Você está na página 1de 12

O USO DAS GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO DA GEOGRAFIA

Nayara Fernanda dos Santos1 - UNICENTRO


Cassiano Martins Neumann2 - UNICENTRO
Arieli Santos Cordeiro Giacomet3 - UNICENTRO
Cecilia Hauresko4 - UNICENTRO

Grupo de Trabalho - Comunicação e Tecnologia


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

As diferentes e múltiplas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) permeiam no dia


a dia dos alunos o manuseio de objetos para jogar, criar, assistir vídeos, trocar e receber
mensagens dos amigos. Neste contexto, as práticas pedagógicas no ensino de Geografia
podem explorar as potencialidades das tecnologias contemporâneas que associadas à
geotecnologia como o Sensoriamento Remoto e o Sistema de Informações Geográficas
permitem desenvolver atividades cartográficas utilizando informações geográficas para
localizar, analisar e correlacionar como, por exemplo, o espaço de vivência do aluno, como
uma cidade, um bairro ou mesmo um quarteirão sem que haja custos financeiros. O objetivo
deste trabalho foi trazer reflexões sobre a utilização de imagens de satélites e softwares livres
de geoprocessamento nas aulas de Geografia, como também indicar os desafios para
incorporação dessas geotecnologias no ensino de cartografia. Além disso, este trabalho
buscou, especificamente, mostrar a importância da apropriação das geotecnologias associadas
à representação gráfica nas aulas de Geografia, com intuito de proporcionar aos futuros
professores, como também aos alunos, possibilidades para melhoria do processo de ensino e
aprendizagem na educação geográfica a partir de materiais atualizados, participativos e
interativos com possibilidades para abordar a dinâmica espacial em diferentes escalas
espaciais e temporais. No intuito de despertar para o uso desses recursos da geotecnologia, foi
realizado com os alunos do Colégio Estadual Santa Clara, localizado no município de Candói,
estado do Paraná, um trabalho prático, de forma a levá-los a uma melhor compreensão e
entendimento dos temas abordados em sala de aula, visando maximizar o conhecimento de

1
Graduada em geografia licenciatura e mestranda em geografia, pela Universidade Estadual do Centro Oeste
(UNICENTRO). E-mail: snayara23@yahoo.com.br
2
Graduado em geografia bacharelado e mestrando em geografia, pela Universidade Estadual do Centro Oeste
(UNICENTRO). E-mail: cassiano.neumann@hotmail.com
3
Graduada em geografia bacharelado e Graduanda em geografia licenciatura, pela Universidade Estadual do
Centro Oeste (UNICENTRO), e cursando Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social pela
Universidade Federal do Paraná. e-mail: arieligiacomet@outlook.com
4
Doutora em geografia, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, e atualmente professora
efetiva do departamento de geografia da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO). E-mail:
ceciliahauresko@hotmail.com.

ISSN 2176-1396
9947

aparatos tecnológicos da atualidade que podem ser utilizados para o ensino da geografia pelos
professores.

Palavras-chave: Ensino em geografia. Educação. Geotecnologias. Sistemas de Informação


Geográfica.

Introdução

As novas tecnologias da informação estão cada vez mais presentes no cotidiano das
pessoas, provocando ou ditando assim mudanças nas formas de pensar, de agir e de vivenciar
o mundo. Nesta perspectiva, as novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTICs),
cada vez mais estão inseridas dentro do ambiente escolar, pois a partir do processo de
globalização os novos aparatos tecnológicos surgiram como forma de enriquecer cada vez
mais as aulas, proporcionando oportunidades para que o aluno aprenda de forma diferenciada
e o professor se desvincule do método tradicional de ensino, ainda muito utilizado.
Como aponta Ricarte e Carvalho (2011), mesmo que muitas dessas tecnologias
venham ganhando popularidade dentro do cenário da sociedade de consumo, elas ainda não se
popularizaram pela falta de informação e também disponibilidade financeira das classes
sociais que são menos favorecidas, ou até mesmo por parte dos profissionais da educação que
ainda não aderiram a essas novas formas de ensino e continuam utilizando em suas aulas
formas antigas de ensinar, pois muitos professores; ainda realizam suas aulas com base na
descrição de fatos e imagens e memorização de conceitos. Práticas que podem programar o
aluno a decorar o conteúdo para a prova escrita e em seguida apagá-los da memória, esta
programada para registrar informações apenas para a realização da avaliação escrita.
Os professores de geografia, vistos como cientistas sociais e educadores que interagem
de uma forma histórica e também dialética nos acontecimentos ocorridos no mundo
globalizado são assim chamados a pesquisar, interagir, questionar, criticar e também criar
perspectivas a respeito da estrutura e o contexto da inclusão digital voltada agora aos estudos
das NTICs no ensino da disciplina de geografia, fazendo com que através do suporte das
ferramentas didático-tecnológicas as aulas de geografia tornem-se muito mais dinâmicas,
interessantes e interativas aos alunos (RICARTE E CARVALHO, 2011).
O trabalho desenvolvido aborda a importância das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs), dentro do espaço escolar por este motivo procuramos ressaltar a
importância das geotecnologias para o estudo de geografia, abordando dois Softwares livres, o
Google Earth e Google Maps.
9948

A metodologia do trabalho pautou-se em dois momentos: No primeiro momento foi


realizada a busca pelo referencial teórico que nos desse subsídios para a apresentação e
reflexão do tema proposto. Em seguida foi desenvolvido um trabalho com a utilização desses
softwares no Colégio Estadual Santa Clara, localizada no município de Candói- PR, nas aulas
de geografia física. Na aula propriamente dita, a professora ao abordar a Bacia Hidrográfica
fez uso desses meios tecnológicos como recurso metodológico, para uma melhor exposição e
compreensão pelos alunos do conteúdo que estava sendo abordado. Com os recursos da
geotecnologia os alunos conseguiriam visualizar aquilo que havia sido lido e discutido
teoricamente e permanecido, até então, na abstração.
O ensino de geografia hoje pode se apoiar fortemente na utilização das tecnologias de
informação e comunicação, tanto no ensino da geografia física como humana. O professor de
geografia pode fazer uso, por exemplo, do software Google Earth, Google Maps, de vídeos da
internet, entre outros, porém, enfocaremos com maior precisão a utilização do Google Earth e
Google Maps como ferramentas que permitem e possibilitam ensinar de forma diferenciada
conteúdos geográficos, pois através deles é possível fazer com que os discentes conheçam
cidades, regiões, países, os aspectos e características físicas e também humanas, sem
precisarem sair do ambiente escolar, isso em situações em que não é possível, em hipótese
alguma, levá-los a campo. Evidentemente, que cada um deles, tanto a geotecnologia quanto o
trabalho de campo, a observação “in loco” tem suas particularidades e importâncias.

Resultados e Discussões

A importância das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)

As mudanças tecnológicas estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia,
modificando quase todas as nossas atividades. Entretanto, é importante ressaltar que essas
tecnologias não são acessíveis a todos os territórios e em muitos casos em nada interferem nas
territorialidades humanas. Ao mesmo tempo, existem lugares que o único meio de
comunicação é apenas o rádio e a televisão, em outros essas formas de informação e
comunicação ainda não chegaram, assim muitas técnicas ainda ficam restritas a apenas alguns
lugares.
A partir das tecnologias criam-se novas formas de pensar, agir e também de se
comunicar, nunca se teve tantas alterações no cotidiano, mediadas pelas múltiplas e
sofisticadas tecnologias. As tecnologias acabam por invadir os espaços das relações,
9949

mediatizando estas e dessa forma criando ilusão de que existe uma sociedade de iguais, de
acordo com um realismo que se faz presente nos meios tecnológicos e de comunicação
(PORTO, 2006).
Ainda neste contexto, Porto (2006, p.44), afirma que com o uso dos meios
tecnológicos:

São vencidas barreiras geográficas e criadas aproximações culturais, apesar das


diferenças econômicas e dos obstáculos socioculturais que se interpõem para a
produção dos desejos nos cidadãos. As distâncias e os espaços que os meios tendem
a aproximar e a globalizar concorrem para que as necessidades se assemelhem,
mesmo que, para muitos, a satisfação delas não se concretize.

Segundo Crispim (2013) as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), é


entendido como sendo um conjunto de recursos tecnológicos que estão integrados entre si,
que através das funções tecnológicas acabam por proporcionar, a simplificação da
comunicação nos negócios, na pesquisa científica e também no ensino e aprendizagem.
Correspondendo assim em todas as tecnologias que interferem nos processos informacionais e
comunicativos dos seres.
Como essas TICs estão presentes fortemente em nossas atividades, isso não fica longe
do espaço escolar, onde os professores sentem-se desafiados a utilizá-las como forma de
melhoramento de suas aulas. Os novos alunos, os novos discentes que se encontram dentro
das salas de aulas, são exatamente esses que já nasceram inseridos num meio onde novos
aparatos tecnológicos se fazem presentes e em quantidade cada vez maior. A partir dessas
ferramentas, uma grande parcela de informações circula em tempo real e objetos tecnológico-
informacionais tem participado do dia a dia da população e, especificamente, dos mais jovens
direta ou diretamente. Nossos alunos utilizam dessas técnicas tanto para se comunicarem
realizarem atividades escolares, trabalharem ou como forma de diversão e distração.
De acordo com Sales (2009), todas as tecnologias disponíveis, às crianças,
adolescentes e aos jovens, enchem as lan houses, que cada vez mais aumentam em numero e
ampliam rapidamente os seus espaços na cidade, frequentados por pessoas de todas as classes
sociais e também níveis educacionais, para a realização de diversas atividades, entre elas;
trabalhar, brincar, jogar, conversar.
Neste contexto, não é possível a escola ficar longe desta realidade e não inserir no
cotidiano pedagógico o uso de recursos tecnológicos que acabem por possibilitar o
enriquecimento do fazer educativo, e também do crescimento docente e discente, introduzindo
nos ambientes escolares essas novas linguagens.
9950

O uso de TICs no processo de ensino-aprendizagem implica a tão discutida “inclusão


digital” tanto de professores como de alunos, mas não podemos esquecer que sem certo
domínio na forma como são utilizadas essas tecnologias, fica impossível torná-las, meios
estratégicos, para atingir o objetivo.
De acordo com a realidade socioeconômica de uma parte da população brasileira, cabe
ao Estado promover e criar ações com vistas a incluir digitalmente a população. Percebemos
que na trajetória educacional vivenciada no Brasil nas últimas décadas, observamos com
nitidez que alguns dos aparelhos eletrônicos que possibilitam o uso das Tecnologias da
Informação e Comunicação dentro da escola, são o computador o alvo da maioria das
iniciativas (SARANTE, 2009).
Todas as disciplinas viram a necessidade da utilização das TICs, como partes das
metodologias de ensino, dessa forma foram criadas vários programas que ajudaram a
melhorar o acesso por parte dos professores, levando-os a se utilizar cada vez mais dessas
tecnologias da informação e comunicação.
Os professores de geografia mesmo já trabalhando com a metodologia da realização
do trabalho de campo perceberam que precisariam aderir á outras formas de ensino-
aprendizagem tanto em conteúdos relacionados á geografia física como humana, e passaram a
utilizar recursos técnicos para melhorar as suas aulas.

O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação no ensino de Geografia

A importância das TIC na educação, enquanto um recurso mediador para o ensino da


disciplina de geografia exige que haja a instrumentalização básica do usuário, do discente,
uma vez que não será ensinado sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação, e sim
como utilizá-las, para que consigam aprender e também ensinar geografia. Elas interessam à
educação básica em função dos conteúdos tanto geográficos, biológicos, históricos, físicos
entre outros, e por isso constam no currículo escolar. A partir disso, ensinar sobre assuntos
referentes à geografia, não pode ser confundido com ensinar sobre as TIC, pois estas apenas
darão o suporte que a geografia nos dias atuais precisa para ser melhor compreendida pelos
alunos e melhor ensinada no ambiente escolar pelos professores. Sabemos que o
conhecimento do saber geográfico demanda que ocorra a mediação dos recursos educacionais
digitais para ser compreendido em todas as suas possibilidades e também dimensões
(STÜRMER, 2011).
9951

Stürmer (2011) evidencia três desafios ao se ensinar geografia em relação ao uso das
TIC sendo: o primeiro é o de construir juntamente com o aluno conhecimentos geográficos,
com relação às implicações que o mundo globalizado apresenta perante o espaço local, ou
seja, as determinações externas sobre a vida nos diferentes lugares, assim utilizando as TIC; o
segundo desafio para o ensino da disciplina de geografia trata na incorporação das
Tecnologias da Informação e Comunicação ao dia-a-dia das aulas, contribuindo no processo
de ensino e aprendizagem do discente, e não só como forma de ilustrar os conteúdos, como se
fazia nos primeiros tempos que foram inseridas as TICs nas escolas. Mas para que isso ocorra
é preciso que o professor licenciado em geografia acesse outros recursos didáticos geográficos
como: fotografias aéreas, imagens orbitais e dados referendados por instituições oficiais que
disponibilizem informações na internet, e também executar a leitura de paisagens distantes,
em escalas diferenciadas e momentos da sua evolução.
O último desafio que Stürmer (2011), nos traz é o de construção de conhecimentos
geográficos perante o mundo global, através das TIC, como forma de permitir ao discente
desenvolver diferentes habilidades e assim construir competências e passar a refletir de forma
diferenciada sobre a importância e o papel das tecnologias para a formação do espaço
geográfico.
A geografia apresenta um leque muito grande em relação ao se trabalhar com as
Tecnologias da Informação e Comunicação, dentre elas cabe citar algumas delas como: o
Google Earth e o Google Maps entre outras, mas no decorrer do artigo retrataremos com
maior precisão a respeito do Google Earth e Google Maps onde descreveremos a utilização
nas aulas de geografia do Colégio Estadual Santa Clara, localizado no município de Candói,
estado do Paraná.
A utilização das novas técnicas de comunicação e informação possibilita uma melhor
compreensão de assuntos ligados a esses dois Sistemas de Informações Geográficas, que
através da utilização dos mesmos é possível compreenderem melhor os assuntos trabalhados
pela geografia física como a cartografia, o relevo, a hidrografia, a localização entre outros. Na
geografia humana esses dois softwares possibilitam a compreensão do ensino das redes
enfocando á logística presente nos territórios, a localização dos países e continentes ou escalas
locais dentre outros assuntos. Enfim tanto o Google Earth como o Google Maps, faz com que
os alunos conheçam lugares e características geográficas sem precisarem sair da escola ou
apenas ficarem presos ao que o livro didático oferece.
9952

Com a introdução dos novos aparatos tecnológicos sobre o território, vários estudos de
geomorfologia e outras áreas da geografia física e humana foram sendo cada vez mais
utilizados e melhorados, pois essas técnicas fazem com que ocorra um estudo mais preciso e
com maior agilidade na coleta de informações.
Nas palavras de Milton Santos (2006, p. 133), relata sobre a importância das técnicas:

Os progressos técnicos que, por intermédio dos satélites, permitem a fotografia do


planeta, permitem-nos, também, uma visão empírica da totalidade dos objetos
instalados na face da Terra. Como as fotografias se sucedem em intervalos regulares,
obtemos, assim, um retrato da própria evolução do processo de ocupação da crosta
terrestre. A simultaneidade retratada é fato verdadeiramente novo e revolucionário
para o conhecimento do real, e, também, para o correspondente enfoque das ciências
do homem, alterando-lhes, assim, os paradigmas.

Assim ocorreu com vários programas da internet como é o caso do software Google
Earth (Fig.01). Segundo Lima (2012, p.18) explica sobre a criação deste software:

O programa Earth Viewer foi desenvolvido pela Keyhole, Inc, uma companhia
adquirida pela empresa norte americana Google em 2004. O produto, renomeado de
Google Earth™ (GE), tornou-se em 2005, disponível para uso em computadores
pessoais. Apesar de existirem programas similares, como o seu principal
concorrente, o Microsoft ’s Bing Maps (Virtual Earth), nenhum é comparado ao GE
em popularidade.

Segundo Voges e Nascimento (2010), ele disponibiliza imagens interativas de satélites


onde podem ser visualizadas áreas de várias partes do planeta e do nosso país, inclusive,
centros urbanos. Algumas ferramentas de visualização permitem o usuário observar vários
elementos da superfície terrestre de dois ângulos diferentes: vertical (de cima para baixo),
oblíqua (num ângulo aproximado de 45º).
Com a utilização desde software livre, (Figura 01) nas aulas de geografia, o professor
ao utilizá-lo, consegue deixar as suas aulas mais ricas e mais atraentes aos alunos, pois o
programa consegue fazer com que sejam visualizadas imagens da rua, das áreas florestais, dos
rios, como determinado espaço está construído entre outras coisas.
Conforme já abordamos no decorrer do texto a tecnologia está cada vez mais presente
nas escolas, e os professores devem buscar se adaptar as novas ferramentas tecnológicas para
atender as necessidades dos alunos nesta que chamam de Era Digital.
9953

Figura 1 – Visualização da tela de entrada do programa Google Earth.

Fonte: Google Earth (2015)

A utilização do Google Maps e Google Earth nas aulas de Geografia

Nas aulas de geografia do 1º ano do Colégio Estadual Santa Clara, localizada no


município de Candói/PR, a professora faz uso do Google Maps e Google Earth, como
instrumentos didáticos. Conforme acompanhávamos as aulas, a professora depois de
explicados os conteúdos teóricos utilizou os programas com o objetivo de levar os seus alunos
a um maior contato e melhor assimilação do conteúdo em sua realidade. No caso analisado
com os alunos do 1º ano do ensino médio, foi à aula sobre Bacias Hidrográficas, cujo objetivo
era o de conhecer a localização e a formação das Bacias Hidrográficas em território nacional,
bem como também mostrar alguns rios próximos as residências dos alunos e a Bacia que
abastece o município que moram.
As aulas iniciaram-se com a utilização do Google Maps, por estar mais ao alcance dos
alunos, não necessitando de instalação como o Google Earth, logo quando abrimos uma
página do Google automaticamente aparecem às opções oferecidas pelo Google como: Web,
mapas, imagens, notícias, entre outros. (figura 2 e 3)
9954

Figura 2. Página inicial do Google

Fonte: Google (2015)

Figura 3. Página inicial do Google Maps.

Fonte Google (2015)

Esse recurso foi trabalhado para melhorar a compreensão e aprendizagem do aluno


sobre o conteúdo proposto, fazendo com que este se interesse mais pela teoria, e que possa
repassá-los aos demais interessados no assunto, difundindo o conhecimento proposto.
Os alunos tiveram muito interesse pela forma em que a professora trabalhou as aulas
utilizando o Google Maps. As aulas foram ministradas no laboratório do Colégio aonde cada
discente teve acesso a um computador ligado à rede. A aula teve inicio com a atividade de
localização do município de Candói, onde residem os alunos e, posteriormente, foi sendo
localizadas as suas residências e como terceiro passo, a professora solicitou que encontrassem
o rio mais próximo de sua casa.
Depois de feito isso, os alunos, por curiosidade e interesse próprios, foram localizando
as jusantes e as montantes nesses rios, e para completar o trabalho, localizaram a Bacia
Hidrográfica em que esses rios estavam inseridos.
9955

Quando os alunos já estavam habituados a utilizar-se dos instrumentos tecnológicos


para ter contato com a realidade do conteúdo didático proposto, a docente buscou nova
ferramenta para despertar o interesse dos alunos, ainda trabalhando Bacias Hidrográficas,
utilizou-se do Software Google Earth Pró (Figura 1), esse, não podendo ser instalado nos
computadores do laboratório de informática do colégio. Cada dupla de alunos instalou em
seus notebooks, os quais foram autorizados pelo colégio a serem utilizados em aulas de
geografia como instrumento didático.
Inicialmente, foi proposto aos alunos que fizessem um passeio virtual pelo mundo, que
conhecessem os lugares onde desejam um dia estarem, com intuito de familiarizá-los com o
software. Após alguns minutos de descontração, o próximo passo, foi encontrar seu município
e suas residências, idêntico aos passos realizados com o Google Maps. Considerando que os
alunos não encontraram dificuldades de manusear o Google Earth, a aula seguiu com o
conteúdo sobre as Bacias Hidrográficas e os alunos localizaram a Bacia do Rio Passo Grande,
a qual abastece o município e onde moram os alunos localizam (Figura 4). Com essa
metodologia, foi mais fácil aprender como são formadas as bacias hidrográficas, envolvendo
outros conceitos trabalhados, que somente com explicações orais não estavam sendo
compreendidas, como divisores de água e fundos de vale, por exemplo.

Figura 4. Mapa da Bacia do Rio Passo Grande.

Elaborado por Neumann (2015).


9956

A partir do reconhecimento da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Grande, em escala


menor, partimos para o arredor do município e os alunos por iniciativa própria, percorreram a
parte alagada do Salto Santiago, localizado na área fronteira do município. Com base no
percurso virtual feito pelos alunos em sala pelo Rio Iguaçu, foram realizados outros
exercícios, como localizar as usinas hidrelétricas próximas ao município do Candói e outros
pontos de referencia dos alunos.

Considerações Finais

A utilização de TICs como instrumentos didáticos, possibilita ao aluno melhor


compreensão do conteúdo em sua realidade e de como reconhecê-los e aplicá-los no seu dia a
dia. No caso do professor, no ensino de geografia, capacita o aluno para uma construção mais
elaborada e aprimorada do conhecimento do espaço geográfico. Com o passar do tempo
softwares, como o Google Earth deverão, fazer parte do cotidiano de ensino. Com o uso desta
ferramenta, o aluno é capaz de formular hipóteses, conhecer o espaço local ou global, com
maior exatidão e realidade, diferentemente dos mapas utilizados há tantos anos como
instrumentos. Essa utilização é muito importante não só para os professores, mas pelo
trabalho realizado foi possível observar como os alunos utilizando o software em outras
situações e podem transmitir para outras pessoas o conhecimento adquirido em sala de aula, O
interesse demonstrado pelos alunos em usar essas ferramentas, aponta a necessidade de
evolução na área de ensino de geografia, para buscar cada vez mais despertar nos alunos o
interesse e motivá-los a vir e participar das aulas, não vendo a aula ou a sala de aula como
uma obrigação, mas sim como uma porta para novas ideias e conhecimentos.
Após a realização deste trabalho ficou muito mais claro que, através do uso das
geotecnologias é possível problematizar, estudar, realizar trabalhos práticos de conteúdos
específicos de Geografia, como também explorar de forma aprimorada temas ligados ao Meio
Ambiente, favorecendo uma formação de crianças e jovens para uma relação mais harmoniosa
com o espaço geográfico.

REFERÊNCIAS

CRISPIM, Jr. José. TIC VS NTIC. In: Consultoria a PME, hardware, redes, sistemas,
formação. Publicado em: Julho de 2013, s/p. Disponível em: < http://www.jose-
crispim.pt/artigos/conceitos/conc_art/01_tic_ntic.html>. Acesso em: 25 jul. 2015.
9957

GOOGLE EARTH. Tenha as informações geográficas do mundo na ponta dos Dedos.


Disponível em: < http://www.google.com/earth/>. Acesso em: 16 ago. 2015.

GOOGLE MAPS. Disponível em: < https://www.google.com.br/maps>. Acesso em: 16 ago.


2015.

LIMA, S. DE N. Raphael. Google Earth aplicado a pesquisa e ensino da geomorfologia. In:


Revista de ensino de Geografia. Uberlândia, v. 3, n. 5, p. 17-30, jul./dez. 2012. Disponível
em: <http://www.revistaensinogeografia.ig.ufu.br/N.5/Lima.php > Acesso em: 28 abr. 2015.

PORTO, E. M. Tania. As tecnologias de comunicação e informação na escola; relações


possíveis... relações construídas. In: Revista Brasileira de Educação v. 11 n. 31, p.43-57,
jan./abril. 2006. ISSN: 1413-2478. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v11n31/a05v11n31.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2015.

RICARTE, B, DE Daniel et al. As novas tecnologias da informação e comunicação na


perspectiva do ensino de Geografia. Tecnologias digitais na educação [online]. Campina
Grande: EDUEPB, 2011. 276 p. ISBN 978-85-7879-065-3. SciELO Books. DOI.
10.7476/9788578791247. Disponível em: <
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Te4SieoegSsJ:books.scielo.org/id/6p
dyn/pdf/sousa-9788578791247-11.pdf+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br >. Acesso em: 24
jul. 2015.

SALES, S. V. Mary. As tecnologias, o ensino e a formação do (a) professor (a) de geografia:


novas linguagens na transformação da prática. In: ENPEG 10º Encontro Nacional de
Prática de Ensino em Geografia. De 30 de agosto a 2 de setembro de 2009, s/p. Porto
Alegre/RS. Disponível em: <
http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/GT/GT5/tc5%20(29).pdf >. Acesso em: 25 jul. 2015.

SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço Técnica e Tempo. Razão e Emoção. 4. Edição. 2.


Reimpressão. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.

SARANTE, L. André Et al. O mundo dentro da escola: refletindo sobre os recursos


hídricos com o uso do Google Earth. In: 10º Encontro Nacional de Prática de Ensino de
Geografia. De 30 de agosto a 2 de setembro de 2009, s/p. Porto Alegre/RS. Disponível em: <
http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/Poster/P%20(25).pdf >. Acesso em: 26 jul. 2015.

STÜRMER, B. Arthur. As tic’s nas escolas e os desafios no ensino de geografia na educação


básica. Geosaberes, Fortaleza, v. 2, n. 4, p. 3-12, ago. / dez. 2011. Disponível em: <
http://www.geosaberes.ufc.br/seer/index.php/geosaberes/article/viewFile/92/pdf100 >. Acesso
em: 26 jul. 2015.

VOGES, M. S.; NASCIMENTO, R, S. Práticas pedagógicas e as imagens do Google Earth: alguns


centros urbanos brasileiros e as questões ambientais. 2010, p: 1-7. Disponível em:
<http://www.labtate.ufsc.br/images/Magnun_Souza_Voges_e_Rosemy_da_Silva_Nascimento.pdf>.
Acesso em: 20 set. 2010.

Você também pode gostar