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Silvio Pereira1
Universidade do Sul de Santa Catarina
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. OS SOFTWARES EDUCACIONAIS
É perceptível uma constante evolução nos recursos tecnológicos, haja vista que os alunos
fazem uso contínuo dos mais variados hardwares e softwares que estão surgindo.
Muitos softwares educacionais estão se tornando uma solução moderna e envolvente, à
medida que são empregados nos mais variados casos, por exemplo: em simulações, que
substituem sistemas físicos reais da vida profissional e testam diferentes alternativas de
otimização desses sistemas. Além disto, podem também contribuir na estimulação do raciocínio
lógico e, assim sendo, da autonomia, à medida que os alunos podem propor hipóteses, fazer
dedução e tirar conclusões, a partir dos resultados anunciados.
De acordo com Dall’Anese (2006), estudos relacionados ao uso da tecnologia no ensino e na
aprendizagem da Matemática mostram que o computador é uma ferramenta que facilita a
visualização de conteúdos abstratos trabalhados em sala de aula.
Nesse contexto, a mídia é apontada como uma ferramenta promissora para a discussão e
aprofundamento desses conceitos.
Para Tedesco (2004), a incorporação das novas tecnologias à educação deveria ser
considerada como parte de uma estratégia global de política educativa, e que essas estratégias
priorizem os professores, uma vez que “as novas tecnologias modificam significativamente o
papel do professor no processo de aprendizagem e as pesquisas disponíveis não indicam
caminhos claros para enfrentar o desafio da formação e do desempenho docente nesse novo
contexto” (TEDESCO, 2004, p. 11).
Isto posto, a inclusão da tecnologia na educação traz em seu poder novas possibilidades para
o processo de ensino e aprendizagem, assim como desafiam o professor a fugir do conceito de
que estes recursos, por si só, provocam mudanças na educação. Entende-se que se faz necessária
uma mudança na prática do docente, estimulada por uma formação que lhe garanta, além do
acesso, a interação com seus pares e o desenvolvimento de novas experiências que busquem se
apropriar da capacidade da utilização destas novas tecnologias.
Declaram Gravina e Santarosa (1998) que o ambiente informatizado pode acelerar o
processo de apropriação de conhecimento, auxiliando na superação dos obstáculos da
aprendizagem, por meio da visualização, experimentação, interpretação, demonstração,
resultando em ações que desafiem a capacidade cognitiva do aluno.
Logo, o incremento da tecnologia no ensino de Matemática se faz necessário para que ocorra
a formação de um indivíduo historicamente situado e, para tanto, o professor de matemática não
pode ficar alheio a esta nova realidade. É nesse contexto que a utilização das tecnologias no
processo ensino-aprendizagem permite a interação de todos os envolvidos.
4. CONCEITO DE FUNÇÃO
"Uma variável y se diz função de uma variável x, se, para todo o valor atribuído a x,
corresponde, por alguma lei ou regra, um único valor de y. Nesse caso, x denomina-se variável
independente e y, variável dependente."
A disseminação da Teoria dos Conjuntos, em fins do século XIX tornou possível a definição
formal do conceito de função da seguinte maneira:
Definição: função do segundo grau, também denominada função quadrática, é definida por
Zeros da função: zero da função, ou raízes da equação, são os valores de “x” que anulam a
função, tornando-a uma equação f(x) = 0, através dos valores encontrados na fórmula de
Bháskara:
b b 2 4ac
f ( x) 0 ax 2 bx c 0 x
2a
O Discriminante (representado pela letra grega delta) mostrará a quantidade de raízes reais
da função quadrática pela fórmula abaixo:
∆ = b2 – 4.a.c
∆ > 0 → duas raízes reais e diferentes
∆ < 0 → não tem raiz real
∆ = 0 → duas raízes reais e iguais
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Termo independente
Se c > 0, a parábola cortará o eixo y acima da origem do plano cartesiano.
Se c = 0, a parábola cortará o eixo y na origem do plano cartesiano.
Se c < 0, a parábola cortará o eixo y abaixo do plano cartesiano.
O gráfico de uma função do segundo grau é representado por uma parábola. Seguem dois
exemplos de função quadrática:
x x
Vértice da função
Coordenadas do Vértice
y x 2 bx c
b
xV
2a
yV
4a
Esboço do gráfico
Concavidade
Ponto c
Zeros
Vértice
Resumindo
Para construir o gráfico de uma função do 2º grau, basta seguir os seguintes passos:
Determinar as raízes da função (se existirem);
Marcar os valores das raízes sobre o eixo x;
b
Calcular o vértice V , da parábola e marcar no plano cartesiano;
2a 4a
Marcar no eixo y o valor do coeficiente c; e
Esta proposta foi preparada para alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, mais
especificamente alunos do último ano, momento em que eles têm um primeiro contato com
algum conhecimento de funções. Estende-se também para alunos do primeiro ano do Ensino
Médio, em que o estudo de funções é mais aprofundado.
Porém, todas as atividades desenvolvidas neste trabalho poderão ser realizadas, mesmo com
pouco conhecimento sobre funções, no caso de alunos que não tiveram contato com esse
conteúdo no Ensino Fundamental.
No que dizem respeito às principais ferramentas do Winplot, elas poderão ser facilmente
aprendidas antes de iniciadas as atividades ou mesmo durante seu processo de realização.
Atividade 1
Observe e identifique as diferenças e as semelhanças que encontrar nos gráficos das funções
abaixo.
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f(x) = x²
f(x) = 0,6x²
f(x) = 2x²
f(x) = - 3x²
f(x) = - 1,4x²
f(x) = - 1/5x²
De que forma a variação do parâmetro “a” afeta os gráficos da família de funções definidas
por f(x) = ax²?
y = xx y
y = 0.6xx
y = 2xx
y = -3xx
y = -1.4xx
y = -1/5xx
Conclusão
Espera-se que o aluno consiga verificar as seguintes semelhanças e diferenças das funções
quadráticas, conforme segue:
as semelhanças são que todas são parábolas tem seus vértices passando pelo ponto
zero, pois os “cs” das funções são todos iguais a zero.
as diferenças são:
quando o valor de “a” é positivo a parábola tem a concavidade voltada para cima;
quando o valor de “a” é negativo a concavidade é voltada para baixo;
conforme aumenta o valor de “a” a concavidade diminui; e
conforme diminui o valor de “a” a concavidade aumenta.
Atividade 2
Objetivo: Fazer com que o aluno identifique o comportamento dos gráficos à medida que
trabalhe com a função quadrática e explore algumas propriedades da função com o auxílio do
Winplot.
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Plote os gráficos das funções abaixo relacionadas e compare-os com o gráfico da função
anterior definida por f(x) = ax².
y(x) = x²
y(x) = x² + 3
y(x) = - 3x² + 1
y(x)= - 3x² - 2
De que forma as variações dos parâmetros “a” e “c” afetam os gráficos da família de funções
definida por f(x) = ax².+ c?
y
y = x^2
y = x^2+3
y = -3x^2+1
y = -3x^2-1
Conclusão
Espera-se que o aluno, ao fazer a comparação dos gráficos, observe que:
a função f(x) = ax² tem o valor de “c” igual a zero, pois seus vértices estão no ponto zero;
na função f(x)=ax²+c seus vértices variam de posição no eixo “y”, conforme os valores
assumidos por “c”;
a variação dos parâmetros “as” afetará no gráfico a abertura da sua concavidade; e
a parábola será voltada para cima ou para baixo dependendo de “a” ser positivo ou negativo.
Atividade 3
Objetivo: Estimular a atividade matemática de investigação na construção de gráficos à medida
que o aluno trabalhe com a função quadrática e explorar algumas de suas propriedades com o
auxílio do Winplot.
f(x) = 2(x+3)²
f(x) = 2(x+3/2)²
f(x) = 2x²
f(x) = 2(x-1)²
f(x) = 2(x-2)²
f(x) = 2(x-3)²
De que forma a variação do parâmetro “k” afeta os gráficos da família das funções definidas
por f(x) = 2(x+k)²?
y
y = 2(x+3)^2
y = 2(x+3/2)^2
y = 2x^2
y = 2(x-1)^2
y = 2(x-2)^2
y = 2(x-3)^2
Conclusão: Espera-se que o aluno verifique que o parâmetro do valor “k” afeta no deslocamento
da parábola, no eixo “x”, sendo para direita ou para esquerda, onde será definido seu vértice.
Atividade 4
Objetivos: Fazer que o aluno se familiarize com o software e identifique o comportamento dos
gráficos com o auxílio do Winplot.
Faça a inserção de funções da família f(x) = x2+c, inserindo no lugar do parâmetro “c”, os
seguintes valores:
c=-3
c=-2
c=-1
c= 0
c= 1
c= 2
c= 3
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Após a plotagem, faça uma observação dos mesmos e descreva o que você verificou.
y = x^2+3
y = x^2+2
y = x^2+1
y = x^2
y = x^2-1
y = x^2-2
y = x^2-3
x
Conclusão: Espera-se que o aluno verifique que as parábolas têm concavidades voltadas para
cima devido ao valor do coeficiente “x” ser positivo, e também, que o número que foi inserido no
coeficiente “c” é justamente onde a parábola irá cortar o eixo “y”.
6. CONCLUSÕES
Esta pesquisa propõe que o software Winplot, se aplicado como uma ferramenta e com a
intermediação do professor, pode colaborar no processo de ensino e aprendizagem dos conceitos,
sendo possível estudar, simular, exercitar e verificar situações matemáticas, por meio da
visualização, o que ajuda na construção dos conceitos abordados.
No tratamento dessas atividades, o professor tem a chance de investigar com os alunos
conceitos matemáticos, na medida em que o aluno vai, passo a passo, construindo o conjunto de
ideias e estabelecendo relações entre os conceitos apresentados. Desse modo, considerou-se que
os exemplos apresentados ilustram as contribuições que as novas tecnologias podem trazer para a
compreensão dos conceitos da função quadrática.
No entanto, é necessário que o professor, ao fazer uso do Winplot nas aulas de matemática,
tenha a preocupação de preparar suas aulas, pois o software é uma ferramenta para ajudar no
processo de ensino-aprendizagem, objetivando reforçar por meio da manipulação, visualização e
construção de gráficos a aprendizagem, e, em nenhum momento, de sobrepor à função do
professor de expor, explicar e mediar o conhecimento.
Sugere-se que outras funções matemáticas sejam exploradas com o uso dessa tecnologia,
como, por exemplo, as funções trigonométricas, exponenciais e logarítmicas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DALL’ANESE, C. Visual e Analítico: Argumentos e Metáforas para a Taxa de Variação. In: III
HTEM - Colóquio de História e Tecnologia no Ensino de Matemática, São Paulo. Anais do III
HTEM. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2006.
GIANERI, Gregory Baldasso. Tutorial Winplot. Tutorial Winplot Gregory Baldasso Gianeri
1/15. Disponível em: <http://docplayer.com.br/4598076-Gregory-baldasso-gianeri-tutorial-
winplot-tutorial-winplot-gregory-baldasso-gianeri-1-15.html>. Acesso: em 30 abr. 2016.
SILVA, Fernanda Laureano. Matemática & Educação: uma proposta pedagógica no ensino do
Cálculo. Monografia (Especialização), UFMG, Instituto de Ciências Exatas, Departamento de
Matemática, Belo Horizonte, 2010, 57 páginas. Disponível em: http://www.mat.ufmg.br/~ espec/
Monografias_Noturna/Monografia_Fernanda_Laureano.pdf Acesso em: 25 set. 2015.
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SÓGENES, Geraldo Pereira da Silva. RIBEIRO, Igor Schmidke. Manual do Winplot. Eunápolis
2008. Disponível em: < http://www.ufjf.br/carlos_soares/files/2010/03/manual-do-winplot.pdf>.
Acesso: em 25 abr. 2016.