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 DIT (Divisão Internacional do Trabalho) é a distribuição da

produção econômico-industrial internacional. Considerando que


é impossível que um único país seja potencialmente produtor de
todas as mercadorias, dividem-se os campos de especialização
produtiva pelas diversas partes da Terra.
A DIT passou por algumas fases, essas obedeceram à dinâmica
econômica e política do período histórico em que elas
existiram.  Veja o quadro abaixo:

Esquema ilustrativo simplificado das fases da DIT

Primeira DIT
Durante o final do século XV e ao longo do século XVI,
período de início das grandes navegações e de expansão da
civilização europeia pelo mundo, o capitalismo encontrava-se
em sua fase inicial, chamada de capitalismo comercial. Esse
período era caracterizado pela manufatura (produção manual) a
partir da extração de matérias-primas e pelo acúmulo de
minérios e metais preciosos por parte das nações (metalismo).
Com isso, aqueles locais colonizados pelos países europeus
exerciam a função de produzir, a partir da exploração de seus
recursos naturais, os metais preciosos e as matérias-primas
utilizados pelas metrópoles. Um exemplo é o do Brasil, em que
Portugal extraía o Pau-Brasil para a produção de vários tipos de
produtos.
Segunda DIT
Durante o século XVI – mas principalmente a partir do século
XVII – essa divisão do trabalho sofreu algumas poucas e
sensíveis alterações. Com a Primeira e a Segunda Revolução
Industrial, as colônias e os países subdesenvolvidos passaram a
fornecer também produtos agrícolas, assim como vários tipos de
minerais e especiarias. Nesse período, por exemplo, o Brasil se
viu marcado pela monocultura da cana-de-açúcar (século XVI)
e exploração de ouro (século XVII).
Terceira DIT ou “Nova DIT”
A partir do século XX, com a Revolução Técnico-Científica-
Informacional e a consolidação do Capitalismo Financeiro,
temos a expansão das grandes multinacionais pelo mundo. Isso
acarretou na mudança da Divisão Internacional do Trabalho,
que passou a ser conhecida também por Nova DIT.
Nesse período, os países subdesenvolvidos também realizaram
os seus processos tardios de industrialização. Só que,
diferentemente da industrialização dos países desenvolvidos,
essa aconteceu a partir da abertura do mercado financeiro
desses países e pela instalação de empresas Multinacionais ou
Globais, oriundas, quase sempre, de países desenvolvidos.
Além disso, assistiu-se também a uma segmentação do mercado
produtivo. Para buscar isenções de impostos e rápido acesso a
matérias-primas nos países subdesenvolvidos, as multinacionais
distribuíram o seu processo produtivo por todo o globo
terrestre. Um carro, por exemplo, tem o seu motor produzido no
México, os para-choques na Argentina, o Chassi na Coreia do
Sul e a montagem realizada no Brasil.
Com isso, surgiu a denominação de “indústrias maquiladoras”,
pois não havia produção de nenhum material nelas, mas apenas
a montagem oriunda da produção de peças de diversos setores
do mundo.

A maioria das indústrias automobilísticas é, na verdade, responsável apenas pela montagem dos carros
Convém ressaltar que a produção industrial continua sendo
realizada majoritariamente pelos países desenvolvidos, ou com
o capital oriundo desses países. Apenas o local da produção é
que mudou, mas todo o capital dessas empresas retorna aos seus
países de origem. Essa migração das multinacionais se deve
pela busca de mão de obra abundante nos países pobres e por
maiores oportunidades de explorarem os recursos naturais.

O que é DIT:
DIT é uma sigla que significa Divisão Internacional do Trabalho,
que expressa a forma como é feita a distribuição da produção
em termos globais, entre países desenvolvidos e
subdesenvolvidos.
A DIT é caracterizada pela especialização dos países na produção
de alguma coisa, sejam produtos finais ou produtos intermediários,
que vão ser utilizados na conclusão de um produto final. Esta
necessidade surgiu porque não é possível que um só país consiga
produzir sozinho todas as mercadorias que precisa.
A relação entre países mais e menos industrializados é uma parte
essencial da DIT, porque os países menos desenvolvidos
apresentam benefícios aos mais desenvolvidos, como mão de
obra barata, impostos reduzidos, etc.
Evoluindo juntamente com o capitalismo, a DIT é uma estratégia
usada para aumentar os lucros, uma vez que ocorre a redução do
custo do produto final.
Existem vários autores que apresentam críticas em relação à DIT,
afirmando que esta divisão é responsável por criar desigualdades
entre países. Os países que estão em ascensão econômica,
frequentemente compram tecnologias a preços muito elevados, e
os seus produtos finais não atingem preços adequados, o que
reprime o seu desenvolvimento, e consequentemente beneficia
países economicamente mais fortes.
A divisão internacional do trabalho pode ser separada em três
fases. A primeira fase (caracterizada pelo capitalismo comercial)
ocorreu nos séculos XV e XVI, onde as colônias providenciavam os
minerais, especiarias e mão de obra escrava, e as metrópoles eram
responsáveis pela produção e exportação dos produtos
desenvolvidos. A segunda fase se verificou nos séculos XVII, XVIII e
XIX, e foi marcada pelo capitalismo industrial, onde as colônias
(ou países subdesenvolvidos) forneciam a matéria prima e outros
produtos agrícolas e minerais, e os países desenvolvidos faziam a
industrialização da matéria prima fornecida. Durante a terceira
fase, o capitalismo financeiro impõe que os países
subdesenvolvidos forneçam a matéria prima e os produtos
industrializados, enquanto os países desenvolvidos se ocupam dos
investimentos, desenvolvimento de novas tecnologias e produtos
industrializados.
A DIT é um processo dinâmico que tem sofrido alterações ao
longo dos anos, porque o contexto econômico e industrial tem sido
alterado pela globalização.
Originalmente, a DIT clássica indicava que os países
subdesenvolvidos forneciam matérias primas para os países
desenvolvidos, enquanto estes as usavam para a produção de bens
finais. Posteriormente, os países subdesenvolvidos tinham que
comprar esses produtos dos países produtores (desenvolvidos).
Mais tarde, a nova DIT (também conhecida como DIT da nova
ordem mundial), os países menos desenvolvidos não fornecem
apenas a matéria-prima, mas fazem a produção de materiais e
mercadorias cuja produção é mais cara (ou causa muita poluição)
nos países mais desenvolvidos. Estes contribuem com
investimento e tecnologias que ajudam nos processos de
produção. A nova DIT corresponde à terceira fase abordada
anteriormente, e tem um elevado nível de complexidade, porque o
fluxo de investimento e de produtos também ocorre dos países
menos desenvolvidos para os mais desenvolvidos, o que não
acontece na DIT clássica.
A Divisão Internacional do Trabalho
A DIT (Divisão Internacional do Trabalho) é o nome dado para a divisão
produtiva em âmbito internacional. A Divisão Internacional do Trabalho
direciona uma especialização produtiva global, já que cada país fica
designado a produzir um determinado produto ou partes do mesmo,
dependendo dos incentivos oferecidos em cada país. Esse processo se
expandiu na mesma proporção que o capitalismo. Nesse sentido, um
exemplo que pode ser usado é a montagem de um automóvel realizada na
Argentina, porém com componentes oriundos de diferentes países, como
parte elétrica e eletrônica de Taiwan, borrachas da Indonésia e assim por
diante. Isso ocorre porque cada país oferece certos atrativos. Desta forma,
o custo do produto final será menor, aumentando os lucros das empresas.

Os países emergentes ou em desenvolvimento que obtiveram uma


industrialização tardia e que possuem economias ainda frágeis e passíveis
de crises econômicas oferecem aos países industrializados um leque de
benefícios e incentivos para a instalação de indústrias, tais como a isenção
parcial ou total de impostos, mão-de-obra abundante, entre outros. Por
conta disso, a Divisão Internacional do Trabalho provoca desigualdades. Os
países emergentes ou em desenvolvimento, como México, Argentina, Brasil
e outros, adquirem tecnologias a preços altos, enquanto que a maior parte
dos produtos exportados pelos países citados não atingem preços
satisfatórios, favorecendo os países ricos.

Num primeiro momento, entre os séculos XVI e XVIII, a DIT tradicional era
composta por dois grupos de países: o das metrópoles e o das colônias.
Com isso, a lógica de comércio era bem simples (e desigual): as colônias
vendiam matéria-prima por um preço baixo para as metrópoles, que os
transformavam em produtos de maior valor agregado e os revendiam,
acumulando mais capital.  Tal panorama durou um longo período, mesmo
com a independência de muitas colônias.

Até a década de 50, os bens manufaturados eram oriundos restritamente


dos países industrializados, como Estados Unidos, Canadá, Japão e nações
europeias. Os países já industrializados tinham suas respectivas produções
primeiramente destinadas ao abastecimento do mercado interno, e depois,
o restante direcionado ao fornecimento de mercadorias industrializadas aos
países subdesenvolvidos que ainda não haviam ingressado efetivamente no
processo de industrialização.

Até aquela época, os países subdesenvolvidos tinham a incumbência de


gerar matéria-prima com a finalidade de fornecê-la aos países
industrializados. Após a Segunda Guerra Mundial, muitas empresas,
sobretudo norte-americanas, começaram a instalar filiais em diferentes
países do mundo. Isso foi intensificado com o processo da globalização,
que transformou muitos países subdesenvolvidos, que no passado eram
meros produtores primários, em exportadores também de produtos
industrializados, alterando as relações comerciais que predominavam até
então. Ou seja, surgiu uma Nova DIT, mais complexa do que a anterior.

Apesar da modificação apresentada na configuração econômica, os países


da América Latina, Ásia e África, ainda ocupam destaque na produção de
produtos primários. O que os mantêm como produtores primários é
principalmente o modo como os países subdesenvolvidos foram
industrializados. Grande parte das empresas e indústrias existentes em
países pobres é de nações desenvolvidas e ricas. Diante desse fato, uma
das características da Nova DIT é a remessa de capitais: a maioria dos
lucros adquiridos durante o ano não permanecem no território no qual a
empresa se encontra, e sim, migram para o país de origem da mesma. Em
outras palavras, as empresas transnacionais normalmente buscam os
interesses próprios sem considerar as causas sociais, econômicas e
ambientais de onde suas empresas estão instaladas.

O processo de desenvolvimento do capitalismo


Na história da humanidade é possível observar distintos modelos de
organização dos meios sociais, econômicos e políticos, que exerceram
grande influência no modo de viver das sociedades e na organização do
espaço geográfico. Dentre esses sistemas, aquele que mais realizou
transformações no espaço e nas sociedades foi o capitalismo, a partir de
um paulatino processo de desenvolvimento, sendo na atualidade o sistema
hegemônico mundial, apesar de ter sofrido algumas transformações ao
longo do tempo. De qualquer modo, o capitalismo possui um conjunto de
características que o definem de modo geral. A mais importante delas está
correlacionada ao maior objetivo do sistema, que é o lucro, ou seja, a
reprodução do capital, que vai justificar todas as outras características.
Outra marca importante é a estrutura de propriedade baseada na
propriedade privada, na qual os meios de produção (terras, equipamentos,
matérias-primas etc.) pertencem aos agentes econômicos, podendo ser
privados ou estatais. Além disso, existe um predomínio do trabalho
assalariado e de uma sociedade dividida em classes, de acordo com a
concentração de renda. Considerando seu processo de desenvolvimento,
costuma-se dividir o capitalismo em quatro fases: Comercial, Industrial,
Financeiro-Monopolista e Informacional.

Fim do século XV até a primeira metade do século XVIII: Capitalismo Comercial (1ª fase)
Substituindo o Feudalismo, a primeira etapa do capitalismo foi marcada pela
expansão marítima das potências da Europa Ocidental da época (Grandes
Navegações), em busca de novas rotas de comércio, sobretudo para as
Índias. O objetivo dessas nações era acabar com o monopólio das cidades
italianas (como Veneza e Gênova) no comércio com o Oriente pelo
Mediterrâneo. Esse processo resultou no descobrimento de novas terras e
na apropriação de vastos territórios (colonialismo), além da escravização e
genocídio de milhões de nativos da América e da África. O principal eixo
econômico migra do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. Forma-se
um comércio triangular entre América, África e Europa. Expandiram-se os
mercados consumidores e abastecedores, além da descoberta de novas
jazidas minerais. São criadas companhias de comércio, como a Companhia
Holandesa das Índias Orientais (VOC).

A produção de mercadorias era essencialmente artesanal, em oficinas (o


mestre artesão e os artesãos auxiliares eram produtores e donos dos meios
de produção). O que realmente interessava era o comércio de especiarias,
açúcar, tabaco, escravos, tapetes, sedas, perfumes, entre outros, com
altíssimas margens de lucro. É verdade naquele tempo já havia
manufaturas rudimentares, onde o empresário era o proprietário dos meios
de produção (fábrica e instrumentos) e ele pagava um salário em troca da
força de trabalho do empregado. Porém, a força motriz era humana e
manual.

A acumulação primitiva de capitais pela burguesia (que se capitalizou) era


resultado da troca de mercadorias, ou seja, do comércio – e por isso o
termo capitalismo comercial para designar o período. Esse acúmulo de
capitais era fundamentado na política colonial conhecida como
mercantilismo (caracterizado por três pilares: metalismo, balança comercial
favorável e protecionismo).

A sociedade da época estava dividida em uma classe de proprietários de


terras (clero e nobreza), uma classe de trabalhadores (servos, camponeses
livres, assalariados, enfim, a massa popular) e uma classe burguesa
(mercantil e manufatureira). Essa burguesia queria espaço social, político e
ideológico, o que se tornou possível principalmente a partir do século XVIII.

Quadro-resumo: Capitalismo Comercial ou Pré-capitalismo


A Inglaterra foi pioneira no processo de Revolução Industrial. Cinco fatores
podem explicar esse fato. Em primeiro lugar está a mão de obra abundante
e barata proveniente a zona rural, devido aos cercamentos das terras que
expulsaram milhares de camponeses das terras comunais. Formou-se,
como diria Marx, um exército industrial de reserva: sempre existiam
multidões às portas das fábricas, dispostas a trabalhar, não se importando
com as condições. O segundo fator é a acumulação primitiva de capital
proveniente das colônias inglesas e do comércio com o Oriente. O terceiro
fator relaciona-se com a Revolução Gloriosa, que sepultou o absolutismo ao
estabelecer a supremacia do Parlamento e inaugurou o Estado liberal
inglês, pré-requisito para a plenitude capitalista burguesa. O quarto fator
está ligado à existência de amplos mercados consumidores nas colônias,
inglesas ou não, da América, África e Ásia. Por fim, o quinto fator refere-se
à abundância de matérias-primas, especialmente de ferro, carvão e
algodão.

Foi uma era de invenções, primeiramente relacionadas com a indústria


têxtil: máquina de fiar, tear hidráulico e tear mecânico. Todos esses inventos
ganharam maior capacidade quando passaram a ser acoplados à máquina
a vapor. Após o setor têxtil, a mecanização alcançou o setor metalúrgico. A
descoberta do vapor como força motriz, além de impulsionar a produção
industrial, atingiu também os transportes: foram criados o barco a vapor e a
locomotiva a vapor. As redes de transporte terrestre e marítimo cresceram
exponencialmente.

O comércio não era mais a essência do sistema. Nessa nova fase, o lucro
provinha basicamente da produção industrial de mercadorias. O proprietário
dos meios de produção não é o produtor direto. A relação de trabalho que
agora vigora é o regime assalariado, uma vez que o trabalhador assalariado
apresenta maior produtividade que o escravo e tem renda disponível para o
consumo.

O uso de máquinas aumentou a produção e a produtividade enormemente.


Acelerou-se o processo de urbanização: os operários viviam em cortiços
imundos, sem saneamento, onde bactérias, ratazanas e surtos epidêmicos
ceifavam muitas vidas. Aprofundaram-se as desigualdades entre ricos e
pobres. As jornadas de trabalho chegavam a 16 horas, as fábricas eram
insalubres, disciplina e hierarquia eram extremamente rígidas, os salários
eram baixíssimos, era explorado o trabalho infantil e feminino, a expectativa
de vida dos trabalhadores das fábricas e das minas muito dificilmente
ultrapassava os cinquenta anos, os acidentes de trabalho multiplicavam-se
e a assistência médica e hospitalar aos trabalhadores praticamente
inexistia. A miséria trazia em seu bojo uma série de males: o alcoolismo, o
infanticídio, a prostituição, o suicídio, a loucura, a criminalidade e até o
fanatismo religioso.

Ao contrário do período mercantilista, o Estado não mais intervinha na


economia, que passou a funcionar segundo a lógica do mercado, guiado
pela livre concorrência. Por pressão dos burgueses, consolidava-se, assim,
uma nova doutrina econômica: o liberalismo, defendida pelos economistas
britânicos Adam Smith e David Ricardo.

Quadro-resumo: Capitalismo Industrial


Fim do século XIX até o final da década de 1960: Capitalismo Financeiro
Monopolista (3ª fase)

Se a primeira fase da revolução industrial prevalecia o tripé carvão-ferro-


vapor, a segunda revolução industrial (surgida por volta de 1860) incorpora
a eletricidade, o aço e o petróleo como fontes de energia. O
desenvolvimento do motor a combustão interna permitiu do surgimento do
automóvel e do avião, expandindo e dinamizando os transportes. A indústria
química também experimentou expressivo desenvolvimento de novos
elementos e materiais. Evoluem os meios de comunicação, com a invenção
do telégrafo e do telefone. A industrialização não mais se restringiria ao
Reino Unido, mas se expandiria para outros países como a Bélgica, a
França, e posteriormente a Itália, a Alemanha, a Rússia, os Estados Unidos
e o Japão.

A especialização da produção aprofundou-se com o conceito de linha de


montagem: esteiras rolantes levam peças e componentes padronizados. A
fabricação do produto passou a ser dividida em etapas, onde as
responsabilidades dos operários são bem específicas. Henry Ford foi
pioneiro nesse modelo de produção, aplicando-o em sua fábrica de
automóveis. O fordismo também defendia que a empresa deveria dedicar-
se a apenas um produto, além de dominar as fontes de matérias-primas.

Também foi marcante o processo de concentração e centralização de


capitais. Empresas foram criadas e cresceram rapidamente: indústrias,
bancos, corretoras de seguros, casas comerciais etc. A acirrada
concorrência favoreceu as grandes empresas, levando a fusões e
incorporações que resultaram na formação de monopólios ou oligopólios em
muitos setores da economia. Diversas associações capitalistas foram feitos,
e com isso, surgiram Holdings, Trustes, Conglomerados e Cartéis. Grandes
corporações da atualidade foram fundadas nessa época: British Petroleum
(1909), Coca-Cola (1886), Exxon (1882), Fiat (1899), General Eletric (1892),
General Motors (1916), IBM (1911), Mitsubishi Bank (1880), Nestlé (1866),
Siemens (1847).

Se na primeira revolução industrial os avanços tecnológicos eram


resultantes de pesquisas espontâneas e autônomas, agora a ciência era
apropriada pelo capital, isto é, estava a serviço da produção. As grandes
corporações transnacionais (que atuam em vários países) formaram os
primeiros laboratórios de pesquisa, que visavam desenvolver novas técnicas
de produção.

Era cada vez maior a necessidade de garantir novos mercados


consumidores, novas fontes de matérias-primas e novas áreas para
investimentos lucrativos. Foi nesse contexto do capitalismo, de acirrada
concorrência entre as novas potências industriais, que ocorreu a expansão
imperialista europeia na África. Na Conferência de Berlim (1884-1885) as
potências Europa retalharam o continente Africano, partilhando-o entre eles
(porém as divergências entre os países não cessaram, levando a uma
corrida armamentista que culminou na Primeira Guerra Mundial). Esse fato
consolidou a divisão internacional do trabalho, pela qual as colônias se
especializavam em fornecer matérias-primas baratas para os países que
então se industrializavam. Em contrapartida, esses países desenvolvidos
vendiam sua crescente produção industrial. Essa divisão, inicialmente
delineada no capitalismo comercial, consolidou-se na fase do capitalismo
industrial. Diferentemente do colonialismo do século XVI, as empresas
burguesas e não o Estado eram o principal agente e beneficiário. No final do
século XIX também surgia uma potência industrial fora da Europa: os
Estados Unidos da América, que exerceu seu imperialismo na América
Latina baseado no controle político e militar.
Torna-se cada vez mais difícil distinguir o capital industrial (também o
agrícola, comercial e de serviços) do capital bancário. Uma melhor
denominação passa a ser, então, capital financeiro. Os bancos assumem
um papel mais importante como financiadores da produção. Afinal, bancos
incorporam indústrias, que, por sua vez, incorporam ou criam bancos para
lhes da suporte financeiro. Ao mesmo tempo vai se consolidando,
particularmente nos Estados Unidos, um vigoroso mercado de capitais. As
empresas vão deixando de ser familiares e se transformam em sociedades
anônimas de capital aberto, ou seja, empresas que negociam suas ações
em bolsas de valores. Isso permitiu a formação das corporações da
atualidade, cujas ações estão, em toda parte, distribuídas entre milhares de
acionistas. Em geral, essas grandes empresas têm um acionista majoritário,
que pode ser uma pessoa, uma família, uma fundação, um banco ou uma
holding, ao passo que o restante (muitas vezes milhões de ações) está nas
mãos de pequenos investidores.

O liberalismo permanece apenas como ideologia capitalista, pois o mercado


passa a ser dominado por grandes corporações em substituição à livre
concorrência e ao livre mercado, característicos da fase industrial, na qual
predominavam empresas menores. O Estado, por sua vez, intervém na
economia (principalmente a partir da crise de 1929). sobretudo como agente
planejador, coordenador, produtor ou empresário.

Nesse momento do capitalismo, em cada setor da economia – petrolífero,


elétrico, siderúrgico, têxtil, naval, ferroviário etc. – passaram a predominar
alguns grandes grupos. São os trustes verticais, que controlam as etapas da
produção, desde a retirada da matéria-prima da natureza e a transformação
em produtos até a distribuição das mercadorias. Quando os trustes, ou
empresas de menor porte, fazem acordos entre si estabelecendo um preço
comum, dividindo os mercados potenciais e, portanto, inviabilizando a livre
concorrência num determinado setor da economia, criam um cartel.
Diferentemente do que acontece no truste, no cartel não há a perda de
autonomia das empresas envolvidas. O truste é resultado de processos
tipicamente capitalistas (concentração e centralização de capitais), que
levam a fusões e incorporações de empresas de uma mesma cadeia
produtiva em determinado setor de atividade. Já o Cartel é consequência de
acordos entre grandes empresas com o intuito de compartilhar
determinados mercados ou setores da economia.

Muitos trustes, constituídos no final do século XIX e início do século XX,


transformaram-se em conglomerados. Resultantes de um amplo processo
de concentração e centralização de capitais, de uma crescente ampliação e
diversificação dos negócios, com o intuito de dominar a oferta de
determinados produtos ou serviços no mercado, os conglomerados,
também chamados grupos ou corporações, são o exemplo mais claro de
empresas do capitalismo monopolista. Controlados por uma holding
(conjunto de empresas dominadas por uma empresa central que detém a
maioria ou parte significativa das ações de suas subsidiárias), eles atuam
em diferentes setores da economia. O objetivo básico é a manutenção da
estabilidade dos conglomerados, garantindo uma lucratividade média, já
que há rentabilidades diferentes em cada setor.

Os maiores conglomerados são norte-americanos e japoneses. Por


exemplo, a General Eletric, uma das maiores e mais internacionalizadas
empresas do mundo, atua em diversos setores e fabrica uma grande
variedade de produtos: lâmpadas, fogões, geladeiras, equipamentos
médicos, motores de avião, turbinas para hidrelétricas etc. Há outros
exemplos de conglomerados que atuam em diversos setores e têm
interesses globais: General Motors (EUA), Sony (Japão), Fiat (Itália), Nestlé
(Suíça), Unilever (Reino Unido/Países Baixos), Hyundai Motor (Coréia do
Sul) etc. No Brasil também há conglomerados importantes como a
Petrobras, a Companhia Vale do Rio Doce (Vale), a Votorantim, a AmBev, a
Gerdau, a Brasil Foods, a JBS Friboi etc. Embora muitos grupos nacionais,
como os citados, já tenham iniciado um processo de internacionalização,
sobretudo na América Latina, ainda não se encontram no estágio de
mundialização das corporações estrangeiras mencionadas.

Quadro-resumo: Capitalismo Financeiro-Monopolista


Com o advento da Terceira Revolução Industrial, também conhecida como
Revolução Técnico-Científica ou Revolução Informacional, o capitalismo
atinge sua fase informacional-global. Isso ocorre no pós-Segunda Guerra,
sobretudo a partir dos anos 1970, quando, gradativamente, disseminam-se
empresas, instituições e diversas tecnologias responsáveis pelo crescente
aumento da produtividade econômica e pela aceleração dos fluxos de
capitais, de mercadorias, de informações – robôs, computadores, satélites,
aviões a jato, cabos de fibras ópticas, telefones digitais, Internet etc. – e de
pessoas.

Nessa etapa de seu desenvolvimento, o capitalismo continua industrial e


financeiro. Industrial porque novas tecnologias empregadas no processo
produtivo, a exemplo da robótica, permitiram grande aumento de
produtividade e diversificação dos produtos; e financeiro por causa da
desmaterialização do dinheiro, que, em vez de circular fisicamente, cada
vez mais se transforma em bits de computador, circulando rapidamente pelo
sistema financeiro globalizado. Por isso mesmo, diversas questões de
vestibular continuam a chamar a fase atual do capitalismo de financeiro-
monopolista. Porém, é inegável que a característica fundamental da etapa
atual do desenvolvimento capitalista é a crescente importância do
conhecimento, do capital humano, isto é, o conhecimento e as habilidades
que as pessoas acumulam por meio de educação, treinamento e
experiência profissional. Por isso mesmo, diversos autores, textos e
questões se referem ao momento presente como capitalismo informacional.
Se as revoluções industriais anteriores foram movidas a energia (a primeira
a carvão e a segunda, a petróleo e eletricidade), a revolução ora em curso é
movida pelo conhecimento. Não por acaso as primeiras indústrias, da era
das chaminés, desenvolveram-se em torno das bacias carboníferas e
atualmente as instituições típicas da revolução informacional, as chamadas
indústrias limpas, estão próximas a universidades e centros de pesquisa,
onde se desenvolvem tecnopolos. Nesses centros industriais, típicos da
Terceira Revolução Industrial, há grande concentração de indústrias de alta
tecnologia: informática, telecomunicações, robótica e biotecnologia, entre
outras. O tecnopolo do Vale do Silício, nos Estados Unidos, em torno da
Universidade de Stanford, foi o primeiro a se formar; com o tempo outros
foram criados: em Cambridge, perto da universidade de mesmo nome, no
Reino Unido; na região metropolitana de Campinas, estado de São Paulo,
próximo da Universidade de Campinas (Unicamp); no Japão (tecnopolo
Tsukuba); em Munique, na Alemanha; em Paris (tecnopolo Axe-Sud), na
França; entre muitos outros.

Pode-se afirmar que a globalização (o atual momento da expansão


capitalista) está para o capitalismo informacional assim como o colonialismo
esteve para sua etapa comercial ou o imperialismo esteve para o final da
fase industrial e início da financeira. Trata-se de uma expansão que visa
aumentar os mercados e, portanto, o lucro, que de fato move os capitais,
tanto produtivos quanto especulativos, no mercado mundial. A incipiente
opinião pública mundial, manifestada através de movimentos
antiglobalização, movimentos pacifistas e ONGs, também é resultado da
revolução informacional e da globalização.

Na era da globalização a expansão capitalista é silenciosa, sutil e eficaz.


Trata-se de uma “invasão” de mercadorias, capitais, serviços, informações e
pessoas. As novas “armas” são a agilidade e a eficiência das
comunicações, dos transportes e do processamento de informações, graças
aos satélites de comunicação, à Internet, à informática, aos telefones fixos e
celulares, aos enormes e rápidos aviões, aos supernavios petroleiros e
graneleiros e aos trens de alta velocidade. A “guerra” acontece nas bolsas
de valores, de mercadorias e de futuros em todos os mercados do mundo e
em todos os setores imagináveis. As estratégias e táticas são traçadas nas
sedes das grandes corporações transnacionais, dos grandes bancos, das
corretoras de valores e de outras instituições e influenciam quase todos os
países.

No capitalismo informacional destaca-se também a questão do


desemprego, como decorrência da Terceira Revolução Industrial e do uso
de altas tecnologias produtivas (robótica, informatização), ou como
resultado da reformulação e otimização produtiva empresarial, incluindo-se
o remanejamento e demissão de funcionários e o enxugamento estatal.

Resumo
Com o passar do tempo e com o surgimento da indústria, a produção de
mercadorias e a exploração da mais valia se tornaram as principais
estratégias para acumulação de lucro, fazendo com que o capitalismo se
tornasse industrial e o Estado passasse a ser liberal. Mais a frente, com o
surgimento de grandes corporações e transnacionais, a economia passou a
ser dominada por trustes, conglomerados e cartéis, prejudicando a livre
concorrência e promovendo a formação de monopólios e oligopólios. Nos
anos 1970, com o desenvolvimento da robótica e da informática, o aumento
da circulação de informações deu ao capitalismo uma nova face, em que o
conhecimento se tornou fundamental para o sucesso de empresas e a
obtenção do lucro. Nesse cenário, as empresas ganharam mais autonomia
e passaram a pressionar o Estado para obter benefícios como incentivos
fiscais. Sendo assim, o cenário atual é marcado pelo capitalismo
informacional e por Estados neoliberais, que muitas vezes atuam de acordo
com os interesses das empresas privadas e reduzem gastos públicos e
serviços estatais.
Divisão Internacional do Trabalho - Os países e a economia
mundial Ronaldo Decicino (Atualizado em 06/01/2014, às
19h57) A divisão de atividades e serviços entre os inúmeros
países do mundo recebe o nome de Divisão Internacional do
Trabalho (DIT). Há países que são exportadores de matéria-
prima e de mão-de-obra barata. Caracterizados por uma
industrialização tardia, eles têm, quase sempre, economias
frágeis e sofrem grande número de crises econômicas. E há
países de economia mais forte, industrializados, cujas crises
econômicas ocorrem de maneira esporádica. Os países de
economia frágil necessitam receber investimentos dos países
mais ricos. Então, para atrair esses investiment... - Veja mais
em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/divisao-
internacional-do-trabalho-os-paises-e-a-economia-
mundial.htm?cmpid=copiaecola

Origem da Divisão Internacional do Trabalho No final do século


15, o ciclo de reprodução do capital estava assentado,
principalmente, na circulação e na distribuição de mercadorias
entre metrópoles e colônias. As regiões do mundo passaram a
desenvolver funções diferenciadas, uma vez que cada uma se
especializou em fornecer produtos manufaturados, matérias-
primas, metais preciosos, etc. Os diferentes papéis assumidos
pelos países inauguraram a divisão internacional do trabalho,
inicialmente caracterizada pela exportação de manufaturas
pelas metrópoles e pela produção de matérias-primas pelas
colônias. A necessidade européia de expandir seu capital
mercantil resultou na conquista

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