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Estatística Aplicada à Gestão de Políticas Públicas I

(Texto Resumo)

Professor: Dr. Julio Alfredo Racchumi Romero


Disciplina: Estatística Aplicada à Gestão de Políticas Públicas (AI0185)

UNIDAD 1:
1. ESTATÍSTICAS E CONCEITOS BÁSICOS

1.1. ESTATÍSTICA

...QUE PENSAM AS PESSOAS DA ESTATÍSTICA?

Sempre pensam que estatística é “matemáticas” — conexão que se faz é inevitável —, mas deve
lembrar que estatística não é matemática e não é uma rama da matemática. Matemática faz parte
da realidade do estudo da estatística, mas o fundamental da estatística não é saber matemática, mas
saber utilizar as ferramentas que se utilizam para a formalização das ideias estatísticas.

A matemática é considerada uma ferramenta para o campo da estatística, quando o objetivo é


desenvolver teorias estatísticas (o que não é o caso da maioria dos profissionais que utilizam). O tipo
de conhecimento que precisa o profissional que utiliza estatística é bem diferente do conhecimento
necessário para o profissional que desenvolve estatística. Isto é motivado pela falta de informação
da utilidade da estatística nos estudos.

A ESTATÍSTICA EM TODAS PARTES DA VIDA

As empresas utilizam a estatística para fazer um bom negócio, pesquisando e avaliando


previamente como será a aceitação do produto no mercado.

Nas políticas públicas que outorgam benefícios para que os filhos das famílias pobres frequentem a
escola.

Em tempos de pandemia da covid-19, a estatística permite compreender a mutação do vírus, assim


como estimar o impacto causado pela doença e como medidas protetivas, por exemplo, o isolamento
social, podem diminuir a quantidade de vítimas.

Na relação candidato-vaga de um vestibular ou de um concurso público, há estatística.

IMPORTÂNCIA DA ESTATÍSTICA

A Estatística é aplicada para auxiliar nas tomadas de decisão com incertezas para justificar de
formar clara precisa e cientifica as decisões de diferentes ramas da ciência:
− Pesquisas do Governo e da indústria
− Ciências sociais,
− Biológicas,

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− Físicas entre outras

A Estatística envolve técnicas para coletar, organizar, descrever, analisar e interpretar dados,
provenientes de experimentos, ou vindos de estudos observacionais.

A Estatística é fundamental para a construção do saber científico. Grande parte da ciência é


pautada em hipóteses que podem ser testadas na forma das análises estatísticas.

IMPORTÂNCIA DA ESTATÍSTICA NA HISTÓRIA

Desde o começo da civilização tem estado sempre presente: nos primórdios mais oculta e na
atualidade mais visível. Contar, enumerar e recensear sempre foi uma preocupação permanente em
todas as culturas.

Em civilizações como a antiga Grécia, Roma, Egipto, Israel, Índia, Japão, China, etc, o Estado tinha
necessidade de conhecer a sua população, tanto a nível económico como a nível social.
Os recrutamentos militares, pois as guerras eram constantes e havia necessidade de conseguir jovens
rapazes para serem treinados fisicamente para a guerra.

O termo estatística deriva do neolatim statisticum collegium ("conselho de Estado") e do Italiano


statista ("estadista" ou "político").

O alemão Statistik, introduzido pela primeira vez por Gottfried Achenwall (1749), designava
originalmente a análise de dados sobre o Estado, significando a "ciência do Estado" (então chamada
aritmética política (political arithmetic) em inglês).

"…É notável que tal ciência, que começou nos estudos sobre jogos de azar, tenha alcançado os mais
altos níveis do conhecimento humano." - Laplace

QUE É A ESTATÍSTICA?

Estatística pode ser pensada como um conjunto de métodos e técnicas que auxiliam a tomada de
decisão sob a presença de incerteza. A incerteza é consequência da variabilidade de um fenômeno
que dificulta a tomada de decisões.
“Estatística é um conjunto de métodos e processos quantitativos que serve para estudar e medir os
fenômenos coletivos.” - Dugé de Bernonville

Ciência exata que visa fornecer técnicas para a coleta, a organização, descrição (apresentação),
análise e interpretação de dado, que muitas vezes são incompletos, mas que com técnicas é possível
uma melhor compreensão. Tem como objetivo fundamental o estudo de uma população, feito de
duas maneiras: Investigando todos os elementos da população ou selecionando alguns elementos da
população.

Como pode ser exato algo que lida com o incerto?

De uma forma geral, existe um entendimento que a Estatística é uma ciência exata pois ela é
totalmente baseada na Matemática. A chave para isso é a probabilidade, que é uma ferramenta
exata da Matemática para descrever o que é incerto (aulas futuras falaremos de probabilidade)

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PORQUE ESTUDAR ESTATÍSTICA?

Por que a natureza apresenta VARIABILIDADE Variações de indivíduo para indivíduo Variações no
mesmo indivíduo “A Estatística estuda como controlar, minimizar e observar a variabilidade
INEVITÁVEL de todas as medidas e observações”. Sem Métodos Estatísticos, sem validade científica!

A Estatística é cada vez mais utilizada em diferentes atividades na vida, desde as Ciências Sociais,
Psicologia e Sociologia até áreas como Educação, Ciências Humanas e Físicas, Ciências da Saúde,
Jornalismo, Comunicação e Artes de forma geral.

Considerando que a estatística adquiriu o status de Ciência com o interesse no levantamento de


informações demográficas, para explicar os fenômenos da natureza e das relações humanas e sociais.

ESTATÍSTICA NA GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

A estatística é indispensável para obter um sistema de informação de uma sociedade democrática,


servindo às diferentes esferas de governo, às empresas privadas e à população em geral com dados
sobre a economia, a demografia e as condições sociais e ambientais do País. Informações estatísticas
confiáveis devem estar disponíveis para a sociedade, processadas de maneira imparcial, livres de
interferência política e acessíveis para toda a população sob condições de igualdade.
A estatística para o gestor público cumpre um papel importante, porque é de total utilidade ao nível
do Estado, de organizações sociais e profissionais, do cidadão comum e ao nível acadêmico. Uma
base de informações qualificada é fundamental para a adequada gestão das políticas públicas. Os
gestores públicos consideram cada vez mais importante os dados estatísticos para obter informações
essenciais que auxiliem suas análises sobre a conjuntura econômica e social.

O crescente uso da estatística vem ao encontro da necessidade de realizar análises e avaliações


objetivas, fundamentadas em conhecimentos científicos.

1.2. CONCEITOS BÁSICOS

Conjuntos de dados:
Existem dois conjuntos de dados utilizados em estatísticas denominados de População e Amostra

População:
Conjunto de indivíduos, objetos ou informações que apresentam pelo menos uma característica
comum, cujo comportamento interessa-nos analisar (FARBER e LARSON R, 2009).

Os estudos na estatística, frequentemente estudam uma ou mais características dos elementos de


uma população, pelo qual é importante definir bem essas características de interesse para que sejam
delimitados os elementos que pertencem à população e quais os que não pertencem.

Exemplo: conjunto dos jovens com a idade de ir às urnas para as eleições; todos os alunos de uma
determinada escola; o conjunto de cidades de um determinado país.

Amostra
É uma parte (um subconjunto finito) representativa de uma população selecionada segundo métodos
adequados (FARBER e LARSON R, 2009).

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O objetivo é tirar conclusões sobre populações com base nos resultados da amostra. Para isso, é
necessário garantir que amostra seja representativa, ou seja, a amostra deve conter as mesmas
características básicas da população, no que diz respeito ao fenômeno que desejamos pesquisar

Exemplo: Para estudar as características de uma população, estuda-se uma parte dessa população, e
que se denomina amostra. Ou ainda amostra é a recolha de dados para análise estatística de uma
parte da população.

Parâmetros:

são medidas populacionais quando se investiga a população em sua totalidade, neste caso é
impossível fazer inferências, pois toda a população foi investigada (FARBER e LARSON R, 2009).

Estimadores ou Estatísticas:

são medidas obtidas da amostra, torna-se possível neste caso utilizarmos as teorias inferências para
que possamos fazer conclusões sobre a população (FARBER e LARSON R, 2009).

1.3. Ramos da Estatística

Estatística descritiva.

Preocupa-se com a coleta, organização, classificação, apresentação, interpretação e análise de dados


referentes ao fenômeno através de gráficos e tabelas, além de calcular medidas que permitam
descrever o fenômeno.

Estatística inferencial.

Partindo de uma amostra, estabelece hipóteses, tirar conclusões sobre a população de origem e que
formula previsões, fundamentando-se na teoria das probabilidades.
A estatística inferencial destina-se à análise e interpretação dos dados. O processo de generalização
do método inferencial está associado a uma margem de incerteza. Isto se deve ao fato de que a
conclusão que se pretende obter para o conjunto de todos os indivíduos analisados segundo
determinadas características comuns, baseia-se em uma parcela da população.

VARIÁVEIS

É uma característica (observada ou medida) que se deseja estudar de uma população dada
(MAGALHÃES e PEDROSO DE LIMA, 2002). Pode ser uma quantidade que permite a realização de
operações aritméticas ou pode apenas ser um atributo dos elementos da população (ou amostra).

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1. Tipo de variável: segundo a natureza

As variáveis podem basicamente ser classificadas, de acordo com a natureza das variáveis, estas
podem ser classificadas como (BUSSAB e MORETTIN, 2002)

Qualitativas: Quando resulta de uma classificação por atributos.

Nominal, não existe ordenação nas possíveis respostas

Exemplo: Sexo, estado civil.

Ordinal, existe uma certa ordem nas possíveis respostas

Exemplo: Escolaridade,

Quantitativas: Quando seus valores forem expressos em números. Podem ser subdivididas: Discretas
e Continuas

Discreta, assume valores pertencentes a um conjunto enumerável. Seus valores estão associados a
característica de contagem.

Exemplos: número de filhos, número de clientes da loja, etc.

Contínua, assume qualquer valor num intervalo de valores. Seus valores estão associados à
característica de medidas.

Exemplos: tempo de uma ligação telefônica, velocidade de processamento de um computador, etc.

2. Tipo de variável: função na análise

De acordo com a sua função na análise dos dados, estas podem ser nomeadas como variáveis
independentes, dependentes ou variáveis a controlar (co-variante).

A variável independente: corresponde à variável que é manipulada pelo investigador para avaliar o
seu efeito que ela exerce sobre uma outra variável.

A variável dependente: é a variável que sofre os efeitos da variável independente.

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Bibliografia:

LARSON, Ron; FARBER, Elizabeth. Estatística aplicada. 6. ed. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, c2016. xv, 656 p. ISBN 9788543004778 (broch.).

MAGALHÃES, Marcos Nascimento; LIMA, Antonio Carlos Pedroso de. Noções de probabilidade e
estatística. 7. ed. rev. São Paulo: EdUSP, 2010. xv, 408 p. (Acadêmica, 40). ISBN 9788531406775.

MORETTIN, Pedro Alberto; BUSSAB, Wilton de Oliveira. Estatística básica. 8. ed. São Paulo:
Saraiva, c2013. xx, 548 p. ISBN 9788502207998 (broch.).

TOLEDO, Geraldo Luciano; OVALLE, Ivo Izidoro. Estatística básica. 2 ed. São Paulo, SP: Atlas,
2011. 459p. ISBN 978-85-224-1791-9

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