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Para uma melhor compreensão, valho-me por uma interpretação dada pela
Igreja Tenrikyo. Segundo ela, o som em japonês das palavras Sol e Lua são,
respectivamente, “ri” e “tsuki”, que remetem a duas ações: recuar e
enfrentar. Considero interessantíssima esta interpretação.
Com essa explicação, creio que puderam entender, em linhas gerais, o que
vem a ser o pragmatismo religioso.
Jornal Eiko n° 106, 30 de maio de 1951
PRATICAS DE HUMILDADE
Desde antigamente, fala-se sobre práticas de humildade. Para se viver bem
em sociedade, elas são deveras importantes, sobretudo para quem cultiva a
fé. Tenho visto, com certa frequência nas organizações religiosas, atitudes
que denotam falta de humildade entre os mestres que divulgam sua doutrina.
Os velhos provérbios: “O falcão inteligente oculta as garras” e “Quanto mais
carregada de grãos, mais se curva a espiga de arroz” referem-se à humildade.
Creio que todos queiram saber o que seja o Paraíso Terrestre. Assim sendo,
vou descrevê-lo como imagino.
Inicialmente, precisamos descobrir como eliminar a doença, uma vez que ela
é a principal causa dos três grandes infortúnios. Em seguida, vem a pobreza,
que também tem como causa primária a doença, enquanto a ideologia
equivocada, a pobreza política, a organização social deficiente são causas
secundárias. A ideologia que tende para o conflito, é motivada pelo estado
selvagem de que a humanidade ainda não conseguiu se libertar. Por
conseguinte, a questão fundamental é como eliminar esses três grandes
infortúnios. Vou apresentar os fatos mais simples que me fizeram adquirir
confiança na sua solução.
Inúmeros fatos têm provado que a maioria dos fiéis, com o correr dos anos,
está obtendo crescente felicidade.
A comprovação disso está nos religiosos que afirmam que a fé que busca
graças recebidas nesta vida é de nível inferior. Trata-se de uma concepção
estranha, pois não há quem não aspire a graças nesta existência. E ainda, se
alguém se queixa dos sofrimentos da doença, é estranho dizer-lhe que o ser
humano deve superar a vida e a morte. Ora, ninguém é capaz de tal
superação. Admitir que conseguiu tal coisa é enganar a si próprio.
Exemplifiquemos:
Uma vez que essas explicações não tem fim, gostaria de deter-me por aqui.
A seguir, vamos analisar a palavra ri. Ela é formada pela junção de dois
ideogramas. O que fica do lado esquerdo e que se lê “ô” e significa “rei”, é
constituído de três traços horizontais que, vistos de cima para baixo,
representam Céu, espaço intermediário e Terra; e também fogo, água e solo.
Esses três traços são unidos por um traço vertical. E o que fica do lado direito,
lê-se sato e significa “rural”. Escreve-se juntando os ideogramas ta e tsuti,
que significam, respectivamente, “arrozal” e “solo”. A configuração do
ideograma arrozal é um círculo com uma cruz no seu interior, e a do solo é
uma cruz sobre um troço, formando o número 11 em japonês, cujo sentido é
“unificação”. Por conseguinte, ri é a ação básica de todas as coisas e significa
“perfeição”. A denominação da Igreja Tenrikyo, constituída também com essa
palavra, é muito apropriada.
Nossas falhas menores não têm grande significação. Mais importantes são os
atos meritórios. Aquele cujos méritos, sob o ponto de vista cósmico,
ultrapassam sus deméritos, sempre estará à frente, e as bênçãos Divinas
serão proporcionais.
25 de fevereiro de 1953