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SINOPSE DO LIVRO "Um mapa da questão nacional – Gopal

Balakrishnan (org.)"

Depois de “Um mapa da ideologia”, organizado por Slavoj Zizek, e “Um mapa da
esquerda na Europa Ocidental”, organizado por Perry Anderson e Patrick
Camiller, a Contraponto edita “Um mapa da questão nacional”, dando
continuidade à série que trata de grandes temas das ciências sociais
contemporâneas. Como nos outros volumes, textos clássicos e contemporâneos,
complementares ou divergentes entre si, compõem um painel abrangente.

Poucos fenômenos políticos revelaram-se tão confusos e difíceis de compreender


quanto a nação e o nacionalismo. Não há consenso mínimo sobre eles. O que é a
identidade nacional? Qual sua gênese? Que papéis históricos cumpriu? Qual o
futuro das nações no século que se inicia? Os Estados nacionais são meras
sobrevivências de um passado em via de superação ou permanecem sendo
estruturas insubstituíveis na organização da convivência humana? Prevalecerá o
papel progressista e emancipatório das comunidades nacionais, como espaços de
construção da cidadania, ou elas se deixarão dominar, como também já ocorreu
tantas vezes, pelo exclusivismo étnico e o militarismo? “Um mapa da questão
nacional” aborda essas e outras perguntas, reunindo contribuições de alguns dos
teóricos mais importantes de ontem e de hoje.

O livro apresenta uma ampla gama de ideias divergentes. Partindo de textos


vigorosos que afirmam as posturas liberal e socialista clássicas, escritos por Lord
Acton e Otto Bauer, segue-se um debate histórico-sociológico entre Ernest
Gellner e Miroslav Hroch, um frisando as ligações entre o nacionalismo e a
superação das sociedades agrárias, o outro enfatizando a variabilidade do
fenômeno, bem como suas raízes antropológicas. John Breuilly e Anthony D.
Smith, dois dos mais eminentes especialistas britânicos, fazem um contraponto
um ao outro, tecendo considerações sobre a importância das lideranças políticas
e a permanência das comunidades étnicas na construção dos movimentos
nacionalistas. Gopal Balakrishnan, numa crítica afiada ao estudo clássico
“Comunidades imaginadas”, de Benedict Anderson, e Partha Chatterjee, do
Círculo dos Estudos Subalternos, oferecem visões cruciais sobre as limitações da
abordagem iluminista da nacionalidade, como o fazem Sylvia Walby e Katherine
Verdery, com suas reflexões sobre os entrelaçamentos entre a política da nação,
do gênero e da identidade. O sociólogo Michael Mann refuta enfaticamente a ideia
de que o Estado nacional se esgotou. Por fim, relacionando diretamente as
questões teóricas com a política de nossa época, Eric Hobsbawm, Tom Nairn e
Jürgen Habermas discutem, com graus variáveis de otimismo e pessimismo, o
futuro dos projetos nacionais.

“Um mapa da questão nacional” passa a ser, desde já, uma referência obrigatória
nos debates sobre um dos temas mais controversos do mundo atual.

César Benjamin

O livro Um mapa da questão nacional foi escrito por Gopal Balakrishnan (org.).

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