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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL – UCS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET


DISCIPLINA: PROC. MATERIAIS POLIMÉRICOS I – POL0613
PERÍODO LETIVO: 2013/4
PROF.: M.Sc. DIEGO PIAZZA

 TIPOS DE MÁQUINAS
INJETORAS E SEU
FUNCIONAMENTO

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Prof. M.Sc. Diego Piazza
Introdução

 Primeira tentativa de moldar por injeção um


material plástico:
◦ 1872: os irmãos Hyatt registraram em Nova Iorque
uma patente intitulada Processo e equipamento para
manufatura de piroxilina (mistura de nitrato de
celulose e cânfora).

◦ Invenção: um cilindro aquecido e um pistão atuado


hidraulicamente.
 No interior do cilindro: torpedo – forçava o material
contra as paredes aquecidas do cilindro.

◦ Este conjunto, disposto verticalmente, estava ligado


ao molde através de um tubo aquecido e montado
numa prensa hidráulica.
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 Até 1930: evolução lenta,
◦ devido ao grande desenvolvimento da moldagem por
compressão
 Baquelita (fenol-formaldeído), e
 Uréia-formaldeído.

 Após a 2ª Guerra: grande expansão,


◦ extensa variedade de termoplásticos a preços
competitivos – indústria petroquímica.

 Primeiros materiais a serem moldados em


grande escala:
◦ PMMA (vulgo acrílico) e o PS.

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 A partir da década de 1950:
◦ a moldagem por injeção tornou-se um dos mais
importantes processos de transformação de
plásticos;
 Foi acompanhada pelo desenvolvimento de novos
materiais e pela compreensão fenomenológica do
processo.

 Atualmente:
◦ A moldagem por injeção é um dos métodos de
processamento de polímeros de maior importância
econômica.
 Quase todos os materiais termoplásticos podem ser
injetados, com ou sem cargas e/ou reforços.

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 É um processo de grande versatilidade
geométrica e dimensional:
◦ injetam-se peças com massa inferior a 1 grama até
várias dezenas de quilogramas;
◦ Pode-se de obter excelentes acabamentos
superficiais; e
◦ garantir tolerâncias dimensionais estreitas.

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Moldagem por Injeção
 60-70% de todas as máquinas de processamento
de polímeros termoplásticos são injetoras.

 O processo de injeção é adequado para produção


em massa, uma vez que:
◦ a matéria-prima pode ser transformada em peça
pronta em uma única etapa.

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 Ao contrário da fundição de metais e da moldagem
de polímeros termorrígidos e elastômeros,
◦ na injeção de termoplásticos com moldes de boa
qualidade não surgem rebarbas.

 Dessa forma o retrabalho de peças injetadas é pouco e,


às vezes, nenhum.
 Assim, podem ser produzidas peças de geometria
complexa em uma única etapa.

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 Principais características do processo:

◦ Passagem direta de material plastificado para a peça


pronta;
◦ Não é necessário nenhum, ou apenas pouco,
retrabalho das peças;
◦ Processo totalmente passível de automatização;
◦ Elevada reprodutibilidade das peças;
◦ Elevada qualidade das peças.

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Histórico – Máquinas Injetoras
 Máquina de pistão (até ± 1950):

 Plastificação ineficiente, baixa produtividade, difícil obter produtos


com boa qualidade e tolerâncias dimensionais estreitas.

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 Máquina de dois cilindros (plastificação e
injeção):

 Maior precisão na quantidade de material;


 Maior complexidade, maior custo, elevado tempo de residência
do material.

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 Máquina mista:

 Maior eficiência de plastificação;


 Máquinas ainda usadas na moldagem de peças de grande espessura;
 Maior complexidade, maior custo, elevado tempo de residência do
material.

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 Máquina de parafuso alternativo (reciprocante):

 A mais utilizada atualmente.

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A Máquina Injetora

 É composta por:
◦ Unidade de injeção;
◦ Unidade de fechamento;
◦ Unidade de potência;
◦ Unidade de comando.

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Unidade de Injeção Unidade de Fechamento

?
Unidade de Potência
Unidade de Comando
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Unidade de Injeção

 Promove o transporte, aquecimento,


plastificação e homogeneização do material
(originalmente em grão ou pó);
 garante também a subseqüente injeção
e pressurização do material plastificado.

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Unidade de Fechamento

 Permite a fixação e a movimentação de um molde;


 Deve ser capaz de manter o molde fechado durante
as etapas de injeção e de pressurização;
 Integra dispositivos de extração das peças.

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Unidade de Potência

 Fornece energia adequada aos diversos


atuadores da máquina;
 Geralmente é um sistema de pressão
hidráulico, cuja bomba é acionada por um
motor elétrico.
◦ Atualmente, existem injetoras híbridas (sistemas de
acionamento elétrico e hidráulico simultâneos), e
injetoras totalmente elétricas (somente acionadores
elétricos).

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Unidade de Comando

 As operações e os dispositivos necessários para


assegurar a monitoração e controle das diversas
variáveis do processo estão centralizadas nesta
unidade.
 Também permite a interface com o operador e as
comunicações com periféricos.

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Tipos de Injetora

 Existem dois tipos principais:

◦ Horizontais, e
◦ Verticais.

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Injetora Horizontal

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Injetora Vertical

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 Injetoras Horizontais:
◦ Facilitam a extração de peças:
 As peças caem por uma abertura inferior
na máquina.

 Injetoras Verticais:
◦ Facilitam a colocação de insertos.

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O processo de moldagem por
injeção

 Consiste basicamente em:


◦ forçar, com o auxílio de um sistema rosca/pistão,
a entrada de um composto plastificado para o
interior da cavidade de um molde.
 Após a solidificação da peça, a mesma é extraída e um
novo ciclo de moldagem é iniciado.

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 Princípio: consiste em injetar o material
plástico dentro de um molde em condições
controladas de:
◦ Temperaturas;
◦ Tempos;
◦ Pressões;
◦ Velocidades.

 É necessário
◦ entender,
◦ avaliar e
◦ minimizar
 as influências adversas às condições de
processamento de injeção sobre as propriedades
dos termoplásticos com o objetivo de
 maximizar a produção e a qualidade da peça moldada.

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 As máquinas injetoras modernas possuem:

◦ um cilindro de plastificação, onde dentro há

◦ uma rosca sem-fim que pode se deslocar “para frente e


para trás”

 (rosca recíproca ou reciprocante).

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 Quando a rosca gira, esta conduz o material
ao longo do cilindro de plastificação;

 Como este cilindro é aquecido, o material


que é conduzido pela rosca vai plastificando.

 Ao mesmo tempo em que a rosca gira, ela


◦ deve se deslocar para a parte posterior do cilindro,
◦ fornecendo espaço para armazenar o polímero
plastificado que a rosca transportou para frente.

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 Após o armazenamento de uma certa quantidade
de material na parte frontal do cilindro (dosagem),

◦ a rosca desloca-se para frente sem


girar,
 forçando o material a entrar dentro de um
molde fechado (atuando como uma seringa
de injeção).

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Esquema de uma máquina injetora convencional
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Etapas do Processo de Injeção
O ciclo de injeção é composto pelas seguintes etapas:

 Fechamento do molde: fechamento e travamento do


molde, necessário para suportar a alta pressão no interior
da cavidade durante a injeção;

 Dosagem: plastificação e homogeneização do material no


cilindro de injeção (via rotação da rosca e aquecimento
externo do cilindro);

 Injeção: injeção do material plastificado para o interior da


cavidade do molde por meio do movimento linear de avanço
da rosca recíproca e bloqueio do contrafluxo.

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 Recalque: após o preenchimento das cavidades, a
pressão é mantida até a solidificação completa nos
pontos de injeção, “compensando” a contração do
polímero durante o resfriamento.

 Resfriamento: a peça é mantida no molde fechado para


a sua solidificação, até a peça apresentar resistência
mecânica suficiente para ser extraída sem sofrer
deformação.
◦ Nesta etapa, inicia-se uma nova etapa de dosagem para a
próxima injeção.

 Extração: o molde é aberto e a peça é extraída pela ação


de extratores mecânicos ou, mais comumente, hidráulicos
ou pneumáticos.

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Ciclo de Injeção – Tempos

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Ciclo de Injeção – Pressões

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Características da Injetora
 As injetoras possuem diversas características,
relacionadas com sua capacidade e com o processo:

 Capacidade de injeção:
 É a quantidade máxima, em gramas de material, que pode ser
injetado por ciclo;
 O material de referência utilizado é o poliestireno (densidade a
23°C: ~ 1 g/cm3).

 Capacidade de plastificação:
 É a quantidade máxima de material que a injetora pode
homogeneizar em um período de tempo.

 Pressão de injeção:
 É a pressão exercida pelo pistão sobre o material durante o
preenchimento do molde.

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 Velocidade de injeção:
 É a velocidade com que a massa plastificada é enviada para
dentro do molde durante a fase de preenchimento.

 Pressão de recalque:
◦ É a pressão exercida pelo pistão após o preenchimento
do molde.
◦ O recalque possui a finalidade de compensar a contração
da peça moldada durante seu resfriamento.

 Força de fechamento:
◦ É a força que a injetora pode exercer para manter o
molde fechado.
◦ Geralmente expressa em “toneladas”.

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 Pressão de fechamento:
◦ É a razão entre força de fechamento e a área do
molde.

 Dosagem:
◦ A quantidade de material plastificado armazenado à
frente da rosca, a ser injetado na cavidade.

 Rotação da rosca:
◦ É a velocidade de rotação da rosca durante o
processo de dosagem.

 Contra-pressão:
◦ Pressão exercida para dificultar o movimento de
retorno da rosca durante o processo de dosagem.

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 Descompressão:
◦ Recuo da rosca sem movimento rotacional, para
impedir que o material fluido “vaze” pelo bico.

 Recuo de bico:
◦ Afastamento entre o bico da injetora e o molde, para
evitar que um vazamento de material pelo bico
interfira no próximo ciclo de moldagem.

 Tempo de resfriamento:
◦ É o tempo que o material permanece no molde até a
sua extração.

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Injetoras – Unidades de Fechamento
 Existem dois tipos principais de unidades de
fechamento:
(a) Tipo toggle (joelho);
(b) Hidráulicas.

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Unidades de Fechamento

Joelho Hidráulica
Ajuste - +
Velocidade + -
Segurança - +
Precisão - +
Custo + -

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Exigências de Processo

 Para a obtenção de peças injetadas com


qualidade adequada, é necessário:
◦ Utilizar uma máquina capaz;
◦ Utilizar um polímero adequado ao processo de
injeção;
◦ Utilizar temperatura de processamento e de molde
adequadas ao material;
◦ Garantir que o material esteja adequado à moldagem
(sem contaminantes e com nível de umidade
apropriado);
◦ Utilizar moldes corretamente projetados.
◦ Compreender as variáveis de processo e suas
inter-relações.

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Defeitos no Processo de Injeção

 Existem diversos defeitos encontrados em


peças moldadas por injeção, tais como:
◦ Rechupes;
◦ Peças incompletas;
◦ Peças com rebarbas;
◦ Peças empenadas;
◦ Bolhas;
◦ Pontos de queima;
◦ Linhas de emenda ou de solda;
◦ Manchas;
 Entre outros.

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Defeitos no Processo de Injeção

 Os defeitos encontrados no processo de


injeção estão intimamente relacionados com:
 as condições da máquina injetora,
 as condições do molde, e
 os parâmetros de processamento.
 Assim, é preciso cautela para encontrar a
solução dos problemas, pois
 a máquina injetora leva alguns ciclos para alcançar
uma condição estável de processamento.

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Outros processos de injeção
 O processo de moldagem por injeção pode
ser alterado, com o auxílio de outros
dispositivos.
 Assim, também existe:
◦ Injeção auxiliada por gás (GAIM);
◦ Injeção auxiliada por água (WAIM);
◦ Injeção por núcleo fusível;
◦ Co-injeção;
◦ Sobre-injeção;
◦ Injeção-sopro;
 Entre outras.

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Injeção Auxiliada por Gás

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Injeção Auxiliada por Gás

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Injeção Auxiliada por Água

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Injeção Auxiliada por Água
 A água remove mais calor do que o gás;
◦ Uma membrana de maior viscosidade se forma na
face de fluxo.
◦ A membrana possui uma maior potencial de
deslocamento do que o gás, assim mais material
plastificado é movimentado na direção do fluxo.
 Menos material é movido para as camadas mais
externas;
 Assim, a espessura de parede remanescente é
reduzida e a concentricidade da cavidade é
melhorada.

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Injeção por Núcleo Fusível

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Co-Injeção

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Injeção “Sanduíche”

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Prof. M.Sc. Diego Piazza
Sobre-Injeção

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Prof. M.Sc. Diego Piazza
Injeção sobre Insertos

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Prof. M.Sc. Diego Piazza
Injeção-Sopro

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Prof. M.Sc. Diego Piazza
Injeção sobre Tecidos

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Injeção sobre Filmes e
Laminados

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Bibliografia

 MANRICH, S. Processamento de termoplásticos – rosca


única, extrusão & matrizes, injeção & moldes. Artliber. São
Paulo, 2005.
 CUNHA, A. M.; POUZADA, A. S. Processo de moldação por
injeção. Departamento de Moldação por Injeção. Universidade
do Minho. Guimarães.
 HARADA, J. Moldes para injeção de termoplásticos: projetos
e princípios básicos. São Paulo: Artliber, 2004.
 http://www.dmeuniversity.net/english/default.cfm

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