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Introdução
O docente deve utilizar os temas tratados neste caderno de acordo com o que está previsto na
ementa de cada unidade curricular.
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Caderno de Informação Tecnológica – Afiação e Esmerilhamento
1. Geometria de corte
O corte dos materiais é executado por uma ou mais pontas em forma de cunha por meio de ferramentas
manuais (talhadeira, serra, lima etc.), ou por meio de ferramentas acionadas mecanicamente (ferramenta
de torno, fresa etc.).
Uma cunha mais aguda facilita a penetração da aresta cortante da ferramenta, porém, diminui a
resistência da aresta, podendo danificá-la pela pressão de corte.
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Exemplos:
A cunha de um formão pode ser bastante aguda porque a madeira oferece pouca resistência ao corte.
A cunha de uma talhadeira é mais aberta para poder penetrar no metal sem quebrar ou desgastar
rapidamente.
Portanto a cunha deve ter um ângulo capaz de vencer a resistência do material a cortar sem que seja
prejudicada a resistência da aresta cortante da ferramenta.
Os ângulos e superfícies na geometria da ferramenta são elementos fundamentais para o corte e a
durabilidade da aresta cortante. A interdependência entre os diferentes ângulos formando a cunha de
uma ferramenta é denominada de geometria da cunha de corte da ferramenta ou, simplesmente,
geometria de corte.
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Os ângulos da ferramenta de corte são classificados em: de folga o (alfa), de cunha o (beta), de
saída o (gama), de ponta r (epsilon), de posição κr (kappa) e de inclinação de aresta cortante s
(lambda).
Os ângulos das ferramentas podem variar, principalmente, em função do material a ser usinado e
do material da ferramenta.
1.1.1.Ângulo de cunha o
É formado pelas superfícies de folga e de saída e é medido no plano ortogonal da ferramenta Po.
O ângulo de cunha varia conforme a dureza do material.
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O ângulo de cunha tem a finalidade de facilitar o corte do material e assegurar a vida útil da
ferramenta.
O ângulo de folga principal (o) é o ângulo formado entre a superfície de folga principal e o plano
de corte medido no plano ortogonal da ferramenta. Influencia na diminuição do atrito entre a
peça e a superfície principal de folga.
O ângulo de folga secundário (o’) é o ângulo formado entre a superfície de folga secundária e o
plano de corte medido no plano ortogonal da ferramenta. Influencia na diminuição do atrito entre
a peça e a superfície secundária de folga.
Ângulo de folga
1.1.3.Ângulo de saída o
Formado pela superfície de saída da ferramenta e pelo plano de referência medido no plano
ortogonal e é determinado em função do material, uma vez que tem influência sobre a formação
do cavaco.
Ângulo de saída
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A soma dos ângulos o, o e o medidos no plano ortogonal da ferramenta é igual a 90º.
o + o + o = 90°.
1.1.4.Ângulo da ponta r
É formado pela projeção das arestas principal de corte e lateral sobre o plano de referência e
medido sobre o mesmo.
Formado pela projeção da aresta principal de corte sobre o plano de referência e pela direção do
avanço medido sobre o mesmo plano e direciona a saída do cavaco. A função do ângulo κr é
controlar o choque de entrada da ferramenta.
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É o ângulo formado entre a projeção da aresta lateral de corte sobre o plano de referência e a
direção de avanço medido sobre o mesmo plano. Sua principal função é controlar o acabamento.
No entanto, deve-se lembrar que o acabamento superficial também depende do raio da
ferramenta.
A soma dos ângulos κr, r e κr’ medidos no plano de referência, é igual a 180°.
κr + r + κr’= 180°.
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É o ângulo formado entre a aresta principal de corte e o plano de referência medido no plano de
corte.
O ângulo de inclinação da ferramenta faca pode ser obtido pela inclinação do suporte.
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Experimentalmente, determinaram-se os valores dos ângulos das ferramentas para cada tipo de
material das peças a serem usinadas.
Exemplo de aplicação de ângulos para ferramentas de aço rápido:
Ângulos
Materiais
o o o
Cobre 8° 55° 27°
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De corte à direita
De corte à esquerda
Neutra ou de corte combinado: à direita e à esquerda
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2. Esmerilhamento
Moto esmeril é uma máquina para remoção de materiais por meio de processo abrasivo denominado
esmerilhamento. Tem aplicação no desbaste de materiais, bem como, na afiação de ferramentas de
corte. São constituídas de um motor elétrico com um eixo, em cujos extremos se fixam dois rebolos:
normalmente um de grãos médios para desbastar os materiais e outro, de grãos finos, para acabamento.
O moto esmeril de pedestal é utilizado em desbaste comum, para preparar gumes de ferramentas
manuais e de máquinas operatrizes em geral. A potência do motor elétrico é de 1/2 de CV (cavalo-
vapor), girando com 1450 ou 1750 rpm. Existe moto esmeril de pedestal com motor de potência de
até 4 CV, utilizados principalmente para desbastes grosseiros e para rebarbar peças de ferro
fundido.
As partes do moto esmeril de pedestal são: pedestal, motor elétrico, caixa de proteção do rebolo,
base de apoio, protetor visual e recipiente de resfriamento.
Pedestal
Estrutura de ferro fundido cinzento que serve de apoio para o motor elétrico.
Motor elétrico
Faz girar os dois rebolos, que são montados um de cada lado de seu eixo passante.
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Base de apoio
Serve para apoiar o material que será esmerilhado. É regulável conforme a necessidade do
trabalho. O importante é manter, à medida que o diâmetro do rebolo diminui, uma folga de 1 a 2
mm, para evitar a introdução de peças pequenas entre o rebolo e o apoio.
Protetor visual
Anteparo com a função de proteger o rosto do operador contra fagulhas ou partículas que podem
ser projetadas contra o operador.
Recipiente de resfriamento
Serve para resfriar o material que está sendo esmerilhado.
O moto esmeril de bancada é fixado na bancada e seu motor elétrico tem a potência de 1/4 de CV
ou 1/2 de CV com 1450 a 2800 rpm.
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Dressar rebolo é uniformizar sua superfície de corte, deixá-lo concêntrico ao eixo do moto
esmeril e limpá-lo por meio de dressadores.
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De bastão abrasivo.
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Material elaborado, organizado e revisado para o Curso de Aprendizagem Industrial Mecânico de Usinagem, estruturado com base
na Metodologia SENAI de Educação Profissional: SENAI – DN, Brasília, 2013.
Colaboração:
Cláudio Murari
Clodoaldo da Costa
Sérgio Cintra
Valdemir de Oliveira Primo
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I – Caminhão betoneira cara chata. 1997, atualizado pelo Comitê Técnico de
Tecnologia dos Materiais em 2007.
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I – Caminhão betoneira cara chata. 1997, atualizado pelo Comitê Técnico de
Processos de Usinagem em 2008.
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada II – Caminhão betoneira cara chata. 1998, atualizado pelas unidades escolares
do SENAI em 2010.
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SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I – Caminhão betoneira cara chata. 1997, atualizado pelas unidades escolares
do SENAI em 2011.
As seguintes revisões dos materiais acima foram consideradas:
Elaboradores:
Abilio José Weber
Adriano Ruiz Secco
Alfredo Marangoni
Benjamin Prizendt
José Ari de Lima Nelson Cruz Paiva Sebastião Luiz da Silva
Regina Célia Roland Novaes
Selma Ziedas
Ilustradores:
Gilvan Lima da Silva
José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
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CONTROLE DE REVISÕES
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