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d) Metalurgia do Pó:
O metal ou liga em forma de pó é colocado em uma fôrma ou molde, comprimido
(compactado) e em seguida, ou simultaneamente, aquecido (sinterizado), em condições de
temperatura, atmosfera, tempo, etc., adequadas para que se estabeleçam ligações fortes entre as
partículas vizinhas (Fig. I.6), obtendo-se assim uma peça sólida com maior ou menor porosidade,
dependendo das condições do material e do processo. A metalurgia do pó tem experimentado nos
últimos anos um desenvolvimento intenso e rápido.
e) Conformação Mecânica:
É o nome genérico dos processos em que se aplica uma força externa sobre a matéria-prima,
obrigando-a a tomar a forma desejada por deformação plástica. O volume e a massa do metal se
conservam nestes processos.
As vantagens principais são: bom aproveitamento da matéria-prima; rapidez na execução;
possibilidade de melhoria e controle das propriedades mecânicas do material, de par com a
homogeneização da microestrutura. Por exemplo: bolhas e porosidade em lingotes fundidos podem
ser eliminados através de conformação mecânica a quente, melhorando a ductilidade e a
tenacidade; a dureza do produto pode ser controlada (p.ex., alternando etapas de conformação a frio
e recozimento); há casos em que um controle preciso do grau e velocidade da deformação, assim
como da temperatura, durante o processo, permitem otimizar a estrutura e as propriedades
mecânicas do produto [1].
É importante observar, contudo, que o ferramental e os equipamentos para conformação
mecânica são comumente caros, exigindo normalmente grandes produções para justificar-se
economicamente.
c) Processos de Tração:
O esforço conformante primariamente aplicado é de natureza trativa. Ex: o ESTIRAMENTO
POR TRAÇÃO de um retalho de chapa, preso por sua periferia, em torno de um estampo ou molde
de forma adequada (Fig. I.7-f.); a peça tem a sua área superficial aumentada às custas da sua
espessura.
d) Processos de Dobramento:
Envolvem a aplicação de momentos fletores a uma chapa, barra ou tubo, de modo a dobrar a
peça em torno de uma ferramenta apropriada (Fig. I.7-g).
e) Processos de Cisalhamento:
Aplicação de forças cisalhantes suficientemente intensas para romper o metal no plano de
cisalhamento; abrangem diferentes operações de corte de chapas, barras e tubos (Fig. I.7-h).
Tabela II.4.1: Temperaturas de Recristalização para alguns metais e ligas de uso comum
MATERIAL Temperatura de Recristalização
(oC)
Cobre Eletrolítico (99,999%) 121
Cu – 5% Zn 315
Cu – 5% Al 288
Cu – 2% Be 371
Alumínio Eletrolítico (99,999%) 279
Alumínio (99,0%) 288
Ligas de Alumínio 315
Níquel (99,99%) 571
Monel (Ni – Cu) 593
Ligas de Magnésio 252
Ferro Eletrolítico 398
Aço de Baixo Carbono 538
Zinco 10
Chumbo -4
Estanho -44
Embora os recozimentos aumentem o custo do processo (sobretudo com metais reativos, que têm de ser
recozidos em atmosferas inertes ou em vácuo), fornecem também grande versatilidade, pois ajustando-se
adequadamente o ciclo TF- recozimento, pode-se obter qualquer grau desejado de encruamento no produto
final:
Se este é para ser mais resistente do que o material integralmente recozido, então a operação final é um
passe de TF com o grau de deformação necessário para dar a resistência desejada, seguindo-se geralmente
um aquecimento de recuperação (abaixo da temperatura de recristalização) apenas para aliviar as tensões
residuais;
Obs: este procedimento é mais adequado do que tentar controlar a resistência da peça encruada por
recozimento, porque o processo de recristalização avança rapidamente e é muito sensível a pequenas flutuações
de temperatura no forno.
Se o que se quer é o material inteiramente amolecido, então o recozimento é a operação final.
É habitual produzir-se artigos trabalhados a frio (como tiras, chapas e fios) com diferentes classificações,
dependendo do grau de encruamento, conforme mostrado na tabela II.4.2, para chapas de aço laminadas a frio.
Cada estado (inglês “temper”) indica uma diferente porcentagem de trabalho a frio após o último recozimento.
A classificação varia conforme o metal, sendo em geral baseada em valores comparativos do limite de
resistência à tração, e não em valores de dureza de penetração. Também nem todas as ligas admitem os graus de
encruamento correspondentes às classes mais elevadas.
Figura II.4.5: Efeito do trabalho a frio prévio e da temperatura de recozimento sobre o tamanho de grão do
material recozido (para um tempo de recozimento constante).
Nas aplicações industriais, o grau de encruamento é expresso freqüentemente como uma medida
convencional da deformação, como por exemplo: a redução percentual em área transversal da peça, r.
r = Ao – Af (1)
Ao
Onde: Ao e Af são as áreas de seção transversal antes e após a conformação, respectivamente.
Na laminação a frio de uma chapa de espessura inicial h0 para a espessura final hf, a redução pode ser
obtida pela expressão 2, visto que a sua largura praticamente não varia durante a laminação.
r = ho – hf (2)
h0
Normalmente, as operações de trabalho a frio – recozimento são as etapas finais dos processos de
conformação mecânica devido principalmente, as excelentes qualidades superficiais e tolerâncias dimensionais.
Os esforços de conformação são muito elevados o que restringe, em certos casos, o tamanho das peças
produzidas e em alguns materiais, a conformação não pode ser realizada devido a baixa ductilidade do metal.