Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
Morte em um
mundo de pecado
C risto foi o Agente Divino por meio de quem Deus trouxe o Universo
e o mundo à existência (Jo 1:1-3, 10; Cl 1:16; Hb 1:2). Mas, quando
Deus Pai conferiu honra especial a Cristo e anunciou que juntos criariam
este mundo, “Lúcifer ficou com inveja e ciúme de Jesus Cristo” (Ellen G.
W hite, História da Redenção, p. 10) e conspirou contra Ele.
Ao ser expulso do Céu, Satanás decidiu “destruir a felicidade de Adão
e Eva” na Terra e assim causar “tristeza no Céu”. Ele imaginou que, “Se
pudesse, de alguma forma, induzi-los à desobediência, Deus faria provisão
pela qual pudessem ser perdoados, e então, ele e todos os anjos caídos
teriam uma oportunidade de participar da misericórdia de Deus” (História
da Redenção, p. 20). Plenamente ciente da estratégia de Satanás, Deus
advertiu Adão e Eva para que não se expusessem à tentação (Gn 2:16, 17).
Isso significa que, mesmo quando o mundo ainda era perfeito e irrepreen-
sível, já havia restrições claras às quais os seres humanos deviam obedecer.
Nesta semana refletiremos sobre a queda de Adão e Eva, a respeito de
como o pecado e a morte tomaram conta do nosso mundo e acerca de como
Deus plantou uma semente de esperança para a humanidade ainda no Éden.
O mundo criado pelo Senhor era perfeito (Gn 1:31). A morte era des-
conhecida para Adão e Eva. Nesse contexto, Deus advertiu: “De toda
árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conheci-
2
mento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela
comer, você certamente morrerá” (Gn 2:16, 17).
1. G
ênesis 2:16, 17 mostra a existência do livre-arbítrio no Éden? Caso não
pudessem escolher livremente, por que Deus os teria advertido?
__________________________________________________________________
2. L
eia Gênesis 3:1-4. Imagine-se no lugar de Eva. Por que essas palavras
poderiam ter soado convincentes?
_________________________________________________________________
________________________________________________________________
De que modo o claro ensino da Bíblia entra em conflito com os caminhos do mundo?
Out l Nov l Dez 2022 | 19 |
2
3. L
eia Gênesis 3:1-7. Quais critérios Eva usou para escolher entre a Palavra
de Deus e a da serpente?
__________________________________________________________
_________________________________________________________
O que esse relato ensina sobre como é fácil racionalizar e justificar escolhas erradas?
| 20 | Vida, morte e eternidade
■ Terça, 4 de outubro Ano Bíblico: Repassar o Antigo Testamento
2
4. L
eia Gênesis 3:4. Quais foram as diferentes formas pelas quais essa men-
tira foi repetida ao longo dos tempos?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
Consequências do pecado
2
6. Com base em Gênesis 3:7-19 e Romanos 5:12, quais foram as principais
consequências do pecado?
_____________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
2
7. Que esperança há para a humanidade? Gn 3:15, 21
_________________________________________________________
8. Leia 2 Coríntios 5:21 e Hebreus 9:28. O que esses textos ensinam sobre o
que foi revelado pela primeira vez no Éden?
__________________________________________________________________
Sabendo que morreriam (Gn 3:19, 22-24), Adão e Eva deixaram o Jardim
do Éden, mas não saíram nus nem com suas vestes de folhas de figueira.
Deus “fez roupas de peles” para eles, e os vestiu (Gn 3:7, 21), um símbolo
de Sua veste de justiça (Zc 3:1-5; Lc 15:22). Desde o Éden, o evangelho
havia sido revelado à humanidade.
Out l Nov l Dez 2022 | 23 |
Estudo adicional
TEXTO - CHAVE: Gn 3 2
ESBOÇO
Deus criou um mundo perfeito sem pecado, mal, violência, insegurança, doença e mor-
te. Ele é o Deus da vida, a Fonte da vida e o Doador da vida. Há um grande contraste en-
tre o mundo de Gênesis 1 e 2, onde tudo é significativo, belo e harmonioso, retratado em
cores vibrantes, alegres e claras, com melodia edificante, e o mundo do restante de Gê-
nesis, em que tudo o que é bom é de súbito atingido por uma tempestade de pecado e,
consequentemente, prejudicado com relacionamentos amorosos arruinados. As cores tor-
nam-se escuras, e a música, dissonante. O potencial puro e excelente para crescimento e
exploração é comprometido.
No entanto, em Sua misericórdia, Deus foi em busca da humanidade e ofereceu espe-
rança e uma solução para o problema do pecado e da morte. Nenhum sistema filosófico
ou religião pode trazer uma solução para a morte, para o processo de morrer, e efetuar a
restauração plena da vida em nosso mundo, eliminando a morte. Somente o Deus vivo, por
meio de Suas ações graciosas, pode fazer isso. Assim, nada nem ninguém pode ser com-
parado ao nosso Criador e Redentor. Ele é, acima de toda a Sua criação, único e soberano.
A rebelião e a desobediência começaram no Céu, mas foram transferidas para a Terra
quando Adão e Eva pecaram; assim, o grande conflito entre o bem e o mal se estabele-
ceu também na Terra. Deus não deixou a humanidade em seu pecado, mas liderou uma
guerra contra os poderes das trevas e seu comandante, Satanás. O Criador colocou ini-
mizade entre o mal e a humanidade para que os humanos não fossem encantados e en-
laçados por ele, mas fossem capazes de dizer não enquanto se apegavam a Deus em
busca de sabedoria e força. O Deus Criador trouxe uma solução para o problema do peca-
do enviando a Semente prometida (Gn 3:15), Jesus Cristo, como Salvador da humanidade
(Jo 3:16; 5:24; At 4:12). O pecado trouxe não apenas complicações, mas também a morte.
No entanto, Jesus venceu a morte por Sua vida perfeita de serviço amoroso, sacrifício al-
truísta e obediência voluntária (Rm 6:23).
COMENTÁRIO
2
te significativa: “ainda não”. Houve um tempo em que “ainda não” havia espinho, trabalho
penoso, dificuldades agrícolas e chuva. Esse verso de transição aponta para Gênesis 3, no
qual as coisas mudaram drasticamente. A morte veio como resultado de se afastar de Deus
e viver uma vida autônoma e independente Dele: “Você é pó, e ao pó voltará” (Gn 3:19).
Deus advertiu especificamente o primeiro casal contra a desobediência à Sua Palavra,
e que o resultado culminaria em devastação e tragédia, a saber, a morte: “você certamen-
te morrerá” (Gn 2:17). Satanás contradisse Deus ao declarar: “É certo que vocês não mor-
rerão” (Gn 3:4). Observe que a serpente sabia exatamente o que Deus havia dito antes a
Adão no Jardim do Éden e o negou com as mesmas palavras, incluindo “é certo”, como ve-
mos na frase “É certo que vocês não morrerão”.
Assim, o leitor é alertado para o fato de que nossos primeiros pais lidavam com Satanás
e não com um mero réptil, pois a serpente falou e se opôs diretamente a Deus. O Senhor
usou “é certo” ou “certamente”, e Satanás também enfatizou isso. O diabo, então, apoiou
sua afirmação com duas mentiras: “Os olhos de vocês se abrirão”, ou seja, vocês obterão
perspectivas especiais, se tornarão sábios e, “como Deus, vocês serão conhecedores do
bem e do mal”, ou seja, capazes de decidir o que é bom e o que é mau (Gn 3:5). Satanás, um
mestre das intrigas, apresentou a desobediência como uma questão de liberdade e lucro.
Ao comer, Adão e Eva experimentaram, de fato, a abertura de sua visão (Gn 3:7). Mas seus
olhos foram abertos de forma diferente do que imaginavam. Eles perceberam que haviam
perdido o que tinham antes. Sua pureza e inocência desapareceram e viram que estavam nus.
Essa nudez era mais do que nudez física porque (1) eles também estavam nus antes, mas não
se envergonhavam (Gn 2:25); e (2) quando Deus os visitou e perguntou ao homem: “Onde você
está?” (Gn 3:9), Adão respondeu que se escondeu porque estava nu. Para ser claro, naquela
situação eles não estavam fisicamente nus, pois estavam cobertos com roupas de folhas de
figueira (Gn 3:7). Eles estavam moralmente nus porque, pela primeira vez, sentiram culpa.
A segunda promessa de Satanás também foi uma mentira. Adão e Eva não se torna-
ram como Deus por meio do conhecimento do bem e do mal, pois Deus não conhece o
mal por experiência (Ele nunca pecou!). Mas Adão e Eva perderam o que tinham: a capa-
cidade de discernir distintamente entre o bem e o mal. Uma tradução literal de Gênesis
3:22 revela este fato: “Eis que os humanos eram [não ‘se tornaram’] como um de nós, sa-
bendo [discernindo entre] o bem e o mal, mas agora ...” (para detalhes, veja Jiří Moskala,
“‘You Will Be Like God Knowing Good and Evil’: Discernment of Truth and Lies” [Vocês serão
como Deus, conhecendo o bem e o mal: Discernimento da verdade e das mentiras], Journal
of Adventist Mission Studies 12, no 2, 2016, p. 10-18). Assim, Adão e Eva perderam não ape-
nas sua integridade, mas também a capacidade de saber o que era certo e errado. A par-
tir de então, precisariam da revelação divina para saber o que era bom e o que era mau.
Eles dependeriam do poder espiritual de Deus, um poder externo que devia ser recebido
por meio da comunhão, para poder fazer o que era certo.
2
força destruidora se torne claramente visível. Onde há pensamento errado, segue-se auto-
maticamente que também haverá mau comportamento. O pecado destrói todos os tipos de
relacionamentos significativos; traz apenas miséria, sofrimento, separação e complicações.
Romper nosso relacionamento com Deus (a dimensão vertical de nossa existência) traz múlti-
plas rupturas horizontais. Dizer não a Deus é a causa de muitas consequências pecaminosas:
1. A ruptura em nosso relacionamento com Deus leva a um relacionamento quebrado
com o “eu”. Assim, a natureza de Adão e Eva foi corrompida como consequência do peca-
do. Eles viviam com uma consciência de culpa, vergonha, bem como com sentimentos de
degradação e derrota.
2. O pecado/a desobediência levou Adão e Eva a ter medo de Deus em vez de permitir
que desfrutassem de Sua companhia (Gn 3:10).
3. O pecado/a desobediência levou Adão e Eva a culpar os outros por seu fracasso. As-
sim, eles experimentaram um relacionamento rompido um com o outro (Gn 3:12; 4:5-8).
O pecado os alienou um do outro.
4. O pecado/desobediência trouxe a morte à família humana porque o relacionamen-
to de Adão e Eva com o Doador da vida foi rompido (Gn 3:19).
5. O pecado/desobediência tornaria o parto e a criação de filhos uma experiência do-
lorosa (Gn 3:16).
6. O pecado/desobediência tornaria o casamento uma experiência de luta pelo domí-
nio e supremacia, fazendo com que deixasse de ser um relacionamento amoroso, carinho-
so, emocional e íntimo entre parceiros heterossexuais iguais (Gn 3:16).
7. O pecado/desobediência tornaria o trabalho uma experiência dolorosa. Suor e can-
saço resultantes do esforço para obter o sustento se tornariam parte da vida (Gn 3:18).
8. O pecado/desobediência de Adão e Eva resultou no prejuízo do seu senso do que era
bom e na perda da sua capacidade de discernir entre o bem e o mal (Gn 3:5, 22).
9. O pecado/desobediência quebrou o relacionamento de Adão e Eva com a natureza.
Como resultado, o solo produziria espinhos e cardos (Gn 3:18; 6:11).
10. O pecado/desobediência trouxe violência, dor, ódio, poligamia, etc. (ver Gn 4–19).
Para mais detalhes sobre esse tema da natureza do pecado, suas consequências e o pla-
no redentivo de Deus, veja Jiří Moskala, “Origin of Sin”, em Salvation: Contours of Adventist
Soteriology, editado por Martin F. Hanna, Darius W. Jankiewicz e John W. Reeve [Berrien
Springs, MI: Andrews University Press, 2018], p. 119-143. Gênesis 3 é um modelo para se
entender a natureza do pecado e da salvação. Nesse capítulo, todo o evangelho já está
presente, como é visto na graça imerecida que flui do Calvário para Adão e Eva (Ap 13:8).
A solução divina
A esperança aparece contra toda desesperança. Em meio à escuridão, desespero e condena-
ção, Deus assegura o futuro da humanidade, muito embora Adão e Eva não merecessem viver.
2
relação a Deus após o pecado (isto é, em vez de desfrutar de Sua presença, eles se escon-
deram Dele); e (4) como um juízo/julgamento investigativo, que foi realizado porque eles
eram responsáveis por suas ações passadas em relação a Deus como seu Criador e Juiz.
Segundo, Deus provê uma vestimenta real (Gn 3:21). Como a nudez do primeiro casal foi
mais do que um fenômeno físico, segue-se por analogia que as vestes de Deus represen-
tavam mais do que roupas físicas. Deus lhes deu uma vestimenta de pele que Ele mesmo
havia feito e assim cobriu os pecadores com o manto de Sua justiça (1Co 1:30; 2Co 5:21).
A solução para o problema do pecado é o Messias (Ef 1:4; 1Pe 1:20). O perdão e a reden-
ção devem ser garantidos por meio do sacrifício gracioso de Deus, representado pela mor-
te do animal de cuja pele foram feitas as vestes que Adão e Eva usaram.
Terceiro, Deus criou inimizade entre os poderes do bem e do mal para que pudésse-
mos odiar o mal (Gn 3:15).
Quarto, Deus prometeu enviar a Semente (Gn 3:15) para derrotar nosso inimigo, Sata-
nás. A declaração divina à serpente está no centro desse capítulo. O Messias Se tornaria
o Redentor e Salvador da humanidade, e Sua morte deliberada e vitoriosa acabaria des-
truindo Satanás e, consequentemente, tudo e todos associados a ele. O Messias seria o
Vencedor e daria a vitória a todos os que se ligam a Ele (Rm 8:1-4). A vitória final é asse-
gurada por Ele (Ap 12:7-12; 19:6, 7, 15-21; Jd 24, 25).
1. A morte é uma realidade implacável, e a perda de entes queridos é uma parte inevitá-
vel deste mundo caído. Como podemos levar esperança em meio à decepção e ao de-
sespero para aqueles que estão sofrendo?
2. Discuta com sua classe por que o pecado parece tão atrativo como um ganho, e não
como a perda que de fato é. O que é tão enganoso na natureza do mal? Explique.
3. Estamos todos condenados à morte porque somos pecadores (Rm 3:23; 6:23). Como a
morte de Jesus na cruz derrotou a segunda morte para que possamos viver eternamente?
www.novohinario.com.br