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Tantra osho e alan watts

O Tantra ensina que os sentidos são as portas do êxtase. Mas os sentidos estão
embotados e você precisa abandonar esse embotamento; seus sentidos estão sujos e precisam
ser limpos. Como? Praticando a abordagem tântrica em tudo; saboreando Deus em todos os
sabores, fluindo totalmente em seu toque, pois tudo que você toca é divino. Toque, cheire,
saboreie, veja, escute o mais integralmente possível. E estando inteiro, aberto, receptivo,
integral você entra em êxtase. Êxtase é a linguagem esquecida. Você terá de aprender a
linguagem de novo porque a sociedade o enganou, fez com que se esquecesse.

O Tantra diz para se tornar o amor, se perder no amor. Quando estiver abraçando,
torne-se o abraço, quando estiver beijando, torne se o beijo. Esqueça tão completamente de
você mesmo, a ponto de sentir que não é o coração que palpita, mas o amor, não é o sangue
que circula, mas o amor. O amor pode se tornar uma meditação profunda. As vezes os que
amam conhecem o que os santos não conheceram. Mas será apenas um vislumbre se você não
transformar o seu amor em meditação. O Tantra significa isso: transformação do amor em
meditação. E a meditação é desintegrar as fronteiras da mente, ir além do ego. E o amor é o
caminho mais fácil, por que amar significa ir além de si mesmo, significa estar receptivo ao ser
amado. E quando os dois somem, quando os dois se fundem, algo muito especial nasce, uma
fusão, uma transformação perene acontece em cada um.

Mas o êxtase é espontâneo, ele não pode ser preparado ou previsto, ele é vivo, ele
acontece. Existem técnicas, mas elas são só para acalmar ou transcender sua mente, e assim o
êxtase poder surgir. O êxtase é espontâneo, ocorre por si mesmo, a seu próprio tempo, e o
resto do corpo se move em resposta a ele. Com a postura aberta da mente e dos sentidos, o
amor sexual torna se uma revelação. O ato de amoroso se manifesta como uma fusão intensa
entre os parceiros que os leva, verdadeiramente, a fluir um dentro do outro. Em outras
palavras, o “desejo físico” se transforma na mais respeitosa e terna forma de amor que se
possa imaginar. É o que alguns chamam de Unyo Mistica. Como o comando e a reação entre
bons dançarinos, parecem ser quase simultâneos – como se eles fossem uma única realidade –
existe um momento em que o mais íntimo contato sexual ocorre com uma extraordinária
mutualidade. O homem não comanda e a mulher não segue; a relação homem-mulher age por
si mesma. A “iniciativa” de um e a “reação” do outro são o mesmo movimento.

Reivindique sua linguagem esquecida.

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