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Entendendo
a natureza humana
Um ser vivente
1. L
eia Gênesis 1:24-27 e 2:7, 19. Que semelhanças e diferenças existem en-
tre a maneira pela qual Deus criou os animais e a humanidade? O que
Gênesis 2:7 nos diz sobre a natureza humana?
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N o sexto dia, Deus deu vida aos animais terrestres e aos primeiros se-
res humanos, um casal (Gn 1:24-27). Ele “formou da terra todos os
animais do campo e todas as aves do céu” (Gn 2:19, NVI) e “formou o ho-
mem do pó da terra” (Gn 2:7).
Embora tanto os animais quanto o ser humano tenham sido formados
“da terra”, a formação do homem foi distinta da formação dos animais sob
dois aspectos principais: primeiro, Deus moldou o homem fisicamente e
então “lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser
vivente” (Gn 2:7). O homem era uma entidade física antes de se tornar um
ser vivo. Segundo, Deus criou a humanidade como homem e mulher à pró-
pria imagem e semelhança da Divindade (Gn 1:26, 27).
Gênesis 2:7 explica que a introdução do “sopro da vida” no corpo físico
de Adão o transformou em “um ser vivente” (Heb. Nephesh chayyah) ou
literalmente “alma vivente” (ARA). Isso significa que cada um de nós não
tem uma alma que possa existir separada do corpo. Ao contrário, cada um
é um ser vivente ou uma alma vivente. A afirmação de que essa “alma” seja
uma entidade consciente que possa existir separada do corpo humano é
ideia pagã, não bíblica. Compreender a verdadeira natureza da humani-
dade nos previne de aceitar a noção popular de uma alma imaterial e todos
os erros perigosos construídos sobre essa crença.
Não há existência consciente de nenhuma parte do ser humano sepa-
rada da pessoa como um todo. Deus nos criou de uma forma assombrosa
e maravilhosa, e não devemos especular além do que as Escrituras de fato
dizem sobre esse assunto. Não apenas a própria natureza da vida é um
mistério (os cientistas ainda não chegaram a um acordo quanto ao que sig-
nifica algo estar vivo), ainda mais misteriosa é a natureza da consciência.
Como o tecido material de pouco mais de um quilo (células e compostos
químicos), o cérebro, mantém e cria coisas imateriais como pensamen-
tos e emoções? Aqueles que estudam essa ideia admitem que na realidade
não sabemos.
Você é grato pelo milagre da vida e pelo milagre maior, a vida eterna?
| 30 | Vida, morte e eternidade
■ Segunda, 10 de outubro Ano Bíblico: Mt 17-20
C omo já vimos, a Bíblia ensina que o ser humano é uma alma (Gn 2:7),
e a alma deixa de existir quando o corpo morre (Ez 18:4, 20).
Mas e quanto ao “espírito”? Ele não permanece consciente mesmo após
a morte do corpo? Muitos cristãos acreditam que sim, e até tentam jus-
tificar seu ponto de vista citando Eclesiastes 12:7, que diz: “e o pó volte à
terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu”. Mas essa decla-
ração não sugere que o espírito dos mortos permaneça consciente na pre-
sença divina.
Eclesiastes 12:1-7 descreve, em termos bastante dramáticos, o pro-
cesso de envelhecimento, culminando com a morte. O verso 7 refere-se
à morte como a reversão do processo de criação mencionado em Gênesis
2:7. Como já foi dito, no sexto dia da semana da criação “formou o Senhor
Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida,
e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2:7, ARA). Mas Eclesiastes 12:7
nos diz: “o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o
deu”. Assim, o fôlego de vida que Deus soprou nas narinas de Adão, e que
também forneceu a todos os outros seres humanos, retorna a Deus ou,
em outras palavras, simplesmente deixa de fluir para eles e através deles.
Devemos ter em mente que Eclesiastes 12:7 descreve o processo de
morte de todos os seres humanos e o faz sem distinguir entre justos e
ímpios. Se os supostos espíritos de todos os que morrem sobrevivem como
entidades conscientes, então os espíritos dos ímpios estão com Deus? Essa
ideia não está em harmonia com o ensino das Escrituras. Como o processo
de morte ocorre da mesma forma com os seres humanos e com os animais
(Ec 3:19, 20), a morte nada mais é do que deixar de existir como ser vivo.
Como afirma o salmista: “Se escondes o rosto, eles se perturbam; se lhes
cortas a respiração, morrem e voltam ao pó” (Sl 104:29).
É certo dizer que a morte faz parte da vida? A morte não é o oposto da vida? Que espe-
rança há neste verso: “O último inimigo a ser destruído é a morte” (1Co 15:26)?
| 32 | Vida, morte e eternidade
■ Quarta, 12 de outubro Ano Bíblico: Mt 24-26
Pense nos salvos. Eles fecham os olhos na morte e, quer fiquem na sepultura por
1.500 anos ou por 5 meses, não faz diferença para eles. A próxima coisa que verão será
o retorno de Cristo. Como, então, os mortos estão em melhor condição que os vivos?
6. Reis bons e maus foram para o mesmo lugar ao morrerem. O que isso nos
ensina a respeito da natureza da morte? 2Rs 24:6; 2Cr 32:33
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Estudo adicional
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uma vaga ideia de como deve ser para os mortos. Mas, mesmo sob anes-
tesia, seu cérebro ainda funciona. Imagine como seria quando as funções
cerebrais parassem completamente, o que ocorre na morte. Os mortos
fecham os olhos, e o próximo evento que verão será a volta de Jesus ou
Seu retorno após o milênio (Ap 20:7-15). Até lá, todos os mortos, os jus-
tos e os ímpios, descansarão por um tempo que lhes parecerá um instante.
Para os vivos, a morte parece durar muito tempo, mas para os mortos dura
apenas um instante.
“Se fosse verdade que a alma passa diretamente para o Céu no instante
em que alguém morre, então poderíamos muito bem almejar a morte em
lugar da vida. Por causa dessa crença, muitos têm sido levados a colocar
fim à sua existência. Quando dominados pelas dificuldades, dúvidas e
frustrações, parece fácil romper o tênue fio da vida e voar além, para as
bênçãos do mundo eterno [...].
“Em parte alguma nas Escrituras Sagradas se encontra a declaração
de que é por ocasião da morte que os justos vão para sua recompensa e os
ímpios para seu castigo” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 450, 458).
3 ESBOÇO
Deus criou o ser humano à Sua imagem como o ato culminante de Sua criação físi-
ca. Esse fato é ressaltado pela linguagem poética empregada pela primeira vez na Bíblia:
“Deus criou o ser humano à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou” (Gn 1:27). A história bíblica da criação é inequívoca em seu ensino de que tanto o
homem quanto a mulher foram feitos à imagem de Deus. Eles foram feitos iguais com
diferentes funções biológicas, bem como criados em total dependência de Deus. Embo-
ra não fossem imortais, pois somente Deus é imortal (1Tm 6:16), poderiam viver eterna-
mente se permanecessem em um relacionamento de confiança e amor com seu Criador.
O monismo bíblico ensina que cada ser humano foi criado como uma unidade e que
nenhuma parte de um ser humano pode viver depois que uma pessoa morre. A expressão
“alma imortal” e o ensino de que os humanos nascem imortais, ou com almas ou espíritos
imortais, não se encontram na Bíblia. Humanos ou almas não são inerentemente imor-
tais. Os seres humanos não têm existência consciente separada do corpo. Depois que ele
ou ela morre, a consciência deixa de funcionar. A imortalidade humana é sempre, e so-
mente, derivada de Deus.
COMENTÁRIO
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Pentecostes: cerca de três mil pessoas (At 2:41; literalmente, três mil almas).
O corpo, a alma e o espírito funcionam em estreita cooperação, revelando uma relação
de intensa afinidade entre as faculdades espirituais, mentais e intelectuais de uma pes-
soa. A esses aspectos precisamos acrescentar também uma dimensão social porque so-
mos criados como seres sociais. Paulo elaborou sobre esse aspecto multidimensional do
comportamento humano e explicou que, como seres humanos, precisamos deixar Deus
nos transformar por Sua graça e por Seu Espírito: “O mesmo Deus da paz os santifique em
tudo. E que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam conservados íntegros e irrepreen-
síveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5:23).
Assim, tudo o que somos e fazemos deve ser santificado por Deus. Dentro de nossa
existência como humanos, experimentamos a vida em um nível físico, emocional, mental/
intelectual, espiritual e social. Não se pode separar esses aspectos. Por exemplo, quando
nos envolvemos em exercícios físicos (seja correndo, trabalhando no jardim ou dirigindo),
também envolvemos nossos sentimentos, nossos pensamentos, bem como nossas facul-
dades mentais, espirituais (no caso de orarmos ou recitarmos um texto bíblico ou mes-
mo nos deixar impressionar pelo Espírito) e sociais (se não estivermos sozinhos) durante
o tempo de nossa atividade.
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que [alma] platônica, [...] deixamos que o significado real de Nephesch nos escape e, além
disso, ficamos com inúmeros pseudoproblemas” (Claude Tresmontant, A Study of Hebrew
Thought, tradução de Michael Francis Gibson [Nova York: Desclee Company, 1960], p. 94).
A morte é um sono ou descanso, e morrer é ser reunido ao povo de Deus, ou seja,
ser colocado na sepultura junto com eles (Gn 25:8; 2Sm 7:12; 1Rs 2:10; 22: 40; Sl 13:3;
Jo 11:11-15; At 13:36; Ap 14:13). No túmulo, os mortos não sabem nada, não louvam ao
Senhor, não trabalham nem planejam, nem fazem nenhuma outra atividade (Jó 3:11-13;
Sl 115:17; 146:4; Ec 9:5, 10).
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Alguns estudiosos tentam defender a vida após a morte simplesmente apelando ao
senso comum, porque não há nenhuma declaração bíblica a respeito disso. Por exemplo,
Stewart Goetz declara: “As Escrituras como um todo não ensinam que a alma existe. As
Escrituras simplesmente pressupõem a existência da alma porque sua existência é afir-
mada pelo senso comum de pessoas comuns” (Stewart Goetz, “A Substance Dualist Res-
ponse”, in In Search of the Soul: Perspectives on the Mind-Body Problem – Four Views of the
Mind-Body Problem, ed. por Joel B. Green, 2ª ed. [Eugene, OR: Wipf e Stock, 2010], p. 139).
O “senso comum” pode, no entanto, ser muito enganador.
www.novohinario.com.br
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