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MANDATÁRIOS

Formação política para campanhas


N. Oliveira, RP
Democracia na era digital e cultura de informação no Bra-
sil / Renan Pereira Oliveira
Ano: 2022
nº de p.: 25

Copyright © 2022 Delinea Tecnologia Educacional


Sumário

Democracia na era digital e cultura de informação no Brasil 5

UNIDADE 4
Introdução7

4. Democracia na Era Digital e Cultura de Informação no Brasil 7

4.1 Internet, Redes Sociais e Democracia 7

4.2 Influência nas Redes e Militância Digital 12

4.3 Gestão de Mídias Sociais e Técnicas de Engajamento nas Redes 17

Conclusão23

Referências 24
UNIDADE 4

Democracia na era digital


e cultura de informação no
Brasil

Objetivos de aprendizagem
• Conhecer conceitos fundamentais de democracia e sua
aplicabilidade na era da informação.

• Entender a importância da Internet no cenário político atual


e o funcionamento da militância digital.

• Compreender a função sociopolítica das mídias sociais bem


como assimilar técnicas para ampliar o engajamento com
fins políticos e eleitorais.
Introdução
Nesta unidade, vamos conhecer princípios fundamentais da democracia, seu nascimen-
to na Grécia antiga e como a sociedade altamente conectada vivencia os valores demo-
cráticos nos dias de hoje, através da internet, fazendo emergir o conceito de democracia
digital na Era da Informação.

Estes conceitos têm trazido à baila o debate sobre cultura política e participação social
neste início de século XXI por diversos autores que ainda têm unido esforços, para en-
tender o surgimento de uma nova esfera pública, isto é, no contexto digital.

Assim, iremos compreender como o avanço das tecnologias tem influenciado o com-
portamento do cidadão-eleitor, bem como as novas práticas e comportamentos da mili-
tância social em rede. Por fim, vamos aprender os conceitos fundamentais do marketing
digital e as suas estratégias para se ter uma presença digital que gere engajamento e
envolvimento, otimizando todos os recursos para se posicionar de forma coerente para
o público virtual.

4. Democracia na Era Digital e Cultura de


Informação no Brasil

4.1 Internet, Redes Sociais e Democracia


Muita se fala em Estado Democrático de Direito, mas, afinal, o que isso quer dizer, o que
significa democracia?

É sabido que a democracia é um sistema político que começou na Grécia antiga mais de
dois mil anos atrás. De lá para cá, muita coisa mudou nas sociedades políticas. Todavia,
existem pontos-chave da democracia do passado e do nosso presente, dentre eles, a
prerrogativa de que os cidadãos são livres e iguais, ou seja, a concepção de liberdade e

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de igualdade continua prevalecendo como valores básicos da democracia, assim como a
instituição justiça, como lembra Starr (1990, p. 19), ao narrar sobre algumas ações de um
governante progressista da democracia grega: “[...] a outra reforma de política de Sólon
foi a criação de um tribunal de justiça”.

votação

Fonte: Delinea (2022).


#pracegover: uma eleitora na cabine de votação.

Diante disso, podemos elencar algumas características básicas da democracia:

1) Todos são iguais numa democracia, e nenhum voto vale mais do


que o outro.

2) As pessoas são livres para votar e serem votadas.

3) O acesso ao espaço de poder e a justiça é disponível a todos,


dentro do que preconizam e limitam as leis, diferentemente de ou-
tros sistemas políticos autocráticos, onde há uma divisão e hierar-
quização da sociedade.

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Portanto, no Estado Democrático de Direito, todos são livres e iguais, e ninguém está
acima da lei. Na democracia, a lei é para todos, sem discriminação. Além disso, a ideia de
soberania popular, que se manifesta através do sistema do voto e por outros recursos,
faz da democracia um sistema de governo onde prevalece a vontade da maioria, o prin-
cípio da coletividade

Em relação a isso, como ressalta Benhabib (Apud GOMES; MAIA, 2008, p. 165):
[...] as concepções deliberativas da democracia baseiam-se no princípio do bem-estar de
uma coletividade que devem ser o resultado de um procedimento de deliberação livre e razo-
ável entre cidadãos considerados iguais moral e politicamente.

Nesse sentido, com a ascensão das democracias liberais representativas nas últimas
décadas, as democracias contemporâneas agregam e aperfeiçoam em si novas concep-
ções e valores, sem deixar seus preceitos básicos fundamentais. Sobre isso, podemos
evidenciar algumas singularidades:

Redes digitais e nova cultura global:


Potencializada peles redes digitais e por uma nova
cultura global alicerçada pela internet, a cibercultura
transforma também a relação do cidadão-eleitor com o
seu contexto social.

Redes sociais no contexto atual


Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: imagem do mapa mundi com uma sobreposição de imagens de computadores, uma mulher ligando no
celular e um homem olhando tudo isso.

Consequentemente:
isso afeta diretamente a democracia e como ela é
praticada.

Democracia na prática
Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: várias mãos levantadas.

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Assim:
Neste cenário de sociedade hiperconectada, a chamada
Era da Informação vem acompanhada de mudanças
profundas em todos os setores da sociedade e do ser
humano.

Era da conexão
Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: várias pessoas conectadas.

Dentro deste roteiro que se descortina há poucas décadas, mas já com grandes impac-
tos no cotidiano da nossa sociedade, surge o que teóricos têm chamado de democracia
digital e termos correlatos.

Hoje, cada um de nós pode acompanhar diretamente nas redes sociais as ações de ins-
tituições públicas, políticos, diários oficiais eletrônicos. Além disso, é possível também:

Solicitar informações públicas.

Criar uma estrutura para uma cultura de transparência, de participação social, de con-
trole social alicerçada pelas redes.

Vale ressaltar que a internet não criou tudo isso, mas a amplificou e a tornou acessível
para a sociedade. Observe o que dizem Bennet e Entman (Apud GOMES; MAIA, 2008, p.
165) acerca desse fenômeno:
Para dar resposta a questões fundamentais sobre a experiência dos cidadãos no processo
democrático, requer-se, cada vez mais, que se compreenda a centralidade da comunicação
mediada nos processos de governança e, também, nas percepções que os cidadãos têm da
sociedade e de seus problemas.

Neste contexto de midiatização da política, onde a internet faz a ligação entre político e
eleitor, poder público e cidadão, a concepção de transparência tem se constituído como
uma premissa nas democracias digitais. No que diz respeito a isso, veja o recurso adiante:

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Internet e direito à informação:
Para muito além do ato de fazer publicidade no mundo
virtual, as redes expressam, sobretudo, o direito à
informação, conforme preceitua a nossa Constituição
Federal de 1988.

Rede mundial de computadores e o acesso à informação


Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: vários códigos binários na tela de um computador.

Internet, ponte entre candidato e eleito:


Estar nas redes com cidadãos e eleitores em processo
permanente de interação é fazer parte do processo que
envolve vigilância de um lado e transparência do outro.

Internet e eleições
Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: eleitor em frente de uma tela.

Aliás, diante desse cenário, podemos elaborar a seguinte reflexão:

Antes:
o cidadão, na Grécia, precisaria ir à Ágora exercer a
sua participação política, ou mesmo em um órgão
burocrático da administração pública.

Grécia e Democracia
Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: Ruínas de uma cidade grega antiga.

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Hoje:
o faz de casa a partir de uma conexão e de um celular
na mão.

Democracia na era digital


Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: duas pessoas segurando cada uma um celular.

Para saber mais sobre o que é a Ágora grega, as-


sista a este vídeo do professor Matheus Passos
denominado de “A Ágora Antiga”. O link dele está
AQUI.
Saiba mais

Portanto, seja no processo de campanhas política, seja nos mandatos eletivos, é preciso
considerar que dos dois lados, políticos e cidadãos, estão cumprindo os seus respecti-
vos papeis dentro desse novo formato de democracia mediada por dispositivos tecnoló-
gicos, a chamada democracia digital.

4.2 Influência nas Redes e Militância Digital


Já está claro que a internet possibilitou que mudanças estruturais na sociedade aconte-
cesse em praticamente todos os setores da nossa vida. Sobre isso, veja o recurso a seguir:

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Novos comportamentos:
Se hoje temos novos hábitos para pegar transporte,
solicitar comida, encontrar emprego etc., com a política
aconteceu o mesmo, ou seja, também houve mudanças
estruturais.

Aplicativos
Fonte: Delinea (2022)
#pracegover: tela de um celular com um aplicativo ligado.

Segundo Veiga, Ribeiro e Gimenes


(2018, p. 34):
“[...] a constituição de atitudes e comportamentos
políticos é o resultado das vivências dos indivíduos
com a dimensão cultural da sociedade, por meio da
socialização”.

Comportamento político e socialização


Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: quatro jovens lendo um texto juntos.

Portanto, se os indivíduos estão cada vez mais envolvidos nesta cibercultura, a política
também vai ser envolvida neste processo, criando, assim, um novo espaço político. Para
nos aprofundarmos mais sobre esse novo espaço político, acompanhe o recurso a seguir:

Arena virtual:

Uma arena virtual, uma esfera pública mediatizada pelas redes, a Ágora grega
digital: Veiga, Ribeiro e Gimenes (2018, p. 34) complementam:
Em um sentido amplo, a socialização política é o processo de transmissão de
valores e expectativas da cultura política existente na sociedade. Almond e
Powell (1972) definem socialização política como o processo pelo qual as culturas
políticas são mantidas ou transformadas.

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Neste caso, transformadas através de uma socialização humana cada vez mais digital,
podemos perceber com certa clareza que a internet é extremamente relevante neste
cenário.

Logo, ficará cada vez mais difícil pensar em política sem ela, porque, mesmo que algum
político não esteja em rede, seus eleitores estão, e consequentemente, ele também,
ainda que não estando oficialmente, pois o próprio eleitor pode fazer circular, via essas
redes, discursos sobre esse político off e analógico.

Inclusive, alguns fatos mundiais reforçaram o poder e o alcance da internet e das redes
sociais nos processos políticos. Um exemplo é o evento conhecimento como a Primave-
ra Árabe. Para entender isso, acompanhe o recurso adiante:

A Primavera Árabe:

Em 2010, ela levou para ruas milhões de pessoas para protestar contra regimes
autoritários convocados e organizados pelas redes sociais nos países de maioria
árabe, como o Egito.
Mas como destaca Harvey (2012): “[...] a praça Tahrir [que fica no Egito] mostrou
ao mundo uma verdade óbvia: são os corpos nas ruas e praças, não o balbucio de
sentimentos no Twitter ou Faceook, que realmente importa”.

Além desse caso, podemos citar outro: a eleição para presidente dos EUA nos anos de
2008. Veja adiante:

A eleição presidencial dos Estados Unidos:

Em 2008, esse evento foi crucial para o país e para o mundo

Influência digital:

O aumento de usuários nas redes sociais, revelou o poder do eleitorado e da


militância digital.

Neste contexto, precisamos diferenciar o público eleitor da militância.

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Eleitor:
aqui, ele é colocado como o cidadão que participa
basicamente da política com o exercício do voto, sem
ter maiores envolvimentos com os processos políticos.

Eleitor
Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: teclado de computador com uma tecla com a palavra enter.

Militância:
já a militância é o eleitor engajado, que se envolve
diretamente com a política, que defende de modo
intenso uma causa ou ideologia e está sempre em
articulação com outros grupos ou indivíduos para
promover os ideais e objetivos políticos em que
acredita.

Militância
Fonte: Delinea (2022).
#pracegover: A imagem representa vários bonecos representando um candidato em várias cenas de campanha polí-
tica: dando entrevista, com megafone, com faixas de campanha.

Desta forma, o mundo virtual proporcionou um novo espaço para a militância política
partidária, abrindo portas para a militância digital. Um dos objetivos das campanhas
é também transformar o eleitor comum em militante, porque o eleitor comum apenas
vota, enquanto que o militante convence também que outros votem.

Geralmente, o militante político também é uma liderança política, que é capaz de exer-
cer influência sobre a escolha do voto de outras pessoas. Por isso, é importante manter
um relacionamento mais próximo da militância, pois ela é multiplicadora de votos. Desta
forma, é possível delinear algumas observações sobre isso:

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No formato tradicional de campanhas políticas:

O militante, ou a liderança política, geralmente, participa mais ativamente da


campanha, promovia reuniões diversas, apresentava o candidato e suas ideias a
demais grupos e pessoas. Era o que se chamava de cabo eleitoral.

Hoje:

Com o predomínio das redes, tudo isso continua sendo feito, mas cada vez
mais digital, uma espécie de migração da campanha física para a virtual, e a
transformação deste agente em militante digital é evidente.

Com a popularização e acesso facilitado aos meios de comunicação, além de sabermos de


tudo em uma velocidade surpreendente, vimos emergir um novo conceito, o de Fake News.

O termo Fake News ganhou força mundialmente em 2016, com a corrida presidencial dos
Estados Unidos, época em que conteúdos falsos sobre a candidata Hillary Clinton foram
compartilhados de forma intensa pelos eleitores de Donald Trump.

Com as eleições no Estados Unidos, o conceito de Fake News ganhou forma. Emprega-
do às notícias fraudulentas que circulam nas mídias sociais e na Internet, o conceito é
aplicado principalmente aos portais de comunicação online, como redes sociais, sites e
blogs, que são plataformas de fácil acesso e, portanto, mais propícias à propagação de
notícias falsas, visto que qualquer cidadão tem autonomia para publicar.

Em 2018, o Instituto Mundial de Pesquisa (IPSO) divulgou um estudo intitulado: “Fake


news, filter bubbles, post-truth and trust (Notícias falsas, filtro de bolhas, pós-verdade
e verdade)”, que revela dados importantes. De acordo com o levantamento, 62% dos en-
trevistados do Brasil admitiram ter acreditado em notícias falsas, valor acima da média
mundial que é de 48%. Um outro estudo, consultado em junho de 2020, sobre o Relatório
de Notícias Digitais do Instituto Reuters (Reuters Institute Digital News Report), mostrou
que o WhatsApp é uma das principais redes sociais de discussão e troca de notícias no
país, perdendo apenas para o Facebook. O levantamento apontou que 48% dos brasilei-
ros que participaram da pesquisa usam o aplicativo como fonte de notícias, número bem

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superior comparado ao índice de países como: Austrália (8%), Reino Unido (7%), Canadá
(6%) e Estados Unidos (4%). (Tribunal de Justiça Eleitoral, 2020).

As Fake News crescem conforme o número de compartilhamentos, então é necessário


repassar somente informações verídicas e sempre se questionar caso veja uma man-
chete duvidosa. Notícias falsas espalham-se rapidamente e apelam para o emocional do
leitor/espectador, chamando atenção com títulos sensacionalistas e causando o consu-
mo do material “noticioso” sem a confirmação da veracidade de seu conteúdo.

Levando tudo isso em consideração, podemos concluir que a internet propiciou um novo
cenário marcado pelo advento da cibercultura e da consequente mediatização da políti-
ca. Como esse fenômeno está o tempo todo em movimento, pela sua própria natureza, é
necessária muita sensibilidade para identificar suas diversas nuances e movimentações
dentro de cada contexto de tempo e espaço.

4.3 Gestão de Mídias Sociais e Técnicas de Engajamento


nas Redes
Agora que já compreendemos o novo cenário da democracia digital, do militante digital,
chegou a hora de efetivar uma campanha digital, que não substitui, mas complementa
a campanha física e tradicional. Resguardadas as devidas proporções e estruturas de
cada campanha política, a gestão das redes sociais deve ficar a cargo de uma pessoa
com noções básicas das técnicas de linguagem, engajamento e métricas, devido as es-
pecificidades que esta atividade de social mídia requer, ou seja:

• É preciso: Conhecer o mínimo de marketing


digital.
• Como também: Utilizar esta ferramenta com
profissionalismo é fundamental para otimizar a
vitória eleitoral.

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Para ter acesso a este universo, é necessário criar perfis nas diversas redes sociais
existentes, com atenção sempre às novas tendencias de mídia e surgimento de novida-
des neste mercado de relação social digital. Neste momento, prevalecem já há alguns
anos as seguintes plataformas:

• Facebook.
• Twitter.
• Instagram.
• WhatsApp.
• YouTube.
• Telegram.
• E, recentemente, o TikTok.

Redes sociais

Fonte: Pexels (2022).


#pracegover: tela de um celular com vários ícones de redes sociais nela.

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Essas sete plataformas de redes sociais são as mais utilizadas e tende a permanecer na
preferência do público até mudanças e rupturas no padrão de consumo. Até alguns anos,
Orkut era o preferido, hoje nem existe mais.

Paulo Faustino (2019, p. 24 e 25) em Marketing Digital na Prática, elenca as vantagens da


publicidade na rede: “[...] segmentação do público-alvo, análise de dados em tempo real,
custo menor e mais assertivo, interação com o seu público, agilidade na implementação
de campanhas”.

Já aprendemos nos tópicos anteriores sobre a importância da linguagem e da mensa-


gem em campanhas políticas. É preciso não só colocar na rede uma campanha, mas
também garantir que os seus objetivos sejam alcançados, gerando engajamento, envol-
vimento, interação com as publicações dos diversos assuntos, com atenção especial ao
conteúdo da mensagem.

Aliás, conforme salienta Faustino (2019, p. 26):


O conteúdo deverá ser sempre o epicentro de qualquer estratégia de marketing digital, uma
vez que tudo aquilo que criamos, sejam fotografias, textos, vídeos ou qualquer outra coisa, é
conteúdo.

Conteúdo que visa a gerar consenso em rede, obter engajamento, potencializando, as-
sim, maior alcance da audiência. Audiência essa, que se reflete em números de seguido-
res e usuários das redes sociais, as quais são administradas por algoritmo.

Aliás, nem tudo que se publica chega aos seguidores, por uma questão justamente de
algoritmo, que as redes sociais utilizam para entregar os conteúdos. É preciso conhecer
bem os seus seguidores para criar estratégias que gerem resultados mais otimizados,
ampliando o alcance da mensagem. As redes sociais disponibilizam em suas configu-
rações ferramentas para conhecer os seus seguidores, através de análise de dados. É
preciso dissecar essas informações.

Desenvolver estratégia de marketing político não é uma tarefa das mais simples. Uma
estratégia digital completa e integrada gira a partir do(a):

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Conteúdo:

O marketing de conteúdo é a estratégia do momento. Existem diversos formatos,


mas no marketing político destacam-se os textos, imagens e vídeos, que
facilitam o acesso do eleitorado. O conteúdo é uma maneira simples de espalhar
ideias e mostrar quais são os objetivos da campanha.

E-mail:

é uma forma de fazer publicidade online através do contato por e-mail com
eleitores.

Websites:

prevê uma série de ações específicas que fazem com que as informações sobre o
seu canditato(a) se espalhem pela web.

Analyctis social:

é a prática de coletar dados de sites de mídia social e analisar usando


ferramentas de análise de mídia social para tomar decisões de ações.

Mobile:

A rede social móvel é uma rede social em que os indivíduos com interesses
semelhantes conversam e se conectam uns com os outros através dos seus
celulares e / ou tablets.

Display:

A rede de display é uma categoria de anúncios do Google Ads onde centenas de


sites se associam para receber publicidade paga.

SEO:

Ferramenta para que o candidato seja encontrado de modo qualitativo nos


sistemas de busca. É importante estar nos principais mecanismos de busca
(Google, Bing, Yahoo! e etc) para conquistar novos leitores.

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Mas, você pode estar se perguntando, como saber se minha estratégia digital está ge-
rando resultados?

A resposta é: com as métricas sociais

Os principais dados observados nas métricas sociais são:

Alcance:

é uma métrica visível em redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter e


LinkedIn. Consideramos ela como uma meta base, pois conseguimos checar
quantas pessoas estão recebendo cada conteúdo divulgado;

Engajamento:

podemos ler essa métrica, basicamente, como a soma de quem comenta, curte,
compartilha ou clica nas postagens. Esse número sempre será menor do que o
de visualizações do conteúdo;

Seguidores:

costumamos nos referir aos seguidores das redes sociais como o volume de
pessoas que destaca o seu interesse em acompanhar as suas publicações.
Muitas vezes, esse é um fator que atrai o público para a página. Porém, lembre-se
de que ter seguidores não significa que todos irão ver o seu conteúdo.

Devemos perceber que uma métrica depende da outra, e todas devem ser positivas para
que o trabalho nas redes sociais alcance o sucesso. Na prática, o alcance deve estar
sempre aumentando já que sem ele não há engajamento. E, sem essa última métrica, é
difícil alcançar novos seguidores.

Outro fator que deve ser levado em consideração nesta estratégia de comunicação di-
gital diz respeito à construção da persona, o personalidade-perfil do emissor da mensa-
gem. No caso aqui, candidatos políticos. Faustino (2019, p. 27) explica que a construção
do persona “[...] ajuda a definir o tom e o estilo da mensagem”. Por exemplo, é preciso sa-
ber se um determinado político tem um tom mais moderado, conciliador, combativo etc.

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Tudo isso em coerência com o que se é na realidade. Não se pode construir personagem
fictício acreditando ser uma persona, pois o público logo identifica e ainda espalha nas
redes. Mentiras como essa não se sustentam em tempos de celular, câmera e rede social.

Uma estratégia bastante utilizada nas redes sociais para alavancar o alcance do público
é o impulsionamento, que deve ter bastante atenção dos gestores de campanhas. As
regras para impulsionamento de conteúdos políticos tem ficado mais rígidas para tentar
proteger o público de fakenews.

Portanto, deve-se conhecer todas as políticas da rede social antes de impulsionar, bus-
car orientação jurídica quanto aos conteúdos mais sensíveis, e se certificar que está
cumprindo todos os ritos legais, o que inclui pagamento com recolhimento de nota fiscal
e prestação de contas à justiça eleitoral, quando da ocasião de período eleitoral.

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Conclusão
O Curso Mandatários 2022, na unidade 1, buscou oferecer ferramentas para você co-
nhecer o Solidariedade e sua trajetória enquanto partido político. Entender a atuação
política do Solidariedade na sociedade brasileira. Identificando as principais lideranças
do Solidariedade e os trabalhos desenvolvidos.

Com base na genealogia dos partidos políticos, desde 1979, quando foi extinto o biparti-
darismo por meio da Lei 6.767, e a formação do quadro partidário da história recente do
Brasil, apresentar uma contextualização política e histórica. Possibilitando identificar a
configuração política do Brasil e sua organização jurídica enquanto Estado.

Na unidade 2, apresentamos os sistemas eleitorais em vigor no Brasil e suas caracterís-


ticas. Você conheceu como é a organização das eleições, normas para o pleito 2022 e as
características das candidaturas federais e estaduais.

Na unidade 3, você conheceu o papel do candidato e as funções de sua mensagem de


campanha. Os conceitos fundamentais sobre eleitorado e comportamento político e
como interagir com o público-alvo. Desenhamos os parâmetros para elaboração de um
plano de campanha eleitoral, desde a concepção até a implementação.

Já na Unidade 4, você conheceu os conceitos fundamentais de democracia e sua apli-


cabilidade na era da informação. A importância da Internet no cenário político atual e
o funcionamento da militância digital. Para então, compreender a função sociopolítica
das mídias sociais bem como assimilar técnicas para ampliar o engajamento com fins
políticos e eleitorais.

Agradecemos a sua atenção e até o próximo estudo!

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Referências
CERVI, Emerson Urizzi. Opinião pública e comportamento político. Curitiba: InterSabe-
res, 2012.

GOMES, Wilson; MAIA, Rousiley. Comunicação e Democracia: Problemas e Perspecti-


vas. São Paulo: Editora Paulus, 2008.

SLAVOJ, Žižek et al. Movimentos de protesto que tomaram as ruas. São Paulo: Editora
Boitempo, 2012. 1. ed. Disponível em: https://www.boitempoeditorial.com.br/produto/
occupy-362. Acesso em: 7 fev. 2022.

STARR, Chester G. O Nascimento da Democracia Ateniense. São Paulo: Editora Odys-


seus, 1990.

VEIGA, Luciana, RIDEIRO, Ednaldo, GIMENEZ, Éder. Comportamento político e opinião


pública. Disponível em: https://www.academia.edu/36327603/Comportamento_pol%-
C3%ADtico_e_opini%C3%A3o_p%C3%BAblica_estudos_sobre_Brasil_e_Am%C3%A-
9rica_Latina. Aceso em: 21 nov. 2021.

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