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Artigo 12 min de leitura

Ditadura na
Venezuela | É
real? Entenda a
trajetória de
Chávez e Maduro
HISTÓRIA DITADURA

5 de outubro de 2022

Redação Brasil Paralelo

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Para entender a atual situação de um país, é


comum dedicar-se aos acontecimentos que
o sucederam. Para saber se há uma Ditadura
na Venezuela, algo tão polêmico nos dias de
hoje, não basta a história do próprio lugar.
As fortes interferências internacionais e uma
longa trajetória violenta foram
indispensáveis para contar a história que, de
alguma forma, começa em 1992.

O que você vai


encontrar neste artigo?
1. Venezuela: uma tragédia do
século 21
2. Um dos primeiros ditadores
venezuelanos: Marcos Evangelista
Pérez Jiménez?
3. Quem são os Grupos terroristas
da esquerda na Venezuela?
4. Rumo à ditadura: o agravamento
da crise econômica  
5. A eleição de Hugo Chávez e o
início da ditadura na Venezuela
6. Por que as Eleições na Venezuela
foram contestadas?
7. O governo de Nicolás Maduro e a
ditadura na Venezuela
8. O autoproclamado presidente
Juan Guaidó
9. A relação entre Brasil e Venezuela

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Venezuela: uma tragédia


do século 21
Entenda como é possível que líderes eleitos
democraticamente subvertam a própria
constituição para permanecer no poder.
Assista ao episódio completo do primeiro
Insight Brasil Paralelo e veja, em detalhes,
toda a trajetória venezuelana até os dias de
hoje. Reflita se é possível ver características
de nossa história nos acontecimentos deste
país vizinho.

Venezuela: Uma Tragédia…

Um dos primeiros
ditadores venezuelanos:
Marcos Evangelista Pérez
Jiménez?
Durante os anos da Guerra Fria, entre 1947 e
1991, a esquerda brasileira, argentina e
chilena desenvolveram um discurso
baseado na luta contra o militarismo de
direita.
Curiosamente, o mesmo não aconteceu na
Venezuela. Sua última ditadura ocorreu nos
anos 50, comandada pelo general Marcos
Evangelista Pérez Jiménez (1914-2001).
Ele foi um político e militar que rapidamente
se destacou no exército. Durante seu
governo, atingiu altos níveis de
desenvolvimento econômico, urbano,
industrial e social.
Seu regime ditatorial venezuelano
assemelhava-se ao de Getúlio Vargas no
Brasil e ao de Juan Domingo Perón na
Argentina.
Jiménez foi derrubado em 1958, após tentar
permanecer no poder por meio de um
plebiscito fraudulento.
Sua saída deu origem ao Pacto de Punto
Fijo, que mudaria a história da Venezuela.

O Pacto de Punto Fijo


O que foi o Pacto de Punto Fijo
venezuelano?
Em 31 de outubro de 1958, um pacto de
estabilidade foi firmado na Venezuela após a
saída do General Jiménez: o Pacto de Punto
Fijo.
Este pacto estabelecia o revezamento de
diferentes partidos políticos no poder com
uma agenda mínima a ser defendida por
eles. Nesta agenda, constavam pontos
como a estatização gradual do setor
petroleiro, a reforma agrária, grandes obras
públicas e o bem estar social.

Quais foram as principais


consequências do Pacto de Punto
Fijo?
As principais consequências deste acordo
político foram duas:

Aumento do Estado.

O poder nas mãos dos governantes foi


fortalecido, tornando o Estado mais forte ao
interferir na vida de cada cidadão.

Aumento dos gastos públicos.

Para manter os programas sociais de apoio


à população, os gastos com o dinheiro
público subiam cada vez mais, aproximando
o país de um crise.

Quem são os Grupos


terroristas da esquerda na
Venezuela?
Hugo Chávez trajado com a farda da FALN concedendo
entrevista.

Ao mesmo tempo em que o pacto era


firmado, grupos terroristas de esquerda
como as Forças Armadas de Libertação
Nacional (FALN) abandonaram a ilegalidade
e passaram a infiltrar-se nas forças armadas
do país sob o nome de “Terceiro Caminho”.
Um dos nomes mais importantes que
entraram na versão legalizada da FALN foi
Adán Chávez, o irmão mais velho de Hugo
Chávez.
Nessa mesma época, Hugo passou a
integrar o exército. Ele foi ideologicamente
formado por seu tutor revolucionário: o
irmão mais velho. Confira o trecho abaixo:

Venezuela: Uma Tragédia…

Em 1986, Tenente Hugo Chávez criou seu


próprio movimento revolucionário civil-
militar, o Movimento Bolivariano
Revolucionário – 200 (MBR-200).
E mais! A queda do preço do petróleo na
década de 80 expôs a fragilidade da
economia venezuelana, que dependia da
exploração petrolífera. Era a principal fonte
de riqueza do país, e estava fortemente
estatizada.
O problema, que pertence a toda esta
contextualização da história da ditadura
chavista na Venezuela, foi responsável pela
fuga de capitais e pelo empobrecimento da
nação.

Rumo à ditadura: o
agravamento da crise
econômica  
Em 1989, a economia venezuelana tornou-
se insustentável. O presidente da época,
Carlos Andrés Pérez Rodríguez, viu-se
obrigado a adotar medidas de controle de
gastos para tentar resolver o problema do
país.
Porém, a esquerda radical não aceitou as
medidas e grupos como o Terceiro
Caminho e o MBR – 200, liderado por Hugo
Chávez, articularam um grande ato público
contra o governo.
Este ato entrou para a história da
Venezuela, embora como uma mancha.

O Caracazo

Foto dos venezuelanos na rua no Caracazo.

Em 27 de fevereiro de 1989, o projeto


denominado “Caracazo” foi realizado em
Caracas. Estava repleto de violentas
manifestações de rua, ônibus queimados e
prédios destruídos.
O governo decidiu convocar o exército para
restaurar a ordem.
A crise foi o pretexto para que Hugo Chávez
e seus partidários se mobilizassem para
usurpar o poder democraticamente
constituído. Entendemos, assim, em que
contexto as primeiras tentativas de
instaurar a ditadura na Venezuela estavam
sendo feitas.
Em 4 de fevereiro de 1992, Chávez liderou
unidades militares em Caracas com o
objetivo de derrubar o governo.

Venezuela: Uma Tragédia…

Mas a tentativa de golpe fracassou.


Erros táticos levaram Chávez e seus
colaboradores a não terem saída e ficarem
sem comunicação. Impossibilitado de
transmitir as fitas pré-gravadas nas quais ele
incitava a população a tomar as ruas em um
levante, Chávez foi preso.
Após dois anos de prisão por liderar o golpe,
ele deixa a carreira militar e traça aliança
com um poder ainda nascente, mas
decisivo: o Foro de São Paulo. Assim, Hugo
Chávez muda sua roupagem e ingressa na
política para disputar o poder nas urnas.
O Foro de São Paulo, que desempenhou um
papel importante na ditadura venezuelana,
foi criado por Lula e Fidel Castro em 1990.
Em poucas palavras, é uma assembleia
estratégica da esquerda latina, com a
participação de grupos narcoterroristas. A
intenção é tornar a América do Sul um
continente socialista.
No trecho abaixo, o ex-presidente do Brasil,
Lula, fala sobre o Foro de São Paulo:

Venezuela: Uma Tragédia…

A eleição de Hugo Chávez


e o início da ditadura na
Venezuela
Hugo Chávez fundou o Movimento V
República (MVR) em 1997, uma aliança
partidária de esquerda que fez parte de seu
suporte para disputar a presidência.
Chávez se posicionava contra a chamada
“elite governante corrupta falha” e prometia
acabar com as injustiças sociais distribuindo
as riquezas advindas do petróleo.
Ele beneficiou-se do descrédito da classe
política tradicional e foi eleito com 56% dos
votos.
Para concorrer à presidência do país,
trabalhou a imagem de democrata. Chávez
disse que entregaria o poder em menos de
5 anos. Uma vez lá, passou a reformar as
instituições vigentes para consolidar-se no
cargo e não mais sair até o dia de sua morte.
Chávez decretou a realização de um
referendo sobre a criação da Assembleia
Constituinte em 1999. A população abraçou
a ideia e ,com mais de 70% dos votos, a
convocação foi aprovada.
A Nova Constituição foi redigida em 100
dias e o país passou a se chamar República
Bolivariana da Venezuela.
Na eleição da Constituinte, os apoiadores de
Chávez conquistaram a maioria dos
assentos. Um dos planos era unificar a
Câmara dos Deputados e o Senado em uma
única casa.
Entretanto, as contínuas modificações na
estrutura política e institucional da
Venezuela criaram um raxa na população.
Em 2002, mesmo quando Chávez foi
reeleito, a Venezuela estava dividida entre
dois polos opostos. Manifestações contra e
a favor de Chávez reuniram-se em frente ao
Palácio de Miraflores.
O caos se instalou e algumas autoridades
militares contrárias ao governo se
aproveitaram da oportunidade para destituir
Chávez.

Como Chávez retorna ao poder na


Venezuela?
O movimento militar contra Hugo Chávez
fracassou e foi derrotado poucos dias
depois. O presidente voltou ao poder depois
que milhares de apoiadores tomaram as
ruas do país.
Com o argumento de ter sofrido um golpe,
Chávez acentuou o radicalismo de suas
ações e de seu regime, responsabilizou os
EUA e considerou os membros da oposição
e os veículos de imprensa como inimigos.
Ele passou a exilar políticos, juízes e outras
figuras que considerava oposicionistas.
Chegou até mesmo a criar a Milícia Nacional
Bolivariana. Seu objetivo era defender a
revolução bolivariana na Venezuela.
Entre outras ações, fechou a principal
emissora do país, a Rádio Caracas Televisión
(RCTV) e reformou a estrutura da estatal
petrolífera (PDVSA), demitindo milhares de
funcionários que estavam  em greve.
Assim, vinculou a indústria petrolífera a seu
projeto ditatorial na Venezuela.
Na política, reformou a Suprema Corte
venezuelana, tornando-a um apêndice do
poder executivo. O número de juízes foi
ampliado de 20 para 32 através de
indicações de cunho político.
Os 12 novos magistrados acrescentados
eram fiéis bolivarianos.

Por que as Eleições na


Venezuela foram
contestadas?
Nicolás Maduro cerrando o punho diante de um quadro com a
foto do Hugo Chávez.

Em 2004, a empresa Smartmatic foi


contratada como fornecedor de tecnologia
para os processos eleitorais do país. Pela
primeira vez os processos eleitorais
tornaram-se eletrônicos e as eleições na
Venezuela passaram a sofrer contestação
por parte da oposição.
A aliança com Cuba foi acentuada e Chávez
também procurou aproximar-se da política
do Oriente Médio.
Os partidos de oposição recusaram-se a
participar do pleito legislativo, acusando a
eleição de ser ilegítima e fraudulenta. Seus
líderes imaginavam que sua ausência
afastaria o povo da votação, mas isso não
aconteceu.

O socialismo do século XXI e a


ditadura na Venezuela
Sem oposição, os bolivarianos tomaram
completamente o poder legislativo. Assim,
em 2006 Hugo Chávez foi eleito pela
terceira vez com 62,9% dos votos e
prometeu criar o socialismo do século XXI.
Seu objetivo era ficar no poder.  
Por isso ele modificou a Constituição para
permitir a reeleição ilimitada para o cargo
de presidente:

Venezuela: Uma Tragédia…

O problema econômico continua se


agravando: as crises de
abastecimento
Quanto mais poderes Chávez acumulava,
mais os empresários e investidores
deixavam a Venezuela. A economia piorava.
Sob o pretexto de combater a inflação, o
presidente instituiu uma política de controle
cambial. Uma estatal passou a controlar a
venda de dólares e autorizar importações.
Como o foco das exportações era o
petróleo, Chávez não se preocupou com o
desenvolvimento agrícola e industrial da
Venezuela.
A maior parte dos alimentos tinha que ser
importada. As indústrias foram
nacionalizadas e outras foram expropriadas,
assim como as propriedades rurais.
Começaram as contínuas crises de
abastecimento, os alimentos e produtos
essenciais tornaram-se escassos. A
insatisfação contaminou a população e
marchas e paralisações foram organizadas.
A resposta chavista foi violenta.
Ao mesmo tempo, Hugo Chávez enfrentava
graves problemas de saúde e teve que se
isolar em Cuba para tratar-se de um câncer.
Reeleito pela quarta vez, nem mesmo
conseguiu comparecer à sua própria posse.
Hugo Chávez morreu em 5 de março de
2013. Seu substituto foi Nicolás Maduro, um
de seus principais auxiliares.

O governo de Nicolás
Maduro e a ditadura na
Venezuela
Nicolás Maduro sendo aplaudido pelos partidários do seu
governo.

Na eleição para a sucessão de Chávez, o


oposicionista de centro-esquerda Henrique
Capriles tentou convencer o eleitorado
chavista de que ele não representaria uma
ruptura.
Em 14 de março de 2013, Maduro foi eleito
presidente por uma margem mínima.
Ganhou com 1,59% de diferença no número
de votos e, novamente, o processo
organizado pela Smartmatic sofreu
acusação de fraude.
Capriles não reconheceu o resultado e pediu 

a recontagem dos votos.


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