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A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE GEOGEBRA NO ENSINO DE GEOMETRIA

PLANA

Autor: Ismar Delphino de Paula¹


Orientadora: Ma.Raquel Polizeli²

Resumo:

Este artigo relata o desenvolvimento da aplicação de atividades da Produção


Didático-Pedagógica realizada durante o Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE-2010, no qual com atividades relacionadas à geometria plana e
o uso das novas tecnologias e utilizando do laboratório de informática do Paraná
digital, foi exploradas junto com um grupo inicial de 10 alunos as possibilidades do
uso do software GeoGebra no ensino da matemática e geometria através de
diversas tarefas, desenvolvidas com o aplicativo em vinte e sete aulas, distribuídas
em 9 encontros. No desenvolvimento procurou se estimular a participação ativa dos
alunos na construção das tarefas propostas em um ambiente parecido com a de sala
de aula, observando se as reações do grupo através dos relatos e diálogos durante
a execução das atividades. A aplicação dessas tecnologias e as diversas tendências
do ensino da matemática têm buscado estimular, com novas metodologias, com o
uso da informática uma melhoria nos níveis de ensino. O relato das aplicações das
tarefas propostas seguira a ordem em que foram executadas, primeiro as
construções seguidas dos comentários e exemplos de algumas construções feitas
pelos alunos, assim como uma síntese do GTR (grupo de trabalho em rede).

Palavras chaves: Geometria; GeoGebra;Mídias;Educação Matemática

Abstract

This article reports the development of application of the production activities carried
out during Pedagogical-Didactic Program for Educational Development - PDE-2010,
where activities relating to plane geometry and the use of new technologies and
using the computer lab digital Paraná, was explored with an initial group of 10

¹ Professor do Colégio Est .Dr Marins Alves de Camargo - EFMP. Integrante do PDE.
² Professora orientadora da universidade Estadual do Paraná-Unespar-Campus de Paranavaí
2

students the possibilities of using the software GeoGebra in teaching mathematics


and geometry through various tasks, with the application developed in twenty-seven

lessons, divided into nine meetings. in the development sought to


encourage the active participation of students in the construction of the proposed
tasks in an environment like the classroom, noting that the reactions of the group
through the stories and dialogues during the execution of activities. The application of
these technologies and the various trends of mathematics education have sought to
encourage new approaches to the use of information technology in improving levels
of education. The account of the applications of the proposed tasks followed the
order they were performed, followed by the first buildings of the comments and
examples of some constructions made by the students as well as a summary of the
GTR group (networking).

Keywords: Geometry; GeoGebra; Media; Mathematics Education

1 INTRODUÇÃO

Estamos vivenciando a modernidade, com as tecnologias digitais que são


inovadas, quase que a todo o momento. Estas tecnologias têm aplicações em todas
as áreas do conhecimento, e certamente no setor de formação e educação os
estudos de sua aplicabilidade, envolvendo a diversas tendências do ensino da
matemática, tem propiciado avanços significativos a partir do século XX.
Propomos na unidade didática desenvolvidas com os alunos do ensino
fundamental a utilização do software GeoGebra que é um aplicativo de geometria
dinâmica, onde professor e alunos desenvolverão tarefas, no laboratório de
informática, visando uma melhor aprendizagem dos conceitos da geometria plana.
O Trabalho com os alunos do ensino fundamental 7ª série (8ºano) busca
uma maior interação com as novas mídias no estudo de geometria plana, onde as
tarefas propostas serão desenvolvidas com conteúdos ligados aos elementos da
geometria plana, como ponto; retas; planos, ângulos e triângulos.
As tarefas seguem uma ordem, onde professor e alunos discutem os
conceitos dos conteúdos, e, em seguida com as orientações do professor, em um
3

processo de mediação, constroem com o auxilio do Geogebra, as figuras


representativas dos conceitos estudados.
Por que Aprender Geometria? E mais porque aprender usando novas
Mídias?
Responder estas perguntas não é tarefa fácil, é tema que preocupam os
educadores matemáticos há décadas no Brasil; onde a deficiência do ensino nas
escolas brasileiras ou mesmo a quase ausência da geometria nos currículos
escolares tem levado diversos autores e autoridades educacionais a um constante
debate da sua importância.
O aprendizado da geometria com lacunas tem influenciado o
desenvolvimento matemático pleno dos alunos.
Em relação ao conhecimento geométrico, Lorezanto1995, ressalta que:

Sem estudar Geometria as pessoas não desenvolvem o pensar geométrico


ou o raciocínio visual e, sem essa habilidade, elas dificilmente conseguirão
resolver as situações de vida que forem geometrizadas; também não
poderão se utilizar da Geometria como fator altamente facilitador para a
compreensão e resolução de questões de outras áreas de conhecimento
humano. Sem conhecer a Geometria a leitura interpretativa do mundo torna-
se incompleta, a comunicação das idéias fica reduzida e a visão da
Matemática torna-se distorcida. (LORENZATO, 1995, p. 5).

Veja a foto da Prefeitura de Paranavaí, figura-1, onde podemos observar vários


elementos de geometria.

Figura 1: Prefeitura Municipal de Paranavaí


4

A geometria esta em toda a parte como podemos constatar na foto; e


lidamos a todo o momento e interagimos muitas vezes sem perceber, com ideias de
plano, paralelismo, perpendicularismos, semelhança, proporcionalidades e simetria,
sem, no entanto perceber o comprometimento, psicomotor e intelectual das crianças
por falta de uma aprendizagem adequada de geometria.

Justifica assim a importância do estudo da geometria como parte integrante da


matemática.

E as Mídias entendida aqui como um conjunto de ferramentas, que nos


ajudam a desenvolver nossas tarefas diárias, são hoje oferecidas com as
tecnologias da informação (Tics), um conjunto de recursos didáticos pedagógicos,
com variados níveis de interatividades.

Nesse sentido os avanços tecnológicos disponíveis facilitam em muito o


trabalho pedagógico dos professores e “As Novas Tecnologias da Informação e
comunicação” (NTIC) podem e devem ser vistas como fortes aliados dos
educadores, e um a direito da sociedade.

Neste sentido Borba e Penteado, afirmam:

O acesso à informática na educação de ser visto não apenas como um


direito, mas como parte de um projeto coletivo que prevê a democratização
de acesso à tecnologia desenvolvida por essa mesma sociedade. É dessas
duas formas que a informática na educação deve ser justificada:
alfabetização tecnológica e direito de acesso. (BORBA e PENTEADO, 2001
p.17).

De posse dos recursos tecnológicos, as novas mídias interativas da


informática possibilitam uma experimentação, com maior dinamismo das atividades
de investigação de conhecimentos matemáticos e geométrico.

Neste sentido, (D’ AMBRÓSIO & BARROS, 1988) nos afirma:

Atividades com lápis e papel ou mesmo quadro de giz, para construir


gráfico, por exemplo, se forem feitas com o uso dos computadores,
permitem ao estudante ampliar suas possibilidades de abstração e
investigação, porque algumas etapas formais do processo construtivo são
sintetizadas. (D’ AMBRÓSIO & BARROS, 1988).

Em um retrospecto histórico é possível detectar uma ligação do humano e


não humano, onde a interação com as diversas mídias reorganizam o pensamento
5

produzindo novos conhecimentos. Podemos compreender com base em (Borba,


2001) que não faz sentido à visão dicotômica, entre o homem e as mídias e justificar
a importância do uso das diversas tecnologias como recursos didáticos e
metodológicos:

Mais ainda, entendemos que conhecimento só é produzido com uma


determinada mídia, ou com uma tecnologia da inteligência. É por isso que
adotamos uma perspectiva teórica que se apoia na noção de que
conhecimento é produzido por um coletivo formado por seres humanos-
com-mídias, ou seres humanos-com–tecnologias e não como sugerem
outras teorias, por seres humanos solitários ou coletivos formados apenas
por seres humanos (Borba 2001, p. 46).

2 IMPLEMENTAÇÃO NA ESCOLA

No 2°semestre de 2011, ocorreu a apresentação da produção didático


pedagógica à comunidade escolar do Colégio Estadual Dr Marins Alves de Camargo
EFMP da cidade de Paranavaí, assim como o seu cronograma de aplicação com os
detalhamentos para equipe diretiva da escola, professores e alunos envolvidos no
projeto.
A implementação da proposta dá ênfase ao caráter investigativo, de cunho
qualitativo, que buscando sempre relacionar as atividades exploratórias ligadas aos
tópicos de geometria plana com as possibilidades de representar os conceitos da
geometria utilizando-as na resolução de problemas como alternativa para a melhoria
da qualidade no ensino.

Em um segundo momento, todo o trabalho de apresentação da proposta foi


feito com os alunos participantes e professores (GTR, plataforma Moodle), seguindo
os passos abaixo:

 Apresentação da interface do software GeoGebra aos alunos no


laboratório do Paraná Digital da escola ; e também aos professores que
participaram do projeto via GTR (grupo de trabalho em rede).
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 Foram elencados tópicos da geometria plana em forma de tarefas para


estudos e exploração das propriedades geométricas usando o software
GeoGebra, detalhados quando da execução do material didático.
 Avaliação diagnóstica e contínua do Conteúdo estudado, por meio de
registros de diálogos dos alunos, por meio de questões que envolvam o
conteúdo trabalhado durante as aulas, de relatos dos alunos ao final de
cada aula.
Espera-se dessa forma, despertar em muito o interesse dos alunos, a
vontade de aprender matemática usando o computador.

Conta-se com o apoio da direção, equipe pedagógica e todo suporte


necessário para a implementação da proposta, pois há nesse referido colégio um
grande empenho, tanto da direção, equipe pedagógica e professores em
recepcionar metodologias que visam melhorar a qualidade do ensino oferecido aos
alunos.

Ressalta-se aqui a importância do acompanhamento, da orientação do


professor em todos os momentos do projeto junto aos alunos. Com isso, espera-se
que os alunos desenvolvam a capacidade de adquirir, de construir conhecimentos
pelas novas tecnologias de ensino-aprendizagem, fazendo também, a promoção da
inclusão digital, que incorporada como mais uma ferramenta metodológica possa
estimular professores e alunos a usarem esta nova tecnologia como um recurso a
mais para aprenderem e produzirem os conteúdos socialmente necessários.

3 INTERFACE GRÁFICA DO GEOGEBRA

O Geogebra é um software de geometria Dinâmico desenvolvido por Markus


Hohenwarter, para ser aplicado em sala de aula.

A “geometria Dinâmica” ou (GD) com seu dinamismo favorece o estudo das


propriedades geométricas das construções mantendo se os vínculos e possibilitando
novas observações, com possibilidades do surgimento de novos conceitos e ou
7

teorias, que um desenho estático produzido somente com a régua e compasso se


tornaria inimaginável.

O seu desenvolvimento teve inicio na Universidade de Salzburg em 2001, e


por ser um software livre em seu código fonte, tem agregado melhoria pelos
colaboradores em programação, aprimorando suas ferramentas tornando o software
amigável aos usuários.

No Paraná os professores podem dispor do software Geogebra com os


recursos da geometria dinâmica nos Laboratórios de informática, denominados de
Laboratório do Paraná Digital, desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná
que funcionam com o sistema operacional Linux.

O Geogebra por ser multiplataforma pode ser executado tanto em Linux


como também no Windows.

Como o software é de uso livre com disponibilidade na internet no endereço


http://www.geogebra.org/cms/pt_BR, com procedimentos e instruções para
download, inclusive em português.

No site GeoGebraWiki, esta disponível diversos materiais educativos para o


uso em geometria dinâmica com a utilização do Geogebra

O geogebra apresenta uma interface que facilita o trabalho do usuário com


experiência em ambientes informatizados, assim como para os iniciantes em
informática. Para ter acesso o software Geogebra, disponíveis nos laboratório do
Paraná Digital, instalados nas escolas do Estado do Paraná, devemos seguir o
caminho “Educação-Matemática-GeoGebra”, como indicado na figura-2.

Figura 2: Iniciando o GeoGebra


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O iniciar o programa Geogebra, figura-3, o usuário verá a interface de trabalho


principal com uma janela algébrica à esquerda e a direita uma janela gráfica com os
eixos coordenados.

Janela
Janela
Gráfica
Algébrica

Entrada de
comandos

Figura 3: Interface do Geogebra

O menu principal, apresenta acesso ás ferramentas para tratamento de


arquivo, ferramentas de edição, de exibição etc. Ao se clicar sobre cada uma dessas
opções, aparecerá janelas e paletas contendo novas opções e comandos a serem
utilizados.

Logo abaixo do menu principal estão dispostos onze botões de desenho. Ao


lado dos botões de desenho aparece à direita um campo que mostra qual é a
ferramenta selecionada e uma breve descrição dela, veja a figura-4.

Figura 4: Botões indicativos de ferramentas


9

As descrições das ferramentas foram feitas na execução das atividades e a


medidas em que os alunos faziam as construções geométrica na interface do
GeoGebra,ganhando familiaridade com a mesma.

Na figura-5, exemplos de Ferramentas do botão “Reta Definida por dois


pontos”.

Figura 5: Reta definida por dois pontos

4 PRODUÇÃO DOS ALUNOS

As tarefas desenvolvidas pelos alunos, no laboratório de informática, eram


precedidas por textos explicativos e os procedimentos das construções geométricas
contidos na unidade didática eram apresentados através do projetor data show.
Apresentamos somente algumas telas das tarefas capturadas pelos alunos,
assim como as suas manifestações em relação às atividades desenvolvidas.
Durante as construções das tarefas e no final das mesmas os alunos faziam
comentários em relação aos resultados obtidos e as dificuldades apresentadas.
A aluna Aslin e demais colegas escreveram:

“Podem ser traçadas infinitas retas por um ponto e uma única reta por dois pontos”.
“Em minha opinião (Aslin) o uso da tecnologia é realmente muito eficiente para o
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aprendizado da matéria da geometria”.


“E para mim (Maria Eduarda), realmente facilita o entendimento!”
“É bem mais interessante do que os artifícios usados em sala de aula!”

Figura 6: Pontos e retas

Observamos que à medida que os alunos foram explorando a interface do


GeoGebra as construções eram mais rápidas e troca de opiniões a respeito da
tarefas realizadas ficavam facilitada,a figura-6 ,mostra a captura de tela feito por
uma aluna referente aos estudos de pontos e retas.

4.1 RETAS PARALELAS

Os alunos fizeram várias construções procurando aplicar os recursos que


estavam descobrindo na interface do GeoGebra usando as fermentas de medir
distâncias e ângulos para comprovarem o conceito de retas paralelas,e depois de
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algumas dificuldades com a lentidão do sistema fizeram a tarefas como mostra a


figura-7, e tiraram as conclusões descritas abaixo.

Figura 7: Medidas nas retas paralelas

1- No plano duas retas paralelas mantém sempre a mesma distância.


2- Qual é outra maneira de fazer esta verificação usando ferramentas do
GeoGebra ?
Alana e Isabela disseram que através da medida dos ângulos formados pela reta
transversal, apresentando os ângulos com mesma medida, depois de várias
tentativas frustradas.
3- É só medir se a distância entre as duas retas se for igual em vários pontos
elas vão ser paralelas disse Juliana, mostrando a tela do seu computador.

Uma observação interessante é ver o aluno querendo de certa forma ainda utilizar-
se, de instrumentos convencionais como a régua, para medir na tela da interface do
GeoGebra,evidenciando o condicionamento na maneira de solucionar um
determinado problema, o modo de pensar e agir do indivíduo frente a certos
recursos tecnológicos.
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4.2 TRANSFERIDOR DINÂMICO

Nesta atividade os alunos exploraram a ferramenta do GeoGebra para fazer


medidas de ângulos, fazendo comparativos com as ferramentas convencionais e
após construírem o transferidor dinâmico figura-8, fizeram comentários.

Izabela registrou assim:

“Eu achei muito importante, e é muito, bom para experiência legal o jeito de medir
os ângulos com o transferidor, pois é mais interessante e é mais rápido. Tive
algumas dificuldades, mas, agora já tirei minha duvidas. e deviria ser para todas as
escolas municipais e estaduais para que os alunos aprendam mais e terem mais
conhecimento de geometria.”

Figura 8: Transferidor dinâmico

Maria Eduarda escreveu:


“Em minha opinião foi interessante poder ter tido a experiência de manusear o
transferidor pelo computador”.
Tive algumas dificuldades como na hora dos graus, mas mesmo assim acho
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realmente que é bem mais moderno e interessante para os alunos.


E particularmente acho melhor do que os métodos de ensino usados nas salas de
aula,
E para mim deveria ter mais oportunidades como essa para todos os alunos de
escolas estaduais e municipais.
“Seria muito bom que as escolas pudessem ter todos os equipamentos necessários
para os cursos.”
Gabriel Lucas registrou:

“Eu achei mais fácil de medir os ângulos com o Geogebra, pois demora menos e é
melhor de entender, no começo eu achei que iria ser difícil, mas depois eu aprendi a
manusear e achei muito divertido e interessante.”

4.3 ÂNGULOS DEFINIDOS POR DUAS RETAS PARALELAS E UMA RETA


TRANSVERSAL

Nesta tarefa os alunos exploram as medidas de ângulos usando o botão “Ângulo” da


interface do Geogebra, verificando propriedades e nomeando ângulos através de
suas características.
Os alunos após a construção da atividade e testando medidas comentavam.

“.....olha professor mesmo “puxando” a reta transversal com o mouse os valores não
mudam.....”
“.....e também não altera quando eu deixo as retas paralelas mais longe...”

Nas falas e interações dos alunos, podemos notar que as tecnologias, como
mídias informatizadas, no caso o software GeoGebra permite que os alunos
explorem com mais rapidez as propriedades geométricas, podendo tirar conclusões
explorando o dinamismo das construções, que de outro modo seriam impossível.
Na figura-9 observam-se os registros das medidas efetuadas por uma aluna.
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Figura 9: Retas paralelas cortadas por uma reta transversal

4.4 CIRCUNCENTROS E CIRCUFÊRENCIA

Nesta tarefa os alunos exploraram diversas ferramentas do GeoGebra na


construção de um círculo a partir do circuncentro de um triângulo onde puderam
verificar a propriedade do circuncentro comparando medidas a cada movimento que
faziam com o botão “Mover”,conforme figura-10.

Figura 10: Círculo e Circuncentro


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As dificuldades estavam relacionadas ao grande número de passos para


fazer as construções, e também na sensibilidade e precisão do software quanto às
medidas dos ângulos que apresentavam pequenas diferenças.
Nesta atividade os alunos comentavam:

“....o vértice não fica bem em cima do circulo”


“Não consigo fazer as retas coincidir com os bicos do triângulo”.

5 GRUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR):

Na 1ª temática onde se discutiu o Projeto de Intervenção Pedagógica na


escola o fórum e diários reportaram uma relevância do direito do cidadão às novas
mídias, que os avanços tecnológicos disponíveis facilitam em muito o trabalho
pedagógico dos professores e “As Novas Tecnologias da Informação e
comunicação” (NTIC) podem e devem ser vistas como fortes aliados dos
educadores, e um a direito da sociedade.
Muitos professores GTR usaram como referência o texto de Borba (2001)

O acesso à informática na educação de ser visto não apenas como um


direito, mas como parte de um projeto coletivo que prevê a democratização
de acesso à tecnologia desenvolvida por essa mesma sociedade. É dessas
duas formas que a informática na educação deve ser justificada:
alfabetização tecnológica e direito de acesso. (BORBA e PENTEADO, 2001
p.17).

Pelos relatos a seguir, pode-se notar que ainda há certa preocupação por parte de
alguns professores de que tecnologias informatizadas possam vir a substituir o
humano. Porém é importante resaltar que os homens, em coletivo, produzem
conhecimentos em um processo dialético, segundo Valente (1980),”[...],o
computador não pode se inserido na educação como máquina de ensinar”.
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Abaixo algumas citações do fórum e diário

Re: Fórum 1
por ROSANE DE SOUZA - sexta, 4 novembro 2011, 17:52
“Concordo plenamente que as novas tecnologias devem estar presentes nas
escolas, proporcionando a inclusão digital para muitos de nossos alunos que nem
mesmo tem um computador em casa, mas temos enfrentado barreiras com a falta de
disponibilidade da sala de informática, porém ainda bem que ela existe e já tem
trazido mudanças na forma de trabalhar os conteúdos com nossos alunos. Em
relação à máquina vir a substituir o homem, isso é utopia, a interação entre pessoas
é fundamental para a construção do conhecimento, pois sempre estamos
aprendendo com os outros e é isso que nos faz ser um ser social, ou melhor, um ser
humano.”

Re: Fórum 1
por IVONETE FRANCISCHINI - sexta, 14 outubro 2011, 12:05

“Com a tecnologia sempre presente nas ações do nosso cotidiano, e com a rapidez
com que se desenvolve, fica difícil se pensar em educação sem relacioná-las. É
fundamental que se discuta a necessidade de democratização do uso desses
recursos tecnológicos disponíveis no contexto escolar, daí a necessidade de estudo
de suas contradições, desafios e possibilidades na organização do trabalho
pedagógico e na ação educativa. Esses recursos em rede agilizam a comunicação,
participação, são altamente interativos, dialógicos e intertextuais. Os resultados
desse uso apontam a possibilidade de construção de uma práxis pedagógica, onde
predomine o caráter eminentemente pedagógico das tecnologias que estão no
interior da escola, pontuando a importância do professor como mediador deste
processo. A máquina é um instrumento, a organização do trabalho pedagógico, de
forma mais reflexiva, para efetivação da ação educativa, é responsabilidade do
professor.”

Re: Fórum 1
por JOÃO VIEIRA BERTI - segunda, 24 outubro 2011, 13:43

“Na minha opinião o professor em sala de aula será sempre insubstituível, a


máquina será apenas mais um ferramenta de auxílio para o professor.”

Re: Fórum 1
por ODAIR DOS SANTOS - quarta, 12 outubro 2011, 15:15

“As tecnologias já invadiram os espaços escolares e não podemos mais fugir dessa
realidade. A informática na educação não é apenas um direito da sociedade, mas
17

um dever da escola para com a formação de sujeitos preparados para a nova


realidade do mundo que está fora dos muros da escola.
Para isso necessitamos não apenas utilizar as tecnologias como ferramentas para
uso escolar e sim utilizarmos pedagogicamente. Os softwares educacionais como
Geogébra, objeto de estudo deste GTR, oferecem diversos recursos que
trabalhados de forma pedagógica levarão o aluno a compreender melhor os
conteúdos e conceitos.
A máquina jamais substituirá o professor na educação, a prova disso está nesse
curso GTR, onde as atividades são realizadas totalmente através da maquina, e,
mesmo assim precisamos de um professor para nos orientar e dar os
encaminhamentos necessários. Uma maquina nunca conseguiria ter "a razão"
suficiente para orientar e avaliar.”

IVONETE FRANCISCHINI Última edição: terça, 18 outubro 2011, 10:59


“Diante de tantos avanços tecnológicos e facilidade de acesso, a educação não teria
como ficar alheia a esses avanços. Esses recursos tecnológicos são de grande
interesse dos alunos, que já vivem meio “iconizados”. Trazê-los para sala de aula
ajuda a despertar um interesse maior em relação a disciplina, além de dinamizar e
facilitar o trabalho pedagógico, na melhor compreensão dos conceitos. O software
Geogebra é um desses recursos, e o projeto desenvolvido pelo professor para o
ensino de geometria plana na matemática explicita isso muito bem. Além de fácil
manipulação, possibilita uma melhor visualização da aplicabilidade do conteúdo
estudado e ganha-se tempo na realização das atividades. Já utilizei o software com
os alunos e os resultados de aprendizagem foram bem melhores.
De acordo com o texto Seres humanos com Mídias o “[...] conhecimento só é
produzido com uma determinada mídia, ou com uma tecnologia da inteligência”
(2011, p.46). “[...] uma mídia como a informática reorganiza o pensamento em vez
de substituí-lo ou suplementá-lo” (Tikhomirov, 1981). Mostra também que “[...] a
história da humanidade está sempre impregnada de mídias ... a história das mídias
sempre esteve entrelaçada com a própria história da humanidade”.
A história das mídias “[...] sugere que os seres humanos sejam constituídos por
técnicas que estendem e modificam seu raciocínio e, ao mesmo tempo, esses
mesmos seres humanos estão constantemente transformando essas técnicas.”
Assim, acredito que a oralidade, escrita, imagens, sons, movimentos,
experimentação, visualização, entre outras facilidades que esses novos recursos
midiáticos proporcionam, juntamente com estudo, discussão, reflexão e um
planejamento adequado pedagogicamente de uso, clareza de objetivos e
acompanhamento sério e responsável do professor, temos grandes aliados para
melhoria do ensino aprendizagem.”

A 2ª temática onde se discutiu Produção Didática Pedagógica os


professores GTR discutiram e também muitos procuraram colocar em prática as
atividades sugeridas na produção didática, enviando exemplos aplicados na sua
prática e ou plano de aulas para socializar com os colegas.
18

Esta temática junto com a 3ª temática trouxe a parte prática do projeto


tornando o período muito rico.

MONICA DE OLIVEIRA PEDRO Última edição: sexta, 4 novembro 2011, 08:47

“Como o professor salientou, em sua produção pedagógica, a geometria está em


toda parte, pois, a todo o momento estamos interagindo com ela mesmo sem
perceber, com ideias de planos, paralelismo, perpendicularismo, semelhança,
proporcionalidades e simetria, sem, no entanto perceber o comprometimento
psicomotor e intelectual das crianças por falta de uma aprendizagem de geometria
adequada.
Assim, seu trabalho vem de encontro com a necessidade que temos de trabalhar
geometria com nossos alunos, de forma que possamos usar as ferramentas que
temos disponíveis em nossa escola, no caso em questão o laboratório digital de
informática, utilizando o aplicativo geogebra.
Como diz D' Ambrósio & Barros, 1988:
“Atividades com lápis e papel ou mesmo quadro de giz, para construir gráfico, por
exemplo , se forem feitas com o uso de computadores, permitem ao estudante
ampliar suas possibilidades de abstração e investigação., porque algumas etapas
formais do processo construtivo são sintetizadas. (D' ambrósio ' & Barros, 1988)”
Muito conveniente essa citação, pois, realmente expressa o porquê de utilizar os
computadores no processo de construção do conhecimento, em especial no que diz
respeito a geometria.”

HELENA MARIA PIANCA Última edição: sexta, 11 novembro 2011, 14:00

“Após a leitura da primeira parte da Produção didática "A interface Gráfica do


GeoGebra e após assistira aos vídeos fiquei vislumbrada, como a matemática fica
muito mais atrativa e interessante para nós e nossos alunos.
Como estou no NRE morro de vontade de aplicar tudo isso com os alunos, pois
pude observar quando fiz um curso de GeoGebra ofertado pelo CRTE e realizamos
muitas atividades, também aplicamos algumas em sala de aula e observei que não
houve indisciplina e além disso os alunos participaram mais da aula, a qual fez com
que os mesmos aprendessem com mais facilidade.”

Na 3ª temática no fórum e vivenciando a prática os professores


exemplificaram com construções que já fazem ou que vivenciaram em cursos,
deixando claro que, as questões didáticas metodológicos do uso das novas
tecnologias baseadas no uso das Tics estão sendo superadas, ficando a oferta de
tais recursos tecnológicos para as escolas como um entrave ao seu
desenvolvimento e sua inserção no mundo digital.
Segue abaixo algumas manifestações do fórum produzido pelo GTR.
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Re: Fórum 3
por HELENA MARIA PIANCA - quarta, 16 novembro 2011, 18:48
“... Como é difícil acabar com determinados tabus, o qual vem de encontro com a
sua linha de estudo, pois a Escola Pública tem recebido subsídios diversos para a
utilização das mídias tecnológicas.
Eu mesma não sabia nada sobre computadores, muitas vezes os meus alunos
sabiam muito mais que eu, mas não me deixei vencer procurei estudar, fiz as
capacitações ofertadas pela SEED, nunca tinha ouvido falar nesse tal GeoGebra, e
só no 2° curso que fiz é que comecei a entender um pouquinho sobre a sua
aplicação.
Fiz a leitura do seu projeto, sei que vai encontrar muitos obstáculos, inclusive
aqueles que não querem aprender, no entanto posso lhe afirmar que está correto,
temos que começar a inovar, estudar, buscar novos caminhos e este é um deles e
concordo com você temos que começar no princípio de que não sabemos mas
vamos construindo conhecimento e trocando experiências.
As Escolas Públicas estão bem equipadas para que o professor transforme suas
aulas com muito mais qualidade utilizando a tecnologia que está em nosso
cotidiano,sabemos que a mídias nas escolas são lentas, não possui material
suficiente para todos os alunos, mas já da pra começar.”

Re: Fórum 3
por MARGARIDA MIOLLA - sábado, 12 novembro 2011, 15:38

“Concordo plenamente com vocês o projeto é excelente, é muito importante


trabalharmos com a tecnologia com nossos alunos, porém muitas vezes nos falta
condições matérias e até mesmo tempo para prepararmos aulas diferenciadas, se
tivéssemos mais hora atividade já poderia melhorar. Observo que muitas vezes
deixo minha família e amigos um pouco de lado para realizar tarefas da escola,
como agora, por exemplo, não estou dizendo que não é importante, mas que
deveríamos ter mais tempo e condições durante as nossas 40 horas semanais.
Como já comentei no fórum 2, estamos sem laboratório de informática, portanto não
pude trabalhar com os alunos, mas fizemos as construções em sala utilizando
material de desenho geométrico, eles gostaram muito.”

Re: Fórum 3
por ODAIR DOS SANTOS - terça, 15 novembro 2011, 08:16
“Também tenho essa preocupação com a falta de estrutura, nas nossas escolas é
quase que impossível utilizar softwares no laboratório de informática com os alunos,
pois acaba travando e prejudicando o desenvolvimento da aula.
Além do mais é preciso realizar todo um trabalho de ambientação dos alunos no uso
do software, para que então eles possam utilizar os recursos com propriedade.
Sempre que utilizei o GeoGebra, foi com o uso do projetor multimídia na sala de aula
mesmo, as experiências foram sempre satisfatórias para demonstração e explicação
dos conceitos envolvidos.
Muitas escolas já receberam este projetor com computador integrado do
20

Proinfo/MEC, que é uma possibilidade de uso, mas não uma solução perfeita.
Professora Andreia, procure saber se a sua escola já possui um projetor, ele poderá
ser uma ferramenta importante para seu trabalho.”

Re: Fórum 3
por SILVIO TOME DA SILVA - sábado, 19 novembro 2011, 18:03

“Temos consciência dos problemas de estrutura que nossos laboratórios de


informática enfrentam como número restrito de computadores (em média dois alunos
por computador), lentidão dos equipamentos, entre outros. Porém, não devemos
desistir ou desanimar, devemos procurar alternativas, como aquelas que muitos
professores já citaram neste fórum, são isso que nos faz acreditar na educação,
mesmo com tantas dificuldades, poucas horas para preparar nossas aulas, corrigir
avaliações, temos que persistir no uso dos recursos tecnológicos, mesmo que
tenham suas restrições, para que motivem a aprendizagem e tornem a matemática
ensinada em sala de aula significativa e em harmonia com a evolução tecnológica
que os nossos alunos vivenciam a todo o momento.”

Enfim esta síntese com as citações configuram um trabalho em que a EaD


se mostra promissora na formação continuada dos professores paranaenses.
Neste curso podemos acompanhar e discutir com os colegas virtualmente, tratando
de temas ligados a matemática e geometria e as possibilidades de exploração de
seus conteúdos com as novas mídias informatizadas.
Apesar das varias dificuldades encontradas quando se refere a
infraestruturas, o grupo mostra otimismo e esperança com os investimentos nos
recursos oferecidos pela informatização das atividades educativas, sabedores que
são de todas as transformações que o uso das novas mídias pode provocar nas
comunidades estudantil de nossas escolas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo representa uma pequena jornada na tarefa de buscar maneiras


de melhorar o ensino de matemática e em especial a geometria com novas mídias
informatizadas.
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O uso de ferramentas e instrumentos criados pelos homens é inerente a sua


própria existência, e tem como principio suprir as suas necessidades e a própria
sobrevivência.
No desenvolvimento do projeto pode-se obsevar que os alunos conseguem
desenvolver as atividades proposta com o GeoGebra sem maiores dificuldades e
com um interesse maior em explorar este novo instrumental.
Podemos imaginar a revolução que foi passar das impressões na argila para
os pergaminhos, e como a técnica de impressão de Gutenberg sobre papel deu
início a uma revolução social com a difusão de novos conhecimentos.
Entendemos que temos que oferecer aos nossos estudantes e comunidade
em geral todo arsenal tecnológico disponível, que mediados com as políticas
educacionais públicas institucionalizadas na LDB, possamos potencializar novos
conhecimentos.
É um direito do cidadão o acesso às diversas mídias produzidas pela
sociedade como nos relata, (Borba e Penteado, 2001)

O acesso à informática na educação de ser visto não apenas como um


direito, mas como parte de um projeto coletivo que prevê a democratização
de acesso à tecnologia desenvolvida por essa mesma sociedade. É dessas
duas formas que a informática na educação deve ser justificada:
alfabetização tecnológica e direito de acesso. (BORBA e PENTEADO, 2001
p.17).

As dificuldades apresentados pelos alunos estavam relacionadas a


novidades da interface do GeoGebra, e a medidas que faziam as tarefas suas
dúvidas eram amenizadas, e notamos uma grande interação nas discussões que
envolviam os conceitos geométricos. Faziam sempre comparações com os métodos
tradicionais, até porque várias atividades eles tinham desenvolvido em sala com
instrumentos de desenhos comumente usados.
A lentidão do sistema por vezes dificultava a execução das tarefas, mesmo
com as dificuldades apontadas os alunos avaliaram de forma positiva a utilizavam
dos recursos informatizados.
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Por outro lado a dificuldade do trabalho com as novas mídias em um


ambiente com grande número de alunos tem trazido transtornos na condução do
processo pedagógico, visto que na maioria das escolas, tem se apenas um
laboratório de informática, prejudicando assim a utilização rotineira por alunos e
professores do ambiente informatizados, retardando de maneira importante o
estabelecimento das novas mídias como um recurso didático.
Em conversas informais com professores de outras disciplinas percebemos
uma disposição em utilizar as novas Tics, mas é necessário investir em formação e
equipar as salas de aulas ou parte delas com um conjunto de equipamentos que
façam a junção das principais mídias.
O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) representa uma
evolução na formação continuada dos professores da rede de Ensino Estadual do
Estado do Paraná, que articulados com o CETE- Coordenação Estadual de
Tecnologia na Educação necessitam de investimentos continuados em seus
desenvolvimentos, além de uma estreita cooperação entre os diversos níveis de
ensino, principalmente um relacionamento maior das universidades com o ensino
básico, desta maneira pode-se almejar melhorias no ensino público, e
consequentemente um desenvolvimento sócio cultural e econômico da comunidade
paranaense.
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REFERÊNCIAS

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Matemática. – Coleção Tendências em Educação Matemática. -2 ed.- Belo
Horizonte: Editora Autêntica, 2001.

COUTINHO, L. Convite às Geometrias Não-Euclidianas. Rio de Janeiro: Editora


Interciência, 2001.

D’AMBRÓSIO, U; BARROS, J. P. D. Computadores, escola e sociedade. São


Paulo: Scipione 1988.

FAINGUELERNT, E. K. Educação matemática, representação e construção em


geometria. Porto Alegre, Artes médicas, 1999.

GARBI, Gilberto G, O Romance das equações Algébricas /Gilberto G. Garbi. - 4.


Ed rev. e ampl.-São Paulo: Editora Livraria Da Física,2010.
LORENZATO, Sérgio. Laboratório de Ensino de Matemática na Formação de
Professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2009. (Coleção Formação de
Professores).

LORENZATO, Sérgio. Por que ensinar geometria? Revista da sociedade Brasileira


de educação matemática. São Paulo, n. 4, p.3 -13 jan.1995.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.


Diretrizes Curriculares de Matemática para a educação do Ensino Médio.
Curitiba: SEED, 2008.

ALMEIDA, M.E. Informática e formação de professores. Volumes 1 e 2. Série de


Estudos Educação a Distância. Brasília, MEC/OEA, 2000.

FILLOS, Leoni Malinoski. O ensino da geometria: depoimentos de professores que


fizeram história. Disponível em: <http://www.fae.ufmg.br/ebrapem/completos/05-
11.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2011.

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