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Quantitativa
Prof.ª Ananda Fagundes Guarda
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Ananda Fagundes Guarda
G914q
ISBN 978-85-515-0394-2
CDD 545
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Meu nome é Ananda Fagundes Guarda, sou doutora
em Química pela Universidade Federal de Santa Maria. Acompanharemos
você durante esta jornada de aprendizado sobre a maravilhosa parte da
química analítica: a quantitativa.
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA........................... 1
VII
TÓPICO 2 – TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO......................................... 111
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 111
2 TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO.................................................................................................. 112
3 TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO................................................................................................ 119
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 132
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 134
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 225
VIII
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 1 está dividida em três tópicos. No final de cada um deles estarão
disponíveis o resumo e as autoatividades para exercitarem o conteúdo
aprendido.
TÓPICO 2 – CALIBRAÇÃO
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
1 INTRODUÇÃO
A química analítica quantitativa tem como objetivo principal a descoberta
da natureza e da quantidade (em massa, concentração ou ainda em número de
mols) de um ou mais componentes da amostra. Afinal, qual é a importância? Para
responder a esta importante pergunta vamos pensar juntos. Qual é a importância
de se descobrir a concentração de pesticidas que podem estar presentes no seu
alimento ou água? Qual é a importância de medir a concentração de colesterol,
triglicerídeos, glicose e outras biomoléculas na sua corrente sanguínea? Qual é a
importância de se descobrir a quantidade de dióxido de carbono (CO2) liberada
pelos carros e indústria ao meio ambiente? Como é possível observar nestes três
simples exemplos, descobrir uma determinada quantidade pode realmente ser
importante para a vida de todos.
3
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
4
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
E
IMPORTANT
Métodos instrumentais de análise fazem uso de medição das propriedades físicas dos
analitos, como medida da absorção ou emissão de luz, condução de corrente elétrica,
medida de potencial, diferença de solubilidade etc. Equipamentos sofisticados.
5
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
0 1 2 3 cm 4 5 6 medida 7
0 1 2 3 cm 4 5 6 medida
6
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Número
6,4 5 duvidoso
Números
conhecidos
com certeza
Número
6,45 0 duvidoso
Números
conhecidos
com certeza
7
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
Veja a seguir a Figura 3 que resume as informações ditas até aqui sobre as
posições dos zeros e sua atuação como algarismo significativo.
FONTE: A autora
8
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
FONTE: A autora
9
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
FONTE: A autora
Assim, para o valor 0,00034 temos uma notação científica igual a 3,4 x 10-4:
FONTE: A autora
10
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
E
IMPORTANT
FONTE: A autora
Assim, para o valor 13.545 temos uma notação científica igual a 1,3545 x 10+4:
FONTE: A autora
11
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
FONTE: A autora
102,2
+ 242,5
344,7 g
12
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
5,345
+ 6,728
12,073 g (5 algarismos significativos e três casas decimais)
Agora, imagine se no lugar de 121,794 806 4 temos 121,794 306 4. Neste caso
não há arredondamento, uma vez que o algarismo 3 é menor que 5, permanecendo
o valor de 121,794 como resultado final (SKOOG et al., 2006).
13
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
4 MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO
Nessa situação, a resposta deve conter o número de algarismos
significativos igual ao menor número do componente da operação.
3,26 x 10-5
x 1,78
5,80 x 10-5
4,317 9 x 1012
x 3,6 x 10-19
15,54 x 10-7
=
1,554 x 10-6
14
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
E
IMPORTANT
34,60
÷ 2,46287
14,04865056
TABELA 1 – VALORES DIFERENTES PARA UMA MESMA MEDIDA DE RAIO DE UMA RODA
57,896 5
5,79 x 101 3
5,789600 x 101 7
0,6 x 102 1
15
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
Qual dos valores está correto? A resposta correta será aquela compatível
com o processo de medida e instrumento utilizado. Afinal, se o instrumento
utilizado permite apenas a leitura de um algarismo significativo, fica impossível a
expressão de valores. Agora, se o instrumento permite a leitura de mais algarismos
significativos, o correto valor será aquele expresso com o mesmo número de
algarismos significativos expressos pelo instrumento utilizado.
5 ERROS
Independentemente da excelência de execução de análise, toda medida
experimental possui alguma incerteza associada, que é chamada de erro
experimental. Trabalhamos sempre para que este tipo de erro seja mínimo e a
medida alcance maior grau de confiança, mas nunca chegaremos na completa
certeza de um resultado sem variações. Isso se deve à utilização de vidrarias e
equipamentos que possuem uma inerente incerteza em sua medida.
FIGURA 11 – PRECISÃO
16
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Veja, a seguir, que a figura apresenta algumas situações que nos ajudarão
a entender a diferença de precisão e exatidão, utilizando o modelo do arqueiro.
A) B)
C) D)
17
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
E
IMPORTANT
Com base nos conhecimentos obtidos até agora, iremos conhecer os erros
que uma determinada análise química está sujeita a apresentar: erro sistemático
(ou determinado) e erro aleatório (ou indeterminado) (SKOOG et al., 2006;
HARRIS, 2012).
19
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
E
IMPORTANT
20
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
encontrados nessa fórmula podem ser positivos, quando o valor medido é maior
que o verdadeiro, ou negativo, quando o valor medido é menor que o verdadeiro.
Veja a seguir:
21
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
6 ESTATÍSTICA
Como vimos antes, as medidas experimentais sempre irão apresentar
alguma variação, de modo que não devemos tirar conclusões somente avaliando
visualmente os resultados obtidos. Quem nos auxiliará na avaliação destes dados
será a estatística, em que será possível avaliar a inclusão ou exclusão de um
determinado valor dentro de um conjunto de outros valores.
7 VALOR MÉDIO
O valor médio ou média aritmética ou simplesmente média (x) de um
determinado conjunto de valores pode ser definido como a soma dos valores
individuais da medida e dividido pelo número total de repetições. Por exemplo,
considere os seguintes resultados de uma determinada análise, que buscou
analisar os teores de ácido ascórbico (vitamina C) em suplementos vitamínicos.
22
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Soma dos valores individuais: 3,07 + 3,02 + 2,98 + 3,09 + 2,96 +2,96 + 3,01 =
21,09
Média aritmética = soma dos valores individuais/número de replicatas
x = 21,09 / 7 = 3,01 μg Valor médio.
8 DESVIO PADRÃO
Como verificamos quando os valores individuais estão próximos da
média? Por exemplo, considere os resultados apresentados na tabela a seguir.
Esta tabela apresenta as duas medidas realizadas por analistas diferentes, que
estavam buscando a quantificação de cádmio em amostras de arroz:
23
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
s=
∑ (x − x)
i
i
2
n −1
Sendo:
xi = valor individual da medida
x = valor da média aritmética
n = número de replicatas
Vamos explicar item por item desta fórmula, não se preocupe! Para tal,
vamos considerar o seguinte exemplo: Exemplo: Calcule o desvio padrão das
seguintes medidas:
Medida 1 = 1,02
Medida 2 = 0,99
Medida 3 = 1,03
Medida 4 = 0,95
Medida 5 = 0,98
Média das medidas: 0,99
Medida 1 = (valor individual 1,02 – valor de média 0,99)² = (1,02 - 0,99)² = 0,0009
Medida 2 = (valor individual 0,99 – valor de média 0,99)² = (0,99 - 0,99)² = 0,0
Medida 3 = (valor individual 1,03 – valor de média 0,99)² = (1,03 - 0,99)² = 0,0016
Medida 4 = (valor individual 0,95 – valor de média 0,99)² = (0,95 - 0,99)² = 0,0016
Medida 5 = (valor individual 0,98 – valor de média 0,99)² = (0,98 - 0,99)² = 0,0001
24
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Denominador = N –1 = 5 – 1 = 4
s=
∑ (x − x)
i
i
2
s=
0 , 0042
s = 0 , 00105 = 0,032
n −1 4
9 TESTE t DE STUDENT
Este cálculo estatístico é utilizado frequentemente em química analítica
quantitativa, uma vez que podemos comparar valores de resultados de
experimentos diferentes. Para melhor compreensão, imagine a seguinte situação:
chega em um laboratório de química uma amostra de peixe para se realizar a
determinação de possível contaminação de chumbo nessas amostras. A análise
pode ser realizada por voltametria e por espectrometria de absorção atômica. O
coordenador de laboratório solicita a execução da medida pelas duas técnicas
para comparação dos resultados obtidos.
25
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
Qual dos valores obtidos está correto “dentro dos erros experimentais”?
Para responder a essa pergunta, devemos aplicar o teste t de Student. Para tal,
devemos calcular o valor de tcalculado e compararmos esse valor obtido com um
tabelado. O valor do teste t calculado pode ser obtido através da seguinte fórmula
(HARRIS, 2012):
x1 − x2
tcalculado =
s12 s2
+ 2
n1 − 1 n2 − 1
26
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
x1 − x2
tcalculado =
s12 s2
+ 2
n1 − 1 n2 − 1
2 , 309 − 2 , 299
tcalculado =
0 , 000992 0 , 001642
+
4 4
0 , 01
tcalculado =
2 , 45.10 + 6 , 72.10−7
−7
0 , 01
tcalculado =
9 ,17.10−7
0 , 01
tcalculado =
9 , 58.10−4
tcalculado =10 , 44
27
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
E
IMPORTANT
28
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
No caso do nosso exemplo temos como tcalculado = 10,44 e ttabelado = 2,73 (para
um intervalo de confiança igual a 95%). Como o valor de tcalculado (10,44) é superior
ao ttabelado (2,73), os resultados das duas medidas são considerados estatisticamente
diferentes.
Replicata 1 = 12,53
Replicata 2 = 12,56
Replicata 3 = 12,47
Replicata 4 = 12,67
Replicata 5 = 12,48
O valor de 12,67 deve ser considerado ou descartado?
Variação
Qcalculado =
Intervalo
Em que a variação é a diferença entre o ponto duvidoso (12,67) e o valor
mais próximo (12,56) e o intervalo é a dispersão total dos dados, ou seja, a
subtração do valor mais alto (12,67) com o valor mais baixo (12,47). Para que essa
explicação fique mais clara, observe o esquema apresentado a seguir.
29
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
FONTE: A autora
Assim, temos:
Variação
Qcalculado =
Intervalo
0 ,11
Qcalculado =
0 , 20
Qcalculado = 0 , 55
30
TÓPICO 1 | CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
E
IMPORTANT
31
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Analito é a espécie química que está presente na amostra que se deseja qualificar
(conhecer a identidade) e quantificar (conhecer a quantidade).
32
• Algumas regras para operações matemáticas envolvem algarismos
significativos, como a soma ou subtração em que o resultado deverá conter
o menor número de casas decimais. Por exemplo, se estamos somando ou
subtraindo valores, em que um destes possui apenas uma casa decimal após a
vírgula. O restante dos integrantes da soma ou subtração possui quatro casas
após a vírgula. O resultado da operação matemática deverá conter apenas uma
casa decimal após a vírgula. Outros, como a multiplicação ou divisão em que o
mesmo raciocínio da operação deve ser aplicado.
• A análise de alguns tipos de erros, como o erro aleatório, que aparece a partir
de variáveis que não são controladas (e que talvez não possam ser controladas),
como diferentes pessoas realizando leituras em equipamentos de medida.
33
AUTOATIVIDADE
1 Uma vez que uma única análise não fornece informações sobre a variabilidade
dos resultados, geralmente os químicos utilizam entre 2 e 5 porções (réplicas)
de uma amostra para realizar um procedimento analítico completo. A
reprodutibilidade das medidas é descrita pela precisão. Já a exatidão é a
proximidade de um valor medido em relação a um valor verdadeiro ou
aceito. A figura a seguir ilustra a exatidão e precisão utilizando a distribuição
de dardos. Após a análise das ilustrações, identifique os dardos que indicam
baixa exatidão e alta precisão:
a) A.
b) B.
c) C.
d) D.
e) A e C.
a) 12,456
b) 134,003
c) 0,00056
d) 1,34 x 105
e) 0,476
f) 1,2
g) 2,4645 x 10-4
a) (12,456) – (3,5)
b) (35,67) – (21,2345)
c) (1,34) + (2,31)
34
d) (1,34 x 105) + (5,321 x 106)
e) (1,34) x (0,0035)
f) (24,54) ÷ (0,543)
35
Considerando a situação exposta, assinale a alternativa que apresenta
as duas afirmações CORRETAS:
a) Erro absoluto: 1 para ponte e para o prego. Erro absoluto relativo: 0,01 para
ponte e 10 para o prego.
b) Erro absoluto: 1 para ponte e 0,1 para o prego. Erro absoluto relativo: 0,0001
para ponte e 100 para o prego.
c) Erro absoluto: 10 para ponte e 1 para o prego. Erro absoluto relativo: 0,1
para ponte e 10 para o prego.
d) Erro absoluto: 1 para ponte e para o prego. Erro absoluto relativo: 1 para
ponte e 10 para o prego.
e) Erro absoluto: 1 para ponte e 10 para o prego. Erro absoluto relativo: 0,1
para ponte e 1 para o prego.
36
UNIDADE 1
TÓPICO 2
CALIBRAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Vamos imaginar que você esteja analisando uma amostra de água de rio
com suspeita de contaminação por cádmio. Ao realizar a medida instrumental
do analito, você obtém o valor de 50 μA. O que esse valor quer dizer? De forma
isolada como ele se apresenta, não significa absolutamente nada em relação a
sua concentração. Para que um determinado valor instrumental tenha sentido,
primeiramente precisamos realizar a etapa de calibração do método.
37
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
2 CALIBRAÇÃO DE VIDRARIAS
Como dito anteriormente, a calibração de vidrarias de um laboratório é um
passo de grande importância, uma vez que influencia diretamente os resultados
de precisão e exatidão de um método analítico. O processo de calibração de
vidrarias envolve a medida do volume transferido/contido em uma determinada
vidraria (volumétrica ou graduada) para o cálculo do volume exato que este
material transfere ou contém.
FONTE: <http://www.ufjf.br/nupis/files/2017/03/Aula-Calibra%C3%A7%C3%A3o-vidraria-
QUI095-2018.pdf>. Acesso em: 12 maio 2019.
O valor “TC 20°C” indica que a 20°C foi realizada a calibração, sendo
chamada de temperatura de calibração original. Esse valor de temperatura
influencia no valor da densidade da água.
38
TÓPICO 2 | CALIBRAÇÃO
Tolerância (± mL)
Capacidade (mL)
Classe A Classe B
5 0,02 0,04
10 0,02 0,04
25 0,03 0,06
50 0,05 0,10
100 0,08 0,16
250 0,10 0,20
500 0,12 0,24
1000 0,20 0,40
2000 0,30 0,60
4000 0,50 1,00
FONTE: A autora
39
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
1 Estando o balão limpo, seco e vazio, colocamos a tampa nele. Sem tocá-lo
diretamente com as mãos (utilize um papel-toalha para manusear), coloque-o
sobre a balança analítica previamente tarada (zerada). Evitamos o toque das
mãos para que a gordura ou outras substâncias presentes nas mãos ou luvas
acrescentem massa à vidraria.
2 Anotar a massa correspondente à vidraria vazia (m1).
3 Enche-se o balão volumétrico com água destilada (anota-se a temperatura
em que se encontra a água destilada) até quase atingir o menisco. Secar o
pescoço do balão volumétrico a fim de que a água contida nesta parte não faça
parte da medida do volume. Completar o volume e aferir o menisco do balão
volumétrico com o auxílio de uma pipeta de Pasteur.
4 Tampe o balão e leve-o para pesar, novamente sem tocar diretamente a vidraria.
5 Anotar a massa correspondente à massa da vidraria com água (m2).
6 Para calcular a massa de água contida nesta vidraria, realiza-se a subtração da
m2 – m1.
7 Descobre-se o valor da densidade da água para a temperatura em que se
encontra a água destilada (valor tabelado).
8 Em posse do valor da massa e da densidade, pela fórmula da densidade
(d = m / v) fica fácil obter o valor correto do balão volumétrico.
40
TÓPICO 2 | CALIBRAÇÃO
5 CALIBRAÇÃO DE BURETAS
A calibração de bureta segue os mesmos princípios de raciocínio do balão
volumétrico e pipeta volumétrica. Veja a seguir a ordem cronológica dos passos a
serem seguidos para calibração de bureta:
41
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
42
TÓPICO 2 | CALIBRAÇÃO
6 CALIBRAÇÃO INSTRUMENTAL
A análise química instrumental pode ser definida como análise química
que utiliza uma propriedade física do analito (corrente elétrica, absorção ou
emissão de luz, potencial, densidade etc.) para monitorar a presença em uma
determinada amostra ou solução padrão (solução de concentração conhecida).
Uma parte fundamental dessa medida é a calibração.
43
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
Para que esta explicação fique mais clara, imagine a seguinte situação:
estamos analisando o teor de sódio em uma determinada bebida eletrolítica
utilizada por atletas. Para realizarmos a medida por espectrometria de absorção
atômica, precisamos calibrar nosso equipamento com diferentes concentrações
de sódio, para que se conheça a leitura do equipamento nessas concentrações.
Para que você compreenda melhor esta explicação, considere que nossa
amostra de bebida eletrolítica apresenta um teor de sódio expresso no rótulo de
0,54 mg de sódio em cada mililitro (mL) da garrafa. Prepararemos soluções (de
concentração conhecida) com concentrações abaixo de 0,54 mg e acima de 0,54 mg
para conhecermos a resposta do equipamento frente a concentrações ao redor da
quantidade presente na amostra. Podemos preparar soluções contendo: 0,1, 0,3,
0,5, 0,7 e 0,9 mg de sódio por mL. Ao analisarmos essas soluções, conheceremos
44
TÓPICO 2 | CALIBRAÇÃO
45
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
UNI
O assunto tratado nesta primeira unidade é de grande importância, uma vez que ao
cometer os erros descritos e analisar equivocadamente a estatística por trás de uma análise
química ou bioquímica, as consequências são graves.
Imagine errar o diagnóstico de câncer de uma determinada paciente. A paciente pode ser
submetida a procedimento quimioterápico ou cirúrgico desnecessariamente. Veja a seguir
um treco da reportagem do G1, que informa caso semelhante:
Assim, o químico (ou qualquer outro profissional) responsável pelas análises deve
estar muito seguro dos procedimentos realizados, erros e estatísticas envolvidas no processo
para a emissão de um laudo de análise ser emitido com muita responsabilidade.
FONTE:<http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2013/10/tjmg-condena-laboratorio-e-
biomedica-por-erro-em-diagnostico.html>. Acesso em: 17 maio 2019.
46
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
47
facilmente disponível para compra e tem custo acessível, é solúvel ao meio
reacional e ao solvente da solução e, por fim, possui elevada massa molecular
(para diminuir erro de pesagem). Poucas substâncias obedecem a esses
requisitos. Já a substância classificada como padrão secundário e para ser
utilizada como substância padrão, deve passar pelo processo de padronização,
ou seja, passar pelo processo no qual descobriremos a concentração exata
da solução preparada. Essa solução deve ser titulada (método clássico que
veremos na Unidade 2 deste material) para definição da concentração exata a
partir de uma concentração estimada pela pesagem e diluição.
48
AUTOATIVIDADE
( ) 49,95.
( ) 50,03.
( ) 49,93.
( ) 50,00.
( ) 49,89.
3 Assinale a alternativa que contém o valor do volume (em mL) exato de uma
pipeta volumétrica de 25 mL (informação do frasco). A massa do béquer
vazio e limpo é igual a 23,432 g, a massa do béquer contendo o volume
pipetado pela pipeta é de 48,462 g e a densidade da água na temperatura de
análise é igual a 0,9980 g.mL-1:
( ) 24,95.
( ) 25,08.
( ) 25,01.
( ) 24,87.
( ) 24,92.
49
I- A calibração de vidrarias está relacionada com a medida da massa de
água que a vidraria comporta ou dispensa e a densidade da água em uma
determinada temperatura. Com estes dados é possível verificar o volume
real da vidraria.
II- A calibração de equipamentos é realizada de forma automática, pelo
próprio equipamento antes da medida, não necessitando de preparo de
soluções.
III- Uma substância padrão primário é aquela que pode ser utilizada
diretamente para o preparo de soluções, não necessitando de padronização.
( ) Somente I.
( ) Somente II.
( ) I e II.
( ) I e III.
( ) II e III.
50
UNIDADE 1
TÓPICO 3
MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Uma etapa comum e extremamente necessária em diferentes pesquisas
que envolvem a análise química quantitativa é o desenvolvimento de novos
métodos, permitindo a quantificação de diferentes tipos de analitos em diversas
amostras. Para que qualquer método instrumental seja capaz de quantificar
qualquer analito em uma determinada amostra, deve passar por uma primeira
etapa que é a calibração (HARRIS, 2012).
51
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
2 CURVA DE CALIBRAÇÃO
Podemos expressar o sinal medido com a concentração ou massa do
analito através de uma equação matemática, chamada de curva de calibração ou
curva analítica.
E
IMPORTANT
52
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO
ou seja, utilizamos esta linha entre os pontos da curva para prevermos qual a
concentração da amostra, referente a um determinado valor instrumental obtido.
y = b.x + a
53
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
FONTE: A autora
FONTE: Autora
54
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO
Separador de valores x e y
Após apertar M+
Armazenamento na memória
55
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
Após apertar M+
FONTE: A autora
Após pressionar
FONTE: A autora
56
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO
FIGURA 20 – VALORES DE A, B e r
FONTE: A autora
Assim, temos:
a = -1,64 x 10-3
b = 0,51
r = 0,99
57
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
DICAS
Além disso, podemos plotar uma curva (gráfico), em que a relação linear
entre a concentração e a leitura instrumental fica evidentemente visível. Para tal,
devemos selecionar os valores de concentração que corresponderão aos valores
plotados no eixo x, e no eixo y serão os valores de absorvância (ou qualquer outra
leitura instrumental). Podemos usar qualquer programa de plotagem de dados,
como o Microsoft Office Excel®.
58
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO
DICAS
Caso você não saiba como confeccionar gráficos simples utilizando este
software, existe outro vídeo bacana online no YouTube®, do canal Statmeup, chamado de
“Regressão Linear Simples – Ajuste de Reta”. Você confere passo a passo desta explicação
e pode ser acessado através deste link: https://www.youtube.com/watch?v=e5dKAK4Df04.
FONTE: A autora
59
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
3 MÉTODOS DE CALIBRAÇÃO
Vimos até agora como funciona uma curva de calibração e qual o seu
objetivo. Porém, existe mais de uma maneira de realizá-la, em que os dois tipos
mais comuns são:
20
15
Sinal
0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Concentração
FONTE: <http://www.ufjf.br/nupis/files/2012/04/aula-1-m%C3%A9todos-de-
calibra%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 18 maio 2019.
60
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO
61
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
Como fica uma curva de calibração deste tipo? Veja bem, o primeiro ponto
não inicia no zero como no primeiro caso, uma vez que no balão no qual não
adicionamos o padrão contém somente a amostra, que possui uma quantidade
pequena do analito. Assim, a medida do primeiro ponto é somente em relação à
amostra e as medidas dos demais pontos sempre serão a soma do analito presente
na amostra mais a quantidade de analito inserida pelas soluções padrões. A curva
(gráfico) genérica de calibração é exibida pela figura a seguir:
Absorbância
0
Concentração do Analito Adicionado à Amostra
FONTE: <http://www.ufjf.br/nupis/files/2012/04/aula-1-m%C3%A9todos-de-
calibra%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 18 maio 2019.
y = 0,45.x + 0,003
0 = 0,45.x + 0,003 O valor de 0,003 passa para o outro lado da igualdade,
fazendo a operação matemática contrária (subtraindo).
0 – 0,003 = 0,45.x O valor de 0,45 passa para o outro lado da igualdade, fazendo
a operação matemática contrária (dividindo).
x = 0,003 = 0,0066 mg.L-1 Concentração do analito na amostra.
0,45
62
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
63
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
em escala logarítmica no eixo x. A linha obtida deve ser horizontal sobre toda a
faixa linear. São desenhadas outras linhas horizontais paralelas no gráfico, para
95 e 105% da linha da faixa linear. Conclui-se que o método é linear até o ponto
onde a resposta relativa intercepta a linha de 95 ou 105%.
64
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO
FONTE: PRESTON, D. W.; DIETZ, E. R. The art of experimental physics. New York: John Wiley
& Sons, 1991, p. 8. Para ler a tradução na íntegra acesse: <http://wwwp.fc.unesp.br/~jhdsilva/
Tipos_de_Erros_Experimentais.pdf>. Acesso em: 18 maio 2019.
Erros
Incertezas
65
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
66
RESUMO DO TÓPICO 3
• Vimos que o primeiro ponto a ser analisado é a solução chamada de branco. Essa
solução pode ser definida como a solução que contém todos os componentes
da amostra, com exceção do analito. Ela servirá como ponto inicial da curva,
com concentração ou massa de analito igual a zero.
• Aprendemos que essa equação pode ser obtida através de uma calculadora
científica ou através de softwares especializados.
• Uma vez obtida a equação matemática, vimos que podemos usá-la para
encontro de valores de concentração do analito na amostra a partir de valores
de leitura instrumental. Essa equação deve ser usada de acordo com o tipo de
calibração realizado.
67
• Aprendemos que, na curva analítica ou padrão externo, o primeiro ponto a ser
medido e inserido na curva é o referente à solução branco. Posteriormente, 5 a
8 soluções (concentração conhecida) são medidas de forma individual e seus
sinais são registrados. Posteriormente, a amostra é medida e os sinais obtidos
são comparados com os sinais das soluções previamente medidos, utilizando
a equação matemática da curva de calibração. Colocamos o valor da medida
instrumental da amostra no lugar do valor de y e isolamos o valor de x, que
corresponderá à concentração do analito na amostra.
68
AUTOATIVIDADE
69
Proteína (μg) 0,0 9,36 18,72 28,08 37,44
Absorvância em 595 nm: 0,466 0,676 0,883 1,086 1,280
FONTE: SKOOG, A. D. et al. Fundamentos de química analítica. 8. ed. São Paulo: Editora
Thomson, 2006.
70
UNIDADE 2
MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 2 está dividida em três tópicos. No final de cada um deles estarão
disponíveis o resumo e as autoatividades para exercitarem o conteúdo
aprendido.
71
72
UNIDADE 2
TÓPICO 1
TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
1 INTRODUÇÃO
Apesar do avanço da tecnologia e desenvolvimento tecnológico de
equipamentos que permitem uma análise cada vez mais sensível, os métodos
clássicos desempenham um papel importante para a química analítica atual. Isso
se justifica pela simplicidade do método, aliado à praticidade, elevada precisão
e relação custo/benefício para um pequeno número de amostras. Ainda, sem
considerar o fato que este tipo de método possibilita a automação, sendo capaz
de ser inserido na rotina de um laboratório de análises químicas.
73
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
2 EQUILÍBRIO QUÍMICO
Para que possamos compreender as reações químicas de ácidos e bases
na titulação ácido base, devemos relembrar aspectos importantes do equilíbrio
químico.
H + . Cl −
Ka =
HCl
74
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
CH 3COOH H + + CH 3COO −
H + . CH 3COO −
Ka =
CH 3COOH
E
IMPORTANT
Espécies fortes: como a reação está muito deslocada no sentido das espécies
dissociadas (produtos), não são atribuídos valores de constante de equilíbrio para a espécie.
Espécies fracas: como a reação está parcialmente deslocada no sentido das espécies
dissociadas (produtos), podem ser atribuídos valores de constante de equilíbrio para a espécie.
FONTE: SKOOG, A. D. et al. Fundamentos de química analítica. 8. ed. São Paulo: Editora
Thomson, 2006, p. 229.
CH 3COOH H + + CH 3COO −
75
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
CH3COOH ⇌ H+ CH3COO-
Inicial (mol.L )-1
0,1 0 0
Final (mol.L-1) 0,1 - x x x
FONTE: A autora
FONTE: A autora
76
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
H + . CH 3COO −
Ka =
CH 3COOH
x . x
Substituindo os valores na fórmula, temos: 1,75.10 −5 =
0,1 − x
−5 x2
Resolvendo a multiplicação do denominador (x.x = x²), temos: 1,75.10 =
0,1 − x
x2
1,75.10 −5 =
0,1
77
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
E
IMPORTANT
78
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
4 TITULAÇÃO E INDICADORES
Antes que iniciemos nossos estudos sobre titulação ácido-base, devemos
conhecer alguns termos e definições importantes do processo de análise
volumétrica e a utilização de indicadores químicos que nos ajudarão a identificar
a finalização da análise.
79
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
Bureta
com o
titulante
Erlenmeyer
com o titulado e
com o indicador
ácido-base
80
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
Leitura do
volume inicial
20,0 mL Bureta
de solução
ácida
Solução
padrão Leitura do
de NaOH volume final
Pipeta
Solução
20,0 mL neutralizada
de solução (indicador
ácida muda de cor)
81
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
E
IMPORTANT
FONTE: SKOOG, A. D. et al. Fundamentos de química analítica. 8. ed. São Paulo: Editora
Thomson, p. 324, 2006.
82
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
83
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
Faixa do pH do indicador
= pka ±1
DICAS
FONTE: TERCI, D. B. L.; ROSSI, A. V. Indicadores naturais de pH: usar papel ou solução?
Quim. Nova, v. 25, n. 4, p. 684-688, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/
v25n4/10546.pdf. Acesso em: 12 jun. 2019.
84
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
Para que fique mais claro, em cada etapa de cálculo, seguiremos a ordem
das regiões para as devidas explicações matemáticas.
50 mL
→ HCI 0,050 mol.L−1
85
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
E
IMPORTANT
86
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
2,5 mol
=x
1000
−3
Realizando a divisão de 2,5 por 1000, temos que x é: x = 0,0025 mol ou 2,5.10 .
2,5 mL = 0,100 . x
2,5 mL
Teremos: =x
0,100
Realizando a divisão de 2,5 por 0,100, temos que x é:
=x 25
= mL Ponto de equivalência
Agora que sabemos qual é o volume do titulante que deve cair sobre o
titulado (25 mL), conseguimos definir as regiões, sendo que:
87
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
pH =
− log 0,0050 → pH =
1,30
FONTE: A autora
88
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
E
IMPORTANT
89
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
Para sabermos quantos mols de ácido clorídrico (HCl) restam sem reagir,
precisamos somente fazer a subtração desses valores e da seguinte forma:
Número de mols que permaneceu sem reagir = 0,0025 mol – 0,001 mol
= 0,0015 mol. Porém, para colocarmos esse valor na fórmula do pH, ele deve
ser expresso na forma de concentração (mol.L-1). Assim, dividiremos o valor de
0,0015 mol pelo volume total da solução, que é de 50 mL iniciais mais os 10 mL
adicionados do titulante, totalizando 60 mL. Esses 60 mL devem ser expressos em
litros, sendo necessária a divisão do valor (60 mL) por mil, resultando em 0,060 L.
A concentração do ácido clorídrico (HCl) fica então:
0,0015 mol
Concentração
= de HCl = 0,025 mol.L−1
0,060 L
solução do titulado. Colocando esse valor na fórmula, temos (SKOOG et al., 2006):
pH = − log 0,025 → pH = 1,60 .
Kw = H + . OH −
90
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
pH = − log H + :
Esse valor faz total sentido, uma vez todo ácido que estava no titulado foi
consumido pela base do titulante. Assim, podemos inferir que:
E
IMPORTANT
91
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
92
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
0,00001 mol
Concentração
= de HCl = 0,0001333 mol.L−1
0,07510 L
pH
= 14 − 3,88 → pH = 10,12
93
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
FONTE: A autora
94
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
50 mL
→ CH 3 COOH 0,100 mol.L-1
95
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
Para isolar o x, passamos o número mil que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos:
5,0 mol
= x → x = 0,005 mol ou 5,0.10 −3 mol
1000
Para isolar o x, passamos o número 0,100 que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
5,0 mL
de divisão. Teremos: =x
0,100
Realizando a divisão de 5,0 por 0,100, temos que x é:
=x 50
= mL Ponto de equivalência
Agora que sabemos qual o volume do titulante que deve cair sobre o
titulado (50 mL), conseguimos definir as regiões, sendo que: Região 1: Antes do
ponto de equivalência = de 0,00 a 49,99 mL do titulante; Região 2: No ponto de
equivalência = 50 mL e Região 3: Após o ponto de equivalência = acima de 50 mL.
CH 3COO − . H +
CH 3COOH CH 3COO − + H + Ka =
CH 3COOH
97
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
(CH3COO-) e íon H+, chamaremos essas duas partes de x. Substituindo todos esses
−5 x.x
valores na fórmula anterior, temos: 1,75.10 = .
0,100
Resolvendo a multiplicação dos valores de x no numerador, temos:
x2
1,75.10 −5 = .
0,100
Para isolar x, o número 0,100 que se encontra no denominador da
divisão passa para o outro lado da igualdade, multiplicando. Assim, temos:
1,75.10 −5.0,100 = x 2 .
E
IMPORTANT
98
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
base conjugada
= pKa + log
pH
ácido fraco
1,0 mol
Teremos: = x → x = 0,001 mol ou 1,0.10 −3 mol
1000
Esse é o número de mols da base conjugada, porém é necessário dividir
esse valor pelo volume final da solução (50 mL iniciais + 10 mL adicionados),
para obter-se o valor de concentração (mol.L-1). Lembrando que o valor final do
volume da solução deve ser expresso em litros. Assim, temos:
99
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
0,001 mol
Concentração da base conjugada
= = 0,01666 mol.L−1
0,060 L
Concentração do ácido acético: ao adicionarmos hidróxido de sódio
(NaOH) sobre o titulado (ácido acético, CH3COOH), parte do ácido é consumida
para formar acetato de sódio (CH3COONa) e outra parte fica “sobrando” em
solução. Para descobrirmos essa concentração, devemos analisar o número de
mols inicial de ácido acético e subtrair da quantidade de base adicionada. Sendo
assim, temos:
100
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
Para isolar o x, passamos o número 1000 que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos: 5,0 mol = x → x = 0,005 mol ou 5,0.10 −3 mol .
1000
Esse é o número de mols do hidróxido de sódio (NaOH) que foi dispensado
da bureta e que reagiu com todo o ácido acético (CH3COOH) do titulado,
formando o acetato de sódio (CH3COONa). Então, para podermos conhecer a
concentração (mol.L-1) de acetato de sódio (CH3COONa), pegamos o número de
mols (0,005 mol) e dividimos pelo volume final (50 mL iniciais + 50 mL de base
adicionada = 100 mL) em litros (0,100 L), resultando em:
0,005 mol
Concentração de acetato de sódio ( CH 3COONa
= ) = 0,05 mol.L−1
0,100 L
101
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
como somente íon acetato (CH3COO-), omitindo o íon Na+. Assim, colocamos essa
espécie em contato com água e escrevemos a equação que define seu equilíbrio.
Como o íon acetato (CH3COO-) é uma base conjugada, receberá o próton (H+) da
água, que dá origem ao ácido acético (CH3COOH) e íon hidróxido (OH-) como
produtos da reação:
CH 3COO − + H 2O CH 3COOH + OH −
FONTE: A autora
x . x x2
5,71.10 −10 = −10
→ 5,71.10 =
0,05 − x 0,05
−11 2
Resolvendo a multiplicação, temos: 2,85.10 = x .
102
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
E
IMPORTANT
103
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
5,01 mol
Teremos: =x → x = 0,00501 mol ou 5,01.10 −3 mol
1000
Esse valor corresponde ao valor que a bureta dispensou e parte desse
número de mols reagiu com o ácido acético (CH3COOH) presente no titulado. A
quantidade de mols que reagiu com o titulado é de 0,0050 mol. Subtraindo um
valor do outro, a quantidade de mols de hidróxido de sódio que permaneceu sem
reagir é igual a 0,00501 - 0,00500 = 0,00001 mol.
Para colocarmos esse valor na fórmula do pOH, o valor numérico deve ser
expresso na forma de concentração (mol.L-1). Assim, dividiremos o valor de 0,00001
mol pelo volume total da solução: 50 mL iniciais mais os 50,10 mL adicionados do
titulante, totalizando 100,10 mL. Esses 100,10 mL devem ser expressos em litros,
sendo necessária a divisão do valor (100,10 mL) por mil, resultando em 0,01001 L.
A concentração de hidróxido de sódio (NaOH) fica:
0,00001 mol
Concentração
= de NaOH = 0,0000999 mol.L−1 ou 9,99.10 −5 mol.L−1
0,1001 L
pH + pOH =
14 → pH + 4,00 =
14 → pH
= 14 − 4,00 → pH = 10,0
104
TÓPICO 1 | TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
FONTE: A autora
105
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A maioria das substâncias que são utilizadas como solução padrão na análise
volumétrica não preenche os requisitos de substância padrão primário.
Para conseguir utilizar essas substâncias, chamadas de padrão secundário,
devemos, antes de fazer a quantificação do analito na amostra, padronizar essa
substância.
106
• Neste tipo de titulação, temos três regiões a serem examinadas:
107
AUTOATIVIDADE
1 Calcular o pH após a adição de 0,00; 5,00; 15,00; 25,00; 40,00; 45,00; 49,00;
50,00; 51,00; 55,00; e 60,00 mL de NaOH 0,1000 mol L.-1 na titulação de 50,00
mL de HNO2 (fraco, Ka = 7,1.10-4) 0,1000 mol L-1 (SKOOG et al., 2006, p. 373).
2 Uma alíquota de 50,00 mL de KOH 0,1000 mol L-1 foi titulada com o HCl
0,1000 mol.L-1. Calcule o pH da solução após a adição de 0,00; 10,00; 25,00;
40,00; 45,00; 49,00; 50,00; 51,00; 55,00 e 60,00 mL de ácido e elabore uma
curva de titulação a partir dos dados (SKOOG et al., 2006, p. 373).
3 Calcule o pH após a adição de 0,00; 5,00; 15,00; 25,00; 40,00; 45,00; 49,00;
50,00; 51,00; 55,00 e 60,00 mL de HCl 0,1000 mol L-1 na titulação de 50,00 mL
de amônia (NH3) (Ka ,íon amônio, NH4+ = 5,70.10-10) 0,1000 mol L-1 (SKOOG
et al., 2006, p. 373).
1 – 50 mL
2 –100 mL
3 – Ponto de equivalência
4 – Valores de pH
5 – pH da solução ácida antes de adicionar a base
6 – pH da solução de NaOH
a) Os indicadores são bases fortes que apresentam cor diferente de acordo com
a forma em que se apresentam em solução (forma ácida ou forma básica).
b) Na titulação de ácidos fracos com bases fortes, é recomendado o uso de
indicadores cujos intervalos de viragem estão em faixa de pH ácido.
c) Existem indicadores com intervalo de viragem em diferentes faixas de pH.
d) Idealmente, o intervalo de viragem de um indicador deve ser o mais distante
possível do ponto de equivalência da titulação.
e) Indicadores mistos são uma mistura de um indicador mais um corante
orgânico, diminuindo a nitidez da mudança de coloração, alterando seu
intervalo de viragem.
FONTE: <http://concursos.biorio.org.br/nuclep2014_2/arquivos/provas/TEC-QUIMICA-GAB-2.
pdf>. Acesso em: 3 jul. 2019.
109
110
UNIDADE 2 TÓPICO 2
TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E
COMPLEXAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Vimos até o momento reações de titulação, em que o produto formado
era uma substância solúvel no solvente em que a titulação acontece. Reações
químicas nas quais ocorre a formação de compostos insolúveis (ou com
solubilidade limitada), chamadas reações de precipitação, podem ser utilizadas
para a realização de análise titulométrica. Como a maioria dos compostos com
solubilidade limitada possui velocidade muito lenta de formação, não são todos
aqueles que podem ser utilizados para a titulação de precipitação. Estudaremos
o reagente de precipitação mais utilizado: nitrato de prata, que é amplamente
utilizado para a determinação de halogênios (família 17 da tabela periódica),
ânions semelhantes aos halogênios, mercaptanas, ácidos graxos e vários ânions
divalentes.
111
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
2 TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO
Os conceitos sobre os princípios de funcionamento de uma análise
titulométrica ácido-base são os mesmos para qualquer tipo de titulação. O que
muda: somente o tipo de reação envolvida e a forma de analisar o equilíbrio.
Outra informação importante, que é comum de ser pedida neste tipo de análise,
é a medida da concentração de prata na forma de pAg. Lembre-se: a função
p é sempre igual a p(x) = - log [x], ou seja, pAg = - log [Ag+]. [Ag+] é igual à
concentração molar (mol.L-1) de prata (Ag+) (SKOOG et al., 2006).
50 mL
→ NaCl 0,0500 mol.L−1
112
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
Para isolar o x, passamos o número mil que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos:
2,5 mol
=x
1000
−3
Realizando a divisão de 2,5 por 1000, temos que x é: x = 0,0025 mol ou 2,5.10 .
2,5 mL = 0,100 . x
Para isolar o x, passamos o número 0,100 que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos: 2,5 mL = x → = x 25= mL Ponto de equivalência .
0,100
Agora que já conhecemos o ponto de equivalência, vamos fazer, assim
como realizado no Tópico 1, o cálculo em três regiões da titulação: antes do
ponto de equivalência, no ponto de equivalência e após o ponto de equivalência
(SKOOG et al., 2006).
Neste ponto da titulação, quase não existe prata (Ag+) livre na solução,
uma vez que todo o nitrato de prata (AgNO3) que cai da bureta reage com o
cloreto de sódio (NaCl) disponível no Erlenmeyer. Contudo, podemos descobrir
essa concentração a partir do equilíbrio de solubilidade, do composto insolúvel
formado, como mostra a equação:
E
IMPORTANT
livre no Erlenmeyer.
114
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
0,0015 mol
Concentração deCl − disponível no Erlenmeyer
= = 0,025 mol.L−1
0,060 L
1,82.10 −10 +
= Ag
0,025
− log 7,28.10 −9 =
pAg + = 8,14.
K ps = Ag + . Cl −
115
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
Para isolar o x, passamos o número mil que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos:
2,6 mol
=x → x = 0,0026 mol ou 2,6.10 −3 mol
1000
O número de mols que reage com o cloreto de sódio é igual a 0,0025 mol,
sendo que sobram disponíveis 0,0001 mol (0,0026 mol – 0,0025 = 0,0001 mol)
(SKOOG et al., 2006), porém precisamos do valor expresso em concentração
(mol.L-1). Precisamos dividir esse valor de mols pelo volume final da solução (50
mL iniciais + 26 mL adicionados do titulante = 76 mL) expresso em litros (0,076
L), em que temos:
0,0001 mol
(
Ag + livre
Concentração de prata = ) = 1,32.10 −3 mol.L−1
0,076 L
Esse valor corresponde à concentração de prata (Ag+) na solução após o
ponto de equivalência. Para calcularmos o valor de pAg, aplicamos esse valor na
seguinte equação:
116
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
FONTE: A autora
117
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
A
8
B
6
Região possível Ponto de
pAg
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00
Volume de AgNO3 mL
A prata foi usada como titulante, porém ela pode ser usada como titulado,
no método de Volhard. No método, o composto à base de prata é o titulado (que
118
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
O indicador é uma solução que contenha ferro III (Fe3+), pois o íon, ao
primeiro excesso de tiocianato (SCN-), forma um complexo vermelho, chamado
tiocianato férrico (FeCNS2+), indicando o ponto final da titulação (HARRIS, 2012).
3 TITULAÇÃO DE COMPLEXAÇÃO
Como dito anteriormente, envolve a formação de um complexo. O
complexo pode ser definido como a união entre um íon metálico, classificado
como ácido de Lewis, ou seja, substância capaz de receber pares de elétrons, com
uma base de Lewis, classificada como substância doadora de pares de elétrons e
chamada de ligante.
119
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
representar a molécula por H3Y-; dois hidrogênios por H2Y2-, três por HY3- e,
todos, Y4- (HARRIS, 2012). A mudança da forma da molécula em função do seu
pH pode ser vista a seguir:
pH αY4-
0 1,3 x 10-23
1 1,4 x 10-18
2 2,6 x 10-14
3 2,1 x 10-11
4 3,0 x 10-9
5 2,9 x 10-7
6 1,8 x 10-5
7 3,8 x 10-4
8 4,2 x 10-3
9 0,041
10 0,30
11 0,81
12 0,98
13 1,00
14 1,00
FONTE: Harris (2012, p. 255)
120
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
MY n − 4
M n+ 4−
+ Y MY n− 4 Kf =
M n+ . Y 4 −
K f ' = áα Y 4− . K f
Para que fique mais claro cada etapa de cálculo, seguiremos a ordem das
regiões para as devidas explicações matemáticas, utilizando o exemplo Número 5.
121
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
−1
EDTA 0,010 mol. L
50 mL
Ca 0,0050 mol.L-1
2+
122
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
Para isolar o x, passamos o número mil que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos:
0,25 mol
= x → x = 0,00025 mol ou 2,5.10 −4 mol
1000
0,25 mL = 0,010 . x
Para isolar o x, passamos o número 0,010 que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos: 0,25 mL = x = → x 25 = mL Ponto de equivalência
0,01
Agora que já conhecemos o ponto de equivalência, vamos iniciar o
cálculo em três regiões da titulação: antes do ponto de equivalência, no ponto de
equivalência e após o ponto de equivalência.
Neste ponto da titulação, parte do titulante (EDTA) cai sobre o titulado (Ca2+)
e consome parte do número de mols disponível no Erlenmeyer. Iremos calcular
a concentração (mol.L-1) de Ca2+ que “sobra” no Erlenmeyer e, posteriormente,
aplicar a função p no valor, para encontro do valor de pCa2+.
123
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
Para isolar o x, passamos o número 1000 que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
0,10 mol
de divisão. Teremos: = x → x = 0,0001 mol .
1000
Agora, realizamos a subtração: número de mols total disponível de Ca2+
no Erlenmeyer (0,00025 mol) menos o número de mols de EDTA que é dispensado
pela bureta (0,0001 mol), resultando em um valor de 0,00015 mol de Ca2+ livre no
Erlenmeyer.
Devemos dividir o número de mols de Ca2+ que está sobrando pelo volume
total da solução (50 mL iniciais + 10 mL adicionados = 60 mL) expresso em litros
(0,060 L). Sendo assim, temos:
0,00015 mol
Concentração deCa 2 + disponível no Erlenmeyer
= = 0,0025 mol.L−1
0,060 L
124
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
TABELA 7 – EQUILÍBRIO QUÍMICO DO ÍON CÁCLIO (CA2+) COM EDTA ANTES E APÓS O
ESTABELECIMENTO DO EQUILÍBRIO
CaY 2 −
K 'f =
Ca . EDTA Y 4 −
2 +
( )
Contudo, como calculamos a constante de formação condicional?
Multiplicamos o valor da constante de formação do complexo (valor tabelado,
5,0x1010) pela fração de EDTA (Y4-) disponível na solução para pH igual a 10
(sendo 0,35). Assim, calculamos:
125
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
CaY 2 −
K 'f
Substituindo os valores na equação anterior, temos: =
( )
Ca 2 + . EDTA Y 4 −
0,0033
1,75.1010 =
x.x
0,0033
Resolvendo a multiplicação do x no denominador, temos: 1,75.1010 = .
x2
O x² está realizando uma operação de divisão e, portanto, ele passa
para o outro lado da igualdade multiplicando o valor de 1,75.1010. Veja:
1,75.1010.x 2 = 0,0033 .
Para isolar o valor de x, tiramos a raiz quadrada do valor que está no lado
2 −13
oposto da igualdade (1,88.10-13), observe: x = 1,88.10 → x = 4,34.10 −7 .
126
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
Para isolar o x, passamos o número 1000 que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos: 0,26 mol = x → x = 0,00026 mol .
1000
Esse valor encontrado é igual ao número de mols de EDTA dispensado
pela bureta em 26 mL. 0,00025 mols dessa quantia reagem para formar o complexo,
resultando em uma quantidade igual a 0,00008 mol (0,00026 – 0,00026 = 0,00001
mol) de EDTA livre na solução. Devemos dividir o número de mols de EDTA que
está sobrando pelo volume total da solução (50 mL iniciais + 26 mL adicionados =
76 mL) expresso em litros (0,076 L) (HARRIS, 2012). Assim, temos:
0,00001mol
Concentração de EDTA disponível no Erlenmeyer
= = 1,31.10 −4 mol.L−1
0,076 L
TABELA 8 – EQUILÍBRIO QUÍMICO DO ÍON CÁCLIO (CA2+) COM EDTA ANTES E APÓS O
ESTABELECIMENTO DO EQUILÍBRIO
127
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
CaY 2 −
K 'f = 0,00328
( )
10
Ca . EDTA Y 4 −
2 + → 1,75.10 =
x. 1,31.10 −4
− log 1,43.10 −9 =
pCa 2 + = 8,84
.
Essa é a mesma maneira de realizar o cálculo para qualquer ponto após o
ponto de equivalência.
128
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
FONTE: A autora
129
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
8,0 B
Mg2+
6,0
CaIn- + HY3-⥤ HIn2- + CaY2-
vermelho azul
pM
4,0
130
TÓPICO 2 | TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E COMPLEXAÇÃO
E
IMPORTANT
FONTE: SKOOG, A. D. et al. Fundamentos de química analítica. 8. ed. São Paulo: Editora
Thomson, 2006. p. 456.
131
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Um indicador ideal é aquele que irá reagir com a prata no primeiro excesso do
titulante adicionado, mas que não interfira na reação da prata com o íon cloreto
do titulado.
• A prata pode ser usada como titulante, porém ela pode ser usada como titulado,
no método de Volhard. No método, o composto à base de prata é o titulado
(que fica no Erlenmeyer) e o tiocianato (SCN-) é o titulante.
132
• A palavra complexo pode ser definida como a união de um ligante (doadoras
de pares de elétrons, ou seja, base de Lewis) com um íon metálico que possui
orbital (receptores de pares de elétrons, ou seja, ácido de Lewis), geralmente
elementos do bloco d da tabela periódica. A união desses dois compostos dá
origem a um composto de coordenação ou complexo. As titulações baseadas na
formação de complexos podem ser chamadas de titulações de complexometria.
• Um indicador ideal é aquele que irá reagir com os íons presentes no titulado,
de maneira fraca e com a presença de coloração. À medida que o EDTA vai
sendo dispensado pela bureta, o EDTA “retira” os cátions complexados com o
indicador, fazendo com que a solução aos poucos vá mudando de coloração.
Com o primeiro excesso de EDTA, o indicador já não está ligado com nenhum
íon livre, fazendo com que a solução apresente outra coloração, diferente
da inicial, permitindo ao analista a detecção do ponto final da titulação. Um
dos indicadores de titulação de complexação mais utilizados é o Negro de
Eriocromo T.
133
AUTOATIVIDADE
a) 0,00 mL
b) 20,00 mL
c) 40,00 mL
d) 49,00 mL
e) 49,90 mL
f) 50,00 mL
g) 51,00 mL
h) 55,00 mL
i) 60,00 mL
FONTE: Harris (2012, p. 271)
a) 20,0 mL
b) 25,0 mL
c) 30,0 mL
134
5 25,0 mL de uma solução 0,1306 mol.L-1 de nitrato de prata (AgNO3) titulada
com 0,1194 mol.L-1 de tiocianato de potássio (KSCN). Calcule pAg+ e pSCN-
nos seguintes pontos:
a) 39,00 mL
b) Ponto de equivalência
c) 44,30 mL
FONTE: Harris (2012, p. 745)
135
136
UNIDADE 2 TÓPICO 3
TITULAÇÃO DE OXIRREDUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Neste último tópico, iremos conhecer como funciona a titulação ou
volumetria de oxirredução. Determinado tipo de titulação envolve reações
redox, ou seja, reações de troca de elétrons entre o titulante e o titulado. Nessas
reações existem espécies oxidantes (removem elétrons) e espécies redutoras
(doam elétrons). Contudo, como avaliaremos essa troca de elétrons? Através da
mudança do número de oxidação (NOX) das espécies envolvidas na titulação.
Obviamente, este tipo de titulação não pode ser utilizado em elementos químicos
que apresentam apenas um único estado de oxidação, uma vez que os mesmos
não são capazes de sofrer redução ou oxidação rapidamente. No entanto, muito
são os elementos químicos que apresentam mais de um estado de oxidação e,
por conta disso, este tipo de titulação pode receber muitas aplicações, como para
análise de substâncias orgânicas e inorgânicas. Outra justificativa para a elevada
popularidade é a elevada quantidade de padrões e titulantes que podem ser
utilizados.
2 EQUILÍBRIO QUÍMICO
Vamos relembrar agora alguns aspectos sobre o equilíbrio de reações
de oxirredução que serão importantes para o completo entendimento sobre o
processo de titulação. Considere a equação a seguir:
Cu( s ) + 2 Ag + Cu2 + + 2 Ag 0
137
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
Já a prata nos reagentes (Ag+) possui NOX igual a +1 e a prata nos produtos
(Ag°) possui NOX zero. Pode-se notar aqui uma diminuição do valor do NOX
(de +1 para zero) e, portanto, o recebimento de elétrons. O ganho de elétrons faz
com que o elemento sofra o processo de redução e seja classificado como agente
oxidante (VOGEL, 2002).
E
IMPORTANT
Lembre-se:
REDUÇÃO: Acontece com a diminuição do valor do NOX (recebimento de elétrons). A
substância é classificada como agente oxidante.
OXIDAÇÃO: Acontece com o aumento do valor do NOX (doação de elétrons). A substância
é classificada como agente redutor.
2 Ag + + 2 e − 2 Ag 0 E0 =
0,799V
Cu0 + 2 e − Cu2 + E0 =
0,377
Ecélula =
Edireita ( redução ) − Eesquerda ( oxidação ) =
EAg − ECu
138
TÓPICO 3 | TITULAÇÃO DE OXIRREDUÇÃO
3 INDICADORES
Os indicadores podem ser substâncias químicas (indicadores químicos)
ou ainda eletrodos. Um indicador químico para titulação de oxirredução é uma
substância química que muda a coloração da solução quando altera seu número
de oxidação, por exemplo, o indicador ferroína, que altera a coloração azul-
pálido para vermelho.
Para que fique mais claro cada etapa de cálculo, seguiremos a ordem das
regiões para as devidas explicações matemáticas.
139
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
Ce 4+ 0,010 mol.L-1
50 mL
Fe 2+ 0,050 mol.L-1
Ce 4 + + e − Ce 3+ E0 =
+1,44 V
Fe 3+ + e − Fe 2 + E0 =
+0,68
Ce 4 + + Fe 2 + Ce 3+ + Fe 3+
Podemos dizer que a proporção da reação é: 1:1 (Lê-se “um para um”).
Assim, cada mol de Fe2+ que estiver no Erlenmeyer irá requerer um mol
de Ce para consumo. Então, para sabermos quanto de Ce4+ é necessário para
4+
140
TÓPICO 3 | TITULAÇÃO DE OXIRREDUÇÃO
Para isolar o x, passamos o número mil que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos:
2,5 mol
=x
1000
141
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
2,5 mL = 0,100 . x
Para isolar o x, passamos o número 0,100 que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
de divisão. Teremos:
2,5 mL
=x
0,100
é: x 25
Realizando a divisão, temos que x= = mL Ponto de equivalência
Agora que sabemos qual o volume do titulante que deve cair sobre o
titulado, conseguimos definir as regiões:
142
TÓPICO 3 | TITULAÇÃO DE OXIRREDUÇÃO
Para isolar o x, passamos o número 1000 que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
0,5 mol
de divisão. Teremos: = x → x = 0,0005 mol .
1000
Para a descoberta do valor da concentração (mol.L-1), dividimos o
número de mols (0,0005) pelo volume final da solução (50 mL iniciais + 5 mL
adicionados = 55 mL) em litros (0,055 L), como mostra a equação a seguir:
0,0005 mol
[ Fe 3+ ] = 0,009090 mol.L−1 .
=
0,055 L
E a concentração de Fe2+? A concentração de Fe2+ é aquela que “sobra”
após parte ser consumida pelo Ce4+. O número de mols iniciais de Fe2+ (antes do
início da titulação) era de 0,0025 e o número de mols dispensados de Ce4+ é igual
a 0,0005. Realizando a subtração, 0,0025 mol – 0,0005 mol = 0,002 mol de Fe2+ livre
no titulado.
143
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
0 0
ECe 4+ + EFe 3+
Ce 3+
Fe 2+ 1,44 + 0,68
Eponto de equivalência = = = +1,06 V
2 2
Ce 4 + + e − Ce 3+ E0 =
+1,44 V
Fe 3+ + e − Fe 2 + E0 =
+0,68
Note a mudança brusca que acontece de potencial no ponto de equivalência.
Essa mudança brusca é característica do ponto de equivalência (HARRIS, 2012).
144
TÓPICO 3 | TITULAÇÃO DE OXIRREDUÇÃO
0,0025 mol
Concentração
= deCe 3+ = 0,0333 mol.L−1
0,0751 L
Para isolar o x, passamos o número 1000 que está realizando uma operação
de multiplicação para o outro lado da igualdade, realizando a operação contrária,
2,51 mol
de divisão. Teremos: = x → x = 0,00251 mol . Esse valor corresponde
1000
ao número de mols que foi dispensado pela bureta. Contudo, 0,0025 mols foram
utilizados para converter Fe2+ em Fe3+, sobrando no Erlenmeyer 0,00001 mols de
Ce4+ (0,00251 mol – 0,00250 mol = 0,00001 mol).
0,00001 mol
Concentração
= deCe 4 + = 0,000133 mol.L−1
0,0751 L
146
TÓPICO 3 | TITULAÇÃO DE OXIRREDUÇÃO
FONTE: A autora
147
UNIDADE 2 | MÉTODOS TITULOMÉTRICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
A. S. CHUCHINSKI
J. CAETANO
D. C. DRAGUNSKI
148
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
°
No ponto de
0
equivalência:
0
Usamos a seguinte equação:
EEspécie 1 + Eespécie 2 .
Eponto de equivalência =
2
149
AUTOATIVIDADE
150
UNIDADE 3
TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 3 está dividida em três tópicos. No final de cada um deles estarão
disponíveis o resumo e as autoatividades para exercitarem o conteúdo
aprendido.
151
152
UNIDADE 3
TÓPICO 1
MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
1 INTRODUÇÃO
Nesta última unidade iremos conhecer os métodos instrumentais de
análise, ou seja, os métodos analíticos que utilizam um equipamento para medir as
propriedades físicas do analito. Os métodos espectrométricos utilizam a medida
da quantidade de luz (radiação) que é absorvida ou emitida pelas moléculas ou
espécies atômicas de interesse (analito) (SKOOG et al., 2006).
153
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
2 PRINCÍPIOS BÁSICOS
Antes de iniciarmos os nossos estudos sobre a espectrometria, devemos
compreender as propriedades da radiação eletromagnética, para que possamos
entender como a radiação interage com o analito.
A radiação eletromagnética pode ser definida como uma onda que tem
propriedades de radiação (comprimento de onda, frequência, velocidade e
amplitude) e como partículas de energia. Essas partículas (ou pacotes) de energia
podem ser chamadas de fótons ou quanta. Esse comportamento dual (partícula e
onda) nos ajudará a compreender o funcionamento dos métodos espectrométricos
descritos neste primeiro tópico (HAGE; CARR, 2012; SKOOG et al., 2006).
Comprimento da onda, λ
Amplitude
Campo elétrico
A
0
Tempo ou distância
154
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
E
IMPORTANT
Observe que, quanto maior o comprimento de onda (maior distância entre dois
máximos ou mínimos sucessivos), menor é a energia associada a este tipo de radiação.
FONTE: SKOOG, A. D. et al. Fundamentos de química analítica. 8. ed. São Paulo: Editora
Thomson, 2006.
156
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
3 ESPECTROFOTOMETRIA UV/Vis
A espectrofotometria na região do visível e ultravioleta (UV/Vis) é
utilizada nas mais diferentes determinações analíticas, tanto para compostos
orgânicos quanto inorgânicos. A técnica está baseada na interação entre a região
do espectro eletromagnético com o analito. Podemos fazer uma classificação, que
nos ajudará a compreender os tipos de espectrometria.
Espectrometria de absorção molecular ou atômica: se preocupa em medir
a quantidade de radiação que uma molécula ou átomo absorve.
Espectrometria de emissão molecular ou atômica: se preocupa em medir
a quantidade de radiação que uma molécula ou átomo emite.
157
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
IR VIS UV
4
5p 3
4,0 2
1
4p E2 0
Energia, elétrons-volts
3,0 4
3
2
1
Energia
E1 0
2,0 3p
1,0
4
285 nm
330 nm
590 nm
3
2
1
3s E0 0
0 λ1 λ4 λ'1 λ'5 λ'1 λ'5
158
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
159
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
DICAS
Átomos: banda de absorção de radiação estreita, uma vez que possui apenas a
transição eletrônica entre os orbitais atômicos.
Moléculas: banda de absorção de radiação larga, uma vez que possui três transições:
eletrônicas (entre orbitais moleculares) + transição vibracional + transição rotacional.
4 CALIBRAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO
Como dito anteriormente, cada molécula ou átomo isolado é capaz de
absorver suas próprias frequências de radiação eletromagnética. Quando a
radiação sai da fonte emissora e chega até a amostra, parte dessa radiação
é utilizada para o processo de excitação de moléculas ou átomos da amostra.
Isso quer dizer que a radiação que sai do recipiente da amostra é menor do que
aquela que atingiu a amostra inicialmente. Dizemos que o processo de absorção
de radiação eletromagnética faz com que ocorra uma atenuação (diminuição) do
feixe luminoso, de acordo com o número de espécies absorventes (concentração)
na amostra.
160
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
Solução
absorvente de
concentração c
P0
P
A = ἐ .b.c
Observe que a equação de Lei de Beer nos permite inferir que quanto
maior a concentração molar e maior o tamanho do recipiente (mais analito por
área), maior a absorção da radiação e menor a potência radiante transmitida (P).
161
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
P
T=
P0
A = 1,54
A = ἐ .b.c
A = 0,33
162
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
A = − log T
0,33 = − logT
10 −0,33 = T
T = 0,47
163
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
FONTE: A autora
164
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
Para isolar o x, passamos o valor de 0,0011 que está somando para o outro
lado da igualdade, realizando a operação contrária (subtração):
0,045 − 0,0011 =
0,0801.x
0,0439 = 0,0801.x
0,0439
=x
0,0801
x = 0,548 mg.L−1
165
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
5 INSTRUMENTAÇÃO
Os equipamentos que realizam a medida de absorção de radiação por
moléculas na região, o UV/Vis, possuem cinco componentes principais:
166
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
(a)
Intensidade
(b)
Comprimento de onda
FONTE: Skoog et al. (2006, p. 706)
167
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
Plano
λ1 focal
B
Fenda de Lentes Prisma
entrada colimadoras λ2
Fenda de
λ2 λ1 Lentes saída
A B Plano focalizadoras A
Rede de focal
Fenda de reflexão Fenda (b)
entrada de saída
(a)
168
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
169
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
170
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
E
IMPORTANT
FONTE: SKOOG, A. D. et al. Fundamentos de química analítica. 8. ed. São Paulo: Editora
Thomson, 2006.
2,0 3p 2,0 3p
Energia térmica
ou elétrica
285 nm
330 nm
590 nm
285 nm
330 nm
590 nm
1,0 1,0
3s 0 3s
0
Excitação Emissão
atômica
c)
Absorbância
171
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
172
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
Feixe de referência
Lâmpada de
cátodo oco
Queimador
Moléculas Íons
173
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
FONTE: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4292097/mod_resource/content/1/
Apostila%20AAS-parte%202%20%28ETAAS%29.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2019.
174
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
Bobina de indução
de radiofrequência
Fluxo de argônio
tangencial de
suporte do plasma
Aerossol ou vapor
da amostra em
argônio
Janela de
quartzo ou
vidro
Ne ou Ar
Protetor a 1-5 torr
de vidro
175
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
8 CALIBRAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO
Para a realização, normalmente se realiza a medida de um branco da
amostra, seguida de medidas de soluções padrões de concentrações crescentes para
a confecção da curva de calibração (VOGEL, 2002). O processo de quantificação é
semelhante ao explicado anteriormente.
176
TÓPICO 1 | MÉTODOS ESPECTROMÉTRICOS
Para a fonte de
potência de rf
Sistema
computacional
Nebulizador
Amostra
E
IMPORTANT
177
RESUMO DO TÓPICO 1
• A radiação eletromagnética pode ser definida como uma onda que tem
propriedades de radiação (comprimento de onda, frequência, velocidade
e amplitude) e como partículas de energia. Essas partículas (ou pacotes) de
energia podem ser chamadas de fótons ou quanta.
• Átomos irão apresentar espectro na forma de bandas estreitas, uma vez que
átomos absorvem somente energia para transições eletrônicas.
178
• A absorção molecular pode ser quantificada pela lei de Beer-Lambert:
A = ἐ.b.c
P
T=
P0
P
A=
− log T =
− log
P0
• A lei de Beer possui algumas limitações, e deve ser aplicada somente em soluções
diluídas (concentração até 0,01 mol.L-1). Outros desvios podem acontecer pela
interação do analito com outros componentes, radiação policromática, luz
espúria e células desiguais.
179
• A instrumentação de um espectrômetro de absorção atômica possui cinco
componentes principais: sistema de introdução de amostra, atomizador
(chama ou eletrotérmico), fonte de radiação (lâmpada de cátodo oco), detector
de radiação e unidade de processamento de sinal.
180
AUTOATIVIDADE
a) 0,0315
b) 0,0290
c) 0,0115
d) 0,05
3 Imagine que você foi enviado para a Índia para investigar a ocorrência de
bócio atribuída à deficiência de iodo. Como parte de sua investigação, você
deve fazer medidas de campo de traços de iodeto (I-) nos lençóis d’água. O
procedimento é oxidar o I- a I2 e converter o I2 num complexo intensamente
colorido com pigmento verde brilhante em tolueno.
(1) Na técnica de EAM, a radiação UV-Vis absorvida pela molécula pode provocar
alterações no seu estado energético, este que é um somatório dos níveis de
energia vibracionais, rotacionais e eletrônicos. Na técnica de EAA, a radiação
absorvida pelo átomo afeta sua energia ao nível eletrônico. Por esse motivo,
um espectro de absorção atômica é visto como bandas, com grande largura
de base, e o espectro de absorção molecular como picos bem estreitos, muitas
vezes chamados de linhas.
(2) Na técnica de EAM, a medida de absorção de radiação é feita geralmente em
solução, colocada numa cubeta, que pode ser de plástico, vidro ou quartzo. Já
na técnica de EAA, átomos livres no estado gasoso precisam ser produzidos,
sendo um atomizador requerido, que em geral é uma chama ou um forno de
grafite.
(4) Tanto na técnica de EAA quanto de EAM é necessário um monocromador.
(8) Tanto em EAA quanto em EAM, uma análise quantitativa envolve
essencialmente as etapas: a) pesquisa ou determinação experimental do
comprimento de onda de absorção máxima; b) verificação da faixa de
concentração onde a Lei de Lambert-Beer é válida e determinação dos
parâmetros da equação de calibração; c) análise da amostra; d) tratamento
estatístico dos dados e e) expressão dos resultados.
(16) Na Lei de Lambert-Beer, a lei só é válida para radiação monocromática, ou
seja, para um único comprimento de onda (λ). Estabelece que a absorvância
(Abs) é diretamente proporcional à absortividade molar (є), ao caminho ótico
(b) e à concentração molar (c), ou seja, Abs = єbc. Em EAM, o caminho ótico
corresponde à largura da cubeta, em cm. Sendo a absorvância adimensional,
a unidade para o є é L mol-1cm-1.
(32) A absorvância possui uma propriedade aditiva, ou seja, se mais de uma espécie
absorver num mesmo comprimento de onda λ, a absorvância total é dada
pelo somatório das absorvâncias de cada espécie absorvente nesse λ.
(64) Em EAA, a técnica da atomização em chama é extremamente útil e de fácil
manuseio e, por isso, é a mais utilizada para determinação de metais. Isso
se deve à maior sensibilidade da técnica frente à atomização em forno de
grafite, pois na chama a atomização é completa e há um maior tempo de
residência do analito no caminho ótico.
Somatório: ____________
182
UNIDADE 3
TÓPICO 2
MÉTODOS ELETROQUÍMICOS
1 INTRODUÇÃO
Os métodos eletroquímicos podem ser definidos como um grupo de
métodos analíticos qualitativos e quantitativos que se baseiam nas propriedades
elétricas (potencial e corrente elétrica) do analito. Os métodos eletroquímicos
produzem excelentes limites de detecção e quantificação, sendo capazes de
fornecer um grande número de informações sobre o analito. Informações como:
estequiometria, taxa de transferência de carga e de massa, velocidade de reação e
constantes de equilíbrio.
183
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
2 POTENCIOMETRIA E pH
O primeiro método eletroquímico que iremos conhecer é a potenciometria.
O método se baseia na medida do potencial de uma célula eletroquímica na
ausência de valores consideráveis de corrente elétrica. Isso quer dizer que há
medida de potencial, sem que haja produção de corrente elétrica.
Medidor digital
Eletrodo de
referência,
Eref
Eletrodo
indicador
metálico, Eind
Ponte salina,
Ej
Solução do analito
Membrana
porosa Ecélula = Eind − Eref + Ej
184
TÓPICO 2 | MÉTODOS ELETROQUÍMICOS
185
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
Solução que
enche a parte
(b)
interna do
eletrodo
Superfície
interna da
membrana Exemplo:
C+ = K+
R- = (C6H5)4B-
Membrana L= valinomicina
íon-seletiva
Solução do
analito fora
do eletrodo
186
TÓPICO 2 | MÉTODOS ELETROQUÍMICOS
Vidro
Solução Solução
interna externa
187
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
188
TÓPICO 2 | MÉTODOS ELETROQUÍMICOS
3 CONDUTIMETRIA
A condutimetria (ou condutometria) é um método eletroquímico que se
baseia na medida da condutividade elétrica de uma solução de íons. O método
consiste na aplicação de um potencial de corrente alternada entre dois eletrodos
inertes. Essa aplicação de potencial faz com que ora os íons migrem em sentido
a um eletrodo e, quando ocorre a mudança de polo devido à corrente alternada,
os íons migrem ao outro eletrodo. Essa movimentação de íons entre os dois
eletrodos é o princípio da medida do método de condutimetria (OHLWEILER,
1982; VOGEL, 2002).
189
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
FIGURA 25 – CONDUTIVÍMETRO
Fonte de Elétrons
Ânodo Cátodo
190
TÓPICO 2 | MÉTODOS ELETROQUÍMICOS
4 VOLTAMETRIA
A voltametria é um método eletroquímico no qual são obtidas
informações qualitativas e quantitativas sobre o analito, medindo a corrente
elétrica ao aplicarmos um determinado potencial elétrico. Para que isso
aconteça, devemos ter um pequeno eletrodo indicador (neste método, chamado
de eletrodo de trabalho), que deve ser polarizável para que a corrente elétrica
seja gerada pelo analito.
Potenciostato
Eletrodo
Eletrodo de auxiliar
referência (grafita)
(Ag / AgCl) Eletrodo de trabalho
(grafita impregnada
de cera)
Cobertura
de parafina
Barra de
agitação Ponta exposta da grafita
magnética de 1-2 mm de diâmetro
191
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
E
IMPORTANT
FONTE: SKOOG, A. D. et al. Fundamentos de química analítica. 8. ed. São Paulo: Editora
Thomson, p. 648, 2006.
192
TÓPICO 2 | MÉTODOS ELETROQUÍMICOS
193
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
potencial
1
τ
períodos
τ'
tempo
194
TÓPICO 2 | MÉTODOS ELETROQUÍMICOS
2 t
E (V)
Ef
E0
tempo
195
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
UNI
Você sabia que alguns exames médicos importantes e rápidos são feitos
utilizando eletroquímica? Em salas de emergência, a rapidez dos resultados é crucial e salva
vidas. Os métodos eletroquímicos possuem essa vantagem e podem ser utilizados para
medir glicose, quantidade de oxigênio, gás carbônico, eletrólitos (Na+, K+, Ca2+) e também pH.
196
TÓPICO 2 | MÉTODOS ELETROQUÍMICOS
Etiqueta do
dispositivo
Vedação do
orifício de entrada
da amostra
Canal do
fluido
Tampa do
dispositivo
Orifício de
entrada da
amostra
Lâmina de
vedação
Chips
biossensores
Reservatório
de calibração
Perfurador
Base do
dispositivo
Bolsa de ar
197
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
198
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
199
• A voltametria é um método eletroquímico no qual são obtidas informações
qualitativas e quantitativas sobre o analito, medindo a corrente elétrica ao
aplicarmos um determinado potencial elétrico.
200
AUTOATIVIDADE
201
d) ( ) O eletrodo de referência deve apresentar o potencial fixo. Além disso,
deve ser constante e ser completamente insensível à composição da
solução em estudo.
e) ( ) O eletrodo de referência é associado a um eletrodo de trabalho cuja
resposta depende da corrente elétrica.
202
UNIDADE 3
TÓPICO 3
MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
O processo de separação analítica é muito importante em diversas
áreas, como nos processos químicos industriais, por exemplo, o petróleo. A
partir dessa importante fonte, através de um processo de destilação fracionada,
é possível extrair gases, combustíveis e outras substâncias muito importantes
no nosso cotidiano. Nas ciências biomédicas, ao realizarmos uma análise
sanguínea, frequentemente aplicamos a centrifugação para a separação do
plasma e plaquetas.
203
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
Métodos de Separação
Método Base do Método
Separação mecânica de fases
Precipitação e filtração Diferenças na solubilidade dos compostos formados
Destilação Diferenças na volatilidade dos compostos
Extração Diferenças na solubilidade em dois líquidos imiscíveis
Troca iônica Diferenças na interação de reagentes com uma resina de troca iônica
Cromatografia Diferenças na velocidade de movimentação de solutos passando
por uma fase estacionária
Eletroforese Diferenças na velocidade de migração de espécies com carga em um
campo elétrico
Fracionamento por campo e fluxo Diferenças na interação com um campo ou gradiente aplicado
perpendicularmente à direção de transporte
2 SEPARAÇÕES CROMATOGRÁFICAS
Antes de iniciarmos os estudos sobre os tipos de cromatografia e suas
características, devemos compreender alguns princípios básicos que regem
determinado tipo de análise. O termo cromatografia é um pouco difícil de
ser definido por apresentar muitas aplicações em diferentes tipos de técnicas.
Contudo, suas propriedades e funcionamento estão muito bem definidos. A
técnica se baseia na passagem de um solvente, chamado de fase móvel, através
de uma substância fixa (imobilizada), chamada de fase estacionária (COLLINS;
BRAGA; BONATO, 2006; HOLLER et al., 2009).
E
IMPORTANT
204
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
A+B
B
A
Coluna
recheada
B
A
A B Detector
(a) t0 t1 t2 t4
t3
A
detector
Sinal do
t0 t1 t2 t3 t4
205
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
(a)
Sinal do detector
(b)
(c)
Tempo
206
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
• Instrumentação
207
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
208
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
209
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
FIGURA 35 – CROMATOGRAMA OBTIDO POR ELUIÇÃO POR GRADIENTE (a) E POR ELUIÇÃO
ISOCRÁTICA (b)
0 5 10 15 20 25 30
Tempo de retenção, min
210
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
• Cromatografia gasosa
3 INSTRUMENTAÇÃO
Como dito anteriormente, um gás inerte arrasta o analito (também gasoso)
através da fase estacionária sólida ou líquida.
211
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
Mostrador
Cilindro do
gás de
arraste
Regulador
Sistema
de
de dados
Vazão
Coluna
Câmara de
injeção da Detector Medidor
Amostra
amostra de Vazão
Forno Termostato
212
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
Comprimento: Comprimento:
10 a 100 m 1a3m
FONTE: O autor
213
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
Sistema de dados: o sistema de dados consiste em um computador que
transforma os sinais enviados do detector para a tela e interpretação do
analista.
214
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
(a)
1 4
2
3
5
0 10 20 30
x4 (b)
5
6
7
8
0 10 20 30
(c)
7 8 9
12 3 5
6
0 10 20 30
Tempo, min
30º 60º 90º 120º 150º 180º
Temperatura,ºC
FONTE: Skoog et al. (2006, p. 883)
215
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
E
IMPORTANT
216
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
5 ELETROFORESE
Determinado método de separação está baseado na velocidade de
migração de espécies carregadas em um campo elétrico de corrente contínua.
A técnica vem sendo aplicada em um grande número de análises, que seriam
problemáticas em determinadas técnicas, como: cátions e ânions inorgânicos,
aminoácidos, catecolaminas, drogas, vitaminas, carboidratos, peptídeos,
proteínas, ácidos nucleicos, nucleotídeos, polinucleotídeos etc.
Como você pôde ter percebido, muitas das moléculas citadas têm interesse
das áreas da saúde, nutrição e farmacêutica. A técnica é utilizada para a separação
de proteínas (enzimas, hormônios, anticorpos) e ácidos nucleicos (DNA, RNA),
onde foi aplicada também para desvendar o genoma humano (HOLLER et al.,
2009; HARRIS, 2012).
217
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
E
IMPORTANT
Mas como ocorre realmente a medida por eletroforese? Quando uma alta
voltagem é aplicada em um tubo capilar de sílica fundida contendo o tampão,
surge o que chamamos de fluxo eletrosmótico. O fluxo eletrosmótico é devido ao
surgimento de uma dupla camada elétrica que surge na interface do capilar de
sílica/solução.
Superfície do capilar
218
TÓPICO 3 | MÉTODOS DE SEPARAÇÃO
6 INSTRUMENTAÇÃO
Como dito anteriormente, a separação de moléculas com carga ocorre
pela aplicação de um campo elétrico de alta tensão, com corrente contínua.
Capilar Detecção
Computador
Eletrodo Eletrodo
Eletroferograma
219
UNIDADE 3 | TÉCNICAS INSTRUMENTAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
FONTE: DEGANI, A. L. G.; CASS, Q. B.; VIEIRA, P. C. Cromatologia: um breve ensaio. 1998.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07/atual.pdf. Acesso em: 29 jul. 2019.
220
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Na CLAE, existem dois tipos de eluição: a isocrática (um único solvente ou uma
única mistura é utilizado do início ao fim da análise) e por gradiente (dois ou
mais solventes, com polaridades diferentes, são usados de forma progressiva).
• Na CLAE, o analito interage tanto com a fase estacionária quanto com a fase
móvel (solvente). Na CG, o analito interage somente com a fase estacionária,
uma vez que o gás de arraste é um gás inerte.
221
• Na CLAE e na CG, a quantificação é realizada pela medida da área do sinal da
amostra. Porém, antes disso, são realizadas a medida do branco e as soluções-
padrão para a realização da curva de calibração.
222
AUTOATIVIDADE
5
1
3
4
0 5 10 min
223
3 Considere o cromatograma a seguir:
3
2 13 18
1
TIC
4
5 6 19
9 10 12 20
7 11
8 15 16 21
17
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo / min
224
REFERÊNCIAS
ASTM – American Society for Testing Materials. ASTM E 288 – 10 – Standard
Specification for Laboratory Glass Volumetric Flasks, 2017.
BROWN, T. L. et al. Química: a ciência central. 9. ed., São Paulo: Pearson, 2005.
DEGANI, A. L. G.; CASS, Q. B.; VIEIRA, P. C., Cromatografia: uma bela revisão.
Quim. Nova na Escola, Cromatografia, n. 7, p. 21-25, 1998.
225
INMETRO, Instituto Nacional de Metrologia. Normalização e qualidade
industrial. Portaria nº 29 de 10 de março de 1995. Disponível em: https://
futurelegis.sogi.com.br/legislacao/21750/Portaria-Inmetro-N%C2%BA-29-
de-10-03-1995. Acesso em: 19 maio 2019.
226