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O impacto do

Chavismo na
Venezuela
Octávio Vieira de Carvalho
1 . RESUMO

Este trabalho tem como objetivo demonstrar o impacto do regime chavista na economia da
Venezuela. Por meio de pesquisa bibliográfica e coleta de dados disponíveis na internet.
Através dessa pesquisa foi possível compreender o impacto econômico que a Venezuela
sofreu, a partir da implantação de políticas chavistas que tiveram início no governo de Hugo
Chávez. Verificou-se como pontos mais relevantes foram a falta de investimento na estrutura
fabril do país, que depende apenas de um produto para se manter, qual seja, o petróleo,
entrou numa derrocada social e política
2 . INTRODUÇÃO

Para entender o impacto do chavismo dentro da economia venezuelana, é necessário


primeiramente entender o chavismo.

Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios Ponte-Andrade y Blanco,


comumente conhecido como Simón Bolívar, foi um militar liberal venezuelano, que lutou
contra a colonização espanhola na América do Sul e liderou a Bolívia, a Colômbia, Equador,
Panamá, Peru e Venezuela no processo de independência.
2 . INTRODUÇÃO

Devido a todos os feitos de Bolívar, o mesmo é tido como principal base ideológica para a
“criação” do Chavismo, juntamente com idéias de Ezequiel Zamora, Simón Rodríguez, Ernesto
Guevara, Fidel Castro, Augusto César Sandino e Camilo Cienfuegos.

O nome “Chavismo” foi dado a ideologia de esquerda política, adotada pelo Ex-Presidente
Hugo Chávez, e também um tipo de regime socialista revisado para ser denominado como
“socialismo do século XXI”(TIME,2011)

Segundo Ibsen Martínez, o intuito do regime chavista sempre foi promover uma grande
atuação do estado, defesa de medidas que ampliam a participação social na política e, por
uma política “anti-imperialista” que defende um estado sul-americano forte, evitando a
influência dos Estados Unidos na região, e um forte regime militar.
3. JUSTIFICATIVA
O governo chavista.

Antes de assumir o governo da Venezuela, o país apresentava vários problemas sociais, 30%
da população e mais de 3,5 milhões de crianças viviam em situação de pobreza, 83% da
população não era atendida por serviços sociais básicos, 5% do empresariado concentrava
70% da produção do país, 30% da população vivia em estado de pobreza absoluta e 70%
das pessoas viviam abaixo da linha da pobreza (CLÍMACO, CAIO, 2019).

Era uma tarefa árdua a reverter esse quadro no país, e governo chavista, agiu de forma a
reduzir a desigualdade social, fazendo programas como as missões bolivarianas.

Parte da população mais pobre, viu e sentiu uma melhoria na sua vida, pois ao logo do
governo os indicadores socioeconômicos da Venezuela melhoram exponencialmente durante
esse período:
3. JUSTIFICATIVA

● O Gini – índice utilizado pelo Banco Mundial para medir a desigualdade social – passou de
0,498 para 0,394 (quanto mais próximo de zero melhor), sendo que o índice brasileiro ficou
em 0,520 (3º pior da América Latina) se comparado no mesmo período.
● O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) – medida utilizada pela Organização das Nações
Unidas (ONU) para classificar os países pelo seu grau de “desenvolvimento humano” – da
Venezuela ficou na colocação 71º entre 188 países, a frente inclusive do Brasil e da média dos
índices dos países latino-americanos.
● O desemprego caiu de 14% em 1999 para 5,5% em 2014.
● A taxa de analfabetismo foi reduzida de 9,1% (antes do chavismo) para 4,7% em 2015.
● A expectativa de vida aumentou de 72 anos em 1996 para 75 anos em 2014.
● A pobreza foi reduzida de 49,4% para 26,4% em 2010.
● A Venezuela passou a ser o 2º país na América Latina com maior proporção de estudantes
universitários, cerca de 10,5 milhões ou 34% da população, ficando atrás apenas de Cuba.
3. JUSTIFICATIVA
A derrocada da economia.
Em 2013 o país exportou 144 Bilhões de dólares em produtos, sendo 89% dessa exportação
de petróleo cru e cerca de 8,6% de outros produtos derivados do petróleo.

Fonte:https://atlas.media.mit.edu/pt/visualize/tree_map/hs92/export/ven/all/
3. JUSTIFICATIVA

Em 2014, a Venezuela sofre dois impactos cabais para sua derrocada econômica, a primeira
é a redução do preço do barril do petróleo. “Em parte devido à recusa de Irã e Arábia Saudita
- outros dois dos grandes produtores - em assinar um compromisso para reduzir a
produção.” (BBC - 20/12/2018), o segundo impacto vem de forma interna, quando a má
gestão, o sucateamento e casos de corrupção da da petroleira estatal PDVSA, fizessem a
produção de barris diminuir em 50% “Quando Chávez assumiu pela primeira vez o país, em
1999, a produção era de mais de 3 milhões de barris por dia. Hoje, é de cerca de 1,5 milhão,
segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) - é o pior nível em 33
anos.” (BBC - 20/12/2018)

Esse impacto já acarretou em um desequilíbrio econômico do país, que fechou o ano de 2014
com 63 Bilhões de dólares de importação.
3. JUSTIFICATIVA

Fonte:https://atlas.media.mit.edu/pt/visualize/tree_map/hs92/export/ve
n/all/show/2014/ (consulta 03/04/2019)
3. JUSTIFICATIVA

No governo de Chávez, parte do dinheiro arrecadado nessas exportações, não foi utilizado
para melhorar o sistema produtivo, mas revertido em programas sociais previamente
relatados.

Com essa queda, juntamente com a desvalorização do barril o governo Chávez tomou
diversas medidas as quais frearam o desenvolvimento industrial, fazendo com que o setor
privado tivesse que substituir a produção própria, para exportação de valor mais baixo, que
era subsidiada pelo governo, e obrigava os comerciantes a terem preços mais baixos do que
gastavam para produzir, e assim as empresas começaram a quebrar.

Essas medidas, fizeram o país ficar mais refém de importação de produtos básicos, como
alimentos, papel higiênico, até produtos de carácter mais complexo como peças para o
sistema metroviário.
3. JUSTIFICATIVA

Em outra tentativa de fortalecer o estado, o governo implementou um controle cambial para


assegurar o valor da moeda local, restringindo a compra de dólares pela população local,
fazendo com que no mercado paralelo o dólar ficasse avaliado em 12 vezes mais que no
mercado interno. Mesmo com a criação de diferentes regimes cambiais para aplicação de
diferentes situações, isso não freou o mercado ilegal de câmbio, que foi cada vez mais
corroendo o sistema econômico.

Como todos esses acontecidos, e mesmo com a grande entrada de dinheiro com a
exportação de petróleo, as contas do governo não fecharam, pois houve um aumento para o
mantimento dos programas sociais.

O FMI estima que durante o período, a dívida externa do país aumento cinco vezes, chegando
bater ao final de 2018 cerca de US$ 159 bilhões, esse valor inclui títulos de dívida pública,
emitido pela PDVSA, e créditos com Rússia e China.
3. JUSTIFICATIVA
A crise.

“Depois da morte de Chávez, em 2013, Nicolás Maduro, que era seu vice-presidente e
também do PSUV, já foi eleito e reeleito presidente com a promessa de dar continuidade às
políticas do antecessor.

Só que Maduro herdou a Venezuela já entrando em colapso econômico e tomou medidas que
contribuíram mais para a crise.

No início de 2014, o país foi foi tomado por uma onda de protestos contra Maduro. A
repressão do Estado foi violenta. Entre fevereiro e junho, 43 pessoas morreram”(BBC -
20/12/2018)

Após isso, Maduro perde o controle do Parlamento, agravando a crise interna no país. Para
voltar ao controle o mesmo convoca uma Assembleia Nacional Constituinte, buscando
esvaziar o poder do Legislativo que era controlado pela oposição.
3. JUSTIFICATIVA

Essa ação fez com que Maduro indicasse a maioria dos Juízes no sistema judiciários, que
posteriormente assumiu a função do sistema legislativo, acusando o parlamento de
desobediência.

“"Na Venezuela, o Judiciário é politizado e muito forte. Ele se transformou em um anexo do


Executivo" (Villa, Rafael - 2018)

“A oposição acusou o governo de compra de votos e a maior parte dos oposicionistas


boicotou o pleito. O governo afirmou que as eleições foram "livres e justas". Com muitos
candidatos-não governistas impossibilitados de concorrer ou presos, a oposição disse que o
pleito não tem legitimidade e que há indícios para desconfiar de fraude eleitoral.
3. JUSTIFICATIVA

Toda essa instabilidade política contribuiu para agravar a crise venezuelana. Após a reeleição
de Maduro, a OEA (Organização dos Estados Americanos) pediu a suspensão da Venezuela
da entidade. O Brasil, além de EUA, Canadá, Argentina, Peru e México, entre outros, foi um
dos países que pediu a suspensão da Venezuela da organização continental, alegando
desrespeito à Carta Democrática Interamericana e ilegitimidade da reeleição de
Maduro”(BBC - 20/12/2018)

Entrando em sua maior crise da história, verificamos que um catado de decisões oriundas de
outros governos, acarretou no colapso Venezuelano.
4. Conclusões Finais:

Com essa pesquisa podemos visualizar qual foi o impacto do Chavismo dentro da Venezuela,
vendo que o excesso de políticas sociais do governo, a falta de investimento em
infraestrutura, e o excesso de confiança de um governo em uma única produção causou um
colapso econômico.

O governo chavista tomou para si uma política anti-imperialista, evitando ao máximo o


contato com o exterior para com sua economia, evitando assim ter sido deposto.
4. Conclusões Finais:

“As reservas de petróleo venezuelanas são as maiores do mundo. O país ainda possui a
quarta maior reserva de ouro, a sexta maior reserva de gás e a nona maior reserva de água
doce. Com isso já é possível imaginar o que está em jogo.

O grande desafio de Nicolás Maduro tem sido preservar toda essa riqueza que é capaz de
viabilizar a soberania, a autonomia e a autodeterminação de fato, não só da Venezuela mas
de toda a América Latina, juntamente com os exemplos de Cuba, Bolívia, Nicarágua e agora
México que ainda resistem.

No entanto, uma guerra de quarta geração, aliada a dificuldades econômicas históricas


(economia importadora e dependência da exportação de petróleo) e a contradições no
governo e no bloco de poder tem deixado a situação do país delicada.
4. Conclusão:

Apesar da crise, o chavismo conserva duas características fundamentais: a sua capacidade


de pensar e agir estrategicamente e sua capacidade de identificar e conhecer o seu principal
inimigo, o imperialismo norte-americano. Está claro para o governo venezuelano e também
para boa parte da sociedade que a contradição principal é a luta império x nação. Diante
desse fato, o chavismo dirige seus esforços no enfrentamento ao inimigo e sua forma de luta.
Não é à toa que a Venezuela segue resistindo enquanto vários governos progressistas foram
derrubados no continente. “(Rodrigues, Fania - 2019)

Por fim, o erro do governo chavista foi continuar no mesmo caminho do governos anteriores,
evitando o investimento em infraestrutura, deixando o país à mercê de um único produto de
exportação para composição de renda, e fazendo com que assim, não conseguisse chegar a
soberania que tanto desejou.
5 . Metodologia:

Pesquisa quantitativa e revisão bibliográfica


6. Referências:

Artigo | O legado do chavismo na Venezuela. Disponível em:


<
https://www.brasildefato.com.br/2019/02/12/artigo-or-o-legado-do-chavismo-na-venezuela
/> Acesso em 22 março de 2019

O que levou a Venezuela ao colapso econômico e à maior crise de sua história. Disponível
em: <
https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/22/o-que-levou-a-venezuela-ao-colapso-ec
on omico-e-a-maior-crise-de-sua-historia.ghtml/> Acesso em 22 de março de 2019.
6. Referências:

O impacto das sanções internacionais o mercado de importação e exportação na


Venezuela. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/03/06/crise-na-venezuela-e-ampliada-pelas-san
coes-diz-bachelet.ghtml> Acesso em 22 de março de 2019.

EUA indicam vice presidente da Venezuela por violar Sanções por Drogas. Disponível em:
<https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2019/03/08/eua-indiciam-vice-presidente-d
a-venezuela-por-violar-sancoes-por-drogas.htm> Acesso em 22 de março de 2019.
6. Referências:

Crise na Venezuela: Por que sanções econômicas de Trump desagradam investidores de


Wall Street. Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46471968>
Acesso em 22 de março de 2019.

Pence anuncia que Estados Unidos vão impor mais sanções à Venezuela. Disponível em
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2019-02/pence-anuncia-que-estados-
unidos-vao-impor-mais-sancoes-venezuela> Acesso em 22 de março de 2019.
6. Referências:

Venezuela. Dispononível em <https://atlas.media.mit.edu/pt/profile/country/ven/> Acesso em


22 de março de 2019

Venezuela. Disponível em
<http://www.mdic.gov.br/balanca/comex-vis/pais/output/html/ven.html> Acesso em 22 de
março de 2019
6. Referências:

PodCast Mamilos - Voltando a Venezuela. Disponível em


<https://www.b9.com.br/104629/mamilos-187-voltando-a-venezuela/> Acesso em 22 de
março de 2019

Artigo | O legado do chavismo na Venezuela. Disponível em


<https://www.brasildefato.com.br/2019/02/12/artigo-or-o-legado-do-chavismo-na-venezue
la/> Acesso em 22 de março de 2019

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