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Fichamento de Economia Política

Maus Samaritanos - O Lexus e a Oliveira revisitados


Vinicius Ferraz Nº USP: 13833640

Os mitos e os fatos da globalização


Fabricante de automóvel de um país em desenvolvimento que, em determinado momento,
passou a exportar seus primeiros carros de passageiros para os Estados Unidos.
● O produto fracassou
● Debate social:
- A empresa deveria ter ficado em seu negócio original (fabricação de
máquinas de tear simples)
- Outros diziam que nenhum país iria a lugar algum sem desenvolver
indústrias “sérias” como a indústria automobilística.
● A empresa era a Toyota - Japão - 1958
● 1933 - Toyota passa a fabricar carros
● 1949 o governo japonês retira a General Motors e a Ford do mercado e viabilizou a
Toyota com dinheiro do Banco do Japão.
● Hoje os carros japoneses estão por todos os lugares.
● LEXUS - subsidiária da Toyota no ramo de carros de luxo.
● Ortodoxia econômica neoliberal de hoje:
O país precisa privatizar empresas públicas, manter a inflação baixa, reduzir o
tamanho da burocracia do governo, equilibrar o orçamento, liberar o comércio,
desregulamentar o investimento estrangeiro e os mercados de capitais, tornar a
moeda conversível, reduzir a corrupção e privatizar a previdência.

A história oficial da globalização


Após a Segunda Guerra Mundial, a economia mundial foi reorganizada em linhas mais
liberais, dessa vez sob a hegemonia americana.
● As políticas neoliberais foram largamente abandonadas no mundo desde os anos
80, com o surgimento do neoliberalismo.
● Falhas na chamada industrialização por substituição de importações em países em
desenvolvimento. 1970
● As mudanças nas políticas nacionalistas e protecionistas se tornaram mais
necessárias pela aceleração sem precedentes do desenvolvimento das tecnologias
de transporte e comunicações.
- Estabeleceu arranjos benéficos com países parceiros.
- Tornou a abertura um determinante ainda mais crucial para a prosperidade
de um país.
● O resultado dessas evoluções é uma economia mundial globalizada comparável, em
termos de liberalização e potencial de prosperidade.

A verdadeira história da globalização


Hong Kong se tornou colônia da Inglaterra após o Tratado de Nanking, em 1842, como
resultado da Guerra do Ópio - episódio vergonhoso para os padrões do imperialismo do
século XIX.
● Os praticantes do livre-comércio durante esse período eram, em sua maioria, países
mais fracos que foram forçados a aplicá-lo, em vez de adotá-lo voluntariamente,
como resultado da regra colonial dos “tratados desiguais”.
● O colonialismo e os tratados desiguais dificilmente são mencionados nos diversos
livros a favor da globalização.
● PAÍSES RICOS - impunham o livre-comércio sobre as nações mais fracas por meio
do colonialismo e de tratados desiguais, enquanto mantinham tarifas ainda mais
altas, especialmente as tarifas sobre os produtos industrializados em seu favor.
● 1880 - a maioria dos países europeus aumentou as barreiras de proteção
novamente, em parte para proteger seus fazendeiros dos alimentos baratos
importados do Novo Mundo.
● A história do protecionismo nos países ricos da atualidade é amplamente ignorada, e
a origem imperialista de integração global dos países desenvolvidos hoje é
mencionada muito raramente.

Neoliberais versus “neo-idiotas”?


Após a Segunda Guerra a globalização é tida como globalização incompleta.
● Esse período do pós-guerra é descrito pelos historiadores especialistas no tema da
globalização como a era dos desastres econômicos nesses países.
● Direito à “proteção assimétrica” - uma corda para enforcar a própria economia.
● O insucesso do crescimento econômico foi notado principalmente na América Latina
e na África, onde os programas neoliberais foram implementados de forma mais
abrangente do que na Ásia (que obteve melhores resultados econômicos)
● O baixo crescimento econômico como marca da globalização neoliberal desde a
década de 1980 é particularmente desconcertante.
● A aceleração do crescimento foi a meta proclamada da reforma neoliberal.
● POLÍTICAS NEOLIBERAIS:
- A desigualdade de renda aumentou na maioria dos países como previsto,
mas o crescimento de fato diminuiu significativamente.
- A instabilidade econômica aumentou durante o período do domínio
neoliberal.
● CHINA / INDIA - exemplo daimportância da integração estratégica, em vez de
incondicional com a economia global baseada na visão nacionalista.
● A verdade da globalização após 1945 é o oposto da história oficial.
- Durante o período da globalização controlada e direcionada pelas políticas
nacionalistas entre as décadas de 1950 e 1970, a economia era estável e
crescia entre os países em desenvolvimento.

Quem comanda a economia mundial?


As economias ricas correspondem por 80% do produto mundial, conduzem 70% do
comércio internacional e fazem cerca de 70% a 90% de todos os investimentos diretos
estrangeiros.
● FMI, Banco Central e OMC - tríade profana controlada pelas economias ricas.
● Os países ricos (Maus Samaritanos) normalmente requerem, como condição de sua
contribuição financeira aos pacotes do FMI, que o país devedor adote políticas que
tenham pouca chance de resolver os problemas de suas economias.
- Para que os países emprestem dinheiro de forma viciosa.
- Impuseram sobre os países em desenvolvimento pacotes de política
padronizados que são considerados válidos universalmente pelos países
ricos, em vez de políticas configuradas cuidadosamente de forma singular
para cada país.
- Não notaram a diversidade entre os países dependentes.
- Todas as negociações de comércio internacional sempre tendem para um
lado, é como uma guerra em que algumas pessoas lutam com pistolas
(países em desenvolvimento) enquanto outras fazem bombardeio aéreo
(países ricos).

Os Maus Samaritanos estão vencendo?


Os Maus Samaritanos gostam de apresentar a globalização como o resultado inevitável dos
desenvolvimentos implacáveis das tecnologias da comunicação e dos transportes.
● A maioria dos países que puderam escolher seus modelos de economia não
escolheram pelo livre-comércio por períodos longos.
● A tecnologia define apenas os limites externos da globalização
● A globalização depende do formato que ela assume quando fazemos políticas
nacionais e quais acordos internacionais nós estabelecemos.
● Ela é mais política do que tecnológica.

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