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ESTUDOS DOS
MEDIA
DESIGN DE COMUNICAÇÃO
JOANA CRUZ Nº13294
FACULDADE DE BELAS-ARTES DA UNIVERSIDADE DE LISBOA
ANO LETIVO 2021-2022
Estudos dos Media
Joana Cruz
Nº 13294
Neste texto, Hannah Arendt aborda tudo o que envolve a cultura, desde os seus
primórdios até aos dias de hoje, começando por distinguir sociedade de sociedade
de massas. A sociedade valoriza e desvaloriza a cultura, sendo esta usada para
benefício próprio como processo de progressão social, e, sendo os objetos culturais
vistos como um valor de troca e mercadoria. Em contrário, a sociedade de massas
não necessita de cultura, pois esta é controlada pelo consumismo do
entretenimento.
A cultura de massas aparece aqui em jogo quando a sociedade de massas se
apodera dos objetos culturais, ao criar uma adaptação dos mesmos como a sua
versão de entretenimento para serem posteriormente consumidos. A cultura
distingue-se assim por ser definida como isolada das necessidades da vida humana
e do foco da fabricação centrada na finalidade do objeto, tendo como único fim o
seu aparecimento e representando o elemento mais mundano possível.
Num momento final, são abordados os conceitos de belo e gosto, e a sua relação
com a política. Apesar de destacar o conflito entre a arte e a política, a autora não se
esquece de realçar as semelhanças entre os juízos estéticos e políticos, pois ambos
jogam o julgamento, que se centra no senso comum, ou seja, no juízo dependente
da presença dos outros, e que é necessário ao decidir o belo e a qualidade. O gosto
é o conceito final que escolhe entre qualidades, incorporando um fator pessoal e
humanístico e criando assim uma cultura, “gosto é a capacidade política que
verdadeiramente humaniza o belo e cria uma cultura”.
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A Condição Pós-Media
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Joana Cruz
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Pictorial Turn
Com esta chegada dos “novos media” e da criação desta cultura de receção, veio
uma explosão do visual não só na arte, mas também na ciência que resultou no
regresso em força os problemas da imagem e da visualidade. O conceito de
“pictorial turn” trata esta mudança do paradigma ao acentuar a importância do visual
e a sua dimensão simbólica e imagética, acrescentando que todos os sentidos são
necessários ao analisar uma imagem, mesmo que as suas proporções variem.
Como Mitchell refere no texto “Thinking Media Aesthetics”, a sua ambição sempre
foi compreender as relações entre os diferentes media, mas com uma abordagem
distinta da linguística, uma abordagem que se focasse identificação dos signos e na
sua análise, uma triangulação entre os “media aesthetics”, a semiótica e psicologia.
A partir desta lógica, surgiu então a tríade dos “media aesthetics”,
Imagem/Som/Texto, que se assemelha a muitas outras abordagens de diferentes
autores, desde Aristóteles a Saussure, como a imagem abaixo demonstra.
Por fim, foi este novo ponto de vista que Mitchell sugere na “Picture Theory” que
permitiu criar uma nova forma de ver e compreender as imagens, como mais do que
elas possam parecer superficial, e realmente esmiuçar o que elas simbolizam e
representam, não esquecendo todas as suas componentes sensoriais, de uma forma
em que elas mesmas se tornam teorias.
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Os Media Visuais
Quando pensamos em media visuais os primeiros exemplos que nos vêm à cabeça
são a televisão, cinema, fotografia e pintura, mas estes media na verdade englobam
mais do que um dos sentidos. Caso contrário as incomparáveis pinturas de Jackson
Pollock passariam a ser somente vistas como papel de parede, como Mitchell
exemplifica no texto “There are no Visual Media”. Sendo assim, podemos concluir
que todos os media são “mixed media”, sem estes perderem a sua especificidade
como meio. Cada meio é composto por proporções únicas dos diferentes sentidos,
e são essas proporções sensoriais em conjunto com as suas proporções semióticas
que definem o que é o meio.
Segundo Marshall McLuhan, essas proporções aparecem em cinco formas distintas:
em relação de dominância e subordinação tal como as proporções matemáticas;
através da sinestesia, onde ocorre o encadeamento dos sentidos; a partir do
“nesting”, sendo um meio contido noutro; segundo o “braiding”, ou seja, a junção
entre canais sensoriais ou funções semióticas; e por último, quando os signos e
sentidos aparecem em caminhos paralelos.
Numa avaliação mais concreta a perceção visual em si é possível compreender que
nem esta é puramente ótica, sendo um excelente exemplo de “braiding” e “nesting”
do ótico e do tato. E se nem a própria perceção visual é puramente ótica, nenhum
media o é.
No entanto, esta conclusão invoca para a necessidade de existir agora um campo de
estudo que se foque na visão, criticando e desfazendo todo o processo visual. A
solução mais promissora é a cultura visual, que ao criar um espaço critico produtivo,
consegue fazer uma análise resiliente à natureza visual, sem a tomar como garantida.
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Cultura Visual
A cultura Visual surge então como resposta a esta emergência, tornando-se o novo
campo interdisciplinar que estuda a complexidade das imagens, procurando analisá-
las para além da descrição e literalidade, decifrando e refletindo sobre as mensagens
presentes nas mesmas, sejam estas ideológicas, políticas, identitárias e/ou
informativas. Um bom exemplo da extrema importância desta reflexão é o carácter
político que as imagens podem assumir, tornando possível o uso de uma imagem
como uma arma política, conseguindo através da visualidade assumir o controlo
global da informação. Sendo assim, os objetos principais de estudo da cultura visual
são então os meios de comunicação e de massa contemporâneos, pois estes
privilegiam a visão e a visualidade.
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