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era Nestório, daí nasceu o nestorianismo. No ano de 451 d.

C,
o Concilio de Calcedônia deu o titulo a Maria de “Teotokos”
termo grego que quer dizer “mãe de Deus”, o Concilio deu
este titulo a Maria, não com o intuito de exalta-la, mas de
ensinar a verdade bíblica de que mesmo sendo homem, Jesus
continuava sendo Deus e que aquele menino nascido da
virgem, era o próprio Deus.
O nestorianismo foi condenado pela igreja antiga que
acabou produzindo o credo de Calcedônia junto ao de Niceia
e o credo Atanasiano.
Que subsistindo em forma de Deus, tomou a
forma de homem e nesta condição, padeceu morte de
cruz (Filipenses 2:6,8)

É CORRETO DIZER QUE DEUS MORREU

NA CRUZ?

Pr Moisés de Freitas Braz

Certo dia testemunhei uma discussão entre


dois evangélicos que discutiam a questão
sobre se Deus tinha padecido e morrido na
cruz, um deles afirmava que negativamente e
quem tinha morrido era o homem e não Deus.
Sem saber ele estava defendendo uma heresia
antiga, já condenada pela igreja.

No século V apareceu um indivíduo dizendo


que Jesus não tinha duas naturezas, a divina e
a humana, e quem morreu na cruz foi o
homem e não Deus. Ele dizia que Jesus não
era Deus enquanto homem, e era uma outra
pessoa em espirito. O nome desse individuo
Os teólogos de Calcedônia seguiam seguinte silogismo:

Jesus é Deus
Maria é mãe de Jesus
Portanto, Maria é mãe de Deus

Mas o que a Bíblia diz? A Escritura é clara, ela diz que Deus se fez carne, ela afirma: O verbo era Deus e o
Verbo se fez carne (João 1:1,14). Paulo diz: Grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em
carne (1 Tm 3:16).1 Quem era aquele que se manifestou em carne? O próprio Deus! (João 10:30-33).

Podemos fazer o seguinte silogismo:

Jesus é Deus
Jesus morreu na cruz,
Portanto, quem morreu na cruz foi Deus

Na teologia este assunto da encarnação de Deus é visto como um paradoxo. A Escritura deixa claro
que Deus é espírito e não é afetado pelas limitações humanas, Ele é eterno e não pode morrer. No entanto, ela
revela também que este Deus eterno e infinito assumiu a carne, a natureza humana, se fez homem. E a
Escritura é clara afirmando que aquele que subsistindo como Deus, tomou a forma de homem e como homem,
morreu numa cruz (Filipenses 2:6-8).2
Dizer que não foi Deus quem morreu na cruz, é negar que Jesus era Deus. Deus em sua natureza eterna
não morre, mas ao assumir a natureza humana, ele morreu. Deus morreu na condição de homem. Por isso
Paulo pôde dizer que a Igreja foi comprada com sangue de Deus (Atos 20:28). Aí se pergunta: e Deus tem
sangue? Mas a Escritura afirma que a igreja foi comprada com sangue de Deus. Como homem, sim, ele tem
sangue. Grande é este mistério (1 Timóteo 3:16).
Ario, um presbítero do IV século negava a realidade bíblica da divindade de Cristo e não acreditava que
aquele que pareceu na cruz pra salvar os homens, era o próprio Deus. Sua doutrina de negação não teve apoio
geral da igreja antiga e foi condenada no Concílio de Nicéia.
É importante também neste assunto da encarnação deixar claro que não foi Deus Pai quem morreu e
nem Deus o Espírito Santo, quem morreu foi a segunda pessoa da Trindade, foi Deus, o Filho que se encarnou
(João 1:18), por isso ele ao morrer, entregou o espírito ao Pai (Lucas 23:46). A crença de confundir Jesus
como o Pai era já uma crença antiga chamada “patripacionismo", condenada por Tertuliano no segundo século,
o mesmo até escreveu uma excelente obra refutando tal doutrina.
É importante reconhecer as distinções das pessoas e não fazer confusão, no século IV foi condenado o
modalismo que fazia confusão entre as pessoas da Trindade. Deus é um subsistindo em três pessoas distintas
(Mateus 3:16,17; 28:19; 1 João 5:7). Também é de suma importância reconhecer que tal assunto é um mistério
que ultrapassa o entendimento humano e não se pode explicar facilmente (Romanos 11:33; Colossenses 2:2-
3,9).
Deus é eterno, mas como homem nasceu e morreu, dizer que Deus não morreu, é dizer que ele não se
manifestou em carne, é cair em heresia nestóriana e negar este mistério glorioso como os gnósticos e docéticos
negavam (2 João v,7; 1 Timóteo 3:16).
Heresias contemporâneas tem negado a divindade de Cristo, adeptos da teologia liberal e críticos da
Bíblia duvidam do Cristo transcendente e divino. Heresias antigas foram ressuscitadas, como o arianismo das
Testemunhas de Jeová, grupo sectário e exclusivista que nega a divindade de Cristo.

1 Na maioria dos manuscritos gregos diz “Deus se manifestou em carne”. A versão Corrigida Fiel traz assim o texto.
2 Na Teologia Sistemática esse assunto chama-se a “kenosis”, Deus abriu mão de algumas de suas prerrogativas divinas pra
padecer como homem.
Todavia, a Escritura Sagrada deixa clara que Jesus Cristo não era como qualquer homem, era humano,
cem por cento homem, mas não como qualquer um, ele era Deus humanizado( João 1:14), que assumiu a
natureza humana, mas sem pecado, para dar sua vida perfeita em sacrifício por nossos pecados na cruz e como
homem, Deus padeceu.

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