Gilberto BUDAI1
Eva Sandra Monteiro CIPOLA²
Adilson Luiz Rɳ
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo abordar o uso das tecnologias no ensino de
geografia no ensino médio, levando em consideração que os adolescentes pertencem a era da
tecnologia, onde os celulares são praticamente um computador de mão, usar as metodologias
tradicionais para ensinar é não somente arcaico como desinteressante. O uso da tecnologia como
metodologia de ensino faz com os alunos tenham atenção de aprendam de forma dinâmica.
Abordaremos o uso específico do data show como recurso metodológico, afinal com ele o
professor consegue ensinar de forma dinâmica e atual.
ABSTRACT: This article aims to address the use of technologies in the teaching of geography
in high school, taking into consideration that teenagers belong to the age of technology, where
cell phones are practically a handheld computer, use the methodologies Traditional to teach is
not only archaic and uninteresting. The use of technology as a teaching methodology makes
students aware of learning in a dynamic way. We will discuss the specific use of the data show
as a methodological resource, after all with it the teacher manages to teach in a dynamic and
current way.
INTRODUÇÃO
Um dos maiores problemas enfrentados atualmente dentro das salas de aula é a questão da
motivação, os alunos estão cada vez mais desinteressados, vivemos num século de constantes
transformações, a metodologia de ensino utilizada até o século XX era tradicional centrada nas
transmissões e decoração de conhecimento, o século XXI é marcado pela era da tecnologia,
desta forma ensinar como antigamente apenas com quadro e giz, fara com que o professor não
tenha a atenção necessária de seus alunos.
¹ Acadêmico do Pós Graduação Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson – UNAR
gb11budd@gmail.com
² Coordenadora e orientadora dos cursos de Pós Graduação e MBA do UNAR . e-mail:
eva.cipola@unar.edu.br.
³ Coorientador
BUDAI et al (2018)
Para mudar esse paradigma metodológico de ensino, é a forma como o professor direcionara
suas aulas tem que ser diferenciada, nesse sentido o que usar e como usar para se chegar ao fim
proposto que é a aprendizagem efetiva dos alunos.
Ensinar é uma tarefa que inclui uso intencional (algo que alguém se destina a
fazer, portanto, com meta explicita) e um uso de êxito (resultado bem-
sucedido de ação). inclui, assim, um conjunto de esforços e decisões práticas
que se refletem em caminhos propostos, ou seja, nas opções metodológicas.
(ANASTASIOU, 1997, p. 95, grifo nosso)
(...) só a prática docente nas salas de aulas e também fora delas é que irá
engendrar uma geografia escolar crítica, voltada a contribuir para a formação
de cidadãos plenos. E tal tarefa é ininterrupta, o que vale dizer que não se deve
encontrar uma receita, um modelo acabado para ser constantemente e
reproduzido, mas sim que o buscar deve ser uma meta sem fim, que o renovar
e sempre experimentar novas atividades e conteúdos é condição sine qua non
para um ensino que não sirva às relações de dominação.
Desta forma o objetivo deste artigo é abordar o uso das tecnologias no ensino de geografia no
ensino médio, pois se a tecnologia faz parte da vida dos alunos, abordaremos o uso específico
do data show como recurso metodológico, afinal com ele o professor consegue ensinar de forma
dinâmica e atual.
A geografia enquanto matéria escolar teve início no século XIX com a criação do colégio Dom
Pedro II e incorporada posteriormente ao currículo das demais escolas brasileiras, segundo
Cavalcanti (1998, p. 18) a geografia tinha como objetivo a “transmissão de dados e informações
gerais sobre os territórios do mundo em geral e dos países em particular”.
A revolução industrial em 1940 teve um forte impulso do governo, e com isso a geografia tinha
um fundo político, pois era utilizada como ciência a fim de promover e justificar a expansão
com fundo ideológico nacional. “(...) procuravam a construção de uma sociedade obediente e
massificadora, tal como almejada pelos dirigentes maiores da sociedade brasileira”
(RODRIGUES, 1991, p. 109)
Em 1970 com a redemocratização do país, onde a preocupação com o social, nasce uma nova
geografia denominada crítica, estudiosos acreditavam que o ensino baseado na descrição dos
dados precisava ser superado como destaca Seabra (1984, p.8), é descabido que a geografia
Essa nova geografia como aponta Lima (1990, p.16) afirma que “Esse meio é natural e social,
(natureza, pessoas, objetos, ideias e representações), é constituído pela cultura. Essa noção de
cultura integrante do processo de construção do conhecimento e de constituição do indivíduo
(...)”.
Desta forma a geografia passa a ser vista como conhecimento do espaço da produção humana,
são os seres humanos que moldam o ambiente em que vivem, que constroem cidades, que
destroem o meio ambiente, olhar a geografia com o olhar exíguo de escrita de dados, exclui a
visão crítica da interação do homem com o meio, interação essa que faz toda a diferença no
espaço geográfico em que vivemos.
“Uma Geografia que não seja apenas centrada na descrição empírica das
paisagens, tampouco pautada exclusivamente na interpretação política e
econômica do mundo; que trabalhe tanto as relações socioculturais da
paisagem como os elementos físicos e biológicos que dela fazem parte,
investigando as múltiplas interações entre eles estabelecidas na construção de
um espaço: o espaço geográfico”.
Nessa perspectiva o homem, por meio de sua cultura, passa a ser, então, o
“agente ativo” na transformação da natureza. Assim, no olhar dessa visão la
blachiana, a natureza passou a ser vista com possibilidade de ser transformada
pela ação humana, advindo daí o termo possibilismo geográfico. Eis, portanto,
o deslocamento na análise sobre a relação homem e natureza: o que vinha
sendo fundamentado somente na força determinista da natureza passa a ser
entendido também como uma construção cultural.
Vivemos em uma nova ordem social, a chamada sociedade tecnológica, esta nova sociedade se
desenvolve sobre um ritmo acelerado de informações, modificando as relações sociais,
políticas, culturais e econômica, com o advento das tecnologias, se relacionar, ganhar dinheiro,
se auto promover politicamente e as culturas, tem uma nova fisionomia, não precisamos estar
pertos para se relacionar, basta estar conectados, a informação está ao alcance de todos.
Os jovens a qual ensinamos hoje no ensino médio, manipulam a tecnologia desde seus
computadores aos seus celulares que podemos dizer com o avanço rápido da tecnologia são
praticamente um computador de mão, pois possuem todos os recursos do computador
associados a facilidade tê-los sempre à mão.
Desta forma a geografia não é mais uma disciplina de exposição de fatos lineares, mas sim uma
disciplina de formação de cidadãos críticos que tenham a clareza das relações sociais no espaço-
tempo geográfico.
Como nos afirma o PCN (2006, p.43, grifo nosso) o aluno deve, “(...) localizar, compreender
e atuar no mundo complexo, problematizar a realidade, formular proposições, reconhecer as
dinâmicas existentes no espaço geográfico, pensar e atuar criticamente em sua realidade tendo
em vista a sua transformação”.
O professor de geografia deve estar preparado para mediar seus alunos para terem tal
capacidade de criticidade, para terem a visão ampla do processo a qual todo conhecimento
passa, como nos afirma Oliveira (1989, p.4)
Desta forma usar uma metodologia de ensino atual utilizando o data show faz toda a diferença,
pois se aproxima para a linguagem que o aluno está habituado, o data show é um recurso de
sistema multimídia que com o auxílio de computador/notebook integra, textos; vídeos; sons;
pesquisa em tempo real com acesso a internet, desta forma a aula ganha uma dinâmica diferente
das aulas tradicionais de exposição.
É muito importante o entendimento da dimensão do uso correto da data show, pois o mesmo
não pode ser utilizado apenas como forma de explicar os conteúdos, tem que estender a sua
dimensão de uso, no sentido de explorar toda sua funcionalidade para que não seja um recurso
vazio sem sentido.
Desta forma o professor entendendo a dimensão do uso da tecnologia, pode por exemplo
abordar um conteúdo como o espaço geográfico do Brasil, utilizando o data show para
exploração das imagens de satélites de forma didática e muito mais clara e real do que apenas
por meio de mapas planos.
O professor com o auxílio do data show pode fazer o aluno perceber que o trabalho com mapas
não consiste em copiar desenho, que o mapa é a representação de um espaço real existente, o
professor pode faze-los construir o conceito a partir de um espaço de convivência comum, como
por exemplo, o bairro a qual residem e posteriormente faze-los comparar e refletir sobre o
conceito aprendido.
Travassos (2001, p.2) complementa que “A partir da percepção que os alunos têm do meio em
que vivem é possível que o currículo da Geografia possa ser trabalhado de uma forma dialogada
e interativa, caracterizada por uma constante troca de experiências(...)”.
CONCLUSÃO
O data show é um projetor multimídia extremamente útil como metodologia, pois garante o
interesse dos alunos, e configurando-se uma ferramenta interativa capaz de agregar recursos
dinâmicos tornando o conteúdo mais fácil de ser compreendido pelos alunos pela linguagem
que eles estão habituados a utilizar.
Ensinar geografia para os jovens do ensino médio no século XXI, requer um esforço do
professor em associar os recursos tecnológicos, de forma a garantir que os alunos tenham maior
interesse pelas aulas e com isso aprendam os conteúdos curriculares necessários, de forma
reflexiva; participativa e critica, pois usar uma nova metodologia requer do professor um novo
posicionamento o de mentor, promotor do diálogo e reflexões.
Romper o tradicional no ensino de geografia significa fazer o aluno perceber através de uma
linguagem metodológica atual tecnológica, que o meio em que ele vive refletem as escolhas
que o ser humano incluindo ele toma ao viver.
REFERÊNCIAS
BEZERRA, M. S. O uso das tecnologias digitais como recurso no ensino de geografia. Campina
Grande. 2014.
OLIVEIRA, A. M. Uso pedagógico do data show no ensino de ciências. Versão On-line ISBN
978-85-8015-076-6 Cadernos PDE. 2013. Disponível em:
Revista Científica UNAR, v.16, n.1, 2018. 19
BUDAI et al (2018)
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/20
13_uem_cien_artigo_adilson_maria_de_oliveira.pdf. Acesso: mai. 2018
OLIVEIRA, A.U. de (org.). Para onde vai o ensino de Geografia? São Paulo: Contexto, 1989
RODRIGUES, N. Por uma nova escola: o transitório e o permanente na educação. São Paulo,
Cortez, 1991.
TONINI, I. M. Geografia escolar: uma história sobre seus discursos pedagógicos. Ijuí – RS:
Editora UNIJUÍ, 2003