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Dicas e atividades para explorar o potencial

empoderador e transformador das histórias infantis

Susana Machado

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Conteúdos

Introdução
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Cultivar o respeito e a
generosidade 7

Repensar o dia a dia


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Recuperar e criar raízes


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A educar é que se
muda o mundo 12

A brincar também se
aprende 14

Sobre mim
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“O Futuro está nas nossas mãos. Juntos devemos garantir
que os nossos netos não tenham de nos perguntar porque
não fizemos o correto e os deixamos sofrer as
consequências.”

Ban Ki-moon, Secretario Geral das Nacões Unidas, 2007

Quando nos tornamos pais todos nós passamos a preocupar-nos com coisas
que antes não pareciam tão importantes. Vemos o mundo de uma perspectiva
diferente, prestamos atenção a detalhes que até então nos escapavam…

Pensamos na marca que queremos deixar no


mundo e, acima de tudo, que mundo queremos
deixar para os nossos filhos. E que filhos
queremos deixar para o mundo…

A educação para o desenvolvimento sustentável, considerando a


complexidade e abrangência do conceito, é uma tarefa ambiciosa. Tão
ambiciosa que não se pode esperar que fique à responsabilidade exclusiva das
instituições de ensino.

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A responsabilidade cabe a todos nós, havendo um potencial infindável de
momentos de educação não-formal ( museus, jardins botânicos, parques
temáticos…) e informal (livros, revistas, internet, brincadeiras do dia a dia…) que
poderão ser aproveitados para potenciar as aprendizagens relacionadas com a
sustentabilidade.

Porque é a brincar e a viver que grande parte das aprendizagens relevantes


são apreendidas (basta pensar como aprendemos a andar, falar…), temos de
encontrar ferramentas que ajudem as crianças a descobrir soluções criativas,
alternativas e sustentáveis para problemas do mundo que as rodeia, alicerçadas
na imaginação e na criatividade.

Porque o futuro está nas nossas mãos!

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CULTIVAR O RESPEITO E
A GENEROSIDADE

O conceito de sustentabilidade/desenvolvimento sustentável tem vindo a


ganhar uma importância crescente, nos últimos anos.

Mas o que é sustentabilidade (e


desenvolvimento sustentável) e como a podemos
colocar em prática no nosso quotidiano?

O desenvolvimento sustentável é aquele que procura um desenvolvimento


económico e social, em harmonia com a natureza, que atenda as necessidades
das gerações no presente, mas também as futuras.

A designação “Desenvolvimento Sustentável” apareceu pela primeira vez


no Relatório Brudtland – O Nosso Futuro Comum, em 1987.

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Simplificando aquilo que à partida pode parecer complexo, o conceito de
desenvolvimento sustentável parte da premissa de que nós não dispomos dos
recursos que a Terra possui. Na verdade, esta apenas no-los empresta,
gentilmente, para que possamos usufruir dos mesmos com equilíbrio, peso, conta
e medida, já que estes não nos pertencem mais – nem menos – do que às
gerações futuras.

Isto implica o respeito pela integridade


ecológica e a eficiente utilização de recursos
para satisfação das necessidades humanas
presentes e futuras.

Mas também a transmissão de toda uma herança cultural e a


conservação e desenvolvimento do potencial humano e social. Em todos os
lugares, em todas as gerações.

E nada disso se faz sem generosidade… para com os nossos semelhantes,


com o planeta terra que tão desapegadamente nos acolhe, com todas as formas
de vida, connosco próprios…

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REPENSAR O DIA A DIA

Que mundo encontramos à nascença?

Que mundo queremos deixar para os nossos


filhos e netos?

Sabemos já que esta Terra não nos pertence… é nossa responsabilidade


deixá-la, em condições de ser usufruída pelas gerações vindouras.

A educação é uma ferramenta poderosa na formação dos indivíduos, dos


seus valores e potencial. É, talvez, a ferramenta mais eficaz para o
empoderamento pessoal e colectivo e um meio fundamental de mudança e
desenvolvimento.

Educação é muito mais do que aquilo que acontece dentro dos limites de
uma sala de aula. Ao nosso redor, no nosso quotidiano existem mil e uma
oportunidades de aprendizagem que devemos saber identificar e valorizar.

Antes delinear qualquer estratégia educativa, é importante refletir:

Onde estamos?

Para onde queremos ir?

Porque é tão importante esta jornada?

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Trabalhar as temáticas de desenvolvimento sustentável, quer em família,
quer em contexto de sala de aula, pode, à partida parecer um desafio
demasiado complexo e ambicioso.

Ao longo deste guia daremos exemplos de como trabalhar a educação


para a sustentabilidade em diferentes contextos, de forma a fazê-lo de uma forma
pedagógica, mas simultaneamente lúdica e estimulante.

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RECUPERAR E CRIAR
RAÍZES

Desde sempre que as histórias constituem uma importante forma de passar


mensagens. A simples expressão “moral da história” que se tornou tão corrente no
nosso dia a dia, evidencia este carácter educativo.
A leitura, para além de constituir um ato lúdico, de imaginação,
criatividade e fuga do quotidiano, é também um elemento fundamental de
transmissão de valores e de construção da realidade, na medida em que permite
ao leitor construir a sua própria representação da mesma, de acordo com a sua
envolvente, as suas experiências e significações.

Tendo isto em consideração, podemos afirmar que os livros são elementos


essenciais à construção da personalidade, pelo que a leitura e o interesse por
livros devem ser estimulados desde cedo.

Stories have the power to reach within us, to command emotion, to


compel involvement, and to transport us into timelessness. Stories are a
way of thinking, a primary organiser of information and ideas, the
soul of a culture, and the consciousness of a people. Stories are a way in
which we can know, remember and understand.

Source: Livo, N. and Rietz, S. (1986) Storytelling: Process and Practice, Libraries Unlimited, Colorado, p. 2.

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A EDUCAR É QUE SE
MUDA O MUNDO

A leitura deve ser um instrumento


privilegiado na educação para o
desenvolvimento sustentável.

As temáticas ligadas à sustentabilidade (questões ambientais, a


diversidade, a democracia, entre outras) são já retratadas na literatura infantil há
várias décadas, mas têm ganho uma importância maior nos últimos anos, em
resultado de uma maior consciencialização sobre o assunto.

Desta forma, deve usar-se e abusar-se deste recurso sempre que possível.
Seja em casa ou na escola, individualmente ou em grupo, a exploração de
histórias deve ser uma estratégia sempre presente na educação para a
sustentabilidade.

Em seguida apresentaremos algumas sugestões para trabalhar histórias e


livros com temáticas relacionadas com a sustentabilidade, mas que poderão
também ser aplicadas à maioria, potenciando assim a sua mensagem educativa.

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A BRINCAR TAMBÉM SE
APRENDE

Nesta secção poderá encontrar um guia didáctico e materiais que lhe


permitirão explorar o conto “Carlota, a Bolota que sonhava ir até à Lua”,
enquanto uma ferramenta de educação para a sustentabilidade.

Era uma vez uma jovem e alegre Bolota, de seu nome Carlota, nascida e
criada nos extensos montados do Alentejo. Filha de um sobreiro imponente,
experiente e de idade respeitável, viveu sempre protegida pela sua densa
folhagem, acompanhada das suas muitas irmãs bolotas. Ao contrário de todas
as outras bolotas, Carlota tem pavor de largar os galhos resistentes do pai,
saltar para o chão e tornar-se comida para porcos. Ela sonha viajar até ao céu,
às estrelas e até à lua!

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Descrição do Livro

Título: Carlota, a Bolota que sonhava ir até à


Lua
Texto: Susana Machado
Design e Ilustração: Turma de artes visuais do
12º ano do Colégio Novo da Maia com
coordenação do prof. Joaquim Jesus
Beatriz Santos, Catarina Pinto, Daniela Leal,
Filipa Carvalho, Nuno Alves e Patrícia
Rodrigues
Parceiros: APCOR; Colégio Novo da Maia;
Forestis
Formato: 21x21 cm
40 páginas

Sobre o livro

Escrito por Susana Machado e ilustrado pela turma de artes do Colégio


Novo da Maia, este pretende ser um projeto de natureza verdadeiramente
educativa e de incentivo à mudança. Inspirado num dos setores mais produtivos e
sustentáveis do nosso país, “Carlota, a Bolota que sonhava ir até à Lua”, é um livro
que retrata as aventuras de uma bolota que não entendia a importância do seu
papel, nem da floresta onde vivia e que aspirava um destino diferente das suas
companheiras: desejava ir até ao céu, às estrelas e à lua.

Acompanhada por um pequeno grupo de amigos, muito especiais, Carlota


irá, ao longo da história, perceber a riqueza ecológica da floresta de montado e
da cortiça, enquanto produto sustentável e multifacetado. Irá ainda perceber que
o seu sonho, afinal, poderá não estar assim tão longe.

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Com esta história pretende-se:

• Sensibilizar os mais pequenos para a importância da floresta de sobro,


enquanto habitat para diferentes espécies em risco de extinção;

• Apresentar o processo de descortiçamento e o ciclo de vida da


cortiça, de uma forma simples e divertida;

• Dar a conhecer diferentes usos e


aplicações da cortiça;

• Educar para as diferentes dimensões da


sustentabilidade.

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Conteúdos e temáticas que podem ser abordados

Ao longo da história da Carlota, a Bolota que sonhava ir até à Lua


podemos encontrar diferentes momentos cuja temática pode ser relacionada aos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), servindo de mote para a sua
exploração. As atividades aqui apresentadas constituem apenas algumas
sugestões sobre a forma de abordar os temas e, que poderão, posteriormente ser
enriquecidas com outras atividades.

Em seguida, apresenta-se uma matriz que apresenta os ODS que poderão


ser abordados, partindo da história:

• Alimentação—ODS 2
• Vida saudável—ODS 3
• Trabalho digno e crescimento económico—ODS 8
• Inovação e infra-estruturas—ODS 9
• Combater as alterações climáticas—ODS 13
• Produção e consumo sustentável – ODS 12
• Ecossistemas terrestres e biodiversidade—ODS 15

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Para um trabalho mais completo, sugere-se começar por uma exploração
mais geral da história, partindo depois para uma análise mais detalhada e
direcionada.

Assim, comece por ler ou efetuar a narração oral da história. Esta poderá
ser feita em diferentes momentos e com recurso a outros materiais educativos
sugeridos neste guia (ex. Mochila de histórias e audios). Poderá também
aproveitar secção de factos e curiosidades e de atividades que constam nas
páginas finais do livro.

Após a leitura do livro reflitam sobre as seguintes questões:

• Qual a temática/problema central que retrata a história?

• Que outros problemas podem ser identificados e abordados através desta


história?

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Para isso podem ser feitas perguntas, utilizando o método socrático, que
auxiliem a reflexão, como por exemplo:

• Porque é que o pai da Carlota a atira para o chão, mesmo sabendo que ela não o
quer?

• Porque é que o receio da Carlota de que o Lince a pudesse querer comer era
infundado?

• Porque é que o Lince diz à Carlota que as bolotas são muito importantes para a
importância de algumas espécies?

• Qual era o objetivo do Lince ao apresentar a Carlota ao Rolhinhas?

• O que é que o Rolhinhas quereria dizer com a afirmação “a cortiça nunca é lixo”?

• Qual era a grande preocupação do Lince em relação aos seus filhos?

• Porque é que ele se tinha essa preocupação?

• Porque é que a Carlota afirma que o chão é o caminho que a levará onde ela quer
chegar?

• Porque é que o Rolhinhas pede ao Lince que o coloque num rolhão?

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Conhecendo-
Conhecendo-se a si próprio

Quando falamos em sustentabilidade somos imediatamente levados a


pensar nos problemas e soluções à escala mundial. No entanto, cada vez mais se
percebe que a solução destes problemas a nível global têm de passar por uma
ação e tomada de consciência local e individual.

É importante, por isso que, antes de abordar a qualquer assunto dentro do


desenvolvimento sustentável, se parta de uma reflexão e trabalho interior
individual.

Para pensar no futuro, é preciso prestar atenção no que se passa dentro


de nós próprios e privilegiar o foco “de dentro para fora”.

Por isso, sugere-se que o livro seja utilizado também para trabalhar esta
dimensão mais pessoal e que pode servir também para trabalhar emoções e
expetativas com as crianças.

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A Carlota nasceu com um sonho, diferente de todas as outras bolotas. Esse
sonho era visto, pelos outros como algo impossível de alcançar. Mas a Carlota
nunca deixou de acreditar.

Partindo deste exemplo, as crianças poderão ser incentivadas a explorar a


dimensão dos seus sonhos e expetativas quanto ao futuro.

Poderá utilizar algumas questões-guia para as orientar neste processo.

• Qual era o sonho da Carlota?

• Porque era tão impossível?

• O que ela aprendeu no final?

• Tens algum sonho?

• O que gostavas de ser quando fores


grande?

• Conheces alguém que tenha um sonho


muito difícil?

• Conseguiu concretizá-lo?

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Em seguida, poderá sugerir às crianças que redijam um texto sobre esta
temática. Para tal, poderá fornecer palavras-chave, utilizando as cartas de
sustentabilidade (ver mais à frente neste guia) ou partindo das questões
anteriores.

Ao longo da história, a Carlota está em contacto com diferentes emoções


como a frustração, medo, tristeza e, por fim, alegria.

Utilize técnicas de desenho e/ou expressão plástica para trabalhar as


emoções com as crianças, fazendo associar cada uma das expressões ao
momento adequado.

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As meditações e visualizações são técnicas poderosas e que podem
ajudar as crianças a lidar com as suas emoções, gerir momentos de tensão e que
contribuem para o desenvolvimento da sua auto-estima e para a formação de
valores positivos que são tão fundamentais no desenvolvimento de cidadãos
responsáveis.

Poderá também utilizar o livro como mote para criar momentos de


meditação e visualização, tal como sugerido no exemplo que se segue.

Notas: Esta meditação é indicada para momentos em que a criança


possa estar com algum receio ou apenas para promover a ligação com a
natureza.

Esta técnica deverá começar com a criança deitada no chão. Não


havendo essa possibilidade, sugere-se que a mesma esteja sentada ou de
cócoras, enrolada sobre si mesma.

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Uma árvore a nascer

Começa por te deitar no colchão, de lado e com os olhos fechados,


enroladinho em ti mesmo (posição fetal). Faz de conta que és uma pequena
bolinha, uma bolota, tal como a Carlota, redondinha e muito pequenina.

Imagina que acabaste de cair da árvore e estás, pela primeira vez, em


contacto com o chão. Percebe como és pequenina em relação ao universo que
te rodeia. É possível que sintas algum medo ou receio, mas não faz mal, está tudo
bem, estás seguro.

Respira profundamente, sentindo-te muito seguro e confortável. Sente o ar


a entrar pelo teu nariz e a sair pela tua boca, percorrendo todo o teu corpo.

À medida que continuas a respirar vai percebendo o contacto do teu


corpo com o solo, com a terra e percebendo que és uma parte dela. Toma algum
tempo para ouvires os sons da natureza à tua volta (o vento que sopra, folhas de
árvores a abanar, algum pássaro…) e sente-te feliz por fazeres parte desta

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Lentamente vai desenrolando o teu corpo. À medida que vais esticando
os teus braços e as tuas pernas, imagina que são pequenas raízes que nascem da
pequena bolota e se agarram ao solo, retirando dele todos os nutrientes
necessários à vida.

Continua a respirar profundamente. A cada respiração sente a tua ligação


com a terra, o quanto também precisas dela e de tudo que te fornece para viver.
Sente-te feliz e agradece-lhe por tudo que te dá.

Deixa-te estar um bocadinho mais nessa posição e a sentir essa gratidão.

Quando te sentires preparado começa por mover pés e mãos


devagarinho. Continua a respirar profundamente, sentindo-te regressar ao lugar
onde estás deitado. Sente o teu corpo no chão. Ouve o que se passa à tua volta
e, quando estiveres preparado, abre os olhos, trazendo contigo todas as boas
sensações que experimentaste e tem um dia muito feliz!

Nota: para aceder ao áudio desta e outras meditações, contacte a autora.

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“ Se nós conseguíssemos pensar de forma local,
conseguíamos tomar conta das coisas, muito melhor do
que aquilo que fazemos. As perguntas e respostas certas a
nível local, também estarão certas a nível global. A questão
que os Amish colocam “O que é que isto fará pela tua
comunidade” será provavelmente a resposta correta para
o mundo”.

Wendell Berry, agricultor e ensaísta americano.

How well connected are you?

O montado sempre fora a casa de Carlota, mas até que ponto ela a con-
hecia?

Partindo deste pressuposto, é possível levar as crianças a efetuarem uma


reflexão sobre o seu grau de conhecimento da comunidade/vizinhança e das
suas raízes.

Sugerem-se, em seguida algumas questões, que poderão ser adaptadas à


criança/grupo em questão.

• Qual é a espécie da árvore que está mais próxima da tua casa?

• É uma espécie nativa/autóctone?

• A que distância de tua casa se encontra o sobreiro mais próximo?

• Quantas pessoas moram no teu prédio ou rua?

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• Quantos dias faltam até à próxima Lua Cheia?

• Quantas constelações de estrelas consegues ver da janela do teu quarto? Quando


foi a última vez que olhaste?

• Nomeia 5 aves que podes observar na tua área de residência.

• Na tua área de residência existe alguma espécie protegida/em risco de extinção?


Se sim, qual? E porque motivos se encontra ameaçada?

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Jogos de aprendizagem

Os jogos são excelentes formas de promover a socialização, o


entendimento de regras e instruções e o raciocínio.

Com o baralho da sustentabilidade procuramos ainda estimular a


criatividade e imaginação e as competências de comunicação oral e escrita ao
sugerir jogos que promovam a construção de histórias ligadas à sustentabilidade.

Sempre que utilizar o baralho, seja de uma forma mais lúdica ou


educativa, comece por fazer uma introdução explicativa às cartas. Repare que o
verso das cartas é representado por uma imagem ilustrativa da componente do
Desenvolvimento Sustentável que está escrita.

Na frente das cartas existe uma imagem, repetida pelas três dimensões do
Desenvolvimento sustentável. Poderão ser usadas em conjunto consoante o jogo
em questão.

Em seguida, apresentam-se algumas sugestões de jogos.

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Jogo da memória

Este jogo pode ser utilizado com crianças pequenas ou mais crescidas

1 ou mais jogadores (neste caso, jogarão alternadamente)

Comece por virar todas as cartas com as dimensões da sustentabilidade


para cima, de forma aleatória, formando colunas.

Cada criança deverá virar 3 cartas e encontrar 3 imagens iguais.

Para simplificar é possível retirar uma das cartas de cada conjunto de


forma a encontrar apenas duas correspondências.

Jogo do peixinho ou da pesca

2 ou mais jogadores

A cada jogador serão atribuídas 5 cartas. Em


seguida o baralho é disposto em cima da mesa ou
espalhado. Cada jogador deverá formar pares de
imagens iguais. Quando tal não for mais possível, cada jogador, à vez, irá eleger
outro para pedir uma imagem. Se este tiver, terá de lha dar, caso contrário diz-lhe
para ir pescar do baralho.

No final deverão sobrar imagens sem par. Cada jogador deverá construir
uma história a partir do conjunto que lhe calhou. Caso algum elemento termine o
jogo sem cartas, deverá auxiliar um outro jogador na tarefa.

Nota: Para aceder ao baralho e às instruções dos jogos Constelações de


Imagens e Semeando Palavras, contacte a autora.

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A bolsa de histórias da Carlota é um cenário para a fantasia, em
miniatura. Inspirada nos tradicionais tapetes de histórias, esta bolsa, para além
de um bonito acessório e brinquedo, constitui uma poderosa ferramenta para
trabalhar diferentes competências com as crianças:

• Estimula a criatividade e a imaginação

• Capta a atenção das crianças para a história, aumentando o seu


interesse pela leitura e livros em geral;

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• Aborda os conteúdos de forma mais lúdica, com maior percepção
visual;

• Estimula sensações e motricidade;

• Trabalha a criação oral e escrita, desenvolvendo o vocabulário;

• Desenvolve a concentração, atenção e memória;

• Reforça as competências de socialização e o envolvimento de grupo;

Pode ser usada em grupo ou individualmente em diferentes contextos.


Graças ao seu tamanho e peso pode ser transportado para qualquer lado,
proporcionando momentos de entretenimento e aprendizagem à criança,
sendo uma alternativa ideal para os momentos em que queremos fugir às
tecnologias.

A bolsa de histórias da Carlota, tal como o livro, permite a interação


com o universo imaginativo, mas permite também a manipulação e a
expressão de ideias. Uma interação ao mesmo tempo contemplativa e
motora.

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Sugestões para utilização

•À medida que a história vai sendo lida (por um adulto ou pela criança ou
grupo de crianças à vez), as personagens vão sendo movimentadas no
cenário de acordo com os diferentes momentos do enredo.

•A mochila pode ser usada apenas para a narração da história. À medida


que a história é narrada por um adulto, por exemplo, a criança movimenta as
personagens pelo cenário, trabalhando a sua noção de tempo e espaço.

•Em alternativa, poderá ser a criança a contar a história pelas suas


próprias palavras e o adulto ou outra criança vai posicionando as
personagens no cenário.

•Em caso de um grupo de crianças, a história pode ser contada em


conjunto, havendo distribuição de tarefas: um narrador, diferentes crianças a
dizer a fala das personagens e/ou a movimentá-las no cenário.

•O cenário pode ser utilizado para trabalhar histórias adicionais ao livro.


Por exemplo, as crianças poderão ser estimuladas a encontrar finais
alternativos para a história ou escrever o que aconteceu depois do final
descrito.

Nota: Outras sugestões de atividades em www.formula-s.pt

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SOBRE MIM

Esta é a minha história…

Uma história igual a tantas outras, diferente por ser a minha.

Cresci rodeada de natureza e animais e com o melhor e mais


completo dos brinquedos: a minha imaginação.

Estudei, formei-me em Geografia, ramo educacional. Durante quase


uma década fui professora, mas faltava-me algo... Procurei outro caminho.
Especializei-me em Desenvolvimento Sustentável, fiz mestrado em Riscos,
Cidades e Ordenamento do Território, mas continuava a sentir-me um peixe
fora de água.

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Descobri então o voluntariado, o mundo da economia social e, ao
mesmo tempo, voltei a descobrir a escrita. Aquela que na minha
adolescência tinha servido de escape às minhas frustrações, inquietações e
paixões sob a forma de poesia. Mas encontrei uma escrita diferente. Não me
lembro como, nem porquê, mas um dia comecei a escrever uma história
infantil e isso aconteceu em mim com uma naturalidade que nunca poderia
ter imaginado.

Tinha encontrado todas as peças do meu puzzle, só me faltava


conseguir encaixá-las.

Depois de vários anos a trabalhar numa associação de apoio social e


humanitário, vivia com a certeza de que há coisas na vida que só fazem
sentido quando são feitas por uma boa causa.

Percebi que as minhas histórias de encantar só teriam um verdadeiro


sentido se servissem um propósito maior. E assim, as minhas histórias
ganharam uma missão que, hoje, assumo como minha: mudar o mundo e
transformá-lo num lugar melhor, mais sustentável.

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Contactos:
https://www.formula-s.pt

https://www.facebook.com/susanamachado.autora
https://www.instagram.com/susanamachado_autora/

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