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UNIVERSIDADE BANDEIRANTE ANHANGUERA

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artigo. No caso de apresentação vocês podem colocar nos slides.
Artigo: Análise de Livros Didáticos no conteúdo de Análise
Combinatória
Autores:
Elisabete Teresinha Guerato
Ricardo Luiz Oliveira de Almeida
Rubens Saviano

Resumo
Este artigo tem por proposta analisar três livros didáticos utilizados no Ensino
Médio no conteúdo de Análise Combinatória para verificar qual o nível de
conhecimento esperado dos estudantes, conforme definição de Robert, em
relação a esse conteúdo matemático e aos conhecimentos prévios supostos
disponíveis quando da introdução dos conceitos que lhe são associados. Para
efetuar a análiseesse estudo foi analisada a abordagem que cada livro dá ao
conteúdo, os exercícios foram agrupados por tipos de tarefas, conforme
definição de Chevallard e, em seguida, analisados segundo a teoria abordagem
teórica elaborada por Alinede Robert que fala sobre os três níveis de
conhecimentos esperados dos estudantes. Ao final, foi feita uma comparação
entre a abordagem usada pelos três livros e foram deixadas algumas
sugestões para pesquisas futuras.

Introdução

A Análise combinatória surgiu no século XVI, quando a elite da sociedade da


época perdia seus bens em jogos de azar. Surgiu Nasce então o interesse de
saber de quantas maneiras poderiam obter-se somas iguais a 9 num jogo de
dados ou como obter cartas iguais num jogo de cartas.

1
O matemático italiano, Nicolo Fontana de Bréscia, conhecido como Tartaglia
(1500-1557), foi um dos primeiros a formular uma teoria de contagem para
jogos de dados. Mais tarde, no século XVII, o francês Blaise Pascal (1623-
1662) contribuiu com o triângulo numérico, que construído de forma diferente
mostrava que a partir da segunda linha, cada elemento é obtido da soma dos
elementos da linha anterior situados à esquerda ou exatamente acima do
elemento. Esse triângulo numérico levou seu nome e até hoje é conhecido
como Triângulo de Pascal. Esta e outras teorias de contagem mais tarde
serviriam como base ao estudo de probabilidade.
Recentemente, historiadores encontraram registros que o estudo de
combinatória surgiu há muito mais tempo, na antiguidade clássica, com
estudos de Arquimedes (287 a.C..- 212 a.C.). Trata-se de um jogo chamado
Stomachion, representado na figura 1 a seguir, constituído de quatorze peças
que devem ser encaixadas para formar um quadrado. Alguns historiadores
concluíram que Arquimedes desejava determinar de quantas formas distintas
as 14 peças poderiam ser encaixadas para formar um quadrado.

Stomachion
Figura 1: Stomachion. Fonte: colocar a fonte
Nos dias de hoje a análise combinatória continua sendo alvo de estudo dos
matemáticos, porém não só de jogos de azar como também no estudo de
possibilidades de diversos eventos do cotidiano.

A partir da década de 90 os estudos referentes ao ensino e à aprendizagem da


Análise Combinatória tem tomado destaque nos estudos dos pesquisadores
ligados a Educação Matemática estudos estes que apresentam o objetivo de
diminuir as dificuldades apresentadas pelos alunos no entendimento deste
conteúdo. Destacamos os trabalhos de .......(citar alguns desse trabalhos)

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Isso nos conduziu a estudar como esse conteúdo é proposto em três livros
didáticos por meio Apoiados nda teoria abordagem teórica elaborada por Aline
Robert (1998) que fala introduz sobre “os três níveis de conhecimentos
esperados dos estudantes”. Nosso objetivo é para verificar qual o nível de
conhecimento esperado dos estudantes em relação às noções de análise
combinatória e quais os conhecimentos prévios supostos disponíveis quando
da introdução dessas noções. , analisaremos os conteúdos de três livros
didáticos no conteúdo de Análise Combinatória.

Observamos que Aa Análise Combinatória é estudada na Educação Básica e


no Ensino Superior nos cursos de Matemática estando ela presente desde o
início de nossa alfabetização em problemas que nos levam a contar e
enumerar elementos utilizando as propriedades da adição e da multiplicação
sendo ela considerada, por alguns professores de Matemática o conteúdo mais
difícil de ser ensinado.

No livro “Análise Combinatória e Probabilidade” de ?????????, que integra


escrito como parte integrante de um projeto de atualização de professores de
Matemática da Educação Básica, no qual onde seus escritores autores
apresentam suas experiências em ensinar Análise Combinatória na Educação
Básica, destacaressaltamos a observação do ndo o professor Augusto César
Morgado que destaca que as dificuldades apresentadas pelos alunos se dão,
entre outros fatores, pelo fato de a Análise Combinatória ser pouco, ou quase
nada, explorada no ensino fundamental. Por isso consideramos importante
destacar compreender algumas proposta de introdução desse conteúdo no
Ensino Médio. Para isso, consideramos importante estudar as diferentes
formas que o modo como vêm sendo propostas a abordagem da abordados os
estudos de Análise Combinatória na Educação Básica e no Ensino Superior
para os cursos de formação de professores de nos cursos de Matemática.
Optamos assim em analisar três livros de Matemática, dois do Ensino Médio e
um destinado a professores dessa etapa escolar, a partir de cinco critérios, ou
seja:
1 – Abordagem histórica

3
- neste item buscamos saber como o autor relacionou a Hhistória da
Mmatemática ao ensino de Análise Combinatória;
2 – Conceito
- aqui, buscamos saber como os conceitos e definições da Análise
Combinatória são apresentados aos alunosestudantes;
3 – Linguagem
- procuramos analisar a forma como o autor expõe o conteúdo Análise
Combinatória, isto é, se existe um discurso associado aos diferentes registros
de representação utilizados na obra;
4 – Abordagem dos conteúdos, exemplos e aplicações
- abordagem clássica, ou seja, definições, teoremas, proposições e
exemplos seguidos de exercícios de fixação.
- por meio de situações contextualizadas, ou seja, rocuramos observar
de que forma o conteúdo é apresentado, se existe alguma aproximação do
conteúdo Análise Combinatória com a realidade vivenciada pelos alunos.
5 – Aplicações e Interdisciplinaridade
- procuramos, neste item, a existência ou não de relações feitas pelo
autor com outras disciplinas.

Buscando Buscamos assim informações sobre a proposta de trabalho com o


conteúdo de Análise Combinatóriaestes livros, destacando a importância das
explicações explicitas apresentadas nos livros didáticos e que podem servir
para da análise criteriosa dos mesmos procurando orientar estudantes, aos
professores e futuros professores sobre os conhecimentos necessários para
uma boa compreensão e, consequentemente, um bom desempenho no
tratamento das questões e problemas associados à Análise Cpmbinatória. o
que mais se aproxima das necessidades dos alunos.
Escolhemos três livros pelas suas características especificas que ressaltamos
na sequência. do Ensino Médio utilizados em escolas da rede pública e
particular, ou seja:
Livro I: A Matemática do Ensino Médio – Volume 2 – Elon Lages Lima, Paulo
Cezar Pinto Carvalho, Eduardo Wagner e Augusto César Morgado, SBM –
2006. Trata-se de um livro destinado a professores do Ensino Médio que

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procura orientá-los sobre a forma mais adequada de trabalho com as noções
de Análise Combinatória.
Livro II: Matemática – Volume 2 – Kátia e Roku (colocar o nome completo) –
Editora Saraiva – 1998. Trata-se de um livro avaliado pelo Programa Nacional
do Livro Didático – PNLD, que segue as orientações dos Parâmetros
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e que é utilizado em escolas
públicas e privadas.
Livro III: Matemática Temas e Metas – Antonio dos Santos Machado – Volume
3 – Sistemas Lineares e Combinatória – 1986. Trata-se de uma obra anterior
aos Parâmetros Curriculares Nacionais, mas que ainda é publicada por ser
utilizada em escolas particulares brasileiras. A opção por essa obra está
associada a possibilidade de identificar se houve uma mudança significativa
nas propostas de ensino das noções de Análise Combinatória a partir das
novas orientações representadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Nossa questão de pesquisa é: Como são introduzidos nos livros didáticos
os primeiros conceitos utilizados emde Análise Combinatória?
Para responder essa questão consideramos importante compreender quais os
conhecimentos prévios supostos disponíveis quando da introdução dos
conceitos e noções de Análise Combinatória e qual o nível de conhecimento
privilegiado nos livros didáticos escolhidos para essa pesquisa,
Para isso, escolhemos como referencial teórico a abordagem teórica em
termos de níveis de conhecimento esperados dos estudantes conforme
definição de Robert (1998).
Na sequência apresentamos uma breve descrição desses níveis seguidas de
exemplos sobre o objeto matemático da nossa pesquisa, ou seja, exemplos
que são utilizados em materiais de introdução a Análise Combinatória para o
processo de ensino e aprendizagem brasileiro.
Referencial Teórico

Para analisar os livros usaremos como referencial teórico os três níveis de


conhecimentos esperados dos estudantes segundo Aline Robert.
Segundo Robert (1998) a definição de Aline Robert, são esperados três níveis
de conhecimento dos estudantes: o nível técnico, o nível mobilizável e o nível
disponível.

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O nível técnico corresponde a um trabalho único e simples. Está
relacionado principalmente às definições utilizadas em uma determinada tarefa.
O aluno estudante faz funcionarpõe em funcionamento um conhecimento de
nível técnico quando resolve uma questão simples que corresponde a uma
aplicação imediata de um teorema, de uma propriedade, de uma definição ou
de uma fórmula. Em geral, há indicações dos métodos a utilizar. Exemplo:
O nível mobilizável corresponde a um início de justaposição de saberes
de um certocerto domínio, vários métodos podem ser mobilizados. Se um
saber é identificado, ele é considerado mobilizado se ele é acessível, isto é, se
o estudante o utiliza corretamente. No nível de funcionamento mobilizável os
conhecimentos que que serão utilizados são bem identificados, mas
necessitam de alguma adaptação ou de alguma repetição antes de serem
colocados em funcionamento. Neste nível o conhecimento a ser utilizado é
explicitado na tarefa. Exemplo:
O nível disponível corresponde em saber responder corretamente o
que é proposto sem indicações, de poder, por exemplo, dar contra exemplos
(encontrar ou criar), fazer relações, aplicar métodos não previstos. O nível de
funcionamento disponível corresponde a resolver uma questão proposta sem
nenhuma indicação ou sugestão fornecida pelo professor ou na própria tarefa.
É preciso achar encontrar nos conhecimentos anteriores o que favorece a
resolução da questão.
Este nível de conhecimento está associado ao conhecimento de
referências variadas que o estudante conhece, servem de questionamentos e
de organização. Podendo funcionar para um único problema ou possibilitando
fazer resumos. Exemplo:
Observamos ainda que esse três níveis de conhecimento são relativos, pois
dependem do nível de conceituação a que estão associados. Segundo Robert
(1997, p.149) os níveis de conceituação são os marcos que podemos identificar
ao longo do ensino das noções de determinado campo conceitual.
Na sequência apresentamos a metodologia utilizada na pesquisa.

Metodologia
Iniciamos observando que se trata de uma pesquisa qualitativa documental
conforme definição de Ludke e André (1986) que consideram ........(existe

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material na internet, fica para vocês colocarem a definição e como se
desenvolve a técnica da análise documental em uma pesquisa qualitativa.
Considerando essa definição de pesquisa documental, concluímos que
um dos materiais, que podemos analisar para compreender como é proposto o
estudo da Análise Combinatória no Ensino Médio brasileiro, são os livros
didáticos utilizados para esse fim. Isto nos conduziu a escolha dos livros
indicados acima, para os quais justificamos os critérios para essa seleção.
A Uma vez os livros escolhidos direcionamos a análise dos livros
didáticos de Análise Combinatória foi direcionada no sentido de responder as
seguintes questões do tipo:
 De que forma, nos livros didáticos, são introduzidos os conteúdos de
Análise Combinatória, ou seja, trata-se de uma abordagem clássica
(definição, teorema, exemplos e exercícios de fixação ou uma
proposta de situação problema seguida da institucionalização dos
novos saberes?
 Que conhecimentos prévios são considerados como mobiliz´veis ou
disponíveis? Os conhecimentos adquiridos anteriormente pelos
alunos são levados em consideração?
 Existe alguma preocupação, por parte do autor, em apresentar a
origem das ideias fundamentais presentes na história?
 Existe um discurso que acompanha as técnicas apresentadas e
neste é possível compreender as associações entre análise
combinatória e lógicaA linguagem utilizada pelo autor é
compreensível pelos leitores?
 As situações propostas são motivadoras?
 O autor inicia o estudo do conteúdo com problemas motivadoresQual
nível de conhecimento é privilegiado nas tarefas propostas aos
estudantes?
Após a análise dos livros comparamos as diferentes propostas em função das
questões elencadas acima.
A seguir apresentamos alguns elementos que como respostas as questões
colocadas acima para a análise dos diferentes livros e a comparação entre
eles.

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Resultados das Análises
Os livros serão analisados, inicialmente verificando como a teoria é
abordada no mesmo e, em seguida, os exercícios propostos serão tabulados
de acordo com o critério explicitado abaixo e de acordo com os níveis
estabelecidos por Aline Robert (nível técnico, nível mobilizável e nível
disponível.
Os critérios são:
T1: Simplificar e calcular as frações com numerador e denominador em fatorial.
Numérico e genérico.
T2: Calcular o valor de uma expressão com fatorial. Numérico e Genérico.
T3: Aplicar o PFC em situações contextualizadas.
T4: Aplicar permutação com e sem repetição.
T5: Formar arranjos e combinações.
T6: Aplicar a fórmula de arranjo e combinação.
T7: Resolver problemas utilizando árvores de possibilidades.

Livro 1: Matemática: Temas e Metas


Este livro é o Volume 3 de uma coleção que trata os diversos conteúdos
matemáticos estudados no Ensino Médio separadamente. Neste volume, além
da Analise Combinatória, temos ainda os conteúdos referentes ao estudo dos
Sistemas Lineares.
O capítulo 5 desse livro, intitulado Análise Combinatória, inicia-se
explicando que é a Análise Combinatória e onde ela é aplicada. Em seguida,
introduz a noção de Fatorial com alguns exemplos, alguns exercícios resolvidos
e alguns exercícios propostos.
Os exercícios resolvidos são: 1 do tipo T1 e 2 do tipo T2.
Os exercícios propostos são dos tipos:
Tip Quantidade
o
T1 11
T2 4
O segundo item desse capítulo trata do Princípio Fundamental da
Contagem (PFC) e começa com um exemplo contextualizado. Em seguida,

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define o PFC e apresenta alguns exemplos, todos do tipo T3. Nessa parte da
teoria, o livro usa apenas o raciocínio para resolver as situações problemas
sem utilizar de fórmulas.
A seguir, ele traz 19 exercícios propostos que podem ser classificados
todos como sendo do tipo T3.
Ainda nesse capítulo ele as definições de permutação (com elementos
distintos e com elementos repetidos). Inicialmente ele apresenta a resolução
usando apenas o raciocínio e, em seguida, apresenta as fórmulas. São
resolvidos exemplos dos dois tipos e são propostos exercícios para serem
resolvidos.
São dez exercícios do tipo T4 para serem resolvidos sem o uso de
fórmulas e dezesseis para serem resolvidos usando as fórmulas de
permutação.
O último item desse capítulo é sobre arranjos e combinações.
Inicialmente ele define combinações e, em seguida, arranjos, com exemplos
resolvidos sem o auxílio de fórmulas. Apresenta dez exercícios do tipo T5 e, na
sequência, apresenta a fórmula de arranjo com alguns exemplos e doze
exercícios do tipo T5. A seguir, apresenta a fórmula para cálculo de
combinações com alguns exemplos seguidos de treze exercícios para do tipo
T5.
Ao final, ele apresenta vinte problemas misturando permutações,
arranjos e combinações.
Classificando os exercícios propostos nesse capítulo desse livro de
acordo com os critérios usados por Robert (1998), temos os dados a seguir:
Nível Frequência Porcentagem
Técnico 44 38,3%
Mobilizável 52 45,2%
Disponível 19 16,5%

Livro 2: Matemática
Esse livro é o segundo volume de uma coleção dedicada ao ensino no
Ensino Médio. Ele foi escrito para ser usado como livro texto para alunos do
segundo ano do Ensino Médio.

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A unidade 2 desse livro intitulado Contagem trata da Análise
Combinatória. Ela inicia definindo Análise combinatória e apresentando alguns
exercícios resolvidos por árvores de possibilidades. Em seguida, ele apresenta
dez exercícios do tipo T7.
Na sequência, o livro apresenta o PFC acompanhado de alguns
exercícios resolvidos sobre o assunto onde a resolução não utiliza de fórmulas,
apenas do raciocínio. Em seguida, são propostos 20 exercícios do tipo T3.
No próximo item do capítulo é tratado o assunto: fatorial. Após a
introdução do assunto são propostos 5 exercícios do tipo T1 e 1 exercício do
tipo T2.
Em seguida ele introduz o assunto arranjo e combinação fazendo a
diferenciação entre os dois. A seguir, define arranjo, ensina a calcular a partir
do raciocínio e, em seguida, deduz a fórmula. Ele trata a permutação simples
como um caso particular de arranjo. Apresenta alguns exercícios resolvidos e
apresenta 3 exercícios do tipo T5 e 10 exercícios do tipo T6. Em seguida, ele
apresenta a definição de combinação e deduz a fórmula, apresenta alguns
exercícios resolvidos e propõe 3 exercícios do tipo T5 e 7 do tipo T6.
O último item do capítulo trata da permutação com elementos repetidos,
deduz a fórmula, resolve dois exercícios e propõe 4 exercícios do tipo T4.
Classificando os exercícios propostos nesse capítulo desse livro de
acordo com os critérios usados por Aline Robert, temos os dados a seguir:
Nível Frequência Porcentagem
Técnico 16 23,5%
Mobilizável 37 54,4%
Disponível 15 22,1%

Livro 3: A Matemática do Ensino Médio


Este livro é o segundo volume de uma coleção destinada a professores
de Matemática do Ensino Médio e a alunos do curso de Licenciatura em
Matemática Ele faz parte da Coleção do Professor de Matemática editado pela
Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
O capítulo 4 desse livro intitula-se Combinatória e inicia com os
Princípios Básicos. Esse livro tem como estratégia “conversar” com o leitor. Ele
vai abordando o assunto e discutindo os métodos utilizados e utilizando

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exemplos que são discutidos passo a passo de modo que o leitor entenda o
conceito. É um livro para tornar o leitor autodidata no assunto.
Após oferecer uma discussão completa sobre o assunto Contagem, ele
apresenta 21 exercícios do tipo T3, acompanhados de sugestões de
estratégias para resolver a maioria deles.
Seguindo o mesmo caminho, ele apresenta os conceitos de
Permutações e Combinações deduzindo as suas fórmulas e usando a notação
de fatorial sem explicá-la. Ele considera o fatorial como um conceito já
aprendido anteriormente. Após vários exercícios resolvidos ele apresenta uma
lista de 40 exercícios onde mistura os tipos T4, T5 e T6. A exemplo do que fez
na primeira parte do capítulo, para essa lista de exercícios há, também, uma
lista de sugestões para serem usadas na maioria dos exercícios.
Classificando os exercícios propostos nesse capítulo desse livro de
acordo com os critérios usados por Aline Robert, temos os dados a seguir:
Nível Frequência Porcentagem
Técnico 6 9,8%
Mobilizável 19 31,2%
Disponível 36 59%

Considerações Finais e Perspectivas Futuras


Para se organizar esse artigo foram escolhidos três livros com propostas
muito diferentes. O primeiro tem uma proposta tradicional onde o uso de
fórmulas é privilegiado em relação ao uso do raciocínio para se resolver os
exercícios. Nele, os exercícios nos níveis técnico e mobilizável são maioria e
poucos são do nível disponível. É um livro que se preocupa em instrumentar o
aluno para o uso da análise combinatória como ferramenta para o cálculo de
probabilidades e o estudo da estatística.
Já o segundo livro tem uma proposta diferente do primeiro e privilegia a
resolução de exercícios com o uso do raciocínio e o mínimo de uso de
fórmulas, sem no entanto abandoná-las totalmente. Nele, os exercícios dos
níveis técnico e disponível são minoria sendo privilegiado o nível mobilizável. É
um livro cuja proposta principal é ensinar o aluno a raciocinar.
O terceiro livro difere dos dois anteriores principalmente por ser dirigido
para professores e alunos da Licenciatura. Ele não se preocupa muito com o

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uso de fórmulas e discorre sobre o assunto como se “conversasse” com o
leitor. Ele é um bom auxiliar para quem quer aprender o conteúdo sem
frequentar um curso formal. Os exercícios desse livro são, na sua maioria do
nível disponível, porém, esses exercícios têm sugestões para a resolução o
que ajuda com que o leitor consiga resolvê-los e se aprofundar no assunto.
Algumas sugestões para pesquisas futuras seriam:
 Análise de outros livros didáticos sobre o assunto;
 Comparação do que se encontrou nesses livros com o que é sugerido
pelos documentos oficiais, tais como, os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs);
 Efetuar a análise desses livros utilizando outras teorias, por exemplo, a
Teoria dos Registros de Representações Semióticas de Raymond Duval.

Referências Bibliográficas

LIMA, E. L., CARVALHO, P. C. P., WAGNER, E. e MORGADO. A.C. A


Matemática do Ensino Médio. Volume 2. Coleção do Professor de Matemática.
SBM. 6ª Edição. 2006. Rio de Janeiro. (livro)
MACHADO, A. S. Matemática Temas e Metas. Volume 3 – Sistemas Lineares e
Combinatória. Editora Atual. 1986. São Paulo. (livro)
MORGADO, A.C.O., CARVALHO, J.B.P., CARVALHO, P.C.P., FERNANDEZ,
P. Análise combinatória e probabilidade. SBM. Rio de Janeiro (livro)
ROBERT, A. Ferramentas de análise dos conteúdos matemáticos a ensinar
(Recherches en Didactique des Mathématiques, vol. 18, nº 2, pp. 139-190,
1998). (artigo)
Robert, Aline (1997)
in: L’enseignement de l’algèbre lineaire en question Dorier, J.L. et al. Grenoble:
La Pensée Sauvage,149-157 capítulo de livro
SMOLE, K. C. S. e KIYUKAWA, R. Matemática Ensino Médio, Volume 2. 1ª
edição. 1998. Editora Saraiva. São Paulo. (livro)
TAVARES, S., BRITO, M., História da Análise Combinatória. Revista do
Professor de Matemática 57, 2005. Sete Lagoas, MG. (???????)

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