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EM908 – QUINTA AULA

PROJETO DE PEÇA FORJADA A QUENTE

Nesta aula concluiremos o planejamento do processo de forjamento a


quente, em matrizes fechadas, de uma peça metálica, mostrada na
Figura 1. Primeiramente, terminaremos o dimensionamento da peça
forjada, e finalizaremos com o projeto das matrizes de forjamento.

Os critérios a serem utilizados no projeto da peça e das matrizes de


forjamento a quente são apresentados a seguir.

Para a realização deste projeto pode-se utilizar o ProE ou o


SolidEdge.

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PROJETO DE PEÇA FORJADA A QUENTE

Dimensões e detalhes da peça metálica

Engrenagem
Aço ABNT 8620

Figura 1

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PROJETO DE PEÇA FORJADA A QUENTE

Critérios para o projeto de peças forjadas a quente

e) escolha da linha de rebarbas: necessária para estabelecer a descarga de


material excedente, promover a união das duas matrizes e principalmente
garantir que o material ocupe todo o volume das matrizes fornecendo forjados
com dimensões adequadas já que a bacia de rebarbas será o último local a
ser preenchido pelo material forjado. Na maioria dos casos, escolhe-se a linha
de rebarbas como a linha de maior perímetro do corpo forjado a fim de facilitar
o corte das rebarbas e a construção das matrizes porém, conforme o tipo de
peça a ser obtida, a linha escolhida pode ser outra que não a de maior
comprimento (Figura 2).

Figura 2
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e) escolha da linha de rebarbas: Algumas formas de bacia de rebarbas são


mostradas na Figura 3. O tipo a é o mais utilizado pois oferece a
possibilidade de uma superfície plana de apoio para a rebarbação. O tipo c é
indicado quando houver a necessidade de girar-se 180o a peça para a
rebarbação, o tipo b quando o volume de rebarba for grande e o tipo d
quando houver incerteza no cálculo do volume de material a forjar.

Figura 3

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e) escolha da linha de rebarbas: Na Tabela 1 são mostrados valores para


cada tipo de bacia, segundo três dimensões possíveis: pequena, média e
grande.
Tabela 1 - Dimensões em mm para os perfis de bacias de rebarbas
Tipo l m n o h h1 r m1
pequeno 2 4 11 15 3,5 5 2,5 2
médio 2,5 5 20 25 5 8 4 3
grande 3 6 29 35 6,5 10 5 4

f) dimensionamento do tarugo: Uma das hipóteses assumidas em


conformação mecânica é que o volume de material não se altera durante os
processos. Porém, no forjamento a quente de aços o volume do tarugo inicial é
calculado adicionando-se 3% ao volume da peça forjada (incluindo a bacia de
rebarba) para considerar perdas por oxidação e descarbonetação no
pré-aquecimento.
As dimensões do tarugo devem ser especificadas de forma a facilitar a
conformação, buscando-se níveis de deformação similares nas diversas
regiões da peça.
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g) dimensionamento das matrizes de forjamento a quente

Após o forjamento a quente de aços que ocorre próximo de 1000 oC, a peça
forjada tem suas dimensões e geometria alteradas pela contração térmica
causada pelo resfriamento até a temperatura ambiente. No caso dos aços, a
contração é da ordem de 1% das dimensões lineares para o resfriamento a
partir de 1000-1100 oC.

Assim, o dimensionamento das matrizes de forjamento deve considerar a


contração das peças de modo a garantir sua qualidade dimensional e
geométrica.

As matrizes de forjamento apresentam geometrias similares às das peças que


serão produzidas. No forjamento a quente convencional tem-se sempre duas
matrizes, superior e inferior, que reproduzem a geometria da peça forjada e
são divididas em relação à linha da bacia de rebarba.

A Tabela 2 apresenta as dimensões recomendadas para os blocos das


matrizes em função das dimensões características das gravuras.
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Tabela 2 - Dimensões mínimas das matrizes de forjamento

Profundidade Espessura mínima de parede Altura mínima do


de impressão bloco da matriz
h (mm) a (mm) H (mm)
6 12 10 100
10 20 16 100
16 32 25 125
25 40 32 160
40 56 40 200
63 80 56 250
100 110 80 315
125 130 100 355
160 160 110 400

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A Figura 4 apresenta as opções para alinhamento das matrizes com colunas
guia, assentos cônicos ou inclinados

Figura 4

h = 20 a 25 mm
h1 = 26 a 32 mm
r = 5 a 6 mm

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