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Sabado Artur

Ricardo Abel Chingore

Rossel Ruynov Grácio de Alfeu

Zeca Boaventura Nhachungue

Curso: Licenciatura em Engenharia Mecânica

(Pratica Técnica Profissional Fundição e Forja)

Forja em Matriz Aberta ou Fechada

Universidade Rovuma

Nampula, 2023

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Sabado Artur
Ricardo Abel Chingore
Rossel Ruynov Grácio de Alfeu
Zeca Boaventura Nhachungue

Curso: Licenciatura em Engenharia Mecânica


(Pratica Técnica Profissional Fundição e Forja)

Forja em Matriz Aberta ou Fechada

O presente trabalho é de caracter


avaliativo a ser entregue na cadeira
de Pratica Técnica Profissional
Fundição e Forja

Docente: Emilio Epaissone

Universidade Rovuma
Nampula, 2023

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Índice
Objectivos ..................................................................................................................... 4

Revisão Bibliográfica ....................................................................................................... 5

Forjamento em matriz aberta ........................................................................................ 5

Forjamento em matriz fechada...................................................................................... 7

Componentes forjados em matriz fechada ............................................................... 8

Conclusão ....................................................................................................................... 11

Bibliografia ..................................................................................................................... 12

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Introdução

Forjamento é um processo de conformação mecânica em que o material é de formado por


martelamento ou prensagem.

Processo tecnológico em que a forma de um material é alterada recorrendo a forças de


compressão exercidas por matrizes atuadas por martelos ou prensas (Forge 2016a).

Operação de conformação mecânica para dar forma aos metais através de martelamento ou
esforço de compressão (prensagem), tendendo a fazer o material assumir o contorno da
ferramenta conformadora, chamada matriz ou estampo.

A grande utilização deste processo deve-se a um conjunto de fatores como a boa relação entre
o custo de produção e as caraterísticas mecânicas obtidas, diversidade de materiais metálicos
usados e baixas taxas de material desperdiçado (Rodrigues e Martins 2010b, Filho et al, 2011).

Objectivos
Descrever o funcionamento das matrizes

Identificar componentes forjados em matriz

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Revisão Bibliográfica
A principal preocupação no projeto de uma matriz de forjamento passa por ter o máximo de
vida útil possível. Fatores como o material utilizado, os tratamentos térmicos, as condições da
superfície, a transferência de calor no processo, a lubrificação utilizada, o material a forjar e a
prática de manutenção da ferramenta, influenciam largamente este parâmetro (Schaeffer 2012).
As matrizes devem ser produzidas recorrendo a materiais com alta resistência mecânica,
resistência ao desgaste, elevada tenacidade e ainda, no caso do forjamento a quente, suportar a
fadiga térmica inerente sem sofrer danos ou alterações dimensionais (Schaeffer 2012).
Por isso, elas são feitas, em sua maioria, de blocos de aços-liga forjados e tratadas termicamente.
Quando as solicitações são ainda maiores, as matrizes são fabricadas com metalduro.
Para realizar as operações de forjamento e obter peças com a forma final desejada, utilizam-se
matrizes (ferramentas ou moldes) feitas, usualmente, de aço ferramenta. As matrizes entram em
contacto com a peça durante o processo de forjamento, moldando-a.

Forjamento em matriz aberta


No forjamento em matriz aberta, as matrizes são predominantemente simples, podendo ter faces
paralelas e lisas, faces com concavidades. Estas são geralmente fabricadas pelos processos
tradicionais de maquinagem (Cetlin e Helman, 2005)

Usado quando o número de peças que se deseja produzir é pequeno e seu tamanho é
grande.
É o caso de eixos de navios e de turbinas, virabrequins, anéis de grande porte, ganchos,
correntes, âncoras, alavancas, excêntricos, ferramentas agrícolas.

Frequentemente, o forjamento livre é usado para preparar a forma da peça (esboço) para o
forjamento em matriz.

Figura 1: Matrizes lisa (a), concava (b) e em “v” (c), usadas no forjamento em matriz aberta
(ASM 2005).

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A operação é iniciada com uma matriz de pequena largura. O estiramento acontece por meio de
golpes sucessivos e avanços da barra (b, c, d, e). A barra é girada 90°C e o processo repetido
(f). Para obter o acabamento mostrado em g, as matrizes são trocadas por outras de maior
largura.

Figura 2: Estiramento da ponta de uma barra por forjamento em matriz aberta (Cetlin
e Helman, 2005)

Encalcamento:
Variedade de estiramento em que se reduz a secção de uma porção intermediária da peça, por
meio de uma ferramenta ou impressão adequada.

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Forjamento em matriz fechada
As matrizes usadas para o forjamento em matriz fechada são geralmente de uma complexidade
muito superior, sendo muitas vezes constituídas por várias formas que permitem efetuar
operações de pré-forma e de finalização numa só matriz, mas em várias etapas. Estas são
fabricadas por maquinagem ou electroerosão em alguns casos.

Figura 4: Matriz de três etapas (a) e de quatro etapas (b) para forjamento em matriz fechada

O material é conformado entre duas metades de matriz que possuem, gravadas embaixo-relevo,
impressões com o formato que se deseja fornecer à peça.
A deformação ocorre sob alta pressão em uma cavidade fechada ou semi-fechada, permitindo
assim obter-se peças com tolerâncias dimensionais menores do que no forjamento livre.

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Componentes forjados em matriz fechada

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Figura 13: Componentes forjados em matriz fechada
Para peças não muito complexas, são aplicadas as seguintes etapas no forjamento
em matriz fechada:
 Corte do blank, ou seja, do pedaço de metal em barra no tamanho necessário;
 Aquecimento, realizado em fornos;
 Forjamento intermediário, realizado somente quando é difícil a conformação em uma
única etapa;
 Forjamento final, feito em matriz, já com as dimensões finais da peça
 Tratamento térmico, para a remoção das tensões, homogeneização da estrutura,
melhoria da usinabilidade e das propriedades mecânicas.
Aços de ferramenta ligados ao crómio, tungsténio, molibdénio e vanádio são os principais
materiais utilizados na fabricação de matrizes (Rodrigues e Martins 2010b). Para o forjamento
a quente são correntemente utilizados aços para trabalho a quente (série AISI H) e ainda
algumas ligas como a AISI 4100 ou 43000. Realizam-se ainda tratamentos térmicos de têmpera
e revenido para obter durezas superficiais na ordem dos 55 a 65 HRC para matrizes de
forjamento a frio e 35 a 55 HRC para matrizes de forjamento a quente (ASM 2005).
Em conjunto com a têmpera e revenido, é ainda possível recorrer-se a tratamentos superficiais
de modo a aumentar a resistência ao desgaste da superfície das matrizes, exposta a elevadas
cargas, ciclos térmicos e corrosão. São exemplos destes revestimentos:
 Deposição Química (CVD - chemical vapour deposition);
 Deposição física a vapor (PVD - physical vapour deposition).
Outro fator a ter em conta na definição das matrizes de forjamento é a sua temperatura de
trabalho. A fim de diminuir as perdas de calor, por condução térmica entre a matriz e o esboço,
e as variações térmicas nas matrizes, estas devem ser pré-aquecidas no início do ciclo de
forjamento. A Figura 14, demonstra a necessidade do pré-aquecimento de aços como o H11 e
H13 para se poderem obter boas resistências a quente, mostrando também, em conjunto com a
Figura 15, que temperaturas demasiado elevadas das matrizes causam um decréscimo das suas
propriedades. Como tal, define-se que para os aços H11 e H13 a temperatura de pré-
aquecimento deverá ser de 200°C a 315°C.

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Figura 14: Variação da dureza a quente dos principais aços de ferramentas de trabalho a quente,
adaptado de (ASM 2005).

Figura 15: Variação dos resultados do ensaio de impacto de Charpy para alguns aços ferramenta
de trabalho a quente, variando a temperatura do provete, adaptado de (ASM 2005).

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Conclusão
No presente trabalho concluímos que para realizar as operações de forjamento e obter
peças com a forma final desejada, utilizam-se matrizes (ferramentas ou moldes) feitas,
usualmente, de aço ferramenta.

O forjamento em matriz aberta é utilizado para fabricar peças grandes com forma
relativamente simples e em pequeno número e, também, para pré formar peças que serão
submetidas posteriormente a operações de forjamento mais complexas e no forjamento
em matriz fechada, o metal é conformado entre duas metades de matriz com impressões
(cavidades) cuidadosamente usinadas no formato que se deseja fornecer à peça.

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Bibliografia
Rodrigues, Jorge, and Paulo Martins. 2010a. Tecnologia Mecânica Vol.1: Tecnologia da
Deformação Plástica. Vol. 1.
Rodrigues, Jorge, and Paulo Martins. 2010b. Tecnologia Mecânica Vol.2: Tecnologia da
Deformação Plástica 2ed. Vol. 2.
ASM. 2005. ASM Handbook Volume 14A: Metalworking: Bulk Forming. Vol. 14.

Schaeffer, Lirio. 2012. Forjamento: Introdução ao processo. Porto Alegre: Imprensa Livre.

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