Tema 1: Ser idoso em nossa sociedade é: ser valorizado, desvalorizado ou privilegiado?
(modelo Unesp) O Estatuto do Idoso, promulgado pelo Congresso Nacional em 2003, infere em um de seus vários artigos o dever do Estado e da sociedade em assegurar a efetivação dos direitos desse grupo etário, como acesso à saúde e ao lazer. Entretanto, a realidade se faz um tanto quanto díspar em relação ao referido documento, pois no mundo contemporâneo, no qual a conectividade geracional dos indivíduos cria uma falsa atmosfera de integração, o idoso, na maioria das vezes, acaba sendo excluído e até negligenciado por muitos nichos da sociedade em que vivem. Com isso, ser idoso em nossa sociedade é, infelizmente, ser desvalorizado a todo o momento tanto pelas instituições quanto por aqueles que o circunda. Em primeiro plano, o abismo etário entre gerações fomentado por determinados indivíduos através da falta de reconhecimento da importância do idoso contribui para o desenvolvimento de preceitos e ideologias que vão na contramão dos já citados direitos e, além disso, do bem-estar social dos idosos. Tendo isso como base, Zygmunt Bauman em sua obra-prima “Modernidade Líquida”, nos explica as consequências de vivermos num cotidiano tão superficial e inconstante, que acaba por gerar conflitos dentro e fora do ser humano. Assim sendo, se vê a negligência ao idoso como resultado de tais inconstância sociais, já que esse grupo etário é constantemente relacionado ao “passado” e, por isso, as pessoas do “hoje” tendem a não reconhecê-los como detentores de direitos e benefícios institucionais. Ademais, com a já proferida negligência da sociedade e a posterior “taxação” do indivíduo idoso como sendo fora de seu tempo e até ultrapassado, chega-se ao estado máximo da desvalorização dessa comunidade: o aproveitamento nefasto dos demais para com o ser idoso. Para exemplificar, o filme norte-americano “Eu me Importo”, recém lançado na Netflix, mostra com muita perspicácia essa usurpação de pessoas mais jovens que buscam lograr esse grupo social em prol de beneficio próprio e, portanto, infere-se que além de terem seus direitos desdenhados por muitos são, ainda usados e enganados com indiferença e desprezo. Dessa forma, o fato de envelhecer pode causar grandes mudanças no modo de como certo indivíduo é visto perante os demais a partir do momento que passa a ser considerado idoso. Destarte, a figura do idoso ainda é vista como desmerecedora de direitos e incapaz de ação perante o mundo, mesmo que já tenha cumprido com suas obrigações de cidadão no período em que esteve na ativa do mercado de trabalho e no auge de sua vida em sociedade. Logo, essa desvalorização sofrida pelo integrante da terceira idade desencadeia a frustração geracional e o desconforto de ser visto como impotente e, assim, descartável aos olhos de muitos.
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