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Relação
do Contabilista
com a Ordem
e com os Colegas
Guia de Boas Práticas Profissionais
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
Apresentação 5
Introdução 9
I.01 As funções do Contabilista Certificado 11
1.1. Enquadramento 11
1.2. Pontos-chave 14
1.3. Autoavaliação 15
I.02 Direitos dos Contabilistas Certificados perante a OCC 17
2.1. Direitos 17
2.1.1. Direito à emissão de cédula profissional 17
2.1.2. Proteção dos contabilistas certificados no exercício das suas funções 18
2.1.3. Assistência técnica e jurídica 18
2.1.4. Eleger e ser eleito para os órgãos da Ordem 19
3
2.1.5. Outros serviços e apoios disponibilizados pela Ordem aos seus membros 20
2.1.5.1. Serviço de Mediação de Conflitos 20
2.1.5.2. Fundo de solidariedade social dos contabilistas certificados 20
2.1.5.3. Seguro de Saúde 21
2.2. Pontos-chave 22
2.3. Autoavaliação 23
I.03 Deveres dos Contabilistas Certificados perante a OCC 25
3.1. Deveres 25
3.1.1. Cumprimento dos regulamentos e deliberações da Ordem 25
3.1.2. Colaborar na prossecução das atribuições e fins da Ordem 26
3.1.3. Pagamento das quotas e outros encargos 26
3.1.4. Alteração do domicílio 26
3.1.5. Outros deveres 27
3.2. Pontos-chave 28
3.3. Autoavaliação 29
I.04 Normas éticas e deontologia profissional – Código Deontológico 31
Ordem dos Contabilistas Certificados
Apresentação
O sucesso nasce do querer, do trabalho persistente, do empenho constante, da
união, do espírito de equipa, da motivação altruísta e alegria para se alcançar o
objetivo traçado. Por mais ambiciosos que sejam os objetivos, com a atitude cor-
reta, conseguimos alcançar os nossos sonhos. É este o mote de mais um grande
projeto da Ordem dos Contabilistas Certificados, diria mesmo, o grande projeto da
Ordem para a reformulação, reorganização e reconstrução das bases necessárias
para mais uma elevação da profissão de Contabilista Certificado.
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
5
Os profissionais são hoje, inegavelmente, os agentes económicos mais capacita-
dos e que melhor apoiam e mais valor acrescentam ao tecido empresarial. Somos
profissionais de interesse público numa sociedade civil cada vez mais exigente em
termos sociais, ambientais e de governance. Somos vistos pela sociedade civil,
tecido empresarial e poder político, como os mais confiáveis, tecnicamente co-
nhecedores e qualificados profissionais nas áreas económica e financeira. Somos
os agentes que permanentemente acrescentam valor aos seus clientes e que mais
rapidamente encontram soluções para os problemas e questões dos contribuintes.
Somos agentes de interesse e fé pública, sinónimo de transparência e credibilida-
de, o nosso valor é incomensurável.
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
6 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
Relação do Contabilista
com a Ordem e com os Colegas
Terminaremos este volume com a análise dos direitos e deveres que devemos
cumprir na relação entre contabilistas certificados. Trata-se, antes de mais, de um
dever de urbanidade e bom relacionamento entre pessoas que exercem a mesma
profissão, mas o Estatuto foi mais longe e estabeleceu um conjunto de regras im-
perativas que devemos cumprir e constituem também um pilar fundamental da
profissão.
10
As funções do
I.01
As funções do Contabilista Certificado
1.1. Enquadramento
Esta competência partilhada foi introduzida pela Lei n.º 139/2015, de 7 de setembro.
a alçada dos tribunais judiciais de primeira instância, conforme artigo 6.º n.º 3 do
Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais.
As funções do
Nos termos do artigo 44.º da Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais
I.01
Judiciais, a alçada dos tribunais judiciais de primeira instância é, para o efeito, de
€ 5.000,00.
1.2. Pontos-chave
I.01
• Responsabilidade técnica.
14
As funções do
1.3. Autoavaliação
I.01
Assunto Sim Não N/A
Observações
15
perante a Ordem
2.1. Direitos
Direitos dos CC
Os direitos dos Contabilistas Certificados perante a OCC encontram-se consagra-
dos no artigo 69.º n.º 2 do EOCC.
I.02
2.1.1. Direito à emissão de cédula profissional
Uma vez que é a OCC a associação pública profissional que regula a profissão de
contabilista certificado, naturalmente, será a OCC a entidade com competência,
quando solicitado, para emissão da respetiva cédula profissional, conforme dispõe 17
o artigo 3.º alínea do EOCC, que é atribuição da Ordem, conceder o título profis-
sional de contabilista certificado, bem como emitir a respetiva cédula profissional.
Esta matéria é ainda reforçada no artigo 18.º n.º 2 do EOCC, que nos diz, que ao
contabilista certificado inscrito nos termos do EOCC é emitida a respetiva cédula
profissional, documento esse, certificativo da qualidade profissional.
Para proceder ao pedido de emissão da sua cédula profissional, o membro deverá ace-
der à Pasta CC, no item cédula profissional, e:
vir, como assistente, nos processos judiciais em que seja parte um dos seus membros
e em que estejam em causa questões relacionadas com o exercício da profissão.
perante a Ordem
Direitos dos CC
formação do contabilista certificado (SICC), já anteriormente disponíveis.
I.02
2.1.4. Eleger e ser eleito para os órgãos da Ordem
19
Esses pressupostos, decorrem nomeadamente dos artigos 63.º e 64.º do EOCC, ou seja, só
podem ser eleitos para os órgãos da Ordem os membros efetivos com inscrição em vigor.
A duração dos mandatos, conforme dispõe o artigo 37.º do EOCC, é de 4 anos, sen-
do renováveis por uma só vez, para as mesmas funções.
https://www.occ.pt/pt-pt/noticias/mediacao-de-conflitos
O fundo tem como objetivo propiciar aos contabilistas certificados, através da atri-
buição de subsídios, condições mínimas de sobrevivência e dignidade pessoal e
familiar, sendo a concretização, também no plano social, do papel de regulamento
atribuído à OCC (Regulamento n.º 53/2019, publicado em Diário da República, 2.ª
série, n.º 9, de 14 de janeiro de 2019).
perante a Ordem
Direitos dos CC
como qualquer subsídio que esteja isento ou não sujeito a IRS ou, se sujeito, não
seja englobado obrigatoriamente e ainda as prestações sociais auferidas com base
na seguinte fórmula:
I.02
[(Σ de todos os rendimentos/subsídios anuais brutos do agregado familiar)/núme-
ro de elementos do agregado familiar]/12 (meses)
Não existe direito à atribuição do subsídio sempre que o requerente seja proprietá-
rio de património mobiliário de valor superior a 120 IAS e/ou património imobiliário
de valor superior a 240 IAS, excetuando a habitação própria permanente.
A Ordem disponibiliza aos membros também um seguro de saúde que tem como 21
2.2. Pontos-chave
22
2.3. Autoavaliação
perante a Ordem
Direitos dos CC
das funções de Contabilista Certificado?
I.02
Sei qual a forma como posso ter acesso às mesmas?
Observações
23
3.1. Deveres
perante a Ordem
Deveres dos CC
tos mais relevantes, serão objeto de análise neste volume:
I.03
b) Regulamento disciplinar;
25
c) Regulamento do seguro de responsabilidade civil profissional;
i) Regulamento eleitoral.
Para tal, deve exercer diligentemente os cargos para que tenham sido eleitos ou
nomeados e desempenhar os mandatos que lhes sejam conferidos. A este respeito,
refere o código Deontológico, no âmbito do princípio da confidencialidade, que os
membros dos órgãos da Ordem, não devem revelar nem utilizar informações confi-
denciais de que tenham tomado conhecimento no exercício dos cargos associati-
vos, exceto nos casos previsto na lei, caso contrário, tal conduta poderá constituir
infração disciplinar.
Caso o CC não efetue o pagamento das quotas em devido tempo, a Ordem poderá
26 solicitar à AT a cobrança coerciva das mesmas através do processo de execução
fiscal. Este comportamento pode também conduzir à aplicação da sanção discipli-
nar de suspensão, caso o contabilista Certificado, não proceda com culpa, ao pa-
gamento das quotas por um período superior a 12 meses, sem prejuízo do disposto
no n.º 5 do artigo 18.º da Lei 2/2013.
São dois deveres, que muitas vezes se relacionam e que estão intrinsecamente
ligados ao desempenho das funções de Contabilista Certificado.
Não deve, pois, o Contabilista Certificado no desempenho das suas funções de ele-
vado interesse público, desrespeitar as normas legais e os princípios contabilísticos
geralmente aceites, uma vez que lhe incumbe assegurar a verdade da situação
financeira e patrimonial das entidades a quem prestam serviços.
perante a Ordem
Deveres dos CC
Para tal, apenas podem aceitar a prestação de serviços para os quais tenham ca-
pacidade profissional bastante, de modo a poderem executá-los de acordo com as
normas legais e técnicas vigentes.
I.03
Como não deve praticar quaisquer atos que, direta ou indiretamente, conduzam à
27
ocultação, destruição, inutilização, falsificação ou viciação dos documentos e das
declarações fiscais a seu cargo.
Ordem dos Contabilistas Certificados
3.2. Pontos-chave
28
3.3. Autoavaliação
Observações
perante a Ordem
Deveres dos CC
I.03
29
4.1. Enquadramento
deontologia profissional
rado a julgar as atitudes para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas
Normas éticas e
ou injustas.
É então atribuição da OCC, estabelecer esses princípios e normas éticas, que sejam
incorporadas no Código Deontológico, de forma que seja verdadeiramente regu-
I.04
lador da profissão, protegendo simultaneamente, o interesse público de um modo
geral, bem como, a própria atividade de Contabilista Certificado.
A este respeito, o artigo 28.º da Lei 2/2023 faz referência a que o exercício de pro-
fissão organizada em associação pública profissional deve respeitar o cumprimen-
to dos princípios e regras deontológicos e das normas técnicas aplicáveis, quer
Ordem dos Contabilistas Certificados
com as normas legais e técnicas vigentes, conforme artigo 70.º n.º 2 do EOCC.)
Normas éticas e
quer ataque pessoal ou alusão depreciativa, pautando a sua conduta pelo res-
deontologia profissional
peito das regras da concorrência leal e pelas normas legais vigentes, por forma
a dignificar a profissão.
Normas éticas e
Quanto a esta última alínea, será abordada neste volume, mas na relação entre
Contabilistas Certificados.
I.04
A nível internacional, conforme código de ética do IESBA, podemos identificar, os
princípios éticos fundamentais, dos quais se destacam os seguintes:
Adotar todas as medidas, para assegurar que os profissionais sob o seu contro-
Normas éticas e
Devem ainda, nas suas relações com entidades públicas ou privadas e com a
comunidade em geral, proceder com a máxima correção e diligência, contri-
Ordem dos Contabilistas Certificados
deontologia profissional
to longo ou próximo do Contabilista Certificado, com um cliente ou entidade
empregadora, se torne demasiado complacente aos seus interesses, ou sem
Normas éticas e
discernimento crítico em relação ao seu trabalho.
I.04
do tentativas para exercer influências indevidas sobre si.
d) Normas profissionais;
4.2. Pontos-chave
• Ética.
• Deontologia.
37
deontologia profissional
Normas éticas e
I.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
4.3. Autoavaliação
Observações
38
deontologia profissional
Normas éticas e
I.04
5.1. Enquadramento
profissional contínua
Também o artigo 6.º do Código Deontológico refere que, para garantir a sua com-
Formação
petência e o adequado exercício da profissão, os CC devem, por forma continuada
e atualizada desenvolver e incrementar os seus conhecimentos e qualificações e as
dos seus colaboradores.
I.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
Quer isto dizer, que o RFPC aplica-se aos CC que tenham a sua inscrição ativa e
que efetivamente exerçam a profissão de CC, conforme previsto no artigo 10º do
EOCC, ou seja, esta obrigatoriedade de obtenção de créditos em formação, não se
aplica aos CC com inscrição ativa, mas que não exerçam a profissão, sem prejuízo
de poderem frequentar as formações promovidas pela OCC.
O artigo 4.º do RFPC enuncia as matérias que poderão ser abrangidas pela forma-
profissional contínua
Significa isto, que se um CC num determinado ano, obtiver mais que o mínimo de
30 créditos legalmente previsto, o excesso de créditos não transita para o ano se-
guinte, uma vez que aferição dos créditos é anual.
Sempre que o CC inicia a sua atividade após o início do ano civil, os créditos exigí-
veis são proporcionais ao período de exercício da atividade. Por exemplo, um CC
que inicia o exercício da atividade de CC em março de 2023, só tem obrigação de
9 meses de créditos, ou seja, 30 * 9/12 = 22,5=23 créditos.
Ainda que se verifique que o CC é responsável pela sua própria formação, de acor-
profissional contínua
do com o artigo 11.º do RFPC da OCC, todos os membros da OCC tem à sua dispo-
sição um plano anual de formação, nomeadamente:
Formação
“A Ordem obriga-se a disponibilizar um plano anual de formação profis-
sional contínua até ao final do ano anterior”.
I.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
a) Formações online: (i) Plug-in; (ii) E-learning; (iii) Descomplicar na Hora (iv)
Reuniões livres; (v) Reuniões livres – TOConline; (vi) TOConline - Personalizada
online.
b) Formações offline: (i) Em sala; (ii) Eventual; (iii) Reuniões livres; (iv) TOConli-
ne - Personalizada ao vivo.
A construção dos planos de formação anual disponibilizados pela OCC tem sem-
pre a preocupação em disponibilizar formação específica na área de atuação da
atividade dos CC bem como outros tipos de formação de carater estratégico e de
atualização que permitam que os CC estejam sempre na plenitude dos seus conhe-
cimentos para o exercício da profissão.
Relembramos, nos termos do artigo 78.º do EOCC e 12.º deste regulamento, consi-
dera-se infração disciplinar toda a ação ou omissão que consista em violação por
qualquer membro da Ordem, dos deveres consignados na lei, no presente Estatuto
profissional contínua
5.2. Pontos-chave
• Formação.
• Créditos obrigatórios.
43
profissional contínua
Formação
I.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
5.3. Autoavaliação
Observações
6.1. Enquadramento
O artigo 31.º da Lei 2/2013 prevê que os estatutos das associações públicas profis-
sionais podem fazer depender o exercício da profissão da subscrição de um seguro
obrigatório de responsabilidade civil profissional ou da prestação de garantia ou
instrumento equivalente, os quais devem ser adequados à natureza e à dimensão
do risco, e apenas na medida em que o serviço profissional apresente risco direto
e específico para a saúde ou segurança do destinatário do serviço ou terceiro ou
para a segurança financeira do destinatário do serviço.
Desta forma, dispõe o artigo 6.º do referido regulamento (com a alteração decor-
rente da Declaração de Retificação n.º 176/2020, publicada no Diário da República,
2.ª série, de 27 de fevereiro de 2020), o seguinte, que passamos a transcrever:
Mais, é considerado infração disciplinar, por se tratar de uma violação dos deveres
consignados no EOCC.
Ordem dos Contabilistas Certificados
https://www.occ.pt/pt-pt/contabilista-certificado/apoio-social-aos-membros/se-
guro-de-responsabilidade-civil-profissional
47
Ordem dos Contabilistas Certificados
responsabilidade civil
Seguro de
6.2. Pontos-chave
48
6.3. Autoavaliação
Observações
49
responsabilidade civil
Seguro de
e registo do Diretor...
Guia de Boas Práticas Profissionais
I.07
Inscrição de sociedades profissionais
de Contabilistas Certificados e registo do
Diretor técnico de sociedades de contabilidade
7.1. Enquadramento
Estas sociedades devem fazer prova no prazo máximo de 30 dias após a aprovação
do projeto de pacto social pelo conselho diretivo, da subscrição do seguro de
responsabilidade civil profissional, implicando o seu incumprimento, a responsabi-
lidade ilimitada dos sócios pelos prejuízos causados durante o período de incum-
primento do dever de celebração do seguro de responsabilidade civil profissional.
O diretor técnico só pode exercer estas funções numa única sociedade de con-
tabilidade e num estabelecimento. O regulamento esclarece, que se entende por
estabelecimento, o conjunto de coisas, corpóreas e incorpóreas, devidamente or-
ganizado para a prática do comércio. O estabelecimento comercial compreende,
portanto, elementos da mais variada natureza que, em comum, têm apenas o facto
se encontrarem interligados para a prática do comércio.
I.07
efetuados pelo sócio e gerente ou administrador e pelo diretor técnico, no prazo
máximo de 15 dias, a contar da data da sua constituição.
53
Como o diretor técnico só pode exercer estas funções num único estabelecimento
e podendo existir sociedades de contabilidade que tenham mais que um estabe-
lecimento, para além da sede, têm de se registar um diretor técnico por estabele-
cimento.
Por fim, relembrar, que a violação do dever de registo do diretor técnico e da so-
ciedade de contabilidade impede a sociedade de prestar qualquer tipo de serviço
conexo com as funções de contabilista certificado conforme previstas no n.º 1 do
artigo 10.º do EOCC.
54
7.2. Pontos-chave
I.07
• Sociedades profissionais de Contabilistas Certificados.
• Sociedade de contabilidade.
• Diretor Técnico.
55
Ordem dos Contabilistas Certificados
7.3. Autoavaliação
I.07
Observações
Responsabilidade disciplinar
Responsabilidade
8.1. Enquadramento
disciplinar
A Lei n.º 2/2013 menciona que os estatutos das associações públicas devem regular
o procedimento disciplinar e as respetivas sanções.
I.08
Ora, o artigo 18.º da referida Lei confere às associações públicas profissionais, o de-
ver de exercer, nos termos dos respetivos estatutos e com respeito, nomeadamen-
te, pelos direitos de audiência e defesa, o poder disciplinar sobre os seus membros,
bem como sobre os profissionais em livre prestação de serviços, na medida em que
os princípios e regras deontológicas lhes sejam aplicáveis.
Configura o EOCC, como infração disciplinar, toda a ação ou omissão que consista
em violação por qualquer membro da Ordem, dos deveres consignados na lei, no
presente estatuto ou nos respetivos regulamentos.
Ainda a respeito de infração disciplinar, cabe realçar, que também nos termos do
Código Deontológico, que qualquer conduta dos Contabilistas Certificados contrá-
ria às regras deontológicas constitui infração disciplinar, realçando assim a impor-
tância deste Código na regulação da profissão de Contabilista Certificado.
disciplinar.
Caso a participação seja apresentada por uma sociedade, deverá a mesma ser
subscrita pelo legal representante.
A participação deve ser dirigida ao conselho jurisdicional, por ser o órgão com
competência disciplinar, a qual pode ser remetida por transmissão eletrónica
de dados (e-mail) ou por carta registada com aviso de receção. Se o participan-
te for contabilista certificado, também poderá remeter a participação através
da Pasta CC.
Uma vez referidos, quer o processo disciplinar como o processo de inquérito, são
as formas que a ação disciplinar pode comportar, aplicando-se em regra, o proces-
Responsabilidade
so disciplinar.
disciplinar
Se o processo disciplinar é aplicado sempre que sejam imputados factos devida-
mente concretizados, suscetíveis de constituir infração disciplinar, a determinado
I.08
membro, já o processo de inquérito é aplicado quando não seja possível identificar
claramente a existência de infração disciplinar ou o respetivo infrator, no qual de-
vem ser encetadas diligências sumárias para os devidos esclarecimentos.
Dentro das infrações previstas, quer no EOCC, como RDOCC, destacamos, pela
sua frequência na inobservância dos deveres profissionais, as seguintes condutas
dos Contabilistas Certificados que podem conduzir à aplicação da sanção de
suspensão:
- Não cumpram, de forma reiterada, com zelo e diligência, as suas funções pro-
I.08
A esta sanção de suspensão pode ainda ser atribuído a sanção acessória de inibi-
ção, até cinco anos, para o exercício de funções nos órgãos da Ordem.
Destacamos ainda, o seguinte comportamento violador dos deveres por parte dos
Contabilistas Certificados e consequentemente pode conduzir à aplicação da san-
ção disciplinar de expulsão:
Em termos de prazo, este recurso deve ser interposto no prazo de 15 dias, dirigido
ao plenário do conselho jurisdicional, a contar da notificação do acórdão.
Não sendo possível a notificação do acórdão através de carta registada com aviso
de receção, a notificação ao Contabilista Certificado infrator, deverão ser promo-
Responsabilidade
vidas as diligências necessárias com vista à respetiva publicação do acórdão na 2ª
disciplinar
série do Diário da República. Neste caso, o prazo de interposição do recurso para
o plenário do conselho jurisdicional é de 20 dias a contar da data da publicação do
acórdão em Diário da República.
I.08
61
Ordem dos Contabilistas Certificados
8.2. Pontos-chave
• Responsabilidade disciplinar.
• Infração disciplinar é toda a ação ou omissão que consista em violação por qual-
quer membro, dos deveres consignados na lei, no EOCC, nos regulamentos e dos
Responsabilidade
princípios deontológicos.
disciplinar
62
8.3. Autoavaliação
Responsabilidade
Sei quais os meios que posso utilizar para apresentar uma parti-
disciplinar
cipação?
I.08
Observações
63
https://www.occ.pt/fotos/editor2/suspensaovoluntaria18maio.pdf
Suspensão, cancelamento
Com a suspensão da inscrição, o membro deixa de poder invocar o título profissio-
nal e de exercer a correspondente atividade, devendo devolver à OCC a respetiva
e readmissão
cédula e outros documentos identificativos. Mantém-se, no entanto, como membro
da OCC está obrigado ao pagamento das quotas, cujo valor é reduzido a metade.
I.09
O pedido de suspensão voluntária não se confunde com a suspensão oficiosa da
inscrição, decorrente de decisão judicial transitada em julgado, ou por deliberação 65
do órgão com competência disciplinar, isto é, o conselho jurisdicional, de aplicação
da sanção de suspensão.
https://www.occ.pt/fotos/editor2/cancelvolunt30nov.pdf
Se é certo, que em qualquer das situações, existe um corte na ligação com a OCC,
e readmissão
Por fim, realçar o facto de a Ordem cancelar oficiosamente a inscrição dos CC,
quando tiver conhecimento do seu falecimento.
Ou seja, os CC que por razões pessoais e/ou profissionais estiveram sem exercer
a profissão e requereram a suspensão ou cancelamento voluntário, poderão ser
readmitidos na OCC através do levantamento da suspensão e reinscrição, após
cancelamento voluntário, nos termos do artigo 24.º do EOCC.
Não obstante, pode ser exigido ao membro que requereu o levantamento da sus-
Suspensão, cancelamento
pensão voluntária ou a sua reinscrição após cancelamento voluntário, que se sub-
meta a uma avaliação dos conhecimentos técnicos indispensáveis ao exercício da
profissão, sempre que a suspensão ou cancelamento se prolongue por um período
e readmissão
superior a três anos, a não ser que, o requerente demonstre, no requerimento apre-
sentado, que no decurso da suspensão, exerceu funções relacionadas com maté-
rias respeitantes ao exercício da profissão.
I.09
67
Todavia, esta resinscrição apenas é possível quando a suspensão e o cancelamento
for voluntário, isto é, quando a suspensão ou o cancelamento é oficioso, tal read-
missão deixa de ser possível.
9.4. Pontos-chave
• Suspensão da inscrição.
• Cancelamento da inscrição.
• Readmissão.
Suspensão, cancelamento
e readmissão
I.09
68
9.5. Autoavaliação
Observações
Suspensão, cancelamento
e readmissão
I.09
69
10.1. Enquadramento
Esta comunicação, como já abordado, têm uma enorme relevância para efeitos de
seguro de responsabilidade civil profissional.
Ora, um dos requisitos para ficar abrangido pelo seguro de responsabilidade civil
profissional, é que os contabilistas Certificados se encontrem identificados junto
da Ordem como responsáveis pela contabilidade das entidades previstas na al. a)
do n.º 1 do artigo 10.º do EOCC.
Comunicação de início
de funções de CC
O CC deve permutar uma relação de colaboração e de cooperação entre as partes
interessadas com quem interage no exercício da sua profissão.
Assim sendo, deve não só manter uma relação de confiança com os seus clientes,
I.10
sendo este um dos valores essenciais do exercício profissional, como também uma
relação completa, apropriada, fiável e relevante de partilha de informações com
quem contacta no exercício da sua profissão.
Ou seja, estas comunicações não só servem para cumprir uma obrigação regulamen-
tar, como também, para alicerçar a relação de confiança com o cliente, essencial
para a manutenção da relação profissional do Contabilista Certificado com o Cliente.
É ainda dever do CC, também como já abordado, de comunicar à OCC o início (tal como
a cessação) de funções como diretor técnico de uma sociedade de contabilidade.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Descrição
72
73
Comunicação de início
de funções de CC
I.10
Ordem dos Contabilistas Certificados
10.2. Pontos-chave
74
Comunicação de início
de funções de CC
I.10
10.3. Autoavaliação
Observações
75
Comunicação de início
de funções de CC
I.10
Ordem dos Contabilistas Certificados
11.1. Enquadramento
É disponibilizada pela OCC, no seu sítio da internet, uma lista atualizada dos mem-
bros efetivos, das sociedades de profissionais de contabilidade e das sociedades
de contabilidade, bem como é publicada, trimestralmente, a relação com a OCC
dos membros que, no respetivo período, vejam deferida a suspensão ou o cancela-
mento da sua inscrição, tal como previsto no artigo 21.º do EOCC.
Esta obrigação legal, decorre do artigo 23º da Lei 2/2013, nomeadamente nas suas
alíneas c), d), e) e f) e que dispõe o seguinte:
Contabilista Certificado
i) O nome e o domicílio profissionais e, caso exista, a designação do título pro-
Registo Público do
fissional de origem e das respetivas especialidades;
78
Contabilista Certificado
Registo Público do
I.11
11.2. Pontos-chave
79
Contabilista Certificado
Registo Público do
I.11
Ordem dos Contabilistas Certificados
11.3. Autoavaliação
Observações
80
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
Contabilista Certificado
Registo Público do
I.11
12.1. Enquadramento
Nas relações entre si, os contabilistas certificados devem atuar com urbanidade,
lealdade e integridade, abstendo-se de atuações que prejudiquem, quer os cole-
gas, como a classe profissional.
“Os termos em que a lei define esta obrigação são de tal ordem categó-
ricos que não suscitam grandes dúvidas de interpretação. Não se certifi-
cando que os valores devidos ao anterior técnico de contas estão pagos,
o novo assume perante ele a obrigação de efectuar esse pagamento;
tanto assim que tem a obrigação de não assumir a responsabilidade pela
contabilidade enquanto o seu colega não estiver pago.
Destaca-se ainda a este respeito, o artigo 69º n.º 8 do Estatuto que prevê a possi-
bilidade, na execução de serviços que não sejam previamente contratados ou que,
pela sua natureza, revelem carácter de eventualidade, os contabilistas certificados,
dão indicações aos seus clientes ou potenciais clientes dos honorários previsíveis,
tendo em consideração os serviços a executar e identificando expressamente,
além do valor final previsível, o valor máximo e mínimo da sua hora de trabalho,
obedecendo às regras previstas no n.º 6 do artigo 70º do Estatuto.
Contabilistas Certificados
Relacionamento entre
Nos termos do artigo 74º n.º 2 do Estatuto da Ordem dos Contabilistas Certificados
e artigo 16º n.º 2 do Código Deontológico dos Contabilistas Certificados, venho pela
presente, informar, que fui contactado para assumir a responsabilidade pela execu-
ção da contabilidade, em sua substituição, do sujeito passivo (nome), com o NIPC
000 000 000 e com sede na (morada), a partir de (data).
Assim, solicito, que informe por escrito, se foi ressarcido da totalidade dos seus hono-
rários, despesas e/ou salários, bem como, situações de incumprimento por parte do
sujeito passivo das normas legais aplicáveis, ou qualquer outra circunstância que possa
influenciar a minha aceitação da proposta contratual.
(data)
(CC)
Resposta:
Serve a presente, para nos termos do artigo 16º n.º 4 do Código Deontológico dos
Contabilistas Certificados, dar resposta à comunicação do colega de xx/xx/xxxx, infor-
mando, que fui ressarcido da totalidade dos meus honorários, despesas e/ou salários,
não existindo situações de incumprimento por parte do sujeito passivo identificado,
nem nenhuma outra circunstância que possa influenciar a sua aceitação da proposta
contratual.
(data)
(CC)
Ou
Serve a presente, para nos termos do artigo 16º n.º 4 do Código Deontológico dos
Contabilistas Certificados, dar resposta à comunicação do colega de xx/xx/xxxx, infor-
mando, que se encontra em dívida, a título de honorários, o valor de €xxxx, referente
ao período xxxx, decorrente da prestação de serviços de contabilidade, situação que é
do conhecimento do sujeito passivo identificado. 85
(data)
(CC)
Ordem dos Contabilistas Certificados
Contabilistas Certificados
Relacionamento entre
12.2. Pontos-chave
• Princípio da lealdade.
• Dever de lealdade.
86
12.3. Autoavaliação
Observações
87
Contabilistas Certificados
Relacionamento entre
II
Relacionamento
do Contabilista
Certificado com
o Cliente
Guia de Boas Práticas Profissionais
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
II.12 Relacionamento com Instituto de Segurança Social, ACT e outras entidades públicas 113
12.1. Enquadramento 113
12.2. Pontos-chave 115
12.3. Autoavaliação 116
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
7
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
8 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
Relacionamento
do Contabilista Certificado com o Cliente
de serviços.
Por fim, aborda-se a temática do relacionamento com entidades públicas que in-
tervêm como sujeitos ativos dos impostos e contribuições devidos, e que, nessa
12
e publicidade
II.01
Política de comunicação e publicidade
1.1. Enquadramento
Na definição das suas políticas de comunicação, devem zelar pelo respeito das
suas obrigações estatuárias e pelo cumprimento dos limites da Lei, nomeadamente
com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro (Regime jurídico de criação, organização e
funcionamento das associações públicas profissionais), e pela Lei n.º 139/2015, de
7 de setembro (Estatuto da Ordem dos Contabilistas Certificados – EOCC e Código
Deontológico dos Contabilistas Certificados) e pelo aditamento da Lei n.º 119/2019,
de 18 de setembro, e pelas Leis n.º 12/2022, de 27 de junho, e n.º 24-D/2022, de 30
de dezembro, e com a legislação relativa ao Regulamento Geral sobre a Proteção 13
de Dados.
O artigo 32.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, dispõe que podem ser impostas
restrições em matéria de publicidade quando essas restrições não sejam discrimi-
natórias, sejam justificadas por razões imperiosas de interesse público, designada-
mente para assegurar o respeito pelo sigilo profissional, e estejam de acordo com
critérios de proporcionalidade.
Neste sentido, com as alterações introduzidas no Estatuto pela Lei n.º 139/2015, de
7 de setembro, verificou-se uma profunda mudança das normas estatutárias rela-
cionadas com a publicidade profissional.
Assim, prevê o artigo 71.º do EOCC, que a publicidade aos serviços cujo exercí-
cio, nos termos do atual estatuto, é exclusiva dos Contabilistas Certificados, só
pode ser feita por Contabilista Certificado, sociedades profissionais de conta-
bilistas certificados inscritas na Ordem ou sociedades de contabilidade que te-
nham designado um diretor técnico junto da OCC. A publicidade pode divulgar
Ordem dos Contabilistas Certificados
Significa isto, em primeiro lugar, que uma sociedade que não tenha no seu objeto a
II.01
Sem prejuízo, sempre se dirá que, a publicidade deve facultar informação obje-
tiva, que não revista um conteúdo de carácter propagandístico, comercial ou de
autoengrandecimento dos termos em que é promovida a divulgação dos serviços,
sob pena de violação do princípio da lealdade, na vertente de concorrência desleal,
conforme previsto na alínea h), n.º 1 do artigo 3.º do Código Deontológico.
Salienta-se que está vedada a utilização indevida do símbolo da OCC. Não é as-
sim legítimo, sem autorização prévia da Ordem, que o Contabilista Certificado, no
exercício da sua atividade profissional, como para efeitos de publicidade, utilize a
insígnia ou o símbolo da Instituição, incorrendo também, na violação do princípio
da lealdade, na vertente de concorrência desleal, constituindo ainda um ilícito cri-
minal, conforme dispõe o artigo 323.º do Código de Propriedade Industrial.
14
e publicidade
1.2. Procedimentos do Contabilista Certificado
II.01
na publicidade de serviços
Por outro lado, exemplificamos, expressões ou comentário, que não podem cons-
tar na publicidade utilizada, uma vez que podem constituir infração disciplinar, e
são:
16
e publicidade
1.3. Pontos-chave
II.01
• Estabelecer política de comunicação assertiva, com objetivo de melhoria da ima-
gem do profissional e profissão.
1.4. Autoavaliação
II.01
Observações
18
do cliente
O Contabilista Certificado deve concentrar a sua vantagem competitiva na gestão
das expectativas do cliente.
II.02
Além disso, é essencial uma comunicação proativa, fornecendo prazos realistas,
informação frequente e atualizações das atividades realizadas de modo preciso e
claro, preferencialmente por escrito.
Outro aspeto importante é que a gestão de expectativas do cliente deverá ser reali-
zada através da elaboração de um quadro de decisão, onde seja possível comparar
quais os serviços que foram inicialmente oferecidos, quais os serviços que foram
contratados e, ainda, quais os serviços efetivamente prestados, bem como os indi-
cadores que serviram de suporte a todas as decisões.
19
Ao construir e manter um quadro de decisão, com informações e indicadores, de
forma simples, permite ao cliente estar permanentemente informado sobre o de-
sempenho do Contabilista Certificado, projetando as suas melhores decisões para
a realidade empresarial do cliente, o que aumenta as expectativas do mesmo na
procura das melhores soluções para os seus problemas.
2.2. Pontos-chave
• Controlo e informação para o cliente dos prazos de realização das tarefas, infor-
mação a prestar periodicamente e atualização das atividades realizadas.
do cliente
II.02
20
2.3. Autoavaliação
do cliente
Realiza o controlo e informação para o cliente dos prazos de reali-
zação de tarefas, informação a prestar periodicamente e atualiza-
II.02
ção das atividades realizadas face aos serviços contratados pelo
cliente?
Observações
21
3.1. Enquadramento
Relacionamento
com o cliente
sua profissão, deve apresentar a realidade patrimonial das entidades a quem presta
serviços, devendo para tal, planificar, organizar, coordenar e avaliar a execução da
contabilidade, assumindo a regularidade técnica nas áreas contabilística e fiscal,
das entidades, públicas e privadas, aplicando os planos de contas oficialmente
II.03
previstos ou o sistema de normalização contabilística, conforme o caso, respei-
tando as normas legais, os princípios contabilísticos vigentes e as orientações das 23
entidades com competência em matéria de normalização contabilística.
Para tal, o Contabilista Certificado tem o direito, perante as entidades a quem pres-
ta serviços, de obter todas as informações com elevado nível de segurança e de
qualidade informativa, tal como é definido no n.º 1 do artigo 12.º do CDCC:
de serviços.
com o cliente
Para mais, num mundo onde a confidencialidade da informação e dos dados são de
extrema relevância, o cliente, no decurso da sua atividade comercial, partilha com
o seu Contabilista Certificado, um conjunto de informações confidenciais e dados
II.03
Relacionamento
com o cliente
“a sua duração, a data de entrada em vigor, a forma de prestação
de serviços a desempenhar, o modo, o local e o prazo de entrega
da documentação, os honorários a cobrar e a sua forma de paga-
II.03
mento”
25
Deste modo, o Contabilista Certificado deve possuir suporte dos registos com to-
das as comunicações realizadas no âmbito do cumprimento da relação contratual,
nomeadamente pedidos de documentação, esclarecimentos sobre situações que
Ordem dos Contabilistas Certificados
As evidências devem ser registadas num modelo que sistematize toda a informa-
ção e assegure a transparência e controlo de toda a relação contratual, permitindo
também controlar o tempo dedicado ao cliente.
Este registo é decisivo para que se consiga fazer uma otimização dos tempos de-
dicados ao cumprimento das atividades contratualizadas, bem como o registo de
atividades que, não estando contratualizadas, são executadas pelo Contabilista
Certificado.
Relacionamento
com o cliente
II.03
26
Relacionamento
cláusulas contratuais. Se detetar em algum momento o incumprimento dessas
com o cliente
mesmas cláusulas, deve, imediatamente e por escrito, alertar o cliente desse in-
cumprimento, referindo, sumariamente em que se consubstancia tal incumprimen-
to e mencionar qual ou quais as consequências desse incumprimento previstas
quer no contrato como no EOCC ou Código Deontológico.
II.03
27
Ordem dos Contabilistas Certificados
3.3. Pontos-chave
• Caso não seja possível a submissão das declarações fiscais, por falta de informa-
ção necessária, efetua a comunicação do n.º 3 do artigo 8.º do RGIT.
3.4. Autoavaliação
Relacionamento
do cliente?
com o cliente
Criou e manteve atualizado um quadro de controlo de todas as
interações com o cliente?
Observações
II.03
29
4.1. Enquadramento
31
Modos de exercício
da atividade
II.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
são de CC, nos termos do artigo 77º do EOCC. Significa isso, que esse interesse
conflituante coloca em causa a independência no exercício da profissão de CC, o
que conduz a uma inevitável incompatibilidade com o desempenho em simultâneo
de gerente ou administrador.
Modos de exercício
4.2.5. Trabalhador no âmbito de uma relação jurídica de emprego público
da atividade
O CC pode exercer, também, a atividade profissional no âmbito de uma relação jurídica
de emprego público, como trabalhador que exerce funções públicas e que disponha
de contabilidade organizada de acordo com o sistema de normalização contabilístico
II.04
legalmente aplicável, tal como previsto na alínea c), do n.º 1 do artigo 11.º do EOCC.
4.3. Pontos-chave
34
Modos de exercício
da atividade
II.04
4.4. Autoavaliação
Observações
Modos de exercício
da atividade
II.04
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
Ordem dos Contabilistas Certificados
O Contabilista Certificado pode acordar a prestação dos seus serviços nas ins-
talações dos seus clientes. No entanto, a opção pela prestação de serviços de
contabilidade nas instalações do cliente deve ser previamente estudada de forma
a acautelar as condições necessárias para a prestação de um serviço alicerçado na
qualidade e que garanta a cumprimento das normas estatutárias e deontológicas.
Local de prestação
• Meios que garantam ao Contabilista Certificado que os registos contabilísticos
e as demonstrações financeiras por si realizadas não possam ser alterados em
de serviços...
seu nome (o que pressupõe a existência de uma licença (acesso) exclusiva para
o Contabilista Certificado). II.05
Haverá casos em que o Contabilista Certificado realiza as suas funções nas instala-
Ordem dos Contabilistas Certificados
38
Local de prestação
de serviços...
II.05
39
Local de prestação
de serviços...
II.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
5.4. Pontos-chave
Condições a atender:
• Disponibilização de local apropriado;
• Hardware e software adequado (com licença/acesso exclusivo para o CC, para não
permitir adulteração dos registos contabilísticos e outras tarefas exclusivas do CC);
5.5. Autoavaliação
Observações
Local de prestação
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
de serviços...
II.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
6.1. Enquadramento
https://www.occ.pt/pt-pt/contabilista-certificado/formularios-e-minutas
Processo de estimativa
da avença/honorários
Designação do Obrigatório/
Descrição do serviço Montante
serviço a prestar Serviço extra
- Efetuar enquadramentos e emis- Montante global
são de pareceres e opiniões técni- de XXXX euros Serviços extra
- Planeamento e
cas profissionais sobre operações ou detalhado (contratação
consultoria fiscal
(a entidades novas ou a contratar por cada serviço adicional)
no futuro) contratado
- Realizar o processamento salarial
(incluindo a gestão de emprega-
dos, assiduidade, faltas, baixas,
férias, etc.);
Montante global
- Conferências e enquadramen-
- Gestão de pes- de XXXX euros Serviços extra
tos fiscais do processamento sa-
soal e processa- ou detalhado (contratação
larial (retenções na fonte de IRS,
mento salarial por cada serviço adicional)
declarações anuais de rendimen-
contratado
tos e retenções, contribuições
para a SS);
- Preparação e submissão da DMR
Serviços adicionais (outras competências)
AT e DRI SS;
- Obrigações
perante a - Admissão, atualização e cessa- Montante global
Segurança social, ção do vínculo dos trabalhadores de XXXX euros Serviços extra
FCT (suspenso, na SS; ou detalhado (contratação 45
apenas pedidos - Verificação e preparação das por cada serviço adicional)
de reembolsos), obrigações perante a ACT; contratado
ACT
- Elaboração de
- Preparar contratos de trabalho Não é da com-
contratos de -------
nos termos da legislação laboral petência do CC
trabalho
Não é compe-
tência do CC,
Montante global
mas pode ajudar
de XXXX euros
- Preparação do - Preparar, gerir, validar e subme- na preparação,
ou detalhado
relatório único ter o relatório único; dando infor-
por cada serviço
mações de que
contratado
dispõe (serviço
extra)
Não é compe-
- Prestar informações ao órgão de
tência do CC,
- Preparação gestão das entidades pelo qual Montante global
mas pode ajudar
do relatório de é responsável sobre o conteúdo de XXXX euros
na preparação,
gestão (para a obrigatório do relatório de gestão; ou detalhado
dando infor-
prestação de - Fornecer informações financeiras por cada serviço
Ordem dos Contabilistas Certificados
mações de que
contas) para auxiliar na elaboração do contratado
dispõe (serviço
relatório de gestão;
extra)
Processo de estimativa
da avença/honorários
Designação do Obrigatório/
Descrição do serviço Montante
serviço a prestar Serviço extra
Não é compe-
- Elaboração de tência do CC,
Montante global
atas (de realiza- mas pode ajudar
- Dar apoio aos órgãos sociais de XXXX euros
ção de assem- na preparação,
para a preparação da informação ou detalhado
bleias gerais de dando infor-
a incluir nas atas; por cada serviço
sócios, do órgão mações de que
contratado
de gestão, etc.) dispõe (serviço
extra)
Montante global
- Preparação e de XXXX euros Serviços extra
submissão do ou detalhado (contratação
Intrastat; por cada serviço adicional)
contratado
Designação do Obrigatório/
Descrição do serviço Montante
serviço a prestar Serviço extra
Não é compe-
tência do CC,
Montante global
mas pode ajudar
- Comunicação ao de XXXX euros
na preparação,
Banco de Portugal ou detalhado
dando infor-
(COPE); por cada serviço
mações de que
contratado
dispõe (serviço
Serviços adicionais (outras competências)
extra)
Montante global
Não é
de XXXX euros
- Certificação PME - Efetuar certificação competência do
ou detalhado
(IAPMEI) e renovação/atualização CC (contratação
por cada serviço
adicional) 47
contratado
Montante global
de XXXX euros Serviços extra
- Outros ou detalhado (contratação
por cada serviço adicional)
contratado
Nesse sistema de custeio certamente que um dos gastos mais significativos será o re-
lativo às remunerações e respetivos encargos, do Contabilista Certificado e dos seus
Processo de estimativa
da avença/honorários
Ainda se destaca a este respeito, o n.º 8 do artigo 69.º do EOCC, que prevê a pos-
sibilidade de, na execução de serviços que não sejam previamente contratados ou
que, pela sua natureza, revelem carácter de eventualidade, o Contabilista Certifica-
do dar indicações aos seus clientes ou potenciais clientes dos honorários previsí-
veis, tendo em consideração os serviços a executar e identificando expressamente,
além do valor final previsível, o valor máximo e mínimo da sua hora de trabalho,
obedecendo às regras previstas no n.º 6 do artigo 70.º do EOCC.
49
Deve ainda o Contabilista Certificado, quando seja caso disso, prever no contrato,
serviços relacionados com a recuperação da contabilidade, ou de serviços de ativi-
dade partilhadas, conforme previsto no artigo 10.º n.º 2 do EOCC, discriminando o
seu alcance, como os honorários devidos por essas atividades.
O Contabilista Certificado pode, no exercício das suas funções, exigir a título de pro-
visão, quantias por conta dos honorários, o que, não sendo satisfeito, lhe confere o
direito de não assumir a responsabilidade inerente ao exercício da sua profissão.
Quanto a esta matéria, podemos ainda referir o disposto no n.º 3 do artigo 14.º
do Código Deontológico, ou seja, o Contabilista Certificado em regime de tra-
balho independente, além dos honorários acordados e estipulados por via do
contrato escrito de prestação de serviços, não pode aceitar ou cobrar outras
Ordem dos Contabilistas Certificados
Dada a instabilidade dos mercados, pode acontecer o não recebimento dos salá
rios ou honorários devidos ao Contabilista Certificado, constituindo esta conduta,
justa causa para a rescisão contratual e o direito de recusa da assinatura das decla-
rações fiscais e demonstrações financeiras, devidamente reconhecido pela Ordem,
quando faltarem menos de três meses para o fim do exercício a que as mesmas
se reportam, juntando a correspondência trocada e as faturas dos honorários não
pagos, aconselhando-se o contacto com a OCC nestas circunstâncias.
6.2. Pontos-chave
• Cálculo dos encargos associados a cada tarefa/serviço por cliente para determi-
nar os honorários.
51
Ordem dos Contabilistas Certificados
Processo de estimativa
da avença/honorários
6.3. Autoavaliação
Observações
52
II.07 Proposta
Proposta e âmbito da prestação de serviços
Todavia, haverá casos em que, por algum motivo, não foram encerrados exercícios
anteriores e é solicitado ao novo Contabilista Certificado a recuperação da contabi-
lidade. Este tipo de situações deve ser analisado casuisticamente e deve-se tentar
fazer uma estimativa dos recursos humanos e outros que se perspetivam neces-
sários a essa recuperação. Recomenda-se que seja proposto um fee específico e
Ordem dos Contabilistas Certificados
Para este efeito, o Contabilista Certificado deve atualizar regularmente o seu clien-
te sobre a evolução dos contratos e das obrigações assumidas, de forma que este
possa percecionar os serviços que lhe são prestados, e os serviços que passou a
necessitar que lhe sejam prestados, e entender a renegociação e atualização dos
contratos de serviços e das avenças. Esta atualização deverá ser realizada anual-
mente, semestralmente ou trimestralmente, consoante o que ficou inicialmente
determinado no contrato.
54 Entre outras informações relevantes, pode ser considerada, se for o caso, a razão
pela qual a entidade está a contratar os serviços de outro Contabilista Certifica-
do, isto é, percebemos junto do potencial cliente quanto às razões que o levam a
contratá-lo, muito provavelmente conseguirá identificar-se necessidades e ou ex-
petativas, que esse cliente terá e gostará de ver satisfeitas, com a prestação de
serviços a contratar.
Segue um exemplo do modelo que poderá ser usado para o efeito, a que chama-
mos “Plano de Projeto”.
II.07 Proposta
7.2. Modelo exemplificativo de um “Plano de Projeto”
Evolução do Plano
Ação / Data
55
7.2.1. Caracterização do Negócio
(último período):
Se for possível ter acesso a dados com mais informação, podemos ir mais além e
aprofundar a análise com os seguintes elementos.
II.07 Proposta
7.2.4. Âmbito do Serviço
Expetativas a corresponder
Balancetes com a periodicidade: 57
Relatório Económico com a periodicidade:
Relatório Financeiro com a periodicidade:
Que se faça o controlo e emissão da guia de IUC das viaturas? Quantas?
Proatividade do Contabilista Certificado quanto a alguns indicadores? Quais?
Obrigações a cumprir
Qual o Regime de Contabilidade em SNC?
Realização de contabilidade de gestão?
Elaborar a contabilidade com fluxos de caixa?
Periodicidade de IVA: mensal ou trimestral?
Faz Declaração Recapitulativa? Mensal ou trimestral?
Tem de comunicar o Inventário à AT?
Enviar DMR e DRI?
Acompanhar e efetuar pedidos de reembolso dos colaboradores no FCT?
Fazer a comunicação de admissões e cessação de colaboradores à Segurança Social?
Preencher e gerir a entrega do Relatório Único?
Ordem dos Contabilistas Certificados
[Ex.: a Entidade diz que vai adquirir um novo software de ERP, porque o atual não
responde às necessidades de aceleração da informação contabilística.)
II.07 Proposta
7.2.7. Outras Informações de Utilidade
59
7.2.9. Notas
Ordem dos Contabilistas Certificados
II.07 Proposta
7.3. Organização, receção e arquivo dos documentos
contabilísticos
Nos diários contabilísticos, são registadas todas as operações, de uma forma cro-
nológica, podendo ser atribuída uma numeração sequencial, que deve constar do
61
registo informático no programa de contabilidade e no próprio documento justifi-
cativo do movimento contabilístico.
62
II.07 Proposta
7.4. Envio de informação financeira para o cliente
Esta informação pode incluir mapas com valores obtidos no mês ou trimestre no
ano em curso e a sua comparação com o ano anterior.
Esses mapas a enviar ao cliente devem ser acompanhados com um pequeno rela-
tório explicativo da situação da entidade.
- O balancete;
- A reconciliação bancária;
63
- Mapa de exploração;
- Assim como uma análise dos aspetos mais relevantes e, se aplicável, a iden-
tificação clara de documentação ou informação em falta que será necessário
esclarecer ou solicitar ao órgão de gestão.
Também deve ter as evidências das reuniões que teve com os clientes.
De forma a cumprir o que se exige supra, para que a organização possa propor um
PER, o Contabilista Certificado deve consultar as análises que fez à organização, e
Ordem dos Contabilistas Certificados
II.07 Proposta
apresentam um papel crucial, uma vez que só através do acompanhamento re-
gular e atual da organização poderá o Contabilista Certificado declarar, com cer-
teza, que a organização é passível de recuperação e reúne todas as condições
necessárias para a mesma, ou para a tomada de decisão célere e segura, nomea-
damente, se a organização reúne as condições para determinado investimento
ou expansão.
7.5. Pontos-chave
• Nos clientes que transitam de outros CC, pode recolher-se informação similar.
66
II.07 Proposta
7.6. Autoavaliação
Observações
Proposta de Contrato
8.1. Enquadramento
de Contrato
Proposta
No âmbito do contrato de prestação de serviços, existem referências estatutárias
quanto à celebração, por escrito, do contrato de prestação de serviço entre o Con-
II.08
tabilista Certificado e o seu cliente. Assim, o artigo 11.º do EOCC, com a exceção da
prestação de serviços no âmbito de sociedades de contabilidade como sócios ou
membros da gerência ou da administração, refere que os Contabilistas Certificados
devem celebrar, obrigatoriamente, por escrito, com as entidades referidas na alí-
nea a) do n.º 1 do artigo 10.º do EOCC, o contrato de prestação de serviços referido
no n.º 5 do artigo 70.º do EOCC, devendo assumir, nesse documento, pessoal e
diretamente, a responsabilidade pela contabilidade a seu cargo.
ENTRE:
OU
70 OU
CLÁUSULA PRIMEIRA
(Objeto do Contrato e identificação do contabilista certificado)
ridade técnica, nas áreas contabilística e fiscal, nos termos definidos pelo artigo
10º do Estatuto da Ordem dos Contabilistas Certificados, doravante EOCC.
de Contrato
Proposta
a) [...];
...
II.08
4. Nos termos e para os efeitos do n.º 1 da presente Cláusula, o Contabilista Certi-
ficado _________ (nome do contabilista), titular da cédula profissional n.º_______,
assumirá a responsabilidade pela regularidade técnica da contabilidade do Se-
gundo Outorgante.
CLÁUSULA SEGUNDA
(Termos da Prestação de serviços)
CLÁUSULA TERCEIRA
(Duração)
1. O presente contrato tem início em ____/____/ ____e durará até ao termo do exer-
cício económico, renovando-se por sucessivos períodos de um ano, se não for de-
nunciado, por qualquer das Partes, com a antecedência mínima de 30 (trinta) dias,
em relação à data do termo do prazo inicial ou de qualquer renovação, através
de carta registada com aviso de receção, para a morada constante no presente
Contrato, ou para outra que, tenha sido indicada previamente em sua substituição.
Ordem dos Contabilistas Certificados
2. A parte que viole o prazo de aviso prévio referido no número anterior, ficará
obrigada a indemnizar a outra, no montante correspondente ao período de aviso
prévio em falta ou até ao termo do contrato.
CLÁUSULA QUARTA
(Honorários e despesas)
de Contrato
peitar, pagamento a ser efetuado através de transferência bancária para o NIB [...].
Proposta
2. Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 72.º do EOCC, o pagamento dos
honorários contratuais para além do prazo fixado nesta cláusula constitui o Se-
II.08
gundo Outorgante em mora, implicando o pagamento de juros moratórios à taxa
legal, até efetivo e integral pagamento, bem como, constitui justa causa para a
rescisão do presente contrato de prestação de serviço.
meira que venham a ser solicitados pelo Segundo Outorgante, serão pontual e
especificamente acordados, por escrito, pelas Partes, caso em que serão fatura-
dos por acréscimo ao valor ajustado na Cláusula Segunda.
CLÁUSULA QUINTA
(Confidencialidade)
Ordem dos Contabilistas Certificados
CLÁUSULA SEXTA
(Dados pessoais)
74
1. Pela qualidade que assume no presente contrato, o Primeiro Outorgante decla-
ra, enquanto Subcontratante que trata dados pessoais, em nome e por conta do
Primeiro Outorgante, que:
iv) ter um processo para testar, apreciar e avaliar regularmente a eficácia das
medidas técnicas e organizativas para garantir a segurança do tratamento;
de Contrato
d) Apenas contratará outro Subcontratante se o Segundo Outorgante o autorizar
Proposta
previamente;
e) Prestará assistência ao Segundo Outorgante caso tenha de dar resposta aos pedidos
II.08
dos titulares dos dados pessoais, tendo em vista o legítimo exercício dos seus direitos;
CLÁUSULA SÉTIMA
(Incumprimento e resolução do Contrato)
outra que, tenha sido indicada previamente em sua substituição, através de carta
registada com aviso de receção.
4. A rescisão do contrato com fundamento em justa causa, por iniciativa do Primeiro Ou-
torgante, implica a sua desresponsabilização por todas as consequências inerentes ao
incumprimento das obrigações fiscais declarativas respeitantes ao Segundo Outorgante.
II.08
CLÁUSULA OITAVA
(Disposições Finais)
CLÁUSULA NONA
(Lei aplicável e resolução de litígios)
O presente Contrato é feito em duas vias originais, assinadas pelas Partes, fican-
do um exemplar com o Primeiro Outorgante e outro com o Segundo Outorgante.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Local, Data.
Primeiro Outorgante Segundo Outorgante
NOTA: Esta minuta constitui uma sugestão de contrato suscetível de ser adaptada ao caso concreto.
Para efeitos da renúncia do contrato de prestação de serviços por justa causa e, ainda
que não conste expressamente do contrato de prestação de serviços, conforme o n.º 1
do artigo 69.º do EOCC, na definição dos direitos e dos deveres das partes, os Contabi-
listas Certificados têm direito, relativamente às entidades a quem prestam serviços, a:
de Contrato
Proposta
a) Obter todos os documentos, informações e demais elementos de que neces-
sitem para o exercício das suas funções,
II.08
b) Exigir a confirmação, por escrito, de qualquer instrução, quando o conside-
rem necessário;
A violação destes deveres constitui justa causa para a rescisão do contrato de presta-
ção de serviços, sendo que neste caso, o Contabilista Certificado, de acordo com o n.º
77
5 do artigo 12.º do Código Deontológico dos Contabilistas Certificados, deve, por carta
registada com aviso de receção, indicar o fundamento da rescisão e a data a partir da
qual a mesma se torna eficaz.
Para que a resolução do contrato de prestação de serviços seja feita com justa
causa, é necessário alegar e provar factos que consubstanciem suficientemente um
comportamento grave que ponha em crise a continuidade do contrato. A rescisão
do contrato com justa causa não obedece a qualquer aviso prévio.
Aconselha-se que a denúncia do contrato se faça por escrito, através de carta re-
gistada com aviso de receção, ou nos termos que expressamente se venha a definir
no contrato.
78
Exmo. Senhor
de Contrato
Proposta
Assunto: Rescisão com justa causa do contrato de prestação de serviços
II.08
Vimos por este meio comunicar, nos termos da cláusula XX do contrato de presta-
ção de serviços celebrado com V. Ex.ª, a respetiva rescisão com justa causa, com
efeitos imediatos.
Ou
79
Conforme cláusula quarta do contrato, e mesmo após interpelação por carta re-
gistada com aviso de receção enviada em XX/XX/XX e sucessivos e-mails que
se juntam em anexo, não foi efetuado o pagamento dos honorários conforme
acordado, pelo que se encontra em dívida a título de honorários, o valor de €xxxx,
referente ao período xxxx, conforme faturas em anexo.
Tal comportamento constitui uma violação quer dos direitos do contabilista cer-
tificado previstos nos artigos 69.º, n.º 1 do Estatuto da Ordem dos Contabilistas
Certificados e 12.º ou 14.º do Código Deontológico, bem como dos deveres a que
está contratualmente vinculado, nos termos da cláusula XX do contrato.
1
Não obstante, tudo aquilo que resulta dos lançamentos contabilísticos executados pelo Contabilista
Certificado, existindo incumprimento imputável ao cliente e apenas quanto ao período que se encontra
em dívida, pode ser negada a sua entrega. Nesta perspetiva, por exemplo, aqui se integram os se-
Ordem dos Contabilistas Certificados
para o seu levantamento, com o respetivo auto de entrega a ser assinado pelas
partes, na morada do primeiro outorgante, indicada no contrato de prestação
de serviço.
* Nos termos do artigo 15.º do Código Deontológico, a documentação deve ser entregue no
prazo máximo de 60 dias.
80
Exmo. Senhor
de Contrato
Proposta
Assunto: Denúncia do contrato de prestação de serviços
II.08
Vimos por este meio comunicar, nos termos da cláusula terceira do contrato de
prestação de serviços celebrado com V. Ex.ª, a respetiva denúncia, com efeitos a
partir do dia 1 de janeiro de N+1, cumprindo-se o aviso prévio de 30 dias (conforme
cláusula terceira do contrato de prestação de serviços) aí definido.
Assim que os trabalhos que ainda sejam da minha responsabilidade até à produ-
ção de efeitos da presente denúncia, e logo que concluídos, será disponibilizado
para levantamento, com o respetivo auto de entrega a ser assinado pelas partes,
81
a documentação contabilística e fiscal, na morada do primeiro outorgante, indi-
cada no contrato de prestação de serviço.
No portal das finanças, a renúncia apenas ficará efetuada, quando existir uma no-
meação de novo contabilista certificado, pelo que, a indicação disponível no portal
II.08
82
Link útil:
https://sitfiscal.portaldasfinancas.gov.pt/pessoal/cc
de Contrato
cia, comunicada pelo contabilista só produz efeitos após a nomeação de novo CC,
Proposta
por parte do sujeito passivo.
II.08
- Selecionar, a opção Serviços/Dados cadastrais/Contabilista Certificado/ En-
tregar intenção de renuncia” ou “consultar nomeações”, aparecendo automati-
camente listados todos os Sujeitos Passivos, para os quais está nomeado como
CC, segundo a base de dados da AT.
Deve notar-se que, com as alterações introduzidas à Lei Geral Tributária pela Lei n.º
7/2021, de 26 de fevereiro, a responsabilidade só é imputada se tiver havido uma
atuação dolosa do Contabilista Certificado. Ou seja, a Autoridade Tributária e Adua-
neira tem de provar que o profissional atuou dolosamente (com intenção clara de
evitar que o seu cliente pague os impostos devidos), o que, até à entrada em vigor
desta Lei, não era exigível, podendo o Contabilista Certificado ser responsabilizado
por mero erro ou negligência.
84
“1 - Os administradores, gerentes e outras pessoas que exerçam, ainda
que somente de facto, funções de administração em pessoas coletivas,
sociedades, ainda que irregularmente constituídas, e outras entidades
fiscalmente equiparadas são subsidiariamente responsáveis:
de Contrato
da Lei n.º 114/2014, de 29 de Dezembro)
Proposta
4 - As pessoas a quem se achem subordinados aqueles que, por conta
II.08
delas, cometerem infrações fiscais são solidariamente responsáveis pelo
pagamento das multas ou coimas àqueles aplicadas, salvo se tiverem to-
mado as providências necessárias para os fazer observar a lei. (Redação
da Lei n.º 60-A/2005, de 30 de dezembro - anterior n. º3)
Neste âmbito, se por algum motivo que lhe seja alheio, o Contabilista Certificado
não realizar as obrigações declarativas devidas, deve comunicar ao cliente infor-
mando-o de que deve entregar os elementos em falta para possibilitar a prepara-
ção e entrega das obrigações declarativas.
eletrónica, através do Portal das Finanças, até 30 dias após o termo do prazo de
entrega da declaração à Autoridade Tributária, as razões que impediram o cumpri-
mento atempado da obrigação. Esta ação vai permitir que caso a responsabilidade
pelo incumprimento da obrigação seja alheia ao Contabilista Certificado, nenhuma
responsabilidade lhe possa ser futuramente imputável (ver volume I).
de Contrato
A comunicação do n.º 3 do artigo 8.º do RGIT está disponível no Portal das Finanças,
Proposta
em serviços:
II.08
86
Uma última nota, para realçar, que, no caso do contabilista certificado, não possuir
a documentação e outros elementos necessários ao cumprimento da obrigação
declarativa dos vários impostos, o profissional não deve submeter a declaração
(não submete declarações a “zeros”), devendo atender às obrigações menciona-
das neste ponto do capítulo (p.e. efetuar a comunicação do n.º 3 do artigo 8.º do
RGIT, informar o cliente).
Ordem dos Contabilistas Certificados
8.8. Pontos-chave
de Contrato
local e o prazo de entrega de documentação, os honorários a cobrar e a sua forma
Proposta
de pagamento;
II.08
• Violação dos deveres do cliente em fornecer todos os documentos, informações e
demais elementos de que necessitem para o exercício das suas funções; confirma-
ção, por escrito, de qualquer instrução, quando o considerem necessário; informar
que todas as operações ocorridas estão devidamente suportadas e que lhe foram
integralmente transmitidas; e o atraso ou a falta de pagamento dos salários ou ho-
norários a que tenham direito, determina a possibilidade de renúncia do contrato
de prestação de serviços com justa causa;
8.9. Autoavaliação
9.1. Enquadramento
Planeamento de tarefas
e controlo de prazos
rização de planos de tarefas de colaboradores. Esses sistemas informáticos permi-
tem a criação de fluxos de tarefas com alertas mediante a aproximação dos prazos
fiscais e parafiscais.
II.09
folha de cálculo para a realização e monitorização dos planos de tarefas dos seus
colaboradores. A seguinte figura é demonstrativa de como pode ser organizada 89
uma folha de cálculo para a criação e monitorização dos planos de tarefas de um
gabinete ou Sociedade de Contabilidade. A utilização de uma folha de cálculo
comporta sempre um risco acrescido em existir falhas nos registos, pelo que é
aconselhável que o Contabilista Certificado disponha de segurança para o efeito.
Ordem dos Contabilistas Certificados
90
9.2. Exemplo de planeamento de tarefas
Planeamento de Tarefas (exemplo)
ANO 2022 MÊS JULHO
N.º Empresa NIF Regime Tribut. Colaborador 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Ultimo TRIBUT IVA responsável
mês
fechado
1 Empresa “A” XXX XXX XXX IRC Trimestral Colaborador 1 Arquivo Lançamentos
202204
4 Empresa “D” XXX XXX XXX IRC Mensal Colaborador 4 Ausente Arquivo Arquivo Lançamentos Lançamentos Prep. Dp IVA
202204
5 Empresa “E” XXX XXX XXX IRS Trimestral Colaborador 5 Arquivo Arquivo Lançamentos Lançamentos
202204
6 Empresa “F” XXX XXX XXX IRS Mensal Colaborador 6 Reunião Arquivo Arquivo Lançamentos Prep. Dp iva
202204 cliente “a”
Planeamento de tarefas
Os programas que se dedicam à gestão do fluxo de tarefas de escritórios de conta-
e controlo de prazos
bilidade, permitem a criação das empresas clientes que o Contabilista Certificado
tem à sua responsabilidade e possibilitam também a criação de utilizadores para
os colaboradores que, em segunda linha, estão responsáveis pela execução das
tarefas associadas a determinada empresa cliente do Contabilista Certificado.
II.09
Posteriormente à criação das organizações, clientes do Contabilista Certificado, e à
criação dos utilizadores para os seus colaboradores, as aplicações informáticas que 91
• Receção de documentação;
• Arquivo;
Ordem dos Contabilistas Certificados
• Lançamentos contabilísticos;
• Processamento de salários;
• Preparação DMR;
• Preparação DRI;
• Preenchimento de IES;
92 • Outras.
9.3. Pontos-chave
• Tal poderá permitir ajustar os honorários aos tempos despendidos por cada cliente.
Planeamento de tarefas
e controlo de prazos
• Este planeamento de tarefas pode ainda permitir o controlo das obrigações fis-
cais e outras e de prazos fiscais e parafiscais, evitando falhas imputáveis ao conta-
bilista certificado.
II.09
necessidades de informação para a realização do serviços pelo contabilista certifi-
93
cado, aumentando a eficiência e qualidade do trabalho.
Ordem dos Contabilistas Certificados
9.4. Autoavaliação
Observações
II.09
94
Dossier do cliente
10.1. Enquadramento
À medida que as empresas crescem, aumenta o fluxo de documentos que, por sua
vez, precisam de ser organizados e armazenados da melhor maneira possível, para
garantir o fácil e rápido acesso a todos os dados estratégicos e importantes do seu
negócio, tanto para consultas internas quanto para possíveis compromissos fiscais.
É importante lembrar que só desde 2019 é que passou a ser a possível o arquivo ser
do cliente
feito de forma digital
Dossier
Sobre esta matéria sugere-se a consulta do artigo 19.º e seguintes do Decreto-Lei
II.10
n.º 28/2019, de 15 de fevereiro, e artigo 52.º do Código do IVA, assim como o Ofício
Circulado n.º 30211, de 2019-03-15, emitido pela Direção de Serviços do IVA.
Ordem dos Contabilistas Certificados
O dossier permanente constitui um arquivo que pode ser realizado de forma física
ou de forma digital.
Neste dossier, devem ser arquivados documentos que contêm informações vitais
acerca das empresas e que, no desempenho das funções do Contabilista Certifica-
do, são consultados com alguma regularidade.
O dossier permanente deve ser realizado de forma individual para cada organiza-
ção cliente, salientando-se os seguintes requisitos:
Para cada cliente deve ser utilizada uma ou mais pastas de arquivo, no entanto,
nunca devem ser arquivadas mais do que uma empresa cliente numa única pasta
do cliente
de arquivo.
Dossier
II.10
arquivo contabilístico?
Deve, assim, ter-se especial atenção a todas as problemáticas conexas com a di-
gitalização da documentação, a segurança e realização de constantes cópias dos
dados, questões afetas ao RGPD e todas as outras questões que à opção pela rea-
lização de um arquivo de forma digital acresce.
97
do cliente
Dossier
II.10
Ordem dos Contabilistas Certificados
A. Caracterização do cliente:
- Relato de sustentabilidade;
- Relato intercalar;
- Outros.
do cliente
- Outros.
10.4. Pontos-chave
99
do cliente
Dossier
II.10
Ordem dos Contabilistas Certificados
10.5. Autoavaliação
Observações
100
11.1. Enquadramento
As cópias desses registos devem ser separadas em três grandes áreas, nomeada-
mente:
3. Outros assuntos.
Relacionamento
com a AT
II.11
Ordem dos Contabilistas Certificados
• Selecionar, na opção Serviços > Dados Cadastrais > Contabilista Certificado >
Entregar início de nomeação;
• Após confirmação do CC, e caso não seja detetado qualquer problema que invia-
bilize a aceitação do pedido, é:
Relacionamento
com a AT
II.11
Ordem dos Contabilistas Certificados
• Após o sujeito passivo clicar em” Iniciar alteração de poderes” deve escolher uma
das duas opções apresentadas:
1) Aceito que o CC tenha Plenos Poderes para cumprir as minhas obrigações de-
clarativas pela via eletrónica;
104
2) Não aceito que o CC tenha Plenos Poderes para cumprir as minhas obrigações
declarativas pela via eletrónica;
Relacionamento
com a AT
II.11
Ordem dos Contabilistas Certificados
Quanto aos deveres, nomeadamente nas relações com a AT, prevê o artigo 73.º do
EOCC um conjunto de condições, indissociáveis do interesse público da profissão.
Mas tudo aquilo que for para além dos deveres de colaboração, tal como decorre
dos preceitos referidos, estará coberto pela obrigação de sigilo profissional e, por
via disso, não havendo dispensa por parte do cliente, decisão judicial ou levanta-
mento pela Ordem, impõe- se a sua reserva de informação.
Pelo que, não existindo autorização expressa pelo cliente para o efeito, só a este
cabe a disponibilização, nomeadamente, da sua documentação à AT.
com uma antecedência mínima de 120 dias em relação à data limite do cumprimen-
Ordem dos Contabilistas Certificados
to da obrigação declarativa.
Relacionamento
• Nome – Serve apenas para facilitar a identificação dos diversos subutilizadores.
Esta identificação não possui validade para a Autoridade Tributária e Aduaneira
com a AT
(AT);
II.11
• Senha a atribuir – Na qualidade de contribuinte principal defina uma senha para o
Ordem dos Contabilistas Certificados
• Permitir Acesso Telefónico – Selecione este campo sempre que desejar que o
108
Dados do Novo Utilizador
Operações Autorizadas
• ….
A opção de alterar dados permite alterar os dados e/ou permissões para um deter-
minado subutilizador no portal das Finanças.
Nota: Será sempre necessário voltar a indicar a senha de acesso e a sua confirma-
ção, mesmo que esta não tenha sido alterada.
Relacionamento
A opção de suspende o acesso permite impossibilitar o acesso de um determina-
do subutilizador. Na linha correspondente, deve selecionar a opção “SUSPENDER”, com a AT
Irá ser exibida novamente a lista de subutilizadores com uma mensagem de suces-
so e com a situação do subutilizador devidamente atualizada.
Exemplo de mensagem*:
Salienta-se que esta opção não elimina o subutilizador da base de dados da AT, mas
coloca-o num estado de Suspenso, impedindo-o de efetuar qualquer autenticação
através do Sistema de Autenticação da AT.
Exemplo: 111111111/2
Esta opção de criação de subutilizadores pode ser muito útil para clientes com uma
Relacionamento
maior dimensão, caso se pretenda dar acesso a mais empregados para efetuarem
determinados procedimentos na área do cliente no Portal das Finanças.
com a AT
II.11
11.6. Pontos-chave
111
Relacionamento
com a AT
II.11
Ordem dos Contabilistas Certificados
11.7. Autoavaliação
Observações
112
12.1. Enquadramento
Cabe alertar que qualquer atividade prestada que não seja uma competência ex-
clusiva do Contabilista Certificado não está coberta pela apólice contratualizada
pela OCC, pelo que, deverá, se assim o entender, contratualizar um seguro adicio-
nal para cobrir os riscos inerentes a essas atividades.
3. Outros assuntos.
Por outro lado, os contactos registados no Portal da ACT são relevantes para efei-
tos do processo de notificações eletrónicas no âmbito do regime jurídico do pro-
cedimento aplicável às contraordenações laborais e de segurança social (Lei n.º
107/2009, de 14 de setembro).
Por fim, realçar, que a prática, dolosa, por parte do Contabilista Certificado, de
quaisquer atos que, direta ou indiretamente, conduza à ocultação, à destruição,
à inutilização, ou à viciação dos documentos, das declarações fiscais ou das de-
monstrações financeiras a seu cargo, poderá conduzir à aplicação da sanção de
expulsão, nos termos da alínea b) do n.º 5 do artigo 89.º do EOCC.
12.2. Pontos-chave
115
Ordem dos Contabilistas Certificados
Local de prestação
de serviços...
12.3. Autoavaliação
Observações
II.13
Relacionamento com Instituições Financeiras
13.1. Enquadramento
Do mesmo modo que ocorre nos contactos com as outras partes interessadas, nos
contactos com as instituições financeiras o Contabilista Certificado deve igualmen-
te guardar uma cópia de todas as comunicações realizadas.
117
Quando o assunto esteja relacionado com algum cliente e a troca de informações
ocorra por correio eletrónico, é recomendável que o cliente seja colocado em co-
nhecimento nessas mensagens.
que tal submissão é feita, dado que os certificados digitais constantes na assinatu-
II.13
Por último, importa referir que é prática comum os CC terem acesso, como
utilizador de consulta, às contas bancárias dos clientes. Este procedimento facilita
a comunicação e o acesso à informação relevante para a execução de várias tarefas.
118
13.2. Pontos-chave
II.13
• Submissão de informações e documentos para instituições financeiras, devida-
mente autorizada pelo cliente.
119
Ordem dos Contabilistas Certificados
13.3. Autoavaliação
II.13
Observações
120
com Seguradoras
Relacionamento
14.1. Enquadramento
II.14
surge no âmbito do cumprimento de obrigações contratuais com o cliente, como
por exemplo, efetuar o envio dos ficheiros das remunerações mensais.
14.2. Pontos-chave:
• Contato regular com seguradoras, no âmbito dos serviços prestados com o clien-
te, nomeadamente atualização dos empregados e remunerações mensais para
efeitos do seguro de acidentes de trabalho (devidamente autorizado pelo cliente).
com Seguradoras
Relacionamento
122
14.3. Autoavaliação
com Seguradoras
Relacionamento
acidentes de trabalho do cliente?
Observações
II.14
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
123
Ordem dos Contabilistas Certificados
15.1. Direitos
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
a) “Obter todos os documentos, informações e demais elementos de que ne-
cessitem para o exercício das suas funções;
II.15
rem necessário;
125
c) Assegurar que todas as operações ocorridas estão devidamente suportadas
e que lhe foram integralmente transmitidas;
O referido n.º 1 do artigo 69.º do EOCC deve ser conjugado, nomeadamente, com
o artigo 12.º do Código Deontológico, e desta conjugação resultam importantes
direitos para os CC no exercício da sua profissão. Destaca-se o direito do CC obter
todos os documentos, informações e demais elementos, bem como a colaboração
necessária à prossecução das funções de CC. Este direito do CC é fundamental
para aferir a verdadeira situação financeira e patrimonial das entidades a quem os
serviços do CC são prestados.
Deste modo, importa referir que se não for prestado ao CC toda a informação ou
colaboração pontual e reiterada, considerando-se falta de colaboração a oculta-
ção, omissão, viciação ou destruição de documentos de suporte contabilístico ou
a sonegação de informação que tenha influência direta nas situação contabilística
Ordem dos Contabilistas Certificados
126
Nome…, CC com inscrição n.º ……… na Ordem dos Contabilistas Certificados e NIF
………, declara, que rececionou em xx/xx/xxxx, no nosso escritório, a documenta-
ção que a seguir se discrimina, de Nome, com o cartão de cidadão n.º, e com o
NIF, morada, gerente da sociedade XXX, com o número de identificação de pessoa
coletiva xxx, nos termos da cláusula XXX do contrato de prestação de serviços:
(a título de exemplo)
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
- Notas de lançamento a crédito e a débito do mesmo período;
II.15
- etc. 127
A Sociedade
Ou seja, se o cliente não pagar os honorários relativos àquele período ou não en-
tregar os documentos contabilísticos e demais informações necessárias para o en-
cerramento das contas, o contabilista certificado deve, em primeiro lugar, solicitar,
por escrito ao cliente o cumprimento daquelas obrigações, concedendo-lhe um
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
ras, quando faltarem menos de três meses para o fim do exercício a que as mesmas
128
se reportam, juntando a correspondência trocada e as faturas dos honorários não
pagos, aconselhando-se o contacto com a OCC nestas circunstâncias.
Constitui ainda, quer a nível estatutário como deontológico, justa causa para a
rescisão do contrato de prestação de serviços do CC, a falta de pagamento de
honorários e/ou despesas acordadas com as entidades clientes.
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
portal, com a sua identificação, acedendo a:
II.15
tuada.
129
Para além da comunicação efetuada via portal da AT, o CC deve enviar uma carta
registada com aviso de receção para o Serviço de Finanças da área da sede da
organização, onde menciona que a partir daquela data, deixou de executar a con-
tabilidade daquela entidade, juntando em anexo, o “print” referido anteriormente,
como a comunicação à OCC, que em seguida se abordará. Aconselha-se ainda a
que o CC guarde uma cópia dessa carta e dos seus anexos, bem como do respetivo
registo de correio registado com aviso de receção.
Os CC têm ainda o direito de exigir das entidades a quem prestam serviços uma de-
claração de responsabilidade, por escrito, da qual conste que não foram omitidos
quaisquer documentos ou informações relevantes com efeitos na contabilidade e
na verdade fiscal. Caso o cliente não aceite assinar a Declaração de Responsabilida-
de de Final de Exercício, o contabilista certificado pode recusar-se a assinar as de-
clarações fiscais, nos termos dos n.ºs 2 e 6 do artigo 12.º do Código Deontológico.
(PROPOSTA)
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE FINAL DE EXERCÍCIO
Nos termos do disposto no n.º 6 do Artigo 12.º do Código Deontológico dos Con-
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
- A empresa não tem nenhum litígio ou conflito esperado com qualquer entida-
de para além dos divulgados nas demonstrações financeiras;
- Não temos projetos ou ações em curso que possam afetar a continuidade das
operações da empresa;
Local e data
A Gerência/Administração
(nomes e cargos)
É também direito dos CC exigir, por escrito, qualquer instrução verbal, quando con-
siderem necessário. Salienta-se, que, estas instruções, mesmo que por escrito, não
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
podem afetar a sua isenção nem a sua independência técnica, nem violar os EOCC
e o Código Deontológico e respetivos regulamentos.
II.15
131
Ordem dos Contabilistas Certificados
15.6. Deveres
(...)
(...)
II.15
O dever do segredo profissional só pode ser dispensado por autorização das enti-
dades a quem as informações dizem respeito, por decisão judicial ou pelo conselho
diretivo da OCC em casos devidamente justificados.
ver decorrer do exercício da profissão de CC e não pode ser afastado por qualquer
cláusula contratual. A violação do segredo profissional pode conduzir a responsabi-
lidade disciplinar, a responsabilidade criminal e civil.
Sublinhamos, por fim, que o dever de segredo profissional subsiste mesmo relati-
vamente à administração fiscal. Por exemplo, a disponibilização de qualquer docu-
mento contabilístico solicitado pela AT no âmbito de um processo de inspeção, só
pode ser facultado com expressa autorização do cliente. Não sendo expressamente
autorizado pelo cliente, o CC deve invocar o dever de sigilo profissional junto da AT.
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
Em concreto, constituem crimes públicos todos aqueles cujo procedimento crimi-
nal não dependerá de queixa, bastando para tal serem levados ao conhecimento
das autoridades policiais ou Ministério Público por qualquer pessoa ou por quais-
quer meios.
II.15
que tomem conhecimento no exercício da profissão, que possam constituir crimes
públicos, dos quais se destacam os crimes fiscais, aduaneiros e contra a segurança 133
Assim, o Contabilista Certificado, no exercício das suas funções, caso tenha co-
nhecimento da prática de crimes públicos, desse facto, deverá dar conhecimento
à Ordem e ao Ministério Público, circunstância de todo incompreensível, atenta a
duplicação de comunicações.
Muitas vezes coloca-se também a questão sobre se, perante o não pagamento de
um tributo por parte do cliente, estando a obrigação declarativa cumprida, deve
haver esta comunicação. Ora, sendo a dívida do conhecimento da Administração
Fiscal, não há aqui qualquer dever de comunicação a fazer.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
II.15
135
Ordem dos Contabilistas Certificados
O CC entrega à entidade a quem prestou serviço, ou a quem aquela indicar por es-
crito, ou coloca à disposição dessa entidade a documentação para levantamento,
os livros e os documentos que tenha em seu poder, no prazo máximo de 60 dias.
Neste aspeto é essencial, emitir e assinar documento ou auto de entrega, no qual
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
Nome, com o cartão de cidadão n.º, e com o NIF, morada, gerente da sociedade
XXX, com o número de identificação de pessoa coletiva xxx, da qual foi responsável
II.15
pela execução da sua contabilidade, Nome…, CC com inscrição n.º ……… na Ordem
136
dos Contabilistas Certificados e NIF ………, declara, que procedeu ao levantamento
no nosso escritório, de toda a documentação contabilística da identificada socie-
dade, conforme a seguir se discrimina:
(a título de exemplo)
- Inventários;
- etc.
Lavrou-se o presente auto em duplicado os quais foram devidamente assinados,
ficando um exemplar na posse de cada uma das partes.
A Sociedade
Relativamente a esta temática, outra questão que muitas vezes se levanta, é a re-
tenção de documentação contabilística. Posso reter a documentação do cliente se,
por exemplo, não me foram pagos os honorários?
Sobre esta matéria, cabe esclarecer que não é legítima a retenção de documentos
que foram entregues pelo contribuinte ao seu responsável pela contabilidade. A
documentação contabilística entregue pelo sujeito passivo ao CC, constitui pro-
priedade exclusiva dos respetivos sujeitos passivos, ainda que os honorários não
tenham sido pagos ao CC.
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
de movimentos;
II.15
tica ao sujeito passivo, que compreende não só os documentos em suporte físico,
mas também o SAFT-T (contabilidade) e as cópias de segurança dos dados de su- 137
Por regra o contabilista certificado não pode reter documentos e outras dados
e ficheiros, com exceção daqueles que resultar dos serviços prestados que não
foram pagos.
15.9. Pontos-chave
• Deveres do CC.
II.15
15.10. Autoavaliação
Direitos e deveres do CC
na relação com o cliente
Tem conhecimento e atende aos deveres de participação de cri-
mes públicos?
II.15
quando cessa funções como contabilista certificado?
139
Observações
Justo impedimento
Nos termos do artigo 12.º-A do EOCC são consideradas justo impedimento de curta
duração, que impedem o contabilista certificado de cumprir as obrigações decla-
rativas fiscais dos contribuintes que constam do seu cadastro, as ocorrências refe-
ridas nas alíneas a) a d) do n.º 1 do referido artigo.
impedimento
ii. O falecimento de outro parente ou afim na linha reta ou no 2.º grau da linha
Justo
colateral, designadamente, os Avós, Netos, Irmãos, Cunhados (artigos 1580.º,
1581.º e 1584.º do Código Civil);
II.16
iii. Doença grave e súbita ou internamento hospitalar do contabilista, que o
impossibilite em absoluto de cumprir as suas obrigações ou situações de par-
to ou de assistência inadiável e imprescindível a cônjuge ou pessoa que viva
em união de facto ou economia comum e a parente ou afim no 1.º grau da linha
reta designadamente, os Pais, Filhos, Sogros (artigos 1580.º, 1581.º e 1584.º do
Código Civil), em caso de doença ou acidente destes;
Por sua vez, o n.º 6 do citado artigo dispõe que a ocorrência do justo impedimento
afasta a responsabilidade contraordenacional ou penal, bem como os juros com-
pensatórios, quando a obrigação declarativa e do respetivo pagamento em falta
for cumprida nos prazos previstos no n.º 3.
Da conjugação das supra mencionadas normas, resulta que, apenas, ocorre o justo
impedimento de curta duração se:
- E, a obrigação em falta for cumprida nos 10 dias após a data limite de cumprimen-
to da obrigação declarativa.
II.16
ii) No caso do falecimento de outro parente ou afim na linha reta ou no 2.º grau
da linha colateral:
- E, a obrigação em falta for cumprida nos 4 dias após a data limite de cumprimento
da obrigação declarativa.
Ordem dos Contabilistas Certificados
de facto ou economia comum e a parente ou afim no 1.º grau da linha reta desig-
nadamente, os Pais, Filhos, Sogros (artigos 1580.º, 1581.º e 1584.º do Código Civil),
em caso de doença ou acidente destes:
- E, a obrigação em falta for cumprida nos 30 dias após a data limite de cumprimen-
to da obrigação declarativa, ou 60 dias após a data limite de cumprimento da obri-
gação declarativa, neste último caso sempre que se verifique que o impedimento
cessou após aquela data limite.
- E, a obrigação em falta for cumprida nos 60 dias após a data limite de cumprimen-
to da obrigação declarativa. 143
impedimento
Justo
II.16
Ordem dos Contabilistas Certificados
Nas situações de doença prolongada ou gozo de licença parental por período su-
perior a 60 dias após a data limite de cumprimento da obrigação declarativa a que
se referem as alíneas c) e d) do artigo 12.º-A, o contabilista certificado procede, em
conjunto com as entidades a quem presta serviços e no prazo de 30 dias contados
da data-limite de entrega das declarações fiscais, à avocação ou à nomeação, caso
ainda não tenha sido efetuada, do contabilista certificado suplente.
145
Quanto a esta matéria, a OCC, disponibiliza no seu site, um importante guia, “O
justo impedimento do contabilista certificado, férias fiscais e contributivas”, dispo-
nibilizando igualmente um simulador do justo impedimento. Pode consultar estas
informações em:
impedimento
https://portal.occ.pt/pt-pt/noticias/guia-o-justo-impedimento-do-contabilista-
Justo
-certificado-ferias-fiscais-e-contributivas
II.16
Ordem dos Contabilistas Certificados
16.3. Pontos-chave
146
impedimento
Justo
II.16
16.4. Autoavaliação
Observações
147
impedimento
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
Justo
II.16
Ordem dos Contabilistas Certificados
III
Relato
Financeiro
Guia de Boas Práticas Profissionais
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
Bibliografia 143
Referências da internet 143
Apresentação
O sucesso nasce do querer, do trabalho persistente, do empenho constante, da
união, do espírito de equipa, da motivação altruísta e alegria para se alcançar o
objetivo traçado. Por mais ambiciosos que sejam os objetivos, com a atitude cor-
reta, conseguimos alcançar os nossos sonhos. É este o mote de mais um grande
projeto da Ordem dos Contabilistas Certificados, diria mesmo, o grande projeto da
Ordem para a reformulação, reorganização e reconstrução das bases necessárias
para mais uma elevação da profissão de contabilista certificado.
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
5
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
6 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
Relato Financeiro
III.01
A importância do Relato Financeiro
1.1. Enquadramento
Para que a informação financeira cumpra o seu objetivo de contribuir e ser útil para
a tomada de decisões económicas, o Contabilista Certificado deve assegurar que a
mesma incorpora as seguintes características:
Plenitude Uma omissão pode fazer com que a informação seja falsa ou enga-
nadora e, por conseguinte, não fiável e deficiente em termos da
sua relevância.
1.2. Pontos-chave
III.01
• O objetivo das demonstrações financeiras é apresentar uma imagem verdadeira e
apropriada da posição financeira, desempenho e fluxos de caixa da entidade.
13
Ordem dos Contabilistas Certificados
1.3. Autoavaliação
III.01
Observações
14
normativo contabilístico
Determinação do
2.1. Enquadramento
III.02
mento de determinados requisitos podem ou devem ser adotados pelas entidades.
A relevância deste tema reside, desde logo, no facto de que a adoção de deter-
minado normativo contabilístico vai influenciar a utilização do plano de contas, as
políticas contabilísticas e os modelos de demonstrações financeiras aplicáveis a
cada entidade.
decorrer do período de relato pode implicar uma revisão profunda dos registos
contabilísticos já efetuados.
https://www.cnc.min-financas.pt/
16
normativo contabilístico
O Sistema de Normalização Contabilística (SNC) foi aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 158/2009, de 13 de julho, e, entretanto, foi alterado e republicado pelo De-
Determinação do
creto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho.
Sem prejuízo do que será posteriormente referido quanto à aplicação das normas
internacionais de contabilidade e quanto às organizações sob a competência das
III.02
entidades de supervisão do setor financeiro, o SNC é obrigatoriamente aplicável
às seguintes entidades (cf. artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho,
com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho):
e) Cooperativas, exceto aquelas cujo ramo específico não permita sob qualquer
forma, direta ou indireta, a distribuição de excedentes, designadamente as coo-
perativas de solidariedade social, previstas na alínea m) do n.º 1 do artigo 4.º da
Lei n.º 51/96, de 7 de setembro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 343/98, de 6
de novembro, 131/99, de 21 de abril, 108/2001, de 6 de abril, 204/2004, de 19
de agosto, e 76-A/2006, de 29 de março, equiparadas a instituições particula-
res de solidariedade social e, nessa qualidade, registadas na Direção-Geral da
Segurança Social, relativamente às quais a aplicação do SNC opera nos termos
da alínea g);
mercial, industrial ou agrícola, não realizem na média dos últimos três anos um
volume de negócios líquido superior a 200.000€;
b) Entidades do setor não lucrativo (ESNL) cujo volume de negócios líquido não
exceda 150.000€ em nenhum dos dois períodos anteriores, salvo quando inte-
grem o perímetro de consolidação de uma entidade que apresente demonstra-
ções financeiras consolidadas ou quando estejam obrigadas à apresentação de
qualquer das demonstrações financeiras por disposição legal ou estatutária ou
por exigência das entidades públicas financiadoras.
normativo contabilístico
Determinação do
Para efeitos contabilísticos, o SNC define as seguintes categorias de entidades (cf.
artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, na redação dada pelo Decre-
to-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho):
III.02
Categorias de entidades para efeitos contabilísticos
(Desde que, à data do balanço, não ultrapassem dois dos três limites abaixo referidos.)
Total do balanço 350.000 €
Microentidades Volume de negócios líquido 700.000 €
N.º médio de empregados 10
Total do balanço 4.000.000 €
Pequenas
Volume de negócios líquido 8.000.000 €
entidades
N.º médio de empregados 50
Total do balanço 20.000.000 €
Médias entidades Volume de negócios líquido 40.000.000 €
19
N.º médio de empregados 250
Total do balanço À data do balanço, ultrapas-
Grandes entidades Volume de negócios líquido sem dois dos três limites referi-
N.º médio de empregados dos para as médias entidades.
Assim:
No que respeita às entidades do setor não lucrativo (ESNL), estas aplicam a Nor-
ma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Setor Não Lucrativo
(NCRF-ESNL). Todavia, as ESNL podem optar pela aplicação do conjunto das Nor-
mas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) compreendidas no SNC, com as
necessárias adaptações, ou pela aplicação das normas internacionais de contabi-
Ordem dos Contabilistas Certificados
normativo contabilístico
O SNC prevê disposições específicas relacionadas com a aplicação das normas in-
ternacionais de contabilidade (IAS/IFRS) adotadas na União Europeia, nos seguin-
Determinação do
tes termos (cf. artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, na redação
dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho):
III.02
admitidos à negociação num mercado regulamentado devem elaborar as suas de-
monstrações financeiras consolidadas em conformidade com as normas internacio-
nais de contabilidade adotadas na União Europeia;
2 - As entidades sujeitas à legislação nacional, que não sejam abrangidas pelo dis-
posto no número anterior (ou seja, cujos valores mobiliários não estejam admitidos
à negociação num mercado regulamentado), podem optar por elaborar as respe-
tivas demonstrações financeiras consolidadas em conformidade com as normas
internacionais de contabilidade adotadas na União Europeia, desde que as suas
demonstrações financeiras sejam objeto de certificação legal das contas (CLC);
21
3 - As entidades sujeitas à legislação nacional, que estejam incluídas no âmbito
da consolidação de entidades abrangidas pelo disposto no n.º 1 podem elaborar
as respetivas demonstrações financeiras individuais em conformidade com as nor-
mas internacionais de contabilidade adotadas na União Europeia, ficando as suas
demonstrações financeiras sujeitas a CLC, sendo esta possibilidade extensível às
entidades subsidiárias de uma empresa-mãe regida pela legislação de outro Esta-
do-Membro da União Europeia cujas demonstrações financeiras sejam consolida-
das em conformidade com as normas internacionais de contabilidade adotadas na
União Europeia;
As opções referidas nos n.ºs 2 a 4 acima devem ser globais, mantendo-se por um
mínimo de três exercícios. Porém, este período mínimo não se aplica às entidades
Ordem dos Contabilistas Certificados
22
2.7. Pontos-chave
normativo contabilístico
Determinação do
• Alteração do normativo contabilístico no decurso do período é possível, mas
acarreta vários constrangimentos e dificuldades ao processo contabilístico.
III.02
• Entidades dispensadas da aplicação do SNC.
2.8. Autoavaliação
24 Observações
3.1. Enquadramento
O Contabilista Certificado deve assegurar que o plano de contas utilizado por cada
uma das entidades em que assume a responsabilidade técnica cumpre os requisi-
tos legalmente previstos e que, simultaneamente, responde às necessidades de
informação suscitadas.
do plano de contas
Código de Contas aprovado pela Portaria n.º 218/2015, de 23 de julho.
Definição
Este diploma pode ser consultado acedendo à aplicação SICC, no portal da OCC,
com as credenciais de Contabilista Certificado, dentro do separador dedicado aos
normativos contabilísticos.
III.03
Ou, alternativamente, no portal da Comissão de Normalização Contabilística, atra- 25
https://www.cnc.min-financas.pt/pdf/SNC/2016/Portaria_218_2015_23Jul_CContas.pdf
O Contabilista Certificado deve ter presente que existem contas no plano base
(primeira coluna) que não podem ser utilizadas por entidades que adotam a NC-ME
(terceira coluna).
As subcontas podem ser criadas com o objetivo do apuramento dos vários impos-
Definição
declarações fiscais, como o anexo L da IES. Podem ser criadas com o objetivo de
26 obtenção de informação específica para o órgão de gestão e outros utilizadores,
como a divisão das operações por estabelecimentos, produtos, etc..
https://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/apoio_contribuinte/SAFT_PT/Docu-
ments/SVAT_Saldos_Demonst_Fin_Taxonomia.xlsx (reportado ao ano de 2023).
do plano de contas
Sugere-se a verificação da proposta de associação prevista nesse documento pre-
Definição
parado pelo grupo IES no âmbito da implementação do pré-preenchimento dos
Anexos A e I da IES através da submissão do SAF-T (PT) relativo à contabilidade
III.03
(reportado ao ano de 2022).
27
Refira-se que o processo de associação de taxonomias e o procedimento de sub-
missão do SAF-T relativo à contabilidade está suspenso, tendo sido prorrogado,
neste momento, para o período de tributação de 2024, a entregar em 2025.
Ordem dos Contabilistas Certificados
3.3. Pontos-chave
28
3.4. Autoavaliação
do plano de contas
culdade?
Observações
Definição
III.03
29
4.1. Enquadramento
Importa ter presente que qualquer entidade, por mais pequena que seja e quer
tenha ou não fins lucrativos, deve implementar um sistema de controlo interno
administrativo, obviamente adequado à sua dimensão e ao nível de complexidade
das suas operações. É da responsabilidade do órgão de gestão ou administração
das entidades, a implementação e manutenção desse sistema de controlo interno
administrativo.
organização e controlo
tuadas referências a alguns procedimentos mais relacionados com o controlo in-
Procedimentos de
terno administrativo, que poderão ser recomendados pelo Contabilista Certificado
aos responsáveis das entidades.
III.04
operações das entidades.
4.2.1. Diários
A criação e utilização de diários específicos é livre, sendo uma mera opção do conta-
bilista certificado. Todavia, a utilização dos diários pode estar condicionada aos proce-
dimentos previstos especificamente por cada programa informático de contabilidade.
Todavia, os registos contabilísticos podem ser efetuados num diário geral único, não
sendo obrigatória a criação e utilização de diários para as várias naturezas de ope-
rações.
quência cronológica. Todavia, essa sequência cronológica pode ser efetuada numa
Procedimentos de
base mensal (e não diária). Por exemplo no caso dos documentos emitidos por tercei-
ros, essa sequência cronológica atende ao momento da receção dos documentos em
cada mês, sendo indicada o mês da receção do documento como a data do registo
contabilístico (este registo tem que seguir a sequência cronológica). Adicionalmente,
no registo contabilístico, é indicada a data de emissão do documento (esta data
III.04
não tem que seguir uma sequência cronológica). No caso dos documentos emitidos
pela entidade (faturas e outros similares), estes são registados na contabilidade por
sequência cronológica em função da data de emissão do documento.
Meses contabilísticos
A utilização dos meses contabilísticos (#13, #14, #15, #16) também não é obrigató-
ria, sendo uma mera opção do contabilista certificado, para efetuar os movimentos
de encerramento de contas, tendo em conta a estrutura de funcionamento do pro-
grama informático de contabilidade utilizado.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Pode ainda ser preenchido com “13”, “14”, “15” ou “16” para movimentos efetuados
no último mês do período de tributação, relacionados com o apuramento do resul-
tado. Exemplo: movimentos de apuramentos de inventários, depreciações, ajusta-
mentos ou apuramentos de resultados.
“N” - Normal;
Analisando em detalhe:
organização e controlo
de movimento contabilístico (campo “transaction type” na estrutura de dados do
Procedimentos de
SAF-T) “A – Apuramento de resultados”.
III.04
O apuramento de resultados pode ser realizado de diferentes modos, dependendo
da estrutura e organização de cada programa informático de contabilidade, no-
meadamente através de uma opção que realiza uma proposta de movimento de
apuramento de resultados, da utilização de um diário específico, de um mês espe-
cífico (p.e. mês #16) ou qualquer outra opção similar (desde que lhe seja atribuído
o Código “A” para o tipo de movimento contabilístico no ficheiro SAF-T).
Para as entidades que tenham atividade durante o período de tributação, ainda não
tenham reconhecido qualquer gasto ou rendimento nos resultados desse período,
é obrigatória a realização dos registos contabilísticos de apuramento de resulta-
São consideradas como entidades inativas aquelas, que não tendo gastos ou ren-
dimentos registados no período de tributação em causa, tenham dado essa indi-
cação de inatividade no quadro 08 – “Situação da empresa”, indicação do código
2 – “Fim de atividade” da Folha de Rosto da IES.
Para efeitos do SAF-T, não existe qualquer distinção entre os movimentos de tipo
Normal, Regularizações ou ajustamentos. Para estes diferentes tipos de movimen-
tos não estão previstos quaisquer registos específicos.
A utilização deste tipo de movimentos é livre, sendo uma mera opção do contabi-
lista certificado, atendendo aos procedimentos previstos no programa informático
34 de contabilidade.
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
organização e controlo
Procedimentos de
Essa referência pode conter uma menção ao diário, ao mês da operação e conter
uma numeração sequencial cronológica do registo (cf. a alínea b) do nº 2 do artigo
123.º do CIRC).
A separação por diários não é obrigatória, mas pode permitir uma mais eficaz orga-
III.04
nização e arquivo dos documentos.
Por sua vez, no arquivo, suporte físico ou digital, os documentos podem estar sepa-
rados por diário, por mês e ordenados por sequência cronológica do registo, para
ser possível a sua localização e obtenção sempre que necessário, nomeadamente
para efeitos de reconciliações, auditorias ou inspeções tributárias.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Nas demais situações, por norma, cada documento comercial, nomeadamente fa-
turas emitidas a clientes deve corresponder a um movimento contabilístico único.
Da mesma forma, as faturas emitidas por fornecedores devem corresponder a um
movimento contabilístico único.
Essa integração pode ser efetuada mediante a extração do ficheiro SAF-T do pro-
grama informático de faturação que será integrado no programa informático da
contabilidade.
No caso das faturas emitidas por fornecedores, pode recorrer-se ao ficheiro obtido
III.04
do Portal E-fatura, que contém as faturas emitidas e comunicadas por cada forne-
cedor. Note que o E-fatura só por si não fornece toda a informação e é necessá-
rio ser analisado criteriosamente, mas auxilia a integração da mesma, reduzindo o
lançamento manual e privilegiando a necessária e obrigatória validação e controlo
pelo contabilista.
Nessas tabelas 2.2 e 2.3, um dos campos que obrigatoriamente tem de estar preen-
chido é o campo 2.2.2. e 2.3.2. Código da conta (AccountID), sendo que, de acordo
com as notas técnicas desse campo “Deve ser indicada a respetiva conta corrente
Como se constata, teoricamente, é possível que seja indicada uma conta corrente
da contabilidade única para todos os clientes e para todos os fornecedores (conta
21111 – “Clientes gerais” ou conta 22111 – “Fornecedores”). Contudo, para efeitos de
controlo e de reconciliação de terceiros, sugere-se a criação de subcontas na con-
tabilidade para relevar estas entidades quando tal forneça informação relevante e
seja importante para controlar contas correntes.
- Operações efetuadas com entidades residentes, sendo excluídas, desde que não
utilizem sistemas informáticos integrados de faturação e contabilidade nem exista
acordo de autofaturação, as seguintes aquisições de bens e serviços:
valores selados referidas no n.º 24 do artigo 9.º do CIVA com exceção das respe-
organização e controlo
tivas comissões de venda;
Procedimentos de
b) Operações bancárias e financeiras referidas no n.º 27 do artigo 9.º do CIVA;
III.04
corretores e intermediários de seguro;
d) Despesas referidas nas alíneas b), c), d) e e) do n.º 1 do artigo 21.º do CIVA (no-
meadamente, faturas de aquisição e fornecimento de combustíveis, refeições,
deslocações e estadas (hotéis, táxis, etc.));
- Operações efetuadas com entidades residentes, sendo excluídas, desde que não
utilizem sistemas informáticos integrados de faturação e contabilidade nem exista
acordo de autofaturação, as seguintes aquisições de bens e serviços:
d) Despesas referidas nas alíneas b), c), d) e e) do n.º 1 do artigo 21.º do CIVA (no-
meadamente, faturas de aquisição e fornecimento de combustíveis, refeições,
deslocações e estadas (hotéis, táxis, etc.)).
Para todas estas situações excluídas de constar dos Anexos O e P da IES, parece ser
possível o registo de vendas e encargos pelo agregado mensal do montante total
38 das faturas, não se efetuando qualquer referência a cliente ou fornecedor nesse
registo contabilístico.
organização e controlo
Procedimentos de
organização e controlo
bilidade.
Procedimentos de
III.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
Em termos de IRC, o n.º 3 do artigo 123.º do Código do IRC estabelece que não são
permitidos atrasos na execução da contabilidade superiores a 90 dias, contados do
último dia do mês a que as operações respeitam.
Para efeitos de IVA, as obrigações de registo dos documentos relevantes para esse
imposto, nomeadamente faturas e documentos retificativos, estão previstas nos
artigos 44.º a 52.º do Código desse imposto.
40
As faturas emitidas pelo sujeito passivo terão que ser registadas obrigatoriamente
organização e controlo
período em causa se for enviada dentro do prazo legal, ou até ao fim desse prazo,
se essa obrigação não tiver sido cumprida, conforme previsto no n.º 1 do artigo 45.º
do CIVA.
Para as faturas emitidas pelos fornecedores, o registo contabilístico deve ser efe-
III.04
operação realizada após esse prazo, não põe em causa a sua dedutibilidade para
efeitos da determinação do lucro tributável. Não está prevista qualquer limitação
específica à dedução de encargos para efeitos de IRC no artigo 23.º-A do CIRC para
o incumprimento deste prazo.
Todavia, quando o não cumprimento desse prazo for de âmbito geral, não estando
efetuado qualquer registo dentro desse prazo, a Autoridade Tributária e Aduaneira
pode considerar que a contabilidade não está a ser devidamente executada, poden-
do pôr em causa o lucro tributável ou prejuízo fiscal determinado nesse período.
Está ainda prevista uma coima para o atraso na execução da contabilidade, nomea-
damente dos respetivos registos, por período superior ao previsto na lei fiscal (90
dias), quando não seja punida como crime ou como contraordenação mais grave,
no montante de entre 250,00 euros e 5 000 euros (o dobro para pessoas coletivas),
conforme o n.º 2 do artigo 121.º do Regime Geral das Infrações Tributárias.
Caso tenha que ser reconhecido o rédito pela venda de bens ou pelo serviço pres-
tado nos termos da NCRF 20 sem que tenha sido ainda emitida a fatura, a empresa
efetua o respetivo reconhecimento do rédito no período a que respeita, ainda que
tenha que efetuar um acréscimo de rendimentos.
41
Caso tenham existido aquisições de bens ou serviços, sem que tenha sido rececio-
organização e controlo
nada a respetiva fatura ou outro documento de suporte, o sujeito passivo efetua o
Procedimentos de
respetivo registo na data efetiva em que a operação foi realizada, ainda que tenha
que efetuar um acréscimo de gastos.
III.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
suporte.
III.04
O registo contabilístico implica a realização de vários passos que podem ser segui-
dos: como identificar a natureza da operação ou do facto patrimonial, e o respetivo
objetivo e destino dos mesmos, verificar se cumprem os critérios de reconheci-
mento e qual o montante por que devem ser valorizadas.
organização e controlo
contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades – NCRF-PE ou da nor-
Procedimentos de
ma contabilística para microentidades – NC-ME ou da norma contabilística para as
entidades do setor não lucrativo NCRF-ESNL) aplicável, ou na sua falta, os critérios
de reconhecimento e de mensuração da estrutura concetual (ou supletivamente a
norma internacional de contabilidade) e até a conta a utilizar.
III.04
A identificação da natureza, do objetivo e destino da operação é informação obtida
do órgão de gestão.
for o caso.
Procedimentos de
45
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
A própria Lei Geral Tributária (LGT) prevê regras relativas à utilização de contas
bancárias e às transações em numerário, das quais se salientam os seguintes
aspetos:
4.10.1. Caixa
Dependendo da dimensão e complexidade de determinada entidade, poderá
III.04
eventualmente existir mais do que um caixa, havendo que replicar, para cada
caixa, os procedimentos que serão indicados e outros que se considerem perti-
nentes.
Comecemos por referir que a Caixa tem por base operações com dinheiro físico,
não incluindo operações financeiras de outra natureza (cheques de clientes não
depositados, vales à caixa, selos e outros similares).
Segregação de funções
• Dependendo da dimensão das entidades, a utilização do caixa, a validação do caixa,
o registo contabilístico das operações de caixa e controlo, devem ser assegurados por
pessoas distintas.
Fundo fixo
• Poderá ser recomendável, em algumas organizações, a utilização de um sistema de
fundo fixo de caixa, o qual deve ser reposto, no limite, no final de cada mês.
organização e controlo
entidade.
Procedimentos de
Conferência dos documentos de suporte
• Antes de se efetuarem pagamentos deve ser verificado se a despesa subjacente é válida no
âmbito da atividade da entidade e se está devidamente documentada do ponto de vista fiscal.
III.04
• A folha de caixa periódica deve ser entregue ao Contabilista Certificado, com os respe-
tivos documentos de suporte às transações devidamente anexos.
e recebimentos em numerário.
• Deste modo, se existirem transações ou saldos no caixa de valor elevado, devem ser
prontamente analisados e justificados, questionando-se o órgão de gestão da entidade
sempre que for necessário.
Conferência de saldos
• Verificar se o saldo inicial da folha de caixa do mês corrente coincide com o saldo final
do mês anterior, assim como os correspondentes saldos contabilísticos.
• Após o correto registo contabilístico das transações do mês corrente, deve verificar-se
se o saldo final contabilístico coincide com o saldo final da folha de caixa.
Segregação de funções
• Dependendo da dimensão das entidades, os processos de autorização, execução e
controlo de operações bancárias devem ser assegurados por pessoas distintas. 49
organização e controlo
• Antes de se efetuarem pagamentos deve ser verificado se a despesa subjacente é válida
Procedimentos de
no âmbito da atividade da entidade e se está devidamente documentada do ponto de
vista fiscal.
III.04
• Deve ser guardada cópia dos cheques emitidos ou anulados.
• Dependendo da dimensão e complexidade da entidade, poderá ser recomendável esta-
belecer a obrigação de, pelo menos, duas autorizações ou assinaturas (de pessoas inde-
pendentes) para validação de pagamentos, quer seja por cheque, ordem de transferência
bancária ou autorização de débito direto.
Criação de subcontas
• Devem ser criadas subcontas no plano de contas relativas a cada conta bancária das
entidades.
• Deve ser efetuada uma investigação mais profunda quando permanecem valores “em
aberto” por mais do que um mês.
• Devem ser analisados os valores “em aberto” no final do período de relato, constantes
da reconciliação bancária, para verificar se estão devidamente contabilizadas todas as
operações, para assegurar a apresentação apropriada das demonstrações financeiras.
51
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
Segregação de funções
• Dependendo da dimensão das entidades, os processos de autorização, execução e
controlo de operações com outros instrumentos financeiros devem ser assegurados por
pessoas distintas.
tos relativos à contratação de outros instrumentos financeiros, tais como aplicações para
excessos de tesouraria, contratação de instrumentos derivados, definição da política de
cobertura do risco financeiro associado às operações.
organização e controlo
financeiros mensurados ao justo valor com alterações através de resultados.
Procedimentos de
• Verificar o eventual impacto fiscal do reconhecimento dos rendimentos e gastos, pela
aplicação da mensuração ao justo valor com alterações através de resultados (nº 9 do
artigo 18.º do CIRC);
• Efetuar o desreconhecimento dos instrumentos alienados ou reembolsados no período,
com o apuramento do respetivo rendimento ou gasto, tendo também em conta o impac-
III.04
to fiscal dessas operações.
Ordem dos Contabilistas Certificados
4.11.1. Clientes
tico de perdas por imparidade não deve ser influenciado por quaisquer precon-
ceitos fiscais ou outros;
dade do imposto.
Para este efeito, será fundamental dispor de fichas individualizadas de clientes nos
programas informáticos.
organização e controlo
Segregação de funções
Procedimentos de
• Dependendo da dimensão das entidades, a autorização de transações, custódia de
bens, registo contabilístico e controlo, devem ser assegurados por pessoas distintas.
III.04
de venda e ou prestação de serviços e respetivas autorizações, desde a sua encomenda
até à cobrança dos valores faturados, incluindo dados sobre os clientes e a definição de
políticas de prazos de vencimento de faturação.
• Deve proceder-se à verificação e acompanhamento dos procedimentos estabelecidos.
redação atual.
Notas de crédito
• Haverá que atender ao disposto no n.º 5 do artigo 78.º do Código do IVA. Quando se
proceda à regularização do IVA em nota de crédito, deve obter-se prova de que o cliente
tomou conhecimento da retificação ou de que foi reembolsado do imposto, sem o que
se considera indevida a respetiva dedução.
- Informações sobre bens e serviços faturados aos clientes, mas ainda não fornecidos;
- Informações sobre devoluções, descontos, bónus ou similares que aguardam a emissão
de nota de crédito, assim como outros acertos que aguardam a emissão de nota de débito;
- Outras informações que o profissional solicite para o correto reconhecimento contabi-
lístico do rédito, dos saldos de clientes, imparidades e respetivas reversões.
organização e controlo
suporte às transações (faturas, notas de débito e de crédito, contratos, entre outros).
Procedimentos de
• Recomenda-se especial atenção aos seguintes aspetos:
- Comparar os registos contabilísticos com a listagem de documentos emitidos extraída
do programa de faturação;
- Verificar se o rédito de vendas e prestações de serviços, bem como os respetivos gas-
tos, foram reconhecidos no período a que respeitam, atendendo às normas do rédito,
III.04
contratos de construção e ao regime do acréscimo;
- Na venda de quaisquer bens devem ser confirmadas as condições comerciais con-
tratadas entre as partes, ou seja, o termo de entrega utilizado (Incoterms), de modo a
determinar o momento em que se transfere o controlo dos bens vendidos e se procede
ao desreconhecimento do ativo subjacente;
- Verificar o registo contabilístico de devoluções de clientes, concessão de abatimen-
tos, bónus ou descontos, adiantamentos de clientes e vendas à consignação, assim
como outras situações mais particulares ou específicas;
- Verificar as operações e transações do final do período de relato anterior e do início
do período de relato seguinte, de modo a detetar eventuais situações de acréscimos ou
diferimentos, com impacto no reconhecimento do rédito e respetivos gastos;
- Analisar a evolução mensal das vendas, prestações de serviços, respetivos gastos e a
Ordem dos Contabilistas Certificados
Imparidade de clientes
• Periodicamente, pelo menos anualmente, devem ser analisados os balancetes de clien-
tes por antiguidade de saldos e comparados com os saldos contabilísticos.
• Da análise ao balancete de clientes por antiguidade de saldos, e verificando-se a exis-
tência de dívidas em mora, o Contabilista Certificado deve questionar o órgão de gestão
III.04
do-se em conformidade.
• Quando aplicável, o Contabilista Certificado deve garantir a elaboração do “Mapa de
Provisões, Perdas por Imparidade em Créditos e Ajustamentos de Inventários”, o qual faz
parte integrante do dossiê fiscal.
59
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
4.11.3. Outras contas a receber
Segregação de funções
• Dependendo da dimensão das entidades, a autorização de transações, custódia de
bens, registo contabilístico e controlo, devem ser assegurados por pessoas distintas.
Conferência de faturas
• Devem ser conferidas as faturas de fornecedores (quantidades, qualidade, preços, des-
contos obtidos, prazos e outros), comparando-as, quando aplicável, com as respetivas
notas de encomenda, guias de remessa e guias de receção, guardando evidência dessas
Ordem dos Contabilistas Certificados
conferências.
organização e controlo
• As irregularidades detetadas devem ser reportadas aos responsáveis da entidade, ten-
Procedimentos de
do como objetivo a sua regularização.
• A organização da documentação por designação comercial de fornecedor e depois
por data de emissão, pode ajudar a evitar a duplicação de registos contabilísticos e de
pagamentos.
III.04
• Haverá que ter em consideração os requisitos da contabilidade e dos registos conta-
bilísticos previstos nos artigos 44.º e seguintes do Código do IVA (que serão abordados
aquando da análise da conta 243).
• Os registos contabilísticos das transações devem ser conferidos, garantindo o cumpri-
mento do normativo contabilístico adotado pelas entidades.
• As transações e saldos com partes relacionadas devem ser confirmados junto das mes-
mas e deve ter-se em conta a matéria relativa a preços de transferência (cf. artigo 63.º
do Código do IRC).
• E visto que muitas vezes os registos contabilísticos destas operações são efetuados
por integração ou importação de dados, é fundamental que o Contabilista Certificado
proceda à devida conferência posterior, comparando com os respetivos documentos de
suporte às transações (faturas, notas de débito e de crédito, contratos, entre outros).
Ordem dos Contabilistas Certificados
Letras e confirming
Os registos contabilísticos das operações relacionadas com títulos a pagar e contratos de
confirming devem ser validados com os respetivos documentos de suporte e listagens.
63
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
4.12.1. Outras contas a pagar
Os inventários são ativos: (i) detidos para venda no decurso ordinário da atividade
empresarial; (ii) no processo de produção para tal venda; ou (iii) na forma de mate-
riais ou consumíveis a serem aplicados no processo de produção ou na prestação
de serviços.
Por norma, os inventários constituem um dos ativos mais vulneráveis das entidades
e que suscitam maiores dificuldades de controlo físico, administrativo, financeiro e
contabilístico. Um ineficaz controlo dos inventários pode influenciar significativa-
mente o valor do ativo e os resultados das entidades.
Dada a sua vulnerabilidade importa começar por rever alguns conceitos básicos:
- Desde logo, considera-se valor realizável líquido a quantia líquida que uma
entidade espera realizar com a venda do inventário no decurso ordinário da ati-
64
vidade empresarial, ou seja, é o preço de venda estimado, deduzido dos custos
de acabamento e de venda estimados;
organização e controlo
Procedimentos de
-obra direta, mas também incluem uma imputação sistemática de gastos gerais
de produção fixos e variáveis que sejam suportados ao converter matérias em
produtos acabados;
- Os gastos gerais de produção fixos são os custos indiretos de produção que per-
maneçam relativamente constantes independentemente do volume de produção,
tais como a depreciação e manutenção de edifícios e de equipamentos fabris e
os custos de gestão e administração da fábrica, e a sua imputação aos custos de
conversão é baseada na capacidade normal das instalações de produção;
II. O custo dos inventários, que não sejam os referidos no parágrafo ante-
rior, deve ser apurado pelo uso da fórmula “primeira entrada, primeira saída”
(FIFO) ou da fórmula do custo médio ponderado (CMP);
65
III. Uma entidade deve usar a mesma fórmula de custeio para todos os in-
organização e controlo
ventários que tenham uma natureza e um uso semelhantes para a entidade,
Procedimentos de
contudo, para os inventários que tenham natureza ou uso diferentes, poderão
justificar-se diferentes fórmulas de custeio;
III.04
o método de retalho, se os resultados se aproximarem do custo, mas devem
ser regularmente revistos.
Nas contagens físicas, devem ser considerados os bens que ainda não foram objeto
de venda ou de consumo pela empresa, para determinar as quantidades físicas
existentes a essa data.
A essas quantidades físicas deve ser aplicado o respetivo custo unitário, determi-
nado pela fórmula de custeio utilizada pela entidade, para determinar o custo total
dos inventários a essa data, bem como o gasto das vendas para as quantidades que
tenham sido vendidas, ou o custo das matérias consumidas na realização de pres-
tações de serviços ou incorporação no custo dos produtos e trabalhos em curso e
produtos acabados e intermédios.
e as variações nos inventários da produção) podem ser efetuados numa base mensal,
com referência ao inventário físico do final de um determinado período (mês), para
que seja possível preparar, nesse momento, as respetivas demonstrações financeiras,
designadamente, o balanço e a demonstração de resultados até essa data.
organização e controlo
Procedimentos de
- As seguintes atividades:
III.04
c) Indústria piscatória e aquicultura;
que não exceda 300.000 € nem 20% dos respetivos custos operacionais.
Segregação de funções
• Dependendo da dimensão das entidades, a autorização de transações, custódia de
bens, registo contabilístico e controlo, devem ser assegurados por pessoas distintas.
organização e controlo
diferentes da normal venda, como por exemplo, ofertas, sinistros, quebras e afetação de
Procedimentos de
bens ao ativo fixo tangível, entre outros similares.
• Deve existir informação sobre a rotação de inventários e situações de obsolescência.
Contagem física
• Devem ser efetuadas contagens físicas anuais ou cíclicas (incluindo medições e pesa-
gens, entre outras).
III.04
• Para esse efeito, devem ser emitidas instruções escritas sobre a forma de realização
dessas contagens físicas, que identifiquem, designadamente, o local e a data, a definição
das equipas que irão proceder a essa tarefa, os bens objeto de contagem, os procedi-
mentos prévios e posteriores às contagens, os procedimentos práticos de realização das
contagens, a sua anotação, entre outros que se considerem pertinentes.
• Devem ser investigados os motivos das eventuais divergências detetadas, atuando pos-
teriormente no sentido da sua correta regularização.
• A etiquetagem dos inventários com códigos de barras poderá facilitar esta tarefa de conta-
gem física, na medida em que permite a utilização de instrumentos e programas informáticos.
• Apesar de as entidades que adotam o sistema de inventário permanente conhecerem,
a todo o momento, as quantidades e respetiva mensuração dos inventários em armazém,
a realização de contagens anuais e cíclicas (ainda que por vezes parcelares), possibilita a
Ordem dos Contabilistas Certificados
Contabilidade analítica
• De um modo geral, mas particularmente em empresas industriais, é fundamental a exis-
tência de um sistema de contabilidade analítica ou por centros de custos que permita o
cálculo do custo de produção e a mensuração dos produtos acabados e intermédios e
dos produtos e trabalhos em curso no final de cada período de relato.
• Se for utilizado o método do custo padrão, este deve ser periodicamente revisto.
outras;
- Informações relativas ao custo de produção dos produtos acabados e intermédios e
Procedimentos de
e Aduaneira (AT)
• Quando aplicável, o Contabilista Certificado deve informar o órgão de gestão das enti-
dades das obrigações relativas ao Regime dos Bens em Circulação e ao dever de comu-
nicação do ficheiro de inventários à AT.
organização e controlo
rias consumidas e das variações nos inventários da produção, relativos às vendas de
Procedimentos de
mercadorias e de produtos acabados e aos consumos de matérias-primas, matérias
subsidiárias e similares;
- Verificar o reconhecimento contabilístico das variações nos inventários de produção
dos produtos acabados e intermédios e dos produtos e trabalhos em curso que transi-
tam para o período seguinte;
III.04
- Conferir as transferências de produtos e trabalhos em curso para produtos acabados
com os relatórios de custo de produção disponibilizados pela entidade;
- Verificar o reconhecimento contabilístico de devoluções (a fornecedores e de clien-
tes), descontos e abatimentos em compras;
- Verificar o reconhecimento contabilístico de mercadorias em trânsito e inventários em
poder de terceiros, como por exemplo, inventários à consignação;
- Verificar o reconhecimento contabilístico das saídas de armazém decorrentes de ou-
tros eventos diferentes da normal venda, como por exemplo, ofertas, sinistros, quebras,
afetação de bens ao ativo fixo tangível e similares;
- Verificar as taxas de câmbio utilizadas para a conversão de operações originalmente
em moeda estrangeira para a moeda funcional;
- Questionar o órgão de gestão sobre a necessidade de reconhecer perdas por impa-
Ordem dos Contabilistas Certificados
matérias consumidas e das variações nos inventários da produção, da margem bruta das
vendas, analisando também a sua consistência de uns anos para os outros e, sempre que
Procedimentos de
Assim, para que os gastos com pessoal possam ser reconhecidos no mês a que res-
peitam, nos termos das normas contabilísticas relativas a benefícios dos emprega-
dos, o departamento de recursos humanos deve disponibilizar um conjunto de infor-
mações ao Contabilista Certificado, entre as quais se destacam os mapas mensais de
processamento salarial (global e por trabalhador), os duodécimos das estimativas de
férias, subsídio de férias e subsídio de Natal, assim como os correspondentes encar-
gos e os mapas de vencimentos anuais que incluem resumos mensais.
73
A generalidade dos programas de recursos humanos permite obter estes dados de
forma automática.
organização e controlo
Procedimentos de
Procedimentos de controlo de processamento salarial e gastos com o pessoal
Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:
(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
III.04
Segregação de funções
• Dependendo da dimensão das entidades, a autorização da atribuição de remunerações,
realização de descontos, processamento salarial, registo contabilístico e controlo, devem
ser assegurados por pessoas distintas.
da conta 273 – “Benefícios pós-emprego” e se tem por base cálculos atuariais fidedignos;
• Verificar a evolução mensal e anual dos gastos com pessoal e, sempre que possível,
comparar com orçamentos e ou com a contabilidade analítica ou por centros de custos,
interpretando os eventuais desvios.
organização e controlo
Procedimentos de
No final de cada período de tributação, a entidade deve proceder ao apuramento
da matéria coletável e cálculo da estimativa de imposto sobre o rendimento do
respetivo período, sendo essa estimativa lançada (no final do ano N) a débito da
conta 8121 – “Imposto estimado para o período”, por contrapartida a crédito da
III.04
conta 2413 – “Imposto sobre o rendimento - Imposto estimado”. Este movimento
é efetuado à data do final do período de tributação, independentemente de se
utilizar os meses contabilísticos #13, #14, #15 e #16.
Pela transferência dos pagamentos por conta para a conta de apuramento (se exis-
tirem):
- Débito da conta 2416 – “Imposto sobre o rendimento - IRC a pagar”, por con-
trapartida a crédito da conta 12 – “Depósitos à ordem”, pelo montante pago.
Contudo, nem sempre essa estimativa do imposto a pagar se revela correta. Exis-
tindo diferença entre a estimativa do IRC e o pagamento efetivo, no momento do
pagamento (na data da submissão da Modelo 22 e realização da autoliquidação
de IRC) essa diferença de IRC é reconhecida nos resultados do período corrente
(no momento do pagamento - autoliquidação de IRC), atendendo ao tratamento
prospetivo para as alterações de estimativas contabilísticas previsto na NCRF 4 -
“Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros”.
organização e controlo
inferior ao imposto estimado, estaremos perante um desagravamento do resultado
Procedimentos de
contabilístico que deve ser registado a crédito da conta 7882 – “Excesso de esti-
mativa para impostos”.
III.04
Procedimentos de controlo de Estado e outros entes públicos
Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:
(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções
• Dependendo da dimensão das entidades, a autorização do pagamento de impostos,
contribuições e outras taxas, a opção por enquadramentos fiscais, registo contabilístico
e controlo, devem ser assegurados por pessoas distintas.
- Será adequado subdividir esta conta de acordo com a tipologia de pagamento (pa-
Procedimentos de
gamentos por conta – normal, especial e adicional; retenções na fonte por natureza de
rendimento; e imposto estimado e liquidado – a pagar ou a recuperar);
- Analisar, numa base mensal, a composição dos respetivos saldos, comparando com a
informação disponível no Portal da Autoridade Tributária;
- O Contabilista Certificado deve garantir o envio, para o cliente, das guias de paga-
III.04
efeitos, razão pela qual, o Contabilista Certificado deverá confirmar os prazos de utili-
zação dos pagamentos especiais por conta que as entidades ainda tenham por deduzir,
de modo a não deixar ultrapassar os prazos de utilização e, sobretudo, de pedido de
reembolso, previstos no referido artigo 93.º do Código do IRC.
organização e controlo
Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
Procedimentos de
• Os artigos 44.º e seguintes do Código do IVA referem-se aos requisitos da contabilidade
e de registo das operações de transmissão e aquisição de bens e de serviços.
• A contabilidade deve ser organizada e os registos contabilísticos das transações devem
ser efetuados, de forma a possibilitar o conhecimento claro e inequívoco dos elementos
necessários ao cálculo do imposto, bem como a permitir o seu controlo, comportando
III.04
todos os dados necessários ao preenchimento da declaração periódica do IVA.
Para este efeito, devem ser registadas as seguintes operações:
a) As transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas pelo sujeito passivo,
observando os seguintes requisitos:
- O registo destas operações deve ser efetuado após a emissão das correspondentes
faturas, até à apresentação das declarações periódicas do IVA, se enviadas dentro do
prazo legal, ou até ao fim desse prazo, se essa obrigação não tiver sido cumprida;
- Para tal efeito, as faturas, guias ou notas de devolução e outros documentos retifica-
tivos de faturas, incluindo os emitidos, em nome e por conta do sujeito passivo, pelo
próprio adquirente dos bens ou por um terceiro, são identificados através das referi-
das designações e numerados sequencialmente, em uma ou mais séries conveniente-
mente referenciadas, devendo conservar-se na respetiva ordem os seus duplicados e,
Ordem dos Contabilistas Certificados
bem assim, todos os exemplares dos que tiverem sido anulados ou inutilizados, com
os averbamentos indispensáveis à identificação daqueles que os substituíram, se for
caso disso;
• O Código do IVA prevê ainda alguns casos especiais, dos quais se destaca o registo
das operações em caso de emissão de faturas simplificadas (cf. artigo 46.º do Código
do IVA). Assim, determina esta norma que os sujeitos passivos que emitam faturas sim-
plificadas nos termos do artigo 40.º do Código do IVA e, simultaneamente, não utilizem
sistemas informáticos integrados de faturação e contabilidade, podem efetuar o registo
III.04
das operações, realizadas diariamente com não sujeitos passivos, pelo montante global
das contraprestações recebidas pelas transmissões de bens e prestações de serviços
tributáveis, imposto incluído, assim como pelo montante das contraprestações relativas
às operações não tributáveis ou isentas. O registo destas operações deve ser efetuado, o
mais tardar, no 1.º dia útil seguinte ao da realização das operações, com base em duplica-
dos das faturas emitidas, em extratos diários produzidos pelos equipamentos eletrónicos
relativos a todas as operações realizadas ou em folhas de caixa, que podem substituir o
mesmo registo desde que contenham a indicação inequívoca de um único total diário.
• No registo de bens de investimento, haverá que atender ao disposto no artigo 51.º do
Código do IVA.
• Neste sentido, estabelece aquela norma que este registo deve comportar, para cada um
dos bens de investimento, os seguintes elementos:
Ordem dos Contabilistas Certificados
d) Somatório das deduções efetuadas até ao ano da conclusão das obras em bens
imóveis;
e) Percentagem definitiva de dedução do ano da aquisição ou da conclusão das obras
em bens imóveis;
f) Percentagem definitiva de dedução de cada um dos anos do período de regularização.
E deve ser efetuado após a emissão ou receção das correspondentes faturas, consoante
as situações, até à apresentação das declarações periódicas do IVA, se enviadas dentro
do prazo legal, ou até ao fim desse prazo, se essa obrigação não tiver sido cumprida,
contado a partir:
a) Da data da receção da fatura que certifique a aquisição;
b) Da data da conclusão das obras em bens imóveis;
c) Da data em que devam ser processadas as regularizações.
• No que respeita a procedimentos de controlo salientam-se os seguintes:
- A generalidade dos programas de contabilidade já permite o pré-preenchimento au-
tomático das declarações do IVA, porém, o Contabilista Certificado deverá confirmar a
exatidão do mesmo;
- Assim, previamente, o programa de contabilidade deve ser configurado, de modo que
cada registo de fatura ou de documento retificativo de fatura, emitidos ou recebidos,
obrigue à identificação de uma codificação específica das bases do IVA (a generalidade
dos programas já inclui esta codificação), a qual permitirá que fiquem evidentes os
valores exigidos nos n.os 3 e 4 do artigo 44.º do Código do IVA;
- Após registar as operações de determinado período (mensal ou trimestral), será
possível obter do programa de contabilidade um balancete analítico das contas
81
24x, assim como, um balancete e ou extratos com a referida codificação das ba-
ses do IVA, ambos para o mesmo período pretendido, evidenciando os valores das
organização e controlo
operações efetuadas nesse período e o respetivo imposto, nos termos do referido
Procedimentos de
artigo 44.º do Código do IVA;
- A informação mencionada no parágrafo anterior pode ser extraída para folhas de cál-
culo, caso em que, com recurso a algumas funcionalidades e fórmulas do Excel, como
seja a elaboração de tabelas dinâmicas, é possível proceder à conferência das ope-
rações registadas e do pré-preenchimento automático das declarações do IVA (sem
prejuízo desta conferência também ser exequível de forma mais manual, para casos
III.04
mais simples);
- Após o apuramento do imposto deverá ser confirmado se todas as subcontas das
contas 2431 a 2435 ficaram saldadas, restando apenas o montante do imposto a pagar
(conta 2436) ou a recuperar (conta 2437), consoante a situação;
- Se for solicitado o reembolso do imposto à AT, o valor em causa deve ser transferido
da conta 2437 para a conta 2438;
- Os saldos destas contas devem ser verificados periodicamente, comparando-os com
as declarações periódicas do IVA;
- O Contabilista Certificado deve garantir o envio das declarações do IVA das empresas
em que assume a responsabilidade técnica, nos prazos legalmente previstos;
- Apurando-se imposto a pagar, deve proceder ao envio, para o cliente, das respetivas
guias de pagamento, de modo que sejam liquidadas nos prazos legalmente estabe-
Ordem dos Contabilistas Certificados
lecidos;
- O Contabilista Certificado deve também verificar se o cliente liquidou efetivamente as
guias de pagamento do IVA que sejam devidas e dentro dos prazos legais, pela consulta
dos extratos bancários e do Portal da Autoridade Tributária.
82
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
Visto que as regras fiscais são diferentes das normas contabilísticas, porque tam-
bém são diferentes os principais objetivos prosseguidos pelas demonstrações fi-
nanceiras e pela fiscalidade, tal implica, muitas vezes, o reconhecimento de impos-
tos diferidos - numa ótica de acréscimo ou de periodização económica.
Mas estas diferenças entre as normas contabilísticas e as regras fiscais podem ser
permanentes ou temporárias.
83
Por outro lado, as diferenças temporárias são diferenças entre as normas conta-
bilísticas e as regras fiscais que se originam num determinado período e que se
organização e controlo
revertem num ou mais períodos seguintes, resultando no reconhecimento de im-
Procedimentos de
postos diferidos.
III.04
Imposto sobre o rendimento
- Imposto corrente.
Imposto corrente - Imposto corrente e diferido se
Imposto corrente
e diferido usar modelo de revalorização
na mensuração de AFT.
Como exemplos destas diferenças temos as perdas por imparidade de dívidas a re-
ceber de clientes cuja aceitação fiscal é determinada em função da mora ao longo
de 24 meses nos termos do n.º 2 do artigo 28.º-B do Código do IRC, assim como as
provisões para garantias a clientes que ultrapassam o limite fiscal do n.º 5 do artigo
39.º do Código do IRC, mas que são dedutíveis no futuro quando os encargos forem
efetivamente utilizados.
Os passivos por impostos diferidos podem ser definidos como sendo as quantias
de impostos sobre o rendimento pagáveis em períodos futuros com respeito a di-
ferenças temporárias tributáveis.
zem respeito a outras áreas específicas, como por exemplo, as perdas por imparidade
de clientes, as provisões para garantias a clientes, as decisões sobre a revalorização de
ativos fixos, entre outras, sendo necessário que todas essas informações sejam comuni-
cadas ao Contabilista Certificado.
Diferenças temporárias
• O Contabilista Certificado deve verificar se o normativo contabilístico adotado pela
entidade exige o reconhecimento de impostos diferidos.
• Sendo esse o caso, deve proceder do seguinte modo:
- Identificar todas as diferenças temporárias existentes à data de relato financeiro;
- Ter em consideração que o tema dos impostos diferidos é um tema dinâmico, ou seja,
Ordem dos Contabilistas Certificados
- Assim, todos os anos, o Contabilista Certificado deve analisar a legislação fiscal verifi-
cando se ocorreram operações empresariais suscetíveis do reconhecimento, ou até do
desreconhecimento, de impostos diferidos;
- Classificar as diferenças temporárias em dedutíveis ou tributáveis, consoante as si-
tuações;
- Os ativos por impostos diferidos, resultantes de diferenças temporárias dedutíveis,
só devem ser reconhecidos se existir a expetativa da sua realização futura, pelo que
será necessário efetuar juízos de valor sobre a existência de lucros tributáveis futuros,
devendo essa análise ser efetuada em conjunto com o órgão de gestão da entidade;
- Quantificar o efeito fiscal das diferenças temporárias (dedutíveis e tributáveis);
- Manter um histórico da aplicação de impostos diferidos no dossiê fiscal das entidades.
Compensação de saldos
• Verificar o dever de compensação de saldos previsto na IAS 12 e na NCRF 25.
• Por regra, as normas contabilísticas proíbem a compensação de saldos contabilísticos,
todavia, a NCRF 25 e IAS 12 estabelecem o dever de compensar os ativos e passivos por
impostos diferidos, mas somente nos termos dessas normas, ou seja, se: i) a entidade
tiver um direito legalmente executável de compensar ativos por impostos correntes con-
tra passivos por impostos correntes; e ii) os ativos por impostos diferidos e os passivos
por impostos diferidos se relacionarem com impostos sobre o rendimento lançados pela
mesma autoridade fiscal sobre a mesma entidade tributável.
• Verificar a adequabilidade dos saldos contabilísticos, com especial atenção às contas
2741, 2742, 5812, 5892, 592 e 8122.
85
organização e controlo
diferidos relativos a perdas por imparidade de clientes.
Procedimentos de
III.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
86
Empresa XPTO, Lda.
Reconciliação de Clientes a 31/12/2023 - PERDAS POR IMPARIDADE 31/12/2023
Entidade Nome Documento N.º Data Total Doc. Mora - Meses % PI Aceite PI Aceite PI Ñ Aceite
FATURAS A PRONTO-PAGAMENTO
5 Cliente “Y”, SA FA 47/2022 14-09-2022 5 057,76 15 50% 2 528,88 2 528,88
5 Cliente “Y”, SA FA 53/2022 10-10-2022 5 057,76 14 50% 2 528,88 2 528,88
5 Cliente “Y”, SA FA 59/2022 12-11-2022 5 057,76 13 50% 2 528,88 2 528,88
5 Cliente “Y”, SA FA 65/2022 13-12-2022 5 057,76 12 25% 1 264,44 3 793,32
Os financiamentos obtidos por uma entidade podem ter diferentes origens. Entre
os mais frequentes estarão os empréstimos bancários, as locações financeiras e os
suprimentos ou outros mútuos efetuados pelos sócios às respetivas sociedades.
Segregação de funções
• Dependendo da dimensão das entidades, os processos de autorização, execução e con-
trolo de financiamentos obtidos, devem ser assegurados por pessoas distintas.
Processo de autorização
• Dependendo da dimensão e complexidade da entidade, poderá ser recomendável es-
tabelecer a obrigação de, pelo menos, duas autorizações ou assinaturas (de pessoas
independentes) para a obtenção de financiamentos.
87
Suporte documental
• Sem prejuízo do disposto nos artigos 243.º a 245.º do Código das Sociedades Comer-
organização e controlo
ciais, relativamente ao “Contrato de suprimento”, bem como, nos artigos 1142.º a 1151.º
Procedimentos de
do Código Civil, relativamente ao “Mútuo”, recomenda-se que todos os financiamentos
obtidos pela entidade sejam contratualmente suportados e reduzidos a escrito.
Conferência de juros
• As entidades devem verificar a exatidão dos cálculos de juros e encargos cobrados
pelas instituições de crédito.
III.04
Documentação para a contabilidade
• O Contabilista Certificado deve ser informado de todos os financiamentos obtidos pela
entidade e respetivas condições contratuais, disponibilizando ao profissional, cópia dos
contratos subjacentes, assim como, quaisquer documentos posteriormente emitidos re-
lativos a esses financiamentos (pagamento de prestações, amortização de capital, juros,
outros encargos e similares).
com suprimentos e outros mútuos, bem como sobre a entrega da Declaração Mensal de
Imposto do Selo (DMIS).
• Tratando-se de partes relacionadas devem salvaguardar-se todas as questões em maté-
ria de preços de transferência, nos termos do artigo 63.º do Código do IRC.
Subsídios reembolsáveis
• Verificar o reconhecimento contabilístico de subsídios reembolsáveis, os quais são tra-
tados como passivos.
Juros suportados
• Os gastos de financiamento obtidos devem ser reconhecidos no período a que res-
peitam, em conformidade com o regime do acréscimo, pelo que haverá que verificar a
especialização dos juros suportados e demais encargos diretamente relacionados com
financiamentos obtidos.
89
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
Neste âmbito das transações com sócios ou acionistas, é relevante ter, desde logo,
em atenção, que as retiradas de dinheiro por parte dos acionistas ou sócios podem
vir a ser qualificadas como adiantamentos por conta de lucros ou até mesmo como
despesas não documentadas, quando não exista comprovação fidedigna de que
tais retiradas de dinheiro tenham como objetivo o pagamento de operações rela-
cionadas com a atividade da empresa.
De facto, o n.º 4 do artigo 6.º do Código do IRS estabelece uma presunção relativa
a rendimentos de capitais (categoria E), segundo a qual os lançamentos a seu favor,
em quaisquer contas correntes dos acionistas ou sócios, escrituradas nas socie-
dades comerciais ou civis sob forma comercial, quando não resultem de mútuos,
da prestação de trabalho ou do exercício de cargos sociais, presumem-se feitos a
título de lucros ou adiantamento dos lucros.
90
Suporte documental
• Todas as operações entre as sociedades e os respetivos acionistas ou sócios devem
estar devidamente suportadas em termos documentais.
• Devendo salvaguardar-se todos os trâmites legais relacionados com alguns desses su-
portes documentais, salientando-se a elaboração das atas e o registo comercial de deter-
minadas operações, designadamente, nos termos do Código das Sociedades Comercias
e do Código do Registo Comercial, recomendando-se a consulta de apoio jurídico para
esse efeito, junto de advogado ou de outro profissional da área jurídica.
• Se a própria sociedade conceder empréstimos aos seus sócios ou acionistas, recomen-
da-se que sejam elaborados os respetivos suportes contratuais, salientando-se para o
disposto nos artigos 1142.º a 1151.º do Código Civil, relativamente ao “Mútuo” e, também
para esse efeito, sugere-se a consulta de apoio jurídico.
• Tratando-se de partes relacionadas devem salvaguardar-se todas as questões em maté-
Ordem dos Contabilistas Certificados
organização e controlo
• Verificar a adequabilidade dos saldos das contas 263 – “Acionistas/sócios - Adianta-
mentos por conta de lucros”, 264 – “Acionistas/sócios - Resultados atribuídos” e 265
Procedimentos de
– “Acionistas/sócios - Lucros disponíveis”, com o que ficou deliberado em ata e com os
movimentos bancários associados.
• Verificar se foi retido na fonte o imposto que seja devido – IRS ou IRC, ou se foi aplicada
alguma isenção, atenuação ou dispensa de retenção, solicitando-se o respetivo suporte
documental aos responsáveis da sociedade.
III.04
• Por este motivo, o Contabilista Certificado deve informar os responsáveis das entidades
nas quais assume a responsabilidade técnica, acerca da sujeição a retenção na fonte de
IRS ou IRC, assim como eventuais isenções, dispensas ou atenuações, relativamente à
distribuição de lucros ou dividendos e aos adiantamentos por conta de lucros.
• Neste sentido, deve ser verificada a exatidão dos saldos do balancete analítico, tendo
em consideração o que esteja contratualmente convencionado entre as partes.
• Quaisquer divergências detetadas devem ser investigadas e, se necessário, solicitar a
informação e documentação em falta ao órgão de gestão da sociedade.
92
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
organização e controlo
camente e relatados nas demonstrações financeiras dos períodos com os quais se
Procedimentos de
relacionem, utilizando-se as contas 272x – “Devedores e credores por acréscimos”
e 28x – “Diferimentos” para este efeito.
III.04
tos contabilísticos baseados em estimativas de valores (conforme previsto no
parágrafo 26 da NCRF 4 e no parágrafo 33 da IAS 8, ambas relativas às “Políticas
Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros”), proceden-
do-se ao reconhecimento de acréscimos ou diferimentos de gastos e rendimen-
tos, quando os períodos do reconhecimento contabilístico não coincidam com
as datas dos documentos emitidos (designadamente, faturas ou recibos), ou
quando não exista a receção em devido tempo desses documentos.
gastos que devam ser reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham
documentação vinculativa, cuja receita ou despesa só venha a ocorrer em período
ou períodos posteriores.
organização e controlo
“Devedores e credores por acréscimos” e 28x – “Diferimentos”, quer para reconhecer os
Procedimentos de
gastos e rendimentos propriamente ditos nos períodos a que respeitam.
• E sempre que se apresente relato financeiro intercalar (mensal, trimestral ou semestral),
todos estes procedimentos devem ser tidos em consideração aquando dos respetivos
relatos financeiros intercalares (e não apenas no final do exercício).
III.04
Conferência de saldos
• Verificar os saldos das contas de acréscimos e diferimentos do início do período, e a
necessidade de anular, aumentar ou reduzir esses saldos no final do período.
• Após o correto registo contabilístico das transações do mês corrente, deve verificar-se
se o saldo final contabilístico é apropriado.
96
Modelo exemplificativo de mensualização de acréscimos de rendimentos
Total 272 - - - - - 44,44 166,67 172,22 172,22 166,67 172,22 166,67 172,22 800 555,56
Depósito a prazo n.º 123456 - Banco “Y”
Controlo c/Balancete:
Valor inicial: 400 000,00 €
Fecho de agosto/2023 - valores acumulados: #27211 555,56
Taxa: 0,50%
#7911 555,56
Início: 24/05/2023
Fim: 24/05/2024
Prazo: 366
Base: 360
Juro: 2 033,33 €
Guia de Boas Práticas Profissionais
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dec Montante
Descrição Doc. Valor Início Fim Debitar Creditar 2022 2024
2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 2023 A diferir
Guia de Boas Práticas Profissionais
Diferimentos
Renda 401 002 932€ mensal 01/01/2023 31/12/2023 6261 281 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00 932,00
Fornecedor Y 401 004 148,14 € 01/01/2023 31/03/2023 6223 281 49,38 49,38 49,38 0,00
(segurança)
Fornecedor X 410 001 67,80 € 25/10/2022 24/10/2023 6263 281 11,30 5,65 5,65 5,65 5,65 5,65 5,65 5,65 5,65 5,65 5,65 0,00
(seguros)
Fornecedor Z 408 021 77,28 € 26/10/2023 25/10/2024 6263 281 6,44 6,44 64,40 64,40
(seguros)
0,00
TOTAL 987,03 987,03 987,03 937,65 937,65 937,65 937,65 937,65 937,65 937,65 938,44 938,44 996,40 996,40
Controlo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Procedimentos de
III.04 organização e controlo
Guia de Boas Práticas Profissionais
A NCRF 21 e a IAS 37, ambas sobre “Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Con-
tingentes”, tratam do reconhecimento de provisões, que são passivos de tempes-
tividade ou quantia incerta, ou seja, são obrigações presentes que implicam saídas
futuras de recursos que incorporam benefícios económicos, mas para os quais não
se conhece com certeza o momento ou a quantia dessa saída de recursos.
98
Pelo que este passivo, designado de passivo financeiro, deve ser reconhecido
quando a entidade devedora se torne uma das partes contratuais, ou seja, quando
organização e controlo
deve contabilizar essa dívida a pagar na respetiva conta corrente do credor (conta
22x, 25x, 271x ou 278x, consoante a situação aplicável).
financeiros (ou outro tipo de passivo) por não estarem ainda formalmente suporta-
dos por uma fatura ou contrato assinado.
Por outro lado, se a obrigação não for presente, mas apenas possível, ou for uma
obrigação presente, mas for mais provável não existir saída de recursos no fu-
turo ou não for possível determinar com fiabilidade a respetiva quantia, então,
não se poderá reconhecer qualquer provisão, havendo que divulgar nas notas às
demonstrações financeiras um passivo contingente.
organização e controlo
(vide NCRF 21 e IAS 37, ambas sobre “Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Procedimentos de
Contingentes”, NCRF 26 – “Matérias Ambientais” e capítulos 13 da NCRF-PE, NC-ME
e NCRF-ESNL).
As suas subcontas devem ser utilizadas diretamente pelos dispêndios para que
foram reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.
III.04
Tendo em consideração o exposto, recomendam-se os seguintes procedimentos
de execução e controlo:
Conferência de saldos
• Verificar se os saldos das contas de provisões do início do período, e a necessidade de
reforçar, usar, reduzir ou reverter esses saldos no final do período.
• Após o correto registo contabilístico das transações do mês corrente, deve verificar-se
se o saldo final contabilístico é apropriado.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Dada a relevância que estes ativos podem representar no balanço de algumas en-
tidades, importa começar por recordar, de forma sucinta, determinados aspetos
relacionados com esta temática.
organização e controlo
participada. Mas obviamente que se terá sempre de analisar todos os pormenores
Procedimentos de
de cada investimento em concreto para averiguar a existência de controlo.
III.04
ações ordinárias ou quotas da entidade. Porém, é ainda possível que esses direitos
de voto sejam determinados por acordos parassociais ou outros.
de participada. Mas obviamente que, também neste caso, será necessário analisar
sempre todos os pormenores de cada investimento em concreto para averiguar a
existência de influência significativa.
de participação Demonstrações
Demonstrações Demonstrações
Procedimentos de
de capital Financeiras
Financeiras Individuais Financeiras Individuais
Consolidadas
Subsidiária
(não tem subsidiárias) Em regra, pelo MEP MCI
(NCRF 13 e 15)
Associada
Em regra, pelo MEP Em regra, pelo MEP MEP
III.04
(NCRF 13)
Empreendimento MCP (recomendado);
conjunto (ECC) MEP MCP
(NCRF 13) MEP (permitido)
Outras entidades Custo ou justo valor cf. NCRF 27
Legenda: ECC – Entidade Conjuntamente Controlada; MEP – Método de Equivalência Patrimonial; MCI –
Método de Consolidação Integral; MCP – Método de Consolidação Proporcional
Por outro lado, o § 17.8 da mesma norma determina que, com exceção dos investi-
mentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos, os instrumen-
tos de capital próprio de uma outra entidade, negociados em mercado líquido e
regulamentado, devem ser mensurados ao justo valor, reconhecendo-se as altera-
ções de justo valor na demonstração de resultados.
organização e controlo
Tipologia a consolidação
Procedimentos de
de participação Demonstrações
Demonstrações Demonstrações
de capital Financeiras
Financeiras Financeiras Separadas
Consolidadas
Subsidiária (não tem Custo ou Justo valor
MCI
(IAS 27 e IFRS 10) subsidiárias) ou MEP
III.04
Associada Custo ou Justo valor
MEP MEP
(IAS 27 e 28) ou MEP
Empreendimento Custo ou Justo valor
conjunto MEP ou MEP
(IAS 27, 28 e IFRS 11) MEP
Operação conjunta “Consolidação Pro- “Consolidação “Consolidação
(IFRS 11) porcional” Proporcional” Proporcional”
Outras entidades Em regra, ao justo valor cf. IFRS 9
Legenda: MEP – Método de Equivalência Patrimonial; MCI – Método de Consolidação Integral
Suporte documental
• Todas as operações relacionadas com investimentos financeiros devem estar devida-
mente suportadas em termos documentais, recomendando-se a existência de um arqui-
vo específico para esse efeito.
• Devendo garantir-se todos os trâmites legais relacionados com essas operações e res-
petivos suportes documentais, salientando-se a elaboração de contratos e o registo co-
104 mercial de determinadas operações, designadamente, nos termos do Código das Socie-
dades Comercias, do Código Civil e do Código do Registo Comercial, recomendando-se
a consulta de apoio jurídico para esse efeito, junto de advogado ou de outro profissional
organização e controlo
da área jurídica.
Procedimentos de
ceiros e outras informações que sejam necessárias devem ser facultadas ao Contabilista
Certificado, para que o profissional proceda ao correto reconhecimento contabilístico
das mesmas e às divulgações legalmente exigidas (p.e. os suportes contratuais subja-
centes, as demonstrações financeiras das participadas para a aplicação do MEP, entre
outros).
organização e controlo
Procedimentos de
Recebimento de lucros ou dividendos
• Verificar o reconhecimento contabilístico do recebimento de lucros ou dividendos pro-
venientes das participadas, em função da tipologia de investimento e do normativo con-
tabilístico aplicável.
• Apurar o impacto fiscal do recebimento de lucros ou dividendos (vide artigo 51.º e se-
III.04
guintes do Código do IRC).
106
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
Em primeiro lugar, para que um bem adquirido (tangível ou intangível) possa ser
capitalizado (ou seja, reconhecido como ativo), esse bem tem de começar por se
enquadrar na definição de ativo, entendendo-se como tal, um recurso controlado
pela entidade, proveniente de acontecimentos passados, do qual se espera que
fluam para a entidade benefícios económicos futuros.
organização e controlo
Por outro lado, um ativo não é reconhecido no balanço quando, relativamente ao
Procedimentos de
dispêndio incorrido, seja considerado improvável que benefícios económicos flui-
rão para a entidade para além do período contabilístico corrente. Em vez disso, tal
transação resulta no reconhecimento de um gasto na demonstração dos resulta-
dos. Este tratamento não implica que a intenção do órgão de gestão, ao incorrer
III.04
no dispêndio, fosse outra que não a de gerar benefícios económicos futuros para
a entidade, ou que a gestão dos negócios fosse mal orientada. A única implicação
é a de que o grau de certeza de que os benefícios económicos fluirão para a enti-
dade para além do período contabilístico corrente é insuficiente para justificar o
reconhecimento de um ativo.
financeira) para obter rendas ou para valorização do capital ou para ambas as finali-
dades, e não para o: (i) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para
finalidades administrativas; nem para (ii) venda no decurso ordinário do negócio;
- Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física (exi-
ge-se que o mesmo seja identificável para o distinguir do goodwill).
Propriedades de Investimento
IAS/IFRS NCRF NCRF-PE NC-ME NCRF-ESNL
Parágrafo 7.5 do Parágrafo 7.2 do Parágrafo 7.5 do
IAS 40 NCRF 11
Capítulo 7 - AFT Capítulo 7 - AFT Capítulo 7 - AFT
Reconhecidas Reconhecidas Reconhecidas
Propriedade de Propriedade de
como ativo fixo como ativo fixo como ativo fixo
investimento investimento
tangível (AFT). tangível (AFT). tangível (AFT).
Mensuração inicial: ao custo de aquisição ou produção.
Mensuração Mensuração
Mensuração Mensuração
subsequente: Mensuração subsequente:
subsequente: subsequente:
Modelo do cus- subsequente: Modelo do cus-
108 Modelo do cus- Modelo do cus-
to; ou Modelo Modelo do to; ou Modelo
to; ou Modelo to; ou Modelo
de revalorização custo. de revalorização
do justo valor. do justo valor.
(como AFT). (como AFT).
organização e controlo
Procedimentos de
Ativos Intangíveis
IAS/IFRS NCRF NCRF-PE NC-ME NCRF-ESNL
IAS 38 NCRF 6 Capítulo 8 Capítulo 8 Capítulo 8
Mensuração inicial: ao custo de aquisição ou produção.
Mensuração Mensuração
Ordem dos Contabilistas Certificados
A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de juízo de valor baseado na expe-
riência da entidade com ativos semelhantes.
Assim, em termos contabilísticos, a vida útil dos ativos não correntes corresponde-
rá ao período ao longo do qual se espera que a entidade use esses ativos, gerando
benefícios económicos. A respetiva amortização ou depreciação, quando aplicável,
é reconhecida, em cada período financeiro, pelo valor correspondente à sua utiliza-
ção nesse período, de acordo com o regime de acréscimo.
organização e controlo
Para efeitos fiscais, haverá que acautelar o previsto nos artigos 29.º a 34.º e 45.º-
Procedimentos de
A, todos do Código do IRC, assim como, o disposto no Decreto Regulamentar n.º
25/2009, de 14 de setembro, com a redação dada pelo Decreto Regulamentar n.º
4/2015, de 22 de abril, que regulamenta as depreciações e amortizações para efei-
tos de IRC.
III.04
Os procedimentos de controlo referidos anteriormente para a área de for-
necedores de bens e de serviços, incluindo o controlo das correspondentes
contas a pagar, devem ser considerados também aquando da aquisição de
propriedades de investimento, ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis, ob-
viamente com as necessárias adaptações a cada caso concreto, remetendo-
-se para a sua análise.
Procedimentos de execução
• Independentemente da metodologia utilizada, devem ser estabelecidos critérios para
o tratamento dos bens do ativo não corrente (tendo em consideração o manual de polí- 111
ticas contabilísticas e de procedimentos internos acima proposto).
• Devem ser criadas fichas individuais, numeradas sequencialmente, para registo e con-
organização e controlo
trolo dos ativos.
Procedimentos de
• Devem ser efetuados os registos contabilísticos de aquisições, amortizações, deprecia-
ções, perdas por imparidade e desreconhecimento de ativos, nos termos previstos no
normativo contabilístico aplicável às entidades.
• Efetuar um arquivo específico, físico ou digital, para os documentos relacionados com
as aquisições, alienações e abates deste tipo de ativos não correntes.
III.04
Conferência dos registos contabilísticos
• Os registos contabilísticos das transações devem ser conferidos, garantindo o cumpri-
mento do normativo contabilístico adotado pelas entidades.
• Recomenda-se particular atenção aos seguintes aspetos:
- O Contabilista Certificado deve verificar se dispõe de todos os documentos de supor-
te, questionando o cliente caso necessite de algum documento ou informação adicio-
nal;
- Verificar os cálculos das amortizações, depreciações, perdas por imparidade e respe-
tivas reversões;
- Verificar a amortização de ativos intangíveis com vida útil indefinida (no normativo
nacional);
- Verificar os cálculos de mais e menos valias decorrentes do desreconhecimento de
Ordem dos Contabilistas Certificados
não corrente;
- Comparar os imóveis e veículos constantes da contabilidade e do cadastro dos ativos,
com a informação disponível no portal da AT, nas certidões de registo predial e nos
documentos únicos dos veículos;
- Efetuar a reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do período de relato
III.04
Em qualquer dos casos, esse registo individualizado dos itens do ativo não corrente
deve incluir, pelo menos, a seguinte informação (quando aplicável):
- Número interno do ativo (deve existir uma numeração sequencial destes ativos
não correntes);
organização e controlo
todos os elementos do respetivo custo nos termos das normas contabilísticas;
Procedimentos de
- Vida útil estimada, data de início e taxa de amortização ou depreciação;
III.04
- Dados relativos a revalorizações e à determinação do justo de valor dos bens
(quando aplicável);
organização e controlo
patrimonial”.
Procedimentos de
• Verificar a exatidão dos registos contabilísticos de ativos não correntes, mensurados
pelo modelo de revalorização, e confirmar o saldo das contas 58x – “Excedentes de reva-
lorização de ativos fixos tangíveis e intangíveis”.
• No caso de entidades que tenham beneficiado ou estejam a beneficiar de subsídios
ao investimento, deve verificar-se os movimentos e saldos das contas 593 – “Subsídios”.
III.04
• Analisar a evolução anual do capital próprio, com especial atenção para a situação pre-
vista no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais, relativa à perda de metade do
capital, que pode colocar em causa a continuidade da sociedade.
• Se forem detetadas divergências ou documentação em falta, deve questionar-se o ór-
gão de gestão das entidades, no sentido de se regularizar essas ocorrências.
Ordem dos Contabilistas Certificados
4.24. Autoavaliação
Observações
117
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
118
organização e controlo
Procedimentos de
III.04
Demonstrações financeiras
5.1. Enquadramento
Para as entidades que adotam o SNC, deve atender-se aos modelos de demonstra-
ções financeiras aprovados pela Portaria n.º 220/2015, de 24 de julho.
Este diploma pode ser consultado acedendo à aplicação SICC, no portal da OCC,
com as credenciais de Contabilista Certificado, dentro do separador dedicado aos
normativos contabilísticos.
https://www.cnc.min-financas.pt/pdf/SNC/2016/Portaria_220_2015_24Jul_DF.pdf
Demonstrações
Relativamente às entidades que aplicam as normas internacionais de contabilidade (IAS/
financeiras
IFRS) adotadas na União Europeia, devem verificar o disposto na IAS 1 – “Apresentação de
Demonstrações Financeiras” e na IAS 7 – “Demonstrações dos Fluxos de Caixa”.
III.05
Comparando o normativo nacional com o normativo internacional verifica-se, des-
Ordem dos Contabilistas Certificados
lística aplicável;
financeiras
comparável e compreensível;
Ordem dos Contabilistas Certificados
A informação acerca dos fluxos de caixa de uma entidade, quando usada juntamen-
te com as restantes demonstrações financeiras, é útil ao proporcionar aos utiliza-
dores das mesmas uma base para determinar a capacidade da entidade para gerar
dinheiro e equivalentes e determinar as necessidades da entidade de utilizar esses
fluxos de caixa.
Demonstrações
modo que a comparabilidade não seja prejudicada.
Cada classe material de itens semelhantes deve ser apresentada separadamente financeiras
melhantes são relatados numa base líquida, por exemplo, ganhos e perdas de di-
ferenças cambiais ou ganhos e perdas provenientes de instrumentos financeiros
detidos para negociação. Estes ganhos e perdas são, contudo, relatados separada-
mente se forem materiais.
Quando seja aplicável o regime de caixa, as entidades do setor não lucrativo (ESNL)
são obrigadas a divulgar informação sobre pagamentos e recebimentos, património
fixo e direitos e compromissos futuros, conforme previsto no n.º 6 do artigo 11.º
do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º
98/2015, de 2 de junho. Para esse efeito, devem utilizar os modelos previstos no
Anexo 17 da Portaria n.º 220/2015, de 24 de julho.
123
Demonstrações
financeiras
III.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
124
Demonstrações financeiras por normativo
5.2. Pontos-chave
• Estrutura das demonstrações financeiras (NCRF 1 e NCRF 2), com conteúdo míni-
mo previsto nos modelos aprovados no SNC.
125
Demonstrações
financeiras
III.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
5.3. Autoavaliação
Observações
Consolidação de contas
6.1. Enquadramento
127
Ordem dos Contabilistas Certificados
Consolidação
de contas
Neste sentido, de acordo com os n.ºs 3 e 4 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 158/2009,
de 13 de julho, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho, fica
também dispensada de elaborar demonstrações financeiras consolidadas, qual-
quer empresa-mãe que seja também uma subsidiária, quando a sua própria empre-
sa-mãe esteja subordinada à legislação de um Estado-Membro da União Europeia e:
Salienta-se que uma subsidiária não é excluída da consolidação pelo simples facto 131
De acordo com esta norma internacional, em regra, uma entidade que é uma em-
Ordem dos Contabilistas Certificados
1. Identificar a adquirente.
6. Determinar o valor atribuído aos interesses que não controlam (NCI), vulgar-
mente designados por interesses minoritários.
- A verificação dos justos valores dos ativos identificáveis adquiridos e dos pas-
sivos assumidos e eventuais diferenças para os respetivos valores contabilísti-
cos previstos nas demonstrações financeiras da subsidiária;
135
Ordem dos Contabilistas Certificados
Consolidação
de contas
2. Harmonização temporal:
As demonstrações financeiras da empresa-mãe e das suas subsidiárias usadas
na preparação das demonstrações financeiras consolidadas devem ser prepara-
das a partir da mesma data.
4. Harmonização cambial:
Quando um grupo tiver entidades individuais com diferentes moedas funcio-
nais, os resultados e posição financeira de cada entidade são expressos numa
moeda comum para que seja possível apresentar demonstrações financeiras
consolidadas (tendo em conta o disposto nas normas relativas aos efeitos de
alterações em taxas de câmbio).
Esta combinação pode efetuar-se mediante a agregação, linha a linha, das ru-
bricas das demonstrações financeiras ou do balancete, com recurso a progra-
mas informáticos específicos para esse efeito ou através da utilização de folhas
de cálculo.
7. Identificação dos interesses que não controlam nos resultados das subsidiá-
rias consolidadas para o período de relato (e rever procedimentos efetuados à
data de aquisição, relativos aos ajustamentos de revalorização e à mensuração
e apresentação dos interesses que não controlam).
139
Ordem dos Contabilistas Certificados
Consolidação
de contas
6.5. Pontos-chave
140
6.6. Autoavaliação
Observações
141
Consolidação
de contas
Alves, G.C. e C.B. da Costa (2021), Contabilidade Financeira, 10.ª edição, Rei dos
Livros.
Costa, C.B. (2023), Auditoria Financeira, 13.ª edição, Rei dos Livros.
Rodrigues, A.M. [Coord.] (2016), SNC Sistema de Normalização Contabilística, 3.ª edi-
ção, Edições Almedina.
Referências da internet:
143
IV
Competências
Exclusivas
Declarações Fiscais
2023
Guia de Procedimentos do Contabilista Certificado
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
3.1. Enquadramento 43
3.2. Obrigação Legal 44
3.3. Responsabilidade pela Organização 48
3.4. Conteúdo Mínimo Previsto 49
Apresentação
O sucesso nasce do querer, do trabalho persistente, do empenho constante, da
união, do espírito de equipa, da motivação altruísta e alegria para se alcançar o
objetivo traçado. Por mais ambiciosos que sejam os objetivos, com a atitude cor-
reta, conseguimos alcançar os nossos sonhos. É este o mote de mais um grande
projeto da Ordem dos Contabilistas Certificados, diria mesmo, o grande projeto da
Ordem para a reformulação, reorganização e reconstrução das bases necessárias
para mais uma elevação da profissão de Contabilista Certificado.
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
5
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
6 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
Uma vez que, cada vez mais, o Contabilista Certificado intervém no domínio da
fiscalidade e das obrigações contributivas, são desenvolvidos tópicos onde a in-
tervenção do Contabilista Certificado, não sendo obrigatória, pode ser convoca-
da, nomeadamente em matéria dos preços de transferência. 9
O objetivo principal deste volume não é abordar o enquadramento fiscal das obri-
gações, mas sim garantir que as obrigações declarativas se encontram cumpridas
de acordo com os pressupostos de submissão e que o processo de arquivo docu-
mental se encontra observado.
declarativas correntes;
3. Garantir que o dossier fiscal contempla todos os elementos que dele devem
constar; e,
10
Fiscais Correntes
Obrigações Declarativas Fiscais Correntes
IV.01
No ponto 1 deste volume IV, são evidenciados um conjunto de processos e procedi-
mentos de controlo interno, com o objetivo de garantir a entrega das declarações
fiscais1 correntes.
Declarações
Documentos Contabilização
Fiscais
Ordem dos Contabilistas Certificados
1
Importa atender que, nos termos do artigo 57.º-A da Lei Geral Tributária, “Sem prejuízo das
regras gerais e especiais de caducidade e prescrição, as obrigações tributárias cujo prazo
termine no decurso do mês de agosto podem ser cumpridas até ao último dia desse mês,
independentemente de ser útil, sem quaisquer acréscimos ou penalidades.”
Fiscais Correntes
1.1. Imposto sobre o Valor Acrescentado
IV.01
1.1.1. Declaração Periódica de IVA
Procedimentos anuais
Devem ser aplicados procedimentos de controlo interno, por forma a garantir a fiabili-
dade da declaração periódica do IVA.
Deve estar garantido que o exercício do direito à dedução está de acordo com o enqua- 13
dramento da entidade no cadastro da Autoridade Tributária e Aduaneira.
Procedimentos regulares
A entrega da declaração periódica do IVA deve ser efetuada por transmissão eletrónica
de dados, no Portal das Finanças, por submissão direta na aplicação disponibilizada ou
através de envio do ficheiro via webservice.
Até ao dia 20 do 2.º mês seguinte àquele a que respeitam as operações, no caso de
sujeitos passivos enquadrados no regime mensal.
Até ao dia 20 do 2.º mês seguinte ao trimestre do ano civil a que respeitam as opera-
ções, no caso de sujeitos passivos enquadrados no regime trimestral.
As declarações periódicas, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 41.º do CIVA, relati-
vas ao mês de junho, e nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 41.º do CIVA, relativas
ao segundo trimestre, devem ser enviadas até 20 de setembro.
Até ao dia 25 do 2.º mês seguinte àquele a que respeitam as operações, no caso de
sujeitos passivos enquadrados no regime mensal.
14
Até ao dia 25 do 2.º mês seguinte ao trimestre do ano civil a que respeitam as opera-
ções, no caso de sujeitos passivos enquadrados no regime trimestral.
Fiscais Correntes
• Transferências intracomunitárias de bens no âmbito do regime de vendas à
consignação previsto no artigo 7.º-A do RITI;
IV.01
• Prestações de serviços a sujeitos passivos que tenham noutro Estado-Mem-
bro da União Europeia a sede, um estabelecimento estável ou, na sua falta,
o domicílio, para o qual os serviços são prestados, quando tais operações
sejam aí localizadas nos termos da alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º do CIVA.
Procedimentos anuais
Devem ser aplicados procedimentos de controlo interno, por forma a garantir a fiabili-
dade da informação incluída na declaração recapitulativa do IVA.
Deve ser aferida a validade do número de identificação fiscal das entidades adquirentes
e fornecedoras intracomunitárias na plataforma VIES.
Procedimentos regulares
Deve ser aferida a validade do número de identificação fiscal dos clientes e fornecedo-
res intracomunitários na plataforma VIES.
A entrega da declaração recapitulativa do IVA deve ser efetuada por transmissão eletró-
nica de dados, no Portal das Finanças.
Até ao dia 20 do mês seguinte àquele a que respeitam as operações, no caso de sujei-
tos passivos com periodicidade de envio mensal da declaração periódica.
Até ao dia 20 do mês seguinte àquele a que respeitam as operações, no caso de su-
jeitos passivos com periodicidade de envio trimestral da declaração periódica, cujo
montante total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na declaração re-
capitulativa exceda 50.000 euros, no trimestre civil em curso ou em qualquer um dos
quatro trimestres civis anteriores.
Até ao dia 20 do mês seguinte ao final do trimestre civil a que respeitam as operações,
no caso de sujeitos passivos com periodicidade de envio trimestral da declaração pe-
riódica, cujo montante total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na
declaração recapitulativa não exceda 50.000 euros, no trimestre civil em curso ou em
qualquer um dos quatro trimestres civis anteriores.”
Alertas
16
Fiscais Correntes
A comunicação da faturação à Autoridade Tributária e Aduaneira deve ser efetuada
até ao dia 5 do mês seguinte ao da emissão dos documentos de faturação.
IV.01
Passou ainda a ser obrigatória a comunicação à AT da não emissão de faturas,
documentos de conferência ou recibos do IVA de caixa durante cada mês. Essa
comunicação até ao dia 5 do mês seguinte a que respeitam os documentos.
Esta comunicação também não pode servir para efetuar reconciliações de saldos
de transações entre entidades, podendo ser usada apenas como instrumento
auxiliar.
Por outro lado, a existência de especificidades nos códigos fiscais que dispensem a
emissão de documentos de faturação ou simplifiquem a sua emissão não pode ser
usada para não reconhecer ou registar transações com relevância patrimonial. Do
mesmo modo, a aplicação de regimes fiscais especiais (por exemplo, regimes de
margem, regimes forfetários ou simplificados e similares) pode retirar relevância à
utilização da informação comunicada para efeitos de preenchimento de declara-
ções e apuramento de imposto.
Importa, por isso, fazer uma utilização apropriada e relativa da informação comu-
nicada, no sentido da sua (ir)relevância para efeitos contabilísticos, não podendo
o contabilista entender que a informação comunicada (por si ou pelos seus for-
necedores registados em Portugal para efeitos de IVA) seja, necessariamente, o
elemento determinante da relevância patrimonial das transações.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Fiscais Correntes
N.º Descrição dos Rendimentos
IV.01
210 Rendimentos de resgate de Unidades de Participação em Fundos de Investimento
Imobiliário auferidos por não residentes (art.º 22.º-A, n.º 1 alínea c) do EBF)
211 Código 211- Organismos de Investimento Coletivo - Regime Transitório (art.º 7 n.º 3
do DL 7/2015, de 13 janeiro)
212 Organismos de Investimento Coletivo de duração determinada - Regime Transitório
(art.º 7.º n.º 8 do DL 7/2015, de 13 janeiro)
213 Capitais - Valores mobiliários representativos de divida (D.L. 193/2005 de 7/11)
299 Juros compensatórios
Tipo Rendimentos
6 Prediais
7 Prestações de serviços
8 Comissões
10 Dividendos
11 Juros ou rendimentos de aplicações de capitais
20
12 Royalties
13 Mais-Valias - Resgate de unidades de participação ou liquidação de FM e FIM
e liquidação de SM e SIM
14 Trabalho independente
15 Trabalho dependente
16 Percentagens de membros de órgãos sociais
17 Rendimentos de artistas ou desportistas
18 Pensões
22 Remunerações públicas
20 Subsídios pagos a estudantes ou estagiários
21 Outros rendimentos
23 Pensões públicas
A declaração Modelo 30 deve ser entregue até ao fim do 2.º mês seguinte àquele
em que ocorre o ato do pagamento, do vencimento, ainda que presumido, da sua
colocação à disposição, da sua liquidação ou do apuramento do respetivo quanti-
tativo, consoante os tipos de rendimentos pagos a entidades não residentes.
Fiscais Correntes
situações, deverão ser conservados na posse da entidade declarante pelo prazo
de dez anos, devendo ser exibidos à Autoridade Tributária e Aduaneira sempre que
IV.01
esta os solicite.
Para tal, poderá aceder ao portal das finanças, através das opções, Apoio ao Contri-
buinte > Suporte Informático - Formato de ficheiros > DL 81/2003 Dir. Poup, onde
poderá ser efetuado o download de um ficheiro que contém instruções e exemplos
Ordem dos Contabilistas Certificados
Fiscais Correntes
Exemplo XML para pedido de NIF
IV.01
23
Fonte:
https://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/apoio_contribuinte/Suporte_Informatico_Formato_ficheiros/Pages/default.aspx#DL
A entrega do ficheiro para obtenção do NIF deve ser efetuada por inserção, no
Ordem dos Contabilistas Certificados
https://sitfiscal.portaldasfinancas.gov.pt/geral/siteMap
Portal das Finanças / Finanças – Aceda aos Serviços Tributários / Serviços / Situa-
ção Fiscal - Dados/ “DL 81/2003 Diretiva da Poupança” / Pedido de NIF
IV.01
Portal das Finanças / Finanças – Aceda aos Serviços Tributários / Serviços / Situa-
ção Fiscal - Dados/ “DL 81/2003 Diretiva da Poupança” / Consulta de NIF
Esta declaração deve ser apresentada pelas pessoas ou entidades que tenham efe-
tuado pagamentos ou colocado à disposição rendimentos do trabalho dependente
a pessoas singulares residentes em território português.
A DMR-AT deve ser apresentada até ao dia 10 do mês seguinte àquele em que foram
pagos os rendimentos, conforme disposto na subalínea i), da alínea c), do n.º 1, do
artigo 119.º do Código do IRS.
O pagamento das retenções na fonte que resultem da entrega da DMR-AT deve ser
efetuado até ao dia 20 do mês seguinte àquele em que as retenções foram deduzi-
das nos termos legais, conforme decorre do n.º 3 do artigo 98.º do Código do IRS.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Fiscais Correntes
1.3. Imposto do Selo
IV.01
1.3.1. Declaração Mensal de Imposto do Selo
25
Esta declaração deve ser sempre apresentada pelos sujeitos passivos, quer estes
tenham liquidado imposto, quer só tenham realizado operações isentas, até ao dia
20 do mês seguinte àquele em que as obrigações tributárias se tenham constituí-
do, conforme resulta do n.º 1 do artigo 44.º do CIS. Todavia, não existe obrigação de
entrega da DMIS se, relativamente ao período de referência, não tiver sido realizada
nenhuma operação sujeita a imposto do selo e pode ser consultada a todo tempo
no site da Autoridade Tributária e Aduaneira, conforme a figura seguinte:
Ordem dos Contabilistas Certificados
A entrega da DMIS deve ser efetuada por transmissão eletrónica de dados, no Por-
tal das Finanças.
IV.01
26
Fiscais Correntes
1.4. Pontos-chave
IV.01
• No cumprimento de obrigações fiscais declarativas é importante assegurar a cor-
respondência com os registos contabilísticos e o desenvolvimento de processos de
controlo, por parte do Contabilista, que garantam que as declarações entregues
estão apoiadas em documentos de suporte.
1.5. Autoavaliação
IV.01
Observações
28
2.1. Enquadramento
Obrigações Declarativas
Fiscais NÃO Correntes
No ponto 02 deste volume IV, são evidenciados um conjunto de processos e pro-
cedimentos de controlo interno, com o objetivo de garantir a entrega das declara-
ções fiscais não correntes.
IV.02
de controlo internos adequados, que garantam do cumprimento das obrigações
fiscais não correntes. Esses procedimentos revelam-se fundamentais na garantia
de que todas as obrigações fiscais sejam conduzidas de forma correta e transpa-
rente em conformidade com a legislação vigente.
regras existentes.
sivos, nos termos do artigo 57.º do Código do IRS e incluem os seguintes tipos de
rendimentos:
Categoria H - Pensões.
30 A declaração Modelo 3 deve ser apresentada pelas pessoas singulares que residam
em território português, quando estas, ou os dependentes que integram o respe-
tivo agregado familiar, tenham auferido rendimentos sujeitos a IRS que obriguem
à sua apresentação.
Obrigações Declarativas
Fiscais NÃO Correntes
IV.02
2.2.2. Rendimentos Empresariais e Profissionais
A opção pelas regras da contabilidade mantém-se válida até que o sujeito passivo
proceda à entrega de declaração de alterações, a qual produz efeitos a partir do pró-
prio ano em que é entregue, desde que seja efetuada até ao final do mês de março.
Pode suceder, por exemplo, que determinado sujeito passivo, em determinado pe-
ríodo, passe a estar enquadrado no regime de contabilidade por obrigação, devi-
do ao eventual aumento de rendimentos desta categoria. Contudo, num exercício
posterior, os rendimentos empresarias e profissionais deste sujeito passivo podem
reduzir abaixo dos €200.000,00, reconduzindo-o para o regime simplificado.
Ora, nestas circunstâncias, caso o sujeito passivo pretenda que os seus rendimentos
empresariais e profissionais continuem a ser determinados com base na contabilidade,
será necessário proceder à entrega de declaração de alterações até final do mês de
março, exercendo a opção pela tributação no regime da contabilidade organizada.
2
Ver Ofício Circulado 3911 - DSTJ de 28/05/2003 – Opção pelo regime de contabilidade
organizada/coimas, considerando que a não uniformização relativamente ao procedimento
de atuação dos serviços da Autoridade Tributária e Aduaneira, quanto à aplicação de coimas
relativamente aos prazos de entrega da declaração referida na norma em epígrafe, bem
como nos previstos nos n.º(s) 2 dos artigos 112.º do Código do IRS e 31.º do CIVA.
Obrigações Declarativas
Fiscais NÃO Correntes
IV.02
33
Ordem dos Contabilistas Certificados
Código do IRS.
Determina o n.º 1 do artigo 6.º do Código do IRC, que é imputada aos sócios, inte-
IV.02
grando-se, nos termos da legislação que for aplicável, no seu rendimento tributável
para efeitos de IRS ou IRC, consoante o caso, a matéria coletável, determinada nos
termos deste Código, das sociedades a seguir indicadas, com sede ou direção
efetiva em território português, ainda que não tenha havido distribuição de lucros:
20.º, n.º 1 do artigo 29.º e alínea g) do n.º 1 do artigo 31.º, todos do Código do IRS
(Código do IRS).
Obrigações Declarativas
Fiscais NÃO Correntes
do Código do IRC, sendo o valor incluído no Anexo D à declaração de rendimentos
Modelo 3 do IRS de cada sócio (e no Anexo G da IES da sociedade transparente).
IV.02
putada aos sócios, pessoas singulares, relativamente ao exercício em que ocorre
o adiantamento, é considerado como montante de matéria coletável imputada o
valor do adiantamento dos lucros (parte final do n.º 1 e n.º 5, ambos do artigo 20.º
do Código do IRS).
Refira-se que as pessoas singulares não residentes, que sejam sócias de uma socie-
dade portuguesa sujeita ao regime de transparência fiscal, também devem proce-
der à entrega da declaração de rendimentos Modelo 3, acompanhada do Anexo D,
no decorrer do prazo previsto no artigo 60.º do Código do IRS, conforme resulta do
n.º 11 do artigo 5.º do Código do IRC.
36
2.2.5. Declaração de Rendimentos e Retenções
Deste modo, devem ser declarados todos os rendimentos auferidos por residentes
no território nacional (não comunicados através da DMR-AT):
b) Não sujeitos a IRS, nos termos dos artigos 2.º, 2.º-A e 12.º do Código do IRS;
Ordem dos Contabilistas Certificados
Para além dos rendimentos atrás referidos, a declaração Modelo 10 destina-se tam-
bém a declarar rendimentos sujeitos a retenção na fonte de IRC, excluindo os que
se encontrem dispensados, nos termos dos artigos 94.º e 97.º do Código do IRC
(Código do IRC).
Obrigações Declarativas
Fiscais NÃO Correntes
de IRC. Esta declaração deve ser apresentada pelos seguintes sujeitos passivos:
IV.02
c) Entidades que não tenham sede nem direção efetiva em território português
e neste obtenham rendimentos não imputáveis a estabelecimento estável aí
situado, desde que, relativamente aos mesmos, não haja lugar a retenção na
fonte a título definitivo.
Nos termos dos n.ºs 6 e 8 do artigo 117.º do Código do IRC, apenas estão dispensa-
das da apresentação da declaração Modelo 22:
A IES agrega num único ato o cumprimento das seguintes cinco obrigações legais,
Obrigações Declarativas
Fiscais NÃO Correntes
sendo uma das principais declarações anuais a submeter através do Portal das Fi-
nanças, porque a submissão de cada um dos anexos, que compõem a IES, que se
permite cumprir as obrigações explicadas de seguida.
Em sede de IRS, dispõe o n.º 1 do artigo 113.º do Código do IRS, que os sujeitos pas-
sivos deste imposto devem entregar anualmente uma declaração de informação
contabilística e fiscal, relativa ao ano anterior, quando possuam ou sejam obrigados
a possuir contabilidade organizada ou quando estejam obrigados à apresentação
de qualquer dos anexos que dela fazem parte integrante (Anexo I).
38 Em sede de IRC, dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 117.º e n.º 1 do artigo 121.º,
ambos do Código do IRC, que os sujeitos passivos deste imposto devem entregar
anualmente uma declaração de informação contabilística e fiscal, relativa ao ano
anterior, nos termos e com os anexos que para o efeito sejam mencionados no
respetivo modelo (anexo A, B, C).
Em sede de IVA, as alíneas d), e), f) e h), do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA,
estabelecem a obrigatoriedade de envio de um conjunto de informação anual, re-
portada às operações ocorridas no ano anterior, relevantes para efeitos deste im-
posto, sem prejuízo de diversas situações de dispensa previstas no mesmo artigo
(Anexo L, M).
Em sede de Imposto do Selo, determina o n.º 1 do artigo 52.º do Código do IS, que
os sujeitos passivos desse imposto, ou os seus representantes legais, são obriga-
dos a enviar anualmente, por transmissão eletrónica de dados, declaração discrimi-
nativa do imposto do selo liquidado e do valor das operações e dos atos realizados
isentos deste imposto, segundo a verba aplicável da TGIS, sem prejuízo da dispen-
sa prevista no n.º 3 do artigo 52.º do Código do IS (Anexo Q ).
Ordem dos Contabilistas Certificados
Obrigações Declarativas
Fiscais NÃO Correntes
IV.02
Pode ainda ser submetida através de aplicação offline ou via webservice.
2.4. Pontos-chave
40
2.5. Autoavaliação
Obrigações Declarativas
ao comprovativo do pagamento pelo Cliente (caso aplicável) foi
IV.02
Todas as declarações fiscais: verificando-se transações não recor-
rentes ou variações significativas nas bases tributáveis e/ou im-
posto, foi questionada a sua natureza?
Dossier Fiscal
3.1. Enquadramento
O dossier fiscal é uma obrigação legal, que serve de auxílio e suporte ao diálogo
entre os sujeitos passivos e a Autoridade Tributária e Aduaneira. Na sua elaboração,
o Contabilista Certificado em conjunto com a gerência ou administração, deve ter
como objetivo o cumprimento dessa mesma obrigação, contribuindo para um tra-
Dossier
Fiscal
balho transparente e claro perante terceiros, nomeadamente perante a Autoridade 43
Tributária e Aduaneira. O processo de documentação Fiscal tem uma perspetiva
IV.03
abrangente.
Nos termos do artigo 129.º do Código do Código do IRS e do artigo 130.º do Código
do Código do IRC, os respetivos sujeitos passivos estão obrigados a constituir e
manter um processo de documentação fiscal (dossier fiscal).
A obrigação legal de elaborar o dossier fiscal foi estabelecida pelo Decreto-Lei n.º
55/2000, de 14 de abril A Portaria n.º 359/2000, de 20 de junho regulamentou o
seu conteúdo. A entrada em vigor do SNC exigiu a adaptação da legislação fiscal,
sendo que as alterações introduzidas implicaram a revisão de modelos de impres-
sos e a necessidade de novos elementos que passam a integrar o processo de
documentação fiscal. A Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de fevereiro, veio reformular
o conjunto de documentos que passaram a integrar o dossier fiscal e aprovar no-
vos mapas de modelo oficial. A Portaria n.º 51/2018, de 16 de fevereiro, introduziu
alterações à Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de fevereiro.
10. Mapa de controlo da dedução de prejuízos fiscais (artigo 52.º do Código do IRC);
Dossier
Fiscal
• Artigo n.º 64.º - Correções ao valor de transmissão de direitos reais sobre 45
bens imóveis
IV.03
• Artigo n.º 66.º - Imputação de lucros de sociedades não residentes sujeitas
a um regime fiscal privilegiado
• Artigo n.º 91.º-A - Crédito de imposto por dupla tributação económica inter-
nacional
• Artigo 33.º - Outras obrigações acessórias (Revogado pela Lei n.º 24-D/2022,
de 30 de dezembro)
Dossier
Fiscal
12.5. Outros:
Para os sujeitos passivos de IRS, que tenham a obrigação de elaborar o “dossier fis-
cal”, devem incluir neste processo todos os elementos acima, exceto os seguintes,
por não serem aplicáveis:
• Relatório de Gestão;
Ordem dos Contabilistas Certificados
Para além dos documentos referidos acima, podem também constar do Dossier
Fiscal os seguintes elementos, como conteúdo conveniente (recomendado):
Dossier
Fiscal
• Atas de aprovação das contas; 47
IV.03
• Balancete antes e após o apuramento dos resultados;
Para além desta informação, e de acordo com o disposto no art.º 63.º do Código
do IRC, e uma vez que os sujeitos passivos devem manter organizada, nos termos
estatuídos para o processo de documentação fiscal, a documentação respeitante
à política adotada em matéria de preços de transferência, este dossier poderá ser
preparado como sendo uma parte integrante do “dossier fiscal”, que será tratado
de forma autónoma dentro deste volume.
Ordem dos Contabilistas Certificados
48
IV.03
Dossier
Fiscal
49
IV.03
Ordem dos Contabilistas Certificados
Na segunda tabela deste ponto são sintetizados outros documentos que podem
fazer parte do dossier opcionalmente, como conteúdo recomendado, quer eles
sejam responsabilidade do órgão de gestão quer seja responsabilidade do Conta-
bilista Certificado. Outros documentos que se considerem relevantes poderão ser
adicionados.
Dossier
Fiscal
51
IV.03
Opcionais
Da responsabilidade do órgão de gestão:
IRC IRS
(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Atas de aprovação da conta X -
Outras deliberações relevantes tomadas em assembleia geral X -
Da responsabilidade do Contabilista Certificado: IRC IRS
Declaração de rendimentos de IRC modelo 22 X -
Anexo C da declaração Modelo 3 de IRS - X
IES - Informação Empresarial Simplificada X X
Outras declarações submetidas à Autoridade Tributária e Aduaneira X X
Certidões de inexistências de dívidas fiscais e contributivas X X
Demonstrações Financeiras, conforme exigências do normativo contabilís-
X X
tico adotado
Balancete antes e após o apuramento dos resultados X X
Ordem dos Contabilistas Certificados
3.6. Pontos-chave
52
IV.03
3.7. Autoavaliação
Dossier
Observações
Fiscal
53
IV.03
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
Ordem dos Contabilistas Certificados
4.1. Introdução
Dossier de Preços
de Transferência
uma influência significativa nas decisões de gestão da outra, o que se
considera verificado.”
IV.04
ções de relações especiais, caso não sejam cumpridas as condições normais de
mercado, pode potenciar planeamento fiscal que visa a diminuição dos tributos ou
alisamento de resultados. Por estes motivos, em sede de IRC, o n.º 3 do artigo 63.º
prevê vários métodos de aplicação do Regime dos Preços de Transferência que se
encontram regulado pela Portaria n.º 268/2021, de 26 de novembro:
Ordem dos Contabilistas Certificados
56
Dossier de Preços
de Transferência
IV.04
Dossier de Preços
Ainda de acordo com o legislador, o Regime dos Preços de Transferência, tem
de Transferência
como paradigma:
IV.04
amplo consenso internacional por se entender que a sua adoção permite
não só estabelecer uma paridade no tratamento fiscal entre as empresas
integradas em grupos internacionais e empresas independentes como
neutralizar certas práticas de evasão fiscal e assegurar a consequente
proteção da base tributável interna.”
Ordem dos Contabilistas Certificados
Declaração Financeira e Fiscal por País – Modelo 55 de IRC, conforme o artigo 121.º-
A do Código do IRC. A respeito da obrigação relativa à Declaração Financeira e
Fiscal por País, importa ainda ter em conta que a Diretiva (UE) n.º 2021/2101, a
transpor para o direito interno, determina a obrigação de inclusão na certifica-
58 ção legal de contas das entidades obrigadas da confirmação da divulgação dessa
declaração (country by country report). Neste âmbito, o trabalho do Contabilista
Certifificado será objeto de um escrutínio adicional, pois terá de preparar a infor-
mação financeira necessária ao preenchimento dessa declaração. Uma vez que a
certificação legal de contas não pode ser emitida sem referência à preparação, ou
não, da declaração, o Contabilista terá de assegurar o seu contributo na prepara-
ção da informação relevante.
Dossier de Preços
de Transferência
IV.04
• De acordo com o disposto no n.º 7 do artigo 63.º do Código do IRC, “os sujeitos
passivos devem indicar, na declaração anual de informação contabilística e fiscal a
que se refere o artigo 121.º, a existência ou inexistência, no período de tributação a
que aquela respeita, de operações com entidades com as quais está em situação 59
de relações especiais, devendo ainda, no caso de declarar a sua existência, desig-
nadamente:
Dossier de Preços
de Transferência
c) Identificar as metodologias de determinação dos preços de transferência
utilizadas e as alterações ocorridas às metodologias adotadas;
IV.04
d) Indicar o valor das correções efetuadas na determinação do lucro tributável
pela não observância do princípio da plena concorrência na fixação dos termos
e condições das operações;
Arquivo permanente baseado numa dupla estrutura, conforme o artigo 17.º da Por-
taria n.º 268/2021, de 26 de novembro, que faz parte integrante do processo de
documentação fiscal previsto no artigo 130.º do Código do IRC (dossier fiscal).
Por último, nos termos do n.º 3 e n.º 5 do artigo 17.º da Portaria n.º 268/2021, de 26
Dossier de Preços
Ainda que ultrapassado este novo limite, a referida dispensa aplicar-se-á para as
operações vinculadas cujo valor no período não tenha excedido, por contraparte,
100.000 euros e, na sua globalidade, 500.000 euros, considerando o respetivo va-
lor de mercado.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Dossier simplificado para os sujeitos passivos que sejam qualificados como peque-
na ou média empresa, no âmbito do artigo 19.º da Portaria n.º 268/2021, de 26 de
novembro.
Os sujeitos passivos que não beneficiem de nenhuma destas dispensas, mas que se
qualifiquem como pequenas ou médias empresas (PME) e não sejam acompanha-
dos pela Unidade dos Grandes Contribuintes (UGC), devem dispor, em alternativa,
de um dossiê simplificado de documentação relativa à política adotada em matéria
de preços de transferência. A possibilidade de elaboração deste dossiê simplifica-
do também não obsta à obrigação de fornecer à Autoridade Tributária e Aduaneira,
sempre que o sujeito passivo seja notificado para tal, toda a informação relevante
tendo em vista a comprovação de que os termos e condições praticados nas ope-
rações vinculadas estão conformes ao princípio de plena concorrência.
61
Dossier de Preços
de Transferência
IV.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
62
Dossier de Preços
de Transferência
IV.04
No âmbito das suas funções, o Contabilista Certificado deve obter juntos dos clien-
tes informações sobre as entidades relacionadas, operações que com estas são
efetuadas, deve colocar a questão dos Preços de Transferência na agenda e nas
preocupações da administração da empresa e promover, se aplicável, a elaboração
do respetivo relatório.
Dossier de Preços
dos dados obtidos.
de Transferência
O Regime dos Preços de Transferência, sobretudo o diálogo que desencadeia o
seu processo de análise, funcionam como um instrumento que permite avaliar os
fluxos entre as várias empresas do grupo, transformando-se neste sentido numa
IV.04
verdadeira medida de desempenho. Importa salientar que este tipo de análise,
independentemente das obrigações que decorrem da lei, é um fator crítico para a
gestão, na medida em que compara desempenhos, analisa funções e posiciona a
entidade no seio do grupo.
Face à responsabilidade que decorre das suas funções, bem como dos aspetos que
podem resultar da realização, sendo o caso, de eventuais ajustamentos no apura-
mento do resultado, é essencial que a organização, designadamente a gestão de
topo, perceba e compreenda a problemática associada ao regime dos preços de
transferência.
4.7. Pontos-chave
65
Dossier de Preços
de Transferência
IV.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
4.8. Autoavaliação
Observações
Dossier de Preços
de Transferência
V
Prestação
de Contas
2023
Guia de Boas Práticas Profissionais
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
6.1. Enquadramento 43
6.2. Pontos-chave 44
6.3. Autoavaliação 45
Apresentação
O sucesso nasce do querer, do trabalho persistente, do empenho constante, da
união, do espírito de equipa, da motivação altruísta e alegria para se alcançar o
objetivo traçado. Por mais ambiciosos que sejam os objetivos, com a atitude cor-
reta, conseguimos alcançar os nossos sonhos. É este o mote de mais um grande
projeto da Ordem dos Contabilistas Certificados, diria mesmo, o grande projeto da
Ordem para a reformulação, reorganização e reconstrução das bases necessárias
para mais uma elevação da profissão de Contabilista Certificado.
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
5
Os profissionais são hoje, inegavelmente, os agentes económicos mais capacita-
dos e que melhor apoiam e mais valor acrescentam ao tecido empresarial. Somos
profissionais de interesse público numa sociedade civil cada vez mais exigente em
termos sociais, ambientais e de governance. Somos vistos pela sociedade civil,
tecido empresarial e poder político, como os mais confiáveis, tecnicamente co-
nhecedores e qualificados profissionais nas áreas económica e financeira. Somos
os agentes que permanentemente acrescentam valor aos seus clientes e que mais
rapidamente encontram soluções para os problemas e questões dos contribuintes.
Somos agentes de interesse e fé pública, sinónimo de transparência e credibilida-
de, o nosso valor é incomensurável.
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
6 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
Prestação de Contas
O objetivo deste capítulo é dar nota dos procedimentos a adotar para garantir não
só o cumprimento das obrigações legais como a gestão dos riscos associados à
execução das tarefas em causa, garantindo que omissões ou atrasos não são impu-
táveis ao trabalho do Contabilista Certificado.
Nessa medida, esta capítulo também deve ser lido em conjunto com o Capítulo III,
que é o seu complemento.
Vem ganhando cada vez maior relevância o relato não financeiro, uma área onde o
Contabilista Certificado pode e deve posicionar-se como um profissional habilitado
a desenvolver parte das tarefas que o relato não financeiro determina. Dada a am-
plitude do objeto do relato não financeiro e a evolução regulamentar nesta matéria,
as indicações dadas neste capítulo não constituem um manual de procedimentos
de elaboração de relato não financeiro, mas tão só, meras indicações de que o rela-
to não financeiro pode ser uma parte integrante do procedimento de prestação de
contas e, nessa medida, o Contabilista Certificado pode ser chamado a intervir na
sua preparação, o que poderá justificar necessidades formativas não endereçadas
neste manual.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Processo de
V.01
Processo de prestação de contas
1.1. Enquadramento
11
À luz do artigo 18.º Código Comercial (CC) “Os comerciantes são especialmente
obrigados: (…)
• As empresas públicas;
Ordem dos Contabilistas Certificados
12
Processo de
1.2. Documentos que compõem a prestação de contas
V.01
No âmbito das sociedades comerciais, conforme o artigo 70.º do Código das Socie-
dade Comerciais (CSC), para além das Demonstrações Financeiras, a serem elabo-
radas de acordo com o normativo utilizado pelas entidades, deve-se incluir o Rela-
tório de Gestão, o Relatório sobre a estrutura e as práticas de governo societário,
quando não faça parte integrante do relatório de gestão, a certificação legal das
contas e o parecer do órgão de fiscalização.
Apesar do diploma não se referir quanto à ata de aprovação das contas do período
e da aplicação dos resultados, não é possível prestar contas sem a mesma, pelo
que deve ser um documento complementar a deter no momento do registo da
prestação de contas.
O papel do contabilista nesta fase do seu trabalho, não passa pela realização de re-
gistos contabilísticos ou conferências, uma vez que se espera que todo o trabalho
13
contabilístico esteja realizado antes da assembleia geral de aprovação de contas,
conforma a Figura 1.
1
Consultar os modelos oficiais no Site do Portal das Finanças> Apoio ao Contribuinte > Mo-
delos e Formulários > IES / Declaração Anual de Informação Contabilística e Fiscal
dendo, qualquer pessoa, pedir certidões dos atos de registo e dos documentos
V.01
2
FAQS – Questões Frequentes – Setor Empresarial – Normativo (https://www.cnc.min-finan-
cas.pt/faqs_empresarial.html)
Processo de
1.3. Procedimentos do contabilista certificado no âmbito
V.01
da prestação de contas
3
Consultar no site do Portal das Finanças o selo de Validação (SVAT): Apoio ao Contribuinte>
SAF-T (PT)> Selo de Validação AT (SVAT)> Saldos e Demonstrações Financeiras por Taxonomia
4
https://www.occ.pt/pt-pt/noticias/saf-t-pt-da-contabilidade-conversor-e-minuta
1.4. Pontos-chave
V.01
16
Processo de
1.5. Autoavaliação
V.01
Assunto Sim Não N/A
Já iniciou o procedimento de introdução das taxonomias associa-
das às contas?
Efetuou testes de conformidade das regras do SVAT (regras das
taxonomias e saldos esperados)?
Preparou e disponibilizou as demonstrações financeiras ao órgão
de gestão (gerência ou administração) atempadamente para se-
rem disponibilizadas aos sócios no prazo legal para a apreciação
em assembleia geral?
Verificou o cumprimento das obrigações legais do processo de
prestação de contas (p.e. convocatória, realização da assembleia
geral, aprovação de contas, etc.)?
Solicitou e obteve todos os documentos de prestação de contas
(demonstrações financeiras assinadas, relatório de gestão, cópia
da ata da aprovação de contas, certificação legal de contas, pare-
cer do órgão de fiscalização, etc.)?
Utilizou a informação dos documentos da prestação de contas (có-
pia da ata) no preenchimento e submissão do anexo A da IES?
Observações 17
Relato Financeiro
2.1. Enquadramento
Financeiro
Relato
O relato financeiro faz parte integrante de todo o processo de prestação de contas
e é indiscutível a sua importância. Por relato financeiro, entende-se a apresentação
V.02
de informação financeira acerca de uma entidade ou de um grupo de entidades aos
potenciais utilizadores, tal como teremos a oportunidade de analisar, em particular,
no subcapítulo V.08.
Refira-se também, que o relato financeiro não tem uma periodicidade restrita, con-
tudo, nos termos do § 9 da NCRF 1, deve ser apresentado pelo menos anualmente.
artigo 4.º, do artigo 5.º e do artigo 9.º e 9º-A a 9º-E do Decreto-Lei n.º 158/2009,
de 13 de julho, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho,
V.02
2.3. Pontos-chave
Financeiro
bases do SNC, com destaque para o pressuposto do regime do acréscimo e da
Relato
continuidade, bem como para a informação comparativa.
V.02
• As demonstrações financeiras são preparadas e apresentadas de acordo as carac-
terísticas qualitativas da informação financeira, com destaque para a compreensi-
bilidade, para a materialidade, para a substância sobre a forma e para a prudência,
tal como definido na Estrutura Conceptual.
21
Ordem dos Contabilistas Certificados
2.4. Autoavaliação
Observações
Relatório de Gestão
3.1. Enquadramento
de Gestão
Relatório
quando adequado, referências de desempenho não financeiro relevantes para as
atividades específicas da sociedade, incluindo informações sobre questões am-
V.03
bientais e questões relativas aos trabalhadores.
23
A exposição deve apresentar uma análise equilibrada e global da evolução dos
negócios, dos resultados e da posição da sociedade, em conformidade com a di-
mensão e complexidade da sua atividade.
O relatório da gestão deve, quando adequado, incluir uma referência aos mon-
tantes inscritos nas contas do exercício e explicações adicionais relativas a esses
montantes.
5
Ver o artigo 508.º-C – Relatório consolidado de gestão
24
de Gestão
vel, a divulgação sobre os elementos mínimos obrigatórios (cf. a alínea d) do n.º 5
Relatório
do artigo 66.º do CSC) na Informação Adicional/Complementar do Balanço.
V.03
25
Ordem dos Contabilistas Certificados
3.3. Pontos-chave
• Não faz parte das competências do contabilista certificado, sendo elaborado pelo
órgão de gestão.
de Gestão
Relatório
V.03
26
3.4. Autoavaliação
de Gestão
sentação do relatório de gestão e anexo?
Relatório
Utilizou a informação do relatório de gestão no preenchimento e
submissão do anexo A da IES?
V.03
Observações
27
4.1. Enquadramento
governo societário
devem os contabilistas certificados colaborar com a disponibilização de informa-
Relatório sobre
ção que se encontre no seio da sua alçada.
V.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
4.2. Pontos-chave
30
governo societário
Relatório sobre
V.04
4.3. Autoavaliação
Observações
31
governo societário
Relatório sobre
V.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
5.1. Enquadramento
O relato não financeiro, não existindo uma norma específica para o efeito, pode
apresentar-se de diferentes formas e com estruturas diversas, ao contrário do que
sucede, por exemplo, com o relatório sobre a estrutura e as práticas de governo
societário onde existe uma estrutura definida. Apesar de ser bastante abrangente
sobre o seu conteúdo, poderemos aqui incluir também o relato de sustentabilida-
de, pese embora este último ser composto por informação financeira e não finan-
ceira, contudo parece atualmente ganhar maior relevância sobre o relatório não
financeiro, que será analisado de seguida.
Com esta Diretiva, o Código das Sociedades Comerciais passou a incluir os artigos
66.º-B e 508.º-G, referentes à demonstração não financeira e demonstração não
financeira consolidada. Desta forma, e para os exercícios anuais que se iniciaram
em, ou após, 1 de janeiro de 2017, devem ser incluídos no relatório de gestão uma
demonstração não financeira ou no relatório de gestão consolidado uma demons-
tração não financeira consolidada, respetivamente:
não financeiro
• As empresas-mãe de um grande grupo que sejam entidades de interesse pú- Relato
blico, que à data do respetivo balanço consolidado excedam o critério do nú-
mero médio de 500 trabalhadores durante o exercício anual.
V.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
Relembramos que nos termos do n.º 3 do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 158/2009,
de 13 de julho, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho,
uma grande empresa é aquela que à data do balanço, não ultrapasse dois dos três
limites seguintes:
• As instituições de crédito;
35
não financeiro
Relato
V.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
6
https://www.cmvm.pt/pt/Comunicados/comunicados_mercado/Pages/20210202a.aspx?v=
7
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=uriserv%3AOJ.C_.2017.215.01.0001.01.
POR &toc=OJ%3AC%3A2017%3A215%3AFULL
Decorre das considerações iniciais da Diretiva 2022/2464, que muitas partes in-
teressadas consideraram que a expressão «não financeiras» era inexata, nomea-
damente por implicar que as informações em questão não se revestissem de
importância financeira. Pelo facto, dos temas objeto de relato até então assu-
mirem cada vez maior importância financeira, considerou-se necessário alterar
a terminologia, por conseguinte, a Diretiva 2013/34/UE é alterada para ter em
conta esta particularidade.
Embora a CSRD possa parecer uma mera obrigação de reporte, a diretiva foi proje-
tada para incrementar a sustentabilidade e a resiliência a longo prazo das empresas
e da economia europeia em geral, razão pela qual se pretende equiparar o relato de
sustentabilidade das empresas ao seu relato financeiro.
36
não financeiro
e) Descrição das políticas da empresa relativamente às questões de sustenta-
bilidade; Relato
direção e de supervisão;
8
https://www.efrag.org/
Os temas abrangidos pela Diretiva são de tal forma impactantes no planeta, que as
ações e as consequentes divulgações por parte das empresas farão parte integran-
te da sua forma consciente de estar.
https://portal.occ.pt/pt-pt/noticias/normas-de-sustentabilidade-ifrs-s1-e-ifrs-s2
não financeiro
Relato
V.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
40
não financeiro
Relato
V.05
5.4. Pontos-chave
41
não financeiro
Relato
V.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
5.5. Autoavaliação
Observações
42
Relato Integrado
6.1. Enquadramento
O relato integrado tem vindo a ser desenvolvido pelo Internacional Integrated Re-
porting Council (IIRC)9, que considera que este relatório deve ser um documento
conciso sobre como a estratégia, a governação, o desempenho e as perspetivas de
uma organização levam, no contexto do seu ambiente externo, à criação de valor
no curto, médio e longo prazos.
9
https://www.integratedreporting.org/
integrado
Relato
6.2. Pontos-chave
44
6.3. Autoavaliação
Observações
45
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
Ordem dos Contabilistas Certificados
integrado
Relato
Certificação legal
Guia de Boas Práticas Profissionais
V.07
e Parecer do órgão de fiscalização
7.1. Enquadramento
Por fim, no âmbito do processo de prestação de contas, há ainda a analisar dois dos
documentos que podem integrar a prestação de contas:
As empresas públicas, que não estão enquadradas pelo CSC, não têm as suas con-
tas sujeitas a certificação, sendo esta substituída por um parecer da Inspeção-Geral
de Finanças.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Nos termos do artigo 420.º n.º 1 da alínea g) do CSC, além da certificação legal das
contas, deve ser apresentado um relatório e parecer do órgão de fiscalização, que
deve exprimir a sua concordância ou não com o relatório anual de gestão e com as
contas do exercício, para além de incluir a declaração subscrita por cada um dos
seus membros, prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º-G do Código dos Valores
Mobiliários.
No caso das sociedades que não têm uma obrigação contabilística, legal ou esta-
tutária de sujeitar as demonstrações financeiras a certificação legal das contas, não
têm obrigação de juntar ao processo de prestação de contas a certificação legal
das contas e, consequentemente, de designar um ROC. Contudo, pode ser sempre
uma opção da administração/gestão.
V.07
1. A informação financeira objeto da certificação será exclusivamente executada e
preparada pelo Contabilista Certificado, pelo que deve facultar as demostrações
financeiras, bem como outras informações complementares de apoio à auditoria,
que sejam necessárias para a revisão das contas.
2. Na maioria das sociedades por quotas, não está implícita a obrigação de existir
um(a) ROC/SROC, pelo que será importante o contabilista certificado aferir a cada
data de balanço os limites anteriormente referidos, e informar a gestão dessa obri-
gação, caso passe a existir.
3. No âmbito do registo das contas, por meio da submissão da IES, conforme será
analisado no subcapítulo 8, o contabilista certificado tem de ter na sua posse o
certificado legal das contas e o parecer do órgão de fiscalização, de forma a dar
cumprimento às exigências de registo sobre esta matéria. Caso não esteja na posse
dessa informação, deverá ter um documento justificativo da não emissão do certi-
ficado legal das contas e o parecer.
4. Após a emissão da certificação legal das contas, verificar se foram emitidas re-
49
servas ou ênfases e se as mesmas se encontram legíveis e completas para o registo
da prestação de contas (Quadro 08 do Anexo A da IES).
Ordem dos Contabilistas Certificados
7.3. Pontos-chave
V.07
50
7.4. Autoavaliação
V.07
Assunto Sim Não N/A
Observações
51
Divulgação a terceiros
Divulgação
a terceiros
8.1. Enquadramento
V.08
A divulgação a terceiros consiste em efetuar a apresentação da informação aborda-
da ao longo do presente capítulo de diferentes formas atendendo às especificidades
das entidades. Neste subcapítulo é dada enfâse à prestação de contas das Socie-
dades Comerciais.
Divulgação
a terceiros
d) Demonstração das alterações no capital próprio/património líquido;
V.08
e) Demonstração de fluxos de caixa;
Estes documentos deverão ser submetidos na IES através dos anexos A1, B1 ou C1
juntamente com o rosto (atendo ao modelo em vigor), em um só ficheiro com as
seguintes características:
• Não pode ter qualquer proteção com password ou qualquer outra forma de
proteção (por ex. certificados digitais) que impossibilite a sua visualização.
n.º 98/2015, de 2 de junho) estabelece que a aplicação das IAS/IFRS não preju-
dica que, para além das informações e divulgações inerentes a estas normas, as
entidades abrangidas sejam obrigadas a divulgar outras informações previstas na
legislação nacional.
As empresas sujeitas ao SNC, que adotem a IAS/IFRS nos termos referidos ficam
obrigadas a submeter o Anexo A da IES com os elementos contabilísticos elabora-
dos nos termos do SNC.
10
As referências apenas tem 5 dias de validade. Para Pedir segunda via de referência Multi-
banco aceder https://eportugal.gov.pt/ > Empresa Online | Serviços do registo comercial>
SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO EMPRESARIAL SIMPLIFICADA E CERTIDÃO DE PRESTAÇÃO DE
CONTAS> Pedir segunda via de referência Multibanco
11
A informação sobre as entidades que adotam as IAS/IFRS encontra-se detalhada no volume III.
Até ser aplicado este novo modelo, à semelhança do que se tem sucedido, a IES
continua a ser preenchida e submetida com os modelos anteriores, sem necessida-
de de submissão do SAF-T relativo à contabilidade.
Divulgação
a terceiros
utilizados.
V.08
Contas
Contas individuais
consolidadas
Normativo Anexos a submeter Anexos dispensados
utilizado Anexos a
Imposto Imposto submeter
IRC IVA Estatistica IRC IVA
selo selo
Rosto Rosto
NC- ME - - - - LMNOP O
AGH Al/Bl/Cl
Rosto Rosto
NCRF - PE LMNP Q R - O -
AGH Al/Bl/Cl
Rosto Rosto
NCRF LMNP Q R - O -
AGH Al/Bl/Cl
Rosto Rosto 57
IAS/IFRS LMNP Q R - O -
AGH Al/Bl/Cl
Normativo NC IFRS
Prestação de contas >Submissão da IES - Anexo > Submissao da IES - Anexo A1, B1
consolidadas A1, B1 ou C1 -ficheiro com os ou C1 - ficheiro com os documentos
documentos previstos no n.º 2 elaborados com base em informação
Ordem dos Contabilistas Certificados
4. Nas entidades obrigadas a prestar contas consolidadas, deverá ser aferida a exis-
tência de toda a informação financeira sobre as entidades que formam o perímetro
da consolidação;
6. Observar a conformidade dos valores e dos saldos transcritos nos anexos, aten-
dendo às diferenças existentes entre as instruções de preenchimento dos for-
mulários (FAQ’s)12 e os normativos. Não se deve confundir o cumprimento das
obrigações para finalidades tributárias e outras, como o das obrigações de índole
contabilística para efeitos societários. Normalmente, o cumprimento das obriga-
ções em matéria de normalização contabilística para fins societários deve preceder
o cumprimento das obrigações para finalidades tributárias e outras. Acresce que
a quantidade e detalhe das informações exigidas para essas duas finalidades, não
são justapostas;
12
FAQs (perguntas & respostas): https://www.occ.pt/pt-pt/noticias/ies-perguntas-e-respostas
Divulgação
a terceiros
220/2015, de 24 de julho);
V.08
anual do beneficiário efetivo para preenchimento do quadro 11 do Rosto e das áreas
dos estabelecimentos para o Anexo R13;
12. Atender às exigências extra contabilísticas que possam ser objeto de divulga-
ção obrigatória (por exemplo: Benefícios Fiscais utilizados no período de prestação 59
13. O n.º 8 do artigo 4.º do referido diploma do SNC estabelece que a aplicação
das normas internacionais de contabilidade não prejudica que, para além das in-
formações e divulgações inerentes a estas normas, as entidades abrangidas sejam
obrigadas a divulgar outras informações previstas na legislação nacional, pelo que
devem ser verificadas essas exigências;
15. Verificar se foi elaborado o relatório de gestão para prestar essa informação no
quadro 08 do Anexo A da IES;
16. Ter na sua posse o certificado legal das contas e o parecer do órgão de fisca-
lização, quando aplicável, por forma a dar cumprimento às exigências de registo
Ordem dos Contabilistas Certificados
sobre esta matéria (quadro 08 do Anexo A da IES). Caso não esteja na possa dessa
13
https://www.occ.pt/pt-pt/noticias/rcbe-confirmacao-anual
17. Após a emissão da certificação legal das contas, proceder à verificação se foram
emitidas reservas ou ênfases e se as mesmas se encontram legíveis e completas
para o registo da prestação de contas (quadro 08 do Anexo A da IES);
Divulgação
a terceiros
18. No caso de falta ou atraso na submissão da IES, verificação dos factos que
determinaram o incumprimento e validar a possibilidade de acionar o justo impedi-
V.08
mento. Nas situações em que o atraso ou a falta de entrega não lhes seja imputável
a qualquer título, devem comunicar até 30 dias após o termo do prazo de entrega
da declaração, à Autoridade Tributária e Aduaneira as razões que impediram o cum-
primento atempado da obrigação (cf. n.º 3 do artigo 8.º do RGIT).
60
Divulgação
a terceiros
informações.
V.08
rendimentos (declaração Modelo 22), que além do apuramento do imposto a pagar,
espelha as diferenças existentes entre a contabilidade e a fiscalidade.
61
Ordem dos Contabilistas Certificados
constantes do último balanço aprovado, (cf. n.º 2 do art.º 9.º do Decreto-Lei n.º
495/88, de 30 de dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º
318/94, de 24 de dezembro e pelo Decreto-Lei n.º 378/98, de 27 de novembro),
V.08
14
https://www.igf.gov.pt/deveres-de-comunicacao/sgps-interna.aspx
Divulgação
a terceiros
e prestação de contas.
V.08
do ano seguinte àquele a que respeitam, sem prejuízos das contas consolidadas
serem remetidas até 30 de junho, para verificação interna e externa (cf. artigo 52.º
do mesmo diploma).
63
De referir que existem ESNL que estão sob a jurisdição e controlo financeiro do
Tribunal de Contas. Estas entidade são obrigadas à aplicação da Norma Conta-
bilística e de Relato Financeiro para as Entidades do Setor não Lucrativo (SNC
-ESNL) devem, independentemente do seu regime jurídico e natureza, pres-
tar contas ao Tribunal de Contas, por transmissão eletrónica de dados, em
https://econtas.tcontas.pt/extgdoc/login/login.aspx.
Ordem dos Contabilistas Certificados
64
Artigo 29.º-K - Outras informações.
Divulgação
a terceiros
consiste na divulgação de informação sobre a atividade social da empresa, que se
encontra a cargo dos empregadores (empresas com trabalhadores ao abrigo do
Código do Trabalho), com conteúdo e prazo de apresentação regulados na Por-
V.08
taria n.º 55/2010, de 21 de janeiro. É enviado anualmente, geralmente entre 16 de
março e 15 de abril do ano seguinte, por transmissão eletrónica de dados, através
do seguinte site: https://www.relatoriounico.pt/ru/login.seam, sendo os dados
fornecidos geridos pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento.
65
Ordem dos Contabilistas Certificados
termos estatutários.
66
8.9. Pontos-chave
Divulgação
a terceiros
• A obrigação fiscal corresponde à submissão da declaração anual de informação
contabilística e fiscal dos vários impostos (IRC, IRS, IVA e Imposto do Selo), bem
como de obrigações acessórias (regime de transparência fiscal, preços de transfe-
V.08
rência, regimes particulares de IVA, etc.).
8.10. Autoavaliação
68
Por essa razão, estas entidades nunca entregam o Anexo A (ou anexo A2), B ou C,
bem como os anexos R, S ou T da IES.
Entidades do
de outros sujeitos passivos deste imposto, como por exemplo, das empresas.
V.09
des, há, em primeiro lugar, que identificar o tipo e natureza de rendimentos obtidos
em cada período de tributação, bem como do enquadramento fiscal da entidade 69
em causa, nomeadamente a identificação de isenções que se lhe possam aplicar
em função da natureza da própria entidade e dos rendimentos que obtém.
Estes rendimentos não sujeitos não são incluídos em qualquer declaração fiscal de
IRC (Modelo 22 ou Anexo D da IES);
Estes rendimentos devem ser determinados de acordo com as regras das catego-
70
rias de IRS, sendo incluídos e declarados no Anexo D da IES.
Desde logo, há a salientar que as entidades do setor não lucrativo apenas terão de
submeter o Anexo D da IES quando obtenham no ano rendimentos tributáveis em
sede de IRC.
Prestações de serviços
Transmissões de bens
Rendas de imóveis
Juros de depósitos
Doações
Total (1)
Gastos
Específicos
Total (2)
Rendimento global (1) - (2)
Gastos comuns
N.º 7 do artigo 53.º do CIRC
Matéria coletável
Entidades do
V.09 setor não lucrativo
Guia de Boas Práticas Profissionais
Nos termos do n.º 3 do artigo 29.º do CIVA, estão dispensados de entregar os Ane-
xos L e M os sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações isentas
sem direito à dedução (artigo 9.º e artigo 53.º do CIVA). O Anexo N não fica aqui
dispensado pois é entregue por entidades que não estejam enquadradas em regi-
me de isenção (artigo 9.º ou 53.º).
Todavia, existem outras entidades que são obrigadas a prestar contas a determi-
nadas entidades oficiais ou indicadas legalmente, mas não na Conservatória do
Registo Comercial.
www.sg.pcm.gov.pt/
Estas entidades, sendo sujeitos passivos de IRC que não exercem, a título principal,
atividade comercial, industrial ou agrícola, não entregam o Anexo A, nem efetuam
V.09
9.6. Pontos-chave
• As entidades do setor não lucrativo são sujeitos passivos de IRC que não exercem
a título principal atividade comercial, industrial ou agrícola.
• O IRC é determinado pelo rendimento global, que é determinado pela soma al-
gébrica dos rendimentos líquidos dos rendimentos tributáveis determinados de
acordo com as regras das categorias do IRS.
• As ESNL não submetem o Anexo A da IES (não efetuam prestação de contas atra-
Entidades do
butáveis em IRC.
V.09
75
• A prestação de contas pode ser efetuada através da submissão no site do SGPCM
(entidades com estatuto de utilidade pública), no OCIP (IPSS).
Ordem dos Contabilistas Certificados
9.7. Autoavaliação
Observações
Entidades do
V.09
76
VI
Outras
Competências
2023
Guia de Boas Práticas Profissionais
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
2.6. Pontos-chave 39
2.7. Autoavaliação 40
Apresentação
O sucesso nasce do querer, do trabalho persistente, do empenho constante, da
união, do espírito de equipa, da motivação altruísta e alegria para se alcançar o
objetivo traçado. Por mais ambiciosos que sejam os objetivos, com a atitude cor-
reta, conseguimos alcançar os nossos sonhos. É este o mote de mais um grande
projeto da Ordem dos Contabilistas Certificados, diria mesmo, o grande projeto da
Ordem para a reformulação, reorganização e reconstrução das bases necessárias
para mais uma elevação da profissão de Contabilista Certificado.
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
5
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
6 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
Outras Competências
O objetivo deste capítulo é dar nota dos procedimentos a adotar para garantir não
só o cumprimento das obrigações contratualmente assumidas como a gestão dos
riscos associados à execução das tarefas em causa.
Tratando-se de áreas que, pela sua sua habitualidade e relevância para o negócio
do Contabilista Certificado, justificam que aqui se deixem orientações na execução
destas tarefas.
Os serviços elencados no presente capítulo não esgotam os que podem ser contra-
tados, fornecendo indicações para os mais comummente solicitados pelos clientes.
Tal como no capítulo II, a ênfase deste capítulo é colocada na gestão da relação
contratual e do risco, aplicando-se os mesmos procedimentos relativamente à ne-
gociação, contratação, contratualização, execução e monitorização dos serviços
relativos às competências exclusivas estatutariamente definidas.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Humanos
Recursos
VI.01
Recursos Humanos
1.1. Enquadramento
O processamento de salários é, por isso, uma prática mensal obrigatória para todas
as empresas que, em muitos dos casos, acaba por ser assegurada pelo CC, a não
ser que a organização disponha de um departamento interno para o efeito ou opte
por subcontratar empresas/entidades especializadas nas matérias relacionadas
com a Gestão dos Recursos Humanos.
11
As relações de trabalho são regidas e contratualizadas segundo o previsto no Códi-
go de Trabalho, no Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de
Segurança Social e de determinadas Convenções Coletivas acessíveis e atualizadas
no Boletim do Trabalho e do Emprego.
• Integração na contabilidade;
Acerca desta temática, pode ainda ser consultado o manual da ação de formação da
Ordem dos Contabilistas Certificados, com a designação “Implementação do RGPD
e segurança da informação”, disponível em occ.pt (materiais de apoio à formação).
Por fim, nenhum trabalhador pode ser admitido a exercer determinada ativida-
de sem estar segurado em caso de acidente de trabalho. Desta forma, exige-se
sempre o número da apólice de seguro aquando da admissão do trabalhador e
consequente abertura da ficha de colaborador. A exigência de um seguro em caso
de acidente de trabalho está prevista no regime jurídico dos acidentes de trabalho,
Ordem dos Contabilistas Certificados
conforme a Portaria n.º 256/2011, de 5 de julho, que aprova a parte uniforme das
condições gerais da apólice de seguro obrigatório de acidentes de trabalho para
trabalhadores por conta de outrem, bem como as respetivas condições especiais
uniformes, bem como no próprio contrato de trabalho.
Humanos
Recursos
1.2. Processamento de salários
VI.01
O processamento de salários rege-se por normas específicas do Código do IRS,
Código de Trabalho, do Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial
de Segurança Social e de determinadas Convenções Coletivas acessíveis e atualiza-
das no Boletim do Trabalho e do Emprego.
O processamento de salários parte sempre das instruções que são fornecidas pela
entidade empregadora, no caso, partem do cliente. Estas instruções de um modo
geral são enviadas no final ou início de cada mês, dependendo da data em que se
pretende o processamento dos respetivos salários, e devem conter as seguintes
informações:
• Identificação do colaborador;
• N.º de faltas justificadas, e quais aquelas que serão remuneradas e as que não
o serão;
• Pagamento de despesas.
• O processamento foi efetuado com base nos dados fornecidos pelo cliente e
nos elementos da ficha de colaborador respeitantes à sua situação cadastral;
Humanos
Recursos
VI.01
• Foram enviados ao cliente os documentos de pagamentos do montante das
retenções na fonte de IRS e das contribuições para a Segurança Social.
Após o processamento dos salários e a sua validação por parte da entidade, devem
ser criados os ficheiros inerentes às declarações mensais de remunerações a entre-
gar pela entidade, nomeadamente:
Modelo 30 até ao fim do 2.º mês seguinte àquele em que ocorreu o pagamento ou
a colocação à disposição dos rendimentos. (ver volume IV)
Humanos
Recursos
1.4. Admissão e Cessação
VI.01
de Colaboradores na Segurança Social
O dossier deve ser organizado por clientes, e em cada cliente, ser dividido por em-
presas pertencentes ao mesmo. Em cada empresa, deve existir uma ficha de cada
colaborador que é atualizada mensalmente mediante novas informações transmiti-
das pelo cliente como por exemplo: processos de estágio profissional, alterações
de remuneração, alteração da situação familiar ou alteração do estado civil. Todas
as comunicações com novas informações enviadas pelos clientes são devidamente
arquivadas na ficha do respetivo trabalhador.
18
Estas novas informações podem gerar alterações na Segurança Social, pelo que
devem ser comunicadas quaisquer alterações aos vínculos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Humanos
Recursos
1.6. Relatório único
VI.01
O Relatório Único (RU), referente à informação sobre a atividade social da empresa,
constitui uma obrigação anual, a cargo dos empregadores (empresas com traba-
lhadores por conta de outrem), com conteúdo e prazo de apresentação regulados
na Portaria n.º 55/2010, de 21 de janeiro.
1.7. Pontos-chave
VI.01
Humanos
Recursos
1.8. Autoavaliação
VI.01
Assunto Sim Não N/A
Observações
Certificação de Informação
de Informação
2.1. Certificação de Créditos de Cobrança Duvidosa
Certificação
ou Incobráveis de IVA
VI.02
Os artigos 78.º e 78.º-A a 78.º-D do Código do IVA determinam as condições para a
regularização do IVA relativo a créditos incobráveis ou de cobrança duvidosa, bem
como as circunstâncias em que é necessária a certificação de um revisor oficial de
contas (ROC) ou contabilista certificado independente (CCI).
Desde 2013 o sujeito passivo vendedor de bens ou prestador de serviços pode re-
gularizar a seu favor o IVA relativo a créditos que titulem aquelas operações e que
sejam de cobrança duvidosa, considerando-se como tal, aqueles que apresentem
um risco de incobrabilidade devidamente justificado, nomeadamente quando:
Em qualquer uma das situações é exigida a certificação por revisor oficial de contas
(ROC) ou contabilista certificado independente (CCI).
• Por ROC ou CCI, nas situações em que a regularização de imposto não exceda
€ 10.000,00 por pedido de autorização prévia (PAP), e nas situações de créditos
• Créditos de cobrança duvidosa de valor não superior a €750,00, com IVA incluído ,
e o devedor seja particular ou sujeito passivo que realize exclusivamente operações
isentas que não confiram direito à dedução;
• Diligências de cobrança realizadas pelo credor (cópia das cartas enviadas ao de-
vedor, registos postais e avisos de receção; reclamação judicial dos créditos ou em
de Informação
Certificação
tribunal arbitral; reclamação dos créditos em processo especial de revitalização);
VI.02
nistração da organização) onde se confirma a realização daquelas diligências de
cobrança e o insucesso de cobrança, total ou parcial;
Só depois da elaboração deste relatório, o CCI deve ir ao Portal das Finanças infor-
mar que já certificou cada fatura do PAP bem como toda a documentação exigida.
autorização prévia, sob pena de o mesmo ser considerado como não apresentado.
Este relatório deve sofrer as necessárias adaptações quando o CCI certificar a regu-
larização de IVA nas outras possibilidades previstas e deve ainda atender-se ao n.º 6
do artigo 78.º-A onde estão identificados os créditos que nunca serão considerados
incobráveis ou de cobrança duvidosa e, por esta razão, se verifica a impossibilidade
de regularizar o IVA contido nos mesmos.
Como prevê o artigo 3.º daquela Portaria n.º 303/2020, de 28 de dezembro, consi-
Ordem dos Contabilistas Certificados
Introdução
Nos termos dos ….(c), os sujeitos passivos podem deduzir o imposto respeitante a
A presente certificação respeita aos créditos vencidos conforme lista anexa, de-
de Informação
Certificação
tidos por (b)…., com sede em …., número de pessoa coletiva …., e registada na
Conservatória do Registo Comercial de …. sob o mesmo número.
VI.02
Responsabilidades
O …. (a) é responsável pela preparação e disponibilização da lista dos créditos
vencidos para recuperação do IVA objeto da presente certificação, e dos docu-
mentos que suportam a sua elegibilidade para esse fim e da prova que sustenta
a realização de diligências de cobrança nos termos das disposições legais acima
referidas.
Âmbito
O nosso trabalho foi efetuado de acordo com as normas e orientações técnicas
e éticas da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), as quais exigem que o
mesmo seja planeado e executado com o objetivo de garantia razoável de fiabili-
dade sobre se os créditos considerados de cobrança duvidosa constantes da lista
anexa cumprem os requisitos e condições previstos no …..(c).
Conclusão
Com base no trabalho efetuado, certificamos que:
Data, nome do CCI e assinatura (incluir endereço profissional quando não conste
28 noutro sítio do documento)
Referências:
Introdução
Nos termos dos …. (c), os sujeitos passivos podem deduzir o imposto respeitante
a créditos incobráveis, nas condições previstas no referido Código, exigindo-se
A presente certificação respeita aos créditos vencidos conforme lista anexa, de-
tidos por (b) …., com sede em …., número de pessoa coletiva …., e registada na
de Informação
Certificação
Conservatória do Registo Comercial de …. sob o mesmo número.
Responsabilidades
VI.02
O ….. (a) é responsável pela preparação e disponibilização da lista dos créditos
vencidos para recuperação do IVA objeto da presente certificação, e dos docu-
mentos que suportam a sua elegibilidade para esse fim e da prova que sustenta
a realização de diligências de cobrança nos termos das disposições legais acima
referidas.
Âmbito
O nosso trabalho foi efetuado de acordo com as normas e orientações técnicas e
éticas da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), as quais exigem que o mes-
mo seja planeado e executado com o objetivo de garantia razoável de fiabilidade
sobre se os créditos considerados incobráveis constantes da lista anexa cumprem
os requisitos e condições previstos no …..(c).
Conclusão
Com base no trabalho efetuado, certificamos que:
Data, nome do CCI e assinatura (incluir endereço profissional quando não cons-
te noutro sítio do documento)
30
Referências:
de Informação
Certificação
que todos os formalismos a observar para a concretização desta modificação são
cumpridos.
VI.02
O artigo 87.º do CSC exige que a deliberação de aumento do capital deve mencio-
nar expressamente:
31
• O ágio, se o houver;
• Os prazos dentro dos quais as entradas devem ser efetuadas, sem prejuízo do
disposto no artigo 89.º do Código das Sociedades Comerciais;
Quanto à exigibilidade das entradas em dinheiro que a lei permite diferir, se a delibera-
ção nada prever quanto a esse respeito, são elas exigíveis a partir do registo definitivo
do aumento de capital (alínea f) do n.º 1 do artigo 87.º e n.º 2 do artigo 89.º do CSC).
O revisor que elabore o relatório referido não pode, durante dois anos contados
da data do registo do contrato de sociedade, exercer quaisquer cargos ou funções
profissionais nessa sociedade ou em sociedades que com ela se encontrem em
relação de domínio ou de grupo.
• Descrever os bens;
de Informação
Certificação
• Avaliar os bens, indicando os critérios utilizados para a avaliação;
VI.02
• Declarar se os valores encontrados atingem ou não o valor nominal da parte,
quota ou ações atribuídas aos sócios que efetuaram tais entradas, acrescido
dos prémios de emissão, se for caso disso, ou a contrapartida a pagar pela
sociedade;
• No caso de ações sem valor nominal, deve também declarar se os valores en-
contrados atingem ou não o montante do capital social correspondentemente
emitido.
O relatório deve reportar-se a uma data não anterior a 90 dias à data do contrato
de sociedade, mas o seu autor deve informar os fundadores da sociedade de al-
terações relevantes de valores, ocorridas durante aquele período, de que tenha 33
A exigência das prestações suplementares pela sociedade aos sócios tem de estar
previamente prevista no contrato de sociedade, com a respetiva indicação dos
montantes que podem ser exigidos aos sócios.
Caso tal não aconteça, em primeiro lugar, terá de existir uma alteração ao contrato
de sociedade, com o respetivo registo na Conservatória, sendo que os documentos
comprovativos:
Por vezes, os sócios devem proceder a entradas em dinheiro ou espécie para a co-
bertura de prejuízos, nomeadamente, para a manutenção do capital da sociedade e,
tratando-se de uma sociedade em que tenha sido perdido metade do capital social,
ou seja, que os capitais próprios sejam iguais ou inferiores a metade do seu capital
de Informação
Certificação
social, os gerentes (ou administradores) são obrigados a convocar de imediato uma
Assembleia-geral, com o objetivo de informar os sócios (ou acionistas) dessa situa-
ção e para que estes tomem as medidas necessárias para ultrapassar essa situação,
VI.02
conforme previsto no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC).
Essa cobertura de prejuízos pode ser realizada pelos sócios através de entradas
em dinheiro ou através de bens (ou direitos), sendo necessários os seguintes docu-
mentos nas entradas de sócios para cobertura de prejuízos:
Acerca desta temática, pode ainda ser consultado o manual da ação de formação
da Ordem dos Contabilistas Certificados, com a designação “Aspectos societá-
rios relevantes para a contabilidade”, disponível em occ.pt (materiais de apoio à
formação).
36
[NOME CC], contabilista certificado, com a cédula profissional n.º [n.º membro],
com o número de identificação fiscal [NIF CC], vem, para os efeitos previstos do n.º
4 do artigo 89.º do Código das Sociedades Comerciais, declarar que, relativamente
à sociedade [Designação da sociedade], com o NIF [n.º NIF da sociedade], com
sede em [morada da sociedade], procedeu à conversão de suprimentos em capital
social, nos seguintes termos:
(i) Conforme ata n.º [n.º da ata] da Assembleia Geral da sociedade [designação
da sociedade], realizada em [data da AG], foi deliberado por [maioria/unanimi-
Ordem dos Contabilistas Certificados
de Informação
Certificação
[Acrescentar ponto idêntico ao anterior para cada uma das entradas dos
sócios]
VI.02
(iii) A presente conversão dos suprimentos foi reconhecida e registada contabi-
listicamente em [data].
Por ser verdade, emite-se a presente declaração que vai por mim assinada na qua-
lidade de contabilista certificado.
[local], [data]
37
Ordem dos Contabilistas Certificados
Além das situações suprarreferidas, podem existir outras em que seja necessária
a intervenção de contabilística certificado para efeitos de alguma certificação
que venha a ser requerida relativamente a matéria da área de intervenção do
contabilista.
de Informação
Certificação
Outras instituições, como por exemplo as instituições financeiras, por vezes tam-
bém requerem que alguma da informação financeira que lhes é disponibilizada
pelas empresas/entidades seja, também esta, alvo de certificação por parte do
contabilística certificado, por forma a reforçar a veracidade e fiabilidade dessa in-
formação.
38
2.6. Pontos-chave
de Informação
Certificação
minutas fornecidas devem ser adaptadas aos casos concretos.
• Nas situações em que haja lugar a certificação de factos e situações por outros
VI.02
profissionais, nomeadamente revisor oficial de contas, para efeitos societários, o
Contabilista Certificado tem o direito de exigir ao Cliente que lhe seja fornecida
essa informação e outra que seja relevante relacionada com essas certificações,
de modo a poder proceder ao registo contabilístico das operações e fazer o seu
julgamento profissional sobre essas certificações.
39
Ordem dos Contabilistas Certificados
2.7. Autoavaliação
3.1. Enquadramento
planeamento fiscal
possíveis, qual a que melhor se adequa às necessidades da empresa em causa;
Consultoria e
2. Apresentação de propostas para a otimização dos seus procedimentos;
VI.03
peita às obrigações fiscais;
41
4. Análise das implicações fiscais que possam surgir de uma transação econó-
mica específica, sugerindo a alternativa que se revele mais eficaz do ponto de
vista fiscal;
8. Análise das implicações fiscais para as operações de entidades sem fins lucra-
tivos, como fundações e associações;
Neste âmbito, o contabilista certificado atua como consultor, mas encontra-se su-
jeito a deveres legais no que respeita a obrigações de comunicação, tal como defi-
nidas na Lei n.º 26/2020, de 21 de julho, no que respeita a mecanismos internos ou
transfronteiriços com relevância fiscal.
Importa ainda notar que, por corresponderem a serviços fora do âmbito das com-
petências exclusivas, os riscos emergentes da prestação de serviços de consultoria
e planeamento fiscal não se encontram abrangidos pelo seguro de responsabilida-
de profissional.
Deste modo, podemos referir que estes serviços podem ser divididos em três ca-
tegorias principais:
C. Planeamento Fiscal.
planeamento fiscal
Consultoria e
VI.03
43
Ordem dos Contabilistas Certificados
Nestes casos, o que se pretende é colocar em causa a decisão emitida pela Au-
toridade Tributária e Aduaneira. Para esse efeito, o CC deve ter conhecimento de
alguns elementos, nomeadamente:
• A decisão a reclamar;
Acerca desta temática, deve ser consultado o manual “Meios de defesa graciosos
do contribuinte” preparado e divulgado pela Ordem dos Contabilistas Certificados,
disponível em occ.pt.
planeamento fiscal
Consultoria e
VI.03
45
Ordem dos Contabilistas Certificados
O planeamento fiscal legítimo traduz-se numa técnica de redução da carga fiscal pela
qual o sujeito passivo renuncia a um certo comportamento por este estar ligado a
uma obrigação tributária ou escolhe, entre as várias soluções que lhe são proporcio-
nadas pelo ordenamento jurídico (ex: benefícios fiscais), aquela que, por ação inten-
cional ou omissão do legislador fiscal, está acompanhada de menos encargos fiscais.
Além do já referido, impõe-se evidenciar ainda a Cláusula Geral Anti Abuso prevista
no n.º 2 do artigo 38.º da Lei Geral Tributária, cuja redação determina o seguinte:
Assim, de forma que o CC percecione qual a via pela qual o cliente pretende seguir
para planear fiscalmente a situação da empresa, é necessário:
Por um lado, no primeiro momento, quando reúne com o cliente, o CC deve clarifi-
planeamento fiscal
car se este serviço se encontra abrangido pelo contrato de prestação de serviços
Consultoria e
anteriormente celebrado. Caso não esteja abrangido, deverá contratualizar os ser-
viços adicionais.
VI.03
47
Ordem dos Contabilistas Certificados
documentos de transporte.
3.6. Pontos-chave
• O Contabilista Certificado tem competências legais para intervir nas fases gracio-
sas do procedimento tributário que respeitem ao exercício das suas competências
exclusivas, mas devem respeitar-se as competências exclusivas de outros profissio-
nais, nomeadamente no processo tributário.
planeamento fiscal
Consultoria e
VI.03
49
Ordem dos Contabilistas Certificados
3.7. Autoavaliação
Contabilidade de gestão
4.1. Enquadramento
Contabilidade
organização própria de acordo com as suas necessidades;
de gestão
• É dirigida a qualquer responsável de uma área da empresa (gestores, diretores);
VI.04
• É feita com base na contabilidade geral;
Desta forma, a contabilidade de gestão tem um vasto âmbito, tem alguma liberda-
de de escolha, não obedece a normas de contabilidade, preocupa-se com os aspe-
tos futuros da organização, reporta elementos quando solicitados e usa informação
Ordem dos Contabilistas Certificados
de outras fontes.
Assim, quanto melhor for a contabilidade de gestão, melhor será o detalhe dos
custos que permite uma melhor tomada de decisão, conducente a melhores resul-
tados. Quanto mais pormenorizada for esta informação, melhor será o resultado
obtido, mas também será maior o custo da informação. De notar que, é necessário
encontrar aqui um ponto de equilíbrio entre a informação que é pertinente e o
custo de a obter, para que seja compensador para a empresa.
Nesse caso, deve assegurar-se que existe correspondência patrimonial entre a con-
de gestão
4.2. Pontos-chave
53
Contabilidade
de gestão
VI.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
4.3. Autoavaliação
Candidaturas e projetos
5.1. Enquadramento
• Contratualização dos serviços por escrito, com definição clara das tarefas sob
responsabilidade do contabilista, prazos de execução dos trabalhos, determi-
nação dos honorários e articulação com o cliente e outros consultores e profis-
sionais que possam ser necessários à execução da candidatura. Nas propostas,
importa ainda assegurar que é incluída a assistência na fase de auditoria das
candidaturas por parte das entidades públicas responsáveis, tendo em conta
que é possível que as candidaturas sejam objeto de auditoria nas fases subse-
quentes à execução dos projetos;
Candidaturas
e projetos
• Caso a candidatura exija apenas a intervenção parcial do contabilista, na valida-
ção ou certificação de informação financeira, a proposta deve especificar esta de-
limitação do âmbito, de forma a salvaguardar a responsabilidade do contabilista;
VI.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
Importa ainda notar que, por corresponderem a serviços fora do âmbito das com-
petências exclusivas, os riscos emergentes da prestação de serviços de consulto-
ria neste domínio não se encontram abrangidos pelo seguro de responsabilidade
profissional.
56
Candidaturas
e projetos
VI.05
5.2. Pontos-chave
57
Candidaturas
e projetos
VI.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
5.3. Autoavaliação
Observações
58
6.1. Enquadramento
Com a expansão das áreas e do volume de negócios de uma entidade, pode ser
necessário cumprir com obrigações declarativas adicionais que, apesar de não se
tratar de competências do CC, podem os serviços de apoio à sua preparação e
submissão por este serem igualmente desempenhados, ainda que a título de con-
sultoria.
Mais uma vez se realça que, logo no primeiro momento, quando reúne com o clien-
te, o CC deve clarificar se este serviço se encontra abrangido pelo contrato de
prestação de serviços anteriormente celebrado. Caso não esteja abrangido, deverá
indicar contratualizar os serviços adicionais.
Importa ainda notar que, por corresponderem a serviços fora do âmbito das com-
petências exclusivas, os riscos emergentes da prestação de serviços de consulto- 59
Novas áreas
de negócio
6.2. INTRASTAT
Nem todas as empresas que realizam trocas de bens dentro da União Europeia
estão sujeitas ao preenchimento do INTRASTAT, sendo esta obrigação declarativa
aplicável apenas às pessoas singulares ou coletivas, sujeitos passivos de IVA, que
ultrapassem os limiares estatísticos de assimilação por fluxo definidos anualmente
pelo INE.
COPE são operações com o exterior efetuadas pela própria entidade, devendo ser
comunicadas as operações intermediadas pelo sistema bancário residente, as efe-
tuadas diretamente com entidades não residentes através de contas externas ou
contas de compensação, assim como as operações no âmbito de contas correntes.
São também consideradas, no âmbito deste reporte, as posições relativas a em-
préstimos, créditos comerciais ou depósitos do/no exterior, registadas em final de
período.
61
Estão abrangidas pelo COPE todas as pessoas coletivas residentes em Portugal, ou
que nele exerçam a sua atividade, que efetuem operações económicas ou financei-
ras com o exterior ou que realizem operações cambiais.
Contudo, entidades que iniciem atividade ao longo do ano corrente, ou que este-
jam abrangidas pela isenção acima referida, e que apresentem num determinado
mês um total de operações com o exterior igual ou superior a 100.000 € devem
iniciar o reporte num prazo de quatro meses.
As sociedades que adotem um exercício anual diferente do ano civil devem enviar
o inventário das partes de capital até 6 meses após o encerramento do exercício.
Esta comunicação do inventário das partes de capital das sociedades SGPS deve
ser efetuada, preferencialmente, através da plataforma eletrónica disponibilizada
em https://sired.igf.gov.pt/.
62
Novas áreas
de negócio
6.6. Pontos-chave
64
6.7. Autoavaliação
65
Ordem dos Contabilistas Certificados
Novas áreas
de negócio
VII
Gestão
de Riscos
2023
Guia de Boas Práticas Profissionais
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
3.1. Enquadramento 23
3.2. Pontos-chave 27
3.8. Autoavaliação 28
6.2. Pontos-chave 41
6.3. Autoavaliação 42
Apresentação
O sucesso nasce do querer, do trabalho persistente, do empenho constante, da
união, do espírito de equipa, da motivação altruísta e alegria para se alcançar o
objetivo traçado. Por mais ambiciosos que sejam os objetivos, com a atitude cor-
reta, conseguimos alcançar os nossos sonhos. É este o mote de mais um grande
projeto da Ordem dos Contabilistas Certificados, diria mesmo, o grande projeto da
Ordem para a reformulação, reorganização e reconstrução das bases necessárias
para mais uma elevação da profissão de Contabilista Certificado.
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
5
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
6 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
Gestão de Riscos
Legislativo
Risco
VII.01
Risco Legislativo
1.1. Enquadramento
• Complexidade legislativa
- As legislações contabilísticas e fiscais frequentemente são complexas e es-
tão sujeitas a mudanças. A interpretação incorreta ou a falta de conhecimento
das regulamentações podem levar a erros; 11
• Falta de atualização
- As leis e regulamentos podem mudar ao longo do tempo. Se os profissionais
do escritório de contabilidade não se mantiverem atualizados, podem inad-
vertidamente violar as novas regras;
• Interpretação divergente
- A interpretação da legislação pode variar, o que pode levar a diferentes
abordagens em diferentes situações. Escolhas erradas de interpretação po-
dem resultar em não conformidade;
1.2. Pontos-chave
12
Legislativo
Risco
VII.01
1.3. Autoavaliação
Observações
13
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
Ordem dos Contabilistas Certificados
Beneficiário Efetivo
Registo Central de
2.1. Enquadramento
VII.02
das estruturas societárias e de outras pessoas coletivas. O sistema legal dá res-
posta a esta necessidade através de medidas destinadas a prevenir a utilização do
sistema financeiro para efeitos de branqueamento de capitais ou de financiamento
do terrorismo (BC/FT).
Uma vez que o Contabilista Certificado exerce uma profissão de interesse público,
é visado na aplicação das medidas legais de BC/FT.
Mais importa referir que o incumprimento por parte das sociedades do dever de
manter o Registo Central de Beneficiário Efetivo atualizado com todos os elemen-
tos de identificação dos beneficiários efetivos constitui contraordenação punível
com uma coima variável entre €1.000,00 a €50.000,00.
Assunto Observação
Beneficiário Efetivo
Registo Central de
primento da obrigação de declaração do RCBE das entidades su-
jeitas
VII.02
de Pessoas Coletivas, se não sujeita a registo comercial
• Efetuada na sequência de atribuição de um NIF pela AT, no caso
dos fundos
Prazo: 30 dias
Declaração de Após ter sido efetuada a declaração inicial, sempre que existam
alterações alterações a qualquer dos dados declarados nessa declaração, in-
dependentemente de serem dados relativos à entidade declarante
ou beneficiários efetivos, devem os mesmos ser atualizados.
Prazo: 30 dias a contar dos factos que lhes deram origem
Nota: qualquer elemento que tenha sido recolhido na declaração e
que, entretanto, tenha sido alterado, deve ser atualizado no RCBE,
incluindo a data dos documentos de identificação (bilhete de iden-
17
tidade, cartão de cidadão, passaporte ou outro).
Sanções
O regime sancionatório do RCBE, na esfera da sociedade ou entidade obrigada,
tem implicações muito relevantes, constantes dos artigos 37.º e 38.º da Lei n.º
89/2017 e que devem ser conhecidas pelo Contabilista Certificado caso este as-
Beneficiário Efetivo
Registo Central de
g) Intervir como parte em qualquer negócio que tenha por objeto a transmis-
são da propriedade, a título oneroso ou gratuito, ou a constituição, aquisição
Ordem dos Contabilistas Certificados
Beneficiário Efetivo
Registo Central de
Os mecanismos que envolvam uma cadeia não transparente de propriedade jurídi-
ca ou de beneficiários efetivos, com recurso a pessoas, mecanismos ou estruturas
legais em que não seja possível identificar os beneficiários efetivos dessas pessoas,
mecanismos ou estruturas legais, podem estar sujeitos a deveres de comunicação
à Autoridade Tributária para efeitos da legislação referida.
VII.02
Atuação do Contabilista Certificado em caso de incumprimento do dever de de-
claração do RCBE
Esta matéria será desenvolvida no ponto seguinte, mas constitui o corolário do
cumprimento dos deveres declarativos relativos ao RCBE, i.e., porque tem de ser
cumprido este dever e como deve o Contabilista Certificado atuar quando se ma-
terializar um risco relativo ao RCBE.
postos pela Lei n.º 83/2017, que se detalham no ponto seguinte, a atuação do
Contabilista Certificado deve ser orientada para a compreensão do efeito que a
divergência entre a propriedade legal e o beneficiário efetivo tem na atuação da
sociedade ou entidade.
Há que efetuar uma avaliação objetiva dos riscos que esta divergência implica para
a atuação da entidade e equacionar a ativação de deveres de comunicação às au-
toridades competentes (DCIAP/UIF).
Beneficiário Efetivo
Registo Central de
VII.02
20
2.2. Pontos-chave
Beneficiário Efetivo
Registo Central de
de outro modo poderão dissimular a sua identidade numa estrutura societária. O
Contabilista Certificado é entidade obrigada no âmbito do cumprimento dos deve-
res legais relativos a esta matéria.
VII.02
cia exclusiva do Contabilista Certificado, podendo ser cumprido por advogados,
solicitadores, notários e membros dos órgãos de administração.
• A prestação destes serviços deve ser contratada como serviço adicional, por não
corresponder ao exercício de competências exclusivas, de forma a evitar omissões
ou sobreposições na apresentação de declarações relevantes.
2.3. Autoavaliação
Observações
22
3.1. Enquadramento
de Branqueamento...
de 2015, e 2016/2258/UE, do Conselho, de 6 de dezembro de 2016. Este diploma
Análise de Risco
foi alterado pela Lei n.º 58/2020, de 31 de agosto.
VII.03
Os Contabilistas Certificados são considerados “Entidade obrigada – não finan-
ceira”. 23
cliente e da sua atividade que garantam os mínimos para a sua aceitação, ficando
impedido de iniciar uma relação contratual se suspeitar que a atividade do poten-
cial cliente tem indicadores criminais. Tem também de assegurar que, nas relações
já existentes com clientes, as transações em curso ou planeadas são materialmente
VII.03
de Branqueamento...
(Art. 23.º) • Meios do CC)
Análise de Risco
comprovativos dos • Apenas são válidos os meios comprovati-
elementos vos de acordo com os requisitos específicos
identificativos da Lei (e não requisitos à escolha do CC)
• Antes do estabelecimento da relação de
• Momento negócio ou da realização de qualquer tran-
VII.03
da verificação da sação ocasional
identidade • Quando o perfil de risco do cliente ou as
características da operação o justifiquem, o 25
• Procedimentos CC está obrigado à obtenção de informação
complementares de sobre a origem e o destino dos fundos mo-
diligência vimentados no âmbito de uma relação de
negócio ou na realização de uma transação
• Conhecimento dos ocasional
beneficiários efetivos • Identificação dos beneficiários efetivos e
consulta ao RCBE
• Procedimentos adicionais de identificação
para pessoas politicamente expostas e titu-
lares de outros cargos políticos ou públicos
Dever Comunicação Comunicação das entidades obrigadas que
de comunicação de operações saibam, suspeitem ou tenham razões sufi-
(Art. 43.º) suspeitas cientes para suspeitar que certos fundos ou
outros bens, independentemente do mon-
tante ou valor envolvido, provêm de ativi-
dades criminosas ou estão relacionados
com o financiamento do terrorismo.
Dever de abstenção Suspensão Suspensão de execução de qualquer ope-
(Art. 47.º) de execução ração ou conjunto de operações, presentes
ou futuras, que saibam ou que suspeitem
Ordem dos Contabilistas Certificados
de colaboração entre entidades ração que lhes for requerida pelo DCIAP e
(Art. 53.º) obrigadas pela UIF, bem como pelas demais autorida-
e autoridades des judiciárias e policiais, pelas autorida-
des setoriais e pela Autoridade Tributária e
Aduaneira.
VII.03
3.2. Pontos-chave
de Branqueamento...
iniciar uma relação contratual se suspeitar que a atividade do potencial cliente tem
Análise de Risco
indicadores criminais. Tem também de assegurar que, nas relações já existentes
com clientes, as transações em curso ou planeadas são materialmente avaliadas e,
em caso de suspeita, comunicá-las às autoridades competentes.
VII.03
• O Contabilista Certificado deve implementar metodologias de controlo interno
para identificar, avaliar e mitigar os riscos de BC/FT, sendo essencial conhecer o
27
cliente e o seu negócio, para que, em caso de suspeita possa ser feita a comunica-
ção às entidades competentes.
Ordem dos Contabilistas Certificados
3.8. Autoavaliação
Observações
VII.03
28
4.1. Enquadramento
Segurança e Saúde...
ou circunstâncias em que cada trabalhador tenha sido ou possa ser sujeito à exposi-
Risco de Higiene,
ção a agentes ou fatores de risco e incluir, no mínimo, os seguintes procedimentos:
VII.04
c) Avaliação individual do seu estado de saúde;
4.2. Pontos-chave
30
Segurança e Saúde...
Risco de Higiene,
VII.04
4.3. Autoavaliação
Observações
Segurança e Saúde...
Risco de Higiene,
VII.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
5.1. Enquadramento
• Erro humano 33
- A natureza minuciosa do trabalho contabilístico é propensa a erros de digi-
tação, cálculos incorretos ou até mesmo à omissão acidental de informações;
• Pressões de tempo
- Prazos apertados e cargas de trabalho excessivas podem levar a atalhos e
a uma análise menos detalhada dos dados, aumentando a probabilidade de
erros;
Risco de Resp.
Profissional
• Dependência de tecnologia
- A automatização das tarefas contabilísticas traz enormes vantagens, mas
também introduz o risco de erros técnicos e falhas de software.
VII.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
34 • Código Deontológico do CC
- O CC deve adotar e estar sempre atualizado sobre os princípios de ética e
padrões profissionais estabelecidos no nosso Código Deontológico do CC;
• Formação contínua
- Investir na formação contínua é uma das estratégias mais importantes para
mitigar o risco profissional. Manter-se atualizado sobre as mudanças na legis-
lação fiscal, contabilística e práticas recomendadas ajuda o CC a aperfeiçoar
os conhecimentos necessários para lidar com desafios emergentes e garantir
a competência na prestação dos serviços;
• Comunicação transparente
- Manter uma comunicação aberta e transparente com os clientes é essencial
para evitar mal-entendidos e assegurar que as expectativas sejam alinhadas.
Discutir limitações, riscos potenciais e possíveis cenários adversos ajuda a
construir confiança;
Risco de Resp.
profissional.
Para o CC, a mitigação e prevenção do risco profissional são uma parte intrínseca Profissional
VII.05
do cumprimento dos padrões éticos e responsabilidades. Ao adotar estratégias
que incluem a formação contínua, a adoção de padrões éticos e profissionais, a
Ordem dos Contabilistas Certificados
5.2. Pontos-chave
• Este risco pode resultar em perdas financeiras para o contabilista e para os seus
clientes.
36
Risco de Resp.
Profissional
VII.05
5.3. Autoavaliação
Observações
Risco de Resp.
Profissional
VII.05
Ordem dos Contabilistas Certificados
6.1. Enquadramento
Em resumo, a gestão eficaz dos riscos de recursos humanos é crucial para o CC.
Práticas como contratação criteriosa, formação contínua, gestão de desempenho
e promoção de um ambiente de trabalho saudável são essenciais para minimizar os
riscos e promover o sucesso profissional sustentável.
40
Legislativo
Risco
VII.01
6.2. Pontos-chave
41
Ordem dos Contabilistas Certificados
6.3. Autoavaliação
Observações
42
VII.07
Risco de Tratamento de Dados Pessoais
7.1. Enquadramento
Para efeitos do RGPD considera-se como dado pessoal, qualquer informação re-
44 lativa a uma pessoa singular, como nome, qualquer número de identificação, ou
elemento específico de identidade física, fisiológica, genética, mental, económica,
cultural ou social dessa pessoa que a identifica ou torna identificável – alínea 1 do
artigo 4.º.
VII.07
(iii) O fundamento jurídico para o tratamento: *consentimento do titular, *exe-
cução de um contrato ou diligências pré-contratuais, *cumprimento de uma
obrigação jurídica, *defesa de interesses vitais do titular dos dados ou de ou-
tra pessoa singular, *interesses legítimos prosseguidos pelo responsável pelo
tratamento ou por terceiros, *se o tratamento for necessário à declaração, ao
exercício ou à defesa de um direito num processo judicial, ou sempre que os
tribunais atuem no exercício da sua função jurisdicional, *se o tratamento for
necessário para efeitos de medicina preventiva ou do trabalho, *se o tratamen-
to for necessário por motivos de interesse público no domínio da saúde pública,
ou * for necessário para fins de arquivo de interesse público, para fins de inves-
tigação científica ou histórica ou para fins estatísticos;
(vii) Os direitos dos titulares dos dados, que elencaremos adiante, incluindo o
de apresentar reclamação à autoridade nacional de controlo (Comissão Nacio- 45
nal de Proteção de Dados) caso o titular dos dados considere que o tratamento
dos seus dados pessoais, da forma como é efetuada, viola o RGPD.
Esta obrigação de informação pode ser cumprida, de forma global, num único
documento, mediante a elaboração daquilo que denominamos como “Política de
Privacidade e Proteção de Dados Pessoais”, o que recomendamos. Tal documento
deve ser disponibilizado (no website caso exista ou em formato papel no escritó-
rio/gabinete de contabilidade) para conhecimento de todas as pessoas singulares
cujos dados pessoais sejam tratados no âmbito da atividade do Responsável pelo
tratamento.
VII.07
Na sua qualidade de Responsável pelo tratamento de dados, é exigido pelo RGPD
(artigo 24.º) que tendo em conta a natureza, o âmbito, o contexto e as finalidades
do tratamento dos dados, bem como os riscos para os direitos e liberdades das
pessoas singulares, sejam implementadas medidas técnicas e organizativas que
assegurem e possam comprovar que o tratamento dos dados pessoais é realizado
em conformidade com o RGPD, isto é, que os dados pessoais são:
ou danificação acidental.
iii) não contrata outro Subcontratante, sem que o Responsável pelo tratamento
tenha dado o seu consentimento prévio e por escrito;
iv) apaga ou devolve-lhe todos os dados pessoais a que teve acesso na execu-
ção de funções, consoante a escolha do Responsável pelo tratamento;
vi) e bem assim o acesso aos dados pessoais de forma atempada no caso de um
incidente físico ou técnico.
Diga-se que caso o contabilista certificado recorra a outras entidades, para pres-
tação de serviços ou produtos através dos quais acedam a dados pessoais, como
por exemplo programas de faturação, deve solicitar a essas entidades a emissão
da Declaração de conformidade enquanto Subcontratante, nos termos do artigo
28.º do RGPD.
VII.07
Encarregado de proteção de dados, é essencial designar alguém responsável pelo
conhecimento das regras de tratamento de dados pessoais, que devem ser di-
vulgadas por toda a equipa de trabalho. É essencial que se garanta e resguarde a
confidencialidade dos dados pessoais, não tornando pública a informação a que
se acede no exercício de funções, adotando todas as medidas de segurança no
acesso à informação.
Fazemos notar que o RGPD dedica o Capítulo VIII às vias de recurso, responsabilidade
e sanções, pela violação das regras legais, razão pela qual as obrigações a que estão
vinculadas as entidades que procedem ao tratamento de dados pessoais, seja um
contabilista certificado em prática individual ou integrado numa estrutura organizati-
va, não pode ser descurada no dia-a-dia do exercício da atividade profissional.
Para além da aplicação das coimas, a autoridade nacional de controlo pode fazer
advertências, repreensões, impor limitações ao tratamento, entre outras ações em
substituição à aplicação da coima (artigo 58.º RGPD).
As medidas sancionatórias de ações que violem as regras legais devem ser efetivas,
proporcionadas e dissuasivas, sendo que cada penalização deve ter em conta os
seguintes aspetos: natureza, gravidade e duração da infração, o seu caráter inten-
cional ou negligente, as medidas tomadas para atenuar os danos sofridos, o grau 49
garantir a inviolabilidade dos dados pessoais que trata, apenas lhe sendo exigido
que o seu comportamento seja pautado pelo escrupuloso cumprimento das regras
legais, adotando todas as medidas adequadas à proteção dos dados pessoais, quer
eles sejam objeto de tratamento automatizado quer não automatizado.
O registo das atividades de tratamento é uma obrigação imposta pelo artigo 30.º
do RGPD para os Responsáveis pelo tratamento e para os Subcontratantes com
mais de 250 trabalhadores, ou cujo tratamento efetuado seja suscetível de implicar
um risco para os direitos e liberdades do titular dos dados, não seja ocasional ou
abranja as categorias especiais de dados a que se refere o artigo 9.º, n.º 1 ou dados
pessoais relativos a condenações penais e infrações do artigo 10.º.
Ainda que possa não ser obrigatório, para o escritório de contabilidade proceder
ao registo dos dados, consideramos que o preenchimento do template de “Mo-
delo de registo para Responsáveis pelo tratamento” ou “Modelo de registo para
Subcontratantes” disponibilizados no website da Comissão Nacional de Proteção
de Dados, é o primeiro grande passo para a implementação do RGPD em todas as
entidades, pelo que aconselhamos o seu download e preenchimento.
50
VII.07
Para garantir a conformidade do tratamento dos dados pessoais com a legislação
em vigor, propomos assim que cada entidade responsável pelo tratamento de da-
dos pessoais, desenvolva e implemente um Programa composto por três compo-
nentes: Jurídica, Processual e Tecnológica.
ii. Se o titular dos dados deu o seu consentimento livre, explícito e informado;
vi. Para efeito dos interesses legítimos prosseguidos pelo responsável pelo tra-
tamento;
2 - Salvaguarda dos direitos dos titulares dos dados: averiguar se os direitos são
do conhecimento de toda a equipa de trabalho.
VII.07
qualquer outro tipo de tratamento», conforme definição constante da alínea 12 do
artigo 4.º do RGPD. Mesmo que o responsável pelo tratamento considere que não é
exigível a notificação à CNPD, está obrigado a documentar quaisquer violações de
dados, nos termos do n.º 5 do artigo 33.º do RGPD.
d. Controlar os acessos, com registo das respetivas data e hora, de quem acede
e do(s) específico(s) documento(s) acedido(s); 53
mas informáticos:
3 - Partilha e acesso dos dados: cada utilizador deve ter palavra-passe de acesso,
pessoal e intransmissível; o acesso às funções do sistema deve ser refletido em
perfis de acesso diferenciados em razão da necessidade de conhecer e da segrega-
ção de funções; utilizar credenciais fortes com palavras-passe longas (pelo menos
12 caracteres), únicas, complexas e com números, símbolos, letras maiúsculas e
minúsculas, alterando-as com frequência; Equacionar, designadamente face à sen-
sibilidade da informação, aos privilégios dos utilizadores ou à forma de acesso (v.g.
remota), a aplicação de autenticação multifator.
VII.07
i. garantir a inserção dos endereços de correio eletrónico dos destinatários no
campo ‘Bcc:’, nos casos de múltiplos destinatários;
VII.07
7. Transporte de informação que integre dados pessoais
57
Ordem dos Contabilistas Certificados
7.4. Pontos-chave
• Ainda que não seja obrigatório, aconselha-se o registo das operações de trata-
mento de dados mediante preenchimento do template disponibilizado no website
58 da CNPD.
VII.07
7.5. Auto-avaliação
Obervações
Risco reputacional
e societário
8.1. Enquadramento
O risco reputacional é um aspeto crucial a ser considerado pelo CC, uma vez que
VII.08
a sua reputação profissional é um ativo valioso e pode influenciar diretamente o
sucesso da sua carreira e a confiança dos seus clientes.
3 Consulta de dados dos sócios através do NIF numa base de dados pública?
4 Nas bases de dados públicas, foi possível identificar algum problema anterior afeto
direta ou indiretamente a algum dos sócios?
VII.08
6 Se a empresa optou pela transferência dos serviços para outro CC, existe algum
problema anterior associado à mesma?
7 Se a empresa optou pela transferência dos serviços para outro CC, existe algum
honorário em atraso ao anterior CC?
O risco reputacional para o CC é um fator que não pode ser subestimado. A reputa-
ção é um ativo valioso que pode levar anos para construir, mas pode ser prejudicada
rapidamente por ações inadequadas. Adotar práticas profissionais éticas, manter a
62
excelência nos serviços prestados e gerir o risco de forma proativa são estratégias
essenciais para proteger a reputação e garantir uma carreira bem-sucedida.
Por último, será importante recorrer a um Cartório Notarial para obter acesso des-
Risco reputacional
materializado a informação sobre pessoas declaradas como contumazes, o que irá
e societário
aumentar a segurança jurídica da atividade profissional do CC.
VII.08
enfrentado pelos clientes. Ao trabalhar em estreita colaboração com os clientes,
fornecendo aconselhamento, os contabilistas podem ajudar a prevenir problemas
societários, proteger a reputação das empresas e garantir que as operações este-
jam em conformidade com a legislação e práticas adequadas, contribuindo para o
sucesso sustentável das empresas e a manutenção de relacionamentos de confian-
ça com seus stakeholders.
63
Ordem dos Contabilistas Certificados
8.2. Pontos-chave
64
8.3. Autoavaliação
Risco reputacional
gue avaliá-los objetivamente e determinar o impacto que podem
ter na continuidade e sustentabilidade do seu negócio?
e societário
Observações
VII.08
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
65
Ordem dos Contabilistas Certificados
VIII
Controlo
sobre
a Atividade
2023
Guia de Boas Práticas Profissionais
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
Apresentação
O sucesso nasce do querer, do trabalho persistente, do empenho constante, da
união, do espírito de equipa, da motivação altruísta e alegria para se alcançar o
objetivo traçado. Por mais ambiciosos que sejam os objetivos, com a atitude cor-
reta, conseguimos alcançar os nossos sonhos. É este o mote de mais um grande
projeto da Ordem dos Contabilistas Certificados, diria mesmo, o grande projeto da
Ordem para a reformulação, reorganização e reconstrução das bases necessárias
para mais uma elevação da profissão de Contabilista Certificado.
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
5
Os profissionais são hoje, inegavelmente, os agentes económicos mais capacita-
dos e que melhor apoiam e mais valor acrescentam ao tecido empresarial. Somos
profissionais de interesse público numa sociedade civil cada vez mais exigente em
termos sociais, ambientais e de governance. Somos vistos pela sociedade civil,
tecido empresarial e poder político, como os mais confiáveis, tecnicamente co-
nhecedores e qualificados profissionais nas áreas económica e financeira. Somos
os agentes que permanentemente acrescentam valor aos seus clientes e que mais
rapidamente encontram soluções para os problemas e questões dos contribuintes.
Somos agentes de interesse e fé pública, sinónimo de transparência e credibilida-
de, o nosso valor é incomensurável.
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
6 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
9
Ordem dos Contabilistas Certificados
Controlo
Interno
VIII.01
Controlo Interno
1.1. Enquadramento
• Posto em prática por pessoas, não limitado a normas e manuais, mas a ações
tomadas por pessoas de cada nível da organização;
Objetivos
concretos
Segurança Tarefas
razoável e atividades
Controlo
interno
Adaptável Execução
a cada estrutura objetiva
controladas e pessoal
Fonte: adaptado de Auditoria Interna: função e processo - Morais, G., e Martins, I. (2007)
1
Morais, G., e Martins, I. (2007). Auditoria Interna: função e processo (3.ª Ed.). Áreas Ed.
Controlo
Interno
VIII.01
• Controlo detetivo: Deteta factos indesejáveis já ocorridos;
Avaliação de Parâmetros
Serviços de Contabilidade
de Serviço
Avaliação inicial
Acompanhamento Cliente
14 Necessidades Externas
Fornecedores Avaliação de conformidade do critério definido
Requisitos do cliente
Satisfação do cliente
Recursos Humanos
Distribuição e planeamento
Satisfação dos colaboradores
Definição Critério
Conhecimento Técnico
Formação
Equipamentos
Adequados Segurança
Ambiente Interno
Instalações
Racio por trabalhador
Adequação de seg. e higiene
Procedimentos lnternos
Procedimentos de execução
Procedimentos de revisao
Procedimentos de controlo
Não
Conforme
Ordem dos Contabilistas Certificados
Ações corretivas
PG01-Resolução de problemas
Controlo
Interno
VIII.01
Geralmente, a causa para um serviço prestado fora dos padrões previamente defi-
nidos, com falha na sua entrega, está relacionada com quatro tipo de ocorrências:
• Erro humano;
• Falhas no equipamento;
• Falha na verificação/auditoria.
Neste contexto, são várias as áreas onde a gestão deverá avaliar os elementos con-
dicionantes ou potenciais para a produção de serviços de qualidade, sendo no caso
dos CC, composto pelos colaboradores, fornecedores e clientes.
15
Ordem dos Contabilistas Certificados
• Padrões de tempo: servem para mensurar o tempo gasto para executar uma
determinada tarefa.
do serviço.
Controlo
Interno
VIII.01
• Padrões de qualidade: baseiam-se na eficiência, na eficácia e no aperfeiçoa-
mento do serviço prestado.
- Não entrega de declarações obrigatórias fora dos prazos previsto por lei.
Avaliação do Desempenho
Desempenho
Avaliação do
2.1. Enquadramento
VIII.02
com os padrões estabelecidos. Na contabilidade, isso envolve avaliar a precisão
das demonstrações financeiras, a conformidade com as normas contabilísticas, a
exatidão dos registos e a eficiência operacional. Além disso, a avaliação do desem-
penho pode incluir a análise da satisfação do cliente, a resolução de problemas e a
identificação de oportunidades de melhoria.
19
Ordem dos Contabilistas Certificados
Avaliação formal: é efetuada pela solicitação de uma avaliação por parte do clien-
te aos serviços prestados, com critérios claros e tempestivos para a realidade da
20 atividade do cliente. Esta avaliação deve ser efetuada de forma regular no tempo,
sendo em última análise a formalização da avaliação do cliente, que informalmente
é acompanhada na avaliação informal.
Cliente:
Desempenho
Avaliação do
Muito A
QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE: Bom
Bom Suficiente N/A
Melhorar
Interação com o Cliente
VIII.02
Clareza nas propostas apresentadas □ □ □ □ □
□ □ □ □ □
Correspondência das propostas às necessida-
des do cliente
Alternativas apresentadas face às expetativas □ □ □ □ □
Educação e cortesia □ □ □ □ □
Eficácia dos Serviços
□ □ □ □ □
Cumprimento dos requisitos legais, técnicos
e outros
Cumprimento de prazos □ □ □ □ □
Adaptabilidade às necessidades do cliente □ □ □ □ □ 21
Atendimento telefónico □ □ □ □ □
□ □ □ □ □
Facilidade de contacto com o interlocutor
direto
Atividades posteriores à entrega/colocação □ □ □ □ □
Colaboradores da Organização
□ □ □ □
Grau de satisfação global pelos serviços
prestados
1 2 3 4
Serviço de Atendimento
Simpatia e disponibilidade para o atendimento
VIII.02
Sugestões
1 2 3 4 5
Desempenho
Avaliação do
Qualidade da Informação
Relevância da informação
Atualização da informação
VIII.02
Clareza da informação
Fiabilidade da informação
AVALIAÇÃO GLOBAL da qualidade técnica
da informação disponibilizada
Tendo o Contabilista Certificado uma visão abrangente da avaliação dos seus clien-
tes, é possível a identificação de algumas situações de potencial de risco de quali-
dade, podendo implementar ações corretivas ou preventivas com foco no serviço
a prestar.
A avaliação de fornecedores é uma prática crucial para a gestão eficaz das ope-
rações de uma empresa, independentemente do setor em que ela atua. Para um
contabilista, a avaliação de fornecedores é importante por várias razões:
Desempenho
Avaliação do
• Controlo de Custos
• Relação Custo-Benefício
24
• Prazos de Pagamento
• Sustentabilidade e Ética
• Redução de Riscos
Ordem dos Contabilistas Certificados
• Eficiência Operacional
Desempenho
Avaliação do
sua atividade.
VIII.02
pela equipa do contabilista responsável pela adjudicação de serviços externos.
25
Ordem dos Contabilistas Certificados
Data: / /
Solicitado por:
Desempenho
Avaliação do
Descrição:
O peso será multiplicado pela posição relativa do fornecedor em cada item a fim de obter
a pontuação:
Exemplo: 3 fornecedores
26
Melhor: 3 valor / 5x3 = 15 pontos
Data: / /
Colaborador:
Desempenho
Avaliação do
Simpatia e disponibilidade para o atendimento □ □ □ □
Tempo de resposta a pedidos de orçamento □ □ □ □
VIII.02
Tempo de resposta a pedidos de informação □ □ □ □
Relativamente ao serviço de faturação
Exatidão das faturas face aos orçamentos fornecidos □ □ □ □
□ □ □ □
Disponibilidade para a resolução de problemas
relativos à faturação
Relativamente ao serviço/qualidade
Qualidade do serviço fornecido □ □ □ □
Cumprimento dos prazos □ □ □ □
□ □ □ □
Disponibilidade para a resolução de problemas,
nomeadamente de reclamações
27
Relação preço/qualidade □ □ □ □
Alguma vez efetuou uma reclamação? □ Sim □ Não
Se sim, ficou satisfeito com o tratamento da mesma?
1. Informações Gerais
Nome da Empresa: NIF:
Morada:
Localidade: Código Postal:
Desempenho
Avaliação do
E-mail:
Página web:
3. Produtos Fornecidos
Coloque um “X” nos produtos fornecidos:
28
Por favor, envie a Ficha Técnica dos produtos
5. Observações
Desempenho
Avaliação do
VIII.02
Nome:
Função:
Rúbrica:
Data: / / 29
outros aspetos da empresa. São algumas razões, as seguintes, pelas quais a avalia-
ção da empresa pelos colaboradores é de extrema importância:
• Feedback direto
VIII.02
• Retenção de talento
30 - Colaboradores que se sentem ouvidos e valorizados tendem a estar mais
comprometidos e têm maior probabilidade de permanecer na empresa a lon-
go prazo. Esta avaliação da empresa pelos colaboradores pode revelar fatores
que afetam o compromisso e a retenção da equipa;
• Melhoria contínua
- As opiniões dos colaboradores podem oferecer insights valiosos para a me-
lhoria contínua da empresa. Ao identificar áreas problemáticas, a empresa
pode implementar mudanças positivas com base nas sugestões dos colabo-
radores;
• Alinhamento cultural
- A avaliação ajuda a entender se a cultura organizacional está alinhada com
os valores e expectativas dos colaboradores. Isso é fundamental para criar um
ambiente onde os funcionários se sintam parte integrante da empresa;
• Avaliação da liderança
- As opiniões dos colaboradores sobre a liderança da empresa podem ser ava-
Ordem dos Contabilistas Certificados
• Monitorização da mudança
- À medida que a empresa implementa mudanças, seja em políticas, processos
ou estrutura organizacional, a avaliação dos colaboradores ajuda o acompa-
nhamento do impacto dessas mudanças e a ajustá-las conforme necessário;
Desempenho
Avaliação do
• Tomada de decisões estratégicas
- As opiniões dos colaboradores podem influenciar as decisões estratégicas
da empresa. Por exemplo, se muitos colaboradores expressarem insatisfação
com determinadas situações especificas, isso pode sinalizar a necessidade de
VIII.02
revisão das mesmas;
• Transparência e comunicação
- Realizar avaliações regulares mostra que a empresa valoriza a opinião dos
colaboradores e promove um ambiente de transparência e comunicação
aberta, estando a organização como um todo num determinado caminho.
31
Ordem dos Contabilistas Certificados
Numa escala de [1 a 5], classifique o seu grau de motivação, sendo 1 = Muito desmotivado; 2
= Pouco desmotivado; 3 = Indiferente; 4 = Pouco motivado; 5 = Muito motivado
Desempenho
Avaliação do
no local de trabalho
Atmosfera de trabalho e cultura da entidade
Tratamento dado às questões sociais,
VIII.02
ambientais e de higiene e segurança
Flexibilidade do horário de trabalho
e a possibilidade de conciliar o trabalho
com a vida familiar e os assuntos pessoais
Satisfação global
Grau de Satisfação O que falta para
Indicador que o grau de
1 2 3 4 5
satisfação seja 5?
Imagem global da entidade
Desempenho global da entidade
Papel da entidade na sociedade
Relações da entidade com os clientes
33
e a sociedade
Nível de envolvimento das pessoas
na entidade e na respetiva missão
Nome:
Para cada objetivo definido, assinale com X o nível que considera adequado ao seu desem-
penho ao longo do período.
Desempenho
Avaliação do
Muito Necessita
Competências Excelente Bom Insuficiente
Bom Desenvolvimento
Adaptação e melhoria contínua
Conhecimentos especializados
e experiência
Iniciativa e autonomia
Orientação para os resultados
Relação com o cliente
Responsabilidade
e compromisso com o serviço
Trabalho de equipa e cooperação
Desempenho
Avaliação do
Necessita desenvolvimento – Não atingi o modelo de comportamentos definido para a
competência, atuando de forma irregular e variável, revelando algumas dificuldades de de-
sempenho.
VIII.02
Insuficiente – Estou claramente abaixo do modelo de comportamentos definido para a com-
petência, evidenciando deficiências graves de desempenho e revelando comportamentos
desadequados à função.
Comentários e Propostas:
35
Total da Ponderação/
Classificação (70%)
O Avaliado:
Ordem dos Contabilistas Certificados
O Gerente:
Classificação Classificação
1 2 3 4
Quantitativa Qualitativa
Satisfação global
Imagem global da entidade
Desempenho
Avaliação do
Desempenho
Avaliação do
VIII.02
37
Ordem dos Contabilistas Certificados
Gestão da melhoria
3.1. Enquadramento
da melhoria
detetadas oportunidades de melhoria da eficácia e eficiência.
Gestão
No caso de potenciais problemas, a gestor define a equipa que procederá à identi-
VIII.03
ficação das causas que poderão estar na origem do problema. Após a identificação
do problema, bem como as suas causas, deve o gestor definir as ações mitigantes
por forma a que este seja solucionado, tendo como objetivo a melhoria do serviço 39
prestado. As ações definidas pelo gestor classificam-se da seguinte forma:
Documentos de origem
No caso de nao
Avaliação da mensurabilidade da sugestão ou oportunidade identificada a causa
de forma clara ou a
ação sugerida não
da melhoria
original, devem
ser analisados os
Solução preventiva das não conformidades documentos de
VIII.03
origem
lmplementação
40
Avaliação da implementação
É importante destacar que a melhoria contínua não é um evento único, mas sim
uma mentalidade e uma abordagem à cultura da própria empresa. Envolve o
compromisso de toda a equipa na procura de formas de melhoria dos processos
e dos resultados, com o objetivo de criar uma organização mais eficiente, ágil e
capaz de corresponder às necessidades dos clientes.
da melhoria
Gestão
VIII.03
41
Ordem dos Contabilistas Certificados
□Sugestão □ Reclamação
Sugestão ou Reclamação apresentada por:
CONTACTOS
VIII.03
Telf:
42
E-mail:
Data: / /
Cliente: Relatório Nº
Identificação:
Descrição:
1. Fornecimento:
da melhoria
Nome do Fornecedor:
Gestão
Pedido de Compra:
VIII.03
2. Descritivo:
43
3. Disposições:
□ Aceitar □
Corrigir □Fornecer novo produto □Corrigir produto
4.Análise da Causa: Responsável: Data:
7. Grupo de Análise
Função: Nome: Assinatura: Data:
da melhoria
Gestão
VIII.03
44
4.1. Enquadramento
• Identificação de ineficiências
- A avaliação do desempenho é um olhar crítico sobre os processos contabilís-
ticos existentes, permitindo a identificação de áreas de ineficiência. Por meio
desta análise, os escritórios podem evidenciar etapas que consomem mais
tempo do que o necessário, identificar redundâncias e identificar pontos que
prejudicam o fluxo das operações. A identificação precoce das ineficiências
oferece a oportunidade de reestruturar processos, simplificar fluxos de tra-
balho e implementar ferramentas tecnológicas que automatizem tarefas re- 45
petitivas. Ao eliminar os obstáculos que impedem a eficiência, os escritórios
para a produtividade
de contabilidade aumentam sua produtividade geral, economizando tempo
e recursos;
Contribuição
• Prevenção de erros
- O controlo interno reduz a ocorrência de erros e inconsistências, minimizan-
VIII.04
do a necessidade de correções demoradas. Processos bem definidos, revisões
rigorosas e verificações de conformidade reduzem significativamente a proba-
bilidade de erros e inconsistências. A deteção precoce e a correção de erros
minimizam a necessidade de gastar tempo e recursos valiosos na resolução de
problemas que poderiam ser evitados. Isso resulta em maior eficiência ope-
racional, uma vez que a equipa pode concentrar-se em tarefas de maior valor
agregado, em vez de lidar com erros que poderiam ter sido evitados;
• Gestão de riscos
- O controlo interno não se trata apenas de eficiência operacional, mas tam-
bém de gestão de riscos. Identificar e avaliar riscos potenciais nos processos
Ordem dos Contabilistas Certificados
• Melhoria da qualidade
- A avaliação constante do desempenho, parte integrante do controlo interno,
está intrinsecamente ligada à melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Através da análise rigorosa das demonstrações financeiras, verificações de
conformidade e revisões detalhadas, os escritórios de contabilidade assegu-
ram que as informações financeiras apresentadas sejam precisas, confiáveis
e em conformidade com o normativo contabilístico. Essa qualidade reflete-se
diretamente na confiança dos stakeholders, incluindo clientes, investidores e
reguladores. A reputação de fornecer serviços de alta qualidade não só gera
satisfação do cliente, mas também atrai novos negócios e fortalece a posição
competitiva no mercado. A avaliação do desempenho garante a precisão e a
integridade das informações contabilísticas, resultando em demonstrações
financeiras confiáveis e de alta qualidade;
• Conformidade legal
46 - O controlo interno rigoroso assegura que os escritórios de contabilidade
estejam em conformidade com as normas contabilísticas e a legislação, evi-
para a produtividade
4.2. Pontos-chave
47
para a produtividade
Contribuição
VIII.04
Ordem dos Contabilistas Certificados
4.3. Autoavaliação
Observações
48
Quais os procedimentos de melhoria que pretende implementar?
para a produtividade
Contribuição
VIII.04
IX
Gestão
de Recursos
Humanos
2023
Guia de Boas Práticas Profissionais
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
4.3. Pontos-chave 60
4.4. Autoavaliação 61
Apresentação
O sucesso nasce do querer, do trabalho persistente, do empenho constante, da
união, do espírito de equipa, da motivação altruísta e alegria para se alcançar o
objetivo traçado. Por mais ambiciosos que sejam os objetivos, com a atitude cor-
reta, conseguimos alcançar os nossos sonhos. É este o mote de mais um grande
projeto da Ordem dos Contabilistas Certificados, diria mesmo, o grande projeto da
Ordem para a reformulação, reorganização e reconstrução das bases necessárias
para mais uma elevação da profissão de Contabilista Certificado.
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
5
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
6 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
Exercício da
IX.01
Exercício da profissão de Contabilista Certificado
1.1. Enquadramento
regional ou local;
no escritório....
gestão dos recursos
2.1. Contrato de trabalho vs.
IX.02 Ahumanos
Contrato de prestação de serviços
O contrato individual de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa se obriga, me-
diante retribuição, a prestar a sua atividade intelectual ou manual a outra ou outras
pessoas, no âmbito de organização e sob a autoridade e direção destas – artigo 11.º
13
do Código do Trabalho (CT) e artigo 1152.º do Código Civil.
Define-se como contrato de prestação de serviços aquele em que, uma das partes
se obriga a proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou
manual, com ou sem retribuição – artigo 1154.º do Código Civil.
Concentramos a nossa análise nos contratos individuais de trabalho, uma vez ser
Ordem dos Contabilistas Certificados
no escritório....
gestão dos recursos
2. Não estar sujeito a forma especial, salvo quando a lei determina o contrário
– artigo 110.º CT. Quer isto dizer que, o contrato de trabalho pode ser verbal, só
IX.02 Ahumanos
havendo obrigação de o reduzir escrito, caso se verifiquem determinadas especi-
ficidades:
A duração do contrato de trabalho a termo certo não pode ser superior a dois
anos e a duração do contrato a termo incerto não pode ser superior a 4 anos
(artigo 148.º CT).
O contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado até três vezes e a 15
duração total das renovações não pode exceder a do período inicial daquele
(artigo 149.º CT). Por exemplo: um contrato a termo celebrado por 1 ano, pode
ser objeto de 3 renovações, desde que a soma dos períodos de renovação não
ultrapasse 1 ano; um contrato de 6 meses, pode ter uma renovação de 1 mês, 1
renovação por 3 meses e outra renovação por 2 meses.
Só pode ser celebrado a termo resolutivo, certo ou incerto, nas situações pre-
vistas para a celebração de utilização (artigo 175.º CT).
Caso a forma escrita não seja respeitada, tal determina a consolidação dos con-
tratos como contratos por tempo indeterminado.
O facto de não ser obrigatória a redução do contrato de trabalho a escrito, não de-
sonera o empregador de dar informação obrigatória ao trabalhador sobre aspetos
relevantes do contrato (artigo 106.º CT).
Informação* Prazo
g) Aviso prévio: prazos e requisitos formais para a ces- No prazo de 1 mês contado a
sação dos contratos ou critério para sua determinação partir do início da execução do
contrato;
Ordem dos Contabilistas Certificados
Informação* Prazo
no escritório....
gestão dos recursos
Informação pode ser substi-
tuída pelas disposições da lei,
IRCT ou regulamento interno de
IX.02 Ahumanos
empresa.
i) Período normal de trabalho: diário e semanal, es- Até ao 7.º dia subsequente ao
pecificando os casos em que é definido em termos início da execução do contrato;
médios; regime do trabalho suplementar e de organi-
zação por turnos Informação pode ser substi-
tuída pelas disposições da lei,
IRCT ou regulamento interno de
empresa.
Informação* Prazo
* Quando a informação seja prestada em mais do que 1 documento, 1 deles deve obrigato-
riamente conter as alíneas a), b), c), d) e), h), i), o) e q).
A informação é prestada em suporte papel ou em formato eletrónico e considera-se cumpri-
da quando a informação em causa conste de contrato de trabalho reduzido a escrito ou de
contrato-promessa de contrato de trabalho.
no escritório....
gestão dos recursos
determinados deveres fundamentais. Apresentamos, de forma meramente exempli-
ficativa, uma Minuta de Contrato de Trabalho, por entendermos que existem muitas
cláusulas específicas para os trabalhadores dos escritórios de contabilidade, nomea-
IX.02 Ahumanos
damente, no que se refere ao dever de confidencialidade e às regras do tratamento
de dados pessoais (tratado no Volume VII do Guia de Boas Práticas Profissionais).
Entre: X, com sede …, pessoa coletiva n.º…, representada por…, que inter-
vém no presente contrato na qualidade de Entidade Empregadora,
E
X, solteiro, maior, residente …, portador do cartão do cidadão n.º…, contri-
buinte fiscal n.º…, beneficiário da segurança social n.º…, que intervém no
presente contrato na qualidade de Trabalhador,
19
É celebrado e mutuamente aceite o presente CONTRATO DE TRABALHO, o
qual se rege de acordo com o disposto nas cláusulas seguintes, bem como
na regulamentação coletiva e legislação geral aplicáveis:
Cláusula Primeira
(Objeto)
1. A Entidade Empregadora contrata o Trabalhador para exercer, sob a sua
autoridade e direção, as funções correspondentes à categoria profissional
de Contabilista certificado, competindo-lhe entre outras as seguintes fun-
ções: assumir a responsabilidade pela regularidade técnica, na área conta-
bilística, incluindo a assinatura das demonstrações financeiras e das declara-
ções fiscais que tenham por base informação contabilística, das entidades,
públicas ou privadas, clientes da Entidade Empregadora, que possuam ou
devam possuir contabilidade organizada, respeitando as normas legais, os
princípios contabilísticos vigentes e as orientações aplicáveis.
2. Sempre que o interesse da Entidade Empregadora o determine, o Traba-
lhador poderá ser temporariamente encarregue por aquela do desempenho
de quaisquer outras funções ou tarefas não compreendidas na atividade para
Ordem dos Contabilistas Certificados
Cláusula Segunda
(Período experimental)
1. O período experimental é de 180 (cento e oitenta) dias, atendendo a que
se trata do exercício de funções de complexidade técnica e elevado grau de
responsabilidade.
Cláusula Terceira
(Formação contínua)
A Entidade Empregadora obriga-se a proporcionar ao Trabalhador, formação
contínua adequada à melhoria das aptidões profissionais e do trabalho a
desenvolver, assegurando formação mínima de 40 (quarenta) horas anuais.
Cláusula Quarta
(Local de trabalho)
1. O Trabalhador deve prestar o seu trabalho, sob as ordens, direção e fisca-
lização da Entidade Empregadora ou de quem legitimamente a represente,
em qualquer estabelecimento, escritório ou unidade de negócio desta, ou
estabelecimento de qualquer seu cliente onde seja requerida a prestação de
serviços, sito na área metropolitana da sede, ficando inicialmente adstrito a
prestar funções no estabelecimento sede da Entidade Empregadora em ….
Ordem dos Contabilistas Certificados
no escritório....
gestão dos recursos
gadora, ou estabelecimento de qualquer seu cliente onde seja requerida
a prestação de serviços, no âmbito da área geográfica que constitui o seu
local de trabalho.
IX.02 Ahumanos
3. O Trabalhador estará disponível para realizar deslocações e estadas em
Portugal ou no estrangeiro no âmbito das suas funções profissionais ou com
vista à participação nas ações de formação profissional ou estágios que a
Entidade Empregadora entenda necessários ou convenientes.
Cláusula Quinta
(Período normal de trabalho e horário de trabalho)
1. O período normal de trabalho do Trabalhador será de 40 (quarenta) horas
em cada semana.
a respetiva formalização.
Cláusula Sexta
(Retribuição e Outras prestações patrimoniais)
1. O Trabalhador auferirá a retribuição base mensal ilíquida de € ,00 (… eu-
no escritório....
Cláusula Sétima
(Férias)
1. O Trabalhador tem direito a gozar, anualmente, um período de férias re-
muneradas de 22 (vinte e dois) dias úteis, sem prejuízo do disposto nos
Números seguintes.
Cláusula Oitava
(Obrigações Especiais do Trabalhador)
1. Para além das demais obrigações previstas na lei, o Trabalhador ficará
no escritório....
gestão dos recursos
sujeito às seguintes obrigações:
IX.02 Ahumanos
deverá guardar absoluto segredo sobre quaisquer informações ou conheci-
mentos de natureza técnica, empresarial ou outra, adquiridos, necessária ou
involuntariamente, durante a relação laboral ou por causa desta, respeitan-
tes à Entidade Empregadora ou a quaisquer outras pessoas, singulares ou
coletivas, que com estas se relacionem, nomeadamente administradores,
diretores, outros trabalhadores, clientes, parceiros e fornecedores, salvo se
previamente autorizado por escrito pela Entidade Empregadora.
(f) Obriga-se a zelar pela conservação e boa utilização dos bens relacionados
com o seu trabalho, incluindo quaisquer equipamentos ou documentos que
no escritório....
gestão dos recursos
divulgação indevida.
Cláusula Nona
(Equipamento Eletrónico/Correspondência Eletrónica)
1. O Trabalhador declara e reconhece que todos os equipamentos, materiais
e serviços eletrónicos, informáticos ou de comunicação, nomeadamente
computadores, impressoras, equipamentos de telecópia, telefones, endere-
ços de correio eletrónico e acessos à “internet”, por si utilizados no âmbito
das suas funções, são propriedade da Entidade Empregadora e apenas de-
verão ser utilizados para fins profissionais.
Cláusula Décima
(Dados Pessoais)
1. Para cumprimento das obrigações legais de processamento de salários e
de gestão de recursos humanos e demais obrigações no âmbito da relação
Ordem dos Contabilistas Certificados
no escritório....
gestão dos recursos
gurança Social, passaporte, título de residência, entre outros que se venham
a revelar necessários;
IX.02 Ahumanos
b) Situação familiar: estado civil, nome do cônjuge, filhos ou pessoas a cargo
e outras informações suscetíveis de determinar a atribuição de complemen-
tos de retribuição;
25
e) Outros dados: eventual grau de incapacidade respetivo ou de membro do
seu agregado familiar, eventual incapacidade temporária resultante de aci-
dente de trabalho ou de doença profissional, local de pagamento, número
de conta bancária e identificação da instituição.
f) Quaisquer outros fins aqui não referidos, mas inerentes ao exercício dos
direitos e deveres compreendidos na relação laboral entre Trabalhador e
Entidade Empregadora.
no escritório....
gestão dos recursos
seguintes entidades:
Cláusula Décima-primeira
(Início e duração do contrato)
1. O contrato tem início na data de….
no escritório....
gestão dos recursos
2. O prazo de aviso prévio a observar pelo Trabalhador para a denúncia do
contrato de trabalho, independentemente de justa causa, é de 30 ou 60
IX.02 Ahumanos
(trinta ou sessenta) dias, consoante o contrato tenha duração até dois anos
ou mais de dois anos de antiguidade, respetivamente.
Cláusula Décima-segunda
(Seguro de Acidentes de Trabalho e Fundo de Compensação)
1. A responsabilidade emergente de acidente de trabalho encontra-se trans-
27
ferida para a companhia de Seguros __, através da apólice número __.
2. Nos termos e para os efeitos previstos no artigo 106.º, n.º 3, alínea m), do
Código do Trabalho, a Entidade Empregadora declara que aderiu ao Fundo
de Garantia de Compensação do Trabalho, previsto em legislação específica.
Cláusula Décima-terceira
(Notificações e comunicações)
1. Quaisquer notificações ou comunicações a efetuar entre as Partes, nos ter-
mos e ao abrigo do presente Contrato, serão suficientes, válidas e eficazes,
a partir da data da sua receção, quando não seja outra a forma especialmen-
te prevista, desde que feitas por escrito e entregues em mão ou enviadas
por correio registado ou expresso, ou por correio eletrónico confirmado, nos
3 (três) dias seguintes, por correio registado ou expresso, para as moradas
constantes do cabeçalho do presente Contrato ou para os seguintes emails:
Entidade Empregadora: …
Ordem dos Contabilistas Certificados
Trabalhador: …
Cláusula Décima-quarta
(Lei aplicável e regulamentação coletiva)
Em tudo o que estiver omisso no presente Contrato aplicar-se-á a regula-
mentação coletiva de trabalho aplicável, em especial o Contrato Coletivo
de Trabalho celebrado entre a APECA - Associação Portuguesa das Empre-
sas de Contabilidade e Administração e a FEPCES - Federação Portuguesa
dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços e outro – revisão global,
publicado no Boletim do Trabalho e do Emprego n.º 1 de 8/01/2023 e (caso
28
aplicável) pela Portaria de Extensão n.º 152/2023 de 6 de junho do Contrato
Coletivo de Trabalho entre a APECA - Associação Portuguesa das Empresas
de Contabilidade e Administração e a FEPCES - Federação Portuguesa dos
Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços e outro, e, subsidiariamente,
o Código do Trabalho e demais legislação aplicável.
Cidade, data.
no escritório....
O contrato de trabalho na sua formulação e vigência está sujeito, em especial, aos
IX.02 Ahumanos
Esta norma, porque inserida em legislação especial, não menciona as fontes co-
muns, cuja aplicação aos contratos de trabalho é automática.
• Imperativa de conteúdo fixo, sendo exemplo no n.º 2 do artigo 236.º do CT, isto
quer dizer que não é possível um IRCT fixar feriados diferentes dos que o Código
apresenta.
30 • Supletiva, o IRCT pode dispor sobre determinadas matérias, como sejam a mobi-
lidade geográfica e funcional, a organização do tempo de trabalho e a retribuição.
• Convénio-dispositiva, sendo exemplo o n.º 9 do artigo 131.º CT, isto quer dizer
que o IRCT pode adaptar as regras da formação contínua, tendo em conta as ca-
racterísticas do sector de atividade, a qualificação dos trabalhadores e a dimensão
da empresa.
• IRCT-dispositivas, sendo exemplo o artigo 208.º CT, isto quer dizer que só por
IRCT pode ser instituído um regime de banco de horas.
• Contrato-dispositivas, sendo exemplo o n.º 3 do artigo 111.º: CT, isto quer di-
zer que o período experimental só pode ser excluído por acordo escrito entre as
partes.
b) Proteção na parentalidade;
no escritório....
c) Trabalho de menores;
IX.02 Ahumanos
ça crónica;
e) Trabalhador-estudante;
trabalho suplementar;
k) Teletrabalho;
3 - Inexistindo IRCT prévio e não sendo, por esse motivo, viável recorrer à Porta-
ria de extensão, o governo pode regulamentar as lacunas existentes através da
Portaria de condições de trabalho.
no escritório....
As partes signatárias do CCT requereram a sua extensão, em Portugal continental,
IX.02 Ahumanos
não são filiados nas organizações sindicais outorgantes.
Salientamos, porém, que a Portaria de extensão não faz aplicar o CCT no seu todo,
não havendo aplicação das Cláusulas do CCT se estas conflituarem com regras
legais imperativas do Código do Trabalho.
Cláusula 14.ª n.º 3: “O contabilista certificado, quando cesse o seu contrato indi-
vidual de trabalho, não pode assumir qualquer vínculo contratual relativamente a
clientes do seu empregador, até ao termo do exercício seguinte ao da cessação do
contrato de trabalho.” Em bom rigor, esta é uma limitação à liberdade de trabalho,
que assiste a um trabalhador por conta de outrem quando cessa a sua relação con-
tratual – artigo 47.º da Constituição da República Portuguesa.
O artigo 136.º do Código do Trabalho que trata dos Pactos de não concorrência,
estabelece que só é lícita a limitação da atividade do trabalhador subsequente à
cessação do contrato se durante o período de limitação da atividade for atribuída
uma compensação ao trabalhador. Tratando-se de norma imperativa, não permite
que o n.º 3 da Cláusula 14.ª do CCT seja estendido, pelo que qualquer limitação à
liberdade de exercício da profissão de contabilista certificado só pode ser estabe-
lecida mediante compensação pecuniária.
Cláusula 27.ª n.º 2: “Os trabalhadores que tenham trabalhado nos dias de descanso
Ordem dos Contabilistas Certificados
Ou seja:
Empregadores que prestam serviços de Aplicam o CCT celebrado entre a APECA -
contabilidade, fiscalidade e administra- Associação Portuguesa das Empresas de
ção de empresas, que sejam associados Contabilidade e Administração e a FEPCES
no escritório....
gestão dos recursos
no escritório....
contabilista certificado, quando cesse o seu contrato individual de trabalho, não
IX.02 Ahumanos
(não aplicável pela Portaria de extensão).
- Anexo II- Enquadramento por níveis de retribuição e Anexo III – Tabela salarial
Nível Categoria Profissional Remuneração
no escritório....
gestão dos recursos
entidade empregadora de prevenir riscos e doenças profissionais, tendo em conta
a proteção da segurança e saúde do trabalhador, a inclusão do trabalhador numa
apólice de seguro de acidentes de trabalho (artigo 283.º CT) e a comunicação da
IX.02 Ahumanos
sua admissão à Segurança Social nos termos do Código dos Regimes Contributivos
do Sistema Previdencial da Segurança Social.
Assim, nesta matéria, recorremos à Lei n.º 102/2009, de 10/9, a qual estabelece o re-
gime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, obrigatoriamente apli-
cável a todas as entidades empregadoras e seus trabalhadores por conta de outrem. 37
As consultas de vigilância da saúde devem ser efetuadas por médico e sem prejuízo do
disposto em legislação especial, devem ser realizados os seguintes exames de saúde:
Quer isto dizer que durante o período de impedimento para o trabalho, por motivo de
acidente de trabalho, é a Seguradora obrigada a assumir todas as prestações a que o
trabalhador teria direito caso não se tivesse verificado a eventualidade do acidente.
da falta justificada [alínea d) do n.º 2 do artigo 249.º], não afetando qualquer direito
do trabalhador, exceto a perda de retribuição, pois que por motivo de acidente de
trabalho é o seguro de acidentes de trabalho que compensa o trabalhador pela
perda da capacidade de trabalho, nos termos supra expostos.
no escritório....
vos do Sistema Previdencial de Segurança Social (Lei n.º 110/2009, de 16 de setem-
IX.02 Ahumanos
A admissão dos trabalhadores, tal como dispõe o artigo 29.º do Código Contributi-
vo, é obrigatoriamente comunicada no website da segurança social:
b) Nas vinte e quatro horas seguintes ao início da atividade sempre que, por ra-
zões excecionais e devidamente fundamentadas, ligadas à celebração de con-
tratos de trabalho de muito curta duração ou à prestação de trabalho por tur-
nos a comunicação não possa ser efetuada no prazo previsto na alínea anterior.
2.4. Pontos-chave
40
2.5. Autoavaliação
no escritório....
Os trabalhadores receberam as informações obrigatórias (artigo
IX.02 Ahumanos
sa de contabilidade?
Todos os trabalhadores estão incluídos na apólice de seguro de aci-
dentes de trabalho?
Todos os trabalhadores realizaram a consulta de medicina do tra-
balho?
Observações
41
3.1. A retribuição
Política Salarial
da retribuição deve ter-se em conta a quantidade, natureza e qualidade do tra-
e Regalias
balho, observando-se o princípio de que, para trabalho igual ou de valor igual,
salário igual.”
IX.03
Os empregadores estão naturalmente condicionados pelas regras legais aplicáveis
43
à definição daquilo que se considera retribuição e outras prestações patrimoniais -
artigos 258.º a 280.º do CT e, no caso das empresas que prestam serviços de conta-
bilidade, fiscalidade e administração, também pelo Contrato Coletivo de Trabalho
celebrado entre a APECA - Associação Portuguesa das Empresas de Contabilidade
e Administração e a FEPCES - Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio,
Escritórios e Serviços e outro – revisão global, publicado no Boletim do Trabalho e
do Emprego n.º 1 de 8/01/2023, diretamente aplicável aos associados das partes
outorgantes ou em Portugal continental por aplicação da Portaria de extensão n.º
152/2023, de 6 de junho.
Considera-se retribuição (artigo 258.º CT) a prestação a que, nos termos do con-
trato, das normas que o regem ou dos usos, o trabalhador tem direito em con-
trapartida do seu trabalho. A retribuição compreende a retribuição base e outras
prestações regulares e periódicas feitas, direta ou indiretamente, em dinheiro ou
em espécie, presumindo-se constituir retribuição qualquer prestação do emprega-
dor ao trabalhador.
A retribuição pode ser certa, variável ou mista, sendo esta constituída por uma par-
Ordem dos Contabilistas Certificados
(Ou seja, até determinado valor considerado “normal” não se considera tal
e Regalias
para carreira contributiva. Estes valores são definidos por Portaria, qua analisa-
mos de seguida).
i) Às gratificações que sejam devidas por força do contrato ou das normas que
o regem, ainda que a sua atribuição esteja condicionada aos bons serviços do
trabalhador, nem àquelas que, pela sua importância e carácter regular e perma-
nente, devam, segundo os usos, considerar-se como elemento integrante da
retribuição daquele;
Ordem dos Contabilistas Certificados
Política Salarial
e Regalias
- Importâncias auferidas pela utilização de automóvel próprio em serviço da
entidade empregadora;
IX.03
- Os valores atribuídos pela entidade patronal ao trabalhador em vales de trans-
portes públicos coletivos; 45
No que respeita àquilo que se considera ser então a parte excluída de tributa-
ção das ajudas de custo, subsídio de refeição, abonos de viagem e despesas de
transporte, as entidades privadas seguem os valores definidos para o setor público
fixadas por Portaria. Assim, nos termos da Portaria 1553-D/2008, de 31/12, após
Decreto-Lei 137/2010, de 28/12, e Lei 66-B/2012, de 31/12, é atribuída isenção até
aos seguintes valores:
Ordem dos Contabilistas Certificados
De acordo com o Decreto-Lei n.º 106/98, quanto a ajudas de custo: nas desloca-
ções diárias para além de 20 quilómetros do domicílio necessário abonam-se as
Salarial
seguintes percentagens:
e Regalias
IX.03 Política
Política Salarial
263.º CT e Cláusula 50.ª CCT neração base e diuturnidades), que deve ser pago até 15
e Regalias
de dezembro de cada ano, sendo proporcional ao tempo
de serviço prestado no ano civil de admissão do trabalha-
dor, de cessação do contrato de trabalho, ou em caso de
IX.03
suspensão de contrato de trabalho por facto respeitante
ao trabalhador. 47
Retribuição por exercício Retribuição mais elevada que corresponda a essas fun-
de funções afins ou fun- ções, enquanto tal exercício se mantiver.
cionalmente ligadas: artigo
267.º CT e Cláusula 9.ª CCT.
Diga-se que, nos termos do artigo 279.º CT e Cláusula 49.ª CCT, o empregador
durante a vigência do contrato, não pode compensar a retribuição em dívida com
crédito que tenha sobre o trabalhador, nem fazer desconto ou dedução no montan-
te daquela, salvo algumas exceções:
Política Salarial
e Regalias
d) A amortização de capital ou pagamento de juros de empréstimo concedido
pelo empregador ao trabalhador;
IX.03
e) A preço de refeições no local de trabalho, de utilização de telefone, de for-
49
necimento de géneros, de combustíveis ou materiais, quando solicitados pelo
trabalhador, ou outra despesa efectuada pelo empregador por conta do traba-
lhador com o acordo deste;
Os referidos descontos, com exceção do mencionado na alínea a), não podem ex-
ceder, no seu conjunto, um sexto da retribuição.
3.4. Pontos-Chave
• Para uma boa gestão de recursos humanos é essencial definir de forma objeti-
va a remuneração dos trabalhadores, com base no princípio de “trabalho igual,
salário igual”, segundo critérios de quantidade, natureza e qualidade do trabalho
prestado.
50
3.5. Autoavaliação
Observações
Política Salarial
e Regalias
IX.03
51
Ordem dos Contabilistas Certificados
contínua
trabalhadores
Promover a qualificação ou reconversão profissional de trabalhador em risco de desem-
prego
IX.04 AdosFormação
Promover a reabilitação profissional de trabalhador com deficiência, em particular da-
quele cuja incapacidade resulta de acidente de trabalho
As horas de formação que não sejam asseguradas pelo empregador até ao termo
dos dois anos posteriores ao seu vencimento, transformam-se em crédito de horas
em igual número para formação por iniciativa do trabalhador. O crédito de horas
para formação é referido ao período normal de trabalho, confere direito a retribui-
ção e conta como tempo de serviço efetivo.
O crédito de horas para formação que não seja utilizado cessa passados três anos
sobre a sua constituição.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Fazemos notar que a Ordem dos Contabilistas Certificados é uma entidade reco-
nhecida para ministrar ações de formação profissional, promovendo pela excelên-
cia e capacitação profissional dos contabilistas certificados, por forma a prestarem
os melhores serviços aos seus clientes e assim reforçarem o interesse público, re-
putação e dignificação da profissão, bem como o seu valor junto da economia e
sociedade civil.
A formação profissional contínua tem por objetivo facultar aos contabilistas cer-
tificados os conhecimentos necessários para um exercício da profissão pautado
pelos mais elevados padrões de excelência e rigor técnico, que contribua para o
interesse público da profissão, permitindo uma permanente atualização em maté-
rias de natureza técnica e deontológica. Está disponível para consulta no website
da Ordem dos Contabilistas Certificados o Plano anual de formação, cuja consulta
se recomenda.
55
contínua
trabalhadores
IX.04 AdosFormação
Ordem dos Contabilistas Certificados
56
Levantamento das Necessidades de Formação
Necessidades de Formação
Ano: 202_
Área de Formação/
Objetivos Formando N.º Horas Data Entidade Formadora
Formação
Guia de Boas Práticas Profissionais
contínua
trabalhadores
IX.04 AdosFormação
contínua
trabalhadores
IX.04 AdosFormação
58
Relatório de Ações de Formação
Ação de Formação
Data Local Relatório Tipo de Ação Nº de formandos Assinatura
Formação Interna/Externa Empresa/Formador
Nome: ________________________________________________________________
Formador/Entidade: ___________________________________________________
AVALIAÇÃO
contínua
Rúbrica:
trabalhadores
Data: ____/____/______ ____/____/______
IX.04 AdosFormação
Positivo – Em acordo com as expectativas
Nulo – Sem quaisquer expetativas
Negativo – em desacordo com as expectativas
OBSERVAÇÕES/SUGESTÕES:
Sim Não
4.3. Pontos-chave
60
contínua
trabalhadores
IX.04 AdosFormação
4.4. Autoavaliação
Observações
61
contínua
trabalhadores
IX.04 AdosFormação
Ordem dos Contabilistas Certificados
com a ACT
mediante utilização de qualquer meio, como por exemplo a intranet.
relação da Entidade
Com o intuito de auxiliar os escritórios de contabilidade no cumprimento das obri-
IX.05 AEmpregadora
gações a que estão sujeitos, na qualidade de entidade empregadora, apresenta-
mos uma checklist para validação, autonomizando as obrigações a cumprir no Con-
tinente, na Região Autónoma da Madeira e Região Autónoma dos Açores.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Principal
Afixações obrigatórias
Há registo?
da responsabilidade de todas as Entidade Empregadoras:
Mapa de horário de trabalho - Artigos 215.º afixação durante a vigência,
e 216.º CT disponível e atualizado em
cada estabelecimento
Mapa de férias - Artigo 241.º n.º 9 CT afixação permanente, entre 15
de abril e 31 de outubro
Indicação do Instrumento de Regulamen- afixação permanente
tação Coletiva de Trabalho (se aplicável)
Artigo 480.º n.º 1 CT
Informação relativa aos direitos e deveres afixação permanente
do trabalhador em matéria de igualdade e
não discriminação – Artigo 24.º n.º 4 CT
Informação referente ao direito de paren- afixação permanente
talidade – Artigo 127.º n.º 4 CT
Disposições legais relativas a direitos e afixação permanente
obrigações do sinistrado e dos responsá-
veis – Artigo 177.º n.º 1 da Lei n.º 98/2009,
64
de 4 de setembro
Secundário
Outras afixações obrigatórias
Há registo?
em determinadas eventualidades ou áreas de atividade:
Alteração do horário de trabalho, caso tal afixação com a antecedência
alteração seja de duração superior a uma de 7 dias, ou 3 dias, no caso
semana – Artigo 217.º n.º 2 CT de microempresas.
Código de Boa Conduta para a prevenção afixação durante a vigência
e combate ao assédio no trabalho em em-
presa com 7 ou mais trabalhadores
Artigo 127.º n.º 1 alínea k);
com a ACT
relação da Entidade
Principal
Comunicações obrigatórias
Há registo?
da responsabilidade de todas as Entidades Empregadoras:
Adesão ao Fundo de compensação do tra- obrigação revogada com
balho ou mecanismo equivalente – Artigo entrada em vigor da Agen-
127.º n.º 5 da do Trabalho Digno, mas
para os contratos celebrados
em data anterior a 1 de maio
2023 tem de ser mantida a
evidência do cumprimento
da comunicação à ACT
Relatório Único (inclui trabalho suple- deve ser comunicado entre
mentar e contratos a termo) – Portaria n.º 16 de março e 15 de abril. 65
55/2010, de 21 de janeiro
Secundário
Outras Comunicações obrigatórias
Há registo?
em determinadas eventualidades ou áreas de atividade:
Obrigação de comunicação à ACT da de- comunicação a enviar nos 15
núncia de contrato de trabalho durante o dias posteriores à denúncia
período experimental de trabalhadores à do contrato; incumprimento
procura do 1.º emprego e Desempregados é contraordenação grave
de longa duração – n.º 6 do artigo 114.ºCT
Acidente de trabalho mortal ou grave – Ar- o empregador deve comu-
com a ACT
tigo 111.º n.º 1 da Lei n.º 102/2009, de 10 de nicar à ACT os acidentes
relação da Entidade
setembro mortais, bem como aqueles
que evidenciem lesão física
IX.05 AEmpregadora
grave, nas 24 horas a seguir
à ocorrência
Ordem dos Contabilistas Certificados
Comunicações obrigatórias à
Há registo?
CITE – Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego:
IX.05 AEmpregadora
Comunicações obrigatórias à
Há registo?
CITE – Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego:
A entidade empregadora deve comunicar, com a antecedência mínima
de cinco dias úteis à data do aviso prévio, o motivo da não renovação de
contrato de trabalho a termo sempre que estiver em causa uma trabalha-
dora grávida, puérpera ou lactante, um trabalhador no gozo de licença
parental ou trabalhador cuidador – Artigo 144.º CT.
com a ACT
relação da Entidade
Recibos de retribuição – Artigos 276.º n.º 3 e 177.º n.º 2 da Lei 98/2009
(devem ser entregues ao trabalhador).
IX.05 AEmpregadora
Contratos de trabalho sem termo – Artigo 11.º.
Contratos de trabalho a termo – Artigos 140.º e seguintes.
Contratos de utilização de trabalho temporário e Contratos de trabalho
temporário – Artigo 175.º
Ordem dos Contabilistas Certificados
68
Previsto na Lei n.º 98/2009, de 4 de setembro (Regulamenta o Regime de
Há registo?
Reparação de Acidentes de Trabalho e de Doenças Profissionais)
Apólice de acidentes de trabalho, último recibo pago e declaração de
retribuições à Seguradora – Artigo 79.º.
2 alínea b).
Relatórios sobre acidentes de trabalho – Artigo 98.º n.º 2 alínea c).
IX.05 AEmpregadora
69
com a ACT
relação da Entidade
IX.05 AEmpregadora
Ordem dos Contabilistas Certificados
Principal
Afixações obrigatórias
Há registo?
da responsabilidade de todas as Entidade Empregadoras:
Mapa de horário de trabalho afixação durante a vigência,
Artigos 215.º e 216.º CT disponível e atualizado em
cada estabelecimento
Mapa de férias afixação permanente, entre 15
Artigo 241.º n.º 9 CT de abril e 31 de outubro
Indicação do Instrumento de Regula- afixação permanente
mentação Coletiva de Trabalho (se apli-
cável)
Artigo 480.º n.º 1 CT
Informação relativa aos direitos e deve- afixação permanente
res do trabalhador em matéria de igual-
dade e não discriminação – Artigo 24.º
n.º 4 CT
Informação referente ao direito de pa- afixação permanente
70
rentalidade – Artigo 127.º n.º 4 CT
Disposições legais relativas a direitos afixação permanente
e obrigações do sinistrado e dos res-
ponsáveis – Artigo 177.º n.º 1 da Lei n.º
98/2009, de 4 de setembro
Secundário
Outras afixações obrigatórias
Há registo?
em determinadas eventualidades ou áreas de atividade:
Alteração do horário de trabalho, caso afixação com a antecedência
tal alteração seja de duração superior a de 7 dias, ou 3 dias, no caso de
uma semana – Artigo 217.º n.º 2 CT microempresas.
com a ACT
relação da Entidade
Principal:
Comunicações obrigatórias
Há registo?
da responsabilidade de todas as Entidades Empregadoras:
- Adesão ao Fundo de compensação do obrigação revogada com en-
trabalho ou mecanismo equivalente – trada em vigor da Agenda do
Artigo 127.º n.º 5 Trabalho Digno, mas para os
contratos celebrados em data
anterior a 1 de maio 2023 tem
de ser mantida a evidência do 71
cumprimento da comunicação
à ACT
Relatório Único (inclui trabalho suple- deve ser comunicado entre
mentar e contratos a termo) – Portaria 16 de março e 15 de abril. De-
n.º 55/2010, de 21 de janeiro creto Legislativo Regional n.º
24/2010/A, de 22 de julho e
Resolução do Conselho e do
Governo n.º 157/2011, de 23 de
dezembro.
Secundário:
Outras Comunicações obrigatórias
com a ACT
Há registo?
relação da Entidade
em determinadas eventualidades ou áreas de atividade:
Obrigação de comunicação à ACT da de- comunicação a enviar nos 15
IX.05 AEmpregadora
núncia de contrato de trabalho durante o dias posteriores à denúncia
período experimental de trabalhadores à do contrato; incumprimento é
procura do 1.º emprego e Desempregados contraordenação grave
de longa duração – n.º 6 do artigo 114.ºCT
Acidente de trabalho mortal ou grave – o empregador deve comunicar
Ordem dos Contabilistas Certificados
Comunicações obrigatórias
Há registo?
à CRITE – Comissão Regional para a Igualdade no Trabalho e no Emprego:
IX.05 AEmpregadora
Comunicações obrigatórias
Há registo?
à CRITE – Comissão Regional para a Igualdade no Trabalho e no Emprego:
A entidade empregadora deve comunicar, com a antecedência mínima
de cinco dias úteis à data do aviso prévio, o motivo da não renovação de
contrato de trabalho a termo sempre que estiver em causa uma traba-
lhadora grávida, puérpera ou lactante, um trabalhador no gozo de licen-
ça parental ou trabalhador cuidador – Artigo 144.º CT.
com a ACT
Recibos de retribuição – Artigos 276.º n.º 3 e 177.º n.º 2 da Lei 98/2009
relação da Entidade
(devem ser entregues ao trabalhador).
Contratos de trabalho sem termo – Artigo 11.º.
IX.05 AEmpregadora
Contratos de trabalho a termo – Artigos 140.º e seguintes.
Contratos de utilização de trabalho temporário e Contratos de trabalho
temporário – Artigo 175.º.
Contratos de trabalho de cidadãos estrangeiros e respetiva comunica-
Ordem dos Contabilistas Certificados
75
com a ACT
relação da Entidade
IX.05 AEmpregadora
Ordem dos Contabilistas Certificados
Principal
Afixações obrigatórias
Há registo?
da responsabilidade de todas as Entidade Empregadoras:
Mapa de horário de trabalho afixação durante a vigência, dis-
Artigos 215.º e 216.º CT ponível e atualizado em cada es-
tabelecimento
Mapa de férias afixação permanente, entre 15 de
Artigo 241.º n.º 9 CT abril e 31 de outubro
Indicação do Instrumento de Regu- afixação permanente
lamentação Coletiva de Trabalho (se
aplicável)
Artigo 480.º n.º 1 CT
Informação relativa aos direitos e de- afixação permanente
veres do trabalhador em matéria de
igualdade e não discriminação – Arti-
go 24.º n.º 4 CT
76
Informação referente ao direito de afixação permanente
parentalidade – Artigo 127.º n.º 4 CT
Disposições legais relativas a direitos afixação permanente
e obrigações do sinistrado e dos res-
ponsáveis – Artigo 177.º n.º 1 da Lei n.º
98/2009, de 4 de setembro
Secundário
Outras afixações obrigatórias
Há registo?
em determinadas eventualidades ou áreas de atividade:
Alteração do horário de trabalho, caso afixação com a antecedência de
com a ACT
Comunicações obrigatórias
Há registo?
da responsabilidade de todas as Entidades Empregadoras:
Adesão ao Fundo de compensação obrigação revogada com entrada
do trabalho ou mecanismo equiva- em vigor da Agenda do Trabalho 77
lente – Artigo 127.º n.º 5 Digno, mas para os contratos ce-
lebrados em data anterior a 1 de
maio 2023 tem de ser mantida a
evidência do cumprimento da co-
municação à ACT
Relatório Único (inclui trabalho su- deve ser comunicado entre 16 de
plementar e contratos a termo) – Por- março e 15 de abril.
taria n.º 55/2010, de 21 de janeiro
Secundário:
Outras Comunicações obrigatórias
Há registo?
com a ACT
em determinadas eventualidades ou áreas de atividade:
relação da Entidade
Obrigação de comunicação à ACT da comunicação a enviar nos 15 dias
denúncia de contrato de trabalho du- posteriores à denúncia do contra-
IX.05 AEmpregadora
rante o período experimental de tra- to; incumprimento é contraorde-
balhadores à procura do 1.º emprego nação grave
e Desempregados de longa duração
– n.º 6 do artigo 114.ºCT
Acidente de trabalho mortal ou grave o empregador deve comunicar à
Ordem dos Contabilistas Certificados
– Artigo 111.º n.º 1 da Lei n.º 102/2009, ACT os acidentes mortais, bem
de 10 de setembro como aqueles que evidenciem
lesão física grave, nas 24 horas a
seguir à ocorrência
Há registo?
de no Trabalho e no Emprego DLR n.º 3/2011/A, de 3 de março:
A entidade empregadora deve comunicar, no prazo de cinco dias úteis a
contar da data da denúncia, a denúncia do contrato de trabalho durante
o período experimental sempre que estiver em causa uma trabalhadora
grávida, puérpera ou lactante, um trabalhador no gozo de licença paren-
Ordem dos Contabilistas Certificados
com a ACT
relação da Entidade
vem ser entregues ao trabalhador).
Contratos de trabalho sem termo – Artigo 11.º.
IX.05 AEmpregadora
Contratos de trabalho a termo – Artigos 140.º e seguintes.
Contratos de utilização de trabalho temporário e Contratos de trabalho
temporário – Artigo 175.º.
Contratos de trabalho de cidadãos estrangeiros e respetiva comunicação
Ordem dos Contabilistas Certificados
80
Previsto na Lei n.º 98/2009, de 4 de setembro (Regulamenta o Regime de
Há registo?
Reparação de Acidentes de Trabalho e de Doenças Profissionais)
2 alínea b).
IX.05 AEmpregadora
81
com a ACT
relação da Entidade
IX.05 AEmpregadora
Ordem dos Contabilistas Certificados
5.5. Pontos-chave
82
com a ACT
relação da Entidade
IX.05 AEmpregadora
5.6. Autoavaliação
Observações
83
com a ACT
relação da Entidade
IX.05 AEmpregadora
Ordem dos Contabilistas Certificados
As contraordenações laborais
sejam cumpridas dentro dos primeiros 30 dias seguintes ao último dia do prazo,
os limites máximos das coimas aplicáveis não podem exceder em mais de 75 % o
As contraordenações
laborais
limite mínimo previsto para o tipo de contraordenação praticada (artigo 241.º CRC).
2 - As contraordenações graves são puníveis com coima de (euro) 300 a (euro) 1200
se praticadas por negligência e de (euro) 600 a (euro) 2400 se praticadas com dolo.
4 - Os limites mínimos e máximos das coimas previstas nos diferentes tipos legais
de contraordenação são elevados:
doença;
laborais
As contraordenações
laborais
6.3. Pontos-chave
92
6.4. Auto-avaliação
93
Ordem dos Contabilistas Certificados
As contraordenações
laborais
X
Gestão
Estratégica
e Orçamental
2023
Guia de Boas Práticas Profissionais
FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização desta Coleção, para qualquer outro fim que não o
indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas Certifi-
cados, entidade que detém os direitos de autor.
X.04 Conclusão 51
Ordem dos Contabilistas Certificados
Apresentação
O sucesso nasce do querer, do trabalho persistente, do empenho constante, da
união, do espírito de equipa, da motivação altruísta e alegria para se alcançar o
objetivo traçado. Por mais ambiciosos que sejam os objetivos, com a atitude cor-
reta, conseguimos alcançar os nossos sonhos. É este o mote de mais um grande
projeto da Ordem dos Contabilistas Certificados, diria mesmo, o grande projeto da
Ordem para a reformulação, reorganização e reconstrução das bases necessárias
para mais uma elevação da profissão de Contabilista Certificado.
Hoje, temos uma Ordem presente na vida dos seus membros, disponível para os
apoiar profissional, técnica, pessoal e socialmente. Uma Ordem transparente, ri-
gorosa e financeiramente saudável. Uma Ordem com a maior notoriedade social e
política. Uma Ordem que regula uma profissão de interesse público, valorizando-a
e apoiando os membros no cumprimento dos seus deveres e obrigações profissio-
nais. Uma Ordem que reforçou o quadro normativo para o exercício da profissão.
5
Os profissionais são hoje, inegavelmente, os agentes económicos mais capacita-
dos e que melhor apoiam e mais valor acrescentam ao tecido empresarial. Somos
profissionais de interesse público numa sociedade civil cada vez mais exigente em
termos sociais, ambientais e de governance. Somos vistos pela sociedade civil,
tecido empresarial e poder político, como os mais confiáveis, tecnicamente co-
nhecedores e qualificados profissionais nas áreas económica e financeira. Somos
os agentes que permanentemente acrescentam valor aos seus clientes e que mais
rapidamente encontram soluções para os problemas e questões dos contribuintes.
Somos agentes de interesse e fé pública, sinónimo de transparência e credibilida-
de, o nosso valor é incomensurável.
Hoje, não somos meros homens e mulheres de contas, mas homens e mulheres
integrados na dinâmica de uma sociedade em constante mudança. Somos uma
profissão de interesse público, e isso significa que, no exercício das nossas funções,
o trabalho que produzimos influencia toda a sociedade nos seus mais variados inte-
resses, isto é, financeiros, ambientais, sociais, de boa gestão, familiares e lúdicos.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Paralelamente, temos de nos preocupar cada vez mais com as consequências que o
nosso trabalho tem nos mais diferentes níveis, perspetivas e setores da sociedade.
Temos e devemos querer ter ainda mais responsabilidade ambiental, social e de
boa gestão.
Cientes do atual cenário profissional e dos desafios que temos pela frente, lança-
mos o projeto Guia de Boas Práticas Profissionais, uma verdadeira revolução para
a nossa profissão, uma ferramenta que pretende dotar todos os contabilistas cer-
tificados dos conhecimentos, conselhos e dicas, que permitam aos profissionais
6 crescer para novos patamares de excelência.
Este guia fornece orientação prática para os contabilistas certificados por forma
a que estes consigam melhor gerir as suas práticas profissionais e os seus negó-
cios, para terem melhores condições de vida pessoal e profissional e operarem de
forma mais lucrativa, feliz, competitiva, ética, sustentável e valorizada. Elaborado
com uma forte componente prática, este guia apresenta casos para ilustrar noções,
listas e exercícios de autoavaliação, tabelas, conceitos e orientações para as boas
práticas profissionais sendo uns legalmente obrigatórios e outros facultativos, que
tendem à valorização do profissional, da sua prática e do seu negócio.
O Guia cobre uma gama diversificada de tópicos, tanto estratégicos como ope-
racionais, com maior detalhe nas matérias que, nesta primeira edição, entende-
mos ser mais relevantes para a profissão e os seus membros. Organizado em dez
volumes, o Guia foi projetado para ser o mais independente possível entre cada
volume, permitindo a sua utilização individual sempre sem afastar a interligação e
relação global de toda a coleção.
Com base neste Guia, a Ordem desenvolverá vários programas de formação pro-
fissional contínua, de presença obrigatória, em diferentes modelos e ambientes,
proporcionando a todos os contabilistas certificados as melhores condições para
uma evolução profissional do membro e do seu negócio.
Este Guia é o novo desafio que lanço a toda a nossa classe, o primeiro passo para
um novo e melhor enquadramento profissional, é o mote para começarmos a cons-
truir mais um capítulo na já riquíssima história da nossa profissão. Com este Guia
como farol, estou certa que continuaremos a acentuada tendência de crescimento
profissional e que conseguiremos elevar a nossa profissão mais um patamar na já
elevada escala de excelência profissional em que nos encontramos.
a importância da sua integração para uma gestão eficaz e uma tomada de decisão
assertiva.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Estratégica
Gestão
X.01
Gestão estratégica
1.1. Enquadramento
A visão empresarial delineia uma aspiração ousada e futura para a empresa. Repre-
senta uma imagem ideal e inspiradora que a empresa procura alcançar em termos
de crescimento, desenvolvimento e impacto. Serve como um farol que orienta as
decisões estratégicas, o desenvolvimento de produtos, a cultura organizacional e
outras áreas-chave. Um exemplo da aplicação do conceito de visão empresarial a
uma empresa de contabilidade poderá ser o seguinte:
Uma missão empresarial é uma declaração concisa que descreve o propósito fun-
damental e a razão de ser de uma empresa. Ela é uma parte importante da identi-
dade e estratégia de uma organização, pois define o que a empresa procura reali-
zar, os valores pelos quais se guia e o impacto que deseja ter na sociedade.
Assim como a visão, a missão empresarial pode evoluir ao longo do tempo à medida
X.01
Os objetivos estratégicos ajudam a definir a rota que a empresa deve seguir para
alcançar a sua visão de longo prazo, auxiliando na alocação de recursos, priori-
zação de esforços e avaliação de desempenho ao longo do tempo. Exemplos de
objetivos estratégicos numa empresa de contabilidade incluem:
• Durante o ano de 2023, garantir que 100% das declarações fiscais sejam entre-
12 gues dentro dos prazos legais, evitando penalizações para os clientes;
Estratégica
Gestão
1.2. Planeamento estratégico
X.01
O planeamento estratégico desempenha um papel fundamental no sucesso e cres-
cimento de qualquer empresa. Nas empresas de contabilidade, é considerado um
processo complexo e abrangente que define o rumo da empresa, alinha recursos
e a capacidade às procuras do mercado e estabelece um caminho para alcançar
os objetivos a longo prazo (Figura 1). Este processo é fundamental para o sucesso
contínuo da empresa, permitindo-lhe adaptar-se às constantes mudanças, explorar
novas oportunidades e prestar serviços valiosos aos clientes.
Visão
VisãoeeMissão
Missão
Análise do
Estratégia
ambiente externo
13
Definição Análise do
dos objetivos ambiente interno
dos clientes de forma eficiente. De seguida elencamos algumas das principais ra-
X.01
• Cumprimento de prazos
- A contabilidade envolve prazos rigorosos, especialmente quando se trata de
declarações fiscais, relatórios financeiros e outras obrigações legais. O pla-
neamento adequado permite que a empresa se organize para cumprir prazos
e evitar coimas e penalizações;
• Melhoria da qualidade
- O planeamento inclui a definição de padrões de qualidade para os serviços
prestados, resultando num trabalho mais consistente e preciso, o que, por
sua vez, aumenta a satisfação do cliente e a reputação da empresa de con-
tabilidade;
Estratégica
Gestão
• Prevenção de problemas
X.01
- O planeamento antecipa possíveis problemas e riscos, permitindo que a
empresa de contabilidade adote medidas preventivas, são exemplo disso os
possíveis conflitos de interesses, os problemas de conformidade ou os desa-
fios tecnológicos;
• Satisfação do cliente
- Um planeamento bem executado resulta num atendimento mais eficiente e
personalizado aos clientes, fortalece os relacionamentos, melhorando a satisfa-
ção do cliente e o que pode levar a recomendações a potenciais novos clientes
e consequentemente a um aumento de volume de serviços prestados;
• Crescimento sustentável
- O planeamento estratégico orienta o crescimento da empresa de contabi-
lidade de forma sustentável. Isto significa expandir a capacidade de atendi-
mento e os serviços prestados de forma que não comprometa a qualidade ou 15
a eficiência.
Político-legal Económico
• Avalie os regulamentos e as leis • Analise a situação económica atual
governamentais que afetam a área e as tendências que podem afetar o
da contabilidade, como legislação setor contabilidade, tais como: o PIB,
fiscal, legislação laboral e outros as taxas de juros, a inflação, níveis de
regulamentos de conformidade. desemprego, custo da energia e a
evolução de investimento.
Sócio-cultural Tecnológico
• Considere as mudanças na socieda- • Avalie as tecnologias emergentes
de que podem influenciar o negócio, que podem ter impacto no setor,
como a procura por serviços como softwares de contabilidade
de contabilidade, comportamentos avançados, automatização de pro-
Ordem dos Contabilistas Certificados
Estratégica
Gestão
X.01
Salientamos que a análise PEST é uma ferramenta de alto nível para entender o
ambiente externo. Para uma análise completa e precisa, deve-se combinar as infor-
mações da análise PEST com uma análise interna dos pontos fortes, fracos, opor-
tunidades e ameaças (análise SWOT) da empresa de contabilidade. Em conjunto,
fornecem uma visão mais completa da situação e das possíveis estratégias a serem
adotadas.
A análise PEST e a análise SWOT são ferramentas estratégicas poderosas que de-
vem ser utilizadas em conjunto, numa empresa de contabilidade, para avaliar o
ambiente externo e interno. Estas ferramentas podem ajudar a identificar factores
que afetam o negócio, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças e agir em con-
formidade.
Ordem dos Contabilistas Certificados
Força
Fraquezas
Oportunidades
18
• Expansão dos serviços oferecidos para consultoria fiscal, planeamento
fiscal avançado, relatórios de sustentabilidade.
• Integração de tecnologias inovadoras, como automatização e inteligência
artificial.
• Aproveitar as mudanças legislativas fiscais para oferecer serviços de
consultoria específicos.
Factores externos
Ameaças
Estratégica
Gestão
1.4. Formulação e execução da estratégica
X.01
No contexto da formulação de estratégicas para uma empresa de contabilidade,
existem várias estratégias genéricas que podem ser aplicadas para alcançar suces-
so e diferenciação no mercado. Estas estratégias são baseadas nos conceitos clás-
sicos de estratégia propostos por Michael Porter (Figura 4): diferenciação, liderança
em custo e foco.
Vantagem competitiva
de mercado
Segmento
Foco
19
a concorrência.
É importante notar que, em muitos casos, uma combinação das 3 estratégias pode
ser mais eficaz do que aderir especificamente apenas uma delas. Por exemplo, uma
empresa de contabilidade pode procurar liderança em custo, enquanto se diferen-
cia através de um atendimento altamente personalizado.
Análise
do ambiente
interno
Análise Formulação
Objetivos
do ambiente da estratégia e estratégia
externo
Ciclo
estratégico
Execução
Controlo Planeamento
da estratégia
Implementação
Ordem dos Contabilistas Certificados
Estratégica
Gestão
O ciclo estratégico (Figura 5) de uma empresa de contabilidade refere-se ao pro-
X.01
cesso contínuo de planeamento, implementação, controlo e ajuste das estratégias
utilizadas pela empresa para atingir os objetivos de negócio a longo prazo. Este
ciclo envolve várias etapas interligadas que permitem à empresa adaptar-se às mu-
danças no ambiente empresarial e a melhorar o desempenho ao longo do tempo.
Uma vez que as estratégias são definidas, é importante criar um plano de ação
detalhado que inclua a identificação das tarefas específicas, alocação de recursos,
definição de responsabilidades, cronograma e orçamento necessário para imple-
mentar cada estratégia.
1.5. Pontos-chave
X.01
• A visão empresarial delineia uma aspiração ousada e futura para a empresa. Re-
presenta uma imagem ideal e inspiradora que a empresa procura alcançar em ter-
mos de crescimento, desenvolvimento e impacto.
• Os objetivos estratégicos ajudam a definir a rota que a empresa deve seguir para
alcançar a sua visão de longo prazo, auxiliando na alocação de recursos, prioriza-
ção de esforços e avaliação de desempenho ao longo do tempo.
Estratégica
Gestão
• O ciclo estratégico de uma empresa de contabilidade refere-se ao processo con-
X.01
tínuo de planeamento, implementação, controlo e ajuste das estratégias utilizadas
pela empresa para atingir os objetivos de negócio a longo prazo.
23
Ordem dos Contabilistas Certificados
1.6. Autoavaliação
X.01
Observações
24
Gestão Orçamental
2.1. Enquadramento
Orçamental
Gestão
A gestão orçamental para o empresário CC envolve o planeamento, criação, acom-
panhamento e controlo de um orçamento da empresa.
X.02
Um orçamento refere-se a um plano financeiro detalhado que estabelece as esti-
mativas dos rendimentos e gastos, fluxos de caixa e financeiros esperados para um
determinado período, sendo uma ferramenta fundamental para o planeamento e
controlo financeiro.
• Análise histórica
- Na construção de uma estratégia orçamental, todas as variáveis deverão ser
consideradas, nomeadamente os dados financeiros históricos da empresa ou
mesmo da atividade. Quer isto dizer, que a estratégia implementada deve
considerar, por exemplo, a tendência de receitas e despesas, volume de tran-
sações e de trabalho para o cliente, por forma a construir uma base sólida do
orçamento futuro;
• Criação do orçamento
- O desenvolvimento de um plano detalhado que inclua todas as categorias
de rendimentos e gastos, receitas e despesas, como prestação de serviços,
serviços de marketing, recursos humanos, investimento em ativos fixos, de-
vem ser previstos tanto os gastos fixos como os variáveis, e respetivo impac-
to nos fluxos de caixa futuros;
Orçamental
• Alocação de recursos
Gestão
• Controlo e acompanhamento
- Uma vez que o orçamento esteja em execução, deve o CC acompanhar re-
gularmente o seu desempenho real, em comparação com as estimativas de-
finidas no orçamento;
• Analise de desvios
- Comparação entre os resultados reais com as estimativas do orçamento,
identificando as variações com as justificações para que estas ocorram. Este
26 exercício resultará na aferição da situação real da empresa, quando compa-
rando com o orçamento definido, percebendo se a orçamentação foi efetua-
da com pressupostos longe da realidade ou se houve alguma condicionante
não prevista que origine o desvio identificado no controlo orçamental;
• Tomada de decisões
- Com base nas análises de variação, as estratégias devem ser ajustadas e
os recursos podem ser alocados de forma diferente, caso se justifique. Por
exemplo, a realocação de recursos para áreas mais produtivas ou aproveitar
oportunidades emergentes;
• Comunicação e envolvimento
- Devem ser mantidas informadas todas as partes interessadas sobre o pro-
cesso do orçamento, incluindo a equipa de gestão, investidores e parceiros
comerciais;
• Flexibilidade
- Um orçamento deve ser flexível o suficiente para se adaptar às mudanças
Ordem dos Contabilistas Certificados
Orçamental
Gestão
Definição de metas e ações a desenvolver
a médio/longo prazo
X.02
Definição de programas de atividades
a desenvolver a curto prazo (1 ano)
Orçamento anual
Desvios
Resultados
27
Decisões corretivas
A gestão orçamental não deve ser um processo estático, sendo um ciclo continuo
de planeamento e execução. Ao ser utilizada como ferramenta de gestão, a gestão
orçamental permite que o CC possa maximizar o uso dos seus recursos, tomar de-
cisões informadas e trabalhar na direção do sucesso a longo prazo.
Ordem dos Contabilistas Certificados
2.2. Orçamentação
• Rendimentos (Tabela 1)
- Lista de todas as fontes de receita da empresa, devendo ser estimadas com
base em dados históricos, projeções e contratos preestabelecidos. Neste caso,
os rendimentos devem ser a base de construção do orçamento, tendo em con-
sideração que muitas vezes refletem a estratégia definida para a atividade;
• Gastos fixos:
- Definidos como despesas empresariais que permanecem relativamente cons-
tantes, independentemente das flutuações das vendas que possam ocorrer.
Estes são consistentes e previsíveis, facilitando o planeamento financeiro e a
elaboração do orçamento;
Orçamental
despesas com instalações, os salários dos colaboradores, seguros ou manuten-
Gestão
ção de equipamentos;
X.02
- A estrutura do orçamento pode ser adaptada às necessidades específicas de
cada empresa de contabilidade. A chave é garantir que todas as áreas financei-
ras relevantes sejam abordadas e que o orçamento seja um reflexo realista das
operações e metas do negócio.
6221
– Trabalhos especializados
F.S.E. – Serviços especializados
6222
X.02
– Publicidade e propaganda
F.S.E. – Serviços especializados
6223
– Vigilância e segurança
F.S.E. – Serviços especializados
6224
– Honorários
F.S.E. – Serviços especializados
6225
– Comissões
F.S.E. – Serviços especializados
6226
– Conservação e reparação
F.S.E. – Serviços especializados
6228
– Outros
F.S.E. – Materiais – Ferramentas e
6231
utensílios de desgaste rápido
30 F.S.E. – Materiais
6232
– Livros e documentação técnica
F.S.E. – Materiais
6233
– Material de escritório
6234 F.S.E. – Materiais – Artigos para oferta
6238 F.S.E. – Materiais – Outros
6241 F.S.E. – Energia e fluidos – Eletricidade
F.S.E. – Energia e fluidos
6242
– Combustíveis
6243 F.S.E. – Energia e fluidos – Água
6248 F.S.E. – Energia e fluidos – Outros
F.S.E. – Deslocações, estadas e trans-
6251
portes – Deslocações e estadas
F.S.E. – Deslocações, estadas e trans-
6252
portes – Transportes de pessoal
F.S.E. – Deslocações, estadas e trans-
6253
portes – Transportes de mercadorias
F.S.E. – Deslocações, estadas e trans-
6258
portes – Outros
F.S.E. – Serviços diversos
6261
– Rendas e alugueres
F.S.E. – Serviços diversos
6262
Ordem dos Contabilistas Certificados
– Comunicação
6263 F.S.E. – Serviços diversos – Seguros
6264 F.S.E. – Serviços diversos – Royalties
F.S.E. – Serviços diversos
6265
– Contencioso e notariado
Orçamental
– Outros serviços
Gestão
63 Gastos com o pessoal
631 Remunerações Órgãos Sociais
632 Remunerações do Pessoal
X.02
633 Benefícios pós-emprego
634 Indemnizações
635 Encargos sobre remunerações
Seguros de A.T.
636
e doenças profissionais
637 Gastos de Ação Social
638 Outros Gastos com o pessoal
65 Perdas Por Imparidade
651 Dividas a receber – Clientes
68 Outros Gastos
681 Impostos e taxas
Descontos Pronto Pagamento 31
682
Concedidos
683 Dividas incobráveis
688 Outros
69 Gastos de Financiamento
691 Juros Suportados
698 Outros Gastos de Financiamento
Investimentos
Investimento
…
Soma de Controlo
Total das Necessidades Orçamentais
anuais
Ordem dos Contabilistas Certificados
De forma espelhada,
• Estimativa dos rendimentos com base na projeção de serviçosprestados,
deve ser feito
Previsão contratos ou novos clientes. Por exemplo a definição do total de clientes com
o mesmo exercício
de rendimentos avenças num ano, considerando novos clientes e eventual saída de clientes.
32 do ponto
de vista da tesouraria,
considerando
• Estimar e calcular os gastos variáveis , relacionando com a prestação os prazos
Estimativa de serviços estimadas no ponto anterior. Por exemplo os gastos com licenças de pagamento
de gastos adicionais de software devido ao aumento de vendas estimado. e recebimento,
variavéis prevendo
a posição
da tesouraria,
• Estimativa de investimentos a efetuar no decorrer do ano em análise, de
considerando
acordo com os objectivos estratégia definidos. Por exemplo, renovação e
Investimentos o previsto
aquyisição de equipamento informático, mobiliário.
no orçamento.
Orçamental
Para começar, o processo orçamental começa com a definição de metas e objeti-
Gestão
vos, envolvendo uma análise cuidadosa das ambições da empresa para o próximo
ano, que podem variar desde aumentar a base de clientes até expandir a oferta de
X.02
serviços. Estas metas precisam ser realistas e alinhadas com a visão de longo prazo
da empresa.
É importante ressaltar que o processo orçamental não é um evento único, mas sim
um ciclo contínuo. Avaliações regulares devem ser realizadas para analisar o de-
sempenho em relação ao orçamentado e identificar áreas que estão de acordo com
os objetivos traçados e áreas em que será necessário efetuar ajustes. Se ocorrerem
mudanças significativas no ambiente de negócios, o orçamento pode ser revisto e
34 ajustado ao longo do ano para refletir essas mudanças.
No final do período do orçamento, é realizada uma análise final para analisar des-
vios e avaliar a assertividade do orçamento, em comparação com a real situação
financeira da empresa de contabilidade. Este processo ajuda a identificar conclu-
sões históricas valiosas, sucessos alcançados e áreas que podem precisar de aper-
feiçoamento no próximo ciclo orçamental.
Orçamental
mentos em tecnologias poderão estar dependentes da projeção de prestação
Gestão
de serviços, considerando as necessidades tecnológicas dos clientes, como
por exemplo a automatização de processos, os portais digitais de entrega de
X.02
documentos e arquivo digital.
• Efetuar uma análise aprofundada das causas dos desvios para tomar decisões
informadas. Os desvios podem ser resultado de diversos factores, como mudan-
ças nas condições do mercado, variações sazonais, ineficiências operacionais ou
eventos imprevistos. A análise das causas ajuda a empresa a adquirir uma visão
clara das razões por trás dos desvios e a planear as ações corretivas apropriadas;
• Tomar decisões estratégicas com base na análise das causas dos desvios,
Ordem dos Contabilistas Certificados
Orçamental
relatórios de execução orçamental.
Gestão
Os desvios apurados no controlo de execução orçamental são um meio de avalia-
X.02
ção do desempenho da atividade, devendo estes ser encarados como uma ferra-
menta estratégica para apoiar a tomada de decisão para atingir o objetivo definido
do negócio através de ações corretivas e preventivas.
Os desvios orçamentais nas empresas de contabilidade podem ocorrer por uma va-
riedade de razões, muitas das quais são comuns aos diferentes tipos de negócios.
No entanto, devido à natureza específica dos serviços de contabilidade, algumas
causas podem ser particularmente relevantes. De seguida identificamos algumas
das causas dos desvios orçamentais nas empresas de contabilidade:
• Ineficiência operacional
Gestão
- Ineficiências nos processos internos podem levar a custos mais altos do que
os planeados. Se os processos não forem otimizados, pode haver um aumen-
X.02
• Mudanças tecnológicas
- A adoção de novas tecnologias pode exigir investimentos iniciais e mudan-
38 ças nos processos, o que pode afetar os gastos. Além disso, se as empresas
de contabilidade não acompanharem as mudanças tecnológicas, isso pode
afetar sua competitividade;
• Eventos Imprevistos
- Eventos imprevistos, como pandemias, desastres naturais ou mudanças eco-
nómicas significativas, podem ter um impacto imprevisível nas finanças da
empresa e resultar em desvios não planeados.
Orçamental
acompanhamento e tomada de decisão corretiva para eventuais desvios signifi-
Gestão
cativos.
X.02
No entanto, o controlo orçamental poderá apresentar algumas limitações tendo em
conta a natureza volátil do ambiente empresarial. Há que considerar que qualquer
orçamento está sujeito a suposições que poderão não corresponder à execução.
Haverá sempre o factor surpresa do negócio, por mais detalhado que o orçamento
seja efetuado, devido às flutuações de mercado ou de negócio.
721 Avenças
Gestão
Orçamental
F.S.E. – Serviços especializados
Gestão
6221
– Trabalhos especializados
F.S.E. – Serviços especializados
6222
– Publicidade e propaganda
X.02
F.S.E. – Serviços especializados
6223
– Vigilância e segurança
6224 F.S.E. – Serviços especializados – Honorários
6225 F.S.E. – Serviços especializados – Comissões
F.S.E. – Serviços especializados
6226
– Conservação e reparação
6228 F.S.E. – Serviços especializados – Outros
F.S.E. – Materiais – Ferramentas e utensílios
6231
de desgaste rápido
F.S.E. – Materiais – Livros e documentação
6232
técnica
6233 F.S.E. – Materiais – Material de escritório
6234 F.S.E. – Materiais – Artigos para oferta 41
6238 F.S.E. – Materiais – Outros
6241 F.S.E. – Energia e fluidos – Eletricidade
6242 F.S.E. – Energia e fluidos – Combustíveis
6243 F.S.E. – Energia e fluidos – Água
6248 F.S.E. – Energia e fluidos – Outros
F.S.E. – Deslocações, estadas e transportes
6251
– Deslocações e estadas
F.S.E. – Deslocações, estadas e transportes
6252
– Transportes de pessoal
F.S.E. – Deslocações, estadas e transportes
6253
– Transportes de mercadorias
F.S.E. – Deslocações, estadas e transportes
6258
– Outros
F.S.E. – Serviços diversos
6261
– Rendas e alugueres
6262 F.S.E. – Serviços diversos – Comunicação
6263 F.S.E. – Serviços diversos – Seguros
6264 F.S.E. – Serviços diversos – Royalties
F.S.E. – Serviços diversos
6265
– Contencioso e notariado
F.S.E. – Serviços diversos
6266
Ordem dos Contabilistas Certificados
– Despesas de representação
F.S.E. – Serviços diversos
6267
– Limpeza, higiene e conforto
6268 F.S.E. – Serviços diversos – Outros serviços
63 Gastos com o pessoal
Soma de Controlo
Total das Necessidades Orçamentais anuais
2.5. Pontos-chave
Orçamental
determinado período, sendo uma ferramenta fundamental para o planeamento e
Gestão
controlo financeiro.
X.02
• Elementos para o controlo orçamental (definição de objetivos claros, análise his-
tórica, estimativa de rendimentos e gastos, criação do orçamento, alocação de
recursos, controlo e acompanhamento, analise de desvios, tomada de decisões,
comunicação e envolvimento, flexibilidade).
• O processo orçamental é o conjunto de etapas que uma empresa segue para criar
o orçamento financeiro (definição de objetivos, recolha de dados, previsão de ren-
dimentos, estimativa de gastos variáveis, investimentos, estimativa de gastos fixos,
estimativa de receitas e despesas e previsão de fluxos de tesouraria).
• Com a criação do orçamento anual, este será submetido a uma revisão e aprova-
ção pela administração e outras partes interessadas, sendo crucial garantir que o
orçamento está alinhado com as metas e objetivos da empresa
• No final do período do orçamento, é realizada uma análise final para analisar des-
vios e avaliar a assertividade do orçamento, em comparação com a real situação
financeira da empresa de contabilidade.
lise aprofundada das causas dos desvios, tomar decisões estratégicas com base na
análise das causas dos desvios, implementar ações corretivas com o objetivo de
X.02
2.6. Autoavaliação
Orçamental
Efetua um orçamento anual?
Gestão
Faz revisões periódicas do orçamento?
X.02
Implementa medidas de identificação, controlo dos desvios e apli-
ca medidas corretivas?
Observações
45
3.1. Enquadramento
Estratégia e Orçamento
e consegue obter resultados significativamente melhores.
Sinergias entre
A gestão estratégica define os objetivos de longo prazo da empresa, enquanto a
gestão orçamental traduz esses objetivos em termos financeiros concretos. Quan-
do há alinhamento entre essas metas estratégicas e a distribuição dos recursos no
orçamento, a empresa pode direcionar os esforços e investimentos para atingir os
X.03
objetivos de forma focada.
47
Em conjunto, esta sinergia garante que a empresa de contabilidade não esteja ape-
Sinergias entre
nas focada nos objetivos ambiciosos, mas também consiga os meios financeiros
para os alcançar, suportando um crescimento sustentável, uma utilização otimizada
de recursos e uma maior capacidade de adaptação às mudanças do mercado.
X.03
48
3.2. Pontos-chave
Estratégia e Orçamento
• A colaboração entre a gestão estratégica e a gestão orçamental também permite
uma análise profunda de oportunidades e riscos.
Sinergias entre
• A gestão estratégica estabelece indicadores-chave de desempenho que refletem
os progressos na concretização dos objetivos definidos. A gestão orçamental utiliza
esses indicadores para monitorizar e controlar o desempenho financeiro.
X.03
49
Ordem dos Contabilistas Certificados
Conclusão
Conclusão
tabilidade podem garantir que os recursos financeiros são direcionados para as
iniciativas estratégicas mais cruciais, enquanto a estratégia é moldada para ser
concretizada dentro das restrições orçamentais.
X.04
Em síntese, a gestão estratégica e a gestão orçamental não são domínios isolados,
mas sim elos intrinsecamente ligados na procura do sucesso organizacional. Uma
estratégia sólida necessita de uma base financeira sólida para se materializar, e
um orçamento eficaz deve refletir os objetivos e o rumo estratégico das empresas
de contabilidade. Ao unir estas componentes, as empresas de contabilidade e o
próprio CC podem alcançar um crescimento sustentável e obter uma vantagem
competitiva duradoura.
Ordem dos Contabilistas Certificados