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Abstract
This paper aims to verify learning in implanting of the model planning and
production control concerning micro and small construction companies. Also it aims to
verify some indicators and to define the nature of problems.
Last Planner sheets of eleven building sites, have been analyzed. Eight of these
building sites took part of the implantation of PCP developed by Bernardes (2001) from
1998/1999 and three other building sites from 2000/2001.
Through the results it was inferred that: the basic requisite of Last Planner is not
being fulfilled as definition work package. That both researchers and building companies
learned to implant PCP.
Also new issues have been proposed to better define work package, constraints,
resources planning, once these concepts are important in last planner.
1. Introdução
Atualmente têm sido marcante, em todos os setores industriais, a necessidade das
organizações se posicionarem estrategicamente frente a seus objetivos e repensarem o seu
modo de agir. Os princípios gerenciais estão sendo revistos e modificados, o alinhamento
entre os objetivos estratégicos e as ações práticas tem sido buscado, a diminuição dos
custos e eliminação das perdas têm sido constantemente foco de atenção de diretores e
proprietários. Contudo, pouco tem sido feito com sucesso, pois é comum que, nesta busca
por melhoria, muitas empresas adotem e implementem novas técnicas de gestão, obtenham
ganhos significativos e logo após, sem motivo aparente, abandonam tais idéias.
Neste aspecto, também as empresas de construção civil vêm buscando formas de
aprimorar seus processos produtivos e gerenciais. A busca pela implementação de seus
processos visa à melhoria de seus produtos finais com conseqüente acréscimo no valor
percebido de seu produto, pelo cliente final. Com a Qualidade Total, Certificação ISO
9000 e outros programas de melhorias, as empresas têm procurado trabalhar e aprimorar
seus processos. Neste sentido, comprovadamente, o processo de Planejamento e Controle
da Produção (PCP) tem papel fundamental no encaminhamento da construção civil rumo a
ganhos de qualidade e produtividade.
Para realização do levantamento e análise dos dados, foi necessário definir um novo
indicador (PPBD), resgatar alguns conceitos utilizados no planejamento de curto prazo e
admitir as seguintes considerações:
3.1. PBBD (Percentual de Pacotes Bem Definidos)
O termo pacote de trabalho pode ser entendido como tarefa designada à determinada
equipe de trabalho com tamanho possível de ser completado em um determinado horizonte
de tempo e que tem sua conclusão facilmente identificada. Para os pacotes de trabalho
serem considerados bem definidos, foi levada em consideração a definição de Marchesan
(2001), segundo a qual o pacote deve conter três elementos: ação, que indica a natureza da
tarefa executada (montagem, escavação e etc.); o elemento, que se refere a um componente
físico do produto (parede, viga e etc.), e o local, que define a zona em que a ação tem lugar
(ala leste, parede sul e etc.). O PPBD é definido pelo quociente entre o número de pacotes
de trabalho bem definido e o número total de pacotes de trabalho programados.
3.2. Classificação em relação às origens dos problemas
As origens dos problemas são as causas que levaram ao não cumprimento dos pacotes
de trabalho. Para classificar estas causas, a investigação, realizada durante a reunião de
curto prazo, é conduzida de forma a analisar a verdadeira origem dos problemas.
Apesar de, no momento do registro das causas do não cumprimentos dos pacotes de
trabalho, buscar-se detalhar e explorar a fundo o verdadeiro motivo do não cumprimento
das tarefas, para análise e exposição dos dados, é desejável que estas causas sejam
agrupadas em grandes áreas de concentração (projeto, fornecimento de materiais,
planejamento, etc.). Esse procedimento se deve a necessidade de prover o tomador de
decisão com informações mais simples, diretas, claras e de fácil manipulação.
Em relação às origens, os problemas foram classificados da seguinte forma:
planejamento (erro de planejamentos das tarefas, superdimensionamento, atraso
na tarefa anterior e etc.);
condições adversas do tempo;
falta de material (atraso na entrega e falta de materiais no canteiro);
falta de mão-de-obra;
indefinidos (descomprometimento e/ou falta de registro).
É importante ressaltar que para esta análise não foi levado em consideração o
requisito de qualidade para definição do pacote de trabalho, somente o registro de
problemas na planilha do planejamento semanal.
3.3. Classificação quanto à natureza dos problemas
Outra importante análise quanto à possibilidade de identificação de aprendizagem, que
pode ser realizada diante da categorização das causas do não cumprimento dos pacotes de
trabalho, é em relação à natureza dos problemas. Podem ser considerados de natureza
externa, problemas que estejam fora do alcance preventivo da empresa, como por exemplo,
atrasos na entrega de materiais (quando o pedido é feito dentro do prazo correto), chuva,
quebra de equipamentos, absenteísmo e etc. Problemas de planejamento,
superdimensionamento e de organização administrativa podem ser considerados como de
natureza interna.
4. Análise dos Resultados
Na análise dos resultados obtidos com as planilhas anteriormente citadas, além de
identificar ocorrências típicas, buscou-se identificar comportamentos que indicassem a
aprendizagem no processo de implementação do PCP.
Para análise das planilhas foram considerados e levantados os indicadores de PPC e
o PPBD. O PPC possibilita a identificação da eficácia do planejamento e
conseqüentemente das variações na produção, e o PPBD indica se a definição dos pacotes
de trabalho está sendo bem realizada.
Além disto, procurou-se identificar a origem dos problemas que ocorriam com
maior freqüência, bem como a análise da eventual evolução destes tipos de erros ao longo
do tempo e o amadurecimento da utilização do PCP pela empresa, com eventual
identificação do efeito aprendizagem.
4.1 Evolução do PPC
Referências bibliográficas (Ballard e Howell, 1997) indicam um comportamento
típico para a evolução dos valores de PPC em empresas que esteja implementando o PCP
pela primeira vez e que demonstrem aprendizagem. Nestes casos é comum que nas
primeiras semanas de aplicação do processo, os valores de PPC tenham alta variabilidade e
baixas médias (com valores próximos de 50%). Conforme a implementação do processo
vai sendo consolidada, esses valores tendem a aumentar até um patamar em torno de 80%,
mas mantendo ainda certa variabilidade. Após a empresa ter o processo completamente
dominado e conseqüentemente maior estabilização da produção, a variabilidade dos
valores de PPC fica bastante reduzida e ocorre a média destes valores gira em torno de
90%.
O gráfico abaixo mostra a seqüência típica de PPC acumulado de uma obra de uma
construtora que pela primeira vez aplicou o processo de PCP e demonstrou aprendizagem
no processo.
PPC acumulado
100
90
80
70
60
PPC
50
40
30
20
10
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
Sem anas
PPC acumulado
100
90
80
PPC acumulad
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
Semanas
80
PPC / PPB
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
PPC PPBD Semanas
que a etapa da obra não influencia a origem dos problemas, foram observadas as evoluções
dos principais tipos de erros no decorrer do tempo de implementação do processo de PCP.
Novamente, em empresas em níveis baixos de implantação do PCP foram observadas
tendências diferentes das de empresas com maior tempo de aplicação do PCP.
4.2.1. Evolução dos tipos de problemas
Quando da análise deste indicador se detecta que determinado tipo de problema tem
um elevado número de ocorrências em um determinado período consecutivo de tempo
espera-se que sejam tomadas decisões que visem a solução destes problemas. Feito isso,
espera–se que o número de ocorrências diminua consideravelmente ou que simplesmente
não existam mais ocorrências. Portanto, o comportamento típico esperado em um gráfico
de evolução dos tipos de problemas para que se possa inferir que houve aprendizagem
neste quesito é semelhante ao da figura 4.
Evolução dos problemas
7
6
no. ocorrênci
5
4
3
2
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Se m anas
planejamento chuva f ornecedor
80
Porcentage
60
40
20
Sem anas
PPC Origens internas Origens externas
Foi notório nas análises dos resultados, que em muitas empresas existe esta falta de
definição, ocasionando em alguns casos falhas na qualidade do planejamento e até o não
cumprimento da tarefa. Abaixo são descritos alguns exemplos, retirados das planilhas
pesquisadas, do que tem sido considerado como pacotes de trabalho e alguns registros de
problemas pelo não cumprimento das tarefas, para a discussão:
O que é um pacote de trabalho?
Manter a rua limpa?
Ligar p/ Corsan perguntando a respeito da ligação de água?
Contratar reforma das persianas?
Agendar reuniões?
Contratar mão-de-obra?
Recebimento andaimes p/ escoramento?
O que é um problema que impeça o cumprimento de um pacote de trabalho?
Mãe do pedreiro morreu?
Atraso na tarefa antecedente?
Faltaram os blocos?
Descomprometimento?
Indecisão dos blocos?
7. Agradecimentos
As empresas que forneceram os registros das planilhas de planejamento de curto
prazo e ao Prof. Dr. Mauricio Bernardes, pela concessão dos dados das empresas que
fizeram parte do seu estudo de caso e pelas sugestões para o desenvolvimento deste
trabalho.
8. Referência Bibliográfica
BALLARD, G.; HOWELL, G. Shielding Production: An Essential in Production
Control. Technical Report N0 97-1, Department of Civil and Environmental Engineering,
University of California, 1997.
BERNARDES, M. Desenvolvimento de um Modelo de Planejamento e Controle da
Produção para Micro e Pequenas Empresas da Construção. Porto Alegre:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Curso de Pós-Graduação em Engenharia
Civil, 2001. Tese de Doutorado.
FORMOSO, C. A Knowledge Based Framework for Planning House Building
Projects. Salford: University of Salford – Departament of Quantity and Building
Surveying, 1991a. Tese de Doutorado.
FORMOSO, C; BERNARDES, M.; OLIVEIRA, L; OLIVEIRA, K Termo de Referência
para o Planejamento e Controle da Produção em Empresas Construtoras. Porto
Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Curso de Pós-Graduação em
Engenharia Civil, 1999.
GARVIN, D. Building a Learning Organization. Havard Business Review, jul-aug, p. 78-
91, 1993.