detidos para venda
Total do passivo
Total do capital próprio e do passivo
(1) - O euro , admitindo - se, em função da dimensão e exigências de relato , a po ssibilidade de expressão das quantias em milhares de euro s
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Entidade: .........................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/ CONSOLIDADA) DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N U N I D A D E M O N ET Á R I A (1)
NOTAS PERÍODOS
RUBRICAS N N- 1
Resultado bruto = =
(1) - O eur o, admitindo- se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros
(2) Esta info rmação apenas será fo rnecida no caso de co ntas co nso lidadas
21
22
Entidade: .........................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/ CONSOLIDADA) DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NO PERÍODO N- 1
U N I D A D E M O N ET Á R I A (1)
ALTERAÇÕES NO PERÍODO
Prim eira adopção de novo referencialcontabilístico
Alterações de políticas contabilísticas
D iferenças de conversão de dem onstrações financeiras
Realização do excedente de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis
Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis e respectivas variações
Ajustam entos por im postos diferidos
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RESULTADO INTEGRAL 4= 2+ 3
(1) - O eur o, admitindo- se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros
Entidade: .........................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/ CONSOLIDADA) DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NO PERÍODO N
U N I D A D E M O N ET Á R I A (1)
Capital Próprio atribuido aos detentores do capital da empresa- mãe
Pr estaçõe
s
Ajusta
Acções suplemen Inter esse
Pr émio Resulta mentos Exceden Outr as Resultad Total do
Capital (quotas tar es e Outr as s
DESCRIÇÃO Notas s de Reser va dos em tes de var iações o líquido Capital
r ealizad ) outros r eser va Total minoritá
emissã s legais transita activos r evalor i no capital do Próprio
o própria instrume s rios
o dos finance zação próprio período
s n tos de
i ros
capital
próprio
ALTERAÇÕES NO PERÍODO
Prim eira adopção de novo referencialcontabilístico
Alterações de políticas contabilísticas
D iferenças de conversão de dem onstrações financeiras
Realização do excedente de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis
Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis e respectivas variações
Ajustam entos por im postos diferidos
O utras alterações reconhecidas no capitalpróprio
7
RESULTADO INTEGRAL 9= 7+ 8
(1) - O eur o, admitindo- se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros
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Entidade: .........................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/ CONSOLIDADA) DE FLUXOS DE CAIXA
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N U N I D A D E M O N ET Á R I A (1)
NOTAS PERÍODOS
RUBRICAS
N N- 1
(1) - O euro , admitindo - se, em função da dimensão e exigências de relato , a po ssibilidade de expressão das quantias em milhares de euro s
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ÍNDICE
1. Identificação da entidade 2
2. Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras 2
3. Principais políticas contabilísticas 3
4. Fluxos de caixa 4
5. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros 4
6. Partes relacionadas 5
7. Activos intangíveis 6
8. Activos fixos tangíveis 7
9. Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas 9
10. Locações 9
11. Custos de empréstimos obtidos 12
12. Propriedades de investimento 12
13. Imparidade de activos 15
14. Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas 16
15. Concentrações de actividades empresariais 19
16. Investimentos em Subsidiárias e Consolidação 21
17. Exploração e avaliação de recursos minerais 22
18. Agricultura 22
19. Inventários 23
20. Contratos de construção 24
21. Rédito 24
22. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes 25
23. Subsídios do Governo e apoios do Governo 26
24. Efeitos de alterações em taxas de câmbio 26
25. Acontecimentos após a data do balanço 26
26. Impostos sobre o rendimento 27
27. Matérias ambientais 29
28. Instrumentos financeiros 31
29. Benefícios dos empregados 35
30. Divulgações exigidas por diplomas legais 35
31. Outras informações 36
25
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Entidade: .........................................
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS (modelo reduzido)
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N U N I D A D E M O N ET Á R I A (1)
NOTAS PERÍODOS
RENDIMENTOS E GASTOS N N- 1
( 1) - O euro , admitindo - se , em função da dimensão e exigências de relato , a po ssibilidade de expressão das quantias em milhares de euro s
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Entidade: .........................................
BALANÇO EM XX DE YYYYYYY DE 200N (modelo reduzido) U N I D A D E M O N ET Á R I A (1)
NOTAS DATAS
RUBRICAS 31 XXX N 31 XXX N- 1
ACTIVO
Activo corrente
Inventários
Clientes
Adiantam entos a fornecedores
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
O utras contas a receber
D iferim entos
O utros activos financeiros
Caixa e depósitos bancários
Total do activo
Capital próprio
Capitalrealizado
Acções (quotas)próprias
O utros instrum entos de capitalpróprio
Prém ios de em issão
Reservas legais
O utras reservas
Resultados transitados
Excedentes de revalorização
O utras variações no capitalpróprio
Passivo
Passivo corrente
Fornecedores
Adiantam entos de clientes
Estado e outros entes públicos
Accionistas/sócios
Financiam entos obtidos
D iferim entos
O utras contas a pagar
O utros passivos financeiros
Total do passivo
Total do capital próprio e do passivo
( 1) - O euro , admitindo - se , em função da dimensão e exigências de relato , a po ssibilidade de expressão das quantias em milhares de euro s
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Entidade: .........................................
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES (modelo reduzido)
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N U N I D A D E M O N ET Á R I A (1)
NOTAS PERÍODOS
RUBRICAS N N- 1
Resultado bruto = =
(1) - O euro, admitindo- se, em função da dimensão e exigências de relato , a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros
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ÍNDICE
1. Identificação da entidade 1
2. Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras 2
3. Principais políticas contabilísticas 2
4. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros 3
5. Activos fixos tangíveis 3
6. Activos intangíveis 4
7. Locações 5
8. Custos de empréstimos obtidos 5
9. Inventários 5
10. Rédito 6
11. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes 6
12. Subsídios do Governo e apoios do Governo 7
13. Efeitos de alterações em taxas de câmbio 7
14. Impostos sobre o rendimento 7
15. Instrumentos financeiros 7
16. Benefícios dos empregados 8
17. Divulgações exigidas por outros diplomas legais 8
18. Outras informações 8
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CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital próprio
Capital realizado
Outros instrumentos de capital próprio
Reservas
Resultados transitados
Outras variações no capital próprio
Resultado líquido do período
Total do capital próprio
Passivo
Passivo não corrente
Provisões
Financiamentos obtidos
Outras contas a pagar
Passivo corrente
Fornecedores
Estado e outros entes públicos
Diferimentos
Outros passivos correntes
Total do passivo
Total do capital próprio e do passivo
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Entidade: .........................................
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N unidade monetária
PERÍODOS
RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS
N N-1
Vendas e serviços prestados + +
Subsídios à exploração + +
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e
= =
impostos
Gastos/reversões de depreciação e de amortização -/+ -/+
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento
= =
e impostos)
Gasto líquido de financiamento - -
Resultado antes de impostos = =
Imposto sobre o rendimento do período -/+ -/+
Resultado líquido do período = =
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ÍNDICE
1. Caraterização da entidade 1
2. Referencial contabilístico 2
3. Principais políticas contabilísticas 2
4. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros 3
5. Activos fixos tangíveis 3
6. Activos intangíveis 4
7. Locações 5
8. Inventários 5
9. Rédito 5
10. Provisões 6
11. Subsídios do Governo 6
12. Impostos sobre o rendimento 7
13. Ativos e passivos financeiros 7
14. Capital próprio 7
15. Divulgações exigidas por outros diplomas legais 7
16. Outras informações 8
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Regra geral, a entidade deve ser consistente na seleção e aplicação das suas políticas contabilís-
ticas. Contudo, a aplicação de novas políticas contabilísticas pode tomar duas formas distintas:
• Aplicação prospetiva: aplicação da nova política contabilística a transações, outros
acontecimentos e condições, que ocorram após a data em que a política seja alterada; e o
reconhecimento do efeito da alteração na estimativa contabilística nos períodos corrente
e futuro afetados pela alteração.
• Aplicação retrospetiva: a nova política é aplicada a transações, outros acontecimentos e
condições, ajustando o saldo de abertura de cada componente do capital próprio afetado
para o período anterior mais antigo apresentado e as outras quantias comparativas di-
vulgadas para cada período anterior como se essa política tivesse sido sempre aplicada.
Normalmente, o ajustamento do saldo de abertura de cada componente do capital pró-
prio é efetuado nos resultados retidos.
35
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Regime Fontes
2.2.2.2 Aplicação retrospetiva das alterações nas políticas contabilísticas e nas correções de erros
de períodos anteriores
As normas NCRF-PE e NC-ME não exigem a aplicação retrospetiva das alterações nas políticas con-
tabilísticas e erros materiais, como acontece da aplicação integral NCRF 4 do modelo geral do SNC.
2.2.2.3 Divulgações
Como as normas NCRF-PE e NC-ME não exigem a aplicação retrospetiva das alterações nas po-
líticas contabilísticas e erros materiais, as divulgações das quantias dos ajustamentos e dos im-
pactos nas demonstrações financeiras dos períodos anteriores e correntes assumem uma impor-
tância acrescida.
A norma NCRF-PE exige as seguintes divulgações:
• A natureza da alteração na política contabilística;
• A natureza do erro material de período anterior e seus impactos nas demonstrações
financeiras desses períodos;
• A quantia de ajustamento relacionado com o período corrente ou períodos anteriores aos
apresentados, até ao ponto que seja praticável;
• As razões pelas quais a aplicação da nova política contabilística proporciona informação
fiável e mais relevante, no caso de aplicação voluntária.
A norma NC-ME exige as seguintes divulgações:
• Natureza das alterações de políticas contabilísticas e nas estimativas contabilísticas;
• Quantia de ajustamento relacionado com o período corrente;
• Natureza do erro material de período anterior e seu impacto nas demonstrações finan-
ceiras desse período.
37
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 18.º n.º 2 do CIRC As componentes positivas ou negativas consideradas como respeitando a períodos anteriores
só são imputáveis ao período de tributação quando na data de encerramento das contas da-
quele a que deviam ser imputadas eram imprevisíveis ou manifestamente desconhecidas.
Informações existentes:
Custo inicial do equipamento 50.000 €
Período de vida útil 5 anos
Depreciação praticada em 31/12/N-2 5.000 €
Depreciação praticada em 31/12/N-1 5.000 €
38
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Resolução
A alteração na política contabilística foi voluntária. Logo, os efeitos da sua alteração terão que ser
tratados retrospetivamente. Pelo método do saldo decrescente, a depreciação de cada período é
calculada pelo produto do valor do ativo fixo tangível pelo quociente entre o número de períodos
de vida útil e o somatório dos períodos de vida útil estimada.
A NCRF 4 (§. 19) refere que na aplicação retrospetiva a entidade deve ajustar o saldo de abertura
de cada componente do capital próprio afetado para o período anterior mais antigo apresentado
e as outras quantias comparativas divulgadas para cada período anterior apresentado como se a
nova política tivesse sido sempre aplicada. Analisando os efeitos específicos dos períodos ante-
riores e do efeito cumulativo no início do período corrente:
Balanço
39
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Caso Prático II
A empresa XPTO, SA em 31 de dezembro de N-1 efetuou a estimativa para férias e subsídio de
férias com base na folha de remunerações do mês de dezembro. Nesta estimativa não foram tidos
em conta os aumentos salariais ocorridos em fevereiro de N, pelo que originou um diferencial de
1.238 € entre o valor estimado em 31/12/N-1 e o valor processado e pago em julho de N.
Resolução
Esta situação configura uma alteração de estimativa. Logo, o efeito da sua alteração deve ser tra-
tado prospectivamente, incluindo-o nos resultados do período de alteração. Em julho de N o lan-
çamento seria:
23 Pessoal
231 Remunerações a pagar
2312 Ao pessoal 1.238 €
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Mapa dos efeitos específicos e cumulativos decorrentes com as alterações nas políticas contabilísticas e correções de erros
DR Ba l a nço
Outros ga s tos Ati vos fi xos Res ul ta dos Res ul ta do
Depreci a çã o Res erva s Acrés ci mos
e perda s ta ngívei s tra ns i ta dos l íqui do
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Nos casos de vida útil finita o ativo intangível deve ser amortizado numa base sistemática duran-
te a sua vida útil. A amortização do ativo intangível deve começar a partir do momento em que o
ativo estiver disponível para uso e cessar na data em que o ativo seja classificado como detido para
venda ou na data em que o ativo seja desreconhecido, das duas a que ocorrer mais cedo (NCRF
6, §. 96). O método de amortização a utilizar deve conseguir refletir a melhor forma de como os
benefícios económicos futuros são consumidos pela entidade. Os dois métodos de amortização
permitidos são: o método da linha reta e o método da unidade de produção. Tanto o período de
amortização, como o método de amortização devem ser revistos anualmente (NCRF 6, §. 103). Se
forem verificadas alterações, as mesmas serão tratadas como alteração numa estimativa contabi-
lística de acordo com a NCRF 4 (Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros). Os testes de imparidade devem ser efetuados regularmente (NCRF 6, §. 110).
2.3.1.3 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a ativos intangíveis (NCRF 6, §§. 117-123):
117. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de ativos intangíveis, distinguindo entre os
ativos intangíveis gerados internamente e outros ativos intangíveis:
(a) se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis ou as taxas de amor-
tização usadas;
(b) os métodos de amortização usados para ativos intangíveis com vidas úteis finitas;
(c) a quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada (agregada com as perdas por
imparidade acumuladas) no começo e fim do período;
(d) os itens de cada linha da demonstração dos resultados em que qualquer amortização de ativos
intangíveis esteja incluída;
(e) uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que mostre as adições, as
revalorizações, as alienações, os ativos classificados como detidos para venda, as amortiza-
ções, as perdas de imparidade e suas reversões e outras alterações.
118. Uma classe de ativos intangíveis é um agrupamento de ativos de natureza e uso semelhantes nas
operações de uma entidade. Exemplos de classes separadas podem incluir:
(a) (nome de) marcas comerciais;
(b) cabeçalhos e títulos de publicações;
(c) software de computadores,
(d) licenças e franquias;
(e) copyrights, patentes e outros direitos de propriedade industrial, direitos de serviços e opera-
cionais;
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Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
de pesquisa e desenvolvimento; bens e serviços usados, amortizações, quer dos bens do imobilizado
utilizados na actividade de pesquisa e desenvolvimento, quer dos gastos de pesquisa e desenvolvi-
mento que tenham sido capitalizados).
a) Os gastos relacionarem-se com benefícios económicos que se espera venham a fluir para a entidade e
que permitam prolongar a vida, aumentar a capacidade ou melhorar a segurança ou eficiência de outros
ativos detidos pela entidade (para além do seu nível de eficiência determinado originalmente); ou
b) Os gastos permitirem reduzir ou evitar uma contaminação ambiental suscetível de ocorrer em
resultado das futuras atividades da entidade.
Os dispêndios com itens intangíveis, incluindo os de carácter ambiental, devem ser reconhecidos
como gastos quando incorridos, a menos que façam parte do custo de um ativo intangível que sa-
tisfaça os critérios de reconhecimento referidos nos parágrafos anteriores.” (NCRF-PE, §§. 8.8,
8.9; NC-ME, §§. 8.7, 8.8).
2.3.2.3 Divulgações
A norma NCRF-PE exige as seguintes divulgações:
8.24 — Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de ativos intangíveis, distinguindo
entre os ativos intangíveis gerados internamente e outros ativos intangíveis:
a) Se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis ou as taxas de
amortização usadas;
b) Os métodos de amortização usados para ativos intangíveis com vidas úteis finitas;
c) A quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada (agregada com as perdas por
imparidade acumuladas) no começo e fim do período;
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
d) Uma reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do período que mostre as adições,
as alienações, as amortizações, as perdas de imparidade e suas reversões e outras alterações.
8.25 — Uma entidade deve também divulgar:
a) Para um ativo intangível avaliado como tendo uma vida útil indefinida, a quantia escriturada
desse ativo e as razões que apoiam a avaliação de uma vida útil indefinida. Ao apresentar estas
razões, a entidade deve descrever o(s) fator(es) que desempenhou(aram) um papel significativo
na determinação de que o ativo tem uma vida útil indefinida;
b) Uma descrição, a quantia escriturada e o período de amortização restante de qualquer ativo
intangível individual que seja materialmente relevante para as demonstrações financeiras da en-
tidade;
c) Para os ativos intangíveis adquiridos por meio de um subsídio do Governo e inicialmente reco-
nhecidos pelo justo valor, a quantia inicialmente reconhecida e a sua quantia escriturada atual-
mente;
d) A existência e as quantias escrituradas de ativos intangíveis cuja titularidade esteja restringi-
da e as quantias escrituradas de ativos intangíveis dados como garantia de passivos;
e) A quantia de compromissos contratuais para aquisição de ativos intangíveis.
8.26 — Uma entidade deve divulgar a quantia agregada do dispêndio de pesquisa e desenvolvi-
mento reconhecido como um gasto durante o período.
8.27 — Relativamente aos ativos intangíveis de carácter ambiental, uma entidade deve divulgar:
a) Descrição dos critérios de mensuração adotados, bem como dos métodos utilizados no cálculo
dos ajustamentos de valor, no que respeita a matérias ambientais;
b) Os incentivos públicos relacionados com a proteção ambiental, recebidos ou atribuídos à enti-
dade. Especificação das condições associadas à concessão de cada incentivo ou uma síntese das
condições, caso sejam semelhantes.
c) Quantia dos dispêndios de carácter ambiental capitalizadas durante o período de referência na
medida em que possa ser estimada com fiabilidade.
d) Quantia dos dispêndios de carácter ambiental imputados a resultados e base em que tais quan-
tias foram calculadas.
e) Caso sejam significativos, os dispêndios incorridos com multas e outras penalidades pelo não
cumprimento dos regulamentos ambientais e indemnizações pagas a terceiros, por exemplo em
resultado de perdas ou danos causados por uma poluição ambiental passada.
A norma NC-ME exige as seguintes divulgações:
6.1 — Divulgar se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis ou as
taxas de amortização usadas.
6.2 — Quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada no começo e fim do período.
6.3 — Reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do período que mostre as adições,
as alienações, os abates e as amortizações.
6.4 — Para um ativo intangível avaliado como tendo uma vida útil indefinida, a quantia escritu-
rada desse ativo e as razões que apoiam a avaliação de uma vida útil indefinida.
6.5 — Quantia de compromissos contratuais para aquisição de ativos intangíveis.
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Artigo 23.º, n.º 1, al. Consideram-se gastos os que comprovadamente sejam indispensáveis para a realização dos rendimen-
g) do CIRC tos sujeitos a imposto ou para a manutenção da fonte produtora, nomeadamente:
(…)
g) Depreciações e amortizações;
Artigo 29.º, n.º 1 do São aceites como gastos as depreciações e amortizações de elementos do ativo sujeitos a depereci-
CIRC mento, considerando-se como tais os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis, os ativos biológicos
que não sejam consumíveis e as propriedades de investimento contabilizados ao custo histórico que,
com carácter sistemático, sofram perdas de valor resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo.
Artigo 1.º do DR 1 - Podem ser objeto de depreciação ou amortização os elementos do ativo sujeitos a deperecimen-
25/2009 to, considerando-se como tais os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis, os ativos biológicos que
não sejam consumíveis e as propriedades de investimento contabilizados ao custo histórico que, com
carácter sistemático, sofrerem perdas de valor resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo.
2 - Salvo razões devidamente justificadas e aceites pela Direcção-Geral dos Impostos, as depreciações
e amortizações só são consideradas:
a) Relativamente a ativos fixos tangíveis e a propriedades de investimento, a partir da sua entrada em
funcionamento ou utilização;
b) Relativamente aos ativos biológicos que não sejam consumíveis e aos ativos intangíveis, a partir da
sua aquisição ou do início de atividade, se posterior, ou ainda, no que se refere aos ativos intangíveis,
quando se trate de elementos especificamente associados à obtenção de rendimentos, a partir da sua
utilização com esse fim.
3 - As depreciações e amortizações só são aceites para efeitos fiscais desde que contabilizadas como
gastos no mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores.
Artigo 30.º, n.º 1 do O cálculo das depreciações e amortizações faz-se, em regra, pelo método das quotas constantes.
CIRC
Artigo 31.º, n.º 1 do 1 - No método das quotas constantes, a quota anual de depreciação ou amortização que pode ser
CIRC aceite como gasto do período de tributação determina-se aplicando as taxas de depreciação ou amor-
tização definidas no decreto regulamentar que estabelece o respetivo regime aos seguintes valores:
a) Custo de aquisição ou de produção;
b) Valor resultante de reavaliação ao abrigo de legislação de carácter fiscal;
c) Valor de mercado, à data de abertura da escrita, para os bens objeto de avaliação para esse efeito,
quando não seja conhecido o custo de aquisição ou de produção.
Artigo 4.º do DR 1 - O cálculo das depreciações e amortizações faz-se, em regra, pelo método das quotas constantes.
25/2009 2 - Pode, no entanto, optar-se pelo cálculo das depreciações pelo método das quotas decrescentes,
relativamente aos ativos fixos tangíveis novos, adquiridos a terceiros ou construídos ou produzidos pela
própria empresa, e que não sejam:
a) Edifícios;
b) Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, exceto quando afetas à exploração de serviço público de
transportes ou destinadas a ser alugadas no exercício da atividade normal do sujeito passivo;
c) Mobiliário e equipamentos sociais.
3 - Quando a natureza do deperecimento ou a atividade económica do sujeito passivo o justifique podem,
ainda, ser aplicados métodos de depreciação e amortização diferentes dos indicados nos números ante-
riores, mantendo-se os períodos máximos e mínimos de vida útil, desde que, mediante requerimento, seja
obtido o reconhecimento prévio da Direcção-Geral dos Impostos, salvo quando daí não resulte uma quota
anual de depreciação ou amortização superior à prevista nos artigos seguintes.
Artigo 32.º do CIRC 1 - As despesas com projetos de desenvolvimento podem ser consideradas como gasto fiscal no período
de tributação em que sejam suportadas.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se despesas com projetos de desenvol-
vimento as realizadas pelo sujeito passivo através da exploração de resultados de trabalhos da in-
vestigação ou de outros conhecimentos científicos ou técnicos com vista à descoberta ou à melhoria
substancial de matérias-primas, produtos, serviços ou processos de produção.
3 - O preceituado no n.º 1 não é aplicável aos projetos de desenvolvimento efetuados para outrem
mediante contrato.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 17.º do DR 1 - As despesas com projetos de desenvolvimento podem ser consideradas como gasto fiscal no período
25/2009 de tributação em que sejam suportadas.
2 - Para efeitos do disposto no presente decreto regulamentar, consideram-se despesas com projetos
de desenvolvimento, as realizadas através da exploração de resultados de trabalhos de investigação ou
de outros conhecimentos científicos ou técnicos, com vista à descoberta ou à melhoria substancial de
matérias-primas, produtos, serviços ou processos de produção.
3 - Não é aplicável o disposto no n.º 1, nem o referido na alínea a) do n.º 2 do artigo anterior, aos pro-
jetos de desenvolvimento efetuados para outrem mediante contrato.
Artigo 33.º do CIRC Relativamente a elementos do ativo sujeitos a deperecimento cujos custos unitários não ultrapassem
€ 1.000, é aceite a dedução, no período de tributação do respetivo custo de aquisição ou de produção,
exceto quando façam parte integrante de um conjunto de elementos que deva ser depreciado ou amor-
tizado como um todo.
Artigo 19.º do DR 1 - Os elementos do ativo sujeitos a deperecimento, cujos custos unitários de aquisição ou de produção
25/2009 não ultrapassem € 1000, podem ser totalmente depreciados ou amortizados num só período de tribu-
tação, exceto quando façam parte integrante de um conjunto de elementos que deva ser depreciado ou
amortizado como um todo.
2 - Considera-se sempre verificado o condicionalismo da parte final do número anterior quando os
mencionados elementos não possam ser avaliados e utilizados individualmente.
3 - Os ativos depreciados ou amortizados nos termos do n.º 1 devem constar dos mapas das depre-
ciações e amortizações pelo seu valor global, numa linha própria para os elementos adquiridos ou
produzidos em cada período de tributação, com a designação «Elementos de custo unitário inferior a €
1000», elementos estes cujo período máximo de vida útil se considera, para efeitos fiscais, de um ano.
Artigo 34.º do CIRC 1 - Não são aceites como gastos:
a) As depreciações e amortizações de elementos do ativo não sujeitos a deperecimento;
b) As depreciações de imóveis na parte correspondente ao valor dos terrenos ou não sujeita a deperecimento;
c) As depreciações e amortizações que excedam os limites estabelecidos nos artigos anteriores;
d) As depreciações e amortizações praticadas para além do período máximo de vida útil, ressalvando-
-se os casos especiais devidamente justificados e aceites pela Direcção-Geral dos Impostos;
e) As depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, incluindo os veículos elétricos, na parte cor-
respondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente ao montante a definir por portaria do
membro do Governo responsável pela área das finanças, bem como dos barcos de recreio e aviões de turismo
e todos os gastos com estes relacionados, desde que tais bens não estejam afetos à exploração do serviço
público de transportes ou não se destinem a ser alugados no exercício da atividade normal do sujeito passivo.
2 - Para efeitos do disposto na alínea d) do número anterior, o período máximo de vida útil é o que se
deduz das quotas mínimas de depreciação ou amortização, nos termos do n.º 6 do artigo 30.º, contado
a partir do ano de entrada em funcionamento ou utilização dos elementos a que respeitem.
Artigo 16.º do DR 1 - Os ativos intangíveis são amortizáveis quando sujeitos a deperecimento, designadamente por terem
25/2009 uma vigência temporal limitada.
2 - São amortizáveis os seguintes ativos intangíveis:
a) Despesas com projetos de desenvolvimento;
b) Elementos da propriedade industrial, tais como patentes, marcas, alvarás, processos de produção,
modelos ou outros direitos assimilados, adquiridos a título oneroso e cuja utilização exclusiva seja re-
conhecida por um período limitado de tempo.
3 - Exceto em caso de deperecimento efetivo devidamente comprovado, reconhecido pela Direcção-
-Geral dos Impostos, não são amortizáveis:
a) Trespasses;
b) Elementos mencionados na alínea b) do número anterior quando não se verifiquem as condições aí referidas.
Artigo 35.º do CIRC 1 - Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes perdas por imparidade contabilizadas no mes-
mo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores:
a) As relacionadas com créditos resultantes da atividade normal que, no fim do período de tributação,
possam ser considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade;
b) As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de seguros;
c) As que consistam em desvalorizações excecionais verificadas em ativos fixos tangíveis, ativos intan-
gíveis, ativos biológicos não consumíveis e propriedades de investimento.
2 - Podem também ser deduzidas para efeitos fiscais as perdas por imparidade e outras correções de valor
contabilizadas no mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores, quando consti-
tuídas obrigatoriamente, por força de normas emanadas pelo Banco de Portugal, de carácter genérico e
abstrato, pelas entidades sujeitas à sua supervisão e pelas sucursais em Portugal de instituições de crédito
e outras instituições financeiras com sede em outro Estado membro da União Europeia, destinadas à co-
bertura de risco específico de crédito e de risco-país e para menos-valias de títulos e de outras aplicações.
3 - As perdas por imparidade e outras correções de valor referidas nos números anteriores que não
devam subsistir, por deixarem de se verificar as condições objetivas que as determinaram, consideram-
-se componentes positivas do lucro tributável do respetivo período de tributação.
4 - As perdas por imparidade de ativos depreciáveis ou amortizáveis que não sejam aceites fiscalmente
como desvalorizações excecionais são consideradas como gastos, em partes iguais, durante o período
de vida útil restante desse ativo ou, sem prejuízo do disposto nos artigos 38.º e 46.º, até ao período de
tributação anterior àquele em que se verificar o abate físico, o desmantelamento, o abandono, a inuti-
lização ou a transmissão do mesmo.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 38.º do CIRC 1 - Podem ser aceites como perdas por imparidade as desvalorizações excecionais referidas na alínea
c) do n.º 1 do artigo 35.º provenientes de causas anormais devidamente comprovadas, designadamente,
desastres, fenómenos naturais, inovações técnicas excecionalmente rápidas ou alterações significati-
vas, com efeito adverso, no contexto legal.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, o sujeito passivo deve obter a aceitação da Direcção-Ge-
ral dos Impostos, mediante exposição devidamente fundamentada, a apresentar até ao fim do primeiro
mês do período de tributação seguinte ao da ocorrência dos factos que determinaram as desvalorizações
excecionais, acompanhada de documentação comprovativa dos mesmos, designadamente da decisão do
competente órgão de gestão que confirme aqueles factos, de justificação do respetivo montante, bem
como da indicação do destino a dar aos ativos, quando o abate físico, o desmantelamento, o abandono ou
a inutilização destes não ocorram no mesmo período de tributação.
3 - Quando os factos que determinaram as desvalorizações excecionais dos ativos e o abate físico,
o desmantelamento, o abandono ou a inutilização ocorram no mesmo período de tributação, o valor
líquido fiscal dos ativos, corrigido de eventuais valores recuperáveis pode ser aceite como gasto do
período, desde que:
a) Seja comprovado o abate físico, desmantelamento, abandono ou inutilização dos bens, através do
respetivo auto, assinado por duas testemunhas, e identificados e comprovados os factos que origina-
ram as desvalorizações excecionais;
b) O auto seja acompanhado de relação discriminativa dos elementos em causa, contendo, relativa-
mente a cada ativo, a descrição, o ano e o custo de aquisição, bem como o valor líquido contabilístico
e o valor líquido fiscal;
c) Seja comunicado ao serviço de finanças da área do local onde aqueles bens se encontrem, com a an-
tecedência mínima de 15 dias, o local, a data e a hora do abate físico, o desmantelamento, o abandono
ou a inutilização e o total do valor líquido fiscal dos mesmos.
4 - O disposto nas alíneas a) a c) do número anterior deve igualmente observar-se nas situações previs-
tas no n.º 2, no período de tributação em que venha a efetuar-se o abate físico, o desmantelamento, o
abandono ou a inutilização dos ativos.
5 - A aceitação referida no n.º 2 é da competência do diretor de finanças da área da sede, direção efe-
tiva ou estabelecimento estável do sujeito passivo ou do diretor dos Serviços de Inspeção Tributária,
tratando-se de empresas incluídas no âmbito das suas atribuições.
6 - A documentação a que se refere o n.º 3 deve integrar o processo de documentação fiscal, nos termos
do artigo 130.º
Artigo 46.º do CIRC 1 - Consideram-se mais-valias ou menos-valias realizadas os ganhos obtidos ou as perdas sofridas me-
diante transmissão onerosa, qualquer que seja o título por que se opere e, bem assim, os decorrentes de
sinistros ou os resultantes da afetação permanente a fins alheios à atividade exercida, respeitantes a:
a) Ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, ativos biológicos que não sejam consumíveis e propriedades
de investimento, ainda que qualquer destes ativos tenha sido reclassificado como ativo não corrente
detido para venda;
b) Instrumentos financeiros, com exceção dos reconhecidos pelo justo valor nos termos das alíneas a)
e b) do n.º 9 do artigo 18.º
2 - As mais-valias e as menos-valias são dadas pela diferença entre o valor de realização, líquido dos
encargos que lhe sejam inerentes, e o valor de aquisição deduzido das perdas por imparidade e outras
correções de valor previstas no artigo 35.º, bem como das depreciações ou amortizações aceites fiscal-
mente, sem prejuízo da parte final do n.º 5 do artigo 30.º
3 - Considera-se valor de realização:
a) No caso de troca, o valor de mercado dos bens ou direitos recebidos, acrescido ou diminuído, conso-
ante o caso, da importância em dinheiro conjuntamente recebida ou paga;
b) No caso de expropriações ou de bens sinistrados, o valor da correspondente indemnização;
c) No caso de bens afetos permanentemente a fins alheios à atividade exercida, o seu valor de mercado;
d) Nos casos de fusão ou cisão, o valor de mercado dos elementos transmitidos em consequência da-
queles atos;
e) No caso de alienação de títulos de dívida, o valor da transação, líquido dos juros contáveis desde a
data do último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não houver ocorrido
qualquer vencimento, até à data da transmissão, bem como da diferença pela parte correspondente
àqueles períodos, entre o valor de reembolso e o preço da emissão, nos casos de títulos cuja remunera-
ção seja constituída, total ou parcialmente, por aquela diferença;
f) Nos demais casos, o valor da respetiva contraprestação.
4 - No caso de troca por bens futuros, o valor de mercado destes é o que lhes corresponderia à data da troca.
5 - São assimiladas a transmissões onerosas:
a) A promessa de compra e venda ou de troca, logo que verificada a tradição dos bens;
b) As mudanças no modelo de valorização relevantes para efeitos fiscais, nos termos do n.º 9 do artigo
18.º, que decorram, designadamente, de reclassificação contabilística ou de alterações nos pressupos-
tos referidos na alínea a) do n.º 9 deste mesmo artigo.
6 - Não se consideram mais-valias ou menos-valias:
a) Os resultados obtidos em consequência da entrega pelo locatário ao locador dos bens objeto de
locação financeira;
b) Os resultados obtidos na transmissão onerosa, ou na afetação permanente nos termos referidos no
n.º 1, de títulos de dívida cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, pela diferença entre o
valor de reembolso ou de amortização e o preço de emissão, primeira colocação ou endosso.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 47.º do CIRC 1 - O valor de aquisição corrigido nos termos do n.º 2 do artigo anterior é atualizado mediante aplica-
ção dos coeficientes de desvalorização da moeda para o efeito publicados em portaria do Ministro das
Finanças, sempre que, à data da realização, tenham decorrido pelo menos dois anos desde a data da
aquisição, sendo o valor dessa atualização deduzido para efeitos da determinação do lucro tributável.
2 - A correção monetária a que se refere o número anterior não é aplicável aos instrumentos financei-
ros, salvo quanto às partes de capital.
3 - Quando, nos termos do regime especial previsto nos artigos 76.º a 78.º, haja lugar à valorização
das participações sociais recebidas pelo mesmo valor pelo qual as antigas se encontravam registadas,
considera-se, para efeitos do disposto no n.º 1, data de aquisição das primeiras a que corresponder à
das últimas.
Artigo 20.º do DR As depreciações e amortizações que não sejam consideradas como gastos fiscais no período de tribu-
25/2009 tação em que foram contabilizadas, por excederem as importâncias máximas admitidas, são aceites
como gastos fiscais nos períodos seguintes, na medida em que não se excedam as quotas máximas de
depreciação ou amortização fixadas no presente decreto regulamentar.
Pretende-se:
Os lançamentos contabilísticos a efetuar por ALFA, SA no ano N.
Resolução:
De acordo com a NCRF 6 (§. 63) as marcas geradas internamente não são reconhecidas como
ativos intangíveis e, como tal, devem ser reconhecidas como gastos do período. De acordo com
a NCRF 6 (§. 106) os ativos intangíveis com vida útil indefinida não são amortizados, mas são
sujeitos a testes de imparidade.
Na mensuração do custo inicial de um ativo intangível adquirido separadamente devem ser incluídos o
valor de compra e qualquer custo diretamente atribuível de preparação do ativo para o seu uso pretendido.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Assim sendo, o montante de 165.000 € relativos à marca “W” devem ser reconhecido em gastos
assim como o montante gasto com o seu registo. Relativamente às restantes marcas, deve-se
proceder ao seu registo como ativos intangíveis, à sua amortização e imparidade.
Valor da amortização da marca X: (340.000 € / 10 anos) x (10/12) = 28.333 €
Perda por imparidade da marca X: 300.000€ - (340.000€ - 28.333€) = - 11.667€
Perda por imparidade da marca Y: 95.000 € - 102.000 € = - 7.000 €
44 Ativos intangíveis
448 Amortizações acumuladas
4484 Propriedade industrial 28.333 €
44 Ativos intangíveis
449 Perdas por imparidade acumuladas
4494 Propriedade industrial 18.667 €
Caso Prático II
A sociedade TUNA, SA, dedica-se à pesca de atum. Em março de N contratou com a sociedade
PROGRAMA, SA a compra de 10 computadores e licenças de utilização dos sistemas operativos,
com uma vida útil estimada de 5 anos, pelo montante de 30.000 €. Também contratou o desen-
volvimento e implementação de um software de sondagem de pescado para aumentar a eficiência
da técnica de pesca de atum, pelo montante de 50.000 €. O software só foi concluído em fevereiro
de N+1. A TUNA, SA atribui ao software um período de vida útil de 5 anos.
A sociedade PROGRAMA, SA em N emitiu os seguintes documentos:
• Fatura pela venda dos computadores: 25.000 €
• Fatura pela venda das licenças de utilização: 5.000 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Lançamentos em N+1:
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
44 Ativos intangíveis
443 Programas de computador 1.000 €
22 Fornecedores
221 Fornecedores c/c 5.000 €
22 Fornecedores
221 Fornecedores c/c 1.200 €
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Resolução
Quantia escriturada em 31 de dezembro de N+1: 52.000 € - 9.533 € = 42.467 €
Justo valor em 31 de dezembro de N+1: 50.000 €
Excedente de revalorização em N+1: 50.000 € - 42.467 € = 7.533 €
Coeficiente de revalorização: 50.000 € / 42.467 € = 1,177384793
Aumento do valor do ativo: 52.000 € x 1,17738793 = 61.224 €
Aumento das amortizações acumuladas: 9.533 € x 1,17738793 = 11.224 €
Lançamentos em N+1:
58 Excedentes de revalorização
589 Outros excedentes
5891 Antes de IRC 7.533 €
44 Ativos intangíveis
448 Depreciações acumuladas
4483 Programas de computador 1.691 €
Em N+2:
Quantia escriturada: 50.000 €
Nº de anos de vida útil restantes: 4 anos
Valor da amortização do período: 50.000 € / 4 anos = 12.500 €
Realização parcial do excedente de revalorização: 7.533 € / 4 anos = 1.883 €
Lançamentos:
44 Ativos intangíveis
448 Depreciações acumuladas
4483 Programas de computador 12.500 €
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Lançamento:
44 Ativos intangíveis
443 Programas de computador 6.918 €
44 Ativos intangíveis
449 Perdas por imparidade acumuladas 1.850 €
Caso Prático IV
A sociedade LOYAL, SA dedica-se à produção e comercialização de gamas de champôs. Em ja-
neiro de N iniciou dois projetos de gamas champôs para tratamento de problemas relacionados
com a caspa e cabelos oleosos. Os diversos recursos alocados a cada um dos projetos durante o
ano N foram os seguintes:
Descrição Anticaspa Cabelos Oleosos Total
1º Trimestre 15.000 € 10.000 € 25.000 €
2º Trimestre 20.000 € 15.000 € 35.000 €
3º Trimestre 17.000 € 11.000 € 28.000 €
4º Trimestre 10.000 € 9.000 € 19.000 €
62.000 € 45.000 € 107.000 €
Na fase da pesquisa não deve ser reconhecido qualquer ativo intangível, devendo os dispêndios
serem reconhecidos como gastos do período (NCRF 6, §§. 53-55). Os gastos com a fase da pes-
quisa foram:
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torias e as grandes reparações que sejam de acrescer ao custo daqueles ativos. É expectável que
a sua utilização seja superior a um período económico (NCRF 7, §. 6). Esta duração superior a um
período económico permite distinguir os ativos fixos tangíveis dos fornecimentos de materiais
em que a duração de utilização é menor e, portanto, reconhecíveis como ativos correntes.
Os ativos fixos tangíveis visam finalidades diferentes. As contas utilizadas pelo SNC para registar
os diferentes tipos de ativos fixos tangíveis são:
• Terrenos: regista os terrenos e recursos naturais afetos às atividades operacionais da
empresa;
• Edifícios e outras construções: regista os edifícios fabris, comerciais, administrativos e
sociais, compreendendo as instalações fixas que lhes sejam próprias (água, energia elé-
trica, aquecimento, etc). Refere-se também a outras construções, tais como muros, silos
parques, albufeiras, canais, estradas, arruamentos, vias férreas, pistas de aviação, cais
e docas;
• Equipamento básico: regista as máquinas, ferramentas, utensílios e outros bens com os
quais se realiza a extração, transformação e elaboração dos produtos ou a prestação dos
serviços;
• Equipamento de transporte: regista os equipamentos de transporte;
• Equipamento administrativo: regista o equipamento social e mobiliário diverso;
• Equipamentos biológicos: regista os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos de
reconhecimento como investimento e que não se enquadrem na NCRF 17 (Agricultura);
• Outros ativos fixos tangíveis: regista outros ativos fixos tangíveis que não se encontrem
especificados noutras contas;
• Ativos fixos tangíveis classificados como detidos para venda de acordo com a NCRF 8
(Ativos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas);
• Ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola (NCRF 17 – Agricultura);
• Ativos relacionados com a exploração e avaliação de recursos minerais (NCRF 16 – Ex-
ploração e Avaliação de Recursos Minerais);
• Direitos minerais e reservas minerais tais como petróleo, gás natural e recursos não re-
generativos semelhantes.
Contudo, a NCRF 7 aplica-se aos ativos fixos tangíveis usados para desenvolver ou manter os ati-
vos descritos nos últimos 3 pontos.
As grandes novidades trazidas por esta norma relacionam-se com os seguintes tópicos:
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Reconhecimento do aumento para o justo valor Reconhecimento da diminuição para o justo valor
Conta 58 – Excedentes de revalorização de ativos Conta 655 – Perdas por imparidade em ativos fixos
fixos tangíveis e ativos intangíveis tangíveis
Conta 7625 – Reversões de perdas por imparidade Conta 58 – Excedentes de revalorização de ativos fixos
em ativos fixo tangíveis tangíveis e ativos intangíveis
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As imparidades relacionadas com ativos fixos tangíveis são tratadas pela NCRF 12 (Imparidade de Ativos).
Alguns casos particulares estão relacionados com o tratamento contabilístico dos terrenos e edi-
fícios. Os terrenos e edifícios são sempre itens de ativos fixos tangíveis separáveis.
Regra geral, os terrenos têm vida útil ilimitada. Logo não são depreciados.
Os edifícios têm uma vida útil limitada. Logo são depreciáveis.
2.4.1.2.4 Desreconhecimento
Um ativo fixo tangível deve ser desreconhecido no momento da sua alienação, ou quando não se
esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação (NCRF 7, §. 66). Os ganhos ou
perdas decorrentes do desreconhecimento são determinados:
2.4.1.3 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a ativos fixos tangíveis (NCRF 7,
§§. 72-75):
72- As demonstrações financeiras devem divulgar:
a) Os critérios de mensuração usados para determinar a quantia escriturada bruta;
b) Os métodos de depreciação usados;
c) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;
d) A quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada com perdas por imparida-
de acumuladas) no início e no fim do período; e
e) Uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que mostre as adições,
as revalorizações, as alienações, os ativos classificados como detidos para venda, as amorti-
zações, as perdas de imparidade e suas reversões e outras alterações.
73 – As demonstrações financeiras devem também divulgar:
a) A existência e quantias de restrições de titularidade e ativos fixos tangíveis que sejam dados
como garantia de passivos;
b) A quantia de dispêndios reconhecida na quantia escriturada de um item do ativo fixo tangível
no decurso da sua construção;
c) A quantia de compromissos contratuais para a aquisição de ativos fixos tangíveis; e
d) Se não for divulgada separadamente na face da demonstração dos resultados, a quantia de
compensação de terceiros por itens do ativo fixo tangível que estiverem com imparidade, per-
didos ou cedidos que seja incluída nos resultados.
74 – A seleção do método de depreciação e a estimativa da vida útil dos ativos são questões de juízo
de valor. Por isso, a divulgação dos métodos adotados e da estimativa das vidas úteis ou das taxas
de depreciação proporciona aos utentes das demonstrações financeiras informação que lhes permite
passar em revista as políticas selecionadas pelo órgão de gestão e facilita comparações com outras
entidades. Por razões semelhantes, é necessário divulgar:
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a) A depreciação, quer reconhecida nos resultados ou como parte de um custo de outros ativos,
durante um período; e
b) A depreciação acumulada no final do período.
75 – Se os itens do ativo fixo tangível forem expressos por quantias revalorizadas, deve ser divulgado
o seguinte:
a) A data de eficácia da revalorização;
b) Se esteve ou não envolvido um avaliador independente;
c) A medida em que o justo valor dos itens foi determinado diretamente por referência a preços
observáveis num mercado ativo ou em transações de mercado recentes numa base de não re-
lacionamento entre as partes; e
d) O excedente de revalorização, indicando a alteração do período e quaisquer restrições na dis-
tribuição do saldo aos acionistas.
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Artigo 23.º, n.º 1, al. Consideram-se gastos os que comprovadamente sejam indispensáveis para a realização dos rendimentos
g) do CIRC sujeitos a imposto ou para a manutenção da fonte produtora, nomeadamente:
(…)
g) Depreciações e amortizações;
Artigo 29.º, n.º 1 do São aceites como gastos as depreciações e amortizações de elementos do ativo sujeitos a deperecimento,
CIRC considerando-se como tais os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis, os ativos biológicos que não
sejam consumíveis e as propriedades de investimento contabilizados ao custo histórico que, com carácter
sistemático, sofram perdas de valor resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo.
Artigo 1.º do DR 1 - Podem ser objeto de depreciação ou amortização os elementos do ativo sujeitos a deperecimento,
25/2009 considerando-se como tais os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis, os ativos biológicos que não
sejam consumíveis e as propriedades de investimento contabilizados ao custo histórico que, com carácter
sistemático, sofrerem perdas de valor resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo.
2 - Salvo razões devidamente justificadas e aceites pela Direcção-Geral dos Impostos, as depreciações e
amortizações só são consideradas:
a) Relativamente a ativos fixos tangíveis e a propriedades de investimento, a partir da sua entrada em
funcionamento ou utilização;
b) Relativamente aos ativos biológicos que não sejam consumíveis e aos ativos intangíveis, a partir da sua
aquisição ou do início de atividade, se posterior, ou ainda, no que se refere aos ativos intangíveis, quando
se trate de elementos especificamente associados à obtenção de rendimentos, a partir da sua utilização
com esse fim.
3 - As depreciações e amortizações só são aceites para efeitos fiscais desde que contabilizadas como
gastos no mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores.
Artigo 30.º, n.º 1 do O cálculo das depreciações e amortizações faz-se, em regra, pelo método das quotas constantes.
CIRC
Artigo 31.º, n.º 1 do 1 - No método das quotas constantes, a quota anual de depreciação ou amortização que pode ser aceite como
CIRC gasto do período de tributação determina-se aplicando as taxas de depreciação ou amortização definidas no
decreto regulamentar que estabelece o respetivo regime aos seguintes valores:
a) Custo de aquisição ou de produção;
b) Valor resultante de reavaliação ao abrigo de legislação de carácter fiscal;
c) Valor de mercado, à data de abertura da escrita, para os bens objeto de avaliação para esse efeito,
quando não seja conhecido o custo de aquisição ou de produção.
Artigo 4.º do DR 1 - O cálculo das depreciações e amortizações faz-se, em regra, pelo método das quotas constantes.
25/2009 2 - Pode, no entanto, optar-se pelo cálculo das depreciações pelo método das quotas decrescentes, re-
lativamente aos ativos fixos tangíveis novos, adquiridos a terceiros ou construídos ou produzidos pela
própria empresa, e que não sejam:
a) Edifícios;
b) Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, exceto quando afetas à exploração de serviço público de
transportes ou destinadas a ser alugadas no exercício da atividade normal do sujeito passivo;
c) Mobiliário e equipamentos sociais.
3 - Quando a natureza do deperecimento ou a atividade económica do sujeito passivo o justifique podem,
ainda, ser aplicados métodos de depreciação e amortização diferentes dos indicados nos números anteriores,
mantendo-se os períodos máximos e mínimos de vida útil, desde que, mediante requerimento, seja obtido o
reconhecimento prévio da Direcção-Geral dos Impostos, salvo quando daí não resulte uma quota anual de
depreciação ou amortização superior à prevista nos artigos seguintes.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 2.º, n.º 5 do 5 - São, ainda, incluídos no custo de aquisição ou de produção, de acordo com a normalização contabi-
DR 25/2009 lística especificamente aplicável, os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à
aquisição ou produção de elementos referidos no n.º 1 do artigo anterior, na medida em que respeitem ao
período anterior à sua entrada em funcionamento ou utilização, desde que este seja superior a um ano.
Artigo 33.º do CIRC Relativamente a elementos do ativo sujeitos a deperecimento cujos custos unitários não ultrapassem €
1.000, é aceite a dedução, no período de tributação do respetivo custo de aquisição ou de produção, ex-
ceto quando façam parte integrante de um conjunto de elementos que deva ser depreciado ou amortizado
como um todo.
Artigo 19.º do DR 1 - Os elementos do ativo sujeitos a deperecimento, cujos custos unitários de aquisição ou de produção
25/2009 não ultrapassem € 1000, podem ser totalmente depreciados ou amortizados num só período de tribu-
tação, exceto quando façam parte integrante de um conjunto de elementos que deva ser depreciado ou
amortizado como um todo.
2 - Considera-se sempre verificado o condicionalismo da parte final do número anterior quando os men-
cionados elementos não possam ser avaliados e utilizados individualmente.
3 - Os ativos depreciados ou amortizados nos termos do n.º 1 devem constar dos mapas das depreciações e
amortizações pelo seu valor global, numa linha própria para os elementos adquiridos ou produzidos em cada
período de tributação, com a designação «Elementos de custo unitário inferior a € 1000», elementos estes cujo
período máximo de vida útil se considera, para efeitos fiscais, de um ano.
Artigo 34.º do CIRC 1 - Não são aceites como gastos:
a) As depreciações e amortizações de elementos do ativo não sujeitos a deperecimento;
b) As depreciações de imóveis na parte correspondente ao valor dos terrenos ou não sujeita a deperecimento;
c) As depreciações e amortizações que excedam os limites estabelecidos nos artigos anteriores;
d) As depreciações e amortizações praticadas para além do período máximo de vida útil, ressalvando-se
os casos especiais devidamente justificados e aceites pela Direcção-Geral dos Impostos;
e) As depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, incluindo os veículos elétricos, na parte
correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente ao montante a definir por
portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, bem como dos barcos de recreio e
aviões de turismo e todos os gastos com estes relacionados, desde que tais bens não estejam afetos à
exploração do serviço público de transportes ou não se destinem a ser alugados no exercício da atividade
normal do sujeito passivo.
2 - Para efeitos do disposto na alínea d) do número anterior, o período máximo de vida útil é o que se deduz
das quotas mínimas de depreciação ou amortização, nos termos do n.º 6 do artigo 30.º, contado a partir do
ano de entrada em funcionamento ou utilização dos elementos a que respeitem.
Artigo 9.º do DR 1 - Quando os ativos fixos tangíveis estiverem sujeitos a desgaste mais rápido do que o normal, em consequência
25/2009 de laboração em mais do que um turno, pode ser aceite como gasto do período de tributação:
a) Se a laboração for em dois turnos, uma quota de depreciação correspondente à que puder ser praticada
pelo método que estiver a ser aplicado, acrescida até 25%;
b) Se a laboração for superior a dois turnos, uma quota de depreciação correspondente à que puder ser
praticada pelo método que estiver a ser aplicado, acrescida até 50%.
2 - No caso do método das quotas decrescentes, o disposto no número anterior não pode ser aplicado
relativamente ao primeiro período de depreciação, nem dele pode decorrer, nos períodos seguintes, uma
quota de depreciação superior à que puder ser praticada nesse primeiro período.
3 - O regime mencionado no n.º 1 pode igualmente ser extensivo a outros casos de desgaste mais rápido
do que o normal, em consequência de outras causas devidamente justificadas, até ao máximo referido na
alínea b) do n.º 1, com as limitações mencionadas no número anterior, desde que, mediante requerimento,
seja obtido o reconhecimento prévio da Direcção-Geral dos Impostos.
4 - O disposto nos números anteriores não é aplicável, em regra, relativamente a:
a) Edifícios e outras construções;
b) Bens que, pela sua natureza ou tendo em conta a atividade económica em que especificamente são
utilizados, estão normalmente sujeitos a condições intensivas de exploração.
Artigo 10.º do DR 1 - No caso de imóveis, do valor a considerar nos termos do artigo 2.º, para efeitos do cálculo das respe-
25/2009 tivas quotas de depreciação, é excluído o valor do terreno ou, tratando-se de terrenos de exploração, a
parte do respetivo valor não sujeita a deperecimento.
2 - De modo a permitir o tratamento referido no número anterior, devem ser evidenciados separadamen-
te, no processo de documentação fiscal previsto no artigo 130.º do Código do IRC:
a) O valor do terreno e o valor da construção, sendo o valor do primeiro apenas o subjacente à construção
e o que lhe serve de logradouro;
b) A parte do valor do terreno de exploração não sujeita a deperecimento e a parte desse valor a ele sujeita.
3 - Em relação aos imóveis adquiridos sem indicação expressa do valor do terreno referido na alínea a) do
número anterior, o valor a atribuir a este, para efeitos fiscais, é fixado em 25% do valor global, a menos
que o sujeito passivo estime outro valor com base em cálculos devidamente fundamentados e aceites pela
Direcção-Geral dos Impostos.
4 - O valor a atribuir ao terreno, para efeitos fiscais, nunca pode, porém, ser inferior ao determinado nos
termos do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12
de Novembro.
5 - O valor depreciável de um imóvel corresponde ao seu valor de construção ou, tratando-se de terrenos
para exploração, à parte do respetivo valor sujeita a deperecimento.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 12.º do DR 1 - Os elementos depreciáveis ou amortizáveis adquiridos ou produzidos por entidades concessionárias
25/2009 e que, nos termos das cláusulas do contrato de concessão, sejam revertíveis no final desta, podem ser
depreciados ou amortizados em função do número de anos que restem do período de concessão, quando
aquele for inferior ao seu período mínimo de vida útil.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a quota anual de depreciação ou amortização que pode ser
aceite como gasto do período de tributação determina-se dividindo o custo de aquisição ou de produção dos
elementos, deduzido, se for caso disso, da eventual contrapartida da entidade concedente, pelo número de anos
que decorrer desde a sua entrada em funcionamento ou utilização até à data estabelecida para a reversão.
3 - Na determinação da quota anual de depreciação ou amortização deve ser tido em consideração, com
a limitação mencionada na parte final do n.º 1, o novo período que resultar de eventual prorrogação ou
prolongamento do período de concessão, a partir do período de tributação em que esse facto se verifique.
Artigo 14.º do DR 1 - As peças e componentes de substituição ou de reserva, que sejam perfeitamente identificáveis e de uti-
25/2009 lização exclusiva em ativos fixos tangíveis, podem ser excecionalmente depreciadas, a partir da data da
entrada em funcionamento ou utilização destes ativos ou da data da sua aquisição, se posterior, durante
o mesmo período da vida útil dos elementos a que se destinam ou, no caso de ser menor, no decurso do
respetivo período de vida útil calculado em função do número de anos de utilidade esperada.
2 - O regime referido no número anterior não se aplica às peças e componentes que aumentem o valor ou
a duração esperada dos elementos em que são aplicados.
Artigo 15.º do DR 1 - O regime de aceitação como gastos das depreciações de bens reavaliados ao abrigo de legislação de
25/2009 carácter fiscal é o mencionado na mesma, com as adaptações resultantes do presente decreto regulamen-
tar, aplicando-se aos bens reavaliados nos termos da Portaria n.º 20 258, de 28 de Dezembro de 1963, o
regime previsto no n.º 2 do artigo 5.º
2 - Relativamente às reavaliações ao abrigo de diplomas de carácter fiscal, é de observar o seguinte:
a) Não é aceite como gasto, para efeitos fiscais, o produto de 0,4 pela importância do aumento das de-
preciações resultantes dessas reavaliações;
b) Não é aceite como gasto, para efeitos fiscais, a parte do valor depreciável dos bens que tenham sofrido des-
valorizações excecionais nos termos do artigo 38.º do Código do IRC que corresponda à reavaliação efetuada.
3 - Excetuam-se do disposto no número anterior as reavaliações efetuadas ao abrigo da Portaria n.º
20258, de 28 de Dezembro de 1963, e do Decreto-Lei n.º 126/77, de 2 de Abril, desde que efetuadas nos
termos previstos nessa legislação e, na parte aplicável, com observância das disposições do presente
decreto regulamentar, caso em que o aumento das depreciações resultante da reavaliação é aceite na
totalidade como gasto para efeitos fiscais.
Artigo 35.º do CIRC 1 - Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes perdas por imparidade contabilizadas no mesmo
período de tributação ou em períodos de tributação anteriores:
a) As relacionadas com créditos resultantes da atividade normal que, no fim do período de tributação,
possam ser considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade;
b) As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de seguros;
c) As que consistam em desvalorizações excecionais verificadas em ativos fixos tangíveis, ativos intangí-
veis, ativos biológicos não consumíveis e propriedades de investimento.
2 - Podem também ser deduzidas para efeitos fiscais as perdas por imparidade e outras correções de valor
contabilizadas no mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores, quando consti-
tuídas obrigatoriamente, por força de normas emanadas pelo Banco de Portugal, de carácter genérico e
abstrato, pelas entidades sujeitas à sua supervisão e pelas sucursais em Portugal de instituições de crédito
e outras instituições financeiras com sede em outro Estado membro da União Europeia, destinadas à co-
bertura de risco específico de crédito e de risco-país e para menos-valias de títulos e de outras aplicações.
3 - As perdas por imparidade e outras correções de valor referidas nos números anteriores que não de-
vam subsistir, por deixarem de se verificar as condições objetivas que as determinaram, consideram-se
componentes positivas do lucro tributável do respetivo período de tributação.
4 - As perdas por imparidade de ativos depreciáveis ou amortizáveis que não sejam aceites fiscalmente
como desvalorizações excecionais são consideradas como gastos, em partes iguais, durante o período de
vida útil restante desse ativo ou, sem prejuízo do disposto nos artigos 38.º e 46.º, até ao período de tribu-
tação anterior àquele em que se verificar o abate físico, o desmantelamento, o abandono, a inutilização
ou a transmissão do mesmo.
73
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 38.º do CIRC 1 - Podem ser aceites como perdas por imparidade as desvalorizações excecionais referidas na alínea c)
do n.º 1 do artigo 35.º provenientes de causas anormais devidamente comprovadas, designadamente, de-
sastres, fenómenos naturais, inovações técnicas excecionalmente rápidas ou alterações significativas, com
efeito adverso, no contexto legal.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, o sujeito passivo deve obter a aceitação da Direcção-
-Geral dos Impostos, mediante exposição devidamente fundamentada, a apresentar até ao fim do primeiro
mês do período de tributação seguinte ao da ocorrência dos factos que determinaram as desvalorizações
excecionais, acompanhada de documentação comprovativa dos mesmos, designadamente da decisão do
competente órgão de gestão que confirme aqueles factos, de justificação do respetivo montante, bem como
da indicação do destino a dar aos ativos, quando o abate físico, o desmantelamento, o abandono ou a inuti-
lização destes não ocorram no mesmo período de tributação.
3 - Quando os factos que determinaram as desvalorizações excecionais dos ativos e o abate físico, o des-
mantelamento, o abandono ou a inutilização ocorram no mesmo período de tributação, o valor líquido fiscal
dos ativos, corrigido de eventuais valores recuperáveis pode ser aceite como gasto do período, desde que:
a) Seja comprovado o abate físico, desmantelamento, abandono ou inutilização dos bens, através do res-
petivo auto, assinado por duas testemunhas, e identificados e comprovados os factos que originaram as
desvalorizações excecionais;
b) O auto seja acompanhado de relação discriminativa dos elementos em causa, contendo, relativamente a cada
ativo, a descrição, o ano e o custo de aquisição, bem como o valor líquido contabilístico e o valor líquido fiscal;
c) Seja comunicado ao serviço de finanças da área do local onde aqueles bens se encontrem, com a ante-
cedência mínima de 15 dias, o local, a data e a hora do abate físico, o desmantelamento, o abandono ou a
inutilização e o total do valor líquido fiscal dos mesmos.
4 - O disposto nas alíneas a) a c) do número anterior deve igualmente observar-se nas situações previstas
no n.º 2, no período de tributação em que venha a efetuar-se o abate físico, o desmantelamento, o abandono
ou a inutilização dos ativos.
5 - A aceitação referida no n.º 2 é da competência do diretor de finanças da área da sede, direção efetiva ou
estabelecimento estável do sujeito passivo ou do diretor dos Serviços de Inspeção Tributária, tratando-se
de empresas incluídas no âmbito das suas atribuições.
6 - A documentação a que se refere o n.º 3 deve integrar o processo de documentação fiscal, nos termos do artigo 130.º
Artigo 45.º, n.º 1, al. 1 - Não são dedutíveis para efeitos da determinação do lucro tributável os seguintes encargos, mesmo
l) do CIRC quando contabilizados como gastos do período de tributação:
(…)
l) As menos-valias realizadas relativas a barcos de recreio, aviões de turismo e viaturas ligeiras de passa-
geiros ou mistas, que não estejam afetos à exploração de serviço público de transportes nem se destinem a
ser alugados no exercício da atividade normal do sujeito passivo, exceto na parte em que correspondam ao
valor fiscalmente depreciável nos termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 34.º ainda não aceite como gasto;
Artigo 46.º do CIRC 1 - Consideram-se mais-valias ou menos-valias realizadas os ganhos obtidos ou as perdas sofridas mediante
transmissão onerosa, qualquer que seja o título por que se opere e, bem assim, os decorrentes de sinistros ou os
resultantes da afetação permanente a fins alheios à atividade exercida, respeitantes a:
a) Ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, ativos biológicos que não sejam consumíveis e propriedades de inves-
timento, ainda que qualquer destes ativos tenha sido reclassificado como ativo não corrente detido para venda;
b) Instrumentos financeiros, com exceção dos reconhecidos pelo justo valor nos termos das alíneas a) e b) do n.º
9 do artigo 18.º
2 - As mais-valias e as menos-valias são dadas pela diferença entre o valor de realização, líquido dos encargos
que lhe sejam inerentes, e o valor de aquisição deduzido das perdas por imparidade e outras correções de valor
previstas no artigo 35.º, bem como das depreciações ou amortizações aceites fiscalmente, sem prejuízo da parte
final do n.º 5 do artigo 30.º
3 - Considera-se valor de realização:
a) No caso de troca, o valor de mercado dos bens ou direitos recebidos, acrescido ou diminuído, consoante o caso,
da importância em dinheiro conjuntamente recebida ou paga;
b) No caso de expropriações ou de bens sinistrados, o valor da correspondente indemnização;
c) No caso de bens afetos permanentemente a fins alheios à atividade exercida, o seu valor de mercado;
d) Nos casos de fusão ou cisão, o valor de mercado dos elementos transmitidos em consequência daqueles atos;
e) No caso de alienação de títulos de dívida, o valor da transação, líquido dos juros contáveis desde a data do
último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não houver ocorrido qualquer ven-
cimento, até à data da transmissão, bem como da diferença pela parte correspondente àqueles períodos, entre
o valor de reembolso e o preço da emissão, nos casos de títulos cuja remuneração seja constituída, total ou
parcialmente, por aquela diferença;
f) Nos demais casos, o valor da respetiva contraprestação.
4 - No caso de troca por bens futuros, o valor de mercado destes é o que lhes corresponderia à data da troca.
5 - São assimiladas a transmissões onerosas:
a) A promessa de compra e venda ou de troca, logo que verificada a tradição dos bens;
b) As mudanças no modelo de valorização relevantes para efeitos fiscais, nos termos do n.º 9 do artigo 18.º, que
decorram, designadamente, de reclassificação contabilística ou de alterações nos pressupostos referidos na alí-
nea a) do n.º 9 deste mesmo artigo.
6 - Não se consideram mais-valias ou menos-valias:
a) Os resultados obtidos em consequência da entrega pelo locatário ao locador dos bens objeto de locação
financeira;
b) Os resultados obtidos na transmissão onerosa, ou na afetação permanente nos termos referidos no n.º 1, de
títulos de dívida cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, pela diferença entre o valor de reem-
bolso ou de amortização e o preço de emissão, primeira colocação ou endosso.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 47.º do CIRC 1 - O valor de aquisição corrigido nos termos do n.º 2 do artigo anterior é atualizado mediante aplicação
dos coeficientes de desvalorização da moeda para o efeito publicados em portaria do Ministro das Finan-
ças, sempre que, à data da realização, tenham decorrido pelo menos dois anos desde a data da aquisição,
sendo o valor dessa atualização deduzido para efeitos da determinação do lucro tributável.
2 - A correção monetária a que se refere o número anterior não é aplicável aos instrumentos financeiros,
salvo quanto às partes de capital.
3 - Quando, nos termos do regime especial previsto nos artigos 76.º a 78.º, haja lugar à valorização
das participações sociais recebidas pelo mesmo valor pelo qual as antigas se encontravam registadas,
considera-se, para efeitos do disposto no n.º 1, data de aquisição das primeiras a que corresponder à das
últimas.
Artigo 48.º do CIRC 1 - Para efeitos da determinação do lucro tributável, a diferença positiva entre as mais-valias e as menos-
-valias, calculadas nos termos dos artigos anteriores, realizadas mediante a transmissão onerosa de ati-
vos fixos tangíveis, ativos biológicos que não sejam consumíveis e propriedades de investimento, detidos
por um período não inferior a um ano, ainda que qualquer destes ativos tenha sido reclassificado como
ativo não corrente detido para venda, ou em consequência de indemnizações por sinistros ocorridos nes-
tes elementos, é considerada em metade do seu valor, sempre que, no período de tributação anterior ao
da realização, no próprio período de tributação ou até ao fim do segundo período de tributação seguinte,
o valor de realização correspondente à totalidade dos referidos ativos seja reinvestido na aquisição,
produção ou construção de ativos fixos tangíveis, de ativos biológicos que não sejam consumíveis ou em
propriedades de investimento, afetos à exploração, com exceção dos bens adquiridos em estado de uso
a sujeito passivo de IRS ou IRC com o qual existam relações especiais nos termos definidos no n.º 4 do
artigo 63.º
2 - No caso de se verificar apenas o reinvestimento parcial do valor de realização, o disposto no número
anterior é aplicado à parte proporcional da diferença entre as mais-valias e as menos-valias a que o
mesmo se refere.
3 - Não é suscetível de beneficiar do regime previsto nos números anteriores o investimento em que tive-
rem sido deduzidos os valores referidos nos artigos 40.º e 42.º
4 - O disposto nos números anteriores é aplicável à diferença positiva entre as mais-valias e as menos-
-valias realizadas mediante a transmissão onerosa de partes de capital, incluindo a sua remição e amor-
tização com redução de capital, com as seguintes especificidades:
a) O valor de realização correspondente à totalidade das partes de capital deve ser reinvestido, total
ou parcialmente, na aquisição de participações no capital de sociedades comerciais ou civis sob forma
comercial ou na aquisição, produção ou construção de ativos fixos tangíveis, de ativos biológicos que não
sejam consumíveis ou em propriedades de investimento, afetos à exploração, nas condições referidas na
parte final do n.º 1;
b) As participações de capital alienadas devem ter sido detidas por período não inferior a um ano e cor-
responder a, pelo menos, 10% do capital social da sociedade participada, devendo as partes de capital
adquiridas ser detidas por igual período;
c) As transmissões onerosas e aquisições de partes de capital não podem ser efetuadas com entidades:
1) Residentes de país, território ou região cujo regime de tributação se mostre claramente mais favorável,
constante de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças; ou
2) Com as quais existam relações especiais, exceto quando se destinem à realização de capital social,
caso em que o reinvestimento se considera totalmente concretizado quando o valor das participações de
capital assim realizadas não seja inferior ao valor de mercado daquelas transmissões.
5 - Para efeitos do disposto nos n.ºs 1, 2 e 4, os contribuintes devem mencionar a intenção de efetuar o
reinvestimento na declaração a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 117.º do período de tributação
em que a realização ocorre, comprovando na mesma e nas declarações dos dois períodos de tributação
seguintes os reinvestimentos efetuados.
6 - Não sendo concretizado, total ou parcialmente, o reinvestimento até ao fim do segundo período de
tributação seguinte ao da realização, considera-se como rendimento desse período de tributação, respe-
tivamente, a diferença ou a parte proporcional da diferença prevista nos n.ºs 1 e 4 não incluída no lucro
tributável majorada em 15%.
7 - Não sendo mantidas na titularidade do adquirente, durante o período previsto na alínea b) do n.º 4, as
partes de capital em que se concretizou o reinvestimento, exceto se a transmissão ocorrer no âmbito de
uma operação de fusão, cisão, entrada de ativos ou permuta de ações a que se aplique o regime previsto
no artigo 74.º, é aplicável, no período de tributação da alienação, o disposto na parte final do número
anterior, com as necessárias adaptações.
Artigo 20.º do DR As depreciações e amortizações que não sejam consideradas como gastos fiscais no período de tributa-
25/2009 ção em que foram contabilizadas, por excederem as importâncias máximas admitidas, são aceites como
gastos fiscais nos períodos seguintes, na medida em que não se excedam as quotas máximas de deprecia-
ção ou amortização fixadas no presente decreto regulamentar.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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(*) Note-se que no quinto ano a quantia depreciável, no montante de 37.500 €, é inferior à quota
de depreciação calculada pelo método das unidades de produção. O valor da depreciação corres-
ponde ao valor da quantia depreciável.
Caso Prático II
A sociedade WORLD COD, SA adquiriu em janeiro do ano N uma linha de seleção e embalamento de
bacalhau salgado seco que custava, a pronto pagamento, 275.000 €. As condições acordadas foram:
• 75.000 € no momento da entrega do equipamento
• Restante através de 4 letras aceites, com vencimento semestral, no montante de 55.098 €
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Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Capital em
Data Aceite Juro Amortização
dívida
Jan / N 200.000 € 0€ 0€ 0€
Jun / N 152.902 € 55.098 € 8.000 € 47.098 €
Dez /N 103.920 € 55.098 € 6.116 € 48.982 €
Jun / N+1 52.979 € 55.098 € 4.157 € 50.941 €
Dez / N+2 55.098 € 2.119 € 52.979 €
Total 220.392 € 20.392 € 200.000 €
28 Diferimentos
281 Gastos a reconhecer 8.000 €
12 Depósitos à ordem 55.098 €
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28 Diferimentos
281 Gastos a reconhecer 6.116 €
12 Depósitos à ordem 55.098 €
22 Fornecedores
221 Fornecedores c/c 12.500 €
A inspeção bienal é considerada significativa, podendo ser reconhecida como ativo fixo tangí-
vel (NCRF 7, §. 15). Cada nova inspeção deve ser reconhecida, mas os montantes de inspeções
anteriormente reconhecidas devem ser desreconhecidas. Além disso, no cálculo da depreciação
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anual deve-se efetuar a separação dos componentes, considerando que a depreciação do valor da
inspeção tem um período de vida útil de dois anos, enquanto que a máquina tem um período de
vida útil de 6 anos.
Componente 1 (máquina): 88.500 € Depreciação: 88.500 € / 6 = 14.750 €
Componente 2 (inspeção): 30.000 € Depreciação: 30.000 € / 2 = 15.000 €
No ano N+2 ocorre a primeira inspeção. Cada nova inspeção deve ser reconhecida, mas os mon-
tantes de inspeções anteriormente reconhecidas devem ser desreconhecidas (NCRF 7, §. 15).
Caso Prático IV
A empresa ALFA, SA adquiriu um janeiro do ano N duas viaturas no valor de 50.000 € cada. Foi
estimado um período de vida útil de 4 anos. Em janeiro do ano N+1 efetuou as seguintes operações
de troca de ativos:
• Entrega da viatura 1, cujo justo valor era de 35.000 €, mais um pagamento de 1.000 €,
por uma outra viatura com um justo valor de 36.000 €;
• Entrega da viatura 2, cujo justo valor era de 30.000 €, por uma máquina de quinagem de
chapa com um justo valor de 35.000 €.
A Administração considera que apenas na troca com a viatura 2 os fluxos de caixa do ativo rece-
bido diferirão dos do ativo cedido.
Pretende-se que proceda ao tratamento contabilístico das operações.
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Resolução
Troca 1:
Como esta troca não tem substância comercial, de acordo com a NCRF 7 (§. 25) o custo do ativo
adquirido deve ser escriturado com base na quantia do ativo cedido. Não há lugar ao apuramento
de qualquer ganho ou perda com a operação.
Valor do ativo recebido: 50.000 € - (50.000 € / 4 anos) + 1.000 € = 38.500 €
Reconhecimento do ativo
43 Ativos fixos tangíveis
434 Equipamento de transporte 38.500 €
Troca 2:
Como a troca tem substância comercial (NCRF 7, §. 26) o ativo recebido vai ser escriturado pelo
seu justo valor.
Valor do ativo recebido: 35.000 €
Perda: 35.000 € - (50.000 € - 12.500 €) = - 2.500 €
Reconhecimento do ativo
43 Ativos fixos tangíveis
434 Equipamento básico 35.000 €
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Caso Prático V:
A empresa Faianças do Norte, SA adquiriu em janeiro do ano N uma linha de produção por
500.000 €. A linha é composta pelos seguintes componentes:
Descrição Valor Vida útil
Forno 250.000 € 10 anos
Passadeira rolante 100.000 € 8 anos
Câmara de arrefecimento 120.000 € 7 anos
Restantes itens 30.000 € 5 anos
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46 – Ativos não correntes detidos para venda Esta conta destina-se a registar os ativos a que se refere a NCRF 8 – Ativos
não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas. Os
passivos associados a ativos não correntes detidos para venda mantêm a sua
mensuração e apenas deverão ser identificados para efeitos de divulgação.
469 – Perdas por imparidade acumuladas ...
65 – Perdas por imparidade …
762 – Reversão de perdas por imparidade …
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• Ativos não correntes que sejam mensurados pelo justo valor menos os custos estimados
do ponto de venda (NCRF 17 – Agricultura).
2.5.1.1 Reconhecimento
Regra geral: um ativo não corrente é classificado como detido para venda e, portanto, apresenta-
do no balanço, separadamente, como ativo corrente, quando a sua quantia escriturada é recuperada
pela venda em vez de pelo uso.
Afere-se que a quantia escriturada de um ativo é recuperada essencialmente pela venda quando
(NCRF 8, §. 7):
• O ativo está disponível para venda imediata na sua condição presente;
• A sua venda seja altamente provável.
Da definição ressaltam dois pormenores importantes: venda imediata e venda altamente provável.
Decorrente da definição de ativo corrente, presume-se venda imediata quando a mesma seja efe-
tuada num prazo de 12 meses após a data do balanço (NCRF 8, §§. 6, 8 e 11).
Considera-se que a venda do ativo é altamente provável quando a sua “possibilidade de ocorrên-
cia é significativamente mais do que provável” (NCRF 8, §. 6). Esta probabilidade de ocorrência é
observável pelo cumprimento dos seguintes requisitos (NCRF 8, §. 8):
• A hierarquia da gestão está empenhada num plano de venda do ativo;
• Deve ter sido iniciado um programa para localizar um comprador;
• O ativo deve ser amplamente publicitado para venda a um preço razoável em compara-
ção com o seu justo valor;
• A venda seja efetuada dentro de um ano;
• Exista improbabilidade de ocorrer alterações significativas no plano de venda.
É permitido um prolongamento do programa de venda para além de um ano desde que as causas
justificativas do prolongamento não sejam atribuíveis, nem controláveis à entidade e continue a
existir evidência suficiente sobre o compromisso de concluir o plano de venda (NCRF 8 §. 9). A
extensão do período exigido para concluir a venda pode ocorrer nas situações previstas no Apên-
dice A da NCRF 8:
“Extensão do período exigido para concluir uma venda (§ A1)
A1. Tal como indicado no parágrafo 9, uma extensão do período durante o qual se exige que a
venda seja concluída não exclui que um ativo (ou grupo para alienação) seja classificado como
detido para a venda se o atraso for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora do contro-
lo da entidade e se houver prova suficiente de que a entidade continua comprometida com o seu
plano de vender o ativo (ou grupo para alienação). Uma exceção ao requisito de um ano referido
no parágrafo 8 deve portanto aplicar-se nas seguintes situações em que esses acontecimentos ou
circunstâncias ocorram:
(a) à data em que uma entidade se compromete a planear a venda de um ativo não corrente (ou gru-
po para alienação), ela espera razoavelmente que outros (não compradores) imponham condições
à transferência do ativo (ou grupo para alienação) que prolonguem o período exigido para que a
venda seja concluída; e
(i) as ações necessárias para responder a essas condições não podem ser iniciadas antes de
ser obtido um compromisso firme de compra; e
(ii) um compromisso firme de compra é altamente provável dentro de um ano.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
(b) uma entidade obtém um compromisso firme de compra e, como resultado, um comprador ou
outros impõem inesperadamente condições à transferência de um ativo não corrente (ou grupo para
alienação), anteriormente classificado como detido por venda, que irão prolongar o período exigido
para que a venda seja concluída; e
(i) foram tomadas as ações tempestivas necessárias para responder às condições; e
(ii) se espere uma resolução favorável dos factos que condicionam o atraso.
(c) durante o período inicial de um ano, ocorrem circunstâncias que foram anteriormente conside-
radas improváveis e, como resultado, um ativo não corrente (ou grupo para alienação) anterior-
mente classificado como detido para venda não é vendido até ao final desse período; e
(i) durante o período inicial de um ano, a entidade envidou as ações necessárias para res-
ponder à alteração nas circunstâncias;
(ii) o ativo não corrente (ou grupo para alienação) está a ser amplamente publicitado a um
preço que é razoável, dada a alteração nas circunstâncias; e
(iii) foi satisfeito o critério do parágrafo 8.”
Os acontecimentos após a data do balanço tem uma importância crucial na avaliação do cumpri-
mento dos critérios de reconhecimento exigidos no NCRF 8, §.8). Se estes critérios forem satisfeitos
após a data do balanço, a entidade não deve classificar um ativo não corrente como detido para
venda. Contudo, se eles forem satisfeitos entre a data do balanço e a data da autorização para emis-
são das demonstrações financeiras devem ser feitas as seguintes divulgações (NCRF 8, §. 38):
Uma entidade deve divulgar a seguinte informação nas Notas às Demonstrações Financeiras do perí-
odo em que o ativo não corrente (ou grupo para alienação) foi classificado como detido para venda ou
vendido:
(a) uma descrição do ativo não corrente (ou grupo para alienação);
(b) uma descrição dos factos e circunstâncias da venda, ou que conduziram à alienação esperada,
e a forma e tempestividade esperada para essa alienação;
(c) o ganho ou perda reconhecido de acordo com os parágrafos 20 a 22 e, se não tiver sido apresen-
tado separadamente na face da demonstração dos resultados, o título na demonstração dos
resultados que inclua esse ganho ou perda.
Estes planos de venda podem incluir trocas de ativos, desde que a transação tenha natureza co-
mercial (NCRF 8, §. 10).
No caso de aquisição de ativos não correntes com a intenção de revenda, o mesmo será classifica-
do como detido para venda nas seguintes condições:
• A venda do ativo seja realizada no prazo 12 meses; e
• Os demais critérios do §. 8 sejam cumpridos no prazo de 3 meses.
No caso de ativos não correntes a abandonar, a entidade não deve classificá-los como detidos
para venda, pois a sua quantia escriturada vai ser recuperada pelo uso, a menos que se trate de
unidades operacionais descontinuadas que (NCRF 8, §. 13):
• Representem uma importante linha de negócios separada ou uma área geográfica ope-
racional;
• Seja parte integrante de um único plano coordenado para alienar uma importante linha
de negócios separada ou área geográfica operacional; ou
• Seja uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista à revenda.
84
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Neste caso, a entidade é obrigada a efetuar as seguintes divulgações (NCRF 8, §§. 33-34):
33. Uma entidade deve divulgar relativamente às operações descontinuadas:
(a) a quantia de resultados reconhecida no período e respetiva análise; e
(b) os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às atividades de exploração, investimento e finan-
ciamento das unidades operacionais descontinuadas.
34. Se uma entidade deixar de classificar um componente de uma entidade como detido para venda,
os resultados do componente anteriormente apresentados nas unidades operacionais descontinua-
das devem ser reclassificados e incluídos no rendimento das unidades operacionais em continuação
para todos os períodos apresentados. As quantias relativas a exercícios anteriores devem ser des-
critas como tendo sido novamente apresentadas.
2.5.1.2 Mensuração
Regra geral: um ativo não corrente detido para venda deve ser mensurado pelo menor dos se-
guintes valores (NCRF 8, §§. 15, 18):
• Quantia escriturada, apurada de acordo com as NCRF aplicáveis até à classificação como
detido para venda;
• Justo valor menos custos de vender.
Ou seja, se:
Além disso, enquanto o ativo estiver classificado como detido para venda não deve ser deprecia-
do (NCRF 8, §. 25). Resumindo, quando a quantia escriturada for inferior ao justo valor menos
os custos de vender, o ativo não corrente detido para venda será reconhecido pela sua quantia
escriturada:
Descrição Débito Crédito
Quantia escriturada bruta 46X 43X
Depreciações acumuladas 438 46X
Perdas por imparidade acumuladas 439 469
Quando a quantia escriturada for superior ao justo valor menos os custos de vender, o ativo não
corrente detido para venda será reconhecido pelo justo valor menos os custos de vender e uma
perda por imparidade será reconhecida:
Descrição Débito Crédito
Quantia escriturada bruta 46X 43X
Depreciações acumuladas 438 46X
Perdas por imparidade acumuladas até à classificação 439 469
Perda por imparidade (QE > JV menos custos de vender) 658 469
Qualquer diminuição (aumento) posterior no justo valor menos os custos de vender deve ser re-
conhecido como reforço (reversão) da perda por imparidade.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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No caso de reversão, a mesma não pode exceder as quantias de perdas por imparidades reconhe-
cidas quer no âmbito da NCRF 8 (Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais
descontinuadas), quer no âmbito da NCRF 12 (Imparidade de ativos).
Descrição Débito Crédito
Reversão da perda por imparidade 469 7628
Os ganhos ou perdas decorrentes da alienação do ativo não correntes detido para venda resulta:
Quantia escriturada antes de o ativo ser classificado como Quantia recuperável à data da decisão posterior de não
detido para venda, ajustada por qualquer depreciação, vender
amortização ou revalorização que teria sido reconhecida se
o ativo não estivesse classificado como detido para venda
Qualquer ajustamento exigido na quantia escriturada de um ativo que deixe de ser classificado
como detido para venda deve ser incluído nos resultados, a menos que o ativo tenha sido revalo-
rizado antes da classificação, caso em que tais ajustamentos deverão ser tratados como acrésci-
mos/decréscimos de revalorização (NCRF 8, §. 28).
Quando um ativo deixa de ser classificado como detido para venda, a entidade deve divulgar, no
período da decisão de alteração do plano de venda, uma descrição dos atos e circunstâncias que
levaram à decisão (NCRF 8, §. 39).
2.5.1.4 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a ativos não correntes detidos para
negociação e unidades operacionais descontinuadas (NCRF 8, §§. 30-39):
30. Uma entidade deve apresentar e divulgar informação que permita aos utentes das demonstrações
financeiras avaliar os efeitos financeiros das unidades operacionais descontinuadas e das aliena-
ções de ativos não correntes (ou grupos para alienação).
Apresentar unidades operacionais descontinuadas (§§ 31 a 34)
31. Um componente de uma unidade compreende unidades operacionais e fluxos de caixa que possam
ser claramente distinguidos, operacionalmente e para finalidades de relato financeiro, do resto da
entidade. Por outras palavras, um componente de uma entidade terá sido uma unidade geradora de
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
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39. Caso se aplique o parágrafo 26 ou o parágrafo 29, uma entidade deve divulgar, no período da deci-
são para alterar o plano de vender o ativo não corrente (ou grupo para alienação), uma descrição dos
factos e circunstâncias que levaram à decisão.
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Artigo 47.º do CIRC 1 - O valor de aquisição corrigido nos termos do n.º 2 do artigo anterior é atualizado mediante aplicação
dos coeficientes de desvalorização da moeda para o efeito publicados em portaria do Ministro das Finan-
ças, sempre que, à data da realização, tenham decorrido pelo menos dois anos desde a data da aquisição,
sendo o valor dessa atualização deduzido para efeitos da determinação do lucro tributável.
2 - A correção monetária a que se refere o número anterior não é aplicável aos instrumentos financeiros,
salvo quanto às partes de capital.
3 - Quando, nos termos do regime especial previsto nos artigos 76.º a 78.º, haja lugar à valorização
das participações sociais recebidas pelo mesmo valor pelo qual as antigas se encontravam registadas,
considera-se, para efeitos do disposto no n.º 1, data de aquisição das primeiras a que corresponder à
das últimas.
Artigo 48.º do CIRC 1 - Para efeitos da determinação do lucro tributável, a diferença positiva entre as mais-valias e as
menos-valias, calculadas nos termos dos artigos anteriores, realizadas mediante a transmissão one-
rosa de ativos fixos tangíveis, ativos biológicos que não sejam consumíveis e propriedades de inves-
timento, detidos por um período não inferior a um ano, ainda que qualquer destes ativos tenha sido
reclassificado como ativo não corrente detido para venda, ou em consequência de indemnizações por
sinistros ocorridos nestes elementos, é considerada em metade do seu valor, sempre que, no período de
tributação anterior ao da realização, no próprio período de tributação ou até ao fim do segundo perí-
odo de tributação seguinte, o valor de realização correspondente à totalidade dos referidos ativos seja
reinvestido na aquisição, produção ou construção de ativos fixos tangíveis, de ativos biológicos que não
sejam consumíveis ou em propriedades de investimento, afetos à exploração, com exceção dos bens
adquiridos em estado de uso a sujeito passivo de IRS ou IRC com o qual existam relações especiais nos
termos definidos no n.º 4 do artigo 63.º
2 - No caso de se verificar apenas o reinvestimento parcial do valor de realização, o disposto no número anterior
é aplicado à parte proporcional da diferença entre as mais-valias e as menos-valias a que o mesmo se refere.
3 - Não é suscetível de beneficiar do regime previsto nos números anteriores o investimento em que
tiverem sido deduzidos os valores referidos nos artigos 40.º e 42.º
4 - O disposto nos números anteriores é aplicável à diferença positiva entre as mais-valias e as menos-
-valias realizadas mediante a transmissão onerosa de partes de capital, incluindo a sua remição e
amortização com redução de capital, com as seguintes especificidades:
a) O valor de realização correspondente à totalidade das partes de capital deve ser reinvestido, total
ou parcialmente, na aquisição de participações no capital de sociedades comerciais ou civis sob forma
comercial ou na aquisição, produção ou construção de ativos fixos tangíveis, de ativos biológicos que
não sejam consumíveis ou em propriedades de investimento, afetos à exploração, nas condições referi-
das na parte final do n.º 1;
b) As participações de capital alienadas devem ter sido detidas por período não inferior a um ano e
corresponder a, pelo menos, 10% do capital social da sociedade participada, devendo as partes de
capital adquiridas ser detidas por igual período;
c) As transmissões onerosas e aquisições de partes de capital não podem ser efetuadas com entidades:
1) Residentes de país, território ou região cujo regime de tributação se mostre claramente mais favorá-
vel, constante de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças; ou
2) Com as quais existam relações especiais, exceto quando se destinem à realização de capital social,
caso em que o reinvestimento se considera totalmente concretizado quando o valor das participações
de capital assim realizadas não seja inferior ao valor de mercado daquelas transmissões.
5 - Para efeitos do disposto nos n.ºs 1, 2 e 4, os contribuintes devem mencionar a intenção de efetuar o
reinvestimento na declaração a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 117.º do período de tributa-
ção em que a realização ocorre, comprovando na mesma e nas declarações dos dois períodos de tribu-
tação seguintes os reinvestimentos efetuados.
6 - Não sendo concretizado, total ou parcialmente, o reinvestimento até ao fim do segundo período
de tributação seguinte ao da realização, considera-se como rendimento desse período de tributação,
respetivamente, a diferença ou a parte proporcional da diferença prevista nos n.ºs 1 e 4 não incluída no
lucro tributável majorada em 15%.
7 - Não sendo mantidas na titularidade do adquirente, durante o período previsto na alínea b) do n.º 4,
as partes de capital em que se concretizou o reinvestimento, exceto se a transmissão ocorrer no âmbi-
to de uma operação de fusão, cisão, entrada de ativos ou permuta de ações a que se aplique o regime
previsto no artigo 74.º, é aplicável, no período de tributação da alienação, o disposto na parte final do
número anterior, com as necessárias adaptações.
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Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
No ano N+2 deve-se classificar o ativo como detido venda. O ativo não corrente detido para
venda deve ser mensurado pelo menor de entre a sua quantia escriturada e o justo valor me-
nos os custos de vender (NCRF 8 §. 15). Contudo, imediatamente antes da classificação inicial
do ativo como detido para venda, as quantias escrituradas do ativo devem ser mensuradas de
acordo com as NCRF aplicáveis. Até à classificação inicial estavam a ser aplicadas a NCRF 7 e
NCRF 12. Logo, deve-se, em primeiro lugar, reconhecer as depreciações do período e efetuar os
testes de imparidade.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
No ano N+3, como o ativo já se encontra classificado como ativo não corrente detido para venda,
as depreciações cessam (NCRF 8, §. 25). De acordo com a NCRF 8 (§. 21) os testes de imparidade
devem continuar a ser efetuados, e qualquer reforço ou reversão devem ser reconhecidas (mas
não para além da imparidade cumulativa que tenha sido reconhecida de acordo com a NCRF 8 ou
NCRF 12, nos casos de reversão).
Quantia escriturada em N+3: 85.000 €
Reversão da perda por imparidade: 90.000 € - 85.000 € = 5.000 €
Pela reversão das perdas por imparidade
46 Ativos não correntes detidos para venda
469 Perdas por imparidade acumuladas 5.000 €
76 Reversões
7628 Em ativos não correntes detidos para venda 5.000 €
No ano N+4 procedeu-se à alienação. Logo haverá lugar ao apuramento de uma perda ou um ga-
nho com a operação (NCRF 8, §. 24).
+/- Valia: 82.000 € - (93.750 € - 8.750 € + 5.000 €) = - 8.000 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Situação 2:
No ano N deve-se reconhecer o ativo adquirido, as depreciações do período e efetuar os testes de
imparidade de acordo com a NCRF 7 e NCRF 12.
Quota de depreciação anual: 150.000 € / 8 anos = 18.750 €
Quantia escriturada: 150.000 € - 18.750 € = 131.250 €
Como o justo valor menos os custos de vender e o valor de uso no ano N são superiores à quantia
escriturada, não há lugar ao registo de perdas por imparidade (NCRF 12).
Pela aquisição do equipamento
43 Ativos fixos tangíveis
433 Equipamento básico 150.000 €
No ano N+2 deve-se classificar o ativo como detido para venda. O ativo não corrente detido para
venda deve ser mensurado pelo menor de entre a sua quantia escriturada e o justo valor menos
os custos de vender (NCRF 8 §. 15). Contudo, imediatamente antes da classificação inicial do ati-
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
vo como detido para venda, as quantias escrituradas do ativo devem ser mensuradas de acordo
com as NCRF aplicáveis. Até à classificação inicial estavam a ser aplicadas a NCRF 7 e NCRF 12.
Logo, deve-se, em primeiro lugar, reconhecer as depreciações do período e efetuar os testes de
imparidade.
Quantia escriturada (N+2): 150.000 € - (3 x 18.750 €) = 93.750 €
Perda por imparidade: 85.000 € - 93.750 € = 8.750 €
Note-se que, ao contrário do que refere a NCRF 12, relativamente aos ativos não correntes detidos
para venda, o cálculo das perdas por imparidade leva em conta apenas o justo valor menos os
custos de vender. Ou seja, menospreza o valor de uso (NCRF 8, §. 15). Só depois se poderá classi-
ficar o ativo não corrente como detido para venda.
Pela depreciação do ano N+2
64 Gastos de depreciação e amortização
643 Ativos fixos tangíveis 18.750 €
No ano N+3, como o ativo já se encontra classificado como ativo não corrente detido para venda,
as depreciações cessam (NCRF 8, §. 25). De acordo com a NCRF 8 (§. 21) os testes de imparidade
devem continuar a ser efetuados, e qualquer reforço ou reversão reconhecida (mas não para além
da imparidade cumulativa que tenha sido reconhecida de acordo com a NCRF 8 ou NCRF 12).
Contudo, a administração abandonou o plano de venda em dezembro de N+3. A entidade deve
deixar de classificar o ativo não corrente como detido para venda (NCRF 8 §. 26). Nesta data o
ativo deve ser mensurado pelo valor mais baixo de entre (NCRF 8, §. 27):
a) a sua quantia escriturada antes da classificação como detido para venda, ajustada por qual-
quer depreciação que teria sido reconhecida;
b) a sua quantia recuperável à data da decisão de não vender.
Depreciação em N+3: 85.000 € / 5 anos restantes = 17.000 €
Quantia escriturada em N+3: 85.000 – 17.000 € = 68.000 €
Quantia recuperável em N+3: 91.000 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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No ano N+4 aplicando as regras da NCRF 7 e NCRF 12, procede-se ao registo das depreciações e
testes de imparidade.
Depreciação: 17.000 €
Quantia escriturada em N+4: 150.000 € - (3 x 18.750 € + 2 x 17.000 €) = 59.750 €
Quantia recuperável: 77.000 €
Pela depreciação do ano N+4
64 Gastos de depreciação e amortização
643 Ativos fixos tangíveis 17.000 €
O justo valor menos os custos de vender da unidade fabril no final de junho do ano N foi
avaliado em 720.000 €. Contudo, peritos qualificados e independentes avaliaram o terreno
em 115.000 € e o edifício em 400.000 €. Revistas da especialidade indicaram que o valor do
equipamento de transporte ascende a 15.000 €.
O processo negocial começou de imediato junto de um potencial cliente a um preço de venda base
de 800.000 €, tendo sido já publicitado nos media esta intenção de venda.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Uma nova avaliação em 31 de dezembro de N atribuiu um justo valor à unidade fabril de 755.000
€, tendo o terreno sido avaliado em 128.000 €, o edifício em 417.000 € e o equipamento de trans-
porte em 15.000 €.
Pretende-se o tratamento contabilístico da operação no ano N.
Resolução
No caso concreto estamos perante uma unidade geradora de caixa que vai ser descontinuada,
cumprindo os requisitos da NCRF 8 (§. 32). A unidade fabril de Vila Real deve ser reclassificada
como uma unidade operacional descontinuada, dado que a sua venda é altamente provável e re-
presenta uma linha de negócios separada.
De acordo com a NCRF 8 (§. 18) imediatamente antes da classificação inicial do ativo como detido
para venda, as quantias escrituradas do ativo devem ser mensuradas de acordo com as NCRF
aplicáveis. Para efeitos de análise das perdas por imparidade deve ser seguido a NCRF 12, de
acordo com as regras dos §§. 52 a 55. Análise das quantias escrituradas em Julho do ano N:
Depreciações acumuladas
Descrição Valor de custo Quota depreciação Quantia escriturada
Dez. N-1 Jun. N
Equip. básico 300.000 € 30.000 € 90.000 € 105.000 € 195.000 €
Equip. transporte 50.000 € 12.500 € 25.000 € 31.125 € 18.875 €
Equip. administrativo 50.000 € 6.250 € 12.500 € 15.625 € 34.375 €
Edifício 500.000 € 25.000 € 75.000 € 87.500 € 412.500 €
Terreno 125.000 € 125.000 €
Total 1.025.000 € 239.250 € 785.750 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Após a reclassificação para ativos não correntes detidos para venda, cessa a depreciação
(NCRF 8, §. 25).
Em dezembro de N o justo valor menos os custos de vender da unidade fabril de Vila Real era
de 755.000 €. Tal implica o apuramento de uma reversão de perda por imparidade de 35.000 €
(755.000 € - 720.000 €). Note-se que este valor é inferior ao montante inicialmente reconhecido
de 65.625 €. Pelo que, aparentemente, pode ser registado na totalidade como reversão pelo justo
valor (NCRF 8, §. 22).
De acordo com a NCRF 8 (§. 23) a perda por imparidade reconhecida para um grupo para alie-
nação deve reduzir ou aumentar a quantia escriturada dos ativos não correntes do grupo que
estejam dentro do âmbito dos requisitos de mensuração da NCRF 8, pela ordem de imputação
definida na NCRF 12 (§. 48 e 58).
Quanto ao equipamento de transporte não há que fazer qualquer reversão. Quanto ao terreno e
edifício o máximo de reversão é de 22.500 €. O restante de 12.500 € será repartido numa base
pro-rata relativamente à quantia escriturada dos ativos restantes (equipamento básico e admi-
nistrativo).
Perda por imparidade
Descrição Quantia escriturada Quantia recuperável
Inicial Reversão total Limite
Equip. básico 161.525 € 33.475 € -10.626 € 150.899 €
Equip. transporte 15.000 € 3.750 € 0€ 0€ 15.000 €
Equip. administrativo 28.475 € 5.900 € -1.874 € 26.601 €
Edifício 400.000 € 12.500 € -17.000 € -12.500 € 417.000 €
Terreno 115.000 € 10.000 € -13.000 € -10.000 € 115.000 €
Total 720.000 € 65.625 € -35.000 € -35.000 € 755.000 €
76 Reversões
7628 Ativos não correntes detidos para venda 35.000 €
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2.6 Locações
A locação é um meio de financiamento dos locatários, que assumem, perante os locadores, a
obrigação de realizar um conjunto de pagamentos em troca da fruição de ativos, por um deter-
minado período de tempo, juridicamente detidos pelos locadores (Grenha et al., 2009).
Em termos de relato financeiro, a contabilização de uma locação dependerá em primeira linha do
tipo de locação: financeira ou operacional.
Na locação financeira, o locatário adquire o direto de fruir do ativo e controlar o fluxo de benefí-
cios económicos futuros gerados pelo mesmo. Logo, a contabilização de uma locação financeira
dá prevalência à substância económica da operação em detrimento da sua forma jurídica.
Na locação financeira, apesar de juridicamente o bem pertencer ao locador (reserva de proprie-
dade), economicamente é o locatário que usufrui do bem e obtém com o mesmo um conjunto de
benefícios económicos futuros.
Esta norma aplica-se no tratamento contabilístico de todas as locações que não sejam:
• Acordos de locação para explorar ou usar minérios, petróleo, gás natural e recursos si-
milares não regeneráveis;
• Acordos de licenciamento; e
• Acordos de contratos de serviços que não transfiram o direito de usar ativos de uma par-
te contratante para outra.
• Propriedade detida por locatários que seja contabilizada como propriedade de investi-
mento (NCRF 11 – Propriedades de Investimento);
• Propriedade de investimento proporcionada pelos locadores segundo locações operacio-
nais (NCRF 11 – Propriedades de Investimento);
• Ativos biológicos detidos por locatários segundo locações financeiras (NCRF 17 – Agri-
cultura);
• Ativos biológicos proporcionados por locadores segundo locações financeiras (NCRF 17
– Agricultura).
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Vejamos de seguida alguns casos particulares: locações de terrenos e edifícios. Os elementos ter-
renos e edifícios de uma locação são considerados separadamente, para efeitos de classificação da
locação em locação financeira ou operacional, a menos que:
• A quantia do terreno seja imaterial;
• Os pagamentos da locação não poderem ser fiavelmente imputados entre os elementos
terreno e edifício, separadamente.
Quando o terreno tem uma vida económica indefinida, o elemento terreno é classificado como
locação operacional, a menos que no final do prazo da locação o título de propriedade passe para
o locatário.
O elemento edifício será classificado como locação financeira ou operacional consoante o cum-
primento dos requisitos de reconhecimento.
O tratamento contabilístico das locações pode ser visto na ótica do locatário e na ótica do locador.
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2.6.1.4 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a locações:
Ótica do locatário – locação financeira (NCRF 9, §. 28, 29):
28 - Os locatários devem fazer as seguintes divulgações relativas a locações financeiras:
(a) para cada categoria de ativo, a quantia escriturada líquida à data do balanço;
(b) uma reconciliação entre o total dos futuros pagamentos mínimos da locação à data do balanço, e
o seu valor presente. Além disso, uma entidade deve divulgar o total dos futuros pagamentos mí-
nimos da locação à data do balanço, e o seu valor presente, para cada um dos seguintes períodos.
(i) não mais de um ano;
(ii) mais de um ano e não mais de cinco anos;
(iii) mais de cinco anos;
(c) as rendas contingentes reconhecidas como um gasto do período;
(d) o total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se espera receber por sublocações
não canceláveis à data do balanço; e
(e) uma descrição geral dos acordos de locação significativos do locatário incluindo, pelo menos,
o seguinte;
(i) a base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;
(ii) a existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláusulas de escalonamen-
to; e
(iii) restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitam a dividendos, dívida
adicional, e posterior locação.
29 - Além disso, os requisitos da divulgação segundo a NCRF 6 - Ativos Intangíveis, NCRF 7 - Ativos
Fixos Tangíveis, NCRF 11 - Propriedades de Investimento, NCRF 12 - Imparidade de Ativos e NCRF
17 - Agricultura, aplicam-se a locatários por ativos locados segundo locações financeiras.
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(q) o total das rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o período;
(r) uma descrição geral dos acordos de locação do locador.
50 - Além disso, os requisitos de divulgação segundo a NCRF 6 - Ativos Intangíveis, NCRF 7 - Ativos
Fixos Tangíveis, NCRF 11 - Propriedades de Investimento, NCRF 12 - Imparidade de Ativos e NCRF
17 - Agricultura, aplicam-se a locadores por ativos segundo locações operacionais.
Vendas seguidas de locação (NCRF 9, §. 59):
59 - Os requisitos de divulgação para locatários e locadores aplicam-se igualmente a transações de ven-
da seguida de locação. A descrição exigida dos acordos significativos de locação conduz à divulgação de
cláusulas únicas ou invulgares do acordo ou das cláusulas das transações de venda seguida de locação.
Artigo 25.º do 1 - No caso de entrega de um bem objeto de locação financeira ao locador seguida de relocação desse bem
CIRC ao mesmo locatário, não há lugar ao apuramento de qualquer resultado para efeitos fiscais em consequência
dessa entrega, continuando o bem a ser depreciado ou amortizado para efeitos fiscais pelo locatário, de
acordo com o regime que vinha sendo seguido até então.
2 - No caso de venda de bens seguida de locação financeira, pelo vendedor, desses mesmos bens, observa-se o seguinte:
a) Se os bens integravam os inventários do vendedor, não há lugar ao apuramento de qualquer resultado
fiscal em consequência dessa venda e os mesmos são valorizados para efeitos fiscais ao custo inicial de aqui-
sição ou de produção, sendo este o valor a considerar para efeitos da respetiva depreciação;
b) Nos restantes casos, é aplicável o disposto no n.º 1, com as necessárias adaptações.
Artigo 13.º do 1 - As depreciações ou amortizações dos bens objeto de locação financeira são gastos do período de tributa-
DR 25/2009 ção dos respetivos locatários, sendo-lhes aplicável o regime geral constante do Código do IRC e do presente
decreto regulamentar.
2 - A transmissão dos bens locados, para o locatário, no termo dos respetivos contratos de locação financeira, bem
como na relocação financeira prevista no artigo 25.º do Código do IRC, não determinam qualquer alteração do regi-
me de depreciações ou amortizações que vinha sendo seguido em relação aos mesmos pelo locatário.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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28 Diferimentos
281 Gastos a reconhecer 10.000 €
28 Diferimentos
281 Gastos a reconhecer 833,33 €
12 Depósitos à ordem 2.500 €
28 Diferimentos
282 Rendimentos a reconhecer 10.000 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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28 Diferimentos
281 Rendimentos a reconhecer 833,33 €
12 Depósitos à ordem 2.500 €
Caso Prático II
Em janeiro do ano N a empresa PILIN, SA efetuou um contrato de locação para um equipamento
nas seguintes condições:
ü Período de vida útil do bem 4 anos
ü A propriedade do bem é transferida para o locatário no fim do contrato
ü São efetuados quatro pagamentos de rendas anuais na quantia de 30.000 €
ü Valor residual: 1.000 €
ü Taxa de juro efetiva: 10%
ü Valor do contrato: 100.000 €
Pretende-se a contabilização da operação no ano N
Resolução
O contrato configura uma locação financeira devido aos seguintes aspetos:
ü O contrato transfere a propriedade para o locatário no fim do mesmo
ü A opção de compra será exercida com razoável certeza
ü O prazo do contrato abrange o mesmo período de vida útil
O valor presente dos pagamentos não é substancialmente diferente do justo valor do bem.
Cálculo do valor presente dos pagamentos mínimos da locação:
Descrição Quantia Fator de atualização Valor presente
Renda de N 30.000 € 0.90909 27.272 €
Renda de N+1 30.000 € 0,82645 24.793 €
Renda de N+2 30.000 € 0,75131 22.539 €
Renda de N+3 30.000 € 0,68301 20.490 €
Valor residual 1.000 € 0,68301 683 €
Total 95.777 €
A locação financeira deve ser reconhecida no locatário pelo menor dos seguintes valores: justo
valor ou valor presente dos pagamentos mínimos.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
25 Financiamentos obtidos
2513 Locações financeiras 95.777 €
25 Financiamentos obtidos
2513 Locações financeiras 20.422 €
69 Gastos de financiamento
691 Juros suportados 9.578 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
28 Diferimentos
282 Rendimentos a reconhecer 20.000 €
43 Ativos fixos tangíveis
433 Equipamento básico 200.000 €
25 Financiamentos obtidos
2513 Locações financeiras 180.000 €
28 Diferimentos
282 Rendimentos a reconhecer 5.000 €
Situação 1:
O contrato de locação configura uma locação operacional. Pressuponha-se que os 180.000 € cor-
respondem ao justo valor do bem. Logo, qualquer ganho ou perda é reconhecida de imediato.
Quantia escriturada em janeiro de N+1: 200.000 € - 40.000 € = 160.000 €
Valor no contrato de locação: 180.000 €
Ganho na operação: 180.000 € - 160.000 € = 20.000 €
Lançamentos de N+1:
Pelo desreconhecimento do ativo
43 Ativos fixos tangíveis
438 Depreciações acumuladas 40.000 €
12 Depósitos à ordem 180.000 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
• Inventários;
• Ativos intangíveis;
• Ativos fixos tangíveis,
que necessitem de um período de tempo longo até que estejam no estado apropriado para uso ou
venda.
Ou seja, todo o ativo produzido de forma rotineira, em grandes quantidades, num curto espaço de
tempo, ou ainda aqueles que estejam prontos a serem usados ou vendidos após a sua aquisição não se
qualificam para efeitos de capitalização de custos de empréstimos obtidos (NCRF 10, §. 6).
Os custos de empréstimos obtidos diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção
de um ativo são aqueles relacionados com empréstimos especificamente contraídos para adquirir,
construir ou produzir o ativo que se qualifica. Contudo, se tais fundos forem, entretanto, inves-
tidos, o custo capitalizável será:
109
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
• As atividades que sejam necessárias para preparar o ativo para o seu uso pretendido ou
venda estejam em curso.
2.7.1.5 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a custos de empréstimos obtidos:
26 – As demonstrações financeiras devem divulgar:
a) A política contabilística adotada nos custos dos empréstimos obtidos;
b) A quantia de custos de empréstimos obtidos capitalizada durante o período; e
c) A taxa de capitalização usada para determinar a quantia do custo dos empréstimos obtidos elegí-
veis para capitalização.
Artigo 26.º, n.º 2, 2 - No caso de os inventários requererem um período superior a um ano para atingirem a sua condição de
do CIRC uso ou venda, incluem-se no custo de aquisição ou de produção os custos de empréstimos obtidos que lhes
sejam diretamente atribuíveis de acordo com a normalização contabilística especificamente aplicável.
Artigo 2.º, n.º 5 5 - São, ainda, incluídos no custo de aquisição ou de produção, de acordo com a normalização contabi-
do DR 25/2009 lística especificamente aplicável, os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à
aquisição ou produção de elementos referidos no n.º 1 do artigo anterior, na medida em que respeitem ao
período anterior à sua entrada em funcionamento ou utilização, desde que este seja superior a um ano.
110
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
ü Materiais: 80.000 €
ü Mão de obra: 30.000 €
ü Depreciação: 20.000 €
À sede foi atribuído um período de vida útil de 20 anos.
Sabendo que o prazo médio de pagamento a fornecedores é de 60 dias, pretende-se o tratamento
contabilístico relativo ao ano N
Resolução
A construção sede é um ativo que se qualifica para a capitalização dos juros. O financiamen-
to bancário foi especificamente contraído para a construção da sede. O início da capitalização
ocorre em janeiro de N (data em que tanto a obra como o financiamento começaram) e a data de
cessação da capitalização ocorre em novembro de N (data em que a construção termina).
Montante dos dispêndios efetivos (jan/N a nov/N):
ü 60 dias correspondem a 2 meses (ano comercial), pressupondo compras lineares
ü Gastos com pessoal são pagos no fim de cada mês
ü Gastos com depreciação não influenciam fluxos de tesouraria
ü Dispêndios: 30.000 € + (80.000 € - 80.000 € x 2/11) = 95.455 €
Montante de juros a capitalizar em N: 95.455 € x 0,06 x 11/12 = 5.250 €
Depreciação de N: (135.250 € / 20) x 1/12 = 564 €
Pelo custo da obra
45 Investimentos em curso
453 Ativos fixos tangíveis em curso 130.000 €
45 Investimentos em curso
453 Ativos fixos tangíveis em curso 135.250 €
Pela depreciação de N
64 Gastos de depreciação a amortização
643 Ativos fixos tangíveis 564 €
111
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Caso Prático II
A empresa XPTO, SA dedica-se à atividade de construção civil, estando neste momento a efetuar
a construção de um complexo habitacional. A obra começou em fevereiro de N e os pagamentos
relativos aos dispêndios com a obra, durante este ano foram os seguintes:
• De janeiro a junho: 250.000 €
• De julho a outubro: 200.000 €
• De novembro a dezembro: 100.000 €
A obra apenas vai estar concluída em abril de N+1. Para financiar esta obra a empresa contraiu
em fevereiro de N um financiamento de 350.000 € que vence juros à taxa anual de 5% a pagar no
mês de março de N+1. A empresa também utilizou durante o ano N os seguintes financiamentos:
• Conta caucionada 1: totalmente utilizada no valor de 40.000 € a uma taxa anual de juro de 6 %;
• Descoberto bancário: utilizado a 100% no valor 30.000 €, com taxa de juro anual de 9%;
• Contato de leasing da grua: 50.000 €, com taxa de juro anual de 5%.
Pretende-se o tratamento contabilístico no ano N.
Resolução
A construção de um complexo habitacional é um ativo que se qualifica para efeitos de capitaliza-
ção de juros. A sua construção foi financiada por um financiamento especificamente contraído
para o efeito, e um conjunto de financiamentos genéricos.
A NCRF 10 (§. 14) refere que no caso de financiamentos genéricos utilizados há necessidade de
encontrar uma taxa de capitalização média ponderada dos empréstimos contraídos.
No caso concreto, o início da capitalização começou em fevereiro de N e cessa em abril de N+1. O
financiamento de 350.000 € é um financiamento especificamente contraído para obter o ativo
que se qualifica. A taxa de capitalização é de 5%/ano.
Quanto aos financiamentos genéricos apenas a conta caucionada e o descoberto bancário podem
ser tidos em conta. O contrato de locação financeiro é específico de um outro ativo. Logo, não é
elegível. A taxa de capitalização destes financiamentos genéricos é:
Juros incorridos em N:
Empréstimo: 350.000 € x 0,05 x 11/12 = 16.042 €
Caucionada: 40.000 € x 0,06 = 2.400 €
Descoberto: 30.000 € x 0,09 = 2.700 €
Juros a capitalizar:
janeiro a junho: 250.000 € x 0,05 x 6/12 = 6.250 €
julho a outubro: 150.000 € x 0,05 x 4/12 = 2.500 €
julho a outubro: 50.000 € x 0,0728 x 4/12 = 1.214 €
novembro a dezembro: 100.000 € 0,0728 x 2/12 = 1.214 €
Total a capitalizar de juros: 6.250 € + 2.500 € + 1.214 € + 1.214 € = 11.178 €
112
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25 Financiamentos obtidos
2511 Empréstimos bancários 350.000 €
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Os excedentes de tesouraria foram aplicados num depósito a prazo. De acordo com NCRF 10 (§. 12) o mon-
tante de juros a capitalizar deve ser ajustado de qualquer rendimento gerado pelos fundos do empréstimo.
No caso concreto, o início da capitalização começou em junho de N e cessa em dezembro de N+1.
Juros capitalizáveis no ano N:
1º T: 100.000 € x 0,06 = 6.000 €
2º T: 150.000 € x 0,06 x 9/12 = 6.750 €
3º T: 25.000 € x 0,06 x 6/12 + 75.000 € x 0,068(8) x 1/4 = 2.042 €
4º T: 200.000 € x 0,06 x 1/4 = 3.000 €
Rendimentos auferidos:
1º T: 175.000 € x 0,04 x 1/4 = 1.750 €
2º T: 25.000 € x 0,04 x 1/4 = 250 €
Juros a capitalizar: 6.000 € + 6.750 € + 2.042 € + 3.000 € - 1.750 € - 250 € = 15.792 €
Lançamentos:
Pelo custo da obra
45 Investimentos em curso
453 Ativos fixos tangíveis em curso 550.000 €
114
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Esta norma não trata de matérias cobertas pela NCRF 9 (Locações), incluindo:
115
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investimento é, regra geral, mensurado pelo justo valor (NCRF 11, §. 27).
Poderá ser, alternativamente, mensurado pela quantia escriturada do ativo cedido, se e apenas
se, não for possível ser mensurado pelo justo valor, por motivos relacionados com:
• A transação carecer de substância comercial;
• O justo valor do ativo recebido não ser fiavelmente mensurável;
• O justo valor do ativo cedido não ser fiavelmente mensurável.
Qualquer alteração no justo valor deve ser reconhecida como um ganho (conta “773 – Ganhos por
aumentos de justo valor em propriedades de investimento”) ou uma perda (conta “663 – Perdas
por redução de justo valor em propriedades de investimento”) nos resultados do período em que
ocorra.
A melhor evidência do justo valor é fornecida por preços correntes num mercado ativo de pro-
priedades semelhantes no mesmo local e condição e sujeitas a locações e outros contratos seme-
lhantes. Na ausência deste mercado ativo a entidade pode considerar as seguintes fontes (NCRF
11, §§. 47-48):
• Preços correntes num mercado ativo de propriedades de diferente natureza, condição ou
localização;
• Preços correntes de propriedades semelhantes em mercados menos ativos;
• Projeções de fluxos de caixa descontados com base em estimativas fiáveis de futuros flu-
xos de caixa.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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NOTE BEM: No modelo do justo valor não há lugar a depreciações, pois o valor adequado como
quantia escriturada, teoricamente está assegurado.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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2.8.1.2.4 Desreconhecimento
Uma propriedade de investimento deve ser desreconhecida:
• Pela alienação; ou
• Quando tiver sido permanentemente retirada de uso e não ser expectável a obtenção de
quaisquer benefícios económicos decorrentes da sua alienação.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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O ganho (registado na conta “7871 – Alienações”) ou perda (registada na conta “6871 – Aliena-
ções”) decorrente da alienação é a diferença entre:
2.8.1.3 Divulgação
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a propriedades de investimento
(NCRF 11, §§. 77-79):
77 - Uma entidade deve divulgar:
a. se aplica o modelo do justo valor ou o modelo do custo;
b. caso aplique o modelo do justo valor, se, e em que circunstâncias, os interesses de pro-
priedade detidos em locações operacionais são classificados e contabilizados como
propriedades de investimento;
c. quando a classificação for difícil (ver parágrafo 14), os critérios que usa para distinguir
propriedades de investimento de propriedades ocupadas pelo dono e de propriedades
detidas para venda no curso ordinário dos negócios;
d. os métodos e pressupostos significativos aplicados na determinação do justo valor de
propriedades de investimento, incluindo uma declaração a afirmar se a determinação
do justo valor foi ou não suportada por evidências do mercado ou foi mais ponderada
por outros fatores (que a entidade deve divulgar) por força da natureza da propriedade
e da falta de dados de mercado comparáveis;
e. a extensão até à qual o justo valor da propriedade de investimento (tal como mensurado
ou divulgado nas demonstrações financeiras) se baseia numa valorização de um ava-
liador independente que possua uma qualificação profissional reconhecida e relevante
e que tenha experiência recente na localização e na categoria da propriedade de inves-
timento que está a ser valorizada. Se não tiver havido tal valorização, esse facto deve
ser divulgado;
f. as quantias reconhecidas nos resultados para:
i. rendimentos de rendas de propriedades de investimento;
ii. gastos operacionais diretos (incluindo reparações e manutenção) provenientes
de propriedades de investimento que geraram rendimentos de rendas durante
o período; e
iii. gastos operacionais diretos (incluindo reparações e manutenção) provenientes
de propriedades de investimento que não geraram rendimentos de rendas du-
rante o período.
iv. a alteração cumulativa no justo valor reconhecido nos resultados com a venda
de uma propriedade de investimento de um conjunto de ativos em que se usa o
modelo do custo para um conjunto em que se usa o modelo do justo valor (ver
parágrafo 34).
g. a existência e quantias de restrições sobre a capacidade de realização de propriedades
de investimento ou a remessa de rendimentos e proventos de alienação;
h. obrigações contratuais para comprar, construir ou desenvolver propriedades de inves-
timento ou para reparações, manutenção ou aumentos.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
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(e) o justo valor das propriedades de investimento. Nos casos excecionais descritos no parágrafo 55,
quando uma entidade não possa determinar o justo valor da propriedade de investimento com
fiabilidade, ela deve divulgar:
(i) uma descrição da propriedade de investimento;
(ii) uma explanação da razão pela qual o justo valor não pode ser determinado com fiabilidade;
e
(iii) se possível, o intervalo de estimativas dentro do qual seja altamente provável que o justo
valor venha a recair.
Artigo 18.º, n.º 9, 9 - Os ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não concorrem para a formação do lucro
do CIRC tributável, sendo imputados como rendimentos ou gastos no período de tributação em que os elementos ou
direitos que lhes deram origem sejam alienados, exercidos, extintos ou liquidados, exceto quando:
a) Respeitem a instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor através de resultados, desde que,
tratando-se de instrumentos do capital próprio, tenham um preço formado num mercado regulamentado e
o sujeito passivo não detenha, direta ou indiretamente, uma participação no capital superior a 5% do res-
petivo capital social; ou
b) Tal se encontre expressamente previsto neste Código.
Artigo 23.º, n.º 1, Consideram-se gastos os que comprovadamente sejam indispensáveis para a realização dos rendimentos
al. g) do CIRC sujeitos a imposto ou para a manutenção da fonte produtora, nomeadamente:
(…)
g) Depreciações e amortizações;
Artigo 29.º, n.º 1 São aceites como gastos as depreciações e amortizações de elementos do ativo sujeitos a deperecimento,
do CIRC considerando-se como tais os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis, os ativos biológicos que não
sejam consumíveis e as propriedades de investimento contabilizados ao custo histórico que, com carácter
sistemático, sofram perdas de valor resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo.
Artigo 1.º do DR 1 - Podem ser objeto de depreciação ou amortização os elementos do ativo sujeitos a deperecimento,
25/2009 considerando-se como tais os ativos fixos tangíveis, os ativos intangíveis, os ativos biológicos que não
sejam consumíveis e as propriedades de investimento contabilizados ao custo histórico que, com carácter
sistemático, sofrerem perdas de valor resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo.
2 - Salvo razões devidamente justificadas e aceites pela Direcção-Geral dos Impostos, as depreciações e
amortizações só são consideradas:
a) Relativamente a ativos fixos tangíveis e a propriedades de investimento, a partir da sua entrada em
funcionamento ou utilização;
b) Relativamente aos ativos biológicos que não sejam consumíveis e aos ativos intangíveis, a partir da sua
aquisição ou do início de atividade, se posterior, ou ainda, no que se refere aos ativos intangíveis, quando
se trate de elementos especificamente associados à obtenção de rendimentos, a partir da sua utilização
com esse fim.
3 - As depreciações e amortizações só são aceites para efeitos fiscais desde que contabilizadas como gas-
tos no mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores.
Artigo 30.º, n.º 1 O cálculo das depreciações e amortizações faz-se, em regra, pelo método das quotas constantes.
do CIRC
Artigo 31.º, n.º 1 1 - No método das quotas constantes, a quota anual de depreciação ou amortização que pode ser aceite
do CIRC como gasto do período de tributação determina-se aplicando as taxas de depreciação ou amortização
definidas no decreto regulamentar que estabelece o respetivo regime aos seguintes valores:
a) Custo de aquisição ou de produção;
b) Valor resultante de reavaliação ao abrigo de legislação de carácter fiscal;
c) Valor de mercado, à data de abertura da escrita, para os bens objeto de avaliação para esse efeito,
quando não seja conhecido o custo de aquisição ou de produção.
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Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Artigo 38.º do 1 - Podem ser aceites como perdas por imparidade as desvalorizações excecionais referidas na alínea c) do
CIRC n.º 1 do artigo 35.º provenientes de causas anormais devidamente comprovadas, designadamente, desas-
tres, fenómenos naturais, inovações técnicas excecionalmente rápidas ou alterações significativas, com
efeito adverso, no contexto legal.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, o sujeito passivo deve obter a aceitação da Direcção-
-Geral dos Impostos, mediante exposição devidamente fundamentada, a apresentar até ao fim do primeiro
mês do período de tributação seguinte ao da ocorrência dos factos que determinaram as desvalorizações
excecionais, acompanhada de documentação comprovativa dos mesmos, designadamente da decisão do
competente órgão de gestão que confirme aqueles factos, de justificação do respetivo montante, bem
como da indicação do destino a dar aos ativos, quando o abate físico, o desmantelamento, o abandono ou
a inutilização destes não ocorram no mesmo período de tributação.
3 - Quando os factos que determinaram as desvalorizações excecionais dos ativos e o abate físico, o des-
mantelamento, o abandono ou a inutilização ocorram no mesmo período de tributação, o valor líquido
fiscal dos ativos, corrigido de eventuais valores recuperáveis pode ser aceite como gasto do período, desde
que:
a) Seja comprovado o abate físico, desmantelamento, abandono ou inutilização dos bens, através do res-
petivo auto, assinado por duas testemunhas, e identificados e comprovados os factos que originaram as
desvalorizações excecionais;
b) O auto seja acompanhado de relação discriminativa dos elementos em causa, contendo, relativamente
a cada ativo, a descrição, o ano e o custo de aquisição, bem como o valor líquido contabilístico e o valor
líquido fiscal;
c) Seja comunicado ao serviço de finanças da área do local onde aqueles bens se encontrem, com a ante-
cedência mínima de 15 dias, o local, a data e a hora do abate físico, o desmantelamento, o abandono ou a
inutilização e o total do valor líquido fiscal dos mesmos.
4 - O disposto nas alíneas a) a c) do número anterior deve igualmente observar-se nas situações previstas
no n.º 2, no período de tributação em que venha a efetuar-se o abate físico, o desmantelamento, o abando-
no ou a inutilização dos ativos.
5 - A aceitação referida no n.º 2 é da competência do diretor de finanças da área da sede, direção efetiva
ou estabelecimento estável do sujeito passivo ou do diretor dos Serviços de Inspeção Tributária, tratando-
-se de empresas incluídas no âmbito das suas atribuições.
6 - A documentação a que se refere o n.º 3 deve integrar o processo de documentação fiscal, nos termos do
artigo 130.º
Artigo 46.º do 1 - Consideram-se mais-valias ou menos-valias realizadas os ganhos obtidos ou as perdas sofridas median-
CIRC te transmissão onerosa, qualquer que seja o título por que se opere e, bem assim, os decorrentes de sinis-
tros ou os resultantes da afetação permanente a fins alheios à atividade exercida, respeitantes a:
a) Ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, ativos biológicos que não sejam consumíveis e propriedades de
investimento, ainda que qualquer destes ativos tenha sido reclassificado como ativo não corrente detido
para venda;
b) Instrumentos financeiros, com exceção dos reconhecidos pelo justo valor nos termos das alíneas a) e b)
do n.º 9 do artigo 18.º
2 - As mais-valias e as menos-valias são dadas pela diferença entre o valor de realização, líquido dos en-
cargos que lhe sejam inerentes, e o valor de aquisição deduzido das perdas por imparidade e outras cor-
reções de valor previstas no artigo 35.º, bem como das depreciações ou amortizações aceites fiscalmente,
sem prejuízo da parte final do n.º 5 do artigo 30.º
3 - Considera-se valor de realização:
a) No caso de troca, o valor de mercado dos bens ou direitos recebidos, acrescido ou diminuído, consoante
o caso, da importância em dinheiro conjuntamente recebida ou paga;
b) No caso de expropriações ou de bens sinistrados, o valor da correspondente indemnização;
c) No caso de bens afetos permanentemente a fins alheios à atividade exercida, o seu valor de mercado;
d) Nos casos de fusão ou cisão, o valor de mercado dos elementos transmitidos em consequência daqueles atos;
e) No caso de alienação de títulos de dívida, o valor da transação, líquido dos juros contáveis desde a data
do último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não houver ocorrido qual-
quer vencimento, até à data da transmissão, bem como da diferença pela parte correspondente àqueles
períodos, entre o valor de reembolso e o preço da emissão, nos casos de títulos cuja remuneração seja
constituída, total ou parcialmente, por aquela diferença;
f) Nos demais casos, o valor da respetiva contraprestação.
4 - No caso de troca por bens futuros, o valor de mercado destes é o que lhes corresponderia à data da troca.
5 - São assimiladas a transmissões onerosas:
a) A promessa de compra e venda ou de troca, logo que verificada a tradição dos bens;
b) As mudanças no modelo de valorização relevantes para efeitos fiscais, nos termos do n.º 9 do artigo 18.º,
que decorram, designadamente, de reclassificação contabilística ou de alterações nos pressupostos referi-
dos na alínea a) do n.º 9 deste mesmo artigo.
6 - Não se consideram mais-valias ou menos-valias:
a) Os resultados obtidos em consequência da entrega pelo locatário ao locador dos bens objeto de locação
financeira;
b) Os resultados obtidos na transmissão onerosa, ou na afetação permanente nos termos referidos no
n.º 1, de títulos de dívida cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, pela diferença entre o
valor de reembolso ou de amortização e o preço de emissão, primeira colocação ou endosso.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 47.º do 1 - O valor de aquisição corrigido nos termos do n.º 2 do artigo anterior é atualizado mediante aplicação
CIRC dos coeficientes de desvalorização da moeda para o efeito publicados em portaria do Ministro das Finan-
ças, sempre que, à data da realização, tenham decorrido pelo menos dois anos desde a data da aquisição,
sendo o valor dessa atualização deduzido para efeitos da determinação do lucro tributável.
2 - A correção monetária a que se refere o número anterior não é aplicável aos instrumentos financeiros,
salvo quanto às partes de capital.
3 - Quando, nos termos do regime especial previsto nos artigos 76.º a 78.º, haja lugar à valorização das
participações sociais recebidas pelo mesmo valor pelo qual as antigas se encontravam registadas, conside-
ra-se, para efeitos do disposto no n.º 1, data de aquisição das primeiras a que corresponder à das últimas.
Artigo 48.º do 1 - Para efeitos da determinação do lucro tributável, a diferença positiva entre as mais-valias e as menos-
CIRC -valias, calculadas nos termos dos artigos anteriores, realizadas mediante a transmissão onerosa de ativos
fixos tangíveis, ativos biológicos que não sejam consumíveis e propriedades de investimento, detidos por
um período não inferior a um ano, ainda que qualquer destes ativos tenha sido reclassificado como ativo
não corrente detido para venda, ou em consequência de indemnizações por sinistros ocorridos nestes ele-
mentos, é considerada em metade do seu valor, sempre que, no período de tributação anterior ao da reali-
zação, no próprio período de tributação ou até ao fim do segundo período de tributação seguinte, o valor
de realização correspondente à totalidade dos referidos ativos seja reinvestido na aquisição, produção ou
construção de ativos fixos tangíveis, de ativos biológicos que não sejam consumíveis ou em propriedades
de investimento, afetos à exploração, com exceção dos bens adquiridos em estado de uso a sujeito passivo
de IRS ou IRC com o qual existam relações especiais nos termos definidos no n.º 4 do artigo 63.º
2 - No caso de se verificar apenas o reinvestimento parcial do valor de realização, o disposto no número
anterior é aplicado à parte proporcional da diferença entre as mais-valias e as menos-valias a que o mes-
mo se refere.
3 - Não é suscetível de beneficiar do regime previsto nos números anteriores o investimento em que tive-
rem sido deduzidos os valores referidos nos artigos 40.º e 42.º
4 - O disposto nos números anteriores é aplicável à diferença positiva entre as mais-valias e as menos-
-valias realizadas mediante a transmissão onerosa de partes de capital, incluindo a sua remição e amorti-
zação com redução de capital, com as seguintes especificidades:
a) O valor de realização correspondente à totalidade das partes de capital deve ser reinvestido, total ou
parcialmente, na aquisição de participações no capital de sociedades comerciais ou civis sob forma comer-
cial ou na aquisição, produção ou construção de ativos fixos tangíveis, de ativos biológicos que não sejam
consumíveis ou em propriedades de investimento, afetos à exploração, nas condições referidas na parte
final do n.º 1;
b) As participações de capital alienadas devem ter sido detidas por período não inferior a um ano e corres-
ponder a, pelo menos, 10% do capital social da sociedade participada, devendo as partes de capital adqui-
ridas ser detidas por igual período;
c) As transmissões onerosas e aquisições de partes de capital não podem ser efetuadas com entidades:
1) Residentes de país, território ou região cujo regime de tributação se mostre claramente mais favorável,
constante de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças; ou
2) Com as quais existam relações especiais, exceto quando se destinem à realização de capital social, caso
em que o reinvestimento se considera totalmente concretizado quando o valor das participações de capital
assim realizadas não seja inferior ao valor de mercado daquelas transmissões.
5 - Para efeitos do disposto nos n.ºs 1, 2 e 4, os contribuintes devem mencionar a intenção de efetuar o
reinvestimento na declaração a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 117.º do período de tributação
em que a realização ocorre, comprovando na mesma e nas declarações dos dois períodos de tributação
seguintes os reinvestimentos efetuados.
6 - Não sendo concretizado, total ou parcialmente, o reinvestimento até ao fim do segundo período de
tributação seguinte ao da realização, considera-se como rendimento desse período de tributação, respe-
tivamente, a diferença ou a parte proporcional da diferença prevista nos n.ºs 1 e 4 não incluída no lucro
tributável majorada em 15%.
7 - Não sendo mantidas na titularidade do adquirente, durante o período previsto na alínea b) do n.º 4, as
partes de capital em que se concretizou o reinvestimento, exceto se a transmissão ocorrer no âmbito de
uma operação de fusão, cisão, entrada de ativos ou permuta de ações a que se aplique o regime previsto
no artigo 74.º, é aplicável, no período de tributação da alienação, o disposto na parte final do número
anterior, com as necessárias adaptações.
Artigo 20.º do As depreciações e amortizações que não sejam consideradas como gastos fiscais no período de tributação
DR 25/2009 em que foram contabilizadas, por excederem as importâncias máximas admitidas, são aceites como gastos
fiscais nos períodos seguintes, na medida em que não se excedam as quotas máximas de depreciação ou
amortização fixadas no presente decreto regulamentar.
126
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
i = 4,6925% / trimestre
O mapa de serviço de dívida virá:
Capital em
Data Aceite Juro Amortização
dívida
Jan/N 50.000 € 0€ 0€ 0€
Mar/N 38.346 € 14.000 € 2.346 € 11.654 €
Jun/N 26.146 € 14.000 € 1.799 € 12.201 €
Set/N 13.372 € 14.000 € 1.227 € 12.773 €
Dez/N 14.000 € 628 € 13.372 €
Total 56.000 € 6.000 € 50.000 €
127
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
42 Propriedades de investimento
428 Depreciações acumuladas 4.256 €
Caso Prático II
Retomando o caso prático anterior, suponha que a empresa valoriza as propriedades de inves-
timento pelo modelo do justo valor. Em 31 de dezembro do ano N o justo valor do armazém era
120.000 €. Em 31 de dezembro do ano N+1 o justo valor era de 115.000 €.
Pretende-se o tratamento contabilístico em N e N+1.
Resolução
No modelo do justo valor não há lugar a registo de depreciações do período. Qualquer ganho ou perda
proveniente do ajustamento do justo valor deve ser reconhecido nos resultados (NCRF 11, §. 37).
Lançamentos em N e N+1:
Pelo custo inicial do armazém
42 Propriedades de investimento
421 Terrenos 28.375 €
422 Edifícios 85.125 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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42 Propriedades de investimento
421 Terrenos 1.250 €
422 Edifícios 3.750 €
42 Propriedades de investimento
421 Terrenos 28.750 €
422 Edifícios 86.250 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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76 Reversões
7625 Em ativos fixos tangíveis 1.000 €
42 Propriedades de investimento
422 Edifícios 2.000 €
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
As imparidades de ativos não são mais do que ajustamentos periódicos dos níveis de incerteza
associados à produção de benefícios económicos futuros de um determinado ativo, que neces-
sitam de ser tidas em conta, para que, em obediência à característica da prudência, estes ativos
não estejam sobreavaliados.
No tratamento das imparidades o SNC previu as seguintes contas de registo das Perdas por impa-
ridade acumuladas que servirão como ajustamentos das quantias escrituradas dos ativos:
Contas Descrição
219 Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que resultem da aplicação dos
229 critérios de mensuração dos correspondentes ativos incluídos na classe 2, podendo ser subdivididas a fim de facilitar
239 o controlo e possibilitar a apresentação em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão
269 registadas nas contas 651 – Perdas por imparidade – Em dívidas a receber, e as suas reversões (quando deixarem
279 de existir as situações que originaram as perdas) são registadas nas contas 7621 – Reversões de perdas por impa-
ridade – Em dívidas a receber. Quando se verificar o desreconhecimento dos ativos a que respeitem as imparidades,
as contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas da classe 2.
329 As quantias escrituradas nas contas desta classe terão em atenção o que em matéria de mensuração se estabelece
339 na NCRF 18 – Inventários, pelo que serão corrigidas de quaisquer ajustamentos a que haja lugar, e na NCRF 17 -
349 Agricultura.
359
419 Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que resultem da aplicação dos
429 critérios de mensuração dos correspondentes ativos incluídos na classe 4, podendo ser subdivididas a fim de facilitar
439 o controlo e possibilitar a apresentação em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão
449 registadas nas subcontas da conta 65, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situações que originaram
459 as perdas) são registadas nas subcontas da conta 762. Quando se verificar o desreconhecimento dos ativos a que
469 respeitem as imparidades, as contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas da
classe 4. Estas contas poderão ser subdivididas em função das contas respetivas.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Ao nível dos resultados o SNC apenas prevê a conta 65 – Perdas por imparidade, subdividida pelas vá-
rias rúbricas de ativos sujeitos a imparidade, onde são reconhecidas as perdas por imparidade incor-
ridas em cada período económico. Nos rendimentos e ganhos prevê a conta 762 – Reversões de perdas
por imparidade, subdividida pelas várias rúbricas de ativos sujeitos a imparidade, onde são reconhe-
cidas as diminuições de perdas por imparidade acumuladas incorridas em cada período económico.
Esta norma trata apenas das imparidades de ativos fixos tangíveis e intangíveis. Portanto, a im-
paridade de ativos regulada pela NCRF 12 assemelha-se ao conceito de depreciações/amortizações
extraordinárias. Todas as demais situações de imparidade de ativos são tratadas por outras nor-
mas, como por exemplo:
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
O reconhecimento de uma perda por imparidade vai depender do modelo de mensuração subse-
quente utilizado para os ativos.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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O valor de uso “é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espere surjam do
uso continuado de um ativo ou unidade geradora de caixa e da sua alienação no fim da sua vida
útil” (NCRF 12, §. 4).
Para cálculo do valor de uso, a NCRF 12 (§. 16) determina os seguintes elementos essenciais a ser
considerados:
• Uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do ativo (proje-
ções máximas de 5 anos);
• Expectativas acerca das possíveis variações na quantia ou na tempestividade desses flu-
xos de caixa futuros;
• O valor temporal do dinheiro, representado pela taxa corrente de juro sem risco de mercado;
• O preço de suportar a incerteza inerente ao ativo; e
• Outros fatores, tais como a falta de liquidez, que os participantes do mercado refletissem
no apreçamento dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do ativo.
A taxa de desconto deve ser a taxa antes de impostos que reflita as avaliações correntes de mer-
cado sobre o valor temporal do dinheiro e sobre os riscos específicos para o ativo em relação aos quais
as estimativas de fluxos de caixa futuros não tenham sido ajustadas (NCRF 12, §. 25).
De acordo com a Norma Interpretativa 2 (Uso de Técnicas de Valor Presente para Mensurar o Valor
de Uso) a taxa de desconto deve corresponder a uma taxa diretamente disponível no mercado. No
caso de não existir, a entidade pode utilizar taxas de desconto substitutas, tais como:
• Custo médio ponderado de capital (utilizando, por exemplo, modelos de mercado –
CAPM);
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Onde,
VP e VR = Valor presente ou valor de uso
CF = fluxos de caixa gerados em cada período
r = taxa de desconto
Exemplo:
Uma entidade possui uma linha férrea para suportar as suas atividades de exploração de uma
mina de cobre.
Ativo individual: linha férrea
Unidade geradora de caixa: mina como um todo
Para efeitos da realização dos testes de imparidade as unidades geradoras de caixa devem ser
avaliadas e identificadas anualmente (NCRF 12, §. 37). A avaliação da quantia recuperável da
unidade geradora de caixa corresponde, regra geral, ao seu valor de uso.
Apenas com uma particularidade. Pode ocorrer que a venda de uma unidade geradora de caixa exi-
ja que a entidade assuma um passivo (por exemplo, uma provisão para restauro ambiental). Nestes
casos, o teste de imparidade, apura a perda por imparidade da seguinte forma (NCRF 12, §. 39):
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De igual forma, a reversão das perdas por imparidade de uma unidade geradora de caixa deve ser
imputada aos ativos individuais da unidade, exceto goodwill, proporcionalmente às suas quan-
tias escrituradas. Contudo, a quantia escriturada dos ativos individuais da unidade não deve ser
aumentada acima do mais baixo entre:
• A sua quantia recuperável;
• A quantia escriturada que teria sido determinada se nenhuma perda por imparidade ti-
vesse sido reconhecida em períodos anteriores.
Neste caso, a quantia restante da reversão da perda por imparidade em relação ao resultado da
imputação é imputada aos restantes ativos numa base pro rata.
NOTE BEM: uma perda por imparidade reconhecida para o goodwill não pode ser sujeita a reversão.
2.9.1.3 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a imparidades de ativos fixos tan-
gíveis e intangíveis (NCRF 12, §§. 65-69):
65. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de ativos:
a) a quantia de perdas por imparidade reconhecidas nos resultados durante o período e as linhas de
itens da demonstração dos resultados em que essas perdas por imparidade são incluídas;
b) a quantia de reversões de perdas por imparidade reconhecida nos resultados durante o período e
as linhas de itens da demonstração dos resultados em que essas perdas por imparidade são re-
vertidas;
c) a quantia de perdas por imparidade em ativos revalorizados reconhecidas diretamente no capital
próprio durante o período;
d) a quantia de reversões de perdas por imparidade em ativos revalorizados reconhecidas direta-
mente no capital próprio durante o período.
66.Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada perda material por imparidade reconhecida ou
revertida durante o período para um ativo individual, incluindo goodwill, ou para uma unidade geradora
de caixa:
a) os acontecimentos e circunstâncias que conduziram ao reconhecimento ou reversão de perda
por imparidade;
b) a quantia de perda por imparidade reconhecida ou revertida;
c) a natureza do ativo;
d) se a agregação de ativos relativa à identificação da unidade geradora de caixa se alterou desde
a estimativa anterior da quantia recuperável (se a houver) da unidade geradora de caixa, uma
descrição da maneira corrente e anterior de agregar ativos e as razões de alterar a maneira
como é identificada a unidade geradora de caixa;
e) se a quantia recuperável do ativo (unidade geradora de caixa) é o seu justo valor menos os custos
de vender ou o seu valor de uso;
f) se a quantia recuperável for o justo valor menos os custos de vender, a base usada para deter-
minar o justo valor menos os custos de vender (tal como, se o justo valor foi determinado por
referência a um mercado ativo);
g) se a quantia recuperável for o valor de uso, a(s) taxa(s) de desconto usada(s) na estimativa cor-
rente e anterior (se houver) do valor de uso.
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67. Uma entidade deve divulgar a seguinte informação para as perdas por imparidade agregadas e as
reversões agregadas de perdas por imparidade reconhecidas durante o período para o qual nenhuma
informação é divulgada de acordo com o parágrafo 66:
a) as principais classes de ativos afetadas por perdas por imparidade e as principais classes de
ativos afetadas por reversões de perdas por imparidade;
b) os principais acontecimentos e circunstâncias que levaram ao reconhecimento destas perdas
por imparidade e reversões de perdas por imparidade.
68. Se, de acordo com o parágrafo 41, qualquer porção do goodwill adquirido numa concentração de
atividades empresariais durante o período não tiver sido imputada a uma unidade geradora de caixa
(grupo de unidades) à data de relato, a quantia do goodwill não imputado deve ser divulgada em conjun-
to com as razões pelas quais a quantia se mantém não imputada.
69. Uma entidade deve divulgar pormenorizadamente o processo subjacente às estimativas usadas para
mensurar as quantias recuperáveis de unidades geradoras de caixa contendo goodwill ou ativos intan-
gíveis com vidas úteis indefinidas.
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A quantia de qualquer perda por imparidade deve ser reconhecida imediatamente nos resultados (cré-
dito na conta 65 – Perdas por imparidade), por contrapartida de uma redução da quantia escriturada dos
ativos financeiros (débito na conta 219/229/239/269/279/419 – Perdas por imparidade acumuladas).
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Em períodos posteriores, se a perda por imparidade diminuir, a mesma deve ser revertida até ao
montante reconhecido em períodos anteriores. A reversão da perda por imparidade é reconhe-
cida imediatamente em resultados (crédito na conta 762 – Reversão de perdas por imparidade),
por contrapartida de um aumento da quantia escriturada dos ativos financeiros (débito na conta
219/229/239/269/279/419 – Perdas por imparidade acumuladas).
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uma entidade deprecia a propriedade e reconhece quaisquer perdas por imparidade que tenham
ocorrido”. Interpretando o parágrafo “a contrario senso” podemos concluir que quando a entidade
adota o modelo do justo valor cessa o reconhecimento das depreciações e das perdas por imparida-
de. Excetua-se, relativamente a perdas por imparidade, o tratamento da diferença entre a quantia
escriturada da propriedade de investimento e o seu justo valor, apenas na data da transferência.
Artigo 23.º, al. h), do 1 - Consideram-se gastos os que comprovadamente sejam indispensáveis para a realização dos rendi-
CIRC mentos sujeitos a imposto ou para a manutenção da fonte produtora, nomeadamente:
(…)
h) Ajustamentos em inventários, perdas por imparidade e provisões;
Artigo 35.º do CIRC 1 - Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes perdas por imparidade contabilizadas no
mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores:
a) As relacionadas com créditos resultantes da atividade normal que, no fim do período de tributação,
possam ser considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade;
b) As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de seguros;
c) As que consistam em desvalorizações excecionais verificadas em ativos fixos tangíveis, ativos intan-
gíveis, ativos biológicos não consumíveis e propriedades de investimento.
2 - Podem também ser deduzidas para efeitos fiscais as perdas por imparidade e outras correções de
valor contabilizadas no mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores, quando
constituídas obrigatoriamente, por força de normas emanadas pelo Banco de Portugal, de carácter
genérico e abstrato, pelas entidades sujeitas à sua supervisão e pelas sucursais em Portugal de institui-
ções de crédito e outras instituições financeiras com sede em outro Estado membro da União Europeia,
destinadas à cobertura de risco específico de crédito e de risco-país e para menos-valias de títulos e de
outras aplicações.
3 - As perdas por imparidade e outras correções de valor referidas nos números anteriores que não
devam subsistir, por deixarem de se verificar as condições objetivas que as determinaram, consideram-
-se componentes positivas do lucro tributável do respetivo período de tributação.
4 - As perdas por imparidade de ativos depreciáveis ou amortizáveis que não sejam aceites fiscalmente
como desvalorizações excecionais são consideradas como gastos, em partes iguais, durante o período
de vida útil restante desse ativo ou, sem prejuízo do disposto nos artigos 38.º e 46.º, até ao período de
tributação anterior àquele em que se verificar o abate físico, o desmantelamento, o abandono, a inutili-
zação ou a transmissão do mesmo.
Artigo 38.º do CIRC 1 - Podem ser aceites como perdas por imparidade as desvalorizações excecionais referidas na alínea
c) do n.º 1 do artigo 35.º provenientes de causas anormais devidamente comprovadas, designadamente,
desastres, fenómenos naturais, inovações técnicas excecionalmente rápidas ou alterações significati-
vas, com efeito adverso, no contexto legal.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, o sujeito passivo deve obter a aceitação da Direcção-
-Geral dos Impostos, mediante exposição devidamente fundamentada, a apresentar até ao fim do pri-
meiro mês do período de tributação seguinte ao da ocorrência dos factos que determinaram as desva-
lorizações excecionais, acompanhada de documentação comprovativa dos mesmos, designadamente da
decisão do competente órgão de gestão que confirme aqueles factos, de justificação do respetivo mon-
tante, bem como da indicação do destino a dar aos ativos, quando o abate físico, o desmantelamento, o
abandono ou a inutilização destes não ocorram no mesmo período de tributação.
3 - Quando os factos que determinaram as desvalorizações excecionais dos ativos e o abate físico,
o desmantelamento, o abandono ou a inutilização ocorram no mesmo período de tributação, o valor
líquido fiscal dos ativos, corrigido de eventuais valores recuperáveis pode ser aceite como gasto do
período, desde que:
a) Seja comprovado o abate físico, desmantelamento, abandono ou inutilização dos bens, através do
respetivo auto, assinado por duas testemunhas, e identificados e comprovados os factos que origina-
ram as desvalorizações excecionais;
b) O auto seja acompanhado de relação discriminativa dos elementos em causa, contendo, relativa-
mente a cada ativo, a descrição, o ano e o custo de aquisição, bem como o valor líquido contabilístico e
o valor líquido fiscal;
c) Seja comunicado ao serviço de finanças da área do local onde aqueles bens se encontrem, com a an-
tecedência mínima de 15 dias, o local, a data e a hora do abate físico, o desmantelamento, o abandono
ou a inutilização e o total do valor líquido fiscal dos mesmos.
4 - O disposto nas alíneas a) a c) do número anterior deve igualmente observar-se nas situações previs-
tas no n.º 2, no período de tributação em que venha a efetuar-se o abate físico, o desmantelamento, o
abandono ou a inutilização dos ativos.
5 - A aceitação referida no n.º 2 é da competência do diretor de finanças da área da sede, direção efe-
tiva ou estabelecimento estável do sujeito passivo ou do diretor dos Serviços de Inspeção Tributária,
tratando-se de empresas incluídas no âmbito das suas atribuições.
6 - A documentação a que se refere o n.º 3 deve integrar o processo de documentação fiscal, nos ter-
mos do artigo 130.º
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O valor de uso foi determinado através do valor descontado dos fluxos de caixa operacionais ex-
traídos do estudo de viabilidade económica.
Pretende-se que trate as questões relacionadas com o registo de imparidades tendo em conta que:
a) A empresa adota o modelo do custo na mensuração dos seus ativos fixos tangíveis;
b) A empresa adota o modelo de revalorização na mensuração dos seus ativos fixos tangíveis.
Resolução
Modelo do custo:
Ano N:
Depreciação: (400.000 € - 40.000 €)/5 = 72.000 €
Quantia escriturada: 400.000 € - 72.000 € = 328.000 €
Teste de imparidade: 327.000 € - 328.000 € = 1.000 €
Pela depreciação do período
64 Gastos de depreciação e amortização
643 Ativos fixos tangíveis 72.000 €
Ano N+1:
Depreciação: (400.000 € - 40.000 € - 72.000 € - 1.000 €)/4 = 71.750 €
Quantia escriturada: 400.000 € - 72.000 € -1.000 € - 71.750 € = 255.250 €
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Ano N+2:
Depreciação: (400.000 € - 40.000 € - 72.000 € - 71.750 €)/3 = 72.083 €
Quantia escriturada: 400.000 € - 72.000 € - 1.000 € - 71.750 € + 1.000 € -72.083 € = 184.167 €
Teste de imparidade: 185.800 € - 184.167 € = 0
Pela depreciação do período
65 Gastos de depreciação e amortização
655 Ativos fixos tangíveis 72.083 €
Ano N+3:
Depreciação: 72.083 €, a quantia da depreciação mantém-se igual à quantia de N+2, uma vez que
não houve perdas por imparidade.
Quantia escriturada: 400.000 € - 72.000 € - 1.000 € - 71.750 € + 1.000 € -72.083 € - 72.083 € =
112.084 €
Teste de imparidade: 110.000 € - 112.084 € = 2.084 €
Pela depreciação do período
64 Gastos de depreciação e amortização
643 Ativos fixos tangíveis 72.083 €
Ano N+4:
Depreciação: (400.000€ - 40.000€ - 72.000€ - 1.000 € - 71.750€ + 1.000 € - 2 x 72.083€ -
2.084€) = 70.000 €
Quantia escriturada: 400.000 € - 72.000 € - 1.000 € - 71.750 € + 1.000 € -72.083 € - 72.083 € -
2.084 € - 70.000 € = 40.000 €
146
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Modelo de revalorização
Ano N:
Depreciação: (400.000 € - 40.000 €)/5 = 72.000 €
Revalorização: 330.000 € - 328.000 € = 2.000 €
Coeficiente de revalorização: 330.000 € / 328.000 € = 1,006097561
Teste de imparidade: 327.000 € - 330.000 € = 3.000 €
Pela depreciação do período
64 Gastos de depreciação e amortização
643 Ativos fixos tangíveis 72.000 €
Pela revalorização
43 Ativos fixos tangíveis
433 Equipamento básico 2.439 €*
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Ano N+1:
De acordo com a NCRF 12 (§§. 31, 61) após o reconhecimento de uma perda por imparidade (ou
sua reversão), o encargo com a depreciação do ativo deve ser ajustado nos períodos futuros para
imputar a quantia escriturada revista do ativo durante a sua vida útil restante.
Depreciação: (400.000 € - 40.000 € - 72.000 € - 1.000 €)/4 = 71.750 €
Quantia escriturada: 330.000 € - 2.000 € - 1.000 € - 71.750 € = 255.250 €
Revalorização: 250.000 € - 255.250 € = - 5.250 €
Como a conta de excedentes de revalorização possui saldo nulo, há que registar uma perda por
imparidade de 5.250 €.
Teste de imparidade: 257.250 € - 250.000 € = 7.250 €
De acordo com a NCRF 12 (§. 60) uma reversão de uma perda por imparidade de um ativo deve
ser reconhecida nos resultados, a menos que o ativo seja escriturado pela quantia revalorizada.
Neste caso, qualquer reversão de uma perda por imparidade deve ser tratada como um acréscimo
de revalorização.
Reversão da perda por imparidade acumulada: 6.250 €
Excedente de revalorização: 1.000 €
Coeficiente de revalorização: 257.250 € / (250.000 € + 6.250 €) = 1,003902439
Pela depreciação do período
64 Gastos de depreciação e amortização
643 Ativos fixos tangíveis 71.750 €
Ano N+2:
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Depreciação: (400.000€ - 40.000€ - 72.000€ - 71.750€ + 1.000€)/3 = 72.417€ (ver NCRF 12, §§.
30, 61).
Realização do excedente de revalorização: 1.000 € /3 = 333 € (ver NCRF 7, §. 41)
Quantia escriturada: 257.250 € – 72.417 € = 184.833 €
Revalorização: 193.000 € - 184.833 € = 8.167 €
Coeficiente de revalorização: 193.000 € / 184.833 = 1,044185833
Teste de imparidade: 185.800 € - 193.000 € = 7.200 €
Redução do excedente de revalorização: 7.200 € (ver NCRF 12, §. 29)
Coeficiente: 7.200 € / (1.000 € + 8.167 €) = 0,785425984
Pela depreciação do período
64 Gastos de depreciação e amortização
643 Ativos fixos tangíveis 72.417 €
Ano N+3:
Depreciação: (400.000 € - 40.000 € - 71.750 € +1.000 € + 8.167 € - 7.200 € - 72.417 €)/2 = 72.900
€ (ver NCRF 12, §. 30, 61).
Realização do excedente de revalorização = 1.967 € / 2 = 984 € (ver NCRF 7, §. 41)
Quantia escriturada: 185.800 € - 72.900 € = 112.900 €
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Ano N+4:
Depreciação: (400.000 € - 40.000 € - 72.000 € - 71.750 € + 1.000 € + 8.167 € - 7.200 € + 5.740
€ - 6.390 € - 72.417 € - 72.900 € - 2.250 € ) = 70.000 €
Quantia escriturada: 110.000 € - 70.000 € = 40.000 €
150
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
(*)(400.000 € + 2.439 € - 2.439 € + 1.561 € + 17.743 € - 15.162 € + 20.547 € - 20.470 € x 1,065088757 – 404.219 € = 26.310 €
(**) (72.000 € + 439 € - 439 € + 71.750 € + 561 € + 72.417 € + 9.576 € - 7.962 € + 72.900 € + 14.807 € - 14.080 € + 70.000 €) x
1,065088757 – 361.969 € = 23.560 €
Caso Prático II
A empresa ParaFarma, SA é uma empresa que se dedica à atividade de parafarmácia. Possui 2
lojas (Viseu e Aveiro) sendo que o escritório da sede e armazém logísticos estão sediados em São
Pedro do Sul. A loja de Aveiro decorreu de um processo de compra, em dezembro de N, de todos
os ativos da empresa Paracentro, SA, pelo valor total de 200.000 €, tendo sido atribuídos os se-
guintes valores à data de aquisição:
151
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Peritos independentes avaliaram as lojas de Viseu e Aveiro por 70.000 € e 116.000 €, respetiva-
mente. A sede contribui para o funcionamento da loja de Viseu e Aveiro na ordem dos 40% e 60%,
respetivamente.
Pretende-se que analise as perdas por imparidade da empresa ParaFarma, SA.
Resolução
A empresa detém duas unidades geradoras de caixa (loja de Aveiro e Viseu), considerando que
cada loja gera fluxos de caixa sendo independente dos fluxos de caixa gerados por outros ativos
da entidade (NCRF 12, §. 4). Contudo a sede não gera fluxos de caixa, mas é fundamental para o
funcionamento das unidades geradoras de caixa. Logo, é um ativo corporate (NCRF 12, §. 4).
Identificado o ativo corporate a entidade deve repartir a sua quantia escriturada pelas diversas
unidades geradoras de caixa, numa base razoável e consistente (NCRF 12, §. 51):
Descrição % Repartição Q. escriturada
Loja Aveiro 60% 60.000 € 260.000 €
Loja Viseu 40% 40.000 € 180.000 €
Total 100.000 € 440.000 €
O cálculo das perdas por imparidade é feito unidade geradora de caixa a unidade geradora de
caixa:
Loja de Aveiro: 290.000 € - 260.000 € = 30.000 €
Loja de Viseu: 250.000 € - 180.000 € = não há imparidade.
Quanto à loja de Aveiro, foram adquiridos por 200.000 € ativos que valiam 180.000 €. O valor
do excesso é goodwill. Em dezembro deve ser reconhecida uma perda por imparidade correspon-
dente à diferença entre a quantia escriturada e o valor de uso da unidade geradora de caixa. A
perda por imparidade deve ser imputada para reduzir a quantia escriturada dos ativos da unida-
de, pela seguinte ordem (NCRF 12, §. 52):
ü Redução da quantia escriturada do goodwill;
ü Redução da quantia escriturada de algum ativo avaliado de forma isolada (caso da loja de
Aveiro, que foi avaliada por 116.000 €, o que corresponde a um perda por imparidade de
4.000 €);
ü Redução dos outros ativos, numa base pro rata, relativamente à quantia escriturada de
cada um.
152
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Lançamento:
Pela perda por imparidade
65 Perdas por imparidade
656 Em ativos fixos tangíveis 30.000 €
153
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
adotadas pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.
A NCRF 13 tem por objetivo prescrever o tratamento para os interesses em empreendimentos
conjuntos, independentemente da forma jurídica que possam revestir (como por exemplo: agru-
pamentos complementares de empresas, consórcios, agrupamentos europeus de interesse eco-
nómico e associações em participação) e para os investimentos em associadas (NCRF 13, §. 1).
Esta norma proporciona orientação prática para o reconhecimento, mensuração e divulgação
dos interesses em empreendimentos conjuntos e dos investimentos em associadas. Também pro-
porciona orientação no que concerne às formas que podem assumir os empreendimentos con-
juntos e à determinação da existência de influência significativa.
Esquematicamente o âmbito da NCRF 13 é o seguinte:
154
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
O acordo contratual pode ser evidenciado de várias maneiras, contudo qualquer que seja a sua
forma, o acordo contratual é geralmente escrito e trata de assuntos tais como (NCRF 13, §. 7):
• a atividade, duração e obrigações de relato do empreendimento conjunto;
• a nomeação do órgão de direção ou órgão de gestão equivalente do empreendimento
conjunto e os direitos de voto dos empreendedores;
• contribuições de capital pelos empreendedores;
• a partilha dos empreendedores na produção, nos rendimentos, nos gastos ou nos resul-
tados do empreendimento conjunto.
Se o investidor detiver, direta ou indiretamente 20 % ou mais do poder de voto na investida,
presume-se que tem influência significativa, a menos que o contrário possa ser claramente de-
monstrado.
Se o investidor detiver, direta, ou indiretamente menos de 20 % do poder de voto na investida,
presume-se que não tem influência significativa, a menos que o contrário possa ser claramente
demonstrado.
A existência de influência significativa por parte de um investidor é geralmente evidenciada por
uma ou mais das seguintes formas (NCRF 13, §. 20):
• representação no órgão de direção ou órgão de gestão equivalente da investida;
• participação em processos de decisão de políticas, incluindo a participação em decisões
sobre dividendos e outras distribuições;
• transações materiais entre o investidor e a investida;
• intercâmbio de pessoal de gestão; ou
• fornecimento de informação técnica essencial.
155
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Exemplo:
A Sociedade Alfa e Beta iniciaram a construção do produto X em regime de consórcio. Cada
sociedade suporta os seus próprios custos e obtém uma parte do rédito da venda do produto
X, sendo tal partilha determinada segundo o acordo contratual.
156
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Exemplo:
As Sociedades Matriz e MaKet, com sede em Aveiro, tinham cada uma, um excedente de te-
souraria de 500.000 €. Para rentabilizarem o excedente decidiram adquirir em comproprie-
dade um imóvel para rendimento na Avenida Gomes Fonseca, pelo montante de 1.000.000 €.
Nos ativos conjuntamente controlados cada empreendedor inclui nos seus registos conta-
bilísticos e reconhece nas suas demonstrações financeiras a sua parte nos ativos conjun-
tamente controlados, classificados de acordo com a natureza dos mesmos e não como um
investimento. As demonstrações financeiras continuam a refletir os ativos fixos nas contas
respetivas e os resultados do empreendimento surgem integrados nos resultados da socieda-
de. Como cada sociedade entrou com 50% do valor do ativo, o valor das rendas e dos gastos a
incorrer com a conservação e manutenção do imóvel caberá 50% a cada empreendedor.
157
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Exemplo:
As sociedades Alfa e Beta constituíram a sociedade Gama que se dedica à exploração de mi-
nério. Contratualmente definiram que cada sociedade pode extrair o minério que necessita
para a sua atividade e que os excedentes serão vendidos a terceiros.
Como estamos perante uma entidade conjuntamente controlada, temos que considerar dife-
rentes situações:
• Demonstrações financeiras da sociedade Gama (entidade conjuntamente controla-
da) - Prepara as suas demonstrações financeiras de acordo com as NCRF.
• Demonstrações financeiras das sociedades Alfa e Beta caso apresentem demonstra-
ções financeiras consolidadas - O empreendedor nas suas contas individuais de-
verão reconhecer o interesse numa entidade conjuntamente controlada usando o
método da equivalência patrimonial. Nas suas contas consolidadas deverá utilizar o
método da consolidação proporcional.
• Demonstrações financeiras das sociedades Alfa e Beta caso apresentem apenas de-
monstrações financeiras individuais - O empreendedor que apresente apenas contas
individuais deverá reconhecer nas suas demonstrações financeiras o seu interesse
numa entidade conjuntamente controlada usando, como método recomendado, o
método da consolidação proporcional, ou, como método alternativo, o método de
equivalência patrimonial.
158
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
159
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Se uma associada tiver ações preferenciais cumulativas em circulação, classificadas como capital
próprio, que sejam detidas por outros que não o investidor, este calcula a sua parte nos resultados
depois de os ajustar face aos dividendos de tais ações, independentemente de terem ou não sido
declarados (NCRF 13, §. 48).
Se a parte de um investidor nas perdas de uma associada igualar ou exceder o seu interesse na
associada, o investidor descontinua o reconhecimento da sua parte de perdas adicionais (NCRF
13, §. 49).
O interesse numa associada é a quantia escriturada do investimento na associada de acordo com
o método da equivalência patrimonial juntamente com quaisquer interesses de longo prazo que,
em substância, façam parte do investimento líquido do investidor na associada.
As perdas reconhecidas segundo o método da equivalência patrimonial que excedam o inves-
timento do investidor em ações ordinárias são aplicadas a outros componentes do interesse do
investidor numa associada pela ordem inversa da sua antiguidade.
Depois de o interesse do investidor ser reduzido a zero, as perdas adicionais são tidas em conta
160
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
2.10.1.3 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a interesses em empreendimentos
conjuntos e investimentos em associadas (NCRF 10, §§. 64-70):
64. Um empreendedor deve divulgar a quantia agregada dos passivos contingentes seguintes, a menos
que a probabilidade de perda seja remota, separadamente da quantia de outros passivos contingentes:
a) quaisquer passivos contingentes em que o empreendedor tenha incorrido em relação aos seus
interesses em empreendimentos conjuntos e a sua parte em cada um dos passivos contingentes
que tenham sido incorridos conjuntamente com outros empreendedores;
b) a sua parte nos passivos contingentes dos próprios empreendimentos conjuntos pelos quais seja
contingentemente responsável; e
c) os passivos contingentes que surjam porque o empreendedor é contingentemente responsável
pelos passivos dos outros empreendedores de um empreendimento conjunto.
65. Um empreendedor deve divulgar a quantia agregada dos seguintes compromissos com respeito aos
seus interesses em empreendimentos conjuntos, separadamente de outros compromissos:
a) quaisquer compromissos de capital do empreendedor em relação com os seus interesses em em-
preendimentos conjuntos e a sua parte nos compromissos de capital que tenham sido incorridos
conjuntamente com outros empreendedores; e
b) a sua parte dos compromissos de capital dos próprios empreendimentos conjuntos.
66. Um empreendedor deve divulgar uma listagem e descrição de interesses em empreendimentos con-
juntos significativos e a proporção do interesse de propriedade detido em entidades conjuntamente
controladas. Um empreendedor que reconheça os seus interesses em entidades conjuntamente con-
troladas usando o formato de relato linha a linha para a consolidação proporcional ou o método da
equivalência patrimonial deve divulgar as quantias agregadas de cada um dos ativos correntes, dos
ativos de longo prazo, dos passivos correntes, dos passivos de longo prazo, dos rendimentos e dos
gastos relacionados com os seus interesses em empreendimentos conjuntos.
67. Um empreendedor deve divulgar o método que usa para reconhecer os seus interesses em entidades
conjuntamente controladas.
68. Um investidor deve fazer as seguintes divulgações:
a) o justo valor de investimentos em associadas para os quais sejam publicadas cotações de preços;
b) informação financeira resumida das associadas, incluindo as quantias agregadas de ativos,
passivos, rendimentos e resultados;
c) as razões pelas quais se concluiu existir influência significativa quando o contrário era presumí-
vel pelo facto de um investidor deter, direta ou indiretamente através de subsidiárias, menos de
20% dos votos ou do potencial poder de voto da investida;
d) as razões pelas quais se concluiu não existir influência significativa quando o contrário era pre-
sumível pelo facto de um investidor deter, direta ou indiretamente através de subsidiárias, 20%
ou mais dos votos ou do potencial poder de voto da investida;
e) a data de relato das demonstrações financeiras de uma associada, quando essas demonstrações
161
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 18.º n.º 8 do Os rendimentos e gastos, assim como quaisquer outras variações patrimoniais, relevados na conta-
CIRC bilidade em consequência da utilização do método da equivalência patrimonial não concorrem para
a determinação do lucro tributável, devendo os rendimentos provenientes dos lucros distribuídos ser
imputados ao período de tributação em que se adquire o direito aos mesmos.
Artigo 20.º n.º 1 alínea Consideram-se rendimentos os resultantes de operações de qualquer natureza, em consequência de
c) do CIRC uma ação normal ou ocasional, básica ou meramente acessória, nomeadamente:
…
c) De natureza financeira, tais como juros, dividendos, descontos, ágios, transferências, diferenças
de câmbio, prémios de emissão de obrigações e os resultantes da aplicação do método do juro efeti-
vo aos instrumentos financeiros valorizados pelo custo amortizado;
…
Artigo 45.º n.º 3 do A diferença negativa entre as mais-valias e as menos-valias realizadas mediante a transmissão one-
CIRC rosa de partes de capital, incluindo a sua remição e amortização com redução de capital, bem como
outras perdas ou variações patrimoniais negativas relativas a partes de capital ou outras compo-
nentes do capital próprio, designadamente prestações suplementares, concorrem para a formação
do lucro tributável em apenas metade do seu valor.
162
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 46.º n.º 1 do Consideram-se mais-valias ou menos-valias realizadas os ganhos obtidos ou as perdas sofridas
CIRC mediante transmissão onerosa, qualquer que seja o título por que se opere e, bem assim, os decor-
rentes de sinistros ou os resultantes da afetação permanente a fins alheios à atividade exercida,
respeitantes a:
a) Ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, ativos biológicos que não sejam consumíveis e proprie-
dades de investimento, ainda que qualquer destes ativos tenha sido reclassificado como ativo não
corrente detido para venda;
b) Instrumentos financeiros, com exceção dos reconhecidos pelo justo valor nos termos das alíneas
a) e b) do n.º 9 do artigo 18.º
Artigo 47.º do CIRC 1 - O valor de aquisição deduzido das perdas por imparidade e outras correções de valor previstas
no Artigo 35.º, bem como das depreciações aceites fiscalmente, é atualizado mediante aplicação
dos coeficientes de desvalorização da moeda para o efeito publicados em portaria do Ministro das
Finanças.
Artigo 51.º do CIRC Na determinação do lucro tributável das sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, coo-
perativas e empresas públicas, com sede ou direção efetiva em território português, são deduzidos
os rendimentos, incluídos na base tributável, correspondentes a lucros distribuídos, desde que sejam
verificados os seguintes requisitos:
a) A sociedade que distribui os lucros tenha a sede ou direção efetiva no mesmo território e esteja
sujeita e não isenta de IRC ou esteja sujeita ao imposto referido no artigo 7.º;
b) A entidade beneficiária não seja abrangida pelo regime da transparência fiscal pre-
visto no artigo 6.º;
c) A entidade beneficiária detenha diretamente uma participação no capital da so-
ciedade que distribui os lucros não inferior a 10% ou com um valor de aquisição não
inferior a (euro) 20 000 000 e esta tenha permanecido na sua titularidade, de modo
ininterrupto, durante o ano anterior à data da colocação à disposição dos lucros ou, se
detida há menos tempo, desde que a participação seja mantida durante o tempo ne-
cessário para completar aquele período.
Artigo 66.º n.º 1 do São imputados aos sócios residentes em território português, na proporção da sua participação
CIRC social e independentemente de distribuição, os lucros obtidos por sociedades residentes fora desse
território e aí submetidos a um regime fiscal claramente mais favorável, desde que o sócio detenha,
direta ou indiretamente, uma participação social de, pelo menos, 25%, ou, no caso de a sociedade
não residente ser detida, direta ou indiretamente, em mais de 50%, por sócios residentes, uma parti-
cipação social de, pelo menos, 10%.
Justo Valor
Ativos Fixos Tangíveis 1.000.000 €
Inventários 600.000 €
Contas a Receber e a Pagar 300.000 €
Meios Financeiros Líquidos 200.000 €
Passivo 475.000 €
Pedido:
Determine o valor do Goodwill e proceda ao registo contabilístico da aquisição.
Resolução:
Como a sociedade NovisFlor, S.A. detém 40% do capital da sociedade Flordis, S.A., presume-se
que exerce influência significativa sobre esta, e, portanto, é um investimento numa associada.
Assim, a contabilização deve ser efetuada pelo MEP.
163
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Cálculo do Goodwill:
- Goodwill = Custo aquisição – 40% JV ativos e passivos identificáveis
= 50.000 € – 40% x (2.100.000 € – 475.000 €) =
= 50.000 € – 650.000 € =
= -15.000 €
Para registar o goodwill negativo utiliza-se a conta “7858 - Outros rendimentos e ganhos”, uma
vez que a nota de enquadramento da conta “7851 – Aplicação do MEP” reserva para esta apenas
as situações de resultados da entidade participada.
Caso Prático II
A sociedade Moldis, S.A., com o objetivo de rentabilizar os seus excedentes de tesouraria e obter
dividendos, adquiriu em 2 de janeiro do ano N, 30% do capital da sociedade Norvis, S.A., por
500.000 € correspondente a 250.000 ações de valor nominal 1 €. O valor dos capitais próprios
da sociedade Norvis, S.A. à data de aquisição era de 800.000 €, correspondendo ao justo valor.
Relativamente à sociedade Nordis, S.A., sabe-se o seguinte:
Pedido:
Contabilização das operações descritas utilizando o método que considerar adequado.
Resolução:
Como a sociedade Moldis, S.A. detém 30% dos capitais da sua participada, assegura, em termos
de direito, uma participação numa associada. Contudo, a sociedade Moldis, S.A. não pretende
exercer qualquer influência na sociedade Norvis, S.A., pelo que desta forma a participação deve
ser reconhecida ao custo menos perdas por imparidade.
164
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Registos Contabilísticos:
No final do ano, em 31 de dezembro do ano N+1 há que verificar se existem perdas por imparidade.
• Quantia escriturada do investimento = 500.000 €
• Proporção no valor de mercado da associada = 2,5 € x 250.000 ações = 625.000 €
Não existem perdas por imparidade.
No dia 31 de março de N+2 houve distribuição de resultados.
165
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Resolução:
Ano N
1) Contabilização da aquisição da participação, em 2 de janeiro de N, e determinação do goodwill
incluído:
166
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
3) Pelo reconhecimento da depreciação dos ativos fixos tangíveis baseados no JV à data da aqui-
sição da participação:
(2.500.000 €-2.000.000 €) x 25% = 25.000 €
5
167
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Ano N+1
6) Pelo reconhecimento do lucro atribuído na Assembleia Geral de 31 de março de N+1:
7) Pelo reconhecimento da margem de lucro incluído nos inventários iniciais da participante, que
foram vendidos em N+1:
168
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
8) Pelo reconhecimento das depreciações dos ativos fixos tangíveis baseados no justo valor à data
da aquisição da participação:
9) Pelo ajustamento das novas depreciações da máquina que a participada adquiriu à participante
em N:
169
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
• Controlo conjunto
• Influência significativa
É esta percentagem que determina se a entidade é ou não consolidável e o método de consolida-
ção a adotar.
Exemplo:
Considere os seguintes grupos:
2.11.1.1 Mensuração
Nas demonstrações financeiras individuais de uma empresa-mãe, a valorização dos investi-
mentos em subsidiárias deve ser efetuada de acordo com o método de equivalência patrimonial
(NCRF 15, §. 8). Nos casos em que se verifiquem restrições severas e duradouras que prejudiquem
significativamente a capacidade de transferência de fundos para a empresa detentora, deve ser
usado o método do custo.
171
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
172
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
173
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Se uma subsidiária tiver ações preferenciais cumulativas em circulação que sejam detidas por
interesses minoritários e classificadas como capital próprio, a empresa-mãe calcula a sua parte
dos resultados depois de fazer ajustamentos para os dividendos de tais ações, quer os dividendos
tenham ou não sido declarados (NCRF 15, §. 26).
Para efeitos de consolidação:
• quando as empresas têm controlo exclusivo aplicam o método de consolidação integral
Consolidação Integral consiste na integração de todos os elementos das demonstrações
financeiras das subsidiárias, na eliminação da participação financeira da empresa de-
tentora e dos capitais próprios da subsidiária, isto é, adiciona-se os ativos e passivos da
empresa filial aos valores da empresa-mãe evidenciando os direitos de terceiros, desig-
nados como interesses minoritários.
• quando as empresas têm influência significativa e controlo conjunto aplicam o método
de consolidação proporcional
Na consolidação proporcional não se evidenciam os interesses minoritários, uma vez que
apenas é considerada a percentagem detida pelo grupo e não a totalidade.
2.11.1.3 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a investimentos em subsidiárias e
consolidação (NCRF15, §§. 27-28):
27. Devem ser feitas as seguintes divulgações nas demonstrações financeiras consolidadas:
(a) a natureza da relação entre a empresa-mãe e uma subsidiária quando a empresa-mãe não pos-
suir, direta ou indiretamente através de subsidiárias, mais de metade do poder de voto;
(b) as razões pelas quais a propriedade, direta ou indiretamente através de subsidiárias, de mais de
metade do poder de voto de uma investida não constitui controlo;
(c) a data de relato das demonstrações financeiras de uma subsidiária quando tais demonstrações
financeiras forem usadas para preparar demonstrações financeiras consolidadas e correspon-
derem a uma data de relato ou a um período diferente do da data da empresa-mãe, e a razão
para usar uma data de relato ou período diferente; e
(d) a natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo, resultante de acor-
dos de empréstimo ou requisitos regulamentares) sobre a capacidade das subsidiárias de trans-
ferirem fundos para a empresa-mãe sob a forma de dividendos em dinheiro ou de reembolsarem
empréstimos ou adiantamentos.
28. Quando forem preparadas demonstrações financeiras individuais por uma empresa-mãe que, nos
termos legais, esteja dispensada de elaborar contas consolidadas, essas demonstrações financeiras in-
dividuais devem divulgar:
(a) que a dispensa de consolidação foi usada; o nome e o país de constituição ou sede da entidade
que elabora demonstrações financeiras consolidadas; e a morada onde essas demonstrações
financeiras consolidadas podem ser obtidas;
(b) uma listagem dos investimentos significativos em subsidiárias, entidades conjuntamente con-
troladas e associadas, incluindo o nome, o país de constituição ou domicílio, a proporção do
interesse de propriedade e, se for diferente, a proporção do poder de voto detido; e
(c) uma descrição do método usado para contabilizar os investimentos listados na alínea (b).
(d) quando utilizado o método do custo, descrição das restrições severas e duradouras que preju-
diquem significativamente a capacidade de transferência de fundos para a empresa detentora.
174
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 18.º n.º 8 do Os rendimentos e gastos, assim como quaisquer outras variações patrimoniais, relevados na conta-
CIRC bilidade em consequência da utilização do método da equivalência patrimonial não concorrem para
a determinação do lucro tributável, devendo os rendimentos provenientes dos lucros distribuídos ser
imputados ao período de tributação em que se adquire o direito aos mesmos.
Artigo 20.º n.º 1 alínea Consideram-se rendimentos os resultantes de operações de qualquer natureza, em consequência de
c) do CIRC uma ação normal ou ocasional, básica ou meramente acessória, nomeadamente:
…
c) De natureza financeira, tais como juros, dividendos, descontos, ágios, transferências, diferenças de
câmbio, prémios de emissão de obrigações e os resultantes da aplicação do método do juro efetivo
aos instrumentos financeiros valorizados pelo custo amortizado;
…
Artigo 45.º n.º 3 do A diferença negativa entre as mais-valias e as menos-valias realizadas mediante a transmissão one-
CIRC rosa de partes de capital, incluindo a sua remição e amortização com redução de capital, bem como
outras perdas ou variações patrimoniais negativas relativas a partes de capital ou outras componen-
tes do capital próprio, designadamente prestações suplementares, concorrem para a formação do
lucro tributável em apenas metade do seu valor.
Artigo 46.º n.º 1 do Consideram-se mais-valias ou menos-valias realizadas os ganhos obtidos ou as perdas sofridas me-
CIRC diante transmissão onerosa, qualquer que seja o título por que se opere e, bem assim, os decorrentes
de sinistros ou os resultantes da afetação permanente a fins alheios à atividade exercida, respeitantes
a:
a) Ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, ativos biológicos que não sejam consumíveis e proprie-
dades de investimento, ainda que qualquer destes ativos tenha sido reclassificado como ativo não
corrente detido para venda;
b) Instrumentos financeiros, com exceção dos reconhecidos pelo justo valor nos termos das alíneas a)
e b) do n.º 9 do artigo 18.º
Artigo 47.º do CIRC 1 - O valor de aquisição deduzido das perdas por imparidade e outras correções de valor previstas no
Artigo 35.º, bem como das depreciações aceites fiscalmente, é atualizado mediante aplicação dos co-
eficientes de desvalorização da moeda para o efeito publicados em portaria do Ministro das Finanças.
Artigo 51.º do CIRC Na determinação do lucro tributável das sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, coo-
perativas e empresas públicas, com sede ou direção efetiva em território português, são deduzidos
os rendimentos, incluídos na base tributável, correspondentes a lucros distribuídos, desde que sejam
verificados os seguintes requisitos:
a) A sociedade que distribui os lucros tenha a sede ou direção efetiva no mesmo território e esteja
sujeita e não isenta de IRC ou esteja sujeita ao imposto referido no artigo 7.º;
b) A entidade beneficiária não seja abrangida pelo regime da transparência fiscal previsto no artigo
6.º;
c) A entidade beneficiária detenha diretamente uma participação no capital da sociedade que distri-
bui os lucros não inferior a 10% ou com um valor de aquisição não inferior a (euro) 20 000 000 e esta
tenha permanecido na sua titularidade, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da colo-
cação à disposição dos lucros ou, se detida há menos tempo, desde que a participação seja mantida
durante o tempo necessário para completar aquele período.
Artigo 66.º n.º 1 do São imputados aos sócios residentes em território português, na proporção da sua participação
CIRC social e independentemente de distribuição, os lucros obtidos por sociedades residentes fora desse
território e aí submetidos a um regime fiscal claramente mais favorável, desde que o sócio detenha,
direta ou indiretamente, uma participação social de, pelo menos, 25%, ou, no caso de a sociedade não
residente ser detida, direta ou indiretamente, em mais de 50%, por sócios residentes, uma participa-
ção social de, pelo menos, 10%.
Artigo 69.º n.º 1 e 2 1 - Existindo um grupo de sociedades, a sociedade dominante pode optar pela aplicação do regime
do CIRC especial de determinação da matéria coletável em relação a todas as sociedades do grupo.
2 - Existe um grupo de sociedades quando uma sociedade, dita dominante, detém, direta ou indire-
tamente, pelo menos 90% do capital de outra ou outras sociedades ditas dominadas, desde que tal
participação lhe confira mais de 50% dos direitos de voto.
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Caso Prático II
A sociedade “MekaVouga, Lda.” adquiriu em janeiro do ano N, por 273.000 €, uma participação
financeira de 80% na sociedade “Flor do Vouga, Lda.”.
Sabe-se que as operações realizadas entre as duas empresas durante o ano N foram as seguintes:
a) A sociedade “MekaVouga, Lda.” emprestou 22.500 € à sociedade “Flor do Vouga, Lda.”
para financiamento da sua atividade. O empréstimo não vence juros.
b) A sociedade “MekaVouga, Lda.” vendeu uma máquina industrial à sociedade “Flor do
Vouga, Lda.”, por 27.000 €, que lhe tinha custado 82.500 €. As depreciações acumuladas
eram de 49.500 € e a taxa de depreciação era de 20%. A sociedade “Flor do Vouga, Lda.”
definiu um período de vida útil da máquina de 3 anos.
Pedido:
Registos contabilísticos de anulação das operações intragrupo para efeitos de consolidação de
contas no ano N.
Resolução:
De acordo com a NCRF 15 (§. 14), os saldos, transações, rendimentos e ganhos e gastos intragrupo
devem ser eliminados por inteiro.
Anulação da dívida resultante do empréstimo:
177
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Ativo
Pedido:
Proceda aos lançamentos de consolidação à data de aquisição e apresente o Balanço consolidado
nessa mesma data.
Resolução:
No dia 1 de janeiro do ano N a empresa Max terá que registar a aquisição. Assim temos:
178
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
É de salientar que nesta data os saldos iniciais da empresa Max já continham a aquisição do in-
vestimento financeiro (débito da conta “Investimentos Financeiros” e crédito de “Depósitos à
Ordem”).
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
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ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
2.12.1.1 Mensuração
Todas as concentrações de atividades empresariais devem ser contabilizadas pela aplicação do
método de compra.
O método de compra considera a concentração de atividades empresariais na perspetiva da en-
tidade concentrada que é identificada como a adquirente. A adquirente compra ativos líquidos e
reconhece os ativos adquiridos e os passivos e passivos contingentes assumidos, incluindo aque-
les que não tenham sido anteriormente reconhecidos pela adquirida (NCRF 14, §. 11).
A mensuração dos ativos e passivos da adquirente não é afetada pela transação, nem quaisquer
ativos ou passivos adicionais da adquirente são reconhecidos como consequência da transação,
porque não são o objeto da transação.
A aplicação do método de compra envolve os seguintes passos (NCRF 14, §. 12):
• identificar uma adquirente;
• mensurar o custo da concentração de atividades empresariais; e
• imputar, à data da aquisição, o custo da concentração de atividades empresariais aos
ativos adquiridos e passivos e passivos contingentes assumidos.
181
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
2.12.1.1.3 Imputar o custo aos ativos adquiridos e passivos e passivos contingentes assumidos
A adquirente deve reconhecer separadamente os ativos, passivos e passivos contingentes iden-
tificáveis da adquirida à data de aquisição apenas se satisfizerem os seguintes critérios nessa
data (NCRF 14, §. 24):
182
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
• no caso de um ativo que não seja um ativo intangível, se for provável que qualquer be-
nefício económico futuro associado flua para a adquirente, e o seu justo valor possa ser
mensurado com fiabilidade;
• no caso de um passivo que não seja um passivo contingente, se for provável que um
exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos seja necessário para liquidar a
obrigação, e o seu justo valor possa ser mensurado com fiabilidade;
• no caso de um ativo intangível ou de um passivo contingente, se o seu justo valor puder
ser mensurado com fiabilidade.
A demonstração dos resultados da adquirente deve incorporar os resultados da adquirida após a
data de aquisição ao incluir os rendimentos e os gastos da adquirida com base no custo da con-
centração de atividades empresariais para a adquirente.
No que diz respeito aos ativos e passivos identificáveis da adquirida, a adquirente deve reconhe-
cer separadamente como parte da imputação do custo da concentração apenas os ativos, passivos
e passivos contingentes identificáveis da adquirida que existiam à data da aquisição e que satis-
façam os critérios de reconhecimento. Assim, deverá:
• reconhecer os passivos por encerramento ou redução das atividades da adquirida como
parte da imputação do custo da concentração apenas quando a adquirida tiver, à data da
aquisição, um passivo por reestruturação existente reconhecido de acordo com a NCRF
21 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (NCRF 14, §. 26 a));
• quando imputar o custo da concentração, não deve reconhecer passivos por perdas fu-
turas ou outros custos em que se espera incorrer como resultado da concentração de
atividades empresariais (NCRF 14, §. 26 b));
• reconhecer separadamente um ativo intangível da adquirida à data da aquisição apenas
se esse ativo satisfizer a definição de ativo intangível da NCRF 6 (Ativos Intangíveis) e se o
seu justo valor puder ser mensurado com fiabilidade (NCRF 14, §. 27);
• reconhecer separadamente um passivo contingente da adquirida como parte da imputa-
ção do custo de uma concentração de atividades empresariais apenas se o seu justo valor
puder ser mensurado com fiabilidade (NCRF 14, §. 28);
• reconhecer o goodwill adquirido numa concentração de atividades empresariais como
um ativo (NCRF 14, §. 32 a));
• mensurar inicialmente esse goodwill pelo seu custo, que é o excesso do custo da concen-
tração de atividades empresariais acima do interesse da adquirente no justo valor líquido
dos ativos, passivos e passivos contingentes identificáveis (NCRF 14, §. 32 b));
• após o reconhecimento inicial, a adquirente deve mensurar o goodwill adquirido numa
concentração de atividades empresariais pelo custo menos qualquer perda por impari-
dade acumulada (NCRF 14, §. 34);
• O goodwill adquirido numa concentração de atividades empresariais não deve ser amorti-
zado. Em vez disso, a adquirente deve testá-lo quanto a imparidade anualmente, ou com
mais frequência se os acontecimentos ou alterações nas circunstâncias indicarem que pode
estar com imparidade, de acordo com a NCRF 12 – Imparidade de Ativos (NCRF 14, §. 35);
Se existirem ajustamentos na contabilização inicial de uma concentração de atividades empresariais
depois de concluída a contabilização inicial devem ser reconhecidos apenas para corrigir um erro de
acordo com a NCRF 4 (Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros).
Os ajustamentos na contabilização inicial de uma concentração de atividades empresariais de-
pois de concluída essa contabilização não devem ser reconhecidos para o efeito de alterações nas
183
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
estimativas. De acordo com a NCRF 4, o efeito de uma alteração nas estimativas deve ser reco-
nhecido no período corrente e nos períodos futuros (NCRF 14, §. 39).
2.12.1.2 Divulgação
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a concentrações de atividades em-
presariais (NCRF 14, §§. 41-50):
41. Uma adquirente deve divulgar informação que permita aos utentes das demonstrações financeiras avaliar
a natureza e o efeito financeiro das concentrações de atividades empresariais que tenham sido efetuadas:
- durante o período;
- após a data do balanço mas antes de as demonstrações financeiras receberem autorização de emissão.
42. Para tornar efetivo o princípio do parágrafo 41(a), a adquirente deve divulgar a seguinte informação
para cada concentração de atividades empresariais que tenha sido efetuada durante o período:
- os nomes e as descrições das entidades ou atividades empresariais concentradas;
- a data da aquisição;
- a percentagem de instrumentos de capital próprio com direito a voto adquiridos;
- o custo da concentração e uma descrição dos componentes desse custo, incluindo quaisquer
custos diretamente atribuíveis à concentração. Quando os instrumentos de capital próprio são
emitidos ou passíveis de emissão como parte do custo, deve ser divulgado o seguinte:
(i) o número de instrumentos de capital próprio emitidos ou passíveis de emissão; e
(ii) o justo valor desses instrumentos e a base para determinar esse justo valor. Se não existir
um preço publicado para os instrumentos à data da troca, devem ser divulgados os pressu-
postos significativos usados para determinar o justo valor. Se existir um preço publicado à
data da troca mas que não foi usado como base para determinar o custo da concentração,
esse facto deve ser divulgado em conjunto com: as razões por que o preço publicado não foi
usado; o método e os pressupostos significativos usados para atribuir um valor aos instru-
mentos de capital próprio; e a quantia agregada da diferença entre o valor atribuído aos
instrumentos de capital próprio e o preço publicado dos mesmos;
- detalhes de quaisquer unidades operacionais que a entidade tenha decidido alienar como resul-
tado da concentração;
- as quantias reconhecidas à data de aquisição para cada classe de ativos, passivos e passivos contin-
gentes da adquirida, e, a menos que a divulgação seja impraticável, as quantias escrituradas de cada
uma dessas classes, determinadas de acordo com as NCRF, imediatamente antes da concentração. Se
essa divulgação for impraticável, esse facto deve ser divulgado, junto com uma explicação;
- a quantia de qualquer excesso reconhecida nos resultados de acordo com o parágrafo 36, e a
linha de item na demonstração dos resultados na qual o excesso é reconhecido;
- uma descrição dos fatores que contribuíram para um custo que resulta no reconhecimento do
goodwill — uma descrição de cada ativo intangível que não tenha sido reconhecido separada-
mente do goodwill e uma explicação sobre a razão pela qual não foi possível mensurar o justo
valor do ativo intangível com fiabilidade — ou uma descrição da natureza de qualquer excesso
reconhecido nos resultados de acordo com o parágrafo 36;
- a quantia dos resultados da adquirida desde a data da aquisição incluída nos resultados da ad-
quirente do período, a não ser que a divulgação seja impraticável. Se essa divulgação for impra-
ticável, esse facto deve ser divulgado, junto com uma explicação.
184
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
43. A informação exigida pelo parágrafo 42 deve ser divulgada em conjunto no caso de concentrações de
atividades empresariais, efetuadas durante o período de relato, que sejam individualmente imateriais.
44. Se a contabilização inicial de uma concentração de atividades empresariais que tenha sido efetuada
durante o período foi determinada apenas provisoriamente tal como descrito no parágrafo 38, esse
facto deve também ser divulgado em conjunto com uma explicação.
45. Para tornar efetivo o princípio do parágrafo 41 (a), a adquirente deve divulgar a seguinte informa-
ção, a não ser que essa divulgação seja impraticável:
- o rédito da entidade concentrada do período como se a data de aquisição para todas as concen-
trações de atividades empresariais efetuadas durante o período tivesse sido o início desse período;
- os resultados da entidade concentrada do período como se a data de aquisição para todas as con-
centrações de atividades empresariais efetuadas durante o período tivesse sido o início do período.
Se a divulgação desta informação for impraticável, esse facto deve ser divulgado, junto com uma
explicação.
46. A adquirente deve ainda divulgar a seguinte informação:
- a quantia e uma explicação sobre qualquer ganho ou perda reconhecido no período corrente que:
(i) se relacione com os ativos identificáveis adquiridos ou os passivos ou passivos contingentes
assumidos numa concentração de atividades empresariais que tenha sido efetuada no pe-
ríodo corrente ou num período anterior; e
(ii) seja de tal dimensão, natureza ou incidência que a divulgação se torne relevante para uma
compreensão do desempenho financeiro da entidade concentrada;
- se a contabilização inicial de uma concentração de atividades empresariais que tenha sido efe-
tuada no período imediatamente anterior foi determinada apenas provisoriamente no final des-
se período, as quantias e explicações relativas aos ajustamentos nos valores provisórios reco-
nhecidos durante o período corrente;
- a informação sobre correções de erros que a NCRF 4 – Políticas Contabilísticas, Alterações nas
Estimativas Contabilísticas e Erros exige que seja divulgada em relação a qualquer dos ativos,
passivos ou passivos contingentes identificáveis da adquirida, ou alterações nos valores atri-
buídos a esses itens, que a adquirente reconhece durante o período corrente de acordo com o
parágrafo 39.
47. Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das suas demonstrações financei-
ras avaliar as alterações na quantia escriturada de goodwill durante o período.
48. Para tornar eficaz o princípio do parágrafo 47, a entidade deve divulgar uma reconciliação da quan-
tia escriturada de goodwill no início e no final do período, mostrando separadamente:
- a quantia bruta e as perdas por imparidade acumuladas no início do período;
- o goodwill adicional reconhecido durante o período, com a exceção do goodwill incluído num
grupo de alienação que, no momento da aquisição, satisfaz os critérios para ser classificado
como detido para venda de acordo com a NCRF 8 – Ativos Não Correntes Detidos para Venda e
Unidades Operacionais Descontinuadas;
- os ajustamentos resultantes do reconhecimento posterior de ativos por impostos diferidos du-
rante o período de acordo com o parágrafo 40;
- o goodwill incluído num grupo de alienação classificado como detido para venda de acordo com
a NCRF 8 – Ativos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinu-
adas e o goodwill desreconhecido durante o período sem ter sido anteriormente incluído num
185
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Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
186
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
NOTA BEM: as perdas por imparidade relativas ao goodwill reconhecido no ativo não são fiscal-
mente aceites, exceto em caso de deperecimento efetivo devidamente comprovado.
Capital 800 €
Reservas -200 €
Resultados 1.000 €
Sabe-se ainda que existe uma diferença de avaliação relativa à empresa Fix de acordo com o dis-
criminado:
Pedido:
Determine o valor do Goodwill da concentração de atividades empresariais.
Resolução:
Goodwill = Valor de aquisição - % Capital próprio subsidiária - % diferença avaliação
• Cálculo do goodwill:
80% CP
(1) Preço Aquisição 1.500 €
(2) Quota-parte dos capitais (1.600 € x 80%) 1.280 €
(3 = 1-2) Diferenças de aquisição 220 €
(4) Diferenças de avaliação (200 € x 80%) 160 €
(5 = 3-4) Goodwill 60 €
O Cálculo do goodwill associado à participação adquirida pode ser apurado de outra forma:
• Cálculo da diferença de aquisição:
187
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Caso Prático II
A “empresa Mix” adquiriu, em 2 de janeiro de N, 25% do capital da “empresa Fix” por 1.000.000 €.
Nesta data, a quantia escriturada e o justo valor dos ativos e passivos da investida eram os seguintes:
QE JV
AFT 1.500.000 € 2.000.000 €
Inventários 2.500.000 € 2.500.000 €
Clientes 790.000 € 790.000 €
Depósitos Ordem 10.000 € 10.000 €
Total Ativo 4.800.000 €
A “empresa Fix” exerce a atividade de comércio de veículos ligeiros e pesados e a diferença posi-
tiva do justo valor dos ativos fixos tangíveis, no montante de 50.000 €, está relacionado com um
terreno onde se encontram as viaturas em exposição.
Durante o período de N+1 a investida relatou um lucro de 500.000 € e o justo valor do terreno
aumentou 500.000 €, passando para 1.500.000 €. Contudo, a investida manteve inalterada a
quantia escriturada do terreno, no montante de 500.000 €.
Em 31 de dezembro de N o justo valor e a quantia escriturada dos ativos e passivos da investida
eram os seguintes:
QE JV
AFT 1.300.000 € 2.300.000 €
Inventários 2.700.000 € 2.700.000 €
Clientes 900.000 € 900.000 €
Depósitos Ordem 5.000 € 5.000 €
Total Ativo 4.905.000 €
188
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Pretende-se:
A mensuração do custo da concentração de atividades empresariais com identificação do goodwill
e apresentação do balanço consolidado em 02 de janeiro de N+1.
Resolução:
Todas as concentrações de atividades empresariais devem ser contabilizadas pela aplicação do
método de compra, que envolve os seguintes passos:
• identificar uma adquirente;
• mensurar o custo da concentração de atividades empresariais; e
• imputar, à data da aquisição, o custo da concentração de atividades empresariais aos
ativos adquiridos e passivos e passivos contingentes assumidos.
De acordo com a NCRF 14 (§. 19), a data de aquisição é a data na qual a adquirente obtém efetiva-
mente o controlo sobre a adquirida. Quando isto é alcançado através de uma única transação de
troca, a data da troca coincide com a data da aquisição. Contudo, uma concentração de ativida-
des empresariais pode envolver mais do que uma transação de troca, por exemplo, quando for
alcançada por fases através de compras sucessivas de ações, como é o caso em análise. Quanto
tal ocorre quando:
• o custo da concentração é o custo agregado das transações individuais; e
• a data da troca é a data de cada transação de troca (i.e. a data em que cada investimento
individual é reconhecido nas demonstrações financeiras da adquirente), enquanto que a
data de aquisição é a data na qual a adquirente obtém o controlo da adquirida.
Cálculo do goodwill em 02 janeiro do N
Rubricas 100% 25%
Valor de aquisição --- 1.000.000 €
CP investida 3.000.000 € 750.000 €
Diferença de avaliação 500.000 € 125.000 €
Goodwill (1-2-3) --- 125.000 €
189
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Pedido:
Proceda aos registos de aquisição e de consolidação à data de aquisição.
Resolução:
A aquisição da participação por parte da empresa Max configura uma concentração de atividades
empresariais.
Registo da aquisição da participação financeira na subsidiária:
Uma vez que o justo valor dos ativos fixos tangíveis de Fix à data de aquisição difere do valor
contabilístico, temos:
80% da diferença de avaliação = 80% x 10.000 € = 8.000 €
80% capital próprio da Fix = 80% x 320.000 € = 256.000 €
Goodwill = Valor de aquisição - % Capital próprio subsidiária - % diferença avaliação
= 320.000 € - 256.000 € - 8.000 € = 56.000 €
191
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Lançamentos de consolidação:
192
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2.13 Inventários
Um aspeto primordial na contabilização dos inventários é a quantia do custo a ser reconhecida
como um ativo e a ser escriturada até que os réditos relacionados sejam reconhecidos. A NCRF
18 (Inventários) proporciona orientação prática na determinação do custo e no seu subsequen-
te reconhecimento como gasto, incluindo qualquer ajustamento para o valor realizável líquido.
Também proporciona orientação nas fórmulas de custeio que sejam usadas para atribuir custos
aos inventários (NCRF 18, §. 1).
Relacionado com a própria definição de inventários, a NCRF 18 determina o conteúdo dos mes-
mos, referindo que (NCRF 18, §. 8):
“Os inventários englobam bens comprados e detidos para revenda incluindo, por exemplo, mercadorias
compradas por um retalhista e detidas para revenda ou terrenos e outras propriedades detidas para re-
venda. Os inventários também englobam bens acabados produzidos, ou trabalhos em curso que estejam
a ser produzidos pela entidade e incluem materiais e consumíveis aguardando o seu uso no processo de
produção. No caso de um prestador de serviços, os inventários incluem os custos do serviço, tal como
descrito no parágrafo 19, relativamente ao qual a entidade ainda não tenha reconhecido o referido rédito
(ver a NCRF 20 — Rédito)”.
A NCRF 18 aplica-se a inventários de:
• Mercadorias
• Matérias-primas
• Produtos em vias de fabrico/produção em curso
• Produtos acabados
A NCRF 18 aplica-se a todos os inventários que não sejam (NCRF 18, §. 2):
• produção em curso proveniente de contratos de construção, incluindo contratos de ser-
viços diretamente relacionados (ver a NCRF 19 - Contratos de Construção);
193
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
• instrumentos financeiros; e
• ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e produto agrícola na altura da
colheita (ver a NCRF 17 - Agricultura).
Esta Norma não se aplica à mensuração dos inventários detidos por (NCRF 18, §. 3):
• produtores de produtos agrícolas e florestais, do produto agrícola após a colheita, até ao
ponto em que sejam mensurados pelo valor realizável líquido de acordo com práticas já
bem estabelecidas nesse sector;
• corretores/negociantes de mercadorias que mensurem os seus inventários pelo justo va-
lor menos os custos de vender.
2.13.1.1 Mensuração
Regra geral, os inventários são mensurados pelo custo (incluir todos os custos de compra, custos
de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição
atual) ou valor realizável líquido (VRL), dos dois o mais baixo.
O VRL é definido como o preço de venda estimado no decurso ordinário da atividade empresarial
menos os custos estimados de acabamento e os custos estimados necessários para efetuar a venda
(NCRF 18, §. 6). Contudo, no âmbito dos inventários, o valor realizável líquido refere -se à quan-
tia líquida que uma entidade espera realizar com a venda do inventário no decurso ordinário da
atividade empresarial (NCRF 18, §. 7).
194
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Custeio Racional
Os gastos gerais de produção variáveis são os custos indiretos de produção que variam
diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção (ex. materiais indiretos).
195
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de conversão é baseada na capacidade
normal das instalações de produção (NCRF 18, §. 13).
A capacidade normal é a produção que se espera que seja atingida em média durante uma quan-
tidade de períodos ou de temporadas em circunstâncias normais.
O nível real de produção pode ser usado se se aproximar da capacidade normal. A quantia de
gastos gerais de produção fixos imputados a cada unidade de produção não é aumentada como
consequência de baixa produção ou de instalações ociosas. Os gastos gerais não imputados são
reconhecidos como um gasto no período em que sejam incorridos.
Em períodos de produção anormalmente alta, a imputação a cada unidade de produção de (NCRF 18, §.13):
• gastos gerais de produção fixos imputados são diminuídos a fim de que os inventários
não sejam mensurados acima do custo.
• gastos gerais de produção variáveis são imputados na base do uso real das instalações de
produção.
Outros custos somente são incluídos nos custos dos inventários até ao ponto em que sejam incor-
ridos para os colocar no seu local e na sua condição atuais (NCRF 18, §. 15).
São exemplos de custos excluídos do custo dos inventários e reconhecidos como gastos do perío-
do em que sejam incorridos (NCRF 18, §.15):
• quantias anormais de materiais desperdiçados, de mão de obra ou de outros custos de
produção;
• custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam necessários ao processo de
produção antes de uma nova fase de produção;
• gastos gerais administrativos que não contribuam para colocar os inventários no seu
local e na sua condição atuais; e
• custos de vender.
Em determinadas circunstâncias, os custos de empréstimos obtidos são incluídos no custo dos inventá-
rios (NCRF 18, §. 17). Estas circunstâncias estão identificadas na NCRF 10 (Custos de Empréstimos Obtidos).
Uma entidade pode comprar inventários com condições de liquidação diferida. Quando o acordo
contenha efetivamente um elemento de financiamento, esse elemento, por exemplo uma dife-
rença entre o preço de compra para condições de crédito normais e a quantia paga, é reconhecido
como gasto de juros durante o período do financiamento (NCRF 18, §. 18).
196
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
197
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Sempre que não seja possível mensurar os inventários pelo uso da identificação específica dos
seus custos individuais, estes devem ser mensurados por uma das seguintes fórmulas de custeio
(NCRF 18, §. 25):
• uso da fórmula “primeira entrada, primeira saída”. O uso do FIFO pressupõe que os itens
de inventário que foram comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro
lugar e consequentemente os itens que permanecerem em inventário no fim do período
sejam os itens mais recentemente comprados ou produzidos; 1 ou
• uso da fórmula do custeio médio ponderado. Pela fórmula do custo médio ponderado, o
custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo de itens seme-
lhantes no começo de um período e do custo de itens semelhantes comprados ou pro-
duzidos durante o período. A média pode ser determinada numa base periódica ou à
medida que cada entrega adicional seja recebida, o que depende das circunstâncias da
entidade (NCRF 18, §. 27).2
Uma entidade deve usar a mesma fórmula de custeio para todos os inventários que tenham uma
natureza e um uso semelhantes para a entidade. Para os inventários que tenham outra natureza
ou uso, poderão justificar-se diferentes fórmulas de custeio.
1
Como os bens adquiridos ou produzidos em primeiro lugar são também os primeiros a serem vendidos ou consumidos,
o custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas é mensurado ao custo mais antigo e os inventários finais são
mensurados ao custo mais recente. O método FIFO é desaconselhável em períodos de inflação acentuada (os réditos são
mensurados a preços mais recentes enquanto os gastos correspondem às aquisições mais antigas). Este método aproxi-
ma o fluxo físico dos bens ao fluxo contabilístico.
2
Custo médio ponderado = Custo total inventários existentes + Custo total novas entradas
Quantidades existentes + Quantidade das novas entradas
198
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Podem surgir provisões resultantes de contratos de venda firmes com quantidades superiores às
quantidades de inventários detidas ou resultantes de contratos de compra firmes. Tais provisões
são tratadas de acordo com a NCRF 21 (Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes).
2.13.1.2 Reconhecimento
Quando os inventários forem vendidos, a quantia escriturada desses inventários deve ser reco-
nhecida como um gasto do período em que o respetivo rédito seja reconhecido (NCRF 18, §. 34).
Neste âmbito deve-se reconhecer:
• A quantia de qualquer ajustamento dos inventários para o valor realizável líquido e todas
as perdas de inventários devem ser reconhecidas como um gasto do período em que o
ajustamento ou perda ocorra.
• A quantia de qualquer reversão do ajustamento de inventários, proveniente de um au-
mento no valor realizável líquido, deve ser reconhecida como uma redução na quantia de
inventários reconhecida como um gasto no período em que a reversão ocorra.
Alguns inventários podem ser imputados a outras contas do ativo, como por exemplo, inven-
tários usados como uma componente de ativos fixos tangíveis de construção própria (NCRF 18,
§. 35). Os inventários imputados desta forma a um outro ativo são reconhecidos como um gasto
durante a vida útil desse ativo.
2.13.1.3 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a inventários (NCRF 18, §§. 36-
38):
36. As demonstrações financeiras devem divulgar:
(a) as políticas contabilísticas adoptadas na mensuração dos inventários, incluindo a fórmula de
custeio usada;
(b) a quantia total escriturada de inventários e a quantia escriturada em classificações apropriadas
para a entidade;
(c) a quantia de inventários escriturada pelo justo valor menos os custos de vender (corretores/ne-
gociantes);
(d) a quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o período;
(e) a quantia de qualquer ajustamento de inventários reconhecida como um gasto do período de
acordo com o parágrafo 34;
(f) a quantia de qualquer reversão de ajustamento que tenha sido reconhecida como uma redução
na quantia de inventários reconhecida como gasto do período de acordo com o parágrafo 34;
(g) as circunstâncias ou acontecimentos que conduziram à reversão de um ajustamento de inventá-
rios de acordo com o parágrafo 34; e
(h) a quantia escriturada de inventários dados como penhor de garantia a passivos.
37. A informação acerca das quantias escrituradas detidas em diferentes classificações de inventários
e a extensão das alterações nesses activos é útil para os utentes das demonstrações financeiras. As
classificações comuns de inventários são: mercadorias, matérias primas, consumíveis de produção,
materiais, trabalhos em curso e bens acabados. Os inventários de um prestador de serviços podem
ser descritos como trabalhos em curso.
199
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
38. A quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o período, que é muitas vezes referi-
da como o custo de venda, consiste nos custos previamente incluídos na mensuração do inventário
agora vendido, nos gastos gerais de produção não imputados e nas quantias anormais de custos de
produção de inventários. As circunstâncias da entidade também podem admitir a inclusão de outras
quantias, tais como custos de distribuição.
Artigo 18.º n.º 6 do A determinação de resultados nas obras efetuadas por conta própria vendidas fracionadamente é efetu-
CIRC ada à medida que forem sendo concluídas e entregues aos adquirentes, ainda que não sejam conhecidos
exatamente os custos totais das mesmas.
Artigo 23.º n.º 1 Consideram-se gastos os que comprovadamente sejam indispensáveis para a realização dos rendimen-
alínea h) do CIRC tos sujeitos a imposto ou para a manutenção da fonte produtora, nomeadamente:
…
h) ajustamentos em inventários, perdas por imparidade e provisões;
…
200
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 26.º n.º 1 a 6 1 - Para efeitos da determinação do lucro tributável, os rendimentos e gastos dos inventários são os que
do CIRC resultam da aplicação de métodos que utilizem:
• custos efetivos de aquisição ou de produção;
• custos padrões apurados de acordo com princípios técnicos e contabilísticos adequados;
• preços de venda deduzidos da margem normal de lucro;
• preços de venda dos produtos colhidos de ativos biológicos no momento da colheita, deduzidos
dos custos estimados no ponto de venda, excluindo os de transporte e outros necessários para
colocar os produtos no mercado;
• valorimetrias especiais para as existências tidas por básicas ou normais.
2 - No caso de os inventários requererem um período superior a um ano para atingirem a sua condição
de uso ou venda, incluem-se no custo de aquisição ou de produção os custos de empréstimos obtidos
que lhes sejam diretamente atribuíveis de acordo com a normalização contabilística especificamente
aplicável.
3 - Sempre que a utilização de custos padrões conduza a desvios significativos, pode a Direcção-Geral
dos Impostos efetuar as correções adequadas, tendo em conta o campo de aplicação dos mesmos, o
montante das vendas e das existências finais e o grau de rotação das existências.
4 - São havidos por preços de venda os constantes de elementos oficiais ou os últimos que em condições
normais tenham sido praticados pela empresa ou ainda os que, no termo do exercício, forem correntes
no mercado, desde que sejam considerados idóneos ou de controlo inequívoco.
5 - O critério referido na alínea c) do n.º 1 só é aceite nos sectores de atividade em que o cálculo do
custo de aquisição ou do custo de produção se torne excessivamente oneroso ou não possa ser apurado
com razoável rigor, podendo a margem normal de lucro, nos casos de não ser facilmente determinável,
ser substituída por uma dedução não superior a 20% do preço de venda.
6 - As valorimetrias especiais previstas na alínea d) do n.º 1 carecem de autorização prévia da Direcção-
-Geral dos Impostos, solicitada em requerimento em que se indiquem os critérios a adotar e as razões
que as justificam.
Artigo 27.º do CIRC 1 - Os critérios adotados para a valorimetria dos inventários devem ser uniformemente seguidos nos
sucessivos exercícios.
2 - Podem, no entanto, verificar-se mudanças dos referidos critérios sempre que as mesmas se justifi-
quem por razões de natureza económica ou técnica e sejam aceites pela Direcção-Geral dos Impostos.
Artigo 28.º do CIRC 1 - São dedutíveis no apuramento do lucro tributável os ajustamentos em inventários reconhecidos no
período de tributação até ao limite da diferença entre o custo de aquisição ou de produção dos inventá-
rios e o respetivo valor realizável líquido referido à data do balanço, quando este for inferior àquele.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, entende-se por valor realizável líquido o preço de ven-
da estimado no decurso normal da atividade do sujeito passivo nos termos do n.º 4 do artigo 26.º, dedu-
zido dos custos necessários de acabamento e venda.
3 - A reversão, parcial ou total, dos ajustamentos previstos no n.º 1 concorre para a formação do lucro
tributável.
Decreto-Lei O critério do LIFO (last in, first out) deixa de ser admissível na mensuração dos inventários.
n.º 158/2009
NOTE BEM: Com os novos normativos contabilísticos, o regime fiscal dos inventários aproxima-
-se mais do tratamento contabilístico.
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PEDIDO:
Analise a situação da empresa relativamente aos saldos dos ativos e, caso considere necessário,
proceda ao eventual ajustamento.
RESOLUÇÃO:
Uma vez que a empresa só pode vender aquelas mercadorias com uma redução de 50% sobre o
preço de venda, o saldo final de inventários apresenta uma imparidade.
Como o saldo final de inventários é de 55.000 € e o preço de venda correspondente seria em cir-
cunstâncias normais de 71.500,00 € (55.000 *1,30), e em saldos será de 35.750,00 € (71.500,00 €
* 0.50 relativo à redução de 50% em saldos) as mercadorias registam uma imparidade de 19.250
€ (55.000 € - 35.750 €).
Assim, como em 31 de dezembro o custo é superior ao VRL, estamos perante um ajustamento que
deverá ser registado:
Caso Prático II
A empresa ToldoPlas, S.A. dedica-se a fabricação de coberturas de plástico por encomenda. A
produção da encomenda iniciou no início de julho do ano N, com a intenção de estar concluída
em março do ano N+1, uma vez que e empresa está a trabalhar a 70% da sua capacidade. O valor
global da encomenda era de 45.000 €.
No final do ano N os custos incorridos na fabricação eram os seguintes:
• Os gastos imputados; e
• Os dispêndios a suportar para completar a encomenda, de acordo com os orçamentos
disponíveis
Dispêndios a suportar
Descrição Gastos imputados
para terminar a encomenda
Matérias primas e outros materiais consumidos 9.450 € 4.600 €
Gastos diretos de produção 12.700 € 4.650 €
Gastos indiretos de produção variáveis 8.200 € 3.775 €
Gastos indiretos de produção fixos 6.500 € 3.250 €
Encargos financeiros 650 € 275 €
Gastos administrativos 4.700 € 1.350 €
Gastos de distribuição 2.700 €
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PEDIDO:
Determine o Valor Realizável Líquido e verifique se os inventários estão em imparidade pro-
cedendo ao respetivo ajuste contabilístico.
RESOLUÇÃO:
São gastos gerais de produção fixos os custos indiretos de produção que permaneçam relativa-
mente constantes independentemente do volume de produção (NCRF 18, §. 12).
São gastos gerais de produção variáveis os custos indiretos de produção que variam diretamente,
ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como os materiais indiretos (NCRF 18, §. 12).
A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de conversão é baseada na capacidade
normal das instalações de produção, sendo a capacidade normal - custeio racional (NCRF 18, §. 13):
• a produção que se espera que seja atingida em média durante uma quantidade de perío-
dos ou de temporadas em circunstâncias normais.
• O nível real de produção pode ser usado se se aproximar da capacidade normal.
• Os gastos gerais não imputados são reconhecidos como um gasto no período em que se-
jam incorridos. (NCRF 18, §. 12).
Os gastos gerais de produção variáveis são imputados a cada unidade de produção na base do uso
real das instalações de produção.
No reconhecimento inicial os outros custos somente são incluídos nos custos dos inventários até ao
ponto em que sejam incorridos para os colocar no seu local e na sua condição atuais (NCRF 18, §. 15).
Considera-se no cálculo do valor realizável líquido a redução do custo dos inventários (write
down) para o valor realizável líquido consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem
ser escriturados por quantias superiores àquelas que previsivelmente resultariam da sua venda
ou uso (NCRF 18, §. 28).
Em cada período subsequente é feita uma nova avaliação do valor realizável líquido. Quando as
circunstâncias que anteriormente resultavam em ajustamento ao valor dos inventários deixarem
de existir ou, quando houver uma clara evidência de um aumento no valor realizável líquido de-
vido a alterações nas circunstâncias económicas, a quantia do ajustamento é revertida (sendo a
reversão limitada à quantia do ajustamento original) de modo a que a nova quantia escriturada
seja o valor mais baixo do custo e do valor realizável líquido revisto.
Cálculos preparatórios:
Gastos Custo Gastos Custo A.
Descrição Custo
imputados produção previstos Estimado
Matéria prima e outros materiais consumidos 9.450 € 9.450 € 4.600 € 4.600 € 14.050 €
Gastos diretos de produção 12.700 € 12.700 € 4.650 € 4.650 € 17.350 €
Gastos indiretos de produção variáveis 8.200 € 8.200 € 3.775 € 3.775 € 11.975 €
Gastos indiretos de produção fixos (70%) 6.500 € 4.550 € 3.250 € 2.275 € 6.825 €
Encargos financeiros 650 € 275 €
Gastos administrativos 4.700 € 1.350 €
Gastos de distribuição 2.700 €
Total 42.200 € 34.900 € 20.600 € 15.300 € 50.200 €
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Caso Prático IV
A empresa PlascoVaz, Lda. dedica-se à comercialização de um único modelo de baldes de plásti-
co devido ao sucesso e à procura que este produto teve nos últimos anos. A informação referente
ao mês de dezembro do ano N é a seguinte:
Quantidade Valor ( em euros)
Data
Entradas Saídas Saldo Unitário Entradas Saídas Saldo
01-Dez 2.000 30,00€ 30.000€
06- Dez 6.000 8.000 31,20€ 187.200€
10- Dez 1.600 6.400
12- Dez 2.800 3.600
14- Dez 3.000 6.600 32,00€ 96.000€
18- Dez 2.600 4.000
20- Dez 2.200 1.800
26- Dez 3.000 4.800 34,00€ 102.000€
30- Dez 2.800 2.000
PEDIDO:
Sabendo que após contagem física a quantidade dos inventários finais foi de 5.000 unidades, in-
dique, de acordo com as seguintes informações, o valor do inventário final:
a ) Sabendo que a empresa PlascoVaz, Lda. utiliza o sistema de inventário permanente e como
critério de valorimetria o FIFO;
b ) Sabendo que a empresa PlascoVaz, Lda. obteve por inventariação física a quantidade de in-
ventário final de 2.000 unidades, utiliza o sistema de inventário intermitente e o critério de
valorimetria utilizado é o Custo Médio Ponderado.
RESOLUÇÃO:
a) Utilização do sistema de inventário permanente e critério valorimétrico FIFO
Como os bens adquiridos em primeiro lugar são os primeiros a ser vendidos, o custo das merca-
dorias vendidas e matérias consumidas é mensurado ao custo mais antigo e os inventários finais
são mensurados ao custo mais recente.
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Ficha de armazém
Desta forma, a empresa PlascoVaz, Lda. utilizando o sistema de inventário permanente e o crité-
rio de custeio FIFO, obtém o valor do inventário final de 68.000 €.
b) Utilização de Sistema de inventário intermitente e critério de custeio do Custo Médio Ponderado
Caso Prático V
A Sociedade BovAv, Lda, cuja atividade consiste na produção de vitelas para abate, adquiriu em
janeiro de N, 500 vacas reprodutoras por 400.000 €. De acordo com a consulta das cotações no
sistema SIMA o valor mais frequente de cada vaca reprodutora é de 925 €.
Em dezembro de N nasceram 450 vitelos para abate, cujo justo valor a essa data é de 450 €. Sabe-
-se que o justo valor das vacas reprodutoras mantém-se e que foram gastos e contabilizados 330
€ de encargos necessários ao nascimento dos vitelos.
Pedido:
Proceda ao registo contabilístico das operações descritas, considerando:
a) A Sociedade BovAv, Lda, utiliza o modelo geral do SNC;
b) A Sociedade BovAv, Lda, utiliza a NC-ME.
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Resolução:
a) A Sociedade BovAv, Lda, utiliza o modelo geral do SNC;
Os ativos biológicos devem ser mensurados (NCRF 17, §. 13):
• No reconhecimento inicial ao justo valor menos o custo estimado no ponto de venda;
• Na mensuração subsequente ao justo valor menos custo estimado no ponto de venda.
Os custos no ponto-de-venda incluem comissões a corretores e negociadores, taxas de agências
reguladoras e de bolsas de mercadorias e taxas de transferência e direitos e excluem os custos de
transporte e outros necessários para levar os ativos para o mercado (NCRF 17, §. 15).
Um ganho ou uma perda proveniente do reconhecimento inicial de um ativo biológico pelo justo
valor menos os custos estimados no ponto de venda e de uma alteração de justo valor menos os
custos estimados no ponto de venda de um ativo biológico devem ser incluídos no resultado lí-
quido do exercício do período em que surja (NCRF 17, §. 27).
Dados importantes a reter em relação às vacas reprodutoras:
- Aquisição das vacas reprodutoras - 400.000 €
- Justo valor das vacas reprodutoras na data da compra - 465.000 € (500 vacas x 925 €) -
Ativos biológicos de produção
Vitelos para abate:
- Justo valor dos vitelos recém-nascidos – 202.500 € (450 vitelos x 450 €) - Ativos bioló-
gicos consumíveis
Reconhecimento inicial (ativos biológicos de produção):
Pelo reconhecimento inicial – custo de aquisição
37 Ativos Biológicos
372 De produção
3721 Animais
a 11/12 Depósitos à ordem 400.000 €
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No caso dos ativos biológicos nascidos na exploração, temos que ter em atenção se se destinam ao
abate ou à reprodução. Se tiverem como destino a reprodução são ativos fixos tangíveis. Se tive-
rem como destino o consumo são inventários.
*registados pelo somatório de todos os custos necessários ao seu nascimento e que já foram registados em contas da classe 6.
Caso Prático VI
A empresa Altopassagem, S.A. dedica-se à fabricação de máquinas fotográficas. Sabe-se que uti-
liza o sistema de custeio racional e apresentou no mês de março do ano N os seguintes elementos:
PEDIDO:
Pretende-se que determine o custo a imputar ao produto e o custo a reconhecer como gasto do
período.
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Resolução:
Custos a imputar ao produto:
• 573.000 € (93,75 € x 4.000 + 37,5 € x 4.000 + 60.000 € x 0,8)
Como os gastos de produção variáveis são imputados a cada unidade de produção na base
do uso real das instalações de produção, é necessário verificarmos qual é a capacidade
real da empresa. Para isso vamos proceder à média das produções previstas, ou seja,
vamos calcular a percentagem de imputação dos custos a incluir no custo do produto.
(50.000 + 70.000 + 65.000 + 55.000) / 48 meses = 5.000 unidades
Como a empresa produziu 4.000 unidades e tem capacidade para produzir 5.000 unida-
des, vamos imputar ao custo do período 80% (4.000 / 5.000).
Custo a reconhecer como gasto do período:
• 12.000 € (60.000 € x 0,2)
Como só imputamos ao custo do produto 80% dos gastos indiretos de produção fixos, os
restantes 20% são imputados a gastos do período.
Pedido:
Sabendo que a empresa utiliza o sistema de inventário intermitente e como critério de custeio
das saídas de armazém o custo médio ponderado proceda ao registo contabilístico das operações
descritas.
Resolução:
Uma vez que a empresa FanysTenis, Lda. utiliza o inventário intermitente, o valor dos inventá-
rios finais é apurado no final do período com base na contagem física dos bens, de acordo com o
critério de custeio utilizada pela empresa.
CMVMC = Inventários iniciais + Compras +/- Regularizações de inventários – Inventários Finais
O valor das existências finais será:
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Saldo existências
Unidade P.unit. Valor
Unidade P.unit. Valor
Compra 100 20,00 € 2.000 € 100 20,00 € 2.000,00 €
Compra 200 16,00 € 3.200 € 300 17,33 € 5.200,00 €
Desconto obtido 200 -1,00 € -200 € 300 16,67 € 5.000,00 €
Venda 150 25,00 € 3.750 € 150 16,67 € 2.500,00 €
Venda 100 30,00 € 3.000 € 50 16,67 € 833,33 €
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Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
• aumento de passivos ou
• diminuição de ativos.
Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados com base numa associação direta
entre os custos incorridos e a obtenção de rendimentos específicos.
Este processo, geralmente referido como o balanceamento de custos com réditos, envolve o reco-
nhecimento simultâneo ou combinado de réditos e de gastos que resultem direta e conjuntamen-
te das mesmas transações ou de outros acontecimentos (EC, §. 93).
Quando se espere que surjam benefícios económicos durante vários períodos contabilísticos e a
associação com rendimentos só possa ser determinada de uma forma geral ou indiretamente, os
gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados na base de procedimentos de imputação
sistemáticos e racionais (EC, §. 94).
Estes procedimentos de imputação destinam-se a reconhecer gastos nos períodos contabilísticos
em que os benefícios económicos associados com estes itens se consumam ou se extingam.
Um gasto é imediatamente reconhecido na demonstração dos resultados quando o dispêndio não pro-
duza benefícios económicos futuros ou quando, e somente se, os benefícios económicos futuros não se
qualifiquem, ou cessem de qualificar-se, para reconhecimento no balanço como um ativo (EC, §. 95).
Os contratos de construção podem ser de diferente ordem, nomeadamente (NCRF 19, §. 3):
• Contrato de construção: é um contrato especificamente negociado para a construção de um
ativo ou de uma combinação de ativos que estejam intimamente interrelacionados ou inter-
dependentes em termos da sua conceção, tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final.
• Contrato de “cost plus”: é um contrato de construção em que a entidade contratada é
reembolsada por custos permitidos ou de outra forma definidos, mais uma percentagem
destes custos ou uma remuneração fixada.
• Contrato de preço fixado: é um contrato de construção em que a entidade contratada
concorda com um preço fixado ou com uma taxa fixada por unidade de «output» que,
em alguns casos, está sujeito a cláusulas de custos escalonados.
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Por força da natureza da atividade subjacente aos contratos de construção, a data em que a ativi-
dade do contrato é iniciada e a data em que a atividade é concluída caem geralmente em períodos
contabilísticos diferentes.
Por isso, o assunto primordial na contabilização dos contratos de construção é a imputação do
rédito do contrato e dos custos do contrato aos períodos contabilísticos em que o trabalho de
construção seja executado.
Esta Norma usa os critérios de reconhecimento estabelecidos na EC para determinar quando os
réditos do contrato e os custos do contrato devam ser reconhecidos como réditos e gastos na de-
monstração dos resultados.
Os contratos de construção incluem (NCRF 19, §. 5):
• contratos para a prestação de serviços que estejam diretamente relacionados com a cons-
trução do ativo, por exemplo, os relativos a serviços de gestores de projeto e arquitetos; e
• contratos para a destruição ou restauração de ativos e a restauração do ambiente após a
demolição de ativos.
Os contratos de construção podem ser de diversos tipos (preço fixado e «cost plus»). Contudo,
podem conter características quer de um contrato de preço fixado quer de um contrato de «cost
plus» com um preço máximo acordado. Se isso acontecer é necessário determinar quando reco-
nhecer os réditos e gastos do contrato.
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2.14.1.2 Mensuração
O rédito do contrato de construção deve compreender (NCRF 19, §. 11):
• a quantia inicial de rédito acordada no contrato; e
• variações no trabalho, reclamações e pagamentos de incentivos do contrato:
◊ até ao ponto que seja provável que resultem em rédito; e
◊ estejam em condições de serem fiavelmente mensurados.
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Os custos que diretamente se relacionem com um contrato específico incluem (NCRF 19, §. 17):
• custos de mão-de-obra, incluindo supervisão;
• custos de materiais usados na construção;
• depreciação de ativos fixos tangíveis utilizados no contrato;
• custos de movimentar os ativos fixos tangíveis e os materiais para e do local do contrato;
• custos de alugar instalações e equipamentos;
• custos de conceção e de assistência técnica que estejam diretamente relacionados com o
contrato;
• custos estimados de retificar e garantir os trabalhos, incluindo os custos esperados de
garantia; e
• reivindicações de terceiras partes.
Estes custos devem ser reduzidos por qualquer rendimento inerente que não esteja incluído no
rédito do contrato, como por exemplo, rendimentos provenientes da venda de materiais exce-
dentários e da alienação de instalações e equipamentos no fim do contrato.
Por sua vez, compreendem-se nos custos que podem ser atribuíveis à atividade do contrato em
geral e que podem ser imputados a contratos específicos (NCRF 19, §. 18):
• seguros;
• os custos de conceção e assistência técnica que não estejam diretamente relacionados
com um contrato específico; e
• gastos gerais de construção.
Estes custos são imputados usando métodos que sejam sistemáticos e racionais e sejam aplicados
consistentemente a todos os custos que tenham características semelhantes. A imputação é ba-
seada no nível normal de atividade de construção.
Os gastos gerais de construção incluem custos tais como a preparação e processamento de salá-
rios do pessoal de construção.
Os custos que possam ser atribuíveis à atividade do contrato em geral e possam ser imputados a
contratos específicos também incluem os custos de empréstimos obtidos quando a entidade con-
tratada adote o tratamento alternativo permitido na NCRF 10 (Custos de Empréstimos Obtidos).
Portanto, os custos financeiros podem ser serem imputados ao contrato de construção. Contudo,
existem custos que não podem ser imputados à atividade do contrato, por não lhe estarem atri-
buídos. Estes custos incluem (NCRF 19, §. 20):
• custos administrativos gerais cujo reembolso não esteja especificado no contrato;
• custos de vender;
• custos de pesquisa e desenvolvimento cujo reembolso não esteja especificado no contrato; e
• depreciação de instalações e equipamentos ociosos que não sejam usados num contrato
particular.
Os custos do contrato incluem os custos atribuíveis a esse contrato no período que vai desde a
data em que o mesmo é assegurado até à sua conclusão final. Contudo, de acordo com a NCRF
19 (§. 21), os custos que se relacionem diretamente com um contrato e que sejam incorridos ao
assegurar o contrato são também incluídos como parte dos custos do contrato se eles puderem
ser separadamente identificados e mensurados fiavelmente e for provável que o contrato seja ob-
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tido. Quando os custos incorridos ao assegurar o contrato forem reconhecidos como um gasto do
período em que sejam incorridos, não são incluídos nos custos do contrato quando o contrato for
obtido num período subsequente.
2.14.1.3 Reconhecimento
Os réditos e os gastos do contrato são reconhecidos quando o desfecho de um contrato de cons-
trução puder ser fiavelmente estimado, com referência à fase de acabamento da atividade do con-
trato à data do balanço. Uma perda esperada no contrato de construção deve ser reconhecida
imediatamente como um gasto (NCRF 19, §. 22).
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Valor do cédito Ano N = Valor do contrato Ano N - Valor do contrato Ano N+1
O método da percentagem de acabamento é aplicado numa base acumulada em cada período
contabilístico às estimativas correntes de rédito do contrato e custos de contrato.
Assim, o efeito de uma alteração na estimativa no rédito do contrato e nos custos do contrato, ou
os efeitos de uma alteração na estimativa do desfecho de um contrato, são contabilizados como
uma alteração na estimativa contabilística, ou seja prospectivamente (NCRF 19, §. 38).
Ú
Impossibilidade de estimar fiavelmente o
Nenhum lucro é reconhecido
desfecho do contrato
Segundo este método, o rédito contratual é balanceado com os gastos contratuais incorridos ao
atingir a fase de acabamento, resultando no relato de rédito, gastos e lucros que possam ser atri-
buíveis à proporção de trabalho concluído.
Assim, o rédito do contrato é reconhecido na demonstração dos resultados por uma quantia que
iguala os custos do contrato. Desta forma, este método é considerado um método de exceção.
No que diz respeito ao reconhecimento de perdas esperadas, quando for provável que os custos totais
do contrato excedam o rédito total do mesmo, a perda esperada deve ser reconhecida imediatamente
como um gasto. A quantia de tal perda é determinada independentemente (NCRF 19, §. 36):
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2.14.1.4 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a contratos de construção (NCRF
19, §§. 39-41):
39. Uma entidade deve divulgar:
(a) a quantia do rédito do contrato reconhecida como rédito do período;
(b) os métodos usados para determinar o rédito do contrato reconhecido no período; e
(c) os métodos usados para determinar a fase de acabamento dos contratos em curso.
39. Uma entidade deve divulgar o que se segue para os contratos em curso à data do balanço:
(a) a quantia agregada de custos incorridos e lucros reconhecidos (menos perdas reconhecidas) até
à data;
(b) a quantia de adiantamentos recebidos; e
(c) a quantia de retenções.
40. Retenções são quantias de faturas progressivas que só são pagas depois da satisfação das condições
especificadas no contrato para o pagamento de tais quantias ou até que os defeitos tenham sido reti-
ficados. As faturas progressivas por autos de medição são quantias faturadas do trabalho executado
de um contrato quer tenham ou não sido pagas pelo cliente. Adiantamentos são quantias recebidas
pela entidade contratada antes que o respetivo trabalho seja executado.
Artigo 18.º n.º 1 Os rendimentos e os gastos, assim como as outras componentes positivas ou negativas do lucro tributá-
do CIRC vel, são imputáveis ao período de tributação em que sejam obtidos ou suportados, independentemente do
seu recebimento ou pagamento, de acordo com o regime de periodização económica.
Artigo 18.º n.º 3 Para efeitos de aplicação do disposto no n.º 1:
do CIRC Os proveitos relativos a vendas consideram-se em geral realizados, e os correspondentes custos suporta-
dos, na data da entrega ou expedição dos bens correspondentes ou, se anterior, na data em que se opera
a transferência de propriedade;
Os proveitos relativos a prestações de serviços consideram-se em geral realizados, e os correspondentes
custos suportados, na data em que o serviço é terminado, exceto tratando-se de serviços que consistam
na prestação de mais de um ato ou numa prestação continuada ou sucessiva, em que devem ser levados a
resultados numa medida proporcional à da sua execução.
Os réditos e os gastos de contratos de construção devem ser periodizados tendo em consideração o dis-
posto no artigo 19.º
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Artigo 19.º do 1 - A determinação dos resultados de contratos de construção cujo ciclo de produção ou tempo de execu-
CIRC ção seja superior a um ano é efetuada segundo o critério da percentagem de acabamento.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a percentagem de acabamento no final de cada período
de tributação corresponde à proporção entre os gastos suportados até essa data e a soma desses gastos
com os estimados para a conclusão do contrato.
3 - Não são dedutíveis as perdas esperadas relativas a contratos de construção correspondentes a gastos
ainda não suportados.
Artigo 39º n.º 5 O montante anual da provisão para garantias a clientes a que refere a alínea b) do n.º 1 é determinado pela
do CIRC aplicação às vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia efetuadas no período de tributação de uma
percentagem que não pode ser superior à que resulta da proporção entre a soma dos encargos derivados de
garantias a clientes efetivamente suportados nos últimos três períodos de tributação e a soma das vendas e
prestações de serviços sujeitas a garantia efetuadas nos mesmos períodos.
% Acabamento 25 % 100 %
Rédito acumulado 60 € 240 €
Prestação Serviços: Acrescer / Diferir -60 € 60 €
Pretende-se:
Registos contabilísticos e análise dos períodos de N e N+1.
Resolução:
Determinação da percentagem de acabamento do contrato de construção no ano N:
% Acabamento = Custos incorridos________ = 50 €____ = 25%
Custos Incorridos + Custos a incorrer 50 € + 150 €
Valor do Contrato = % Acabamento x Valor Estimado do Contrato =
= 25 % x 240 € = 60 €
Registos Contabilísticos:
Não é registado qualquer valor nos inventários relativos à “Obra em Curso”;
Os custos são considerados em gastos e mantêm-se inalterados (não sofrem qualquer alteração).
Como o valor da (% acabamento x Réditos estimados) é inferior à faturação emitida, temos de registar
os rendimentos a reconhecer. Se pelo contrário, o valor da (% acabamento x Réditos estimados) fosse
superior à faturação, nesse caso haveria que registar o valor nos Devedores por acréscimos.
221
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O valor dos resultados sem periodização está incorreto e o valor do resultado com periodização,
em cada período, equivale à percentagem do rédito.
Analisando agora os dados do exemplo em termos de autonomia financeira:
Ano N Ano N+1
Balanço sem periodização
Ativo (saldo de Clientes) 120 € 240 €
Passivo (saldo de Fornecedores) 50 € 200 €
Capital (Resultado) 70 € 40 €
Autonomia Financeira (CP / Ativo) 58% 17%
Balanço com periodização
Ativo (saldo de Clientes) 120 € 240 €
Passivo (saldo de Fornecedores) 110 € 200 €
Capital (Resultado) 10 € 40 €
Autonomia Financeira (CP / Ativo) 8% 17%
Mais uma vez verifica-se que os dados obtidos sem a periodização estão incorretos.
Em N+1:
222
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Ano N+1:
Grau de acabamento = _________Custos incorridos___________ = 800.000 €_ = 76,19%
C. Incorridos + C. a incorrer 1.050.000 €
Rédito a reconhecer: grau de acabamento x remuneração total – rédito reconhecido em anos an-
teriores = (76,19% x 950.000 €) – 475.000 € = 248.805 €
Dezembro N+1:
Quando a % de acabamento é ainda 76,19%, verifica-se que os custos totais estimados da cons-
trução do troço de auto-estrada já ultrapassaram o valor fixado no contrato, não sendo esse valor
suscetível de revisão.
Nestes casos, a NCRF 19 (§. 36) refere que, quando for provável que os custos totais do contrato
excedam o rédito total do contrato, a perda esperada deve ser reconhecida imediatamente como
um gasto. E, acrescenta, que a quantia de tal perda é determinada independentemente:
• De ter ou não começado o trabalho do contrato;
• Da fase de acabamento da atividade do contrato; ou
• Da quantia de lucros que se espere surjam noutros contratos que não sejam tratados
como um contrato de construção único.
Excesso esperado (perda) : Custos totais do contrato - Réditos do contrato =
223
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Lançamentos:
A diferença entre a perda total estimada e a perda já reconhecida tem de ser reconhecida através
de uma provisão para contratos onerosos:
Caso Prático IV
A Sociedade “SoloConstry, SA.” dedica-se à construção civil e obras públicas. Em determinada
fase da sua construção adjudicou a construção de um empreendimento do qual se conhecem os
seguintes dados:
Faturação emitida Custos incorridos no Custos a incorrer Valor global
ANO
ao cliente* período até final da construção do Contrato
N 120.000 € 160.000 € 640.000 € 900.000 €
N+1 410.000 € 400.000 € 240.000 € 910.000 €
N+2 380.000 € 250.000 € 910.000 €
(*)O recebimento ocorre em simultâneo com a faturação.
Pedido:
Efetue os registos contabilísticos dos factos descritos de acordo com os métodos previstos na
NCRF 19 (Contratos de Construção).
Resolução:
De acordo com a NCRF 19 podemos registar os factos descritos de acordo com dois métodos:
• Método da percentagem de acabamento
• Método do lucro nulo.
Pelo método da percentagem de acabamento temos:
Ano N:
Grau de acabamento =______Custos incorridos____ = ___160.000_____ = 20%
C. incorridos + C. a incorrer 160.000+ 640.000
224
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Ano N+1:
Grau de acabamento = _______Custos incorridos_____ = ____160.000€ + 400.000€____ = 70%
C. incorridos + C. a incorrer 160.000€ + 400.000€ + 240.000€
225
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Ano N+1:
226
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Ano N+2:
Caso Prático V
A empresa Obras & Obras, Lda. foi contratada para a construção de um viaduto no início do mês
de março do ano N.
As condições do contrato para a construção foram as seguintes:
• Período de execução: 01/03/N a 31/06/N+2;
• Preço fixado: 10.000.000€;
• Os custos estimados para executar a obra são de 8.500.000€
• As condições de pagamento acordadas foram:
• Adiantamento de 4.000.000€ na data da adjudicação (janeiro de N);
• Faturação: - 2.000.000€ em maio de N;
• - 4.600.000€ em abril de N+1;
227
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N N+1 N+2
Gastos incorridos no período 1.800.000 € 3.900.000 € 3.000.000 €
Valor Rédito Ano N = Valor Contrato Ano N – Valor do Contrato Ano N-1
= 21,18% x 10.000.000 € = 2.118.000 €
228
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Ano N+1:
% Grau de Acabamento = Custos incorridos x 100 =
Custos totais estimados
= [(1.800.000 € + 3.700.000 € + 200.000 €) / 8.700.000 €] x 100 % = 65,52 %
ANO N+2:
% Grau de Acabamento = Custos incorridos x 100 =
Custos totais estimados
= (1.800.000€ + 3.700.000€ + 200.000€ + 3.000.000€) / 8.700.000€] x 100% = = 100 %
229
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2.15 Rédito
O termo rédito significa o rendimento que surge no decurso das atividades ordinárias de uma
entidade e que pode ser referido por uma variedade de nomes diferentes incluindo vendas, ho-
norários, juros, dividendos e royalties. Corresponde, assim, ao influxo bruto de benefícios econó-
micos durante o período proveniente do curso das atividades ordinárias de uma entidade quando
esses influxos resultarem em aumentos de capital próprio, que não sejam aumentos relacionados
com contribuições de participantes no capital próprio.
Desta definição resulta que o rédito inclui apenas os influxos brutos de benefícios económicos
recebidos e a receber pela entidade de sua própria conta.
As quantias cobradas por conta de terceiros, tais como impostos sobre vendas, impostos sobre
bens e serviços e impostos sobre o valor acrescentado, não são benefícios económicos que fluam
para a entidade e não resultam em aumentos de capital próprio. Por isso, são excluídos do rédito.
Também, no caso de um relacionamento de agência, os influxos brutos de benefícios económicos
não resultam em aumentos de capital próprio para a entidade. As quantias cobradas por conta do
capital não são rédito. Em vez disso, o rédito é a quantia de comissão.
230
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
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Esta Norma deve ser aplicada na contabilização do rédito proveniente das transações e aconteci-
mentos seguintes (NCRF 20, §. 2):
• venda de bens (inclui bens produzidos pela entidade com a finalidade de serem vendidos
e bens comprados para revenda, tais como mercadorias compradas por um retalhista ou
terrenos e outras propriedades detidos para revenda);
• prestação de serviços (envolve tipicamente o desempenho por uma entidade de uma
tarefa contratualmente acordada durante um período de tempo acordado. Os serviços
podem ser prestados dentro de um período único ou durante mais do que um período); e
• uso por outros de ativos da entidade que produzam juros, royalties e dividendos:
◊ juros - encargos pelo uso de dinheiro ou seus equivalentes ou de quantias devidas
à entidade;
◊ royalties - encargos pelo uso de ativos a longo prazo da entidade, como, por exem-
plo, patentes, marcas, direitos de autor e software de computadores; e
◊ dividendos - distribuições de lucros a detentores de investimentos em capital pró-
prio na proporção das suas detenções de uma classe particular de capital.
A NCRF 20 não trata de réditos provenientes de (NCRF 20, §. 6):
• acordos de locação (ver a NCRF 9 - Locações);
• dividendos provenientes de investimentos que sejam contabilizados pelo método da
equivalência patrimonial (ver a NCRF 13 – Interesses em Empreendimentos Conjuntos e In-
vestimentos em Associadas);
• contratos de seguro de empresas seguradoras (ver subsidiariamente a IFRS 4 - Contratos
de Seguros, em conformidade com o texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da
Comissão, de 3 de Novembro);
• alterações no justo valor de ativos financeiros e passivos financeiros, ou da sua alienação
(ver subsidiariamente a IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração,
em conformidade com o texto original do Regulamento (CE) 1126/2008 da Comissão, de
3 de Novembro);
• alterações no valor de outros ativos correntes;
• reconhecimento inicial e de alterações no justo valor de ativos biológicos, relacionados
com a atividade agrícola (ver a NCRF 17 - Agricultura);
• reconhecimento inicial de produtos agrícolas (ver a NCRF 17 - Agricultura); e
• extração de minérios.
2.15.1.1 Mensuração
O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber (NCRF 20, §. 9).
Justo valor é a quantia pela qual um ativo podia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre par-
tes conhecedoras e dispostas a isso numa transação em que não existe relacionamento entre elas.
A quantia de rédito proveniente de uma transação é geralmente determinada por acordo entre a
entidade e o comprador ou utente do ativo. É mensurado pelo justo valor da retribuição recebida
ou a receber tomando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e de quan-
tidades concedidos pela entidade.
Na maior parte dos casos, a retribuição é sob a forma de dinheiro ou seus equivalentes e a quantia
231
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Resumindo, regra geral a mensuração do rédito é efetuada pelo valor da retribuição recebida
ou a receber, líquido de descontos comerciais e de quantidade concedidos. Excecionalmente, a
mensuração é efetuada pelo valor presente, quando o fluxo de caixa é diferido e a diferença entre
o justo valor da retribuição e o valor nominal do dinheiro a receber for significativa.
2.15.1.2 Reconhecimento
Os critérios de reconhecimento são geralmente aplicados separadamente a cada transação (NCRF
20, §. 13).
Contudo, em certas circunstâncias, é necessário aplicar os critérios de reconhecimento aos com-
ponentes separadamente identificáveis de uma transação única a fim de refletir a substância da
transação.
Por exemplo, quando o preço da venda de um produto inclua uma quantia identificável de servi-
232
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
ços subsequentes, essa quantia é diferida e reconhecida como rédito durante o período em que
o serviço seja executado. Inversamente, os critérios de reconhecimento são aplicados a duas ou
mais transações conjuntas, quando elas estejam ligadas de tal maneira que o efeito comercial não
possa ser compreendido sem referência às séries de transações como um todo. Por exemplo, uma
entidade pode vender bens e, ao mesmo tempo, celebrar um acordo separado para recomprar os
bens numa data posterior, negando assim o efeito substantivo da transação; em tal caso, as duas
transações são tratadas conjuntamente (NCRF 20, §. 13).
233
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
• os custos incorridos com a transação e os custos para concluir a transação possam ser
fiavelmente mensurados.
O reconhecimento do rédito com referência à fase de acabamento de uma transação é muitas
vezes referido como o método da percentagem de acabamento. Por este método, o rédito é reco-
nhecido nos períodos contabilísticos em que os serviços sejam prestados. O reconhecimento do
rédito nesta base proporciona informação útil sobre a extensão da atividade de serviço e desem-
penho durante um período (NCRF 20, §. 21).
Quando o desfecho da transação que envolva a prestação de serviços não possa ser estimado com
fiabilidade, o rédito somente deve ser reconhecido na medida em que sejam recuperáveis os gas-
tos reconhecidos (NCRF 20, §. 26).
Quando o desfecho de uma transação não possa ser fiavelmente estimado e não seja provável
que os custos incorridos sejam recuperados, o rédito não é reconhecido e os custos incorridos
são reconhecidos como um gasto. Quando deixarem de existir as incertezas que impediram que
o desfecho do contrato pudesse ser fiavelmente estimado, o rédito é reconhecido de acordo com
referência à fase de acabamento e não de acordo com o critério de recuperação dos custos incor-
ridos (NCRF 20, §. 28).
234
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
dito é reconhecido pelo expedidor quando os bens sejam vendidos pelo recebedor
a um terceiro.
ü Vendas à cobrança - o rédito é reconhecido somente quando a entrega for feita e
o dinheiro for recebido pelo vendedor ou um seu agente.
• Propinas de ensino - o rédito é reconhecido ao longo do período de instrução.
• Bilhetes de admissão - o rédito de espetáculos artísticos e de outros acontecimentos
especiais é reconhecido quando o evento tiver lugar. Quando for vendida uma assi-
natura para um determinado número de eventos o preço é imputado a cada evento
numa base que reflita a extensão dos serviços realizados em cada evento.
2.15.1.3 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas ao rédito (NCRF 20, §§. 34-35):
34. Uma entidade deve divulgar:
a) as políticas contabilísticas adotadas para o reconhecimento do rédito incluindo os métodos adotados
para determinar a fase de acabamento de transações que envolvam a prestação de serviços;
b) a quantia de cada categoria significativa de rédito reconhecida durante o período incluindo o rédito
proveniente de:
i. venda de bens;
ii. prestação de serviços;
iii. juros;
iv. royalties;
v. dividendos.
35. Uma entidade divulgará quaisquer ativos e passivos contingentes de acordo com a NCRF 21 - Pro-
visões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Os passivos contingentes e os ativos contingentes
podem surgir de itens tais como custos de garantia, reclamações, penalidades ou perdas possíveis.
Tanto a NCRF-PE como a NC-ME não apresentam diferenças significativas relativamente a NCRF 20.
Artigo 18.º do CIRC Os rendimentos e os gastos, assim como as outras componentes positivas ou negativas do lucro tri-
butável, são imputáveis ao período de tributação em que sejam obtidos ou suportados, independente-
mente do seu recebimento ou pagamento, de acordo com o regime de periodização económica.
Os proveitos relativos a vendas consideram-se em geral realizados, e os correspondentes custos su-
portados, na data da entrega ou expedição dos bens correspondentes ou, se anterior, na data em que
se opera a transferência de propriedade;
Os proveitos relativos a prestações de serviços consideram-se em geral realizados, e os correspon-
dentes custos suportados, na data em que o serviço é terminado, exceto tratando-se de serviços que
consistam na prestação de mais de um ato ou numa prestação continuada ou sucessiva, em que devem
ser levados a resultados numa medida proporcional à da sua execução.
Os réditos e os gastos de contratos de construção devem ser periodizados tendo em consideração o
disposto no artigo 19.º
235
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Artigo 20.º do CIRC 1 - Consideram-se rendimentos os resultantes de operações de qualquer natureza, em consequência de
uma ação normal ou ocasional, básica ou meramente acessória, nomeadamente:
a) Vendas ou prestações de serviços, descontos, bónus e abatimentos, comissões e corretagens;
b) Rendimentos de imóveis;
c) De natureza financeira, tais como juros, dividendos, descontos, ágios, transferências, diferenças de
câmbio, prémios de emissão de obrigações e os resultantes da aplicação do método do juro efetivo aos
instrumentos financeiros valorizados pelo custo amortizado;
d) Rendimentos da propriedade industrial ou outros análogos;
e) Prestações de serviços de carácter científico ou técnico;
prestação continuada ou sucessiva, em que devem ser levados a resultados numa medida proporcional
à da sua execução.
Os réditos e os gastos de contratos de construção devem ser periodizados tendo em consideração o
disposto no artigo 19.º
Resolução:
Venda com pagamento diferido = 109.000 €
Venda em condições normais = 100.000 €
Rédito do juro (diferença) = 9.000 €
236
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
a 71 Vendas 100.000 €
a 21 Clientes
211 Clientes C/C
2112 Juros a receber 9.000 €
Assim, no ano N+1 o saldo da conta de clientes apresenta o custo amortizado no valor de 106.000
€ (109.000 € – 9.000 € + 3.000 € + 3.000 €).
Ano N+2
No final do ano N+2 o saldo da conta de clientes apresenta o custo amortizado no valor de 109.000
€ (109.000 € – 9.000 € + 3.000 € + 3.000 € + 3.000 €).
No final pelo recebimento da dívida:
Caso Prático II
A empresa Contaplus, Lda., no início do ano N, contratou o desenvolvimento de um software in-
tegrado de contabilidade, gestão e análise financeira à empresa Desenvolvementes, S.A.. O valor
global da proposta foi de 400.000 €, e no final do ano N sabe-se que:
237
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Pedido:
Registo contabilístico do reconhecimento do rédito, no ano N, pela empresa Desenvolvementes, S.A.
Resolução:
Dos dados do enunciado, sabe-se que:
Valor total da prestação do serviço = 400.000 €
Custos totais estimados = 320.000 €
Valor já faturado = 240.000 €
Custos incorridos = 200.000€
Ano N:
% Acabamento = custos incorridos / custos totais estimados = 200.000€ / 320.000€ = 62,5%
Rédito do Ano 1 = 400.000 € x 62,5% = 250.000 €
Rédito já reconhecido no Ano 1 (faturação) = 240.000 €
Rédito a reconhecer (regularização) = 250.000 € - 240.000 € = 10.000 €
238
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
A sociedade detém uma participação 10% no capital da SomPlus, S.A. cujo Resultado Líquido
do ano N foi de 25.000 €. Relativamente ao Resultado Líquido do ano N, a Assembleia Geral
deliberou distribuir 50% do seu resultado, cujo pagamento ocorreu em 31 de maio do ano n+1.
Pedido:
Proceda ao reconhecimento do rédito para cada uma das operações descritas.
Resolução:
a) Aquisição das 10.000 obrigações – Juros
O rédito dos juros das obrigações deve ser reconhecido utilizando o método do juro efetivo.
Para o cálculo do juro das obrigações pelo método do juro efetivo, temos:
Taxa de juro efetiva é calculada através da função TIR do Excel ou pelo resultado da seguinte expressão:
48.120 = 2.000 + 2.000 + 2.000 + (2.000 + 52.000)
(1+i) (1+i)2 (1+i)3 (1+i)4
i = 6%
Assim, o juro a receber corresponde a:
Juro anual = Valor nominal x taxa do cupão = 50.000 € x 4% = 2.000 €
Datas Valor Obrigação Juro cupão (4%) Juro efetivo (6%) Valor Obrigação
01/01/N 48.120 €
31/12/N 49.007 € 2.000 € 2.887 € 887 €
31/12/N+1 49.948 € 2.000 € 2.940 € 940 €
31/12/N+2 50.944 € 2.000 € 2.997 € 997 €
31/12/N+3 52.000 € 2.000 € 3.057 € 1.056 €
Contabilização:
Pela aquisição:
41 Investimentos Financeiros
415 Outros Instrumentos Financeiros
4151 Detidos até à maturidade
a 12 Depósitos à Ordem 48.120 €
239
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Assim, verifica-se que pelo método do juro efetivo, o valor do investimento financeiro na matu-
ridade é igual ao valor do reembolso, não reconhecendo qualquer resultado na operação final de
reembolso.
b) Dividendos
No que diz respeito aos dividendos, o rédito deve ser reconhecido quando for estabelecido o di-
reito do acionista a receber o pagamento. Assim, na data da Assembleia reconhece-se o rédito,
mesmo que o recebimento seja posterior.
240
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Caso Prático IV
A empresa “MakinMax, Lda.” que vende equipamentos industriais a prestações, celebrou em
02/01/2010 um contrato de vendas a prestações com a empresa “MaxKing, Lda.” por um período
de 2 anos e nas condições de pagamento seguintes:
• Pagamento inicial em 02/01/2010 – 40.000 €
• Quatro pagamentos semestrais, a partir de 01/07/2010 inclusive – 15.000 € cada
O referido contrato prevê o pagamento de juros à taxa de 10% ao ano sobre o valor da dívida por
pagar. Sabe-se que a margem bruta da empresa “MakinMax, Lda.” é de 50%.
Pedidos:
Efetue os lançamentos das operações descritas.
Resolução:
Nas vendas a prestações o rédito atribuível ao preço das vendas, expurgado dos juros, é reconhe-
cido à data da venda. O preço da venda é o valor presente da transação, calculado pelo desconto
das prestações a receber à taxa medida que for obtido, numa base proporcional de tempo que
tome em conta a taxa de juro imputada.
Valor Contrato = 40.000€+ (15.000€ * 4 prestações)
Taxa de juro (semestral) =10% / 2 = 5%
Pelo gasto
61 CMVMC
611 Mercadorias
a 32 Mercadorias 50.000 €
241
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Ano 2011:
Ano 2012:
242
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
Caso Prático V
A empresa “INDUSTREX, Lda.” vendeu um dos seus equipamentos nas seguintes condições:
• Preço de Venda: 260.000 €
• Condições de pagamento:
ü 30% a pronto pagamento: 78.000 €;
ü os restantes 70% foi celebrado um contrato de venda a prestações.
O contrato prevê o pagamento de juros a taxa de 5% ao semestre com atualização de capital.
Pedido:
Proceda ao apuramento dos juros e do valor da venda e contabilize.
Resolução:
Partindo do pressuposto que os juros estão incluídos no preço temos:
Preço de venda = 260.000 €
Condições de pagamento:
• 30% a pronto: 78.000 €
• 70% em 4 prestações: 182.000 € / 4 = 45.500 €
Taxa de juro = 5 % com atualização de capital
243
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
12 Depósitos à Ordem
a 21 Clientes
211 Clientes C/C 78.000 €
Reconhecimento do juro:
244
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
2.16 Provisões
De acordo com a EC (§. 49) passivo “é uma obrigação presente da entidade proveniente de acon-
tecimentos passados, da liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da en-
tidade incorporando benefícios económicos”. Da definição ressaltam duas condições essenciais:
obrigação presente e proveniente de acontecimentos passados.
Contudo, para que se possa reconhecer um passivo, para além destas condições é também neces-
sário que seja “provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos resulte
da liquidação de uma obrigação presente e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa
ser mensurada com fiabilidade” (EC, §. 89).
No entanto, se conjugarmos estes critérios de reconhecimento com o princípio da prudência3 e
com a característica da informação financeira da relevância4, pode-se concluir que, consoante
a natureza dos acontecimentos e tipo de incerteza, as demonstrações financeiras podem incluir
quatro tipos diferenciados de passivos:
Acréscimos e Pro-
Estimado Conhecida e certa Estimada Aproximado
visões
Razoavelmente
Incerteza
3
O princípio da prudência refere que deve haver lugar à “inclusão de um grau de precaução no exercício de juízos de va-
lor necessários ao fazer as estimativas necessárias em condições de incerteza, de forma que os ativos ou os rendimentos
não sejam sobreavaliados e os passivos ou os gastos não sejam subavaliados” (EC, §. 37).
4
“A informação tem a qualidade da relevância quando influencia as decisões económicas dos utentes ao ajudá-los a ava-
liar os acontecimentos passados, presentes ou futuros ou confirmar, ou corrigir, as suas avaliações passadas” (EC, §. 26).
245
ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Dis2812 | Revisão das Normas Contabilísticas
É importante estabelecer uma fronteira precisa entre os diversos tipos de passivos, de forma a
conseguir-se entender que critérios de reconhecimento devem ser seguidos para cada um.
No campo das provisões, estas definições assumem especial importância, para se conseguir dis-
tinguir o tratamento contabilístico das provisões e das contingências. Provisão “é um passivo
de tempestividade ou quantia incerta” (NCRF 21, §. 8). Contudo, contingências são “passivos ou
ativos (…) [cuja] sua existência somente será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de
um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o controlo da entidade” (NCRF 21, §.
11). Logo, devido ao carácter de incerteza que encerram “todas as provisões são contingentes”
(NCRF 21, §. 11). Contudo, “nem todas as contingências são relevadas/divulgadas sob a égide das
provisões” (Oliveira, 2007).
A NCRF 21 (Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes) prescreve o tratamento conta-
bilístico para este tipo de passivos, sendo que o SNC prevê, para reconhecimento das provisões as
seguintes contas de passivo, gastos e rendimentos:
Passivo Descrição
29 Provisões Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja
291 Impostos claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável
292 Garantias a clientes ou certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência (vidé
293 Processos judiciais em NCRF 21 – Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes e NCRF
curso 26 – Matérias ambientais).
294 Acidentes de trabalho e As suas subcontas devem ser utilizadas diretamente pelos dispêndios para
doenças profissionais que foram reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.
295 Matérias ambientais
296 Contratos onerosos
297 Reestruturação
298 Outras provisões
Gasto
67 Provisões do período
671 Impostos
672 Garantias a clientes Esta conta regista os gastos no período decorrentes das responsabili-
673 Processos judiciais em dades cuja natureza esteja claramente definida e que à data do balanço
curso sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor
674 Acidentes de trabalho e ou data de ocorrência.
doenças profissionais
675 Matérias ambientais
676 Contratos onerosos
677 Reestruturação
678 Outras provisões
Rendimento
76 Reversões …
763 De provisões
7632 Garantias a clientes
7633 Processos judiciais em
curso
7634 Acidentes de trabalho
e doenças profissionais
7635 Matérias ambientais
7636 Contratos onerosos
7637 Reestruturação
7638 Outras provisões
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2.16.1.1 Reconhecimento
As duas grandes questões relacionadas com a NCRF 21 (Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Contingentes) são:
• Sabendo que a NCRF 21 restringe o conceito de contingência a um conjunto de passivos e
ativos, contingentes, que não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, até que
ponto conseguem satisfazer o conceito de passivo e ativo para puderem ser divulgados?
• Em que medida a NCRF 21 trata as provisões, os passivos contingentes e os ativos contin-
gentes em termos de reconhecimento?
Atente-se nos seguintes conceitos:
Passivo “é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados, da li-
quidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da entidade incorporando benefí-
cios económicos” (EC §. 49).
Provisão “é um passivo de tempestividade ou quantia incerta” (NCRF 21, §. 8).
Contingências são “passivos ou ativos (…) [cuja] sua existência somente será confirmada pela
ocorrência ou não ocorrência de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o con-
trolo da entidade” (NCRF 21, §. 11).
Ativo “é um recurso controlado por uma empresa como resultado de acontecimentos passados e
do qual se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros” (EC, §. 49).
Da análise destes conceitos pode-se retirar as seguintes conclusões:
1. As contingências são suscetíveis de originarem ativos e passivos, contingentes, na medida
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• A contabilidade está baseada no pressuposto do custo histórico e como tal, tem como
função tratar dados históricos e não futuros;
• As demonstrações financeiras tratam da posição financeira da entidade no fim do seu
período de relato e da sua possível posição no futuro;
• Os únicos passivos reconhecíveis no balanço de uma entidade são os que existam à data
do balanço.
Quanto aos ativos presume-se que existe o controlo de um ativo quando a empresa tem o poder de
o gerir para obter benefícios económicos futuros. Ou seja, se um ativo potencial fosse reconhecido,
será que a entidade podia exercer um controlo efetivo sobre o ativo? Ora se é potencial, implica que
ainda não se materializou, logo não existe possibilidade de exercer um controlo efetivo sobre ele.
Sendo assim, os ativos potenciais – os ditos contingentes – não podem ser reconhecidos.
Por conseguinte, segundo a NCRF 21, as incertezas originam o reconhecimento de passivos sob a
forma de provisões quando:
1. houver uma obrigação presente, legal ou construtiva, resultante de eventos passados;
2. for provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos sejam exigidos
para liquidar a obrigação; e
3. possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.
Se o conceito de passivo não for cumprido, ou sendo-o, algum dos dois requisitos de reconheci-
mento o não for, entra-se na área das contingências propriamente ditas, ou seja, são divulgados
passivos contingentes (NCRF 21, §.12).
Os passivos contingentes e os ativos contingentes nunca se reconhecem, na medida em que não
cumprem a definição de passivo e de ativo, respetivamente. Por esta razão a NCRF 21 refere que
um passivo contingente é uma “possível obrigação”, que por ser possível não é uma “obrigação
presente”, logo, por não cumprir a definição de passivo não pode ser reconhecido. De igual for-
ma, também refere que um ativo contingente é um “ativo possível”. Logo, se é possível, a empre-
sa não pode controlá-lo efetivamente e, portanto, não é reconhecido.
Contudo, por questões relacionadas com a sua relevância para o processo de tomada de decisão,
a entidade deve divulgá-los no Anexo.
Note-se que:
• Se a possibilidade de um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos for
remota os passivos contingentes não são divulgados no Anexo (NCRF 21, §. 27);
• Os ativos contingentes são divulgados no anexo, apenas se o influxo de benefícios eco-
nómicos for provável (NCRF 21, §. 33);
• Quando a realização de rendimento esteja virtualmente certa, já não se está perante a
figura do ativo contingente, mas sim perante um verdadeiro ativo e, portanto, o seu re-
conhecimento é aconselhado (NCRF 21, §. 32).
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Começo
Obrigação presente
Não Não
como consequência de um
Obrigação possível?
acontecimento que
cria obrigações
Sim Sim
Não Sim
Exfluxo possível? Remoto?
Sim
Não
Não (raro)
Estimativa fiável?
Sim
Divulgar passivo
Provisionar Não fazer nada
contingente
Nota: em casos raros, não está claro se há uma obrigação presente. Nestes casos, considera-se que
um acontecimento passado dá origem a uma obrigação presente se, tendo em consideração toda
a evidência disponível, for mais provável do que não que uma obrigação presente exista à data do
balanço (parágrafo 15 desta Norma).
2.16.1.2 Mensuração
Dos critérios de reconhecimento das provisões dos passivos contingentes e ativos contingentes
ressaltam duas condições que são fundamentais na mensuração da quantia a provisionar ou a
divulgar (NCRF 21, §. 12, 13 e 33):
1. Exfluxo provável (ou meramente possível) de recursos que incorporem benefícios económicos;
2. Estimativa fiável da quantia da obrigação.
A probabilidade está relacionada com o grau de incerteza da fluidez dos benefícios. O reconhecimento
ou não de um passivo envolto em incerteza, depende das seguintes probabilidades (NCRF 21, §. 22):
1. Provável: se for mais provável que uma obrigação presente exista do que não (PROVISÃO).
2. Possível: se for mais provável que uma obrigação presente não exista (PASSIVO
CONTINGENTE).
3. Remota: se for menos do que possível que uma obrigação presente não exista (NÃO RECO-
NHECE, NEM DIVULGA).
A quantificação de uma estimativa fiável tem que tomar em consideração “a melhor estimativa
do dispêndio exigido para liquidar a obrigação presente à data do balanço” (NCRF 21, 35), tendo
em conta os riscos e as incertezas que rodeiam o acontecimento passado e projetados na gama de
desfechos possíveis (NCRF 21, §. 42).
O termo “melhor estimativa” corresponde à “quantia que uma entidade racionalmente pagaria
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para liquidar a obrigação à data do balanço” (NCRF 21, §. 36), sendo que, muitas das vezes, a
“melhor estimativa” é “o valor esperado” da obrigação (NCRF 21, §. 39).
O termo “racionalmente” é importante ao abrigo do princípio da prudência. É necessário cautela
na realização de juízos de valor na avaliação dos níveis de risco e incerteza de determinados acon-
tecimentos passados, (NCRF 21, §. 43). Uma forma evitar duplicações de ajustamentos de risco e
incerteza consiste na recolha de informação sobre a experiência em transações semelhantes e na
obtenção de relatórios de peritos sobre a probabilidade dos vários desfechos finais (NCRF 21, §. 37).
Sempre que o efeito temporal do dinheiro for material, a mensuração da quantia a provisionar
deve corresponder ao valor presente dos dispêndios necessários para liquidar a obrigação (NCRF
21, §. 45). Deve-se, para o efeito, utilizar uma taxa de desconto antes de impostos que reflita
as condições correntes de mercado do valor temporal do dinheiro (NCRF 21, §. 47). Os aumen-
tos anuais da provisão, decorrentes da atualização das quantias a provisionar para refletir efeito
temporal do dinheiro, são reconhecidos como gastos financeiros (NCRF 21, §. 59).
Os acontecimentos futuros que possam afetar a quantia exigida para solver a obrigação devem
ser refletidos na quantia da provisão apenas quando exista suficiente evidência objetiva de que
tais eventos ocorrerão (NCRF 21, §. 48).
Os ganhos resultantes das alienações esperadas de ativos não são tidos em conta na estimativa da quantia,
mesmo que a alienação esperada se correlacione com o evento que origina a provisão (NCRF 21, §. 51).
Em determinadas circunstâncias, a entidade pode pedir um reembolso da quantia da obrigação
liquidada (por exemplo, a indemnização de um contrato de seguro). Quando o recebimento do
reembolso seja virtualmente certa deve ser reconhecido um ativo separado, não se deduzindo,
no balanço, à quantia da provisão. Contudo, na demonstração dos resultados o gasto da provisão
pode ser reconhecido líquido da quantia do reembolso, sendo exigido que a quantia da provisão
seja igual ou superior ao montante do reembolso (NCRF 21, §§. 53-54).
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Contrato oneroso “é um contrato que os custos não evitáveis de satisfazer as obrigações do contrato excedem os bene-
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ser reconhecida e mensurada como provisão (por exemplo, rescisão de um contrato promessa
de compra e venda com cláusula indemnizatória) (NCRF 24, §. 64). Por outro lado, os contratos
executórios não originam o reconhecimento de qualquer obrigação.6
As provisões para reestruturação são reconhecidas quando exista uma obrigação construtiva
para reestruturar e que inclua a divulgação de:
• Um plano formal detalhado para a reestruturação; e
• Crie uma expectativa válida em terceiros quanto à efetiva implementação da reestrutu-
ração (NCRF 21, §. 70).
O plano formal detalhado para a reestruturação deve incluir informação sobre:
• O negócio a que respeita,
• Os principais locais afetados;
• O número aproximado de colaboradores afetados;
• O gasto necessário para operar a reestruturação;
• A data em que o plano vai ser implementado.
A mensuração da provisão inclui os dispêndios necessariamente derivados da reestruturação e
que não sejam relacionados com as atividades continuadas. Não devem ser incluídos dispêndios
com formação e deslocalização de trabalhadores que permaneçam na entidade, comercialização
e investimento em novos sistemas e redes de distribuição (NCRF 21, §. 78).
Os acontecimentos após a data do balanço necessitam ser avaliados entre duas datas que ne-
cessitam ser divulgadas aos utilizadores das demonstrações financeiras. Estes acontecimentos
ocorrem entre:
• A data do balanço; e
• A data em que as demonstrações foram autorizadas para emissão, pelo órgão de gestão.
No nosso direito positivo, a data de autorização para emissão, pelo órgão de gestão decorre do pres-
crito no art.º 65.º do Código das Sociedades Comerciais. Corresponde a uma data “prévia em que o
órgão de gestão aprova para posterior disponibilização as demonstrações financeiras da entidade”
de forma a serem sujeitas a apresentação e aprovação na Assembleia Geral (Grenha et al., 2009).
Entre estas duas datas podemos encontrar dois tipos diferenciados de acontecimentos (NCRF 24, §§. 5-7):
• Acontecimentos que proporcionam prova de condições que existiam à data do balanço e,
portanto, originam ajustamentos nas demonstrações financeiras;
• Acontecimentos que são indicativos de condições que surgiram após a data do balanço
que, não originam ajustamentos nas demonstrações financeiras mas, se relevantes, de-
fícios económicos que se espera sejam recebidos ao abrigo do mesmo” (NCRF 21, §. 8).
6
Contrato executório “é um contrato segundo o qual nenhuma das partes tenha cumprido qualquer das suas obrigações
ou ambas as partes apenas tenham parcialmente cumprido as suas obrigações em igual extensão” (NCRF 21, §. 8).
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que apenas são ajustados face à especificidade das questões ambientais” (Grenha et al., 2009, p. 163).
2.16.1.7 Divulgações
O SNC-modelo geral requer as seguintes divulgações relativas a provisões, passivos contingentes
e ativos contingentes (NCRF 21, §§. 81-86):
“81. Para cada classe de provisão, uma entidade deve divulgar:
a) a quantia escriturada no começo e no fim do período;
b) as provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;
c) as quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas à provisão) durante o período;
d) quantias não usadas revertidas durante o período; e
e) o aumento durante o período na quantia descontada proveniente da passagem do tempo e o
efeito de qualquer alteração na taxa de desconto.
Não é exigida informação comparativa.
82. A menos que a possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação seja remota, uma entidade deve di-
vulgar para cada classe de passivo contingente à data do balanço uma breve descrição da natureza do
passivo contingente e, quando praticável:
a) uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurado segundo os parágrafos 35 a 52;
b) uma indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou momento de ocorrência de
qualquer exfluxo; e
c) possibilidade de qualquer reembolso.
83. Quando uma provisão e um passivo contingente surjam provenientes do mesmo conjunto de circuns-
tâncias, uma entidade faz as divulgações exigidas pelos parágrafos 81 e 82 de uma maneira que eles
mostrem a ligação entre a provisão e o passivo contingente.
84. Quando um influxo de benefícios económicos for provável, uma entidade deve divulgar uma breve des-
crição da natureza dos ativos contingentes à data do balanço e, quando praticável, uma estimativa do seu
efeito financeiro, mensurada usando os princípios estabelecidos para as provisões nos parágrafos 35 a 52.
85. É importante que as divulgações de ativos contingentes evitem dar indicações enganosas da proba-
bilidade de surgirem rendimentos.
86. Quando qualquer da informação exigida pelos parágrafos 82 e 84 não estiver divulgada porque não
é praticável fazê-lo, esse facto deve ser declarado.”
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Artigo 23.º, n.º 1, 1 - Consideram-se gastos os que comprovadamente sejam indispensáveis para a realização dos rendi-
al. h) do CIRC mentos sujeitos a imposto ou para a manutenção da fonte produtora, nomeadamente:
(…)
h) Ajustamentos em inventários, perdas por imparidade e provisões;
Artigo 39.º do 1 - Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes provisões:
CIRC a) As que se destinem a fazer face a obrigações e encargos derivados de processos judiciais em curso por
factos que determinariam a inclusão daqueles entre os gastos do período de tributação; [
b) As que se destinem a fazer face a encargos com garantias a clientes previstas em contratos de venda e
de prestação de serviços;
c) As provisões técnicas constituídas obrigatoriamente, por força de normas emanadas pelo Instituto de Segu-
ros de Portugal, de carácter genérico e abstrato, pelas empresas de seguros sujeitas à sua supervisão e pelas
sucursais em Portugal de empresas seguradoras com sede em outro Estado membro da União Europeia;
d) As que, constituídas pelas empresas pertencentes ao sector das indústrias extrativas ou de tratamen-
to e eliminação de resíduos, se destinem a fazer face aos encargos com a reparação dos danos de carác-
ter ambiental dos locais afetos à exploração, sempre que tal seja obrigatório e após a cessação desta,
nos termos da legislação aplicável.