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Universidade Rovuma
Nampula, 2023
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Sabado Artur
Ricardo Abel Chingore
Rossel Ruynov Grácio de Alfeu
Zeca Boaventura Nhachungue
Universidade Rovuma
Nampula, 2023
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Índice
Objectivos ..................................................................................................................... 4
Conclusão ....................................................................................................................... 11
Bibliografia ..................................................................................................................... 12
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Introdução
Operação de conformação mecânica para dar forma aos metais através de martelamento ou
esforço de compressão (prensagem), tendendo a fazer o material assumir o contorno da
ferramenta conformadora, chamada matriz ou estampo.
A grande utilização deste processo deve-se a um conjunto de fatores como a boa relação entre
o custo de produção e as caraterísticas mecânicas obtidas, diversidade de materiais metálicos
usados e baixas taxas de material desperdiçado (Rodrigues e Martins 2010b, Filho et al, 2011).
Objectivos
Descrever o funcionamento das matrizes
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Revisão Bibliográfica
A principal preocupação no projeto de uma matriz de forjamento passa por ter o máximo de
vida útil possível. Fatores como o material utilizado, os tratamentos térmicos, as condições da
superfície, a transferência de calor no processo, a lubrificação utilizada, o material a forjar e a
prática de manutenção da ferramenta, influenciam largamente este parâmetro (Schaeffer 2012).
As matrizes devem ser produzidas recorrendo a materiais com alta resistência mecânica,
resistência ao desgaste, elevada tenacidade e ainda, no caso do forjamento a quente, suportar a
fadiga térmica inerente sem sofrer danos ou alterações dimensionais (Schaeffer 2012).
Por isso, elas são feitas, em sua maioria, de blocos de aços-liga forjados e tratadas termicamente.
Quando as solicitações são ainda maiores, as matrizes são fabricadas com metalduro.
Para realizar as operações de forjamento e obter peças com a forma final desejada, utilizam-se
matrizes (ferramentas ou moldes) feitas, usualmente, de aço ferramenta. As matrizes entram em
contacto com a peça durante o processo de forjamento, moldando-a.
Usado quando o número de peças que se deseja produzir é pequeno e seu tamanho é
grande.
É o caso de eixos de navios e de turbinas, virabrequins, anéis de grande porte, ganchos,
correntes, âncoras, alavancas, excêntricos, ferramentas agrícolas.
Frequentemente, o forjamento livre é usado para preparar a forma da peça (esboço) para o
forjamento em matriz.
Figura 1: Matrizes lisa (a), concava (b) e em “v” (c), usadas no forjamento em matriz aberta
(ASM 2005).
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A operação é iniciada com uma matriz de pequena largura. O estiramento acontece por meio de
golpes sucessivos e avanços da barra (b, c, d, e). A barra é girada 90°C e o processo repetido
(f). Para obter o acabamento mostrado em g, as matrizes são trocadas por outras de maior
largura.
Figura 2: Estiramento da ponta de uma barra por forjamento em matriz aberta (Cetlin
e Helman, 2005)
Encalcamento:
Variedade de estiramento em que se reduz a secção de uma porção intermediária da peça, por
meio de uma ferramenta ou impressão adequada.
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Forjamento em matriz fechada
As matrizes usadas para o forjamento em matriz fechada são geralmente de uma complexidade
muito superior, sendo muitas vezes constituídas por várias formas que permitem efetuar
operações de pré-forma e de finalização numa só matriz, mas em várias etapas. Estas são
fabricadas por maquinagem ou electroerosão em alguns casos.
Figura 4: Matriz de três etapas (a) e de quatro etapas (b) para forjamento em matriz fechada
O material é conformado entre duas metades de matriz que possuem, gravadas embaixo-relevo,
impressões com o formato que se deseja fornecer à peça.
A deformação ocorre sob alta pressão em uma cavidade fechada ou semi-fechada, permitindo
assim obter-se peças com tolerâncias dimensionais menores do que no forjamento livre.
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Componentes forjados em matriz fechada
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Figura 13: Componentes forjados em matriz fechada
Para peças não muito complexas, são aplicadas as seguintes etapas no forjamento
em matriz fechada:
Corte do blank, ou seja, do pedaço de metal em barra no tamanho necessário;
Aquecimento, realizado em fornos;
Forjamento intermediário, realizado somente quando é difícil a conformação em uma
única etapa;
Forjamento final, feito em matriz, já com as dimensões finais da peça
Tratamento térmico, para a remoção das tensões, homogeneização da estrutura,
melhoria da usinabilidade e das propriedades mecânicas.
Aços de ferramenta ligados ao crómio, tungsténio, molibdénio e vanádio são os principais
materiais utilizados na fabricação de matrizes (Rodrigues e Martins 2010b). Para o forjamento
a quente são correntemente utilizados aços para trabalho a quente (série AISI H) e ainda
algumas ligas como a AISI 4100 ou 43000. Realizam-se ainda tratamentos térmicos de têmpera
e revenido para obter durezas superficiais na ordem dos 55 a 65 HRC para matrizes de
forjamento a frio e 35 a 55 HRC para matrizes de forjamento a quente (ASM 2005).
Em conjunto com a têmpera e revenido, é ainda possível recorrer-se a tratamentos superficiais
de modo a aumentar a resistência ao desgaste da superfície das matrizes, exposta a elevadas
cargas, ciclos térmicos e corrosão. São exemplos destes revestimentos:
Deposição Química (CVD - chemical vapour deposition);
Deposição física a vapor (PVD - physical vapour deposition).
Outro fator a ter em conta na definição das matrizes de forjamento é a sua temperatura de
trabalho. A fim de diminuir as perdas de calor, por condução térmica entre a matriz e o esboço,
e as variações térmicas nas matrizes, estas devem ser pré-aquecidas no início do ciclo de
forjamento. A Figura 14, demonstra a necessidade do pré-aquecimento de aços como o H11 e
H13 para se poderem obter boas resistências a quente, mostrando também, em conjunto com a
Figura 15, que temperaturas demasiado elevadas das matrizes causam um decréscimo das suas
propriedades. Como tal, define-se que para os aços H11 e H13 a temperatura de pré-
aquecimento deverá ser de 200°C a 315°C.
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Figura 14: Variação da dureza a quente dos principais aços de ferramentas de trabalho a quente,
adaptado de (ASM 2005).
Figura 15: Variação dos resultados do ensaio de impacto de Charpy para alguns aços ferramenta
de trabalho a quente, variando a temperatura do provete, adaptado de (ASM 2005).
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Conclusão
No presente trabalho concluímos que para realizar as operações de forjamento e obter
peças com a forma final desejada, utilizam-se matrizes (ferramentas ou moldes) feitas,
usualmente, de aço ferramenta.
O forjamento em matriz aberta é utilizado para fabricar peças grandes com forma
relativamente simples e em pequeno número e, também, para pré formar peças que serão
submetidas posteriormente a operações de forjamento mais complexas e no forjamento
em matriz fechada, o metal é conformado entre duas metades de matriz com impressões
(cavidades) cuidadosamente usinadas no formato que se deseja fornecer à peça.
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Bibliografia
Rodrigues, Jorge, and Paulo Martins. 2010a. Tecnologia Mecânica Vol.1: Tecnologia da
Deformação Plástica. Vol. 1.
Rodrigues, Jorge, and Paulo Martins. 2010b. Tecnologia Mecânica Vol.2: Tecnologia da
Deformação Plástica 2ed. Vol. 2.
ASM. 2005. ASM Handbook Volume 14A: Metalworking: Bulk Forming. Vol. 14.
Schaeffer, Lirio. 2012. Forjamento: Introdução ao processo. Porto Alegre: Imprensa Livre.
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