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A

1- A água no monte nasce, 10 - Abre-te lenço e mostra


Por copos de vidro desce; Quatro ramos feloridos;
Nem a água torna à fonte E no meio encontrarás
Nem o meu amor me esquece. Nossos corações unidos.

2- A água que corre nor io 11 - Abre-te peito e fala,


Toda esgota para o mar. Coração salta cá fóra;
Nunca chorei por amores Anda ver o meu amor
Mas agora vou chorar Que chegou aqui agora

3- A alegria dos meus olhos 12 - A cana verde me disse


Eu não sei quem a levou; Se eu queria ir com ela;
Se Manuel, se António, Vai-te embora cana verde
Se José que aqui passou. Que eu não deixo a minha terra.

4- Abaixa-te Serra d’Arga 13 - A cana verde no mar


Quero ver a S. Lourenço; Arrebenta ao nascer.
Quero ver o meu amor, Com saudades do amor,
Quero-lhe acenar c’o lenço. Ai muito o queria ver.

5- Abre-me a porta morena 14 - A cana verde no mar


Que estou c’os pés na geada; Dá-lhe o vento faz balanço
Se não me abres a porta O ladrão do meu amor
Não és morena nem nada. Nem na cama tem descanço.

6- Abre-te campa adorada, 15 - A cana verde no mar


Desaperta-te caixão; Dá-lhe o vento rebaldeia;
Pois morreu-me o meu amor, É como o moço solteiro
Quero-lhe ir pedir perdão. Que toda a noite passeia.

7- Abre-te campa sagrada 16 - A cana verde no mar


Que eu minha mãe quero ver;/ Dá-lhe o vento, torce, torce;
Quero-lhe dar um abraço Assim fez o meu amor
Antes de a terra a comer. Quando de mim tomou posse.

8- Abre-te janela abre, 17 - A cana verde no mar


Se te abres para bem; Deita as raízes na areia.
Se te abres para penas Sou leal a todo o mundo,
Meu coração penas tem. Todo o mundo me falseia.

9- Abre-te janela d’oiro 18 - A cana verde no mar


Rebenta tranca de vidro; Está enterrada na areia;
Quero ver o meu amor Quem a flor desenterrar
Não posso entrar contigo. Tem cem anos de cadeia.
19 - A cana verde no mar 28 - Adeus fontes, adeus rios,
Está enterrada no lodo; Adeus regatos pequenos;
Quem a flor desenterrar Adeus casa de meus pais
Ganha um cruzado novo. Até quando nos veremos=

20 - A cana verde no mar 29 - Adeus jardim feloridos


Rebenta logo ao nascer; Onde eu já pensionei;
Assim rebentam os olhos Adeus a todos os sítios
A quem me nâo póde ver Onde contigo falei.

21 - A candeia por estar alta 30 - Adeus lugar do Barreiro,


Não deixa de alumiar; Estou todo emborralhado.
O meu amor por estar longe Andais zangada comigo
Não deixa de me falar. Por causa do namorado.

22 - A cantar e a dançar 31 - Adeus meu amor adeus


Ganhei uma saia nova; Até quarta ou quinta-feira,
Ganhei também uma fita Qu’eu não passo sem te ver
Para lhe deitar de roda. Uma semana inteira.

23 - A cantar ganhei dinheiro, 32 - Adeus à fonte da bica


A cantar se me acabou. Que da água fez romance.
O dinheiro mal ganhado Nunca vi solteira triste
Água o deu agua o levou. Nem casada ter descanço.

24 - Aceita meu bem aceita 33 - Adeus ó muros caiados


Esta pequena lembrança. Regalitos do meu bem;
Sou firme até a morte, Muitos mocinhos se perdem
Só em ti tenho esperança. Pela presunção que tem.

25 - Aceita tantos beijinhos 34 - Adeus ó Ponte da Barca


Como areias tem o mar; Que te hei-de mandar varrer,
Já que de ti estou longe Com uma vassoura de prata
Beijos te não posso dar. Que de ouro não pode ser.

26 - A cereja vermelhinha 35 - Adeus Praça da Rainha


O rouxinol a namora Que te hei-de mandar dourar,
Põe o pé no ramo verde, De pedrinha em pedrinha
Assobia, vai-se embora. Para o meu amor passear.

27 - A comadre felorista 36 - Adeus praia do mar largo


Não faz senão dar raminhos; Onde mora o salva-vidas;
A quem tem duas divisas Adeus trabalho da doca
Com tão altos colarinhos. Emprego das raparigas.
37 - Adeus que me vou embora, 46 - A folhinha do salgueiro
Adeus que embora me vou. É primeira novidade
Se queres alguma coisa Quem madruga e não alcança…
Por-ora ainda aqui estou. Que fará quem se ergue tarde?

38 - Adeus que me vou emora, 47 - A galinha está doente,


Adeus que embora me vou. O galo faz o jantar;
Vou-me embora porque quero O cão arrasta a lenha,
Que a mim ninguém me mandou. O gato surrasca o lar.

39 - Adeus que me vou embora, 48 - Agora é que eu canto, canto,


Tiro-me daqui assim; Aqui neste recantinho.
Adeus cravos, adeus rosas, A pomba acarreja as hervas
Recolhei-vos ao jardim. E a rola faz o ninho.

40 - Adeus Rio de Janeiro 49 - Agora é que eu estou entrando


E mais quem fica por lá; Na rua da formosura;
Adeus terra dos amores Aqui não há que escolher,
Onde canta o sabiá. Cada qual abraça a sua.

41 - Adorada das estrelas 50 - Agora é que eu vou cantar,


Anda-me agora falar; Agora começo eu;
Se as estrelas te adoram Começa o meu coração
Eu também te hei-de adorar. A dar combates ao teu.

42 - Á entrada desta rua


Dei um ai, tremeu a terra;
Era noite, fez-se dia,
Saiu-me o sol à janela.

43 - A flor que tu me deste


No meu peito deu entrada;
Nunca vi prenda tão linda
Nem coisa mais delicada.

44 - A folha da fava é triste,


De noite mete terror;
Quem me algum dia quis bem
Ainda me há-de ter amor.

45 - A folha da oliveira
Botada ao lume estala;
Assim é meu coração
Quando contigo não fala.

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