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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE BACABEIRA (CESBA)

CURSO DE BACHAREL EM SERVIÇO SOCIAL

RAYSSA SILVA DO NASCIMENTO


THALITA SOUZA BARROS

O ASSISTENTE SOCIAL INSERIDO NA SAÚDE MENTAL E SUAS ESTRATÉGIAS


DE INTERVENÇÃO NO MUNICÍPIO DE VIANA A PARTIR DO CAPS

Viana-MA
2022
RAYSSA SILVA DO NASCIMENTO
THALITA SOUZA BARROS

O ASSISTENTE SOCIAL INSERIDO NA SAÚDE MENTAL E SUAS ESTRATÉGIAS


DE INTERVENÇÃO NO MUNICÍPIO DE VIANA A PARTIR DO CAPS

Trabalho apresentado ao Centro de Ensino


Superior de Bacabeira (CESBA) como parte das
exigências para o título de Bacharel em Serviço
Social.

Orientado (a) Prof. Esp. Ana Taisa Barros Raposo

Viana-MA
2022
RAYSSA SILVA DO NASCIMENTO
THALITA SOUZA BARROS

O ASSISTENTE SOCIAL INSERIDO NA SAÚDE MENTAL E SUAS ESTRATÉGIAS


DE INTERVENÇÃO NO MUNICÍPIO DE VIANA A PARTIR DO CAPS

Trabalho apresentado ao Centro de Ensino


Superior de Bacabeira (CESBA) como parte das
exigências para o título de Bacharel em Serviço
Social.

Orientado (a) Prof. Esp. Ana Taisa Barros Raposo

Aprovação em: _______/_______/ 2022

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof.ª Orientador (a): Ana Taisa Barros Raposo

________________________________________
2º Examinador (a)

________________________________________
3º Examinador (a)
4

O ASSISTENTE SOCIAL INSERIDO NA SAÚDE MENTAL E SUAS ESTRATÉGIAS


DE INTERVENÇÃO NO MUNICÍPIO DE VIANA A PARTIR DO CAPS

Rayssa Silva do Nascimento1


Thalita Souza Barros2

RESUMO

A construção deste trabalho traz como proposta um estudo baseado na discussão no


que diz respeito a importância dos serviços existentes e prestados pelos Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS) no tocante da saúde mental no município de Viana.
Sendo ele um espaço de materialização dos ideais rotulados na Reforma Psiquiátrica,
fazendo uma abordagem enfática acerca de fatores cruciais e suas atribuições legais
frente ao exercício profissional dos assistentes sociais nesse campo. Assunto pelo
qual se busca esmiuçar, alguns dos principais aspectos históricos no tocante dessa
Reforma, das políticas públicas e da efetivação de direitos na dimensão da saúde
mental e de seus serviços, perante as novas demandas e correntes desafios frente ao
tratamento da pessoa com transtorno mental. Nessa direção, pontuou-se alguns
argumentos pertinentes e construídos no envolto da Saúde Mental, alavancando
questões pontuais que merecem visibilidade dentro desse contexto para com a
sociedade local desse município. Na metodologia aplicada nesta pesquisa, tratou-se
do levantamento de informações de natureza bibliográfica e de campo, com base na
abordagem qualitativa, fundamentada no arsenal heurístico da teoria social crítica,
com a finalidade de realizar uma interlocução entre os Centros de Atenção
Psicossocial e os ideais traçados pela reforma psiquiátrica junto a intervenção dos
serviços oferecidos pelos CAPS no atendimento às pessoas com doença mental.

Palavras-Chave: Saúde Mental. CAPS. Assistente Social.

ABSTRACT

The construction of this work proposes a study based on the discussion regarding the
importance of the existing services provided by the Psychosocial Care Centers (CAPS)
regarding mental health in the city of Viana. As it is a space for the materialization of
the ideals labeled in the Psychiatric Reform, making an emphatic approach to crucial
factors and their legal attributions in the face of the professional practice of social
workers in this field. Subject by which we seek to examine, some of the main historical
aspects regarding this Reform, public policies, and the realization of rights in the
dimension of mental health and its services, given the new demands and current
challenges facing the treatment of people with mental disorders. In this direction, some
pertinent arguments were constructed and constructed in the context of Mental Health,
1Graduanda em Serviço Social pela Faculdade Centro de Ensino Superior de Bacabeira (CESBA). E-
mail: rayssasilva25@outlook.com
22Graduanda em Serviço Social pela Faculdade Centro de Ensino Superior de Bacabeira (CESBA).
E-mail: thatafontinneli11@gmail.com
5

leveraging specific issues that deserve visibility within this context for the local society
of that municipality. In the methodology applied in this research, it was a survey of
information of a bibliographic nature, based on the qualitative approach, based on the
heuristic arsenal of critical social theory, to carry out a dialogue between the
Psychosocial Care Centers and the ideals outlined by psychiatric reform together with
the intervention of the services offered by CAPS in caring for people with mental illness.

Keywords: Mental Health. CAPS. Social workers.

INTRODUÇÃO

Neste trabalho será apresentado um apanhado acerca do legado do Serviço


Social no tocante Saúde Mental, descrevendo inicialmente breves linhas sobre seu
contexto histórico seguindo de uma revisão literária que fala a respeito de uma das
maiores conquistas nesse campo, que trata-se da Reforma Psiquiátrica e suas
grandes estratégias no cenário da saúde mental e do importante papel desempenhado
pelo assistente social, se construindo a partir desse enunciado o tema deste artigo: “O
Assistente Social inserido na Saúde Mental e suas estratégias de intervenção no
CAPS do município de Viana”.
Em congruência ao disposto, o objetivo geral deste estudo se reporta em
discorrer a importância do Assistência Social no tocante da Saúde Mental. Cuja
justificativa se deu a partir da necessidade em alavancar o papel desse profissional
na garantia de direitos e benefícios que o cidadão possui no campo mental, bem como
evidenciar os cuidados e orientações para que o usuário da saúde mental usufrua e
adquira os serviços ao qual necessita.
Do ponto de vista metodológico, esta revisão narrativa se consistiu traçada
pela pesquisa bibliográfica e documental associado da pesquisa de campo,
embasando seu conteúdo dentro da Saúde Mental, as Políticas Públicas, a Reforma
Psiquiátrica e a pesquisa então nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), com
vistas a intervenção do Assistente Social no município de Viana. Para isso, fez-se um
levantamento de informações sobre os aspectos históricos desde a saúde mental no
Brasil até pontuar a reforma psiquiátrica, sendo este um fator de extrema importância
para o reconhecimento das pessoas com transtorno mental como cidadãos de direito.
Este trabalho encontra-se dividido em dois capítulos, iniciando-se pela
introdução, com uma breve apresentação do trabalho. O primeiro capítulo tratou dos
aspectos históricos da saúde mental fazendo uma análise dos conceitos e a forma de
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como as pessoas com transtornos mentais eram tratadas. Pontuando também, alguns
aspectos da Reforma Psiquiátrica no Brasil. O segundo capítulo fala da intervenção
do assistente social no campo da Saúde Mental no CAPS de Viana. E por fim, as
Considerações Finais, destacando os principais marcos analisados durante esta
pesquisa.

1 LEGADO DA SAÙDE MENTAL: principais aspectos históricos

Inicialmente para se traçar qualquer assunto que se considere relevante


conhecê-lo, se faz interessante abordar algumas linhas explicativas buscando melhor
a compreensão daquilo que se fala, neste caso, a saúde mental. Para isso, faz-se um
regaste histórico sobre algumas noções de doenças mentais. Segundo estudos de
Witton & Murray (2004, p. 2-3), antigamente a pessoa com transtorno mental era
chamada de louca, isto devido apresentação de “transtornos atitudinais e
comportamentais que denotava falta de juízo ou senso de discernimento das coisas”.
Pessoa essa, que era excluída do meio social por preconceito e maldade.
Quem possui um poder aquisito maior, quando tinha um membro da família com algum
tipo de transtorno mental o mantinha em local isolado sob auxílio, assistência de
alguém responsável para cuidar dele. Quanto as pessoas de classe baixa, eram
deixadas pelas ruas ou lugares distantes da sociedade completamente abandonados
e sem nenhum cuidado.
Em congruência a essa definição, Pelbart, Silveira e Braga (2005) pontuam
que para entender o histórico desse fenômeno nominado de loucura, é necessário
refazer um estudo retórico sobre o processo histórico de quase dois séculos. Nessa
direção, coloca-se que a doença mental veio à tona não por preocupação na busca
pela cura, mas sim pela maneira fútil e muitas vezes desumanas em excluir os doentes
do convívio em sociedade, pois não se encaixavam no que era tido como prática do
“normal”. (PELBART, 1989; apud SILVEIRA; BRAGA, 2005).
Em relação sobre a classificação e definição, vulgarmente a pessoa com
transtorno mental recebia sua destinação, se normal, assim definidos antigamente,
podiam viver em sociedade, se não, eram chamados de louco e removidos,
despachados de seus lares sem o menor conforto e/ou preocupação com suas vidas.
Mais adiante de acordo com outros estudos, realizados por Foucault (1978),
foram encontradas fontes históricas de que no período do Renascimento, havia fortes
7

imbricações da loucura, com a segregação do fenômeno abordado como “Nau dos


loucos”, isto voltado para os indivíduos considerados alucinados, os quais eram
colocados em embarcações e seguiam navegando sem destino, como forma de
recuperar a sanidade. Tal prática era entendida como um método de salvar a
sociedade e a eles mesmo desse mal, evidenciando novamente, a exclusão de
pessoas com transtornos mentais.
A doença mental no período da Antiguidade e da Idade Média, era tida como
uma questão privada e o poder público só intervia em assuntos diretos (validação ou
anulação de casamentos em que o cônjuge enlouquecia). Era comum a atribuição do
comportamento esquizofrênico3 às pessoas demoníacas, em virtude de a doença
causar atitudes estranhas dando a impressão ou alucinação da existência de algo ou
alguém sob situações as quais não existem.
Delimitando esse contexto, nota-se que as pessoas que tinham transtornos
mentais, eram vulgarmente chamadas de loucas, o que nessa época era algo comum,
Foucault (1978), em suas pesquisas sobre esse fenômeno descreve que:

[...] o louco era considerado até o advento de uma medicina positiva como
um possuído. E todas as histórias da psiquiatria até então quiseram mostrar
no louco da Idade Média e do Renascimento um doente ignorado, preso no
interior da rede rigorosa de significações e mágicas. (FOUCAULT, 1978,
p.52).

Nesse segmento, Resende (2001) aponta que na Grécia e Roma Antiga, os


tratamentos médicos eram restritos, favorecendo somente quem podia pagar, como:

As famílias com posse mantinham seus loucos em casa frequentemente sob


a guarda de assistentes especialmente contratados, os auxiliares
psiquiátricos de então. Aos pobres era permitido vagar pelos campos ou pelos
mercados das cidades, sua sobrevivência assegurada pela caridade públicas
ou pequenos trabalhos realizados para particulares (RESENDE, 2001, p. 21).

Nos meados dos séculos XVI e XVII para a estadia da pessoa denominada
de louca surgiram os Hospitais e as Santas Casas de Misericórdia, essas instituições
eram tidas com espaço de acolhimento piedoso, espaço de caridade, nos quais os
religiosos recebiam os excluídos e cuidavam deles, como por exemplo as pessoas
doentes, ladrões, prostitutas, loucos e miseráveis. Agiam em prol do outro para dar-

3A esquizofrenia é um transtorno mental complexo que afeta homens e mulheres. Trata-se da pessoa
que sofre de uma doença psiquiátrica conhecida pelos sintomas de ouvir e ver coisas que, na verdade,
não existem. (APA, 2003, p. 149).
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lhes algum conforto e de certo modo, diminuir seu sofrimento. (AMARANTE,1998;


FOUCAULT, 1984).
Nota-se que essas pessoas eram abandonadas por suas famílias, não
ficavam diretamente à mercê de um destino cruel graças a compaixão de pessoas
distantes que os acolhiam de bom grato. Essas instituições eram mantidas por verbas
recebidas por caridades, doações e ajudas de comunidades.
Nessa época, era completamente restrito locais de acolhimento para o público
que sofria algum tipo de transtorno mental, dessa forma:

Os loucos, antes das fundações do hospício, se tranquilos, eram acolhidos


pela sociedade e assim podiam circular livremente; porém, se agitados e
agressivos eram reclusos nas cadeias públicas. Além do critério
comportamental, a classe social definia a abordagem do louco, pois os ricos
eram tratados em domicílio ou enviados para tratamento na Europa (ROSA,
2008, p. 87).

No final do século XVII, os hospícios foram se proliferaram. Com isso, a


repressão e exclusão aos doentes mentais passaram a ser um fato econômico ao
invés de religioso, pois com o desenvolvimento mercantilista, os portadores de
transtorno mental eram considerados improdutivos. Como resultado, os hospícios
continuavam não tendo a função de tratamento, e sim de isolamento, por serem
considerados “indesejáveis”. (KODA, 2002).
Nesses locais, por não ter um acompanhamento familiar e nem fiscalização,
muitas vezes, os pacientes eram tratados de forma desumana e cruel. Eram
torturados, castigados e seus atendimentos eram bastante precários e sem tratamento
adequado para cada pessoa. Muitas vezes, recebiam tratamento de choques, eram
tratados como animais, vivendo em condições desumanas, dormindo em lugares
sujos, sobre capim com fezes e urina.
Parafraseando essas linhas, os autores Esquirol (1818); Ugolotti (1949),
destacam que esses pacientes recebiam seus atendimentos diários sob punições de
forma diferenciada e cruel, onde:

Eles são mais maltratados que os criminosos; eu os vi nus, ou vestidos de


trapos, estirados no chão, definidos da umidade do provimento apenas por
um pouco de palha. Eu os vi privados de ar para respirar, de água para matar
a sede, e das coisas indispensáveis à vida. Eu os vi entregue às mãos dos
verdadeiros carcereiros, abandonados a vigilância brutal destes. Eu os vi em
ambientes estreitos, sujos, com falta de ar, de luz, acorrentados em lugares
nos quais se hesitaria até em guardar bestas ferozes, que os governos, por
luxo e com grandes despesas, mantêm nas capitais” (ESQUIROL,1818, apud
UGOLOTTI, 1949, p. 153).
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Adiante, no século XVIII, com os princípios da Revolução Francesa em alta, a


Declaração dos Direitos Humanos nos Estados Unidos começou a crescer e com elas
o número de denúncias contra as internações e as condições de tratamento nas
instituições foram emergindo. Iniciou-se então, um movimento de reforma psiquiátrica,
por Pinel na França, uma nova ordem social era direcionada, pela primeira vez os
loucos seriam separados dos demais. (ODA, 2007).
Neste recorte histórico, é possível se notar os avanços dentro do cenário
frente as mudanças no acesso a direitos e melhorias no campo da saúde mental,
principalmente na questão da discriminação para com as pessoas com algum tipo de
transtorno mental. Uma vez que, sua exclusão e tratamento necessitavam de olhar
mais enfático no tocante das condições em que eram tratados.
A partir do século XIX, o enfoque passou a ser o tratamento/diagnóstico da
loucura, dando espaço, principalmente, no atendimento em clínicas. O que de acordo
com Castro (2009, p. 80), “[...] não é uma ciência [...] é o resultado de observações
empíricas, ensaios, prescrições terapêuticas, regulamentos institucionais”.
Sendo está, uma concepção discursiva e associada, a partir das obras de
Michel Foucault, que trazem a ideia de que a clínica responde a uma reestruturação
das formas do ver e do falar. Diferentemente da ideia de pessoas, que
automaticamente interligavam a noção desses procedimentos e tratamentos
realizados nessas instituições, como locais de exílio e prescrições de remédios para
controlar o comportamento de uma pessoa com transtorno mental.
Sobre Pinel, destaca-se que ele foi uma importante figura na revolução em
favor ao setor mental, criou a concepção de doença mental, a qual foi sucessora na
criação de várias instituições para fins de tratamento de pessoas acometidas da
doença mental, no entanto, a finalidade era tratá-los e educá-los. Surgem os
manicômios ou asilos como espaços destinados ao “tratamento” da loucura por meio
da psiquiatria (PESSOTTI, 1994).
Observa-se, que Pinel foi um grande precursor em meio a saúde mental,
surgindo como um revolucionário no sentido de cuidar, de dar um novo olhar ao
tratamento da pessoa com transtorno mental. Trazendo a essas pessoas, uma chance
de serem tratados como cidadãos que são.
Nessa direção, Amarante (2003) ressalta a importância de Pinel para a
expansão dos serviços da saúde mental:
10

A loucura passa a receber definidamente o estatuto teórico de alienação


mental, o que imprimirá profundas alterações no modo como a sociedade
passará a pensar e a lidar com a loucura daí por diante. Se por um lado, a
iniciativa de Pinel define um estatuto patológico para a loucura, o que permite
com que esta seja apropriada pelo discurso e pelas instituições médicas, por
outro lado, abre um campo de possibilidades terapêuticas, pois, até então, a
loucura era considerada uma natureza extrema humana, estranha à razão.
Pinel levanta a possiblidade de cura a loucura, por meio tratamento moral, ao
entender que alienação é produto de distúrbio da paixão, no interior da própria
razão e não a sua alteridade. (AMARANTE, 2003a, p. 42).

Sobre esse assunto, sob a observância das considerações de Foucault,


pontua algumas considerações acerca de Pinel, que defendia a cura da loucura por
meio de um “tratamento da moral”, que consistia em uma pedagogia normalizadora
com horários e rotina estabelecidas¸ atividades de trabalho, lazer e medicamentos e
a presença das famílias nos saguões dos hospitais.
Para esse autor, o tratamento moral fundamentava-se em uma esperança de
mudanças significativas no comportamento do doente, por meio de atitudes mais
humanas e firmes da equipe técnica dos hospitais, “surge uma arte de delimitação
desse espaço físico, onde são fundamentais os princípios de vigilância constante e
registro contínuo, de forma a garantir que nenhum detalhe escape a esse saber”.
(FOUCAULT, 1978, p. 12).
Nessa dimensão, observa-se a rigidez no tratamento das pessoas
consideradas loucas, que em muitos casos, era completamente desumano e uma
afronta ao que se define como direitos humanos e respeito ao próximo como rege a
legislação constitucional na questão dos direitos e garantias fundamentais. Quadro
esse em que a família representa um papel crucial no acompanhamento do tratamento
e atendimento da pessoa que recebia tal serviço.
Dessa forma, de acordo com Hirdes (2013), pode se considerar que a
Psiquiatria no Brasil se desenvolveu efetivamente somente a partir do século XIX,

Com os médicos - cirúrgicas, formando os doutores em Medicina que


substituíram os físicos e os cirurgiões-barbeiros, influenciados principalmente
pela Medicina francesa, mas também pelas escolas alemãs e inglesas, os
médicos brasileiros desse período realizaram as primeiras pesquisas
científicas e criaram os primeiro institutos para o estudo de doenças, que já
gozam de larga fama: Instituto Adolfo Lutz, Instituto Osvaldo Cruz e Instituto
Manguinhos.(HIRDES, 2013, p. 117).

Os avanços acerca de locais e recursos para atendimento das pessoas com


transtornos mentais foi crescendo e evoluindo gradativamente juntamente dos
profissionais na área da saúde mental, surgindo assim, melhores opções e
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abrangência nos serviços de quem precisava de tratamentos diversos e podia tanto


pela precariedade quanto pela falta de setores apropriados para inúmeros
atendimentos nesse campo.
Em seguida, intuições públicas semelhantes foram construídas, a exemplo
delas, Nascimento (2012) cita as principais como em:

São Paulo, Pernambuco¸ Bahia e Minas Gerais, (com a urgência que existia
não permitia que esperassem hospitais definitivos, recorrendo-se as
instalações provisórias das Santas Casas de Misericórdia), ressaltava- se o
discurso do médico, representado pela Sociedade de Medicina Brasileira, que
destacava a necessidade de um tratamento nos moldes praticados na
Europa. Assim também no Brasil, a ideologia da instituição psiquiátrica
tendeu desde o início para a exclusão. (NASCIMENTO, 2012, p. 229).

Sobre essas colocações, salienta-se que a falta da criações desses hospitais


psiquiátricos resultava na contínua necessidade cada vez mais berrantes de locais
específicos para cuidar e tratar das pessoas com algum tipo de transtorno mental e
sua acolhida quando fosse o caso.
Em 1890, o hospício deixa de ser vinculado às Santas Casas, possibilitando
os médicos autonomia de aplicar seus conhecimentos desvinculando as práticas
religiosas. No entanto os indivíduos portadores de doença mental passam a ser
internados em hospitais especializados a partir da segunda metade do século XIX,
porém esse atendimento concentrava-se apenas nas cidades desenvolvidas.
(NASCIMENTO, 2012, p. 229).
Tendo em vista esse acontecimento frente aos avanços no cenário da saúde
mental, a seguir fala-se dos principais aspectos da Reforma Psiquiátrica brasileira
nesse campo, bem como sua importante influência para melhorias e avanços para
pessoas que necessitam de inúmeros acessos, a qual trouxe mudanças significativas
na rede de serviços públicos em relação ao atendimento as pessoas portadoras de
doenças mentais.

1.1 MARCOS E ORIGENS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA

A trajetória da Reforma Psiquiátrica brasileira se configura em um cenário


repleto de desafios e superações ocorridas a passos lentos. Assim, para discorrer a
respeito da construção da assistência em Saúde Mental, é necessário realizar um
recorte histórico pontuando alguns aspectos da Reforma Psiquiátrica. Cabendo
12

realçar, que esse processo impulsionou significativas mudanças no curso das práticas
dos novos serviços de Saúde Mental.
Em sua historicidade, sublinha-se que o movimento da Reforma Psiquiátrica
no Brasil teve início na década de 1970, surgindo em momentos de evolução
conceitual-filosófica com implicações ligadas diretamente ao doente mental. Como
relatam Colvera e Machado (2000), essa época foi marcada por debates bastante
enfáticos relacionados aos direitos humanos dos pacientes institucionalizados nos
manicômios. (COLVERA & MACHADO, 2000).
A reforma da psiquiatria veio, no sentido de questionar a instituição asilar e as
práticas médica, visando humanizar a assistência. Assim em um primeiro momento
dessa Reforma, Oliveira (2012) pontua sobre uma relação de cidadania com,

O resgate da dívida social para com os loucos/doentes mentais. Há, na


produção teórico-política deste período, a suposição de que, por terem sido
excluídos socialmente ao longo da história, os doentes mentais haviam
perdido os direitos de cidadania. (OLIVEIRA, 2012, p. 21).

Contextualizando o descrito, Costa-Rosa (2000) afirma que para haver uma


mudança radical em relação ao modo e local de cuidar e acolher, não basta que haja
apenas variações nos dispositivos institucionais. É necessário que eles superem, de
maneira qualitativa e quantitativa, os recursos asilares e se estruturem segundo a
lógica oposta à do hospital psiquiátrico.
A reforma ganhou fôlego após a aprovação da Lei da Reforma Psiquiátrica
(Lei 10.2016), que reconheceu as pessoas com transtornos mentais como cidadãos
de direito, buscando regulamentar suas relações com outros doentes, profissionais da
saúde, profissionais do direito, a sociedade civil e o Estado, determinando as
atribuições de cada um.
Frente a essa ação, é notório que a reforma psiquiátrica foi um processo muito
importante que direcionou grandes mudanças nas práticas de atendimento no campo
da saúde mental. Amarante (2003, p. 119) comenta que esse fato “[...] constitui- se
como um processo histórico de formulação da crítica e prática, que tem por objetivo e
estratégias o questionamento e elaboração de proposta e transformação do modelo
clássico e do paradigma da psiquiatria”.
Sobre os avanços dessa trajetória, o autor supracitado sublinha que a 1ª
Conferência Nacional em Saúde Mental
13

Foi um marco no processo da Reforma no Brasil, ao levantar recomendações


importantes, como: orientar que os trabalhadores em saúde mental
buscassem realizar seu trabalho juntamente com a sociedade civil, não só
com o objetivo de redirecionar sua prática institucional, como para buscar a
democratização desses espaços; formular e programar políticas nessa área,
com a participação da população usuária, reconhecendo os espaços de
mobilização popular. (AMARANTE, 2003, p. 163).

Nesse percurso no final dos anos de1980, surgiram outros acontecimentos


que também marcaram as lutas desse processo no Brasil, dentre os quais se destaca
a 8ª Conferência Nacional em Saúde; o II Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Saúde Mental, que ficou conhecido como o congresso de Bauru-SP, cuja bandeira de
luta foi “Por uma Sociedade sem Manicômios”. (HEIDRICH, 2015).
Em 1987, aconteceu a I Conferência Nacional de Saúde Mental, que aborda
como tema principal a discussão das relações entre cidadania e doença mental. Sua
estrutura consistiu em três temas básicos:

I – Economia, Sociedade e Estado: impactos sobre saúde e doença mental;


II – Reforma Sanitária e reorganização da assistência à saúde mental; III –
Cidadania e doença mental: direitos, deveres e Legislação do doente mental
(BRASIL, 1987, p. 15).

Dessa forma, o objetivo da I Conferência era de fortalecer o Movimento dos


Trabalhadores de Saúde Mental e de ruptura do processo de institucionalização,
confinamento, baseado na substituição dos manicômios por outras práticas
terapêuticas e a cidadania do doente mental.
Posteriormente, já nos anos de1990, o movimento da Reforma Psiquiátrica
obteve grandes avanços nos fatores políticos e estratégicos na luta por serviços
específicos em saúde mental e na construção de experiências de tratamento e
assistência aos usuários dessa política, que vem sendo pautada nos princípios do
Sistema Único de Saúde (SUS). (AMARANTE, 2003, p. 164).
Dessa forma, as Conferências Nacionais de Saúde Mental foram realizadas
em importantes momentos históricos da política de saúde mental brasileira, surgem
como forma de reafirmação dos princípios da reforma psiquiátrica, na construção de
políticas sociais para as pessoas com transtorno mental.
Anos depois, aconteceu a II Conferência Nacional de Saúde Mental em
1992¸que teve uma ampla mobilização frente a ampliação e efetivação de novos
princípios em defesa dos doentes mentais. Destacando como pontos relevantes dessa
Conferência, o aprofundamento nas críticas ao modelo assistencial, Medeiros (2003),
14

elucida sobre sua estruturação a qual se consistiu em três subtemas: I – Rede de


atenção em saúde mental; II – Transformação e cumprimento de leis; II – Direito a
atenção e direito à cidadania.(MEDEIROS, 2003).
Em dezembro de 2001¸ aconteceu a III Conferência Nacional de Saúde
Mental, tendo como tema central a discussão da cidadania e doença mental¸ propondo
reversão da tendência hospitalocêntrica4 e psiquiatrocêntica5, dando prioridade ao
sistema extra hospitalar e multiprofissional. Apontando e fortalecendo alguns pontos
essenciais na garantia de melhorias e cuidados a saúde mental sendo:

I - A extinção de todos os leitos em hospitais psiquiátricos no Brasil; II - a


abolição do eletrochoque; III - a compreensão dos serviços substitutivos como
meio, e não como fim¸ visando a reinserção social das pessoas portadoras
de sofrimento psíquico. (BRASIL, 2001, p 18)

Mais adiante, ocorreu a IV Conferência Nacional de Saúde Mental, realizada


em 2010, e teve como tema Saúde Mental: direito e compromisso de todos no intuito
de consolidar avanços e enfrentar desafios no que se refere a questão técnica e
conceitual; a dimensão teórico-assistencial e a dimensão jurídico-político e a
dimensão cultural. (BRASIL, 2010).
Dentre os desafios postos à Reforma, há um consenso sobre a necessidade
da sociedade em conviver de forma mais harmônica com os diferentes e o
reconhecimento das potencialidades dessas pessoas, que não estão à margem da
sociedade, por assim dizer, que têm capacidade de trabalhar e de produzir,
respeitando e valorizando o próximo dentro de suas peculiaridades.
Nos últimos anos, o autor Heinrich (2015) aponta uma forte valorização, por
mérito, de diversas “expressões culturais e artísticas de portadores de transtornos
mentais”. Com isso, é possível, futuramente, em todo o país brasileiro, encontrar
artistas usuários de serviços de Saúde Mental produzindo alguma arte, pintando,
gravando, escrevendo, expondo suas obras orgulhosos de seus dons e valores.
(HEIDRICH, 2015).
O que provavelmente, acarretará uma segura manifestação e amostra de
cidadania e pertencimento a esse mundo do mercado que compra e vende arte.

4
hospitalocêntrica são cuidados da saúde em hospitais, uma remediação com a doença já instalada,
ao invés de utilizarem a forma de prevenção primária (não precisariam ir ao hospital).
5 psiquiatrocêntica é o estudo centralizado e a tratamento das doenças mentais. O seu objetivo é
prevenir, diagnosticar, tratar e reabilitar os distúrbios da mente.
15

Comentando que esse é um ponto que, infelizmente a sociedade ainda reage contra
se distanciando do consenso plausível e coletivo, sobre essas práticas e valores.
Mesmo assim, não se pode negar que essa é uma tendência que vem se tornando
hegemônica e que dependendo do ponto de vida de cada um, pode se tornar uma
realidade constante.
Um desafio que dificulta a vida de quem necessita dos serviços da saúde no
entorno da doença mental com frequência e a longo prazo na questão de tratamentos
permanentes e assistenciais. Mesmo reconhecendo os avanços dentro desse cenário,
é notório também que ainda há muito por ser feito precisando da adoção e ampliação
de muitas políticas para a melhoria da saúde mental.

2 O SERVIÇO SOCIAL NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO


MUNICÍPIO DE VIANA: apresentação e caracterização

Na caracterização do campo de pesquisa deste trabalho, apresenta-se o


Centro de Atenção Psicossocial do município de Viana como local selecionado. Essa
instituição tem por missão um trabalho voltado no atendimento e acompanhamento
de pessoas do quadro da saúde mental no que tange ao processo de reinserção social
e tratamento dos usuários. Trabalhando sempre o controle social e realizando
atividades institucionais, que proporcionaram um aprendizado valioso para as futuras
atividades profissionais na área de Serviço Social.
Dentre as informações colhidas sobre o histórico desse local, encontrou-se
que o Centro de Atenção Psicossocial municipal foi aprovado pela câmara municipal
em 2005 e implantado em 2007, com o propósito de atender e suprir as necessidades
em saúde mental. A respeito da atuação do Assistente Social em suas atividades no
CAPS de Viana deu início por volta do dia 05 de março de 2017, se firmando em 11
de maio do mesmo ano. (ENTREVISTADO 01, 2022).
Sobre o quadro de funcionários do referido local, grifa-se que este possuía
nessa época de fundação apenas pessoas contratadas, com relação a área e
formação profissional de assistente social, em que eram pessoas vindas de outros
municípios e via contratação meramente a cargos políticos, alguns sem formação na
área do serviço social e áreas especificas afins.
Atualmente o Centro de Referência Psicossocial (CAPS) de Viana está
funcionando em prédio alugado para atendimento, armazenamento e serviços
16

diversos. Sobre a estrutura física do prédio. Estruturalmente em seu espaço físico, o


prédio é alugado e disponibiliza de oito salas para o atendimento do público e mais
duas dependências para uso de funcionários, sendo:

Uma sala de triagem, duas sala de atendimento, uma sala de espera, onde
são destruídas as fichas com senhas de ordem para o atendimento de cada
usuário, um sala específica para atendimentos mais críticos, uma recepção,
uma farmácia, um almoxarifado, uma secretaria, uma cozinha e dois
banheiros (um feminino e uma masculino). (CAPS/VIANA, 2022).

Em relação a sua localização atual, esse prédio encontra-se localizado na


Avenida Luís de Almeida Couto, próximo à Caixa Econômica da cidade, no CEP:
65.215-000. Os dias de atendimento ao público é de segunda a sextas feiras, no
horário das 07:00h às 13:00 para consultas periódicas, bem como retornos e
tratamento via acompanhamentos, e para outros atendimentos das 07: 00h as 18:00h
com intervalo de almoço das 12:00h às 14:00h.
O Centro de Atenção municipal atende uma demanda de usuários muito
grande. Onde para os específicos prestado pelo assistente social chegam
aproximadamente umas 20 pessoas por dia, no geral, esse setor atende cerca de 60
a 70 pessoas diariamente. Essa instituição, encontra-se funcionando hoje com 18
funcionários, sendo:

Apenas um concursado, os outros todos contratados, sendo do quadro


médico e técnicos: um psicólogo, um assistente social, um psiquiatra, um
enfermeiro, um fisioterapeuta, um terapêutica ocupacional e um técnico de
enfermagem; da área administrativa e gestão: um coordenador, dois
recepcionistas, um digitador, um auxiliar de farmácia; das outras áreas: dois
vigias, um motorista, um AOSD e, conta ainda com um guarda municipal
como apoio no serviço comunitário e preventivo diário. (CAPS/VIANA, 2022).

A efetivação desse setor no município trouxe grandes melhorias a população


que necessita dos procedimentos e atendimento voltados a saúde mental,
principalmente na questão de tratamentos com medicamentos e orientações sobre
eles. Um serviço de referência e tratamento para pessoas que sofrem de transtornos
mentais severos e/ou persistentes incluindo transtornos relacionados a substâncias
psicoativas como álcool e drogas. Buscando amenizar e tratar as crises de surtos,
para que essas pessoas possam se recuperar, ter autonomia e se reinserir nas
atividades cotidianas, minimizando os índices de internações em hospitais
psiquiátricos.
17

Segundo o Ministério da Saúde (2004), o objetivo do CAPS é oferecer


atendimento à população de sua área de abrangência realizando o acompanhamento
clínico e a reinserção social dos seus usuários pelo acesso ao trabalho, lazer,
exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Em
suma, trata-se de um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser
substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos.
Em complemento Veloso et al (2014, p. 61) corrobora que o CAPS,

É o contrário ao modelo psiquiátrico institucionalizado e opera sob o novo


modelo da reforma psiquiátrica, o modelo da atenção psicossocial, que vai
além de uma porta aberta para recepcionar e acolher. Trata-se de ouvir a
demanda do paciente visando à possibilidade de ajudá-lo a se refazer e
resgatar valores que ficaram perdidos no decorrer da vida, em especial nos
casos de pacientes com longo histórico de institucionalização ou situação de
rua.

Do público atendido no Centro de Atenção Psicossocial Municipal de Viana,


sublinha-se que a maioria são famílias de baixa renda e totalmente desestruturadas,
que necessitam e dependem completamente do serviço público para realizar o
tratamento necessário.
Em sua magnitude, como o principal objetivo do CAPS de Viana, assim como
dos demais municípios, é a recuperação dos pacientes com transtornos mentais,
pacientes que sofre de esquizofrenia, depressão e usuários de drogas que são o
público-alvo da instituição, frisa-se que essa unidade presta seus serviços buscando
o convívio social desses usuários com a participação da família, para que esse
processo seja satisfatório e benéfico.

2.1 AS CONTRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL NO CAPS: REFLEXÕES E


RESULTADO DA PESQUISA

Ao se refletir sobre as contribuições do assistente social no CAPS Municipal


de Viana, analisa-se inicialmente algumas considerações viáveis diante da realidade
dessa comunidade, a qual caminha ainda, de certa forma, lentamente em se tratando
de recursos e avanços importante nesse cenário, como por exemplo, maior
disponibilidade de profissionais, medicamentos e acompanhamentos domiciliares.
Com base no tocante das descrições em relação as atividades do assistente
social no Centro de Atenção Psicossocial, a priori destaca-se que os atendimentos
18

principais consistem em visitas domiciliares, reunião com famílias e com a equipe da


instituição, são feitos também preenchimento de registro ambulatoriais de saúde,
orientações sobre o benefício de prestação continuada, orientações sobre o
tratamento fora do domicílio dentre outras.
No que diz respeito aos demais serviços realizados e atividades
desenvolvidas pelo CAPS no atendimento social ao usuário são:

Orientações sobre laudo pericial, orientações sobre Tratamento Fora do


Domicílio (TFD), orientações sobre Benefício de Prestação Continuada (BPC)
e processos de curatela, preenchimento de Registro de Ações Ambulatoriais
de Saúde (RAAS), visitas domiciliares com a equipe multidisciplinar onde
vivenciamos situações reais do exercício profissional, leituras sobre Centro
de Atenção Psicossocial e os tipos de CAPS, processo de trabalho do
assistente social dentro da instituição, avaliação e linguagem de relatórios,
laudo e pareceres além de reuniões com as famílias e com a equipe
multidisciplinar da instituição. (CAPS/VIANA-MA, 2022).

Ainda no que tange os serviços disponibilizados nessa unidade, destaca-se


como os principais e de rotina:

Serviços de orientação ao paciente, palestras e orientações, visitas diárias


aos leitos e orientando os visitantes, parentes e enfermos dos devidos
procedimentos a serem tomados, bem como orientações sobre normas e
rotinas do hospital, preenchimento da ficha social entre outros. Na prática são
realizadas algumas atividades voltadas a área de estudo, principalmente as
de visitas aos leitos, acolhimento social, preenchimento de ficha social e, com
ênfase leitura das orientações sobre BPC, TFD. Sendo estas as rotinas
levando em considerações o aperfeiçoamento e conhecimentos dos
principais serviços do Centro de Atenção Psicossocial Municipal.
(CAPS/VIANA-MA, 2022).

Considerando a importância do envolvimento de diferentes atores sociais do


Estado e da sociedade civil, na viabilização dos meios necessários para que se possa
ser garantido o direito dos usuários atendidos no Centro de Atenção Psicossocial, a
relação do assistente social pesquisado com os usuários dos CAPS é fundamentada
nas orientações contidas nos instrumentos normativos exclusivos da categoria, tais
como: Código de Ética do Assistente Social e a Lei de Regulamentação da Profissão
nº 8.662/1993, assim como por outras legislações fundamentais para respaldar o
trabalho dos assistentes sociais, na perspectiva de garantir as respostas das
demandas dos usuários. (BRASIL, 1993).
Destarte, sublinha-se que o trabalho dos assistentes sociais nesses meios de
atendimento e acolhida pública resulta de uma ação imprescindível para levar adiante
essa reorganização social e de acesso aos direitos universais. Com base nesse
19

tocante, é possível se realizar e favorecer a valoração e diagnóstico social, uma vez


que remete o paciente a outros serviços e recursos dos quais tem direito e, que
atualmente se configuram nos recursos do sistema sanitário de saúde e dos serviços
sociais essenciais.
Conforme já mencionado, no CAPS é realizado um trabalho multiprofissional,
onde cada profissional contribui com aspectos específicos de suas áreas de formação,
dentre os quais os assistentes sociais realizam ações junto aos usuários dos serviços,

A partir de um olhar específico do profissional de Serviço Social no que


concerne à interpretação das mazelas sociais, pois “para apreender o
significado social da prática profissional supõe inseri-la no conjunto das
condições e relações sociais que lhe atribuem um sentido histórico e nas
quais se torna possível e necessária” (IAMAMOTO, 2004, p. 88).

Os profissionais que atuam nesse CAPS trabalham em turnos alternados,


sendo uma no período matutino e a outra no período vespertino. Isto com o intuito de
compreender como é realizado o trabalho da assistente social na instituição, foi
aplicado um questionário com a esquipe trabalhadora do CAPS, em que houve
apenas um entrevistado, que foi a assistente social dessa localidade.
A qual forneceu elementos condizentes para embasar a pesquisa de campo
e assim levantar informações para a análise dos resultados aceca das condições de
atuação profissional e refletir sobre as ações desenvolvidas no processo de trabalho
em equipe. Desse forma, procurou-se compreender o objeto de estudo a partir das
determinações que constituem o trabalho cotidiano com os usuários com transtorno
mental atendidas no Centro de Atenção Psicossocial de Viana.
A data escolhida para a realização da entrevista foi o dia 25 de abril de 2022,
pois a assistente social estava presente e disponível para aplicação do questionário.
Na oportunidade, cabe registrar que não houve nenhum entrave e a entrevista foi
realizada com sucesso. Os serviços de atenção à saúde mental, atendem pessoas
com transtornos mentais severos e persistentes, como psicoses e neuroses graves,
buscando amenizar e tratar as crises para que estas pessoas possam recuperar sua
autonomia e se reinserir nas atividades cotidianas.
Por possibilitar que seus usuários voltem para casa todos os dias, os CAPS
evitam a quebra nos laços familiares e sociais, fator muito comum em internações de
longa duração e que tem o compromisso de retirar a loucura do enclausuramento e
do isolamento em que vive há tantos anos. (PEREIRA, 2011).
20

No embasamento teórico, como remete Bisneto, o Serviço Social nesse


espaço sócio-ocupacional teve maior possibilidade de atuação do que nos antigos
modelos de tratamento psiquiátrico, conforme colocado por Bisneto (2009, p. 61) com,

O Movimento da Reforma psiquiátrica o assistente social não deve ser


apenas o profissional do “cuidado”, da “atenção”, mas o técnico que pode
desenvolver a crítica à sociedade burguesa e à loucura na sua correlação
com o capitalismo. O assistente social não deve apenas se munir de técnicas
para atuar na Saúde Mental, mas sim desenvolver metodologias, avançando
na análise crítica da sociedade nas suas refrações com a loucura, para daí
conceber as mediações para intervenção no campo psiquiátrico.

Ao seguir para o roteiro da entrevista aplicada com a assistente social da


unidade pesquisada, a primeira foi: 1) Qual a principal atividade que você como
assistente social desenvolve no CAPS? Como resposta a entrevistada intitulada de
01 respondeu da seguinte maneira:

No geral, se tivesse contingente suficiente seria: Desde atender indivíduos


que apresentam transtornos mentais, tentar solucionar problemas que
circundam os pacientes, tais como: sociais, políticos e econômico, se
possível, organizar a atenção psicossocial nos municípios e assim,
proporcionar reinserção social aos pacientes, por meio do acesso ao trabalho,
atividades de lazer, entre outros. Mas a realidade é um pouco diferente, em
que nossas atividades consistem comumente na orientação e
acompanhamento do uso de medicação, atendimento domiciliar e aos
familiares. (ENTREVISTA 01, 2022, p. 19).

Assim, ao analisar o trabalho do assistente social é de fundamental


importância considerar “[...] a questão social como base de fundação sócio-histórica
do Serviço Social e a prática profissional como trabalho e o exercício profissional
inscrito em um processo de trabalho” (IAMAMOTO, 2004, p.57).
Na aplicação da segunda pergunta a assistente social, que foi: 2) No seu
ponto de vista os Programas propostos pelo CAPS atendem às necessidades
apresentadas pelos usuários?

Atender não, na verdade, raramente suprem, pois a demanda de público é


vasta, ficando algumas necessidades sem uma satisfação positiva dentro dos
parâmetros almejáveis. Sendo crucial diversas melhorias, como na questão
da abrangência dos atendimentos e desmobilização de mais profissionais.
(ENTREVISTADA 01, 2022, p. 20).

Durante esta pesquisa foi possível identificar a escassez de recursos físicos


como uma das principais dificuldades enfrentadas pelos profissionais do CAPS.
Segundo relato da entrevistada, na data de hoje estava programada uma visita
21

domiciliar, mas devido alguns impasses locais em relação a indisponibilidade de


transporte não foi possível a realização das visitas agendadas.
Partindo para terceira pergunta, a observação acima colocada, já transmite
uma certa noção da resposta que virá, sendo: 3) O CAPS de Viana dispõe de todos
os recursos necessários para um atendimento de qualidade aos usuários?

A gestão atual faz o possível para dispor dos recursos principais para que o
atendimento e serviços do CAPS vianense seja prestado da melhor maneira
e com qualidade, mas como se sabe, a realidade de muitas instituições
dificilmente consegue dispor de recursos suficientes, pois o público recebido
nesta unidade é muito grande. (ENTREVISTADA 01, 2022, p. 20).

Nesse sentido, cabe salientar que os CAPS se caracterizam como um espaço


sócio-ocupacional, nos quais vários profissionais têm sua atuação necessária, “dentre
os quais, o profissional de Serviço Social, que passa a atuar no sentido de minimizar
as expressões da questão social. A profissão do assistente social se legitima, em
princípio, vinculada ao surgimento e à expansão das políticas sociais e estatais”
(SILVA, 2016, p. 87-88).
Na terceira pergunta, que foi um pouco mais profunda, a resposta da
assistente social foi um tanto evasiva, em que se questionou? 4) Quais as dificuldades,
mais recorrentes, encontradas em seu dia a dia de trabalho?

Com nesta instituição é atendido o público de todas as faixas etárias para


transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias
psicoativas. Atende cidades e ou regiões com pelo menos 60 mil habitantes,
segundo dados do IBGE. Portanto, a maior dificuldade que o Serviço Social
enfrenta para a concretização do processo de trabalho no CAPS vianense se
constitui na escassez de recursos físicos, como computadores e materiais
diversos para o atendimento domiciliar. (ENTREVISTADA 01, 2022, p. 20).

Durante as perguntas, notou-se boa parte das vezes, que uma das maiores
dificuldades foi a falta de mais entrosamento em cada profissional diante de sua
atuação de forma concentrada apenas em sua área, deixando de lado as várias
possibilidades de quando se trabalha de forma articulada (assistente social 01).
Nesse sentido, é de extrema importância que haja troca de experiências
proporcionada pelo trabalho realizado de forma interdisciplinar, a fim de “tecer
diálogos que possam proporcionar diferentes formas de enxergar e abordar uma
realidade de trabalho”. Portanto pode-se considerar a Interdisciplinaridade “como um
conceito de análise porque trata de como o assistente social utiliza ou incorpora esse
22

conhecimento à sua prática profissional, e como acontece a relação e encontro com


outros sujeitos profissionais” (JORGE, 2017, p. 176).
Na execução da quinta e última pergunta, buscou-se verificar o ponto de vista
da entrevistada em relação a suas atividades e importância de seu trabalho na
instituição onde desempenha suas funções, que foi: 5) Como você avalia o papel do
Serviço Social no CAPS frente a Saúde Mental? Obteve-se a seguinte resposta:

A importância do trabalho do Assistente Social em qualquer área é imensa,


pois as ações profissionais são executadas da melhor maneira possível,
contribuindo com eficiência no tratamento dos usuários, por meio de ações
interventivas para a reabilitação e socialização de todos os envolvidos.
(ESTREVISTADA 01, 2022, p 21).

Nessa experiencia em campo, cabe reiterar uma observação por meio da


realização do roteiro de perguntas, que foi a ausência de interdisciplinaridade entre as
equipes, que muitas vezes atuam através de ações paliativas de cunho individual, a
dificuldade de transporte privativo da instituição para realização de atividades fora do
órgão e a limitação da integração da família no processo terapêutico do usuário.
Outro ponto a ser destacado, de algumas dificuldades na execução da visita
domiciliar, pois trata-se de um instrumento importante, por vezes requisitado ao
profissional, prioritariamente, de forma eletiva, ou seja, quando é verificado que o
usuário por algum motivo está sem condições de circular no território.
Em suma, o trabalho junto à rede de serviços é articulado com as intervenções
na família dos usuários dos CAPS, tanto em casos de pessoas que vivem sob o
mesmo teto ou no resgate dos vínculos familiares necessitando haver sempre
harmonia junto as rede de serviços, instituições públicas e da sociedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo procurou mostrar que o Serviço Social na área de saúde


mental é de grande relevância institucional, pois mediante o trabalho do assistente
social, é realizado um estudo de realidade social do usuário, o qual viabiliza todo o
seu traçado histórico, ou seja, procura-se resgatar a sua história, bem como seus
projetos e internações. Após, busca-se intervir na rede social do usuário como forma
de reinseri-lo em seu contexto sociofamiliar, por meio da desmistificação e os estigmas
da doença no meio social.
23

Com a pesquisa de campo, em resposta à pergunta lançada como hipótese,


ficou perceptível compreender o que o CAPS vianense, assim como os demais, possui
grande importância para os usuários, familiares e atendimento a suas necessidades,
conhecendo o que é realizado pelos assistentes sociais, o que justifica plenamente a
presença do Serviço Social dentro destas instituições.
Assim sendo, levando em consideração a discussão realizada no decorrer
deste estudo, bem como a sistematização dos dados coletados com a entrevista
aplicada, foi possível entender que o trabalho do assistente social na Saúde Mental,
especificamente nos CAPS, tem como base as condições históricas e materiais de
vida dos usuários que podem desencadear o sofrimento mental, que são
determinadas pelas contradições sociais decorrentes das relações entre as classes
sociais, em detrimento das práticas manicomiais conforme as leituras teóricas
consultadas durante a realização destas pautas.
Portanto, a partir da pesquisa ora realizada, pode se constatar que o Serviço
Social no CAPS de Viana, mesmo com dificuldades, realiza um trabalho
indispensável, pois é capaz de decifrar a realidade na perspectiva da efetivação dos
direitos, mesmo que ainda tenha muito o que conquistar e enfrentar diante da falta de
estrutura física e de acesso aos instrumentais necessários para uma efetiva
intervenção do assistente social com mais eficiência.

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26

APENDICE 1

APÊNDICE A - ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO COM ASSISTENTE


SOCIAL DO CAPS DO MUNICIPIO DE VIANA
Objeto da pesquisa: O trabalho do Assistente social no Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS)
Este questionário de entrevista apresenta questões elencadas que irão guiar a
pesquisadora em identificar quais são os desafios e limitações do trabalho com a
saúde mental. Tendo como tema: Trabalho do Assistente Social.
1 – Qual a atividade você como assistente social desenvolve no CAPS?

2 – No seu ponto de vista os Programas propostos pelo CAPS atendem às


necessidades apresentadas pelos usuários?

3 – O CAPS de Viana dispõe de todos os recursos necessários para um


atendimento de qualidade aos usuários?

4 – Quais as dificuldades, mais recorrentes, encontradas em seu dia a dia de


trabalho?

5 – Como você avalia o papel do Serviço Social no CAPS frente a Saúde Mental?

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