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SISTEMA

RÁDIO

BÁSICO DE RÁDIO
DIGITAL

MANUAL DE INSTRUÇÃO

]
 1999 NEC DO BRASIL
Centro de Treinamento
COPYRIGHT BY NEC DO BRASIL

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deste documento são de inteira e total propriedade da NEC do Brasil S.A., não podendo
ser copiados, reduzidos ou cedidos a terceiros sem autorização escrita desta empresa.

As informações técnicas contidas nos manuais de treinamento são


utilizadas como referência, não encontrando obrigatoriamente uma correspondência
exata no equipamento fornecido. Deste modo, a existência de especificação ou
descrição de uma determinada função em um manual de treinamento não obriga, em
nenhum momento, a existência da função no equipamento fornecido.
ED - 001
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
1.1. DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE RÁDIOS ANALÓGICOS E RÁDIOS DIGITAIS...3

2. PROPAGAÇÃO.........................................................................................................8
2.1. TIPOS DE PROPAGAÇÃO.......................................................................................8
2.1.1. Sistemas em Visibilidade 10
2.2. FUNDAMENTOS DA PROPAGAÇÃO EM MICROONDAS...................................10
2.2.1. Absorção
12
2.2.2. Atenuação Devido à Obstáculos 13
2.2.3. Reflexão 15
2.2.4. Desvanecimento Devido a Dutos 15

3. CRITÉRIOS DE PLANEJAMENTO PARA SISTEMAS DE RADIOENLACE..........17


3.1. PERFIL DO ENLACE..............................................................................................17
3.2. CÁLCULO DE DESEMPENHO...............................................................................18

4. DESCRIÇÃO FUNCIONAL DO EQUIPAMENTO RÁDIO DIGITAL.......................21


4.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................21
4.2. PROCESSAMENTO DIGITAL DE TX E RX...........................................................21
4.2.1. Conversão de código de HDB3 para unipolar NRZ 22
4.2.2. Conversão serial para paralelo. 22
4.2.3. Multipexador 23
4.2.4. Embaralhamento 23
4.2.5. Sincronização de quadro 23
4.2.6. Detecção de TEB 25
4.2.7. Desembaralhamento 25
4.2.8. Demultiplexador 25
4.2.9. Conversão de paralelo para serial 25
4.2.10. Conversão de NRZ unipolar para HDB3 bipolar 25
4.3. MODULAÇÃO E DEMODULAÇÃO.........................................................................26
4.3.1. Codificação Diferencial 28
4.3.2. Geração de sinal de portadora de 70 MHz 28
4.3.3. Modulação QPSK 28

1
4.3.4. Detecção de fase 29
4.3.5. Sincronização de portadora 29
4.3.6. Equalização transversal de filtro (Opcional) 29
4.3.7. Decodificador Diferencial 29
4.4. SEÇÃO DO TRANSMISSOR E DO RECEPTOR...................................................30
4.4.1. Conversor de frequência de sinal de FI para RF 30
4.4.2. Oscilador local de TX 30
4.4.3. Amplificação de potência 31
4.4.4. Amplificador de Baixo Ruído 31
4.4.5. Conversão de frequência de sinal RF para FI 31
4.4.6. Oscilador de sinal local de RX 31
4.4.7. Amplificação de sinal de FI 31
4.4.8. Equalização de sinal de FI 32
4.4.9. Conversão de frequência de RF para sinal de FI 32
4.4.10. Deslocador de fase contínuo (Opcional) 32
4.4.11. Combinação de FI (Opcional) 32

5. COMPOSIÇÃO SISTÊMICA...................................................................................33
5.1. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS..............................................................................33
5.1.1. Variação das Faixas de Frequência 33
5.1.2. Taxas de Transmissão 33
5.1.3. Configuração do Sistema de transmissão 36
5.1.4. Canais Auxiliares 39

6. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS..............................................................................39

7. APLICAÇÕES PARA EQUIPAMENTOS RÁDIOS DIGITAIS.................................44


7.1. SISTEMA DE TRANSMISSÃO VIA SATÉLITE......................................................44
7.1.1. Funcionamento Básico do sistema 45
7.1.2. Faixas de frequência utilizadas 47
7.1.3. Tipos de orbitas 47
7.2. SISTEMAS PONTO - MULTIPONTO.....................................................................48
7.2.1. Múltiplo acesso 50
7.3. SISTEMAS PONTO A PONTO...............................................................................53
8. SISTEMA DE GERÊNCIA DE REDE......................................................................55

2
1. INTRODUÇÃO
Com a grande expansão das telecomunicações houve a necessidade do
emprego de novos equipamentos e sistemas, combinando diversas tecnologias no
sentido de atender as necessidades de desenvolvimento e integração tanto dos
sistemas de comunicação a longa distância quanto das redes urbanas.

Dentre os meios de transmissão existentes, para ligações em alta


capacidade, são empregados o cabo coaxial, a fibra óptica ou o rádio. A escolha entre
esses três sistemas depende de fatores econômicos, de segurança e de qualidade. Hoje
em dia a fibra óptica e rádio encontram-se em uma crescente competição como solução
para estabelecer a ligação entre dois pontos. Apesar da fibra óptica apresentar vários
fatores positivos para transmissão de sinais, as ligações via rádio apresentam vantagens
não somente no caso de regiões inacessíveis, como também no estabelecimento de
uma rede flexível e adaptada às condições topográficas. O rádio aparece também como
solução adequada em regiões densamente povoadas onde o lançamento de cabos
enfrenta dificuldades de direitos de propriedade e licença de trajeto.

Para os sistemas de longa distância, os equipamentos rádio de microondas


constituem uma parcela significativa das ligações no Brasil, sendo que até pouco tempo
atrás estes sistemas de transmissão por rádio enlace foram realizados principalmente
em bases analógicas.

Contudo, como única maneira de atender a crescente demanda de


serviços, de forma econômica e racional, as companhias de telecomunicações mundiais
resolveram partir para a digitalização da sua planta. Como consequência disto surgiram
famílias de equipamentos de transmissão totalmente novos como multiplexadores
digitais, rádios digitais, fibras ópticas, etc…, que estarão, por um determinado período
de transição, operando lado a lado com o antigo sistema analógico de transmissão.

O Rádio Digital, como será visto nos capítulo seguintes, garante sua
participação em diversos setores das telecomunicações : como transmissão de TV,
transmissões via satélite, comunicação de dados e voz ponto-multi-ponto e ponto a
ponto de rede pública ou privada, sistemas celulares, etc…

A figura 1.1 ilustra um sistema de telecomunicações genérico onde se pode


identificar o equipamento rádio como um dos equipamentos de transmissão disponíveis.

1
Figura 1.1 – Sistema de telecomunicações genérico

2
1.1. DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE RÁDIOS ANALÓGICOS E RÁDIOS DIGITAIS

O Rádio Digital quando comparado com o analógico apresenta vantagens


e desvantagens. O desempenho do rádio digital é independente do número de estações
intermediárias, sendo transparente à fonte do sinal transmitido, isto se deve à
regeneração do sinal em cada equipamento de rádio. Por outro lado é altamente
sensível ao fenômeno de desvanecimento seletivo devido a distribuição do seu espectro,
fenômeno não observado na transmissão analógica onde as bandas são relativamente
pequenas.

O Rádio Digital necessita de uma largura de banda maior do que dos


sistemas analógicos para transmissão como mostra a figura 1.2, por isso a fim de
compensar essa desvantagem, os sistemas digitais utilizam modernas técnicas de
modulação de alta eficiência espetral, que aumentam expressivamente a capacidade de
transmissão de informação.

a)
f max =4kHz A rel

Modulação fT
em
BA ~
~ 15kHz
freqüência
com duas
f/kHz
0 4 bandas
laterais, f
Sinal
limitação BA
SSB
em banda
analógico Portadora
modulada

BA ~ (1,5 a 2) 2f
max

b)
f max =4kHz R=64kHz
64kbit/s A rel
fT
Modulação BD ~
~90kHz
Amostragem digital em Roll-off Roll-off
8kHz amplitude =0,5 =0,3 - 0,5
Quantização R R 2R 3R com duas
0 4 8bits
f/kHz 2 f/kHz bandas
Sinal
laterais
f
SSB BD
analógico
Sinal digital Portadora
em banda básica modulada
BD~ 2(1 + R0) 2f R
2

Figura 1.2 Consideração para largura de banda de sistemas analógicos e digitais.

Podemos dizer que nos sistemas digitais está incorporada mais


“inteligência” do que nos analógicos, pois o sinal digital deve passar por várias etapas de
processamento para se garantir a qualidade de transmissão, enquanto que nos
analógicos o sinal recebido permanece essencialmente inalterado.

3
60 canais 300 canais 900 canais 2700 canais 2700 canais 900 canais 300 canais 60 canais
1 1
ETC GB GB ETC
12 1 SGB GMB SGMB SGMB GMB SGB 1 12
13 13
ETC GB GB ETC
E E
equipamento rádio é utilizado.

24 2 E E E E 2 24
E T T E
25 T T T T 25
T G G T
ETC GB S G BB BB G S GB ETC
G S S G
36 3 G M M G 3 36
B M M B
37 B B B B 37
B B
ETC GB GB ETC
48 4 4 48
49 49
ETC GB GB ETC
60 5 5 60

4
RÁDIO RÁDIO
ANALÓGICO ANALÓGICO

f12 f11 f10 f9 f8 f7 f6 f5 f4 f3 f2 f1 f12 f11 f10 f9 f8 f7 f6 f5 f4 f3 f2 f1

1~12 1~12
0 4KHz 4KHz 0

Figura 1.3 Sistema analógico (FDM)


12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
60 108KHz 60 108KHz
As figura 1.3 e 1.4 ilustram respectivamente os dois sistemas em que o
30 Canais Tributário Tributário Tributário Tributário Tributário Tributário 30 Canais
de 2Mbps de 8Mbps de 34Mbps 140Mbps 140Mbps de 34Mbps de 8Mbps de 2Mbps Canais de
(30Canais) (120Canais) (480Canais) (1920Canais) (1920Canais) (480Canais) (120Canais) (30Canais) voz

PCM MD MD MD MD MD MD PCM
1ª 2ª 3ª 4ª 4ª 3ª 2ª 1ª
ORDEM ORDEM ORDEM ORDEM ORDEM ORDEM ORDEM ORDEM

5
CPA RÁDIO RÁDIO CPA
SDH SDH
OU OU
PDH PDH

Figura 1.4 Sistema Digital (TDM)


Cabe salientar que podemos encontrar dentro da tecnologia digital duas
hierarquias : hierarquia digital plesiócrona (PDH) e a hierarquia digital síncrona SDH .

A PDH foi idealizada como uma solução para interconexão de centrais de


comutação digitais (aplicações ponto a ponto). Em função das limitações tecnológicas,
tais como componentes eletrônicos e meios de transmissão com largura de faixa
limitada (época em que as fibras começaram a ser utilizadas), a PDH face ás
necessidades de mercado de aumentar a capacidade de transporte para taxas da ordem
de Gbps, oferecer qualidade elevada , atender ao cliente mais rapidamente e sob
demanda, tornou-se não só cara como limitada. Algumas características da PDH
restringiram sua utilização, como por exemplo podemos citar :

 Poucos Recursos para gerência

 Rede extremamente hierárquica

 Padronização parcial

140Mbps 140Mbps
(1920Canais) (1920Canais)
Tributário
de 34Mbps
(480Canais)

MD MD
4ª 4ª
ORDEM ORDEM

Tributário
de 8Mbps
RÁDIO (120Canais)
RÁDIO
SDH Tributário Tributário SDH
OU de 34Mbps MD
MD
de 34Mbps OU

PDH (480Canais) ORDEM 3ª (480Canais) PDH
ORDEM

Tributário
de 2Mbps
(30Canais)
Tributário Tributário
de 8Mbps de 8Mbps
MD MD
(120Canais) 2ª 2ª (120Canais)
ORDEM ORDEM

Tributário
de 2Mbps
(30Canais)

Figura 1.5 Processo de derivação e inserção de tributários na PDH

6
Os trabalhos para a padronização da Hierarquia Digital Síncrona tiveram
início no em junho de 1986. Os grupos de estudos do CCITT (atual ITU-T) tinham por
objetivo criar um padrão mundial para os sistemas de transmissão síncrona. Com isto a
SDH foi desenvolvida como sendo uma rede síncrona de transporte de sinais digitais,
formada por um conjunto hierárquico de estruturas de transporte padronizadas e com o
objetivo à transferência de informações oferecendo aos operadores flexibilidade e
economia. Algumas características importantes da SDH podem ser citadas :

 Padronização total

 Fácil acesso aos tributários de ordem inferior

 Grande capacidade alocada para gerência de rede

localidade
B
N x 2Mbit/s
localidade localidade
A C

Add/Drop
150MB 150MB 150MB 150MB
Multiplex

N x 2Mbit/s N x 2Mbit/s
Add/Drop Add/Drop
Multiplex Multiplex

Add/Drop
150MB 150MB 150MB 150MB
Multiplex

N x 2Mbit/s
localidade
D

Figura 1.6 Processo de derivação e inserção de tributários na SDH

Atualmente estão padronizados 3 módulos de transporte, a saber : STM-1,


STM-4, STM-16, conforme mostra a tabela abaixo :

Nível SDH Taxas (Mbps)


STM-1 155,520
STM-2 622,080
STM-3 2.488,320

7
2. PROPAGAÇÃO

O meio utilizado para transmissão de sinais nos sistemas de radioenlace é


o ar atmosférico, que ao contrário de outros meios de transmissão como fibra e o cabo
possui sua estrutura aberta o que proporciona interferência entre trajetos, e devido a
variabilidade no tempo das características de propagação, causa desvanecimentos. e
distorção no sinal.

Neste capítulo procuraremos abordar alguns fatores importantes na


propagação de um feixe de microondas na atmosfera.

2.1. TIPOS DE PROPAGAÇÃO

A energia irradiada por uma antena transmissora pode alcançar a antena


receptora por vários trajetos como apresentado na figura 2.1.
ONDA
IONOSFÉRICA
f = (3MHz ~ 50MHz)

IONOSFERA

ONDA
TROPOSFÉRICA
(VHF - UHF - SHF)

De 60 a 500Km

TROPOSFERA

ONDA REFLETIDA
(VHF - UHF)
ONDA DIRETA
(VHF - UHF - SHF)
até 10 Km

Figura 2.1 – Trajetos Típicos de propagação de onda de rádio

Dentre os vários tipos de trajetos mostrados, as ondas espaciais


constituem o caso mais simples e mais utilizado nos sistemas de rádio digital.

8
Na tabela 2.1 são apresentados as faixas de frequência de utilização.

Tabela 2.1 – Faixas de frequência de utilização

FAIXA DE DESIGNAÇÃO DESIGNAÇÃO EXEMPLOS DE


FREQUÊNCIA TÉCNICA LEIGA UTILIZAÇÃO
300 Hz a Ondas Comunicação para
3000 Hz E.L.F. Extremamente submarinos, escavações
Longas de minas, etc
3 KHz a Ondas Muito Longas
30 KHz V.L.F.
30 KHz a Ondas Longas Auxílio à navegação
300 KHz L.F. aérea, serviços marítimos,
rádio difusão digital
300 KHz a Ondas Médias
3000 KHz M.F.
3 MHz a Radiodifusão local e
30 MHz H.F. distante,serviços marítimos
(estações costeiras)
30 MHz a Transmissão de TV,
Ondas Tropicais sistemas comerciais e
300 MHz V.H.F.
Ondas Curtas particulares de
comunicação, serviços de
segurança pública:
300 MHz a (polícia, bombeiros,
3000 MHz U.H.F. etc).
3 GHz a Comunicação pública à
30 GHz S.H.F. longa distância: sistemas
interurbanos e
Microondas internacional em
30 GHz a radiovisibilidade,
300 GHz E.H.F. tropodifusão e satélite

9
2.1.1. Sistemas em Visibilidade

Neste sistema o sinal irradiado por uma antena é captado por uma outra
antena em visada direta, ou seja, deve sempre haver visibilidade entre as duas antenas
conforme ilustra a figura 2.2.

TX= TRANSMISSOR
RX = RECEPTOR f'
f

RX TX

TX RX

Figura 2.2 –Sistema em visibilidade

Este é o sistema de maior aplicação nas comunicações a longa distância


em geral para transmissão de altas taxas. A faixa utilizada por este sistema vai da faixa
de UHF até a faixa de SHF. Nestas faixas os feixes de microondas são muito estreitos o
que permite a utilização de transmissões de mais baixa potência e alta qualidade do
sinal recebido, exigindo para isto estações repetidoras distanciadas de 50 a 60Km.

2.2. FUNDAMENTOS DA PROPAGAÇÃO EM MICROONDAS

A propagação de ondas eletromagnéticas em torno da terra é influenciado


pelas propriedades do solo e da atmosfera. A terra é um corpo não homogêneo cujas
propriedades eletromagnéticas variam consideravelmente de um ponto para outro. A
atmosfera é um meio dinâmico e suas propriedades variam com a temperatura e com a
unidade.

Devido a instabilidade das condições atmosféricas e do relevo o sinal pode


sofrer variações em suas características, sendo estas variações aleatórias.

Podemos portanto, definir um termo bastante encontrado em estudos de


propagação que é o desvanecimento ou Fading. O Fading pode ser definido como
sendo : o fenômeno que produz variações aleatórias na intensidade do sinal
recebido ao longo do tempo.

10
O desvanecimento pode ser classificado como sendo :

- Plano

- Seletivo .

Existem fundamentalmente quatro causas de desvanecimento devido ao


ambiente, e essas causas influenciam fisicamente o feixe de ondas, surgindo portanto
os dois tipos de desvanecimentos possíveis.

Assim temos:

TIPO DE PLANO SELETIVO


DESVANECIMENTO
CAUSA
ABSORÇÃO ATENUAÇÃO POR DISSIPAÇÃO
(CHUVA)
OBSTÁCULOS ATENUAÇÃO POR OBSTRUÇÃO
(ATÉ INTERRUPÇÃO)
DUTOS ATENUAÇÃO POR DIVERGÊNCIA INTERFERÊNCIA DEVIDO ÀS
OU CONVERGÊNCIA(ATENUAÇÃO MULTIVÍAS PROVOCANDO:
NEGATIVA) OU POR REGIÃO I.I.S.
CEGA
REFLEXÃO INTERFERÊNCIA POR
--------- MULTIVÍAS

Em outras palavras, no espectro do sinal podem ser observados somente


dois tipos de desvanecimento, como mostrado na figura 2.3:
-44.5 dBm
Potência
recebida

-45.9 dBm

-58.2 dbm
20
0
se
Te

g
m
po

-73.7 dBm

4500
4470
4440 )
MHz
uência (
freq

11
-44,5dBm

-58.2 dbm

Recebida (dBm)
Potência

-45,9dBm

200
seg
T em
po

00
45
0
447
0 Hz)
440 ia (M
nc
qüê
Fre

Figura 2.3 - Tipos de Desvanecimentos

Estes desvanecimentos são conseqüência do que as condições


atmosféricas e obstáculos causam na trajetória e na intensidade do feixe de microondas
(efeito físico na onda).

2.2.1. Absorção

É a atenuação causada nas ondas de rádio pela ação de chuvas, cerração,


neve, moléculas de gás, etc., presentes no caminho de propagação através de absorção
ou espalhamento dos raios.

No caso de chuva, as transmissões em faixas maiores do que 10 GHz


ficam muito prejudicadas. Chega-se a perder, por exemplo, cerca de 2 dB/Km para uma
freqüência de 12 GHZ e intensidade de chuva igual a 50 mm/h. A duração e a
frequência com que ocorrem tais atenuações são fundamentalmente determinadas pelo
clima da região. Para otimização do sistema devido a esta atenuação pode-se variar o
tamanho das antenas, o comprimento do lance e a potência de saída do transmissor.

12
2.2.2. Atenuação Devido à Obstáculos

No cálculo de um enlace devemos considerar possíveis obstáculos no


caminho do feixe de microondas. A atenuação ao redor de obstáculos pode ser em
grande parte eliminada pela correta análise dos perfis de enlace. Um feixe de
microondas é considerado desobstruído seguindo critérios de desobstrução, no qual
podemos citar :

 100% da primeira zona de Fresnell desobstruída para raio efetivo da


terra igual a 4/3 (K=4/3).

 60% da primeira zona de Fresnell desobstuída para raio efetivo da


terra igual a 2/3 (K=2/3).

O valor K corresponde ao fator do raio efetivo da terra, que relaciona a


curvatura da trajetória do feixe de microondas com o raio real terrestre. Esse fator é
calculado a partir do gradiente do índice de refração medido. Com este artifício, de
posse do fator K adequado para a região , podemos traçar o perfil do terreno e fazer o
estudo de propagação considerando os sinais seguindo trajetos retilíneos sobre uma
terra com raio efetivo modificado. As figuras 2.4 e 2.5 mostram o efeito da atmosfera em
um feixe de microondas.

a Terra real

Figura 2.4 trajetória real do feixe de microondas

13
tilí nea
ó r ia re
jet
Tra

a'
Raio efetivo modificado

Figura 2.5 Trajetória retilínea do feixe de microondas com raio modificado da Terra

Como o índice de refração flutua dependendo da hora do dia, da estação


do ano e das condições meteorológicas, pode resultar uma variação no valor de K, que
poderá ocasionar desvanecimento por obstrução.

A figura abaixo ilustra uma ligação na qual foi considerado o raio efetivo da
terra igual a 4/3, onde o feixe direto entre as antenas se apresenta desobstruído. Se
houver, dentro de um intervalo de tempo, uma variação no valor de k (por exemplo
K=2/3) o feixe pode vir a ser obstruído.

Por esses motivos é prudente considerar os critérios de desobstrução no


traçado de perfil de enlace.

a' = 2 a a' = 4a
3 3

Figura .2.6 Obstrução do feixe de microondas

14
2.2.3. Reflexão

Em lances sobre terrenos lisos com vegetação esparsa, mar ou planícies é


comum aparecer o fenômeno de reflexão de um feixe lançado a partir de uma antena
transmissora. Esta situação é ilustrada pela figura 2.7.

R
hT
hR


T'

Figura 2.7 - Desvanecimento devido à Reflexão

Neste caso ocorrerá o fenômeno das multivias e conseqüentemente


haverá interferência na recepção entre raios que percorrem caminhos de comprimentos
diferentes. Portanto terrenos deste tipo devem ser destacados no pefil de enlace para
que se possa levar o ponto crítico de reflexão a um terreno menos refletor.

2.2.4. Desvanecimento Devido a Dutos

O duto é um fenômeno atmosférico de inversão térmica, que ocorre


paralelamente à superfície terrestre podendo atingir distâncias da ordem de dezenas de
Km. É capaz de alterar o curso de um feixe de ondas, e de mantê-lo "canalizado" em
parte, daí o nome, duto.

Em outras palavras, possui a característica de provocar partições dos raios


de modo a desviar uma parte, e "canalizar" a outra parte dos raios, como ilustrado na
figura 2.8. O duto pode criar caminhos de propagação diferentes para os raios de um
trajeto direto que passarão a interagir um com o outro. Então, na recepção, teremos
interferência resultante das combinações desses trajetos múltiplos. E, certamente serão
causa de profundas variações no sinal.

15
A RAIO DESVIADO A1
REGIÃO DE ATENUAÇÃO
s

t B1 B2
A2

RAIO CANALIZADO
- CONV/DIV
SUPERFÍCIE DA TERRA - INTERF. POR
MULTIVIA
DUTO

Figura 2.8 - Exemplo de Desvanecimento devido a Duto

A figura 2.9 abaixo ilustra de modo resumido o aparecimento dos dois tipos
de desvanecimento relacionados com suas causas.

1ª ZONA DE
FRESNEL
C

A: FEIXE DIRETO
B: REFLEXÃO PERMANENTE
C: REFRAÇÃO
D: DEFLEXÃO TOTAL

~ 50Km

DEVANECIMENTO PLANO DESVANECIMENTO SELETIVO

- Atenuação causada pela chuva - Propagação multipercurso


-
- obstrução do feixe devido a variação do fator K

Figura 2.9 Causas de desvanecimento

16
3. CRITÉRIOS DE PLANEJAMENTO PARA SISTEMAS DE RADIOENLACE

DIGITAIS (CÁLCULO DE SISTEMAS)

Os sistemas de rádioenlace requerem um complexo processo de


planejamento que incorpore interativamente vários fatores, para que se obtenham
soluções de transmissão otimizadas do ponto de vista Técnico e econômico.

Os critérios de planejamento devem partir do projeto de equipamento, das


características de propagação, fontes de interferência e das diretrizes para projetos de
redes de rádioenlace, baseado no atendimento de padrões de qualidade e confiabilidade
contidos nas recomendações do CCITT(hoje ITU-T) e do CCIR(hoje ITU-R).

Como vimos no capítulo anterior os principais fatores que afetam a


propagação nos sistemas de radioenlace são:

 Perda devido a difração ao redor de obstáculos da superfície


terrestre(edificações., elevações) causadas pelas variações na refração
atmosférica.

 Desvanecimento. seletivo devido a propagação multipercurso

 Atenuação e despolarização devido a precipitações

Com base nestes fatores podemos listar alguns itens/aspectos importantes


a serem considerados no projeto de sistema.

3.1. PERFIL DO ENLACE

Necessário para o cálculo das alturas das antenas e torres, inclinação do


enlace e também para o planejamento de frequências. O conjunto de informações
necessárias são:

 Mapa topográfico

 Raio de fresnell

 Critério de desobstrução

Com estas informações podemos analisar o enlace identificando lances


críticos, sob os seguintes aspectos :

17
 Frequência, comprimento do lance;

 Rugosidade do terreno, edificações, vegetacão, água, regiões umidas;

 Obstáculos obstruindo o feixe de microondas ou pontos de reflexão;

 Ângulo de inclinação do feixe, dentre outros;

3.2. CÁLCULO DE DESEMPENHO

O cálculo de desempenho é necessário para que se possa manter o sinal


dentro de um padrão aceitável, com todos os fatores de degradação previstos. Para
execução de um calculo de sistemas há necessidade de se observar os seguintes
fatores :

REC G 821, REC G 826


Poligonal da Rota
Perfil do Enlace
Prob. de Desvanecimento
Limiares para TEB
Interferências
Necessidade de contramedidas para Fading
Ruídos Ambientais

- Principais Parâmetros do Equipamento:

Figura de Ruído
Perda no Branching
Frequência de utilização
Ganho das antenas
Nível de RX x TEB
Relação C/N x TEB
Fator de Assinatura
Potência de TX
Configuração Sistemica

18
O roteiro de cálculo segue resumidamente a metadologia abaixo:

PT

 AT -  G , onde  AT é a soma das


atenuações do sistema e  G é a soma dos
P RN
ganhos do sistema

Margem do sistema instalada

P RL

C/N0 , onde C é o nível de sinal recebido e N o é


o nível de ruído térmico.

P RT

Esta metodologia é aplicável para todos os sistemas ponto a ponto


operando nas faixas de UHF e SHF, rádios de baixa e média capacidade e nas
tecnologias PDH e SDH.

A figura 3.1 mostra um exemplo de planilha de cálculo de um rádio enlace


realizado pela Nec do Brasil.

19
20
4. DESCRIÇÃO FUNCIONAL DO EQUIPAMENTO RÁDIO DIGITAL

4.1. INTRODUÇÃO

Este item fornece de maneira sumária as operações funcionais de um


equipamento Rádio Digital. Como será visto ao longo do texto, toda transmissão digital,
(independente da taxa a ser transmitida e da configuração sistemica de equipamento),
requer um tratamento do sinal que poderíamos chamar de “padrão”. Os equipamentos
rádios digitais são compostos basicamente por uma seção de Transmissão-Recepção
(TRP), e uma seção de processamento digital e modulação - demodulação (MDP) onde
podem ser observadas as seguintes operações :

(1) Processamento Digital de TX e RX

(2) Modulação e Demodulação

(3) Transmissor - Receptor

A descrição a seguir e baseada no funcionamento do equipamento rádio


NEC Série 2500, sendo que para outros equipamentos somente se verifica um aumento
ou diminuição da complexidade dos circuitos.

4.2. PROCESSAMENTO DIGITAL DE TX E RX

A figura 4.1 a seguir ilustra as operações digitais de transmissão e de


recepção descritas nos itens abaixo.

Figura 4.1 Diagrama de bloco funcional do processamento digital de TX e RX

21
4.2.1. Conversão de código de HDB3 para unipolar NRZ

Inicialmente, o sinal digital – bits 0 e 1, proveniente da fonte de informação


(O MUX por exemplo) é equalizado em amplitude por um equalizador de linha, o qual
compensa a distorção de forma de onda e nivela a atenuação causada pelo cabo de
interface de banda básica. Normalmente o relógio não é transmitido juntamente com o
sinal principal, mas como ele é necessário ao processamento digital da informação, sua
recuperação na entrada de cada equipamento é fundamental.

Logo após a recuperação do relógio, o circuito conversor CONV B-U


converte o sinal de entrada HDB3 para NRZ (sinal unipolar), extraindo pulsos de
violação e de marca. Esta conversão facilita a transmissão de pulsos e a operação
lógica.

4.2.2. Conversão serial para paralelo.

O sinal bipolar obtido, NRZ, e introduzido no conversor serial para paralelo


(CONV S -P) e um fluxo de sinais de dados seriais é convertido em feixes de dados
paralelos. O número de feixes paralelos necessários depende diretamente do índice de
modulação utilizado pelo equipamento.

A figura 4.2 a seguir mostra um feixe serial de 34,368 Mbps convertido em


dois fluxos de sinais de dados a 17,184 Mbps. Este processamento e encontrado, por
exemplo, no equipamento S2500 da NEC do Brasil, que utiliza modulação QPSK.

Entrada de trem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (34.368 Mbps)


de dados

Saída de trem
2 4 6 8 10 (17.184 Mbps)
de dados 2

Saída de trem 1 3 5 7 9 (17.184 Mbps)


de dados 1

Figura 4.2 Conversão de serial para paralelo

22
4.2.3. Multipexador

Os fluxos de sinais de dados são controlados, “estufado-se” devido ao


relógio de leitura gerado por um VCO ser mais “rápido” do que o relógio de escrita.
Como exemplo podemos citar o processamento executado no equipamento S2500,
onde dois fluxos de sinais de dados de 17,184 Mbps são estufados devido ao relógio de
leitura de 19,354611 Mbps. Bits especiais e de overhead são inseridos em intervalos
regulares dentro de espaços adicionais de tempo em cada fluxo de dados. A estrutura
de quadro de fluxo de sinais de dados do equipamento S2500 está ilustrada na Fig.4.3.

4.2.4. Embaralhamento

Com o quadro formado, o sinal é embaralhado com o objetivo de minimizar


as longas seqüências de “0”s e “1”s do fluxo de dados. Isto é conseguido através de um
embaralhamento do fluxo de dados com um padrão pseudo aleatório gerado por um
temporizador. O embaralhamento uniformiza o espectro e facilita a recuperação do
relógio no demodulador oposto. Após o embaralhamento os sinais de dados são
enviados para o modulador.

Em sistemas que utilizam níveis de modulação mais elevados, após o


embaralhamento é feita a inserção de bits extras através de um código chamado
corretor de erros, com o objetivo de melhorar o desempenho do sistema

4.2.5. Sincronização de quadro

Os fluxos de sinais de dados recebidos são requisitados do demodulador e


assim efetua-se a sincronização. Um bit de sincronismo de quadro é inserido a cada
intervalo regular de tempo na transmissão nos fluxos de dados de acordo com a palavra
de sincronismo padrão. Esta palavra padrão é comparada com a mesma palavra padrão
gerada na recepção através do método de busca bit a bit .

Chaves localizadas nos frontais ou internamente aos equipamentos são


usadas para selecionar uma palavra padrão para identificação do canal de RF. Quando
a palavra padrão do sinal recebido coincide com a palavra local, a sincronização está
estabelecida, porém se o padrão não é compatível com o padrão local, não ocorre
sincronização e o método de busca bit a bit prossegue até que a sincronização possa
ser estabelecida. Após a sincronização de quadro, os bits especiais são extraídos dos
espaços adicionais de tempo.

23
NS = (1 + 11)

Sub-quadro

F11 W S1 W S2 W W SDH W IA W F12 W S5 W S6 W W AL W P11 W F13 W S1 W S2 W W SDH W SIA W F14 W S5 W S6 W W AL W W F15 W S1 W S2 W W SDH W W W

F21 W S3 W S4 W SV W X1 W W F22 W S7 W S8 W W X2 W P21 W F23 W S3 W S4 W SV W X3 W W F24 W S7 W S8 W W X4 W W F25 W S3 W S4 W SV W X5 W W


8 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9

F16 W S5 W S6 W W AL W P12 W F17 W S1 W S2 W W SDH W AW W F18 W S5 W S6 W W AL W W

F26 W S7 W S8 W SV W RA W P12 W F27 W S3 W S4 W SV W W W F28 W S7 W S8 W W W W

F21 1 2 3 4 5 6 7 W 8 9 10 11 12 13 14 15 S3 16 17 18 19 20 21 22 23 W 24 25 26 27 28

24
Nu = 8bit Nu = 9bit Nu = 9bit
Unidade de Unidade de Unidade de Fi : BIT DE QUADRO
Quadro Quadro Quadro W : BIT DE WAY SIDE
Si : BIT DE CSD
AL : BIT DE NAL
SDH : BIT SDH
SV : BIT DE SUPERVISÃO
Nf = Nu x Ns x 8 P1i : BIT DE PARIDADE

(8 x 1 + 9 x 11) x 8 = 856 bit/quadro

fs = 19.354611 MHz

Fig. 2.6 Estrutura de quadro do sistema de transmissão de dados do equipamento S2500


4.2.6. Detecção de TEB

No lado de recepção a análise de paridade é feita a partir dos fluxos de dados


de entrada de forma similar ao lado de transmissão. O resultado desta análise é comparado
com o bit de paridade inserido nos fluxos de dados no lado de transmissão. Caso os bits
não coincidam, gera-se um pulso de erro. O nível limite de pulso de erro no detetor de erros
é designado por seletores de NIV TEB.

4.2.7. Desembaralhamento

Cada fluxo de dados de entrada, originários do circuito SINC F, entra no


circuito desembaralhador (DESBR), que desembaralha o fluxo de dados de entrada, usando
um padrão pseudo aleatório produzido por gerador próprio.

4.2.8. Demultiplexador

Os fluxos de sinais de dados são controlados, “desestufando-se” devido ao


relógio de leitura ser mais lento do que o sinal de escrita. Este VCO é controlado por um
circuito de amarração de fase que mantém uma certa relação entre o relógio de escrita e
leitura.

4.2.9. Conversão de paralelo para serial

Os fluxos de dados são registrados em uma memória elástica com um relógio


cuja leitura é feita alternadamente com dois relógios defasados de um bit, ou seja, cada
fluxo de dados é lido e interpretado no nível H de seu referido relógio, os fluxos de dados
são então combinados. Como resultado os fluxos de dados são convertidos em um trem de
sinais de dados serial.

4.2.10. Conversão de NRZ unipolar para HDB3 bipolar

O sinal unipolar NRZ é convertido em sinal bipolar HDB3 pelo codificador


HDB3, que conta continuamente o “0” lógico no sinal de dados e converte 4 bits
contínuos “0” (0000) para “000V” ou “B00V” ( V pulso de violação à regra AMI e B pulso
de marca de acordo com o AMI ).

25
4.3. MODULAÇÃO E DEMODULAÇÃO

O processo de modulação/demodulação de um sinal de banda básica


vindo do equipamento multiplex, se faz necessário devido às características do sinal
original não serem propícias para a transmissão via meios de transmissão utilizados por
nós, por exemplo via radiovisibilidade, satélite, etc. Portanto a função do modulador em
um sistema de transmissão digital via rádio é adequar o sinal para a transmissão pelo
meio atmosférico.

A modulação consiste em imprimir a informação em um sinal portador


modificando seus parametros ( no caso de portadora analógica : fase, frequência,
amplitude ), permitindo uma escolha adequada da frequência a ser transmitida
possibilitando a construção de irradiadores eficientes e economicamente viáveis, além
de garantir a alocação do sinal dentro de uma faixa desejada no espectro.

Em rádios analógicos existem basicamente três tipos de modulações:

Rádios Analógicos:

a. AM (amplitude modulation) ou modulação em amplitude - quando a


informação é impressa na característica de amplitude de uma porta senoidal.

b. FM (frequency modulation) ou modulação em frequência - quando a


informação é impressa na característica de frequência da portadora senoidal.

c. PM (phase modulation) ou modulação em fase - quando a informação é


impressa na característica de fase da portadora senoidal.

Em particular, quando a informação é digital, a portadora senoidal assume


apenas alguns valores discretos possíveis e, portanto a variação de estados se faz
bruscamente, isto é, por saltos. Assim costuma-se adotar uma nomencaltura diferente
para modulações utilizadas em rádios digitais:

Rádios Digitais:

a. ASK (Amplitude Shift Keying) ou modulação por salto de amplitudes-


quando a informação da moduladora digital é impressa na característica de amplitude da
portadora senoidal.

b. FSK (Frequency Shift Keying) ou modulação por salto de frequências -


quando a informação da moduladora digital é impressa na característica de frequência
da portadora senoidal.

26
c. PSK (Phase Shift Keying) ou modulação por salto de fases - quando a
informação da moduladora digital é impressa na característica de fase da portadora
senoidal.

Existem ainda algumas modulações em rádios digitais que são


combinações desses tipos vistos anteriormente, como por exemplo, a modulação QAM (
modulação por quadratura e amplitude ).

A fim de melhorar a utilização de banda em sistemas digitais usualmente é


utilizada a modulação multi-nível, onde cada símbolo ou estado da portadora é
representado por um número n de bits. De forma geral o número de bits, e
consequentemente o número de feixes, será igual a log2 M , onde M é o número de
estados no esquema de modulação adotado (índice de modulação)

A escolha da técnica de modulação para uma específica aplicação


depende, em geral, dos três fatores listados a seguir:

a. Desempenho quanto a erro

b. Eficiência na utilização da banda

c. Complexidade de implementação

O diagrama de bloco funcional do modulador e demodulador é mostrado


na Fig 4.4. Este diagrama mostra que ainda há necessidade de alguns outros
processamentos digitais para que possamos transmitir e receber o sinal digital
perfeitamente.

SEÇÃO DO MODULADOR
ENT DD TX1
SOMA MOD AMP SD FI
ENT DD TX2
LOG 4 FS FI
ENT REL

70 MHz
70MHz
OSC

SEÇÃO DO DEMODULADOR
CAF 70MHz
CARR * - OPCIONAL
APC SINC CAQ

*
SD DD RX1
DEM EQL CONV DET AMP ENT FI
SD DD RX2
LOG TRSV A/D 4 FS FI
SD REL

Fig.4.4 Diagrama em bloco funcional do modulador e demodulação

27
4.3.1. Codificação Diferencial

A fim de evitar a ambigüidade na detecção de fase na demodulação, o


sinal de entrada do modulador é codificado diferencialmente. Um circuito de soma lógica
converte os fluxos de dados de entrada (código gray) para código binário, realizando em
seguida uma codificação diferencial.

4.3.2. Geração de sinal de portadora de 70 MHz

No Fluxo de TX, um VCO gera uma portadora de 70MHz que é aplicada ao


CI modulador 0-. No CI o sinal (portadora) é dividido em dois, com uma diferença de
/2 entre eles, e são aplicados a cada modulador .

4.3.3. Modulação QPSK

Cada um dos dois trens de dados originários do circuito soma lógica são
amplificados através do circuito AMP PLS e filtrados através do filtro passa baixas,
sendo requisitados em seguida pelo modulador 0-. As duas portadoras moduladas na
saída do modulador 0- estão deslocadas uma da outra de 90°. Estas duas portadoras,
são em seguida, combinadas gerando 4 fases como mostra a figura 4.5.

OL Q
1 0
(0 1) (0 0)

 /2 0

OL P

 /2  /2

2 3 Numeração
(1 1) (1 0) Quaternal

Dados 1 Dados 2
(P) (Q)

Fig. 4.5 Sinal modulado

28
4.3.4. Detecção de fase

O sinal de entrada em FI é separado em dois por uma híbrida e entregue


ao demodulador 0-.

Dois sinais de portadora já com uma diferença de fase de 90° entre eles
são aplicados em cada detector de fase. A portadora local de 70MHz é gerado por um
VCO no circuito sincronizador de portadora (SINC PORT) sendo este sinal coerente em
fase e síncrono em freqüência com o sinal de entrada em FI. Portanto, o sinal
demodulado que aparece em cada saída do detector de fase, é equivalente a diferença
de fase entre o sinal de entrada e o sinal da portadora para demodulação. O sinal
demodulado passa através de filtros passa baixa que selecionam somente o sinal
desejado.

4.3.5. Sincronização de portadora

O sinal de portadora de 70MHz é gerado por um VCO no circuito de


sincronização (SINC PORT). A freqüência do VCO é sincronizada (e coerente em fase)
igualmente com o sinal de entrada modulado através dos sinais de controle (APC e
CAF) vindos do detector de erro de fase.

4.3.6. Equalização transversal de filtro (Opcional)

O equalizador de filtro transversal (EQL TRANSV) consiste de 4 filtros


transversais digitais completos (TRSV FIL), quatro geradores controladores de sinais
(CONT GER SIN), dois somadores de sinais (SOM) e um circuito de (CONT LOG). O
EQL TRANSV suprime a interferência causada pelo desvanecimento seletivo.

4.3.7. Decodificador Diferencial

Se a fase do sinal de portadora de referência no lado do modulador difere


daquela no lado do demodulador, como por exemplo a fase da portadora de RX está
deslocada de  em relação a referência de TX ( Ambigüidade de 180°), a fase do trem
pulsos também é deslocada para . Entretanto, os trens de pulsos transmitidos
originalmente são obtidos por subtração. Isto é conseguido quando a fase de sinal de
portadora de referência de RX é travada em qualquer uma das quatro fases (0, /2,2/3,
).

29
4.4. SEÇÃO DO TRANSMISSOR E DO RECEPTOR

Um diagrama de Bloco funcional do Transmissor e do Receptor é ilustrado


na Fig. 4.6

SEÇÃO TRANSMISSOR

ENT FI CONV AMP SD RF


FREQ POT

OL TX

SEÇÃO RECEPTOR

AMP AMP AMP AMP CONV AMP ENT RF


SD FI EQL
FI FI FI FI FREQ LN
*
DP
OL RX
EQL

COMB OL
FI EPS
* - OPCIONAL CABO
DADE

AMP CONV AMP ENT RF


FI FREQ LN

Fig.4.6 Diagrama em bloco funcional do transmissor e do receptor

4.4.1. Conversor de frequência de sinal de FI para RF

O sinal de entrada em FI é aplicado a um misturador balanceado de banda


larga e o sinal de FI é convertido em um sinal de RF por misturar-se com o sinal do
oscilador local de TX. O sinal de RF é enviado ao circuito amplificador de potência (AMP
POT) através do filtro de RF (RF FILL), que rejeita sinais espúrios (*iguais na aparência,
mas diferentes em função e estrutura).

4.4.2. Oscilador local de TX

O oscilador local gera o sinal através de um oscilador de tensão controlada


(circuito VCO) e o envia para o misturador TX. O VCO gera uma determinada freqüência
de RF de acordo com a tensão de polarização amplificada vinda do circuito PLL. O
circuito PLL consiste de um oscilador a cristal, um comparador programável de fase e
um amplificador / filtro formando uma malha fechada de controle automático de fase.

30
4.4.3. Amplificação de potência

O amplificador de potência consiste em um amplificador formado por


transistores FET (AMP FET), e um circuito de controle automático de (CAG).

O sinal de RF do mixer é amplificado para o nível específico de


transmissão através de AMP FET. A variação do nível de saída de RF é controlada pelo
circuito CAG e diodos atenuadores PIN. O sinal de RF de saída é enviado para a antena
através do circuito de derivação.

4.4.4. Amplificador de Baixo Ruído

O sinal de RF de entrada ou sinal RF DE ( Opcional) do circuito de


derivação é amplificado por um Amplificador de Baixo Ruído (AMP LN). O AMP LN
consiste de um amplificador de baixo ruído com transistor HJFE com ganho alto. O nível
de saída do AMP LN é quase proporcional ao nível de entrada exceto pelo fading que
limita o nível de saída de FI abaixo do nível predeterminado.

4.4.5. Conversão de frequência de sinal RF para FI

Um sinal de RF originário do AMP LN é aplicado ao misturador e o sinal de


RF é convertido em sinal de FI por misturar-se com o sinal do OL RX. Em seguida o
sinal em FI é amplificado pelo amplificador de FI.

4.4.6. Oscilador de sinal local de RX

O oscilador local RX gera o sinal local de RX através do circuito oscilador


de Tensão Controlada (VCO) que é integrado, e envia o sinal para o misturador de RX.

O VCO gera a freqüência de RF designada de acordo com a polarização


de tensão aplicada vinda do circuito PLL.

4.4.7. Amplificação de sinal de FI

Um sinal de FI originário do conversor de freqüência é aplicado ao circuito


amplificador de FI. Este amplia o nível do sinal de FI para o nível especificado e o
mantém estável através do circuito CAG FI. O FPB elimina freqüências interferentes de
outros canais isto é feito através de filtro saw de alta seletividade.

31
4.4.8. Equalização de sinal de FI

Compensa o atraso de grupo provocado pelos filtros de FI, RF e cabos


coaxiais isto é feito através de equalizadores de fase diferencial.

4.4.9. Conversão de frequência de RF para sinal de FI

Um sinal de entrada DE RF vindo AMP LN é aplicado ao misturador


balanceado de faixa larga e o sinal DE RF é convertido então em sinal de FI por mistura-
se com o sinal local do circuito deslocador de fase contínua (OL EPS). Em seguida o
sinal de FI é amplificado pelo amplificador de FI.

4.4.10. Deslocador de fase contínuo (Opcional)

O deslocador de fase contínuo é formado por um detector de fase,


moduladores balanceados, uma híbrida de 90° e um combinador de potência.

O detector de fase detecta a diferença de fase em intervalos de 1.4 entre


os sinais recebidos do receptor PRINC e do receptor DE, gerando o sinal de controle
para os moduladores balanceados. O sinal do oscilador local do módulo DE é uma
derivação do oscilador local RX que é encaminhado para os moduladores balanceados
através de uma híbrida de 90. Esta híbrida de 90 divide o sinal local de entrada em
dois, com uma diferença de fase de 90. Cada sinal local é ponderado com o controle de
sinal OL EPS através de moduladores balanceados. Os sinais de saída dos
moduladores balanceados são combinados pelo combinador de potência e obtém-se
então, uma portadora com fase correta.

4.4.11. Combinação de FI (Opcional)

O Sinal de FI do receptor PRINC e do receptor DE que estão defasados de


90 um em relação ao outro são aplicados a uma híbrida de 90. Esta híbrida de 90°
desloca o sinal PRINC em -90 e como a fase do sinal de FI do receptor DE também é
deslocado em -90° por OL EPS os dois sinais de FI são combinados em fase.

32
5. COMPOSIÇÃO SISTÊMICA

Com o objetivo de atender as necessidades do mercado os equipamentos


rádios podem assumir diversas configurações, variando: faixas de frequências, taxas de
transmissão, configuração do sistema de transmissão, quantidade de canais auxiliares,
medidas contra desvanecimento, moduralidade entre outros.

Toda esta flexibilidade proporciona um equipamento competitivo a nível de


preço, tecnologia, confiabilidade e facilidade de manutenção.

5.1. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

5.1.1. Variação das Faixas de Frequência

O planejamento de frequências visa alcançar a qualidade de transmissão


desejada levando em consideração fatores econômicos, fatores climáticos,
interferências, etc…

Como um exemplo claro dessa flexibilidade podemos citar equipamentos


que operam na faixa de 6,7GHz, 7,5GHz e 8,5GHz (S3500) assim como na faixa de
13GHz, 15GHz, 28GHz (Pasolink), bastando para isto trocar os transmissores,
receptores e o circuito de derivação.

5.1.2. Taxas de Transmissão

A taxa de transmissão depende de cada equipamento adquirido. Portanto,


dentro da capacidade máxima permitida pode haver variação na composição do sinal
principal visando atender as necessidades do cliente.

O equipamento S3500 da NEC que tem a capacidade de Transmitir uma


taxa de 68Mbps tem a opção de utilizar:

 2 feixes de 34Mbps

 2 feixes (16 x 2Mbps)

 1 x 34M + 16 x 2Mbps

33
Outro exemplo é o Pasolink 34M da NEC que tem a capacidade de
transmissão de 16 x 2M ou 1 de 34Mbps como pode ser visto nas figuras abaixo :

IDU ODU

DC-DC DC-DC
CONV CONV
ANT

MOD RF
DE/PARA TRAFFIC ODU CONT
DTE DPU CKT
IN/OUT INTFC
DEM

IN/OUT SC
WS INTFC
ASC1
ASC2
DSC1 ALM
DSC2 CONT

EOW MON OUT EOW

IDU ODU

DC-DC DC-DC
CONV CONV

MOD RF
DE/PARA TRAFFIC ODU CONT ANT
DTE DPU CKT
IN/OUT INTFC
DEM

IN/OUT SC
WS INTFC
ASC1
ASC2
DSC1 ALM
DSC2 CONT

EOW MON OUT EOW

ODU: TRP - [ ]G34MB-[ ]


IDU: MDP-34MB-18A
DTE: Equipamento Terminal de Dados

Figura 5.1 - Diagrama em Blocos para o Sistema 34MB (34MB x 1) [ ]GHz com configuração 1+0

34
IDU ODU

DC-DC DC-DC
TRAFFIC CONV CONV
IN/OUT ANT
CH1
2 2M MOD RF
3 ODU CONT
INTFC CKT
4 INTFC
DEM
CH5
DE/PARA 6 2M
DTE 7 INTFC
8
DPU
CH9
10 2M
11 INTFC
12

CH13
14 2M
15 INTFC
16
WS
ASC1 SC
ASC2 ALM
INTFC
DSC1 CONT
DSC2
IN/OUT

EOW MON OUT EOW

IDU ODU

DC-DC DC-DC
TRAFFIC CONV CONV
IN/OUT
CH1
2 2M MOD RF ANT
3 ODU CONT
INTFC CKT
4 INTFC
DEM
CH5
6 2M
7 INTFC
DE/PARA 8
DPU
DTE
CH9
10 2M
11 INTFC
12

CH13
14 2M
15 INTFC
16
WS
ASC1 SC
ASC2 ALM
INTFC
DSC1 CONT
DSC2
IN/OUT

EOW MON OUT EOW

ODU: TRP - [ ]G34MB-[ ]


IDU: MDP-34MB-18A
DTE: Equipamento Terminal de Dados

Figura 5.2 - Diagrama em Blocos para o Sistema 34MB (2MBx16) [ ]GHz com configuração 1+0

35
5.1.3. Configuração do Sistema de transmissão

Quanto à configuração de sistema os equipamentos estão disponíveis nas


seguintes versões:

- Sistema 1+1 isofrequêncial

Neste sistema existem 2 transmissores. Ambos operando com a mesma


frequência de transmissão (isofrequêncial) porém somente 1 deles opera, o
outro permanece em standy-by e entra em funcionamento por motivo de
falha do principal

- Sistema 1+1 Twin Path

Neste sistema o sinal que se deseja transmitir é paralelado na TX e trafega


por duas RF’s sendo que na recepção é feita a escolha do sinal mais
adequado. Esta escolha é feita por um controle de chaveamento iniciada
por detetores de Alarmes.

- Sistema N + 1

Este sistema difere do anterior pelo fato de existir um canal onde não
trafega normalmente dados e sim um sinal padrão chamado de piloto (Prot)
e N canais regulares onde trafegam informações (Reg).

Existe na Recepção um controle de chaveamento iniciado por alarmes, que


aciona tanto a chave de TX – paralelando os dados na transmissão - como a chave de
RX - selecionando os dados do canal normal. Este sistema é conhecido como sistema
em diversidade de frequências que é uma técnica de contramedida para Fading,
aumentando a perfomance do sistema.

36
As figuras abaixo mostram o diagrama em blocos do TRP e do circuito de
derivação do equipamento S3500 para diversas configurações.

TX

CONV TX PA
DUP

RX
CHV
RX FI CONV RX
FPF TX

TX FPF RX
HIB

CONV TX PA

RX

RX FI CONV RX

Figura.5.3 Diagrama em blocos do TRP 1+1 HoT Standby sem diversidade de espaço

TX

CONV TX PA DUP

RX
CHV
RX FI CONV RX
FPF TX

TX FPF RX

CONV TX PA

RX

CONV
RX FI FPF RX
RX DE

Figura 5.4.Diagrama em blocos do TRP 1+1 HoT Standby com diversidade de espaço

37
TX

CONV TX PA FPF TX

RX

RX FI CONV RX FPF RX

TX

CONV TX PA FPF TX

RX
CONV RX
RX FI FPF RX

Sistemas N+1

Figura 5.5 Diagrama em blocos do TRP N+1/Twin Path sem diversidade de espaço

TX

CONV TX PA FPF TX

RX

RX FI CONV RX FPF RX

RX DE
CONV
FPF RX
RX DE

TX

CONV TX PA FPF TX

RX
CONV
RX FI FPF RX
RX

RX DE
CONV
FPF RX
RX DE

Sistemas N+1

Figura 5.6 Diagrama em blocos do TRP N+1/Twin Path com diversidade de espaço

38
5.1.4. Canais Auxiliares

Os equipamentos Rádio geralmente vem equipados com pelo menos 1


canal de serviço que serve como canal de comunicação entre as estações de uma nota,
facilitando extremamente o trabalho de manutenção preventiva e corretiva. Contudo,
dependendo do equipamento, este número de canais auxiliares pode ser ampliado.
Tendo a flexibilidade de escolha entre canais Analógicos e digitais. Estes sinais, 6tanto
analógico quanto digitais, são multiplexados no fluxo de dados principal como visto
anteriormente na capítulo de descrição funcional.

Opcionalmente também podemos ter 1 canal de 2Mbps (WS) trafegando


pelo sistema, multiplexado no fluxo de dados principal.

6. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

A seguir na tabela 6.1 estão listadas algumas especificações importantes


para se fazer uma análise técnica de um equipamento rádio.

Os dados se referem ao equipamento S2000 da Nec do Brasil. O rádio


S2000 da Nec do Brasil é um equipamento rádio SDH, que pode operar segundo as
características de flexibilidade descritas acima.

39
Tabela 6.1 – Características do Sistema 64 QAM (N+1)

Item 4GHz 5 GHz U6 GHz 8 GHz 11 GHz Garantido


Plano de Frequência ITU-R 635-2 ITU-R 287-4 ITU-R 384-5 ITU-R 386-4 ITU-R 387-6
ANEXO 2
Separação de Canal 40 MHz 40 MHz 40 MHz 40 MHz 40 MHz —
Modulação 64QAM 64QAM 64QAM 64QAM 64QAM
Canal Lateral 2x2 Mbit/s 2x2 Mbit/s 2x2 Mbit/s 2x2 Mbit/s 2x2 Mbit/s
Potência de saída de TX
(excluindo o Filtro BR
FIL)
30.0 30.0 30.0 30.0 30.0 ±1.0 dB
(5W) (dBm)
33.0 33.0 33.0 33.0 ****** ±1.0 dB
(10W) (dBm)
Figura de Ruido
(dB) 1.5 1.5 1.5 2.0 2.0 +1.0 dB
C/N vs.BER
103 (dB) 21.5 21.5 21.5 21.5 21.5 ±1.0 dB
106 (dB) 24.0 24.0 24.0 24.0 24.0 ±2.0 dB
Sobrecarga de RSL
(Excluindo o Filtro BR
FIL)
-10.0 -10.0 -10.0 -10.0 -10.0 -5 dB
106 (dB)
RSL vs BER (Excluindo
o filtro BR FIL)
103 (dB)
-76.1 -76.1 -76.1 -76.1 -76.1 +2.0 dB
106 (dB)
73.6 73.6 73.6 73.6 73.6 +3.0 dB
Filtro BR CKT
TX (dB) 1.1 0.9 1.0 1.1 1.4 —
RX (dB) 1.1 1.0 1.2 1.5 1.8
Ganho de Sistema
(incluindo filtro BR FIL)
(5W) 103 (dB)
103.9 104.2 103.9 103.0, 102.4 -2.0 dB
10 6
(dB)
101.4 101.7 101.4 100.5 99.9 -3.0 dB
(10W) 103 (dB)
106.9 107.2 106.9 106.0 — -2.0 dB
106 (dB)
104.4 104.7 104.4 103.5 — -3.0 dB
R-BER 10 13
10 13
10 13
10 13
10 13
1012
Filtro de BR CKT
(excluindo o filtro de BR
FIL)
2.8 2.7 3.2 3.6 2.6 +1.0 dB
1+0 (dB)
3.3 3.1 3.6 4.1 3.1 +1.0 dB
1+1 (dB)
3.6 3.5 3.9 4.3 3.4 +1.0 dB
1+2 (dB)
3.9 3.8 4.3 4.7 3.9 +1.0 dB
1+3 (dB)
— — — — 6.0 +1.0 dB
1+4 (dB)
— — — — 6.6 +1.0 dB
1+5 (dB)

40
ITEM CARACTERISTICAS
GENERALIDADES
Alimentação
Equipamento MDP-150MB6T-900B: -48 V DC (-36 a –72 V DC) ó
-24 V DC (-20 a –35 V DC)
Equipamento MDP-150MB6r-900B: -48 V DC (-36 a –72 V DC) ó
-24 V DC (-20 a –35 V DC)
Consumo de Energia
Equipamento MDP-150MB6T-900B: Aprox. 270W para o sistema 1+1 (inclui (47 W) do
OAM & P)
Aprox. 170W para o sistema 1+1 (incluindo (47W)
Equipamento MDP-150MB6r-900B:
do OAM & P) (x2-47W para a bidireção)

Condições Ambientais
-5ºC a + 50ºC
Temperatura
Menos de 90% a + 45ºC
Humidade Relativa
INTERFACE
Entrada/saída de dados STM-1 (Elétrica)
Taxa de bits
155.520 Mbps (ITU-T G.703)
Nível
1Vp-p (Nominal)
Formato do código
Inversão de marca codificada (CMI)
Impedancia
75 , desbalanceada

Entrada /saída de dados C4 (Elétrica)


139.264 Mbps, ITU-T G.703
Taxa de bits
1Vp-p (nominal) TX aceita uma perda do cabo de 12
Nível dB a 70MHz
Formato de Código Inversão de Marca Codificada (CMI)
Impedancia 75 , desbalanceada

Entrada/saída STM-1 (Otica)


Funcionalidade Completa
Taxa de bits 155.520 Mbps, STM-1 ITU-T G.707/G.958
Formato do Código NRZ (Sem retorno a Zero)
Longitude de Onda 1310 nm
Interface da sinal principal entre MDP-MDP
Taxa de bits 19.44 Mbpsx8
Nível 3.3 V (CMOS)

Entrada/Saída da sinal FI
Frequência 70 MHz
Nível -10 dBm
Impedância 75 , desbalanceada (nominal)

41
ITEM CARACTERISTICAS
Interface de sinal Lateral “Wayside” (WS)
(Opcional)
Para o modo de 2MB
Taxa de bits
2.048 Mbps ± 50 ppm
Formato do Código
Bipolar 3 de alta densidade (HDB3)
Nível
2.37 Vo-p ± 0.237 V
Impedância
75 , desbalanceada ou 120 , balanceada
Para o modo 1.5 MB
Taxa de bits
1.544 Mbps ± 130 ppm
Formato do código
Bipolar com sustentação zero (B8ZS) ou Inversão
de Marca Alternada (AMI)
Nível 3.0 Vo-p ± 0.3 V
Impedância 100 , desbalanceada

Interface DCCr(DI-D3) (opcional)


Taxa de bits 192 Kbps
Interface V11, contra-direcional
Interface DCCm(D4-D12) (opcional)
Taxa de bits 576Kbps
Interface V11, contra-direcional
Interface E1, E2
Taxa de Bits 64Kbps
Formato do código NRZ
Interface V11, contra-direcional
Interface F1 (Canal do Usuário)
Taxa de bits 64 Kbps
Interface V11, contra-direcional
INTERFACE OW
Interface VF 4 W
Formato do Código G711, Ley-A/Ley-
Nível de Entrada TX -6 dBm, nominal/(ajustável de +7 dBm a –16dBm

Nível de Saída RX -6 dBm, nominal/( ajustável de +7 dBm a –8dBm


Impedância de Entrada/Saída 600 , nominal
Método de Sinalização
Tom de sinalização
Nível do tom de sinaliação Tom doble de multi-frequência
Nível do tom de Chamada (440Hz + 480Hz/1
seg. ON e 1 seg OFF)
-6 dBm0, nominal

42
ITEM CARACTERISTICAS
Interface G703
Taxa de bits 64 Kbps
Interface G703, co-direcional
Interface V11
Taxa de bits 64 Kbps
Interface V11, Contra-direcional
VF Interface 4W
Formato de Código G711, Ley-A/Ley--
Nível de Entrada TX -6 dBm, nominal/(ajustável de –1 dBm a –
16dBm)
Nível de saída RX -6 dBm, nominal/(ajustável de –7 dBm a –8dBm)
Impedância de Entrada/Saída 600 , balanceada

MODULAÇÃO – DEMODULAÇÃO
Método de Modulação modulação por amplitude em quadratura de 64
níveis (64QAM)
Método de Demodulação Deteção Coerente
Relação de símbolos 30.100645 MHz
Fator de Roll-Off 0.35
Codificação por correção de Erros adiante MLCM (modulação por codificação de Multi
Niveis)
Tipo de comunicação de proteção Comunicação Hitless

43
7. APLICAÇÕES PARA EQUIPAMENTOS RÁDIOS DIGITAIS

O rádio digital é um equipamento de transmissão bastante utilizado hoje


em dia em diversos setores das telecomunicações, como por exemplo :

 Transmissão de televisão

 Transmissão por satélite

 Comunicação de dados e voz ponto - multiponto e ponto a ponto de


rede pública ou privada.

 Sistemas celulares, etc...

A seguir serão descritas algumas aplicações para rádios digitais assim


como exemplos práticos de sistemas instalados.

7.1. SISTEMA DE TRANSMISSÃO VIA SATÉLITE

No início os sistemas de comunicação por satélite eram utilizados


basicamente para transmissão de sinais de telefonia e TV, apresentando algumas
vantagens sobre as demais formas disponíveis de comunicação, tais como:

 Facilidade para alcançar regiões remotas.

 Grande facilidade para transmissões em “broadcasting”.

 Flexibilidade para crescimento do sistema.

 Alta capacidade de transmissão.

 Alta qualidade de transmissão com alta confiabilidade.

Com o decorer de seu uso, outras aplicações foram surgindo, dentre as


quais podemos destacar as atuais redes de comunicação de dados por satélite, que tem
crescido significamente.

44
7.1.1. Funcionamento Básico do sistema

Um sistema de comunicação por satélite consiste, basicamente, de um


satélite colocado no espaço e de diversas estações na terra ( estações terrenas )

As estações terrenas são responsáveis por receber os sinais dos usuários,


através das redes de comunicação terrestres, processá-los e transmiti-los ao satélite,
através da modulação de um portadora .

O satélite por sua vez, pode ser encarado como um repetidor colocado no
espaço, cuja função é receber o sinal oriundo da estação terrena, amplificá-lo e
retransmiti-lo de volta à terra, em uma faixa de frequência diferente da recebida, de
modo a evitar interferências.

O sinal proveniente do satélite é então recebido pela estação terrena de


destino, que se encarrega de processá-lo e adequá-lo para a transmissão ao usuário
final, através da rede terrestre. A figura 7.1 ilustra um sistema básico de comunicação
por sátelite.

SATÉLITE

VSAT

PC
UNIDADE
INDOOR
ESTAÇÃO
FAX
CONCENTRADOR
COMPUTADOR PRINCIPAL

MONITOR
FAX

UNIDADE
INDOOR
PC
MONITOR

MONITOR
CÂMERA

PC
TEL UNIDADE
INDOOR
SISTEMA DE
GERENCIAMENTO FAX
DE REDE

TEL

Figura 7.1 Sistema de transmissão via satélite

45
A figura 7.2 ilustra o diagrama em blocos de um satélite

FILTRO
CANAIS

ANTENA LNA HPA SOMADOR ANTENA

OSCILADOR
SOMADOR

Figura 7.2 Diagrama em blocos de um satélite

Olhando para a figura acima, verificamos que o sinal que chega à antena
receptora (UPLINK) é encaminhado a um conjunto de filtros. Na saída de cada um
desses filtros temos os elementos de amplificação e conversão de frequência. É de se
notar que a antena receptora recebe vários sinais, através de um somador, provenientes
de vários filtros de saída.

Uma boa parte dos satélites comerciais de hoje, trabalham com uma
largura de banda de 500 Mhz ou 575 Mhz . A maioria dos satélites operam na banda
C(4-8 Ghz), sendo que as frequências menores são utilizadas para o DOWLINK. Esta
divisão é feita de modo a aproveitar a menor atenuação no espaço sofrida por sinais de
frequência mais baixas. Desta forma, pode-se trabalhar com potências menores no
satélite, onde há limitação de energia.

A BW disponível é segmentada em diversas sub-faixas. Cada uma dessas


sub-faixas estão associadas a um transponder. Assim, podemos definir um transponder
como sendo o equipamento responsável por receber o sinal referente a uma sub-faixa,
amplificá-lo, mudar sua frequência e retransmiti-lo. A largura de faixa de um transponder
varia de um satélite para o outro. No entanto, uma boa parte dos satélites atualmente
em uso, utilizam transponders com largura de faixa de 36 Mhz.

46
7.1.2. Faixas de frequência utilizadas

As frequências utilizadas para a comunicação por satélite situam-se nas


faixas de SHF e EHF, divididas nas seguintes sub-faixas (bandas) :

BANDA DE FREQUÊNCIA FAIXA (GHZ)

L 1-2

S 2-4

C 4-8

X 8-12

KU 12-18

K 18-27

KA 27-40

Das bandas descritas acima, a mais utilizada é a banda C, que já começa


a apresentar problemas de congestionamento. A banda KU se encontra em grande
expansão de uso, tendo como desvantagem em relação a banda C, a maior atenuação
sofrida pelo sinal, devido as chuvas.

Como nos sistemas de rádio visibilidade os sistemas de comunicação via


satélite possuem um cálculo específico de enlace.

7.1.3. Tipos de orbitas

Um parâmetro importante na definição da órbita de um satélite é a altura


da mesma em relação à superfície da terra. Quanto mais baixa for a órbita, menos
tempo o levará para dar uma volta completa na terra. Por esta razão, satélites de órbita
baixa apresenta a desvantagem de só ficarem visíveis para a estação terrena durante
um pequeno período de tempo a cada volta, tipicamente menos que meia hora.

Existe uma altura na qual o satélite leva exatamente um dia para dar uma
volta completa na terra, parecendo estar parado para um observador colocado na terra.
A altura em que isto ocorre é da ordem de 35.768 Km e dá origem a uma orbita
chamada geoestacionária. O problema de quando se trabalha com esta órbita e o
atraso na informação, que é extremamente prejudicial neste tipo de comunicação.

47
7.2. SISTEMAS PONTO - MULTIPONTO

Sistemas ponto - multiponto caracterizam-se pelo atendimento à usuários


espalhados numa determinada área através de enlaces raioelétricos convergentes a
uma estação comum, denominada de estação base. A antena nesta estação geralmente
é omnidirecional ou pouco diretiva para fins de melhor cobertura. No outro extremo de
cada lance há uma estação conectada diretamente a um ou mais usuários, e que
geralmente utiliza uma antena diretiva acoplada à estação base.

Os sistemas rádio digitais ponto - multiponto utilizam técnicas de múltiplo


acesso TDMA ou CDMA para prestar serviços de telefonia, transmissão de dados ,
vídeo, etc ....

Diversas faixas de Frequência são destinadas ou permitidas para a


operação destes sistemas geralmente operando em visada direta o que limita a
distância de cobertura. Dependendo da distância do usuário, as dificuldades para
visibilidade direta na região e os objetivos de desempenho para algumas estações
terminais, somente podem ser atendidas através de estações repetidoras. Em alguns
casos uma ou mais estações rádio - repetidoras podem ser necessárias para a conexão
de uma estação terminal à estação base .

A figura 7.3 abaixo ilustra as configurações típicas de sistemas ponto -


multiponto.

UR

ETA-I

ETA-I
ETA-I

ETA-I

Central UR
Local ETA-I

ETA-C

Figura 7.3 configuração típica de sistemas ponto - multiponto

48
O sistema ponto - multiponto se apresenta hoje como uma nova maneira
de chegar ao usuário a custos reduzidos e em prazos curtos. O Acesso via rádio a um
telefone fixo de assinante (WLL, Wireless Local Loop) já é realidade em algumas regiões
do país. Sistemas de WLL dispensão as caras redes externas, tornam mais rápido, fácil
e barato levar uma linha telefônica ao assinante

A figura 7.4 abaixo ilustra as diferenças básicas entre um sistema


convencional e um sistema WLL.

SISTEMA CONVENCIONAL

CENTRAL LOCAL
CABO PRIMÁRIO CABO SECUNDÁRIO CABO TERMINAL

SISTEMA WLL

ENLACE DE
APROXIMAÇÃO
CENTRAL LOCAL RÁDIO BASE
ESTAÇÃO BASE

ACESSO WIRELESS

Figura 7.4 Sistema convencional x Sistema WLL

49
7.2.1. Múltiplo acesso

A conexão dos diversos usuários à estação base pode ser realizado de


forma eficiente utilizando técnicas de múltiplo acesso. Existem 3 tipos de múltiplo acesso
utilizadas atualmente : FDMA, TDMA, CDMA. A figura 7.5 abaixo ilustra o conceito das
técnicas citadas.

FDMA

FREQUÊNCIA
ENERGIA
TDMA

TEMPO

ENERGIA FREQUÊNCIA

TEMPO
CDMA

ENERGIA
FREQUÊNCIA

TEMPO

Figura 7.5 Técnicas de múltiplo acesso

A técnica FDMA é usada, por exemplo, nas redes celulares analógicas


AMPS, onde o espectro de rádio é dividido em pequenas faixas de 30 Khz de largura e
cada assinante pode ocupar uma dessas faixas (canais) por vez .

Na técnica CDMA o espectro é dividido em portadoras muito mais largas,


de 1,25 Mhz. Cerca de 60 assinantes, em média transmitem e recebem suas
informações sintonizados na mesma portadora ao mesmo tempo e cada assinante é
identificado por um código único e exclusivo.

A técnica TDMA é um padrão onde cada canal de 30Khz é dividido em (por


exemplo padrão TDMA IS-136) frações de tempo (time slots) em que assinantes podem
usar o mesmo canal um de cada vez. Esta técnica é utilizada pelo rádio Digital
DRMASS da Nec do Brasil para comunicação ponto - multiponto de dados e voz. A
figura 10.6 ilustra a técnica TDMA no sistema DRMASS.

50
DESCENDENTE (TDM)

REPETIDOR
F3 F5'

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6

F1' T T T T PARA PRÓXIMO REPETIDOR


6 L
R R R R OU ASSINANTE
5 C
X X 1 X X
4
3 2 F3
3 REPETIDOR
2
4
1
2 TEL Nº 2 5
DE 6
CENTRAL
LOCAL 1
2 F1'
T 3
T TERMINAL
D 4
R
M X 5
A 6 T
R L
C
X

TERMINAL
4
T TEL Nº 4
R L
X C
6
: CONCENTRADOR TEL Nº 6
TEL Nº 3
LC : CIRCUITO DE LINHA 3

TRX : TRANSMISSOR/RECEPTOR

ASCENDENTE (TDMA)

REPETIDOR
F3' F5

1 5 1 5
6 DE PRÓXIMO REPETIDOR
F1 T T T T
5 L OU ASSINANTE
R R R R
4 C
X X X X
F3'
2 REPETIDOR
1 4
2 TEL Nº 2
PARA 6
CENTRAL
F1
LOCAL

T 3
T TERMINAL
D
R
M X
A T
R L
C
X

TERMINAL
4
T TEL Nº 4
R L
X C
6
: CONCENTRADOR TEL Nº 6
TEL Nº 3
LC : CIRCUITO DE LINHA 3

TRX : TRANSMISSOR/RECEPTOR

figura 7.6 Aplicação das técnicas de múltiplo acesso

51
O esquema abaixo mostra, como exemplo, o emprego do Sistema
DRMASS da Nec do Brasil na Colômbia.

BOCA DE LA HONDA 16

SU

ESTAÇÃO
BASE
MORALES
120 LINEAS

SU EL DIQUE 16

REPETIDORA
CARNIZALA 8
SU
RU
REPETIDORA
REGIDOR

RU

LA BONITA 8
LAS SABANAS 8
LOS PEÑONES 8
SU SU SOYA 8

LA VITORIA 16
LOS CAIMANES 16
SANTA LUCIA 8
SOLERA 8
SU

52
7.3. SISTEMAS PONTO A PONTO

Os sistemas de microondas ponto a ponto são atualmente no Brasil, um


suporte importante para as comunicações a longa distância, para atendimento a
localidades remotas e para comunicação de dados e voz de empresas privadas. Hoje
em dia existe uma grande quantidade de equipamentos visando oferecer um meio de
comunicação eficiente, confiável e de baixo custo.

Sistemas de microondas das hierarquias PDH e SDH proporcionam uma


comunicação de tráfego telefônico, dados ou vídeo nas mais variadas taxas e
frequências de utilização

As figuras abaixo mostram um exemplo de utilização de equipamentos


rádio em sistemas ponto a ponto em visibilidade assim como os diagramas de
equipamentos para cada estação de uma rota. O exemplo citado é um projeto
implementado pela Embratel e utiliza equipamentos NEC SDH para composição das
rotas.

Rio Grande do Sul

Passo Fundo
S. Bárbara do Sul
Ijui CTA
Carazinho Casca
Pejussara
Santo Ângelo 1+1 2+1
Nova Bassamo FNS
Veranópolis
Caxias do Sul (R)

Porto Alegre (BV)


Sertão Santana
1+1 Camaquã

Boqueirão

Terminal
Pelotas (EBT)
Repetidor
Rotas

Rotas Siemens
Novas Rotas

Figura 7.7 Rota Rio Grande do sul

53
O diagrama de equipamento abaixo ilustra a composição das estações da
rota

CSL PAS
VNS NVB CCA
63 x 2M TERM REP REP REP TERM 63 x 2M
MUX MUX
(2+1) (2+1) (2+1) (2+1) (2+1)

63 x 2M TERM REP REP REP REP TERM


MUX
(1+1) (1+1) (1+1) (1+1) (1+1) (1+1)

SAN IJI PEJ STBS CZO

Figura 7.8 Coposição das estações da rota Rio Grande do Sul

SÃO PAULO
URA

São José do Nuporanga(R) Franca (PP)


Rio Preto (PP) 1+1
1+1 Ribeirão
Araçatuba(PP) 1+1 T.S.Francisco(R) Preto (R)
Birigui Mendonça(R)
Avanhandava Lins (R)
PPE 2+1
Marília(R)
1+1
Piracicaba (PP)
BRU Americana
Campinas (R)

São Paulo
Rotas

Rotas Siemens
Novas Rotas

Figura 7.9 Rota de São Paulo


SRR LIS MIA
TSF MEA
63 x 2M TERM REP REP TERM TERM TERM
MUX MUX 126 x 2M
(1+1) (1+1) (1+1) (1+1) (2+1) (2+1)

63 x 2M TERM REP REP TERM


MUX
(1+1) (1+1) (1+1) (1+1)

ARC BRG AVV

Figura 7.10 Composição das estações da rota São Paulo

54
8. SISTEMA DE GERÊNCIA DE REDE

 Nos últimos vinte anos, a evolução das redes de telecomunicações


foi extraordinária. Para que esta evolução ocorresse, três fatores contribuíram de forma
significativa: a interligação das redes, o surgimento de novas tecnologias e a demanda
por novos serviços.

 Há pouco tempo atrás, as operadoras de telecomunicações se


preocupavam em aproveitar a máxima capacidade de transmissão dos sistemas
existentes, se preocupando muito pouco com a qualidade do sistema e dos serviços
prestados. Atualmente, este perfil vem mudando, ocorrendo o sacrifício da capacidade
de transmissão de informações de usuário, em troca de uma capacidade de transmissão
de informações de gerência maior, para prover um serviço mais confiável e seguro, de
qualidade maior. Com isso as operadoras de Telecomunicações começaram a sentir a
necessidade de controlar todos os seus equipamentos para obter o lucro necessário
para proporcionar a manutenção da "Planta Instalada" (redes de Telecomunicações) e
fazer novos investimentos para atender a demanda de Telefones e Novos Serviços para
os seus usuários.

 Dentro deste contexto, a Gerência da Rede de Telecomunicações


tornou-se essencial para as Operadoras. O termo "Gerência de Redes" possui aqui uma
dimensão ampla, congregando diversas atividades; basicamente, pode-se dizer que o
objetivo da Gerência de Redes consiste em proporcionar o funcionamento ininterrupto e
otimizado da rede, visando uma eficiência do negócio de telecomunicações. Como a
Prestação de serviços é o principal produto das Redes de Telecomunicações oferecido
pelas Operadoras, os mesmos devem ser Gerenciados para garantir a satisfação dos
usuários e lucros do negócio.

 . Desta forma, surgiram inúmeros sistemas de gerência proprietários


(sem padronização internacional), que tinham como objetivo gerenciar equipamentos
específicos como por exemplo centrais telefônicas de um fabricantes distintos.

55
 Como consequência, uma série de sistemas de gerência proprietária
foram criados, o que ocasionou uma grande quantidade de problemas, dentre eles:

 Duplicidade de bases de informação;

 Interfaces homem-máquina diferentes entre si;

 Duplicidade de Operadores, um por sistema;

 Diversidade de Equipamentos e software;

 Procedimentos de operação e manutenção (O&M) específicos para cada


equipamento de cada fabricante;

 Gerência local;

 Ineficiência no uso global da rede de telecomunicações;

 Diante destes problemas, as empresas concessionárias


(operadoras) elaboraram soluções próprias objetivando principalmente uma visão
gerencial mais ampla da rede. Ou seja, ao invés da preocupação única e exclusiva com
equipamentos individualmente, procurou-se visualizar a malha de equipamentos que
compõem a sua rede. Entretanto, a natureza proprietária dos sistemas e a diversidade/
complexidade da rede não permitiu que estas soluções próprias tivessem 100% de êxito.

 Em 1988, o instituto de padronização ITU-TSS (International


Telecommunication Union - Telecommunication Standardization Sector) preocupado
com este problema, criou o conceito de TMN (Telecommunications Management
Network), em conjunto com outros institutos de padronização. Em síntese, a filosofia
TMN congrega diversos conceitos e diretivas no que concerne às interfaces e aos
serviços e funções utilizados, objetivando a compatibilidade com a Gerência de sistemas
independentes através de uma estrutura uniforme. Ou seja a TMN foi desenvolvida para
gerenciar redes, serviços e equipamentos heterogênios, operando sobre os mais
diversos fabricantes e tecnologias, suprindo as seguintes necessidades:

 Providenciar uma linguagem padronizada para as comunicações dos


sistemas de gerência;

 Suportar um ambiente Multi-venders;

56
 Provisionamento e testes;

 Coleta de Dados e suas Análises (Desempenho, tráfego, bilhetagem);

 Coleta de Alarmes e suas análises;

 Localização de Falhas e "sua divisão em setores";

 Configuração de Redes para atender os usuários e o seu controle;

 Reativação de Redes;

 Gerência da capacidade de Tráfego.

A figura 8.1 apresenta uma visão magro da TMN aplicada a uma rede de
telecomunicações.

TMN

OS - SIS TEMA
DE OP ERAÇÕES
OS OS

DCN - REDE DE COMUNICAÇÃO DE DADOS

REDE DE TELECOMUNICAÇÕES

Figura 8.1 TMN x Rede de Telecomunicações

57
Um dos equipamentos de gerência de rede da NEC do Brasil é o 21SMX. É
um componente altamente avançado e inteligente de rede de telecomunicações. Além
disso, pode ser classificado como um Sistema de Gerência de Rede (NMS – sistema
que monitora e controla as atividades das redes e recursos) para redes de Hierarquia
Digital Síncrona (SDH).

O 21SMX pode ser definido mais especificamente como infraestrutura para


uma Rede de Gerência de Telecomunicações (TMN) utilizando protocolos padrões,
arquiteturas e interfaces para monitorar e controlar uma rede SDH.

O 21SMX possui a seguinte composição:

 Sistema de Gerência de Rede (NMS): computadores e programas que


fazem todas as funções de controle e monitoração, com a qual o usuário
interage.

 Elementos de Rede (NE): São dispositivos de rede controlados e


monitorados pelo NMS. Um NE é uma entidade física que compreende os
equipamentos de telecomunicações (ou grupos/partes dos equipamentos de
telecomunicações) Este equipamento suporta as funções de controle e
monitoração do padrão TMN, usando uma interface padrão.

Exemplos de NEs suportados pelo 21SMX inclui os seguintes


produtos NEC: 900S e 2000S Equipamento de Rádio Digital de
Microondas SDH.

Veja a figura 8-2 para uma simples ilustração de uma Rede de


Gerenciamento 21SMX.

O NMS 21SMX pode ser configurado de várias maneiras, mas sempre


consiste dos seguintes componentes:

 Servidor

 Conecção Ethernet entre o servidor e os NE(s). A Rede Ethernet utiliza o


protocolo padrão Q3 para facilitar as comunicações. O protocolo Q3
transferência de dados bidirecional para os Sistemas de Gerência.

58
Tipicamente o servidor está conectado a uma ou mais workstations
(estações de trabalho). Workstations locais podem ser conectadas ao servidor através
de rede Ethernet TCP/IP. Workstations remotas podem ser conectadas ao servidor
utilizando uma Rede Ethernet de Longa Distância ( WAN ) ou uma conexão ponto-a-
ponto de baixa velocidade ( ex: 9600 bps).

O 21-SMX NMS gerência os NEs dentro da rede de telecomunicações.

Um NE conectado ao servidor é chamado de Gateway NE (GNE), pode-se


ter um ou mais NEs conectados a ele utilizando um QECC ( Interface Q sobre um canal
de controle embutido). A rede Ethernet [Q3] pode ser diretamente conectada do servidor
para o GNE.

NMS Network Elements

NE
Workstation
QECC

NE
Ethernet [TCP/IP]

QECC

Workstation
NE

QECC

Ethernet [Q3 (B3)]


GNE

Server
Figura 8.2 : Exemplo de uma rede de gerenciamento 21-SMX

59
Um outro equipamento da Nec do Brasil para o gerenciamento de rede é o
GC 2000 que utiliza também o conceito de gerência centralizada, porém , com protocolo
proprietário.

O GC2000 é constituído basicamente de um sistema de Supervisão


Centralizada (GC2000) e um equipamento remoto (SV2000). O SV2000 coleta os dados
dos equipamentos supervisionados, podendo eles serem Rádio, Mux, Infra-estrutura,
etc. O sistema de Supervisão Centralizada (Workstations) “roda” em um Sistema
Operacional UNIX, em uma máquina de Arquitetura Risc.

Esta Supervisão possui interfaces gráficas na qual podem ser visualizadas,


de uma forma amigável, toda a planta de equipamentos de supervisão e dos
equipamentos supervisionados instalados, fornecendo uma visão macro do sistema.

Basicamente seu funcionamento se baseia na leitura de cada equipamento


de supervisão remota pela Workstation, esta leitura é na verdade uma varredura de
cada equipamento de supervisão, na qual cada equipamento SV2000 é pollado por vez
para verificar se possui alguma alteração de estado, para resposta de alguma
telemedida ou telessinal, ou para algum telecomando. A arquitetura do sistema permite
2 servidores e até 6 Clientes. A figura 8.3 abaixo mostra a arquitetura a ser empregada.

Servidor Servidor Clientes

Equipamentos Risc
com GC2000 instalado
sobre plataforma UNIX

Serial
LAN

MODEM MODEM

RS232C
9600bps
SV 2000 SV 2000 SV 2000

1 2 n
1
MON DES x3

EXP TS x4

Figura 8.3 Arquitetura de gerência GC2000

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Os Servidores, estão interligados por uma Rede Local Ethernet de
Arquitetura TCP/IP, sendo que um Servidor é o principal e uma segunda estação é
Standby, se houver alguma problema de comunicação com as supervisões remotas, as
situações dos Servidores podem ser invertidas, a que era principal passa a ser Standby
e vice e versa. Além disso é possível termos mais estações para monitoração da rede,
sem a interligação entre SV2000 e GC2000 perfazendo um total de 8 Estações no
máximo. As Clientes possuem os mesmos comandos, a diferença é a porta serial que só
é ligada aos 2 servidores apenas.

Para interligação entre os Servidores GC2000 com o SV2000 utiliza-se


uma porta Serial na qual acopla-se um modem a uma taxa de 9600. Para ampliar a
capacidade pode-se acoplar uma placa extensora de Seriais denominada Aurora à
Saída Serial da Estação, ampliando para até 32 Portas Seriais de 9600 bps, o
equivalente a duas placas Aurora, pois cada uma possui a capacidade de 16 Portas
cada.

Além disso será possível verificar que cada SV2000 possui uma
capacidade de Expansão de TS (Telessinais e Telemedidas) que vão acoplados ao
mesmo. Por fim ainda tem-se a possibilidade de acoplar unidades de Monitoração de
Desempenho para a avaliação de Desempenho que alguns equipamentos possuem,
como Rádio, Mux, etc.

Nota-se que a configuração acima possui uma formação em anel o qual


garante que a supervisão esteja sempre em operação, mesmo com a interrupção
eventual de alguma interligação entre os SV’s. Estas interligações normalmente são
feitas através dos canais de Serviço dos equipamentos Rádio, Mux, etc. Se houver
alguma interrupção deste canal de serviço devido a queda do sistema o outro lado da
supervisão assumirá o controle, configurando assim um sistema redundante.

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