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EN258-1, KM 013+290
CUBA
618590071.docx
Abril 2021
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................
3. NEOTECTÓNICA E SISMICIDADE..............................................................
6. HIDROGEOLOGIA......................................................................................20
9. FICHA TÉCNICA.........................................................................................23
Estudo Prévio
Estudos Geológicos e Geotécnicos (EGG) 2
Memória Descritiva
1. INTRODUÇÃO
Figura 1 - Extracto da Carta geológica de Portugal, Folha 2 - Sul, esc. 1:500.000 (fonte
IGM).
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
Nas fotos seguintes pode apreciar-se uma vista geral da obra e do respectivo
terreno de fundação.
A espessura de solos aluvionares está quase sempre restrita ao leito maior dos rios
e ribeiras da região, e as suas espessuras raramente ultrapassam a dezena de
metros, sendo por vezes muito difícil detetar as mudanças de fácies, da aluvião ou
coluvião para o solo residual, sendo muitas vezes a pura mudança de cor o único
fator distintivo.
A zona da obra caracteriza-se pela sua planura e suavidade, com diferenças de cota
mínimas e pequeno encaixamento das linhas de água, que correm num leito menor
pouco escavado, como é o caso da ribeira em estudo.
2. NEOTECTÓNICA E SISMICIDADE
Estudo Prévio
Estudos Geológicos e Geotécnicos (EGG) 4
Memória Descritiva
representa na figura seguinte. Os primeiros estão relacionados com fenómenos
tectónicos associados às estruturas continentais (sismos do tipo 2), com magnitude
moderada e pequena distância focal, das quais para a região de Cuba cabe
mencionar a falha de Messejana.
Estudo Prévio
Estudos Geológicos e Geotécnicos (EGG) 5
Memória Descritiva
Apesar de se tratar de uma obra pequena, reveste-se da maior importância e deve
ser objecto de especial preocupação pelo projetista, a avaliação do seu
comportamento sob acção do sismo regulamentar, pelo que se apresenta nos
capítulos seguintes um tratamento aprofundado desta matéria.
Área em estudo
A definição da acção sísmica para uma determinada obra depende da zona sísmica
onde se inscreve; do tipo de terreno interessado e da fonte sismogénica e pode ser
definida através de espectros de resposta; de espectros de potência ou de
acelerogramas artificiais, registados ou simulados. Para a definição da acção
Estudo Prévio
Estudos Geológicos e Geotécnicos (EGG) 6
Memória Descritiva
sísmica é necessário conhecer a zona do território nacional onde se situa a obra, já
que o país se divide em 4 zonas, de acordo com o previsto no Documento Nacional
de Aplicação (DNA), constante da Norma Portuguesa NP ENV 998-1-1 de 2000 e
anexo ao EC8, conforme a figura seguinte:
PENHAS DOURADAS
CABO CARVOEI RO
BARREI RO
,6 2 6 6 ,6 7 $ 6
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
Tabela 1 – Aceleração máxima de referência agR (m.s-2) para as diferentes zonas
sísmicas.
Zona
agR (m.s-2) Zona Sísmica agR (m.s-2)
Sísmica
1.6 0.35 - -
Área em estudo
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
O EC8 introduz o conceito de classes de importância, que distingue estruturas
consoante essa importância. Para efeitos de dimensionamento diferencia os níveis
de risco em função da importância relativa da estrutura, função e operacionalidade,
atribuindo-lhe um coeficiente de importância, i.
ag = agR I (1)
Ação Ação
Classe de
Edifícios segundo as suas funções sísmica sísmica
importância
Tipo 1 Tipo 2
O concelho de Cuba interessa a zona 1.4 em termos de ação sísmica tipo 1 e a zona
2.4 para a ação sísmica tipo 2, obtendo-se para cada tipo de sismo os seguintes
valores de referência da aceleração máxima à superfície de um terreno tipo A (agR):
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
Indicam-se a seguir os valores de cálculo da aceleração a considerar, considerando
a expressão anterior que toma em consideração o coeficiente que pondera a classe
de importância (ag = agR I).
ag 4 m/s2 S = 1.0
O parâmetro Smáx define o espectro de resposta elástico, uma vez definido o tipo de
solo da fundação, de acordo com a Tabela 5 e Error: Reference source not found.
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
Tabela 5 – Tipos de terreno segundo o EC8 (2010).
Tipos
VS30 NSPT cu
de Descrição do perfil litoestratigráfico
(m/s) (pancadas/30cm) (kPa)
terreno
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
Tabela 6 – Valores do parâmetro definidor do espectro de resposta elástico S máx, EC8
(2010).
Tipo de
Ação sísmica Tipo 1 e Tipo 2
terreno
A 1.00
B 1.35
C 1.60
D 2.00
E 1.80
amax = ag × S (2)
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
Tabela 8 – Magnitudes de referência (EC 8-P.5 AN I, 2010).
0207/Cuba 7.3 4.9 7.6 4.9 7.8 5.0 7.9 5.0 7.9 5.0
Figura 7 – Correlação proposta por Otha & Goto (1978), que relaciona o do NSPT com a
velocidade das ondas de corte Vs (in Guidelines for Estimation of Shear Wave Velocity,
Wair, Dejong, Shantz, 2012).
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
3. TRABALHOS DE PROSPECÇÃO GEOTÉCNICA E ENSAIOS
Sondagens Mecânicas
Nível
Esp.
Sond. Prof. (m) água Lito-estratigrafia
(m)
(m)
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
Como se constata, as duas sondagens atravessaram os mesmos materiais, a cotas
semelhantes (não exatamente idênticas das a diferença de cotas das bocas dos dois
furos), apresentando as camadas igual espessura, o que dá uma ideia da
regularidade da deposição sedimentar recente na zona, regularidade que aliás não é
inédita na região.
Como se afirmou, executaram-se ensaios SPT no interior dos furos de sonda, nos
trechos em solo e rocha decomposta.
extrap . 30
N SPT = ∗N SPT (4)
penetr . ( cm )
Esta fórmula usou-se para os valores de ensaio com nega na 2ª fase de penetração
(30cm finais). Quando a nega se dá na primeira fase (penetração <15cm) adoptou-
se a seguinte modificação:
extrap . 30
N SPT =2. ∗N SPT (5)
penetr . ( cm)
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
literatura anglo-saxónica e germânica, respectivamente) limitou-se o valor máximo
extrap .
de N SPT às 100 pancadas, considerando a densidade dos trabalhos de prospeção
e a natureza das obras em causa.
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
Os valores que constam da tabela anterior representam-se também no gráfico da
figura seguinte, que mostra a variação desses valores com a profundidade e que
permite concluir o seguinte:
Os solos residuais (Sr) compostos por saibros argilosos exibem uma resistência
bastante elevada com nega consecutiva na 1ª fase do ensaio, atribuindo-se o valor
extrapolado de N60 = 100 pancadas.
Tipologia T1: Obras que envolvem um “escasso” volume de terreno, que não
garante a compensação das zonas mais fracas (que ocorrem
estocasticamente) pelas zonas mais resistentes (igualmente
estocasticamente ocorrentes) por transferência de carga de umas para as
outras e para as quais a estrutura geotécnica atinge o estado limite
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
considerado (de serviço, ou último, consoante os casos) antes que essa
transferência de esforços, das zonas mais fracas, para as mais resistentes,
possa ter lugar. Para estas obras o parâmetro característico deve ser tal que
a probabilidade de ocorrência de um valor mais baixo seja inferior a 5% (X k
5%);
Tipologia T2: Obras que envolvem um amplo volume de terreno, com um
comportamento relativamente homogéneo, que assegura a compensação
das zonas mais fracas (que ocorrem estocasticamente), pelas zonas mais
resistentes (igualmente estocasticamente ocorrentes), por transferência de
carga de umas para as outras e para as quais a estrutura geotécnica
assegura que essa transferência se dá antes do colapso ou perda de
funcionalidade, consoante se trate de estados limites últimos ou de serviço.
Para estas obras o parâmetro característico deve ser tal que o seu valor
médio é aquele que tem uma probabilidade de 95% de ser superior ao valor
médio real (desconhecido) que caracteriza a camada (Xk Med).
[( ) ]
0.5
0.95 1
X k5 % =x ± t ( n−1 ) .s. +1 (6)
n
1
O método proposto por Schneider (Schneider, 1989), faz uma aproximação expedita e muito prática para a determinação
dos parâmetros característicos, através do coeficiente de variação, que é uma propriedade que tende a ser constante para
cada litologia. Todavia o método foi abandonado porque os resultados não foram os esperados.
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
função de TStudent, em que 0.95 é a probabilidade de ocorrência, s o desvio padrão e
n o grau de liberdade. A análise estatística foi feita sobre os dados brutos
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
provenientes da prospecção e ensaios, determinando-se os valores que constam
das tabelas seguintes.
Estudo Prévio
Estudos Geológicos e Geotécnicos (EGG) 20
Memória Descritiva
Para a determinação do ângulo de atrito, em tensões efetivas, dos solos finos,
admitiram-se os seguintes valores para o índice de plasticidade:
5. HIDROGEOLOGIA
De acordo com os dados recolhidos antes e após a furação, conclui-se que o nível
de água, depois de estabilizado, se situa aos 3,2 metros e 4,3m respetivamente nos
furos S-BA 01 e S-BA 02. Apesar de se desconhecer se se trata de um nível geral
ou local, uma vez que os dados disponíveis não são suficientes para uma avaliação
regional, deve tomar-se esta posição como representativa do limite da zona
saturada, para efeitos de cálculo das capacidades de carga.
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Memória Descritiva
ZG2 – Zona geotécnica 2: esta zona interessa os solos argilosos vermelhos (A r).
Considerando que a sua franja mais superficial se apresenta com valores de N 60 da
ordem das 30 pancadas, enquanto a parte mais profunda exibe um N 60 com
penetrações de 20cm, optou-se por subdividir a camada em duas subzonas, ZG2a e
ZG2b, a primeira correspondente aos valores mais elevados de resistência dinâmica
e a segunda com um valor característico de N60 obtido é de N60 = 32 pancadas;
ZG1 – Zona geotécnica 1: este nível interessa o solo residual que corresponde à
franja de alteração do maciço gabrodiorítico de Beja O valor característico de N 60
obtido no cálculo apresentado é de N60 = 100 pancadas.
Como a derivação dos parâmetros geotécnicos não resulta da análise directa dos
resultados da prospecção e ensaios, esta foi feita tentativamente, através das
correlações seguintes, que demonstraram ser as mais coerentes para os solos em
causa (depois de experimentadas estas e outras correlações correntes e
consagradas da bibliografia):
- Coesão não drenada: cu (kPa) = 5 . N60, Terzaghi, Peck & Mesri (1996) (7)
- Ângulo de atrito (’): ’nc (º) = 39 – 11 x log (IP), (Sorensen e Okkels, 2013) (8)
- Coesão efetiva (c’): c’ = 0.1 . cU, dedução comum na bibliografia (“rule of thumb”)
(9);
- Módulo de elasticidade: E (MPa) = (0.5 a 1.0) . N60, Kulhawy & Mayne (1990) em
solos (10);
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Memória Descritiva
7. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DA CAPACIDADE DE CARGA
DOS TERRENOS DE FUNDAÇÃO
A zona saturada dos terrenos de fundação, surge a partir dos 3,5 a 4 metros de
profundidade, pelo que esta condição deve ser adequadamente considerada no
dimensionamento.
Para efeitos de avaliação preliminar e sumária das soluções de fundação para uma
obra nova, fez-se um cálculo sumário da tensão última para uma sapata unitária,
assente no topo das argilas vermelhas da ZG2, 3.0m abaixo do terreno natural, que
se considera próxima do limite abaixo do qual a fundação direta deixa de fazer
sentido, até porque o nível de água se encontra já bastante próximo. Para o efeito
recorreu-se á formulação simplificada de Terzaghi:
1
q ult =c . N c +q 0 + N q + . B . γ . N γ
2
1+ sin ϕ
Nq=
1−sin ϕ
N c =( N ¿¿ q−1)cot ϕ ¿
N γ =1.5 .( N ¿¿ q−1)tan ϕ ¿
Obteve-se um valor para a tensão última qult = 165 kN/m2, o que simplificando,
afetado de um fator de segurança de FS=3, conduz a 66 kN/m2.
Estudo Prévio
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Memória Descritiva
Parece, pois interessante estudar uma solução com fundação indireta, através de
pegões, ou em alternativa por microestacas com bolbo de selagem na ZG1, isto é,
no solo residual, cujas características são adequadas.
8. FICHA TÉCNICA
Coordenação
Geologia de Engenharia
Desenho
Técnico
Engenheiro Civil
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Diretor Técnico
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