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Operações – Fundamentos de Usinagem – Ajustagem e Fresagem

Mecânico de usinagem
Caderno de Operações – Ajustagem e Fresagem
Fundamentos de Usinagem
Sumário

1. Limar superfície plana ......................................................................................................................... 7

2. Fresar superfície plana, paralela e perpendicular .............................................................................. 11

3. Limar superfícies planas, paralelas e perpendiculares ...................................................................... 15

4. Traçar reta no plano .......................................................................................................................... 19

5. Limar material fino ............................................................................................................................. 21

6. Dobrar material fino ........................................................................................................................... 23

7. Traçar reta com calibrador traçador de alturas .................................................................................. 27

8. Serrar manualmente .......................................................................................................................... 29

9. Limar superfície plana em ângulo ...................................................................................................... 33

10. Afiar ferramentas de uso manual ....................................................................................................... 35

11. Puncionar........................................................................................................................................... 45

12. Traçar arco de circunferência ............................................................................................................ 49

13. Fresar rebaixos .................................................................................................................................. 51

14. Afiar broca helicoidal ......................................................................................................................... 55

15. Furar na furadeira .............................................................................................................................. 59

16. Escarear na furadeira ........................................................................................................................ 65

17. Fresar rasgo ...................................................................................................................................... 67

18. Rebaixar furo ..................................................................................................................................... 71

19. Roscar com macho manualmente ..................................................................................................... 75

20. Roscar com cossinete manualmente ................................................................................................. 79


Caderno de Operações – Fundamentos de Usinagem – Ajustagem e Fresagem

Introdução

O Caderno de Operações – Ajustagem e Fresagem deve ser utilizado para o desenvolvimento da


unidade curricular Fundamentos da Usinagem, no primeiro e segundo semestres do Curso de
Aprendizagem Industrial Mecânico de Usinagem.

O docente deve utilizar este caderno de acordo com o que está previsto na ementa da unidade
curricular, considerando a situação de aprendizagem e as indicações do quadro analítico.

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1. Limar superfície plana

Limar é desbastar ou dar acabamento com o auxílio de uma ferramenta chamada lima. Esta operação é
realizada para produzir um plano com um grau de exatidão determinado por meio de réguas de controle e
dispositivos especiais de verificação de planeza.

Processo de execução:

1. Prenda a peça, conservando a superfície a ser limada na posição horizontal e acima do mordente
da morsa.

Observações:

 Ao prender peças com faces já acabadas, use mordentes de proteção.

 Antes de prender a peça, verifique se a morsa está na altura recomendada. Se necessário, use
um estrado, calço de madeira ou dispositivo regulador de altura para morsa.

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2. Lime a superfície, observando as seguintes orientações:

 Segure a lima conforme a ilustração.

 Apoie a lima sobre a peça, observando a posição dos pés.

 Posicione o corpo de forma a ficar equilibrado.

Precaução:

 Para evitar acidentes, verifique se o cabo da lima está bem preso.

3. Inicie o limado, com movimento para a frente, fazendo pressão com a lima sobre a peça. No retorno,
a lima deve deslizar livremente sobre a superfície da peça. O limado pode ser transversal ou
oblíquo.

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Observações:

 Para evitar riscos na superfície limada, limpe os cavacos que se prendem ao picado da lima
com o auxílio de uma escova com cerdas metálicas ou raspador de latão ou cobre, levando em
consideração a inclinação do picado.

 Somente no retorno da lima deve ocorrer o deslocamento lateral, que será de aproximadamente
metade da largura da lima.

4. Lime por passes sucessivos, cobrindo toda a superfície a ser limada e usando todo o comprimento
da ferramenta.

Observação:

 O ritmo do limado deve ser de aproximadamente 60 golpes por minuto. O movimento da lima
deve ser dado somente com os braços.

5. Verifique a planeza da superfície com a régua de controle de fio e o desvio admissível pela
tolerância de forma com o dispositivo apropriado.

Observações:

 Durante a verificação da planeza, tome cuidado para que o fio da régua de controle toque
suavemente a superfície da peça.
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 Para verificar se a peça está dentro do desvio admissível pela tolerância de forma, use um
dispositivo com relógio comparador a fim de obter o valor do desvio.

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2. Fresar superfície plana,


paralela e perpendicular

Fresar superfície plana, paralela e perpendicular é obter uma superfície plana, paralela e perpendicular à
mesa da máquina, por meio de fresagem frontal e ou tangencial.

Considerando o tipo de montagem exigido pelo processo, essa é a forma mais conveniente para conseguir
peças com formato de prismas retangulares.

Fixação do material na morsa

Processo de execução:

1. Abra as mandíbulas e limpe a morsa.

Observação:

 Se o material tiver rebarbas e impurezas na superfície, estas devem ser eliminadas antes da
fixação na morsa.

2. Posicione e prenda o material na morsa.

Observação:

 Dependendo do formato do material, utilize o calço e o mordente adequados.

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3. Assente o material, dando golpes leves com um macete de alumínio, cobre ou latão, procurando um
bom apoio sobre os calços e a base da morsa.

Observações:

 Se a mandíbula móvel da morsa tiver folgas nas guias ou se a peça tiver formato irregular, use
calços cilíndricos para facilitar o apoio.

4. Verifique a fixação.

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Observação:

 Na fixação do material, nunca bata com martelo na manivela de fixação da morsa, pois seu
comprimento é suficiente para a fixação manual.

Fresagem de superfície plana

Processo de execução:

1. Prenda o material a ser usinado na morsa.

2. Monte o cabeçote faceador para fresar.

3. Selecione a rotação e o avanço, de acordo com o material da peça e o número de arestas de corte
da ferramenta.

4. Ligue a fresadora e aproxime o material a ser usinado da ferramenta até que a mesma toque a
superfície a ser fresada.

5. Desloque a mesa, deixando a peça a ser usinada afastada da ferramenta.

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6. Verifique a fixação.

Observação:

 Na fixação do material, nunca bata com martelo na manivela de fixação da morsa, pois seu
comprimento é suficiente para a fixação manual.

Fresagem de superfície plana

Processo de execução:

1. Prenda o material a ser usinado na morsa.

2. Monte o cabeçote faceador para fresar.

3. Selecione a rotação e o avanço, de acordo com o material da peça e o número de arestas de corte
da ferramenta.

4. Ligue a fresadora e aproxime o material a ser usinado da ferramenta até que a mesma toque a
superfície a ser fresada.

5. Desloque a mesa, deixando a peça a ser usinada afastada da ferramenta.

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3. Limar superfícies planas,


paralelas e perpendiculares

Limar superfície plana é uma operação manual que consiste na remoção de material, por meio de uma
ferramenta denominada lima, com o objetivo de obter planicidade.

Para a obtenção do paralelismo processa-se a mesma operação na face oposta, controlando as tolerâncias
em relação à face de referência. Utiliza como elemento de controle o paquímetro, o micrômetro, a régua de
controle e o relógio comparador, dependendo da tolerância geométrica requerida.

Geralmente, essa operação é empregada em montagens e em ajustes diversos.

Processo de execução:

1. Para gerar uma face de referência para o limado da outra face, lime uma das faces até que fique
plana, observando a tolerância de forma requerida no desenho e retirando o mínimo de material
possível.

2. Lime o material em excesso, controlando com o paquímetro o paralelismo definido no desenho.

Observações:

 Quando houver excesso de sobremetal sugere-se traçar a peça, observando os passos a


seguir:

o Coloque a superfície limada da peça sobre o desempeno.

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o Trace todo o contorno da peça com o calibrador traçador de altura para obter uma linha de
referência.

Precaução:

 Cuidado para não se ferir com o riscador do calibrador traçador de altura.

3. Retire as rebarbas e limpe a peça.

4. Verifique o paralelismo e a dimensão, usando o paquímetro.

Observação:

 Para as peças com dimensões mais rigorosas, use o relógio comparador ou o micrômetro.

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Limar superfície plana perpendicular é uma operação de limar plano por meio da qual são obtidas
superfícies em ângulos retos (90). Utiliza como elementos de verificação o desempeno, o cilindro padrão, o
esquadro de precisão ou o relógio comparador, dependendo da tolerância geométrica requerida pelo
desenho.

Essa operação é aplicada em peças prismáticas e em ajustes de peças de máquinas em geral.

Processo de execução:

1. Prenda a peça e lime a borda de referência, verificando sua planeza e perpendicularidade em


relação à face.

2. Lime o material em excesso, observando a planeza, o paralelismo e a perpendicularidade, utilizando


régua de controle, esquadro de precisão e paquímetro.

3. Para garantir que a peça esteja dentro do desvio admissível pela tolerância geométrica
(perpendicularidade), utilize um dispositivo com relógio comparador a fim de obter o valor do desvio.

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4. Traçar reta no plano

Traçar reta no plano é a operação por meio da qual são desenhadas, em um plano e em pontos
previamente determinados, retas em diversas posições, tendo como base uma linha ou face de referência,
utilizando diversos instrumentos.

Essa operação é realizada como passo prévio para a execução de outras operações como cortar, dobrar,
limar, furar.

Processo de execução:

1. Pinte a face da peça com tinta de secagem instantânea.

Observação:

 A face deve estar lisa e livre de oleosidade.

2. Marque os pontos por onde vão ser traçadas as retas, utilizando a escala graduada.

3. No caso de um traçado perpendicular, apoie a base do esquadro na face de referência.

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4. Trace com o riscador e a régua de traçagem as retas, fazendo-as passar pelos pontos marcados.

Observações:

 Ao traçar, incline o riscador no sentido do traço.

 Os traços devem ser finos, nítidos e feitos de uma só vez.

 Para traçar retas oblíquas, marque com o transferidor de grau e, em seguida, trace com a régua
de traçagem.

 Na traçagem de peças de ferro fundido, os traços devem ser ponteados com punção de bico
para reforçar o traçado.

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5. Limar material fino

Limar material fino é a operação realizada em bordas ou faces de metais de pouca espessura e de
laminados finos (até 4 mm aproximadamente).

Diferencia-se das outras operações de limar pela necessidade de se fixar o material por meios auxiliares,
tais como: calços de madeira, cantoneiras, grampos e pregos.

Aplica-se na usinagem de gabaritos, lâminas para ajustes e outros.

Processo de execução:

1. Verifique se o material está desempenado. Se necessário, desempene-o, utilizando o macete.

2. Trace a peça para referenciar a superfície a ser limada.

3. Prenda a peça na morsa.

Observações:

 Use cantoneiras ou calços de madeira para evitar vibrações.

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 O traçado deve ficar o mais próximo possível dos calços.

4. Lime de modo que evite vibrações.

Observação:

 Para eliminar as vibrações que se apresentam ao limar, deve-se deslocar a lima em posição
oblíqua à peça.

5. Verifique a superfície limada com a régua de controle.

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6. Dobrar material fino

Dobrar manualmente material fino é a operação pela qual se transforma uma chapa plana, de até 1,5 mm
de espessura, em perfis angulares ou curvos, os quais são utilizados na confecção de peças e montagens
em geral.

Nesta operação são utilizados morsa, martelo, macetes, cantoneiras, calços e mandris, a fim de dar à chapa
a forma desejada.

Processo de execução:

1. Trace as linhas de dobra.

2. Fixe a chapa na morsa.

Observações:

 Use cantoneiras ou mordentes isentos de estrias para fixar a chapa na morsa. As superfícies
dos mordentes ou calços devem ser planos, lisos e sem saliências para não danificar a
superfície da chapa.

 Sempre que possível, prenda a chapa na morsa com a parte menor a ser dobrada voltada para
cima.

 A linha de dobra da chapa deve ficar paralela ao mordente.

 Dependendo da necessidade, prenda a chapa com auxílio de grampos.

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 Em dobras que apresentam perfis diversos, use cantoneiras associadas a calços.

 No curvamento de chapas devem ser usados os mandris cilíndricos, de acordo com o raio
desejado.

3. Dobre a chapa.

Observações:

 Dobre ou curve, batendo com o martelo e calço de proteção para evitar marcas ou deformações
na peça.

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 Dobre com macete quando a chapa for muito fina ou de metal não ferroso.

 O ângulo de cada mordente ou calço deve ser ligeiramente menor que o ângulo de dobra que
se deseja obter, devido ao retorno elástico do material.

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 Evite dar pancadas desnecessárias no material para não causar deformações.

Precauções:

 Verifique se as ferramentas de impacto estão bem encabadas.

 Verifique se a chapa, os mordentes de cantoneiras, os calços ou mandris estão bem presos na


morsa;

 As pancadas devem ser dadas na direção da mandíbula fixa da morsa.

4. Verifique a dobra.

Observação:

 A verificação é feita por meio de gabaritos de perfil, goniômetros ou esquadro.

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7. Traçar reta com calibrador


traçador de alturas

Traçar reta com calibrador traçador de alturas é a operação por meio da qual são traçadas retas paralelas a
um plano de referência, com o auxílio de cantoneiras, blocos prismáticos e desempeno. Essa operação é
executada para determinar os centros das peças e na traçagem de ranhuras, rebaixos e localização de
furos.

Processo de execução:

1. Pinte as faces que serão traçadas.

Observação:

 A face da peça deve estar limpa e livre de oleosidades.

2. Posicione a peça diretamente sobre a mesa de traçagem quando existir uma superfície de
referência na peça.

Observações:

 Quando a traçagem é realizada em chapas ou peças grandes, elas devem ser apoiadas em
uma cantoneira.

 Quando a peça não tem superfície de referência, usam-se calços e macacos.

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3. Prepare o calibrador traçador de altura, seguindo os passos:

 Solte o parafuso de fixação do cursor e faça-o descer suavemente até que a ponta do riscador
toque no desempeno.

 Verifique se o zero do nônio coincide com o zero da escala fixa. Se não estiver coincidindo, faça
a correção movimentando a escala fixa e travando-a nessa posição.

 Regule o calibrador traçador de altura na dimensão determinada.

4. Coloque o calibrador traçador de altura em posição de uso.

5. Apoie o plano de referência da peça sobre o desempeno com o auxílio da cantoneira.

6. Execute o traçado, deslocando lateralmente o calibrador traçador de altura.

Observações:

 No caso de peças cilíndricas, estas devem ser apoiadas sobre um bloco prismático.

 Dependendo do traçado, o plano de referência pode ser horizontal, vertical ou inclinado.

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8. Serrar manualmente

Serrar manualmente é uma operação que permite cortar um material utilizando o arco de serra. Emprega-se
nos trabalhos mecânicos de bancada e muitas vezes precede a realização de outras operações.

Processo de execução:

1. Selecione a lâmina de serra de acordo com o material e sua espessura.

2. Monte a serra no arco com os dentes voltados para frente.

3. Tensione a lâmina de serra, girando a porca-borboleta com a mão.

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4. Prenda o material a ser serrado na morsa.

Observações:

 A parte que será cortada deve estar junto aos mordentes.

 Para material de pouca espessura, recomenda-se prendê-lo por meio de peças auxiliares a fim
de evitar vibrações. Podem ser utilizados calços de madeira e cantoneiras.

5. Serre o material de acordo com o traçado.

Observações:

 Ao iniciar o corte, coloque a lâmina junto ao traçado, considerando o sobremetal. A lâmina deve
ser guiada com o dedo polegar e ligeiramente inclinada para frente, a fim de evitar que os
dentes se quebrem.

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 Quando o corte é profundo e ultrapassa o limite do arco, a lâmina deve ser montada na posição
horizontal ao arco.

 A pressão da serra sobre o material é feita apenas durante o avanço e não deve ser excessiva.
No retorno, a serra deve correr livremente sobre o material.

 A serra deve ser usada em todo o seu comprimento e o movimento deve ser dado apenas com
os braços.

 O número de golpes deve ser de aproximadamente 60 por minuto.

Precaução:

 Próximo ao término do corte diminua a velocidade e a pressão de corte para evitar acidentes.

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9. Limar superfície plana em


ângulo

Limar superfície plana em ângulo é uma operação de limar plano por meio da qual são obtidas superfícies
em ângulos variados.

Utiliza como elementos de verificação o goniômetro e o esquadro de precisão, dependendo da tolerância


geométrica requerida pelo desenho.

Suas aplicações são inúmeras, como, por exemplo: guias de diversos ângulos, rabos-de-andorinha,
gabaritos, cunhas e peças de máquinas em geral.

Processo de execução:

1. Prenda a peça na morsa, mantendo a superfície a ser limada alinhada aos mordentes.

2. Lime o ângulo desejado.

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3. Verifique a planeza da superfície, o ângulo e a perpendicularidade, utilizando a régua de controle, o


goniômetro e o esquadro de precisão.

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10. Afiar ferramentas de uso


manual

Afiar ferramentas de uso manual é uma operação utilizada na afiação ou reafiação de raspadores, punções
de bico, pontas de compasso, talhadeiras e riscadores, a fim de obter ferramentas em condições de corte ou
penetração. Esta operação é executada com o moto-esmeril.

Antes de iniciar qualquer operação com o moto-esmeril, verifique se:

 a folga entre o apoio e o rebolo está adequada. Se não estiver, regule-a para evitar que a
ferramenta não fique presa entre o rebolo e o apoio,

 o protetor contra fagulhas do moto-esmeril está em boas condições de uso,

 o rebolo está dressado.

Afiar punção de bico

Processo de execução:

1. Ligue o moto-esmeril.

Precauções:

 Ao montar ou substituir o rebolo no moto-esmeril, evite ficar à sua frente quando ele começar a
girar, a fim de evitar possíveis ferimentos se o mesmo estilhaçar.

 Em todos os trabalhos de esmerilhamento, você deve proteger seus olhos com óculos de
segurança.

2. Segure o punção de bico, em posição de afiar, com as duas mãos.

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3. Encoste a ponta do punção de bico no rebolo, observando a inclinação para obter o ângulo
desejado.

Observação:

 O contato da ponta do punção de bico contra o rebolo deve ser feito acima da sua linha de
centro horizontal.

Precaução:

 Segure o punção de bico com firmeza e aproxime-o do rebolo com muito cuidado.

4. Afie a ponta do punção de bico, imprimindo-lhe movimentos de rotação.

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Observações:

 Mergulhe periodicamente a ponta do punção de bico em água para evitar que ela se aqueça em
demasia quando em contato com o rebolo.

 Não use o rebolo em um só ponto de sua face de trabalho. Se for usado somente em
determinado ponto da face de trabalho, surgirá um sulco no rebolo.

5. Verifique o ângulo da ponta do punção de bico por meio de um verificador de ângulos.

Afiar riscador

Processo de execução:

1. Ligue o moto-esmeril.

Precaução:

 Use óculos de proteção.

2. Segure o riscador, em posição de afiar, com as duas mãos.

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3. Encoste a ponta do riscador no rebolo, observando a inclinação para obter o ângulo de afiação
desejado. Mantenha o riscador com a ponta voltada para cima.

Observação:

 O contato da ponta do riscador contra o rebolo deve ser feito acima da sua linha de centro
horizontal.

Precaução:

 Segure o riscador com firmeza e aproxime-o do rebolo com muito cuidado.

4. Afie a ponta do riscador, imprimindo-lhe movimentos de rotação.

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Observações:

 A ponta do riscador deve tocar levemente no rebolo.

 Mergulhe periodicamente a ponta do riscador em água para evitar que ela se aqueça em
demasia quando em contato com o rebolo.

 Não use o rebolo em um só ponto de sua face de trabalho. Se for usado somente em
determinado ponto da face de trabalho, surgirá um sulco no rebolo.

Precaução:

 Para evitar acidentes, cuidado com a ponta do riscador.

Afiar compasso de ponta

Processo de execução:

1. Ligue o moto-esmeril.

Precaução:

 Use óculos de proteção.

2. Segure o compasso, em posição de afiar, com as duas mãos.

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3. Encoste uma das pontas do compasso no rebolo, observando a inclinação para obter o ângulo de
afiação desejado.

Observação:

 O contato da ponta do compasso contra o rebolo deve ser feita acima da sua linha de centro
horizontal.

Precaução:

 Segure o compasso com firmeza e aproxime-o do rebolo com muito cuidado.

4. Afie a ponta selecionada do compasso.

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Observações:

 Somente a parte externa da ponta selecionada do compasso deve ser esmerilhada.

 Mergulhe periodicamente a ponta do compasso trabalhada em água para evitar que ela se
aqueça em demasia quando em contato com o rebolo.

 Não use o rebolo em um só ponto de sua face de trabalho Se for usado somente um
determinado ponto da face de trabalho, surgirá um sulco no rebolo.

5. Repita os passos 2, 3,e 4, afiando a outra ponta do compasso.

Afiar talhadeira

Processo de execução:

1. Ligue o moto-esmeril.

Precaução:

 Use óculos de proteção.

2. Segure a talhadeira, em posição de afiar, com as duas mãos.

3. Encoste a ponta da talhadeira no rebolo, observando a inclinação para obter o ângulo de afiação.

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Observação:

 O contato da ponta da talhadeira contra o rebolo deve ser feito acima da sua linha de centro
horizontal.

Precaução:

 Segure a talhadeira com firmeza e aproxime-a do rebolo com muito cuidado.

4. Afie a talhadeira, movimentando-a lateralmente conforme a indicação da figura.

Observação:

 Mergulhe periodicamente a ponta da talhadeira em água para evitar que ela se aqueça em
demasia em contato com o rebolo.

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5. Verifique o ângulo de corte da talhadeira com o verificador de ângulo.

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11. Puncionar

Puncionar é uma operação que consiste em marcar pontos de referência no traçado ou centros para furação
de peças por meio de pancadas na cabeça do punção de bico com um martelo de peso apropriado.

Puncionar centros de furação e centros de raios

Processo de execução:

1. Trace a peça, conferindo o traçado com o paquímetro ou a escala.

2. Apoie a peça sobre o cepo e escolha o punção em função do ângulo de ponta (60º), verificando sua
afiação e observando a concentricidade e regularidade.

3. Com a mão apoiada na peça, coloque o punção em posição inclinada sobre os traços, deslocando-o
até encontrar os cruzamentos das linhas.

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Observação:

 Observe o posicionamento do punção na direção dos traços.

4. Faça uma leve pressão com o punção sobre a peça, posicione-o verticalmente e bata o martelo com
pequeno impacto.

Observações:

 A marca do punção deve gerar um diâmetro de aproximadamente 0,3 mm, ficando equidistante
em relação às linhas de centro traçadas.

 O martelo deve ter uma massa entre 125 g e 150 g.

5. Com uma lupa, verifique se o puncionamento está correto.

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6. Utilizando o punção de 90o, confirme a marcação no tamanho desejado: de 0,6 a 1 mm de diâmetro.

Observação:

 Evite inclinar o punção no momento de confirmar para que não haja deslocamento da furação.

Puncionar contornos

Processo de execução:

1. Trace a peça.

2. Apoie a peça sobre o cepo e escolha o punção em função do ângulo da ponta: 60º.

3. Coloque o punção em posição inclinada sobre os traços.

4. Posicione o punção verticalmente e bata com o martelo a fim de obter aproximadamente 0,6mm de
diâmetro para evitar marcação aparente na borda da peça acabada.

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12. Traçar arco de circunferência

Traçar arco de circunferência é a operação pela qual se traçam arcos de circunferência com raio
determinado, dando-se movimento de rotação ao instrumento denominado compasso, que gira com uma
das suas pontas apoiadas em um ponto denominado centro.

Esta operação se aplica na construção de peças em geral, como referência para a execução de outras
operações.

Processo de execução:

1. Pinte a face da peça.

2. Trace as retas que determinam o centro.

3. Marque o centro com o punção:

Observações:

 Apoie a ponta do punção no ponto determinado, inclinando-o para frente, a fim de melhorar a
visão.

 Leve o punção à posição vertical e bata suavemente com o martelo.

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4. Trace o arco.

Observações:

 Abra o compasso na medida determinada.

 Apoie uma das pontas do compasso no centro marcado e trace o arco de circunferência,
girando o compasso no sentido horário.

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13. Fresar rebaixos

Fresar rebaixos é produzir superfícies planas a partir de uma superfície de referência, obtendo dimensões
de profundidade, por meio de fresagem frontal ou tangencial.

É aplicada na construção de peças como: matrizes, chapas de fixação e calços escalonados.

frontal com eixo vertical frontal com eixo horizontal

Processo de execução:

1. Alinhe a morsa ou a peça.

Observação:

 Em ambos os casos, a peça ou a morsa devem ser alinhadas com o auxílio do relógio
comparador.

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2. Fixe o material.

Observação:

 Dependendo da forma e tamanho da peça, esta pode ser fixada na morsa ou diretamente na
mesa da fresadora.

peça fixada na morsa peça fixada na mesa da fresadora

3. Frese a superfície de referência, se necessário.

4. Selecione e monte a ferramenta de acordo com o tipo de rebaixo.

5. Selecione o número de rotações por minuto e a velocidade de avanço.

6. Para iniciar o desbaste do rebaixo, encoste a superfície horizontal da peça a fresar na ferramenta,
zerando o anel graduado para o movimento vertical.

7. Afaste a peça a ser rebaixada da ferramenta.

8. Dê a profundidade de corte, deixando 0,5 mm de sobremetal no fundo do rebaixo.


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Observação:

 Caso a profundidade seja superior à que a máquina ou a ferramenta possa suportar, dê tantos
passes quantos forem necessários.

9. Com a fresa em movimento, toque levemente a superfície vertical da peça na ferramenta, zerando o
anel graduado longitudinal ou transversal.

10. Com o auxílio do anel graduado, determine a dimensão do rebaixo, deixando 0,5 mm de sobremetal.

11.Inicie o corte com avanço manual e, em seguida, ligue o avanço automático.

Observação:

 Se necessário, utilize fluido de corte.

12.Verifique as dimensões do rebaixo.

13.Termine o rebaixo, movimentando a mesa com o auxílio do anel graduado, observando as


dimensões finais.

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14. Afiar broca helicoidal

Afiar broca helicoidal é a operação que consiste em preparar as arestas cortantes de uma broca com a
finalidade de deixá-la em condições adequadas para a execução de furos.

Esta operação é executada sempre que as arestas de corte da broca não estiverem em boas condições ou
quando for necessário corrigir o ângulo da ponta da broca, tornando-o adequado ao material a ser furado.

Processo de execução:

1. Ligue o moto-esmeril.

Precauções:

 Antes de iniciar qualquer operação com o moto-esmeril, verifique as condições da máquina.

 Use óculos de segurança.

 Segure a broca com as mãos em posição de afiar.

Observação:

 Para segurar corretamente a broca, coloque os dedos polegar, indicador e médio da mão direita
próximos à ponta da broca e os mesmos dedos da mão esquerda na haste.

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2. Encoste uma das arestas da broca no rebolo e afie.

Observações:

 Ao encostar a broca no rebolo, observe as inclinações para obter o ângulo de posição da aresta
de corte  e o ângulo lateral de folga .

 A superfície de folga da broca deve tocar levemente no rebolo para evitar superaquecimento da
broca.

 A haste da broca deve ser movimentada para baixo e para cima, alternadamente. Os dedos da
mão direita funcionam como um eixo de articulação. Não se deve girar a broca, pois ela gira
automaticamente.

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 Os movimentos alternados impostos à broca devem permitir que ocorra o contato entre ela e o
rebolo em toda a superfície principal de folga.

 Na afiação de brocas helicoidais com máquina, é possível utilizar refrigeração constante. Já na


afiação manual, deve-se evitar o resfriamento intermitente, que pode provocar microtrincas e
causar quebra da broca, oferecendo perigo ao operador.

3. Verifique o ângulo de posição da aresta de corte da broca e o ângulo lateral de folga.

Observações:

 A verificação do ângulo de posição da aresta de corte deve ser feita utilizando o verificador de
ângulo ou o transferidor de graus.

 O ângulo de posição da aresta de corte é determinado conforme o tipo de material a ser furado;

 Se necessário, repita os passos 2 e 3.

4. Afie a outra aresta, repetindo os passos 2 e 3.

Observação:

 As arestas de corte, normalmente, geram um ângulo de aresta de 130°. Para isso, apresentam
o mesmo comprimento (c), os mesmos ângulos de posição () e de lateral de folga () e,
também, uma diferença de altura (∆). Pode ocorrer, de acordo com as especificidades da broca,
a alteração desse ângulo, pois o ângulo de folga é definido pelo fabricante. (ABNT ISO
235:2009).

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15. Furar na furadeira

Furar na furadeira é um processo de usinagem com remoção de cavaco no qual se obtém furos cilíndricos
pela ação de rotação e avanço de uma broca, presa a uma máquina-ferramenta chamada de furadeira.

Processo de execução:

1. Prenda a peça.

Observações:

 A fixação depende da forma e do tamanho da peça. Pode-se fixar a peça na morsa ou,
diretamente na mesa da furadeira, por meio de grampos.

 Para evitar perfurar a morsa ou a mesa da furadeira, coloque a peça sobre calços paralelos. Se
a furação for feita em chapas finas, coloque um pedaço de madeira entre a chapa e a base de
apoio da furadeira.

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Fixação com morsa

Fixação com grampo

2. Escolha a broca de diâmetro adequado.

Observações:

 Verifique o diâmetro da broca com o paquímetro, sem girá-la, medindo sobre os fios de corte.

 Verifique se a afiação está adequada ao material.

 Se usar broca de haste cônica, fixe-a diretamente no eixo-árvore da máquina, utilizando bucha
cônica, se necessário.

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 Para furar chapas finas, selecione ou prepare a afiação da broca.

3. Prenda a broca no mandril.

Precaução:

 A broca e a peça devem estar bem presas.

4. Selecione a rotação.

Observação:

 Consulte a tabela de velocidade de corte e, com base no diâmetro da broca e o material da


peça, calcule a rotação ou consulte o nomograma de rotação para furadeira.

5. Para regular a profundidade de penetração da broca, apoie a ponta da broca sobre a peça,
acionando a alavanca de avanço. Gire a porca reguladora até uma distância (H) do batente igual à
profundidade de penetração (P) mais a altura (a) do cone da broca.

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Observação:

 Quando o furo a ser executado é passante, deve-se assegurar o vazamento total da espessura
da peça pela broca.

6. Aproxime a broca da peça, acionando a alavanca de avanço.

7. Centre a broca no ponto puncionado.

8. Ligue a furadeira e inicie o furo com avanço lento.

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Observações:

 Antes que toda a ponta da broca penetre na peça, verifique se o furo por ela produzido está no
centro do traçado.

 Se a broca se desviar do centro, verifique se ela está bem afiada e corrija o desvio.

9. Termine o furo na profundidade desejada.

Observações:

 O fluido de corte deve ser adequado à operação.

 Retire frequentemente a broca do furo para quebrar o cavaco, refrigerar a broca e limpá-la com
um pincel.

 Próximo do término da furação, o avanço da broca deve ser feito com mais atenção.

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16. Escarear na furadeira

Escarear na furadeira é a operação que consiste em tornar cônica a extremidade de um furo, usando a
furadeira e o escareador.

Essa operação é necessária para permitir o alojamento de parafusos ou outros elementos de união, cujas
cabeças tenham formato cônico.

Processo de execução:

1. Prenda a peça.

2. Prenda o escareador no mandril.

Observação:

 O escareador deve ter o mesmo ângulo que a cabeça do parafuso ou rebite.

3. Selecione a rotação, baseando-se no diâmetro maior do escareador.

4. Centre o escareador com o furo.

5. Ligue a máquina e execute o escareado.

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Observações:

 O avanço deve ser lento.

 O fluido de corte deve ser de acordo com o material.

6. Verifique o escareado com o auxílio de um paquímetro ou do parafuso que vai ser usado no furo.

Observação:

 Para o alojamento de parafusos de cabeça escareada, utiliza-se uma broca escalonada múltipla
que forma simultaneamente o escareado de 90º e o diâmetro da cabeça do parafuso. Neste
caso, a profundidade do rebaixo cilíndrico é verificado com o paquímetro.

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17. Fresar rasgo

Fresar rasgo é uma operação que consiste em obter canal com profundidade e largura variáveis, sobre uma
superfície plana, tendo como referência o perfil da fresa e suas dimensões.

É realizada por meio de fresagem frontal ou tangencial.

A fresagem de rasgos é aplicada na construção de mesas de máquinas, alojamentos, rasgos de chaveta e


encaixes para dispositivos.

Processo de execução:

1. Alinhe a morsa ou a peça.

Observação:

 Em ambos os casos, a peça ou a morsa devem ser alinhadas com o auxílio do relógio
comparador.

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2. Fixe o material.

Observação:

 Dependendo da forma e tamanho da peça, esta pode ser fixada na morsa ou diretamente na
mesa da fresadora.

peça fixada na morsa peça fixada na mesa da fresadora

3. Selecione e monte o porta fresa e a ferramenta de acordo com o tipo de rasgo.

4. Determine os parâmetros de corte de acordo com o material e a fresa utilizada.

5. Centralize a ferramenta de acordo com o traçado ou A localização do rasgo, zerando o anel


graduado para o movimento transversal ou longitudinal, conforme a posição da peça fixada.

6. Ligue a fresadora e aproxime o material a ser usinado da ferramenta até que a mesma toque a
superfície a ser fresada.

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referenciamento da ferramenta sobre a peça

7. Afaste a peça a ser fresada da ferramenta.

8. Dê a profundidade de corte, deixando 0,5 mm de sobremetal no fundo do rasgo.

Observação:

 Caso a profundidade seja superior à que a máquina ou a ferramenta possa suportar, dê tantos
passes quantos sejam necessários.

9. Inicie o corte com avanço manual e, em seguida, ligue o avanço automático.

Observação:

 Se necessário, utilize fluido de corte.

10.Verifique a dimensão da profundidade.

11.Faça os ajustes dimensionais com o auxílio do anel graduado, concluindo a fresagem da


profundidade do rasgo.

12.Desloque a ferramenta lateralmente com o auxílio do anel graduado, para obter a medida da parede
de referência do rasgo.

13.Verifique as dimensões da largura do rasgo.

14.Desloque a ferramenta para o lado oposto da parede de referência.

15.Termine o rasgo, movimentando a mesa com o auxílio do anel graduado, observando as dimensões
finais.

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18. Rebaixar furo

Rebaixar furo é a operação que consiste em aumentar o diâmetro de um furo até uma profundidade
determinada.

Destina-se a executar um alojamento para cabeças de parafusos, rebites, porcas e peças diversas. Com
esse rebaixo, as peças ficam embutidas, apresentam melhor aspecto e evita-se o perigo de partes salientes.
Em alguns casos, o rebaixo serve para alojar buchas.

Processo de execução:

1. Prenda a peça.

Observação:

 O diâmetro do furo deve ser 0,1 mm maior que o diâmetro do piloto do rebaixador.

2. Escolha o rebaixador adequado e prenda-o no mandril.

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Observação:

 Se a haste da ferramenta for cônica, coloque-a diretamente no eixo da furadeira, usando bucha
de redução, se necessário.

3. Selecione a rotação da furadeira em função do diâmetro do rebaixador e da velocidade de corte do


material.

4. Introduza o piloto do rebaixador no furo até que as arestas de corte façam contato com a superfície
da peça, referenciando-se na escala da furadeira.

5. Afaste o rebaixador da peça.

6. Ligue a furadeira.

7. Exerça pressão no braço de alavanca da furadeira para que o rebaixador inicie o corte.

Observação:

 Use fluido de corte.

8. Desligue a furadeira e afaste a peça com o furo rebaixado para a conferência da profundidade.

9. Verifique a profundidade do rebaixo com paquímetro, com paquímetro de profundidade ou, se for o
caso, com o parafuso que será alojado.

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Observação:

 Caso a medida da profundidade não tenha sido atingida, repita os passos 6 a 9, até obter o
resultado desejado.

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19. Roscar com macho


manualmente

Roscar com macho manualmente é uma operação que consiste em abrir roscas internas para a introdução
de parafusos de diâmetros determinados. É feita com um jogo de machos em furos previamente
executados.

Esta operação é empregada na construção de flanges, porcas e peças de máquinas em geral.

Os machos são introduzidos, progressivamente, por meio de movimentos circulares alternativos, acionados
com o auxílio de um desandador.

Processo de execução:

1. Fixe a peça na morsa, se necessário.

Observação:

 Se possível, mantenha o furo que será roscado em posição vertical.

2. Selecione o macho.

3. Coloque o primeiro macho no desandador.

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Observação:

 O tamanho do desandador deve ser proporcional ao tamanho do macho.

4. Introduza o macho no furo, exercendo leve pressão e dando as voltas necessárias até que se inicie
o corte.

5. Verifique a perpendicularidade e faça sua correção, se necessário.

6. Termine de passar o primeiro macho.


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Observações:

 O fluido de corte deve ser selecionado segundo as características do material a roscar.

 Gire o macho ligeiramente, no sentido contrário, a fim de quebrar o cavaco.

 Se o furo não for passante, aumente a atenção com relação ao primeiro macho, pois o esforço
maior pode quebrá-lo.

7. Passe o segundo macho com movimento circular alternativo, girando em sentido contrário para
quebrar o cavaco.

8. Termine a rosca com o terceiro macho, se houver, com movimento circular contínuo.

Observação:

 Em caso de furos não passantes, ao se aproximar do fim do furo, gire o macho com mais
cuidado a fim de evitar que ele se quebre.

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20. Roscar com cossinete


manualmente

Roscar com cossinete manualmente é uma operação que consiste em abrir rosca na superfície externa de
peças cilíndricas, utilizando uma ferramenta chamada cossinete, submetida a um movimento giratório.

Esta operação é aplicada na construção de parafusos e peças similares.

Processo de execução:

1. Meça o diâmetro do material a ser roscado.

2. Chanfre o material para facilitar o início da operação.

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Observações:

 O chanfro geralmente é feito no torno, mas também é possível fazê-lo no moto-esmeril.

 A circularidade do chanfro facilita o esquadrejamento da rosca.

3. Marque sobre o material o comprimento a roscar.

4. Selecione o cossinete.

Observação:

 Para selecionar o cossinete, considere o diâmetro do material e o passo ou número de fios por
polegada da rosca.

5. Selecione o porta-cossinete.

Observação:

 Para selecionar o porta-cossinete, conside o diâmetro do cossinete.

6. Monte o cossinete.

Observações:

 A abertura do cossinete, quando houver, deve coincidir com o parafuso central de regulagem.

 As perfurações da periferia do cossinete devem coincidir com os parafusos de fixação do porta-


cossinete.

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7. Prenda o material.

Observação:

 Quando o material for todo cilíndrico, deve-se utilizar um dos mordentes em forma de “V” para
evitar que ele gire, conforme figura abaixo.

8. Coloque o cossinete sobre o chanfro do material.

9. Inicie a rosca, girando o cossinete no sentido horário com movimento contínuo, fazendo pressão,
até conseguir abrir dois ou três fios.

Observação:

 Aplique fluido de corte.

10.Verifique o alinhamento e a perpendicularidade do cossinete em relação à peça.

11.Termine de roscar com movimentos alternativos.

Observação:

 O movimento alternativo consiste em dar meia volta no sentido horário e um quarto de volta no
sentido anti-horário, a fim de quebrar o cavaco que se forma.

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Caderno de Operações – Fundamentos de Usinagem – Ajustagem e Fresagem

12.Retire o cossinete, girando-o continuamente no sentido anti-horário.

13.Limpe a rosca com pincel e realize a verificação.

Observação:

 A verificação da rosca é feita com uma porca calibrada ou com um calibrador de rosca.

14.Ajuste o cossinete e repasse, se necessário.

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Material organizado e revisado para o Curso de Aprendizagem Industrial Mecânico de Usinagem, estruturado com base na
Metodologia SENAI de Formação Profissional: SENAI – DN, Brasília, 2013.

Elaboração, organização e revisão:

Escola SENAI “Ary Torres” – CFP 1.12


 Eduardo de Lélis Santos
Escola SENAI “Almirante Tamandaré” – CFP 1.20
 Sidnei Josué Faccio
Escola SENAI “Hermenegildo Campos de Almeida” – CFP 1.22
 Clayton Processo dos Santos
Escola SENAI “Roberto Mange” – CFP 5.01
 Reginaldo José Costa e Sousa
Escola SENAI “Eng. Octávio Marcondes Ferraz” – CFP 6.02
 Fernando Reinaldo dos Santos
Escola SENAI “Henrique Lupo” – CFP 6.03
 Jason Furst
Núcleo de Supervisão Educacional
 Edilson Rafael Milaré
 Luiz Alberto Castaldelli
 Marcio Antonio Barbosa
 Mário Minoru Kitazawa
Gerência de Educação
 Daniela Falcão Rocha
 Márcio José do Nascimento
 Regilene Ribeiro Danesi

Elaborado, organizado e revisado com base nos materiais:

 SENAI.SP. Operações I – Caminhão betoneira cara chata. 1997, atualizado pelo Comitê Técnico de Processos de
Usinagem em 2007.
 SENAI.SP. Operações I – Caminhão betoneira cara chata. 1997, atualizado pelo Comitê Técnico de Processos de
Usinagem em 2008.
 SENAI.SP. Operações I – Caminhão betoneira cara chata. 1997, atualizado pelas unidades escolares do SENAI em 2010.
 SENAI.SP. Operações II – Caminhão betoneira cara chata. 1998, atualizado pelas unidades escolares do SENAI em 2010.
 SENAI.SP – Coleção Básica SENAI - Ajustador Mecânico – 1982.

As seguintes revisões dos materiais acima foram consideradas:

Comitê Técnico de Processos de Usinagem / 2007 e 2008


 Carlos Eduardo Binati
 José Roberto da Silva
 Rogério Augusto Spatti

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CONTROLE DE REVISÕES

REV. DATA NATUREZA DA ALTERAÇÃO


00 27/10/2015 Primeira emissão – versão preliminar para piloto
01 12/09/2017 Primeira revisão – versão para implantação na rede

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